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O que é afiação?
Afiação é a operação de dar forma e perfilar arestas de ferramentas novas
(última fase do processo de fabricação) e de restaurar o corte ou o perfil de
ferramentas desgastadas pelo uso.

A afiação das ferramentas é feita som ente nas superfícies que determinam os
ângulos de ataque, de cunha e saída.

Ferramentas de corte monocortantes: uma aresta de corte (ferramentas de


torno e de plaina)
Ferramentas de corte policor tantes: várias arestas de corte (fresas, brocas
e serras).

Especificação do rebolo
Para o aço-carbono e aço rápido, utilizar o rebolo de óxido de alumínio, para
fazer a afiação.
Para o metal duro utilizar o rebolo de carboneto de silício.

A afiação
A afiação das ferramentas monocortantes (torno, plaina) pode ser feita
manualm ente ou em máquinas. Quando manual, o resultado depende da
habilidade do operador. As afiadoras dispõem de suportes orientáveis de
ângulos, de modo a posicionar a face da aresta a retificar segundo uma
inclinação justa em relação à superfície do rebolo. Deve-se movimentar a
ferramenta sobre a superfície do rebolo para não desgastar o rebolo de forma
irregular e reduzir, também, a possibilidade de aquecimento da aresta de
corte da ferram enta.

As ferram entas policortantes são afiadas em máquinas especiais, send o


impossível afiá-las manualmente. Nessas máquinas é possível afiar todo tipo
de fresas: cilíndricas, angulares, com dentes postiços, etc.

A afiação é necessária para que a broca m antenha um bom poder de corte do


material e para que suas arestas ou fios cortantes fiquem simétricos em
relação ao eixo da broca.
Às vezes, é necessário afiar ferramentas de corte com três tipos de
operações:
desbaste, semi-acabamento e acabamento, utilizando-se rebolos diferentes
em cada operação.

No caso, por exemplo, de ferramentas lascadas, muito danificadas ou na


fabricação das ferramentas, elas devem passar pela operação de desbaste.
São desbastados os ângulos de cunha, ângulos laterais, ângulos de incidência
e do raio de ponta.

Quando as ferramentas não estão lascadas, não é necessária a operação de


desbaste. É suficiente uma operação de semi-acabamento ou de sim ples
acabamento nas arestas cortantes.

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Operação de afiar

No caso que se queira apenas reavivar arestas cortantes de uma ferramenta.


Nesse caso, pode-se fazer apenas uma afiação manual utilizando esmeril ou
uma pedra abrasiva.

Se for preciso afiar fresas por m eio de rebolo:


Para essa operação, é preciso levar em conta que cada dente da fresa é
limitado por duas superfícies ativas: uma de saída e uma de incidência. O
dente da fresa deve se manter numa mesma posição em relação ao rebolo.

Durante a afiação, a mesa é acionada pelo operador com movimentos rápidos


de vaivém. A fresa deve ser m antida constantemente apoiada na guia da
máquina afiadora.

Os processos de afiação variam de acordo com o tipo de dentes das fresas,


ou seja: retos, helicoidais e com perfil constante.

A afiação consta dos seguintes procedimentos:

Fixação das fresas na máquina de afiar

Para fixar as fresas, é preciso considerar o seguinte:

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As fresas com hastes são em geral mantidas entre pontas, o que permite
obter uma concentricidade perfeita. O eixo da fresa deve estar em posição
paralela à mesa.

As fresas de topo são mantidas, em geral, num cabeçote porta-fresa inclinado,


com um ângulo de incidência de 6°, aproxim adamente, o qual varia de acordo
com o tipo de fresa: H, N e W . Um jogo de adaptadores cônicos perm ite a
fixação das diversas hastes cônicas.

As fresas com um furo roscado são atarraxadas num mandril que pode ser
mantido entre pontas ou m ontado sobre o cabeçote porta-fresa.

As fresas com haste cilíndrica podem ser afiadas entre pontas ou fixadas no
cabeçote porta-fresa por meio de pinças cônicas.

Regulagem da máquina
Usando a parte externa da fresa usando um rebolo reto plano.

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Regulagem do rebolo

Operação de afiar
Aproxime a fresa alguns milímetros do rebolo e verifique se ele gira
livrem ente, antes de iniciar o motor em movim ento.
Aproxime o carro com cuidado até pôr o rebolo em contato com o dente da
fresa. Movimente a mesa com um a das m ãos num movimento de vaivém
bastante rápido. Ao mesm o tempo, guie a fresa com a outra mão.
Afaste a fresa, lateralm ente, do rebolo e faça um passe de 0,02 mm (p =
0,02).
Vá afiando dente por dente, mantendo a m esma referencia para todos os
dentes.
Depois de uma volta completa, avance o carro para um novo passe de 0,02
mm e continue a af iação até com pensar todo o desgaste da fresa.
Para o acabamento, faça passes de 0,01 mm. Após terminar a afiação, retire
as rebarbas do gume com uma pedra abrasiva.

LIMPEZ A DA FERRAMENT A DE CORTE

• A limpeza das ferram entas de corte é um procedim ento essencial para um


bom funcionamento da ferramenta.

• As ferramentas devem ser limpas em intervalos regulares para a retirada de


resíduos de resina. Para tanto, em prega-se agentes de limpeza comerciais
especiais.

• Para a limpeza de ferramentas de corte constituída de corpo em alumínio,


deve-se empregar som ente agentes de limpeza comerciais com pH entre 4,5
e 8. De outra forma, poderá ocorrer a destruição do alumínio por corrosão.
Deve-se seguir sempre as instruções do fabricante.

• Remoção continuada do acúmulo de resina em serras de metal duro, em


especial, até m esmo em cortadores pequenos, favorecem a formação de
resíduo de resina. Em alguns casos, isto pode provocar fissuras na lâmina
de serra.

• Se pó e cavacos não são extraídos satisfatoriamente, material em


partículas, transportados pelo ar, podem danificar os cortadores. Em adição
ao aumento no desgaste abrasivo, aberturas podem se formar sobre os
gumes de corte.

• Um sistem a de extração otimizado, em termos de capacidade de extração e


posicionamento das tubulações, auxilia no aumento da vida útil da
ferramenta de corte.

AFIAÇÃO – FERRAMENTAS DE CORTE DEVEM SER AFIADAS QUANDO...

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• Quando a qualidade da superfície da
peça trabalhada não é m ais
satisfatória.

• Quando a extensão da marca de


desgaste (VB) nas costas do gume
de corte for superior a 0,2 mm.

• Aberturas são encontradas no gum e


de corte.

• O serviço é de acordo com o m aterial


constituinte da peça: aço de alta liga,
stellite, m etal duro ou diamante.

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DESGASTE DO GUME DE CORTE

1) DESG ASTE EM SERRAS P AR A REDUÇÃO DA M ADEIRA

a) Desgaste do gume de corte (metal duro)

Desgaste mecânico e químico


causam boleam ento nos gumes
de corte do dente da serra.
Processando madeira úmida
(estado verde) o desgaste
químico é aproximadamente o
mesmo do desgaste mecânico.
Empregando graduações de
carboneto de tungstênio (metal
duro) com ligas especiais, o
desgaste químico pode ser
reduzido. Entretanto, o setor
madeireiro processa madeira
seca, onde o desgaste
mecânico predomina.

b) Lascas e fraturas no gume de corte (metal duro)

Objetos duros estranhos, com o partículas minerais inseridos nas peças


a serem trabalhadas,
ocasionam lascas nos gumes
de corte e a deterioração da
qualidade de corte, elevando
as forças de cisalham ento ao
mesmo tempo.
As pontas formadas podem
cortar, contudo, devido a razão
de alimentação, o desgaste do
gum e e as f orças de corte
aum entam consideravelm ente.
Quando a altura do dente é
alta dem ais, pode ocasionar a
obstrução do fundo do dente e
a quebra do mesmo do corpo
da serra.

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c) Quebr a do corpo da lâmina de serra (m etal duro)

O gume de corte altam ente


pressurizado e o corpo da lâmina
de serra causam vibrações,
devido ao aumento da perda do
fio de corte, do elevado avanço
do dente ou do stress desigual.
Isto pode causar fissuras no
fundo do dente ou f endas
excêntricas.
Elevado e desigual stress ocorre
quando o gume de corte induz ao
flexionam ento, lascamento ou
cisalhamento do corpo da
ferramenta.

d) Desgaste do gume de corte em metal duro diamantado


(diamante policristalizado - PKD)

Desgaste mecânico de peças de trabalho uniform e causam boleamento


nos gumes de corte de dentes de serra.
Além do boleamento, pequenas lascas podem ocorrer devido a objetos
estranhos presentes em determinados derivados de madeira quando são
processados.
Boleamento dos gum es secundários do dente de serra pode induzir um
reduzido tem po de performance (duração) e a deterioração na qualidade
do gum e e do corte.

Ação – desgaste lateral superior no ângulo de saída do dente.

Conseqüência – projeção lateral do dente inferior; perda da largura de


corte; custos de retificação mais elevados.

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e) Lascas e fraturas no gume de corte em metal duro diamantado
(diamante policristalizado - PKD)

Minerais duros ou objetos metálicos ocasionam lascas no gume de cort e


e a deterioração na qualidade de corte.
Lascas no gume de corte também podem ser causadas pela ineficiente
extração de resíduo (fluxo de cavaco).
Extrem a perda do gume de corte e lascas ocasionam elevadas forças
de corte e, conseqüentemente, a quebra do corpo da lâmina de serra.
As condições dos gum es de corte e o corpo das lâminas de serra devem
ser checados regularmente.
Quando o tem po de desempenho aumenta as ferram entas devem ser
reafiadas por especialistas.

