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LIDERANÇA COMO ÊNFASE NO GERENCIAMENTO DE PESSOAS

Tamiris Carla Panice – FAFIJAN


Marisa Zanini – FAFIJAN
Reginaldo Aparecido Verri – FAFIJAN

RESUMO

A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas empresas, seja
em cada um de seus departamentos. Ela é igualmente essencial em todas as demais funções da
administração. O administrador precisa ter como diretriz, um líder, o qual conduzirá os
demais componentes da organização. O tema liderança vem sendo discutido com mais
frequência nos últimos anos, entre estudiosos, instituições de ensino e organizações
empresarias. É crescente o número de artigos e livros que são publicados mensalmente,
havendo também uma oferta significativa de seminários, palestras e conferências. Dessa
forma, a liderança vem se caracterizando como um elemento de grande importância no mundo
dos negócios. O objetivo do trabalho é fazer uma contextualização do tema liderança com
ênfase no gerenciamento de pessoas. A elaboração deste estudo será através de uma pesquisa
bibliográfica, onde para sua realização serão utilizados vários livros sobre o tema e artigos
científicos publicados na internet. Independente do seu próprio estilo, ser líder implica em
saber exercer a liderança e essa se faz no dia a dia, junto à equipe de trabalho. Assim, saber
conviver harmonicamente, tolerantemente buscando o equilíbrio, assim, gerenciar pessoas
torna-se um dos primeiros degraus para quem quer ser um verdadeiro “líder em tempo de
mudanças”.

Palavras-chave: Liderança. Gestão de Pessoas. Gerenciamento.


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1 INTRODUÇÃO

O tema liderança vem sendo discutido com mais frequência nos últimos anos, entre
estudiosos, instituições de ensino e organizações empresarias. É crescente o número de artigos
e livros que são publicados mensalmente, havendo também uma oferta significativa de
seminários, palestras e conferências. Dessa forma, a liderança vem se caracterizando como
um elemento de grande importância no mundo dos negócios.
Atualmente, as empresas estão se preocupando muito mais com o exercício da
liderança aplicadas no dia a dia, voltadas para a situação real das organizações. Para tanto, é
preciso a consciência de que algumas mudanças devem ser efetuadas, principalmente no que
tange à maneira de pensar e agir. As atitudes são fundamentais, já que um líder deve ter
coragem para se arriscar e assumir riscos quando perceber que a situação exige tais posturas.
Este trabalho tem como objetivo fazer um ensaio teórico contextualizando o tema
liderança que poderá ser mais bem compreendida, considerando sempre como pressuposto
básico o fato de que o líder é aquela pessoa que consegue adaptar-se a situações inusitadas,
sempre proporcionando melhorias no ambiente de trabalho, que englobam elementos diversos
e essenciais para a organização como clima, lucro, diversidade.
Segundo Cervo e Bervian (2002), pesquisa bibliográfica procura explicar um
problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Para Marconi e Lakatos
(2001), pesquisa bibliográfica pode ser considerada um procedimento formal com método de
pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se
conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas
procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos
científicos.

2 LIDERANÇA: CONTEXTUALIZAÇÃO

Liderança é influenciar um grupo de pessoas, influenciando (modificando) seus


comportamentos e ações, para atingir objetivos e metas de interesse comum desse grupo, de
acordo com uma visão do futuro baseada num conjunto coerente de ideias e princípios.
Segundo Maximiano (2008), liderança é o processo de conduzir as ações ou
influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas, é a realização de metas por
meio da direção de colaboradores.
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A liderança não é apenas uma habilidade pessoal, que torna algumas pessoas mais
aptas a influenciar outras, mas sim o processo interpessoal dentro de um contexto complexo
no qual estão presentes outros elementos.
Para Chiavenato (2000), o tema liderança tem-se tornado extremamente importante
para as pessoas que procuram entender melhor a gestão de pessoas, haja vista a necessidade
das empresas em terem líderes que definam metas, tome decisões e outras ações que gerem
diferenciais competitivos realizáveis por intermédio das pessoas.
O líder parece ser uma figura eficaz, cujo sucesso depende apenas de uma missão e,
quando essa missão é completada, o líder torna-se desnecessário para o grupo. Um grupo
necessita de um líder e escolhe alguém para desempenhar o papel.
Liderar é conduzir um grupo de pessoas, influenciando seus comportamentos e
ações, para atingir objetivos e metas de interesse comum desse grupo (LACOMBE;
HEILBORN, 2003).
Liderança é um exercício que exige sensibilidade para perceber os sentimentos e
atitudes dos outros, capacidade de compreender a dinâmica que se passa dentro dos grupos e
ainda contribuir com a facilitação das tarefas, não as comprometendo. Afinal a maior
característica de ser um líder é ter seguidores.
Para Maximiano (2004), a liderança consiste em líderes que induzem seguidores a
realizar certos objetivos que representam os valores e as motivações, desejos e necessidades,
aspirações e expectativas, tanto dos líderes quanto dos seguidores.

2.1 HISTÓRIA DO CONCEITO DA LIDERANÇA

Liderança é um fenômeno social necessário para os grupos. A liderança deve ser


considerada apenas como a relação que existe entre as pessoas dentro de uma determinada
estrutura social, não podendo definir-se tão somente por traços e ações individuais, conforme
aponta Chiavenato (1997) quando coloca que a liderança é encarada como um fenômeno
social e que ocorre exclusivamente em grupos sociais.
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas
empresas, seja em cada um de seus departamentos. Ela é igualmente essencial em todas as
demais funções da administração. O administrador precisa ter como diretriz, um líder, o qual
conduzirá os demais componentes da organização.
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Para Maximiano (2004), a liderança está intimamente ligada com o processo da


motivação, em uma situação de mútua dependência entre líder e liderados. Há liderança
quando há liderados, que seguem o líder, ou aceitam sua influência, por algum motivo.
O administrador precisa conhecer a motivação humana e saber conduzir as pessoas,
isto é, liderar, que é essencial em todas as demais funções de administração: planejamento,
organização, direção e controle.
Araujo (2004) relata que a liderança sofre pressões de todos os lados, e para suportar
essas pressões as empresas têm que encontrar alternativas para continuar sobrevivendo e
competindo.
A definição de liderança envolve duas dimensões: a primeira é a capacidade
presumida de motivar as pessoas a fazerem aquilo que precisa ser feito. A segunda é a
tendência dos seguidores de seguirem aqueles que eles percebem como instrumentais para
satisfazerem os seus próprios objetivos pessoais e necessidades.
Para Kotter (1990), a figura do líder ganha espaço no sentido de que liderança, nada
mais é do que lidar com a mudança. Líderes estabelecem direção desenvolvendo uma visão de
futuro e incluem as pessoas comunicando a elas esta visão e inspirando-as a vencer os
obstáculos. Liderança, segundo Robbins (1998), é a capacidade de influenciar um grupo em
direção à realização de metas.
Existem muitos estudos que analisam as lideranças. Dentre estes estudos, podem-se
citar as teorias sobre liderança, que, de acordo com Chiavenato (1997), podem ser divididas
em três grupos: Teoria de traços de personalidade; Teoria sobre estilos de liderança; Teorias
situacionais da liderança.
A liderança constitui um dos temas administrativos mais pesquisados e estudados nos
últimos anos. Muitos autores desenvolveram várias teorias sobre liderança. Essas teorias são
classificadas em três grupos: Teorias de traços de personalidade; Teorias sobre estilos de
liderança; Teorias situacionais de personalidade.

2.2 TEORIA DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE

Os primeiros estudos sobre liderança norteavam-se pelos traços de personalidade dos


líderes, sendo por isso conhecida como teoria dos traços. Como um segundo momento no
estudo sobre a liderança, os estudiosos passaram a tentar identificar, de acordo com
Bergamini (1994), conjuntos de comportamentos que configurassem o que passa a serem
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chamados de habilidade de liderança. Com base nesses conjuntos de comportamentos os


líderes puderam ser agrupados em diferentes estilos de liderança.
A teoria de traços de personalidade é a mais antiga a respeito da liderança. Um traço
é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade. Para Chiavenato (1997), o líder
é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais
pessoas. O líder apresenta características marcantes de personalidade por meio das quais pode
influenciar o comportamento das pessoas.
Um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo para ter
melhores condições de lidar com o sucesso, todavia, as teorias da liderança, baseadas em
características do grande homem, constituem uma ficção.
Segundo Borges e Baylão (2009), o líder já nasce feito, ou seja, alguns indivíduos já
nascem líderes, são possuidores de determinadas características, sendo físicas, intelectuais,
traços sociais e traços relacionados com a tarefa. Assim aqueles que não nascem com algumas
dessas características seriam liderados. Não se descarta a importância de certas características
de personalidade para o exercício da liderança.

2.3 TEORIAS SOBRE ESTILO DE LIDERANÇA

Essa teoria estuda a liderança em termos do comportamento do líder em relação aos


seus subordinados, isto é a maneira pelas quais o líder orienta sua conduta e seu estilo de
comportamento para liderar.
Segundo Chiavenato (2002), a liderança divide-se em autocrática, democrática e
liberal.
A principal teoria que explica a liderança por meio de estilos de comportamento, sem
se preocupar com as características de personalidade é a que se refere a três estilos de
liderança: autoritária, liberal e democrática.

2.3.1 Estilos de Liderança

Na vida prática, o líder utiliza os três estilos de liderança de acordo com a situação,
com as pessoas e com a tarefa executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como consulta
os subordinados antes de tomar uma decisão e sugere a algum subordinado realizar
determinadas tarefas.
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Existem alguns tipos de liderança que se sobressaem aos demais em relação à sua
eficácia dentro da empresa, sendo elas: Autocrática; Liderança Democrática; Liderança
Liberal (CHIAVENATO, 2000).
A liderança autocrática põe forte ênfase no líder, enquanto a liderança liberal põe
ênfase nos subordinados. A principal problemática da liderança é saber quando aplicar qual
estilo com quem e dentro de qual circunstância e tarefas a serem desenvolvidas
(CHIAVENATO, 2005).
Na Liderança autocrática, o líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os
subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder autocrático é dominador, emite
ordens e espera obediência cega dos subordinados. Os grupos submetidos à liderança
autocrática apresentam maior volume de trabalho produzido, com evidentes sinais de tensão,
frustração e agressividade. O líder é temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está
presente. A liderança autocrática enfatiza somente o líder.
Já na Liderança liberal o líder permite total liberdade para tomada de decisões
individuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado pelo grupo. O
comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à liderança liberal
não se saíram bem, nem quanto à qualidade do trabalho, com fortes sinais de individualismo,
desagregação do grupo, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é
ignorado pelo grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo.
Na Liderança democrática, o líder é extremamente comunicativo, encoraja a
participação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com o grupo. O líder atua
como um facilitador para orientar o grupo, ajudando nas definições dos problemas e nas
soluções, coordenando as atividades e sugerindo ideias. Os grupos submetidos à liderança
democrática apresentam boa quantidade de trabalho e qualidade surpreendentemente melhor,
acompanhados de um clima de satisfação, integração grupal, responsabilidade e
comprometimento das pessoas.
Nestas diferentes modalidades de liderança percebe-se que o líder de um grupo deve
se atentar para o fato de haver ou não a participação dos liderados no desenvolvimento das
atividades.

2.4 TEORIAS SITUACIONAIS DA LIDERANÇA


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São teorias que procuram explicar a liderança dentro de um contexto bem mais
amplo. A teoria situacional parte do princípio de que não existe um único estilo ou
característica de liderança válida para toda e qualquer situação.
Segundo Chiavenato (1997), as teorias situacionais são mais atrativas ao gerente,
uma vez que aumentam as suas opções e suas possibilidades de mudar a situação para adequá-
las a um modelo de liderança ou a uma situação.
A Teoria Situacional surgiu diante da necessidade de um modelo significativo na
área de liderança, em que se defini a maturidade como a capacidade e a disposição das
pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento.
A liderança situacional pode ser variada de acordo com o momento, os gerentes
devem adaptar seu estilo de liderança ao nível de desenvolvimento dos colaboradores em cada
tarefa específica. Um estilo de liderança adequado para um funcionário novo e inexperiente
provavelmente não daria certo com uma pessoa experiente (BORGES; BAYLÃO, 2009).
Portanto, entende-se como Liderança Situacional o líder que se comporta de um
determinado modo ao tratar individualmente os membros do seu grupo e de outro quando se
dirigirem a este como um todo, dependendo do nível de maturidade das pessoas que o mesmo
deseja influenciar.
Estes conceitos são válidos em qualquer situação em que alguém pretende influenciar
o comportamento de outras pessoas. Num contexto geral, ela pode ser aplicada em qualquer
tipo organizacional, quer se trate de uma organização empresarial, educacional,
governamental ou militar e até mesmo na vida familiar.

2.5 PAPEL E FUNÇÕES DO LÍDER

Os líderes possuem uma característica muito comum entre si, que é a confiança.
Nenhum líder inspira mais confiança em seus liderados ou seguidores potenciais do que a ele
mesmo deposita em si e o demonstra.
Duvidar de si é para o líder, duplamente nocivo: não só afeta o entusiasmo e mina a
inspiração do líder, como inspira a desconfiança e inocula o desânimo entre os liderados
(LACOMBE; HEILBORN, 2003).
Muitas pessoas, independente de suas qualidades, são colocadas em posição de
liderança, em que precisam dirigir esforços de outros para realizar objetivos. A liderança é
uma função, papel tarefa ou responsabilidade que qualquer pessoa precisa desempenhar
quando é responsável pelo desempenho de um grupo.
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Para Maximiano (2008) algumas pessoas no papel de líderes são mais eficazes que
outras, ou sentem-se mais confortáveis que outras.
Segundo Lacombe e Heilborn (2003), os líderes são respeitados, mas raramente
amados. Os liderados esperam do líder resultados e recompensas para respeitá-los a longo
prazo.
De acordo com Chiavenato (1997), a função do líder se destaca, com relação à
liderança que "ela é igualmente essencial em todas as demais funções da Administração: o
administrador precisa conhecer a motivação humana e saber conduzir as pessoas, isto é,
liderar". Ou seja, as funções do líder passam a ser enumeradas e necessárias para o bom
andamento da organização. Dentre as principais funções do líder está o poder de motivar e
influenciar os liderados para que contribuam da melhor forma com os objetivos do grupo ou
da organização.
Um líder influencia, inspira confiança e cria ambiente e relacionamentos saudáveis
para que todos trabalhem contagiados pelