Você está na página 1de 2

Sermão | Mateus 22. 1-14 [Ex. 32. 1-14 | Fp. 4.

1-9

ROUPAS DE FESTA

Boa noite irmãs e irmãos! Que Paz revolucionária de Jesus Cristo esteja conosco.

O sermão de hoje está dividido em três partes: começo, meio e fim! Brincadeira! Mas
está dividido em algumas partes, como veremos a seguir.

Como vimos há pouco, na leitura de Êxodo 32. 1-14, o povo pediu para Aarão um deus
porque sentia a ausência de Moisés que estava demorando a descer do monte. A
ausência de Moisés significava uma ausência intolerável do Deus Salvador1 – já que
Moisés era o mediador entre Deus e o povo. Aarão recolheu os brincos de ouro,
derreteu e fez o bezerro de ouro [parêntesis: pensa se Aarão fosse recolher os brincos
do povo aqui da igreja: ia ter brinco de ouro? Prata? Latão? Esse ia ter um monte!...
derretia tudo e ia dá um bezerrão lindão, num ia???]. Voltando: Aarão recolheu os
brincos de ouro, derreteu e fez o bezerro de ouro e disse: “Este é teu Deus que te tirou
do Egito”. A tentativa de representar Deus através de uma imagem de ouro parecia ser
muito digno, afinal, Deus merece o melhor, não é? [aí você respondem: SIM!!!] Mas aí
alguém se levanta e diz: “isso é idolatria! É pecado!” Sim, é pecado. Mas o pecado do
povo não foi esse. O pecado foi tentar representar Deus através de uma imagem. O
bezerro é uma tentativa de “aprisionar” Deus, manipular Deus. O povo não soube
esperar. Foi infiel, desleal, não confiou em Deus, perdeu a esperança. A aliança do
Sinai não é suficiente, pois, sendo um acordo entre duas partes, entre Deus e seu
povo, se uma das partes quebra o acordo, a Aliança está desfeita. É necessário que
tenha algo mais fundamental, que dependa apenas da ação de Deus: é a promessa. A
promessa é unilateral e se baseia na misericórdia de Deus.

Antes de darmos um salto do Antigo para o Novo Testamento, é importante


relembrarmos o que é Promessa. Segundo o Vocabulário de Notas Temáticas da Bíblia
do Peregrino, Deus promete ao homem empenhando Sua palavra; ela se cumpre (Is.
40, 8), é eficaz (Is. 55, 9-11). A promessa é em si incondicional. Destacam-se as
promessas a Abraão, a saber: descendência numerosa, posse da terra, bênção (Gn 15);
essa promessa continua nos patriarcas e no povo de Israel, atualizando-se em
momentos críticos. Tem a promessa davídica (1Rs. 2, 4); Sobressaem as promessas
messiânicas ou escatológicas, que resumem dons do paraíso, bênçãos da aliança e os
mais profundos desejos do homem. Deus promete por benevolência ou misericórdia e
cumpre com fidelidade; o homem deve confiar em Deus, esperar o cumprimento. O
Novo Testamento vem cumprir e ultrapassar todas as promessas do AT no dom de
Jesus e do Espírito. a) Jesus é a realização das promessas; faz várias promessas aos
seus: bem aventuranças, apoio na missão; resume-as na vida eterna. b) O Espírito é a
promessa do Pai; c) O cristão é herdeiro das promessas, continua esperando o

1
Bíblia do Peregrino, Êxodo 32. 1-14; comentário 32,1 – página 164.
cumprimento da promessa final (Hb 10. 26)  esperança. Pela esperança, o homem
colabora ativamente; gera constância, paciência, perseverança.

Agora vamos à festa! Oba, salgadinhos, docinhos, bolo, tudo 0800!!! Calma, vamos nos
deter ao vestuário. Se você for convidado ou convidada para uma festa de casamento,
como você se vestiria? [as pessoas falam] Certamente você escolheria o melhor
vestido ou o melhor terno – você se vestiria com a melhor roupa.

Entramos na parábola da Festa de Casamento. Segundo alguns comentaristas bíblicos


a parábola é uma alegoria da História da Salvação. O rei é Deus. O primeiro grupo de
servos (versículo 3) representam os profetas, que não foram levados a sério. O
segundo grupo de servos que é perseguido e morto (versículos 6-7) representam os
apóstolos e missionários enviados aos judeus. O terceiro grupo de servos que são
enviados pelas estradas representam a missão entre os pagãos. As bodas do filho do
rei simbolizam a chegada do tempo messiânico. A rejeição do convite, a incredulidade
em Jesus e Sua mensagem. A vingança do rei que "matou aqueles assassinos e
incendiou-lhes a cidade" é uma referência à guerra entre judeus e romanos que
terminou, no ano 70 depois de Cristo, com a queda de Jerusalém e do Templo pelo
exército romano. Deus se serve desse episódio para punir a cidade de Jerusalém.
Assim Mateus faz da parábola uma interpretação dos acontecimentos históricos
contemporâneos: o povo de Israel perde o seu papel privilegiado na História da
Salvação e é substituído pela Igreja formada de convertidos dos povos pagãos.

Agora vocês me perguntam: qual é a relação do bezerro de ouro com a promessa e a


roupa?

Calma, tenham paciência! Os versos 11 a 13 tratam da "veste nupcial". Era obrigatório


tomar parte nos festejos com uma veste adequada. Bastava vesti-la para poder entrar
na sala. Mudar de roupa significava entrar numa esfera nova que, neste caso, é a
dimensão da festa de núpcias. Quem se prepara dignamente demonstra um justo
reconhecimento pelo hospedeiro e considera o convite uma feliz oportunidade.
Aplicando a parábola, os ouvintes compreendem que acolher o dom de Deus significa
mudar de vida, orientar-se para Ele na fé e na conversão. O evangelista quer dizer que
o batismo ainda não garante a participação definitiva na comunhão dos santos. Não
é uma roupa para vestir. É para sentir, é para viver todos os dias! Estar vestido
dignamente é viver as bem aventuranças, é "Revestir-se de Cristo" ou "revestir-se do
homem novo" (Gálatas 3,27-28; Efésios 4,24; Colossenses 3,10-11), é portanto
participar desta ordem da Salvação que passa pela cruz e pela ressurreição de Jesus.

Amém!

Você também pode gostar