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2) DESG ASTE EM FERRAMENT AS DE CORTE TIPO “HOGGER”

a) Desgaste do gume de corte (metal duro)

Quando se processa m adeira sólida ou produtos derivados de madeira, com


ou sem revestimento, os dentes da ferram enta de corte sofrem desgaste
mecânico e químico.
A qualidade da superfície determina o tam anho da abrasão do gume de
corte. Dentes extrem amente gastos requerem afiação adicional e reduzem
o núm ero de afiações possíveis de serem feitas na ferramenta.

b) Destruição do gume de corte causado por uso impróprio (metal


dur o)

Se a relação do número de dentes com a razão de alimentação estiver


errada, as forças de corte tornam-se elevadas demais em madeira
sólida, principalm ente em madeiras com alto teor de umidade. Tal
condição entope a garganta do dente e, conseqüentemente, ocorre a
destruição do dente de serra.

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c) Destruição do gume de cor te devido ao over-str ess (metal duro)

Se o material a ser removido é superior à largura da ferramenta de corte


tipo hogger, a pastilha de metal duro é destruída pelo over-stress. A
extenção do corte deve ser sempre inferior a largura do corte da
ferramenta.

d) Desgaste do gume de corte em metal duro diamantado


(diamante policristalizado – PKD)

A figura apresenta um gum e de corte sem fio devido à abrasão mecânica


resultante do processamento em m ateriais uniform es (Ex.: MDF).
A retirada da incrustação de resina na lateral dos dentes deve ser feita
entre os intervalos de afiação, pois desta maneira a performance ou
duração torna-se superior, pois evita uma perda de relevo lateral do
dente. A extenção do desgaste deve estar entre 0,2 a, no máximo, 0,3
mm.

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e) Desgaste do gume de corte e formação de camada de resina


(diamante policristalizado – PKD)

Além do desgaste do gume de corte, também se forma uma camada


lateral de adesivo devido a poeira de adesivo e das partículas de
madeira quando o material a ser trabalhado possui um alto teor de
resina e/ou quando a ferramenta de corte é utilizada por um longo
período de tempo sem ser limpa.
Isto leva a um aumento da força de corte e a uma má qualidade de
superfície trabalhada, além de um tem po de performance (duração)
consideravelm ente inferior.

f) Destruição do gume de corte (diamante policristalizado – PKD)

Os gumes de corte podem ser destruídos quando as peças a serem


trabalhadas contêm alto teor de areia com diâmetro de 2 a 3 mm, ou que
contenham partículas m etálicas.
Este tipo de material não é recomendado por ser muito problemático.

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Manutenção e reafiação de ferramentas de corte para madeira.
Como afiação, se entende principalmente a retificação do gume da
ferramenta, que também é denominado geom etria de corte da ferramenta.
A afiação de ferramentas de aço rápido é diferente da afiação de ferram entas
de metal duro (Norma DIN 8085).

Para afiação de discos de serra calçados com metal duro foram desenvolvidas
máquinas automáticas que trabalham com óleo refrigerante.

Espécies de afiação
a) Afiação a seco:
desvantagens: pela pressão ou oscilação excessiva podem aparecer trincas
ou perda de dureza (destempera). Pode acontecer aquecimento exagerado.

b) Afiação com óleo refrigerante:


Vantagens: sem nenhum aquecimento, sem trincas ou perda de dureza da
ferramenta.
Desvantagem: má visibilidade da afiação; quando o óleo refrigerante for
insuficiente também causará trincas na ferramenta.

Cuidados de manutenção e afiação de serras circulares

A primeira etapa para a afiação de uma ferram enta é sua limpeza.

Equipam entos disponíveis: afiadora automática ou uma máquina universal


manual de afiação.
O desgaste nunca deve ser superior a 0,2 mm por gume de ferramenta. O
desgaste normal deve ser, no máxim o, de 0,2 mm no ângulo de saída e 0,05
mm no ângulo de ataque da pastilha.

Etapas da afiação
Retificação da periferia da ferramenta;
Operação para igualizar e retificar os dentes
Retificação das costas dos dentes da serra circular (rebaixamento do corpo-
suporte)
Afiação do ângulo de ataque (peito do dente);
Afiação do ângulo de saída (costa do dente);

Máquinas para afiar ferramentas

Retífica universal
Uma retífica universal com todos os acessórios resolve a maioria dos
problem as de afiação de ferramentas de corte para m adeira e seus derivados.
Ela deve ser um a máquina de alta precisão, na qual se possa fixar vários
acessórios com regulagens rápidas. É equipada para afiar serras circulares,
fresas retas e de perfil, brocas de todos os tipos, fresas de haste, cabeçotes
para plainas moldureiras, facas para plainas.

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Afiadeiras para serras circulares

Pode-se afiar muito bem uma serra circular utilizando todas as regulagens
num a afiadeira simples. As máquinas especiais, ou seja, as automáticas
sãoúteis quando a empresa necessitar afiar m aior quantidade de serras
circulares.

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Afiadeiras para facas e navalhas de plainas


As facas para plainas podem ser afiadas com o chanfro em forma côncava ou
reta. Os ângulos mais corretos podem variar de 40 a 45º

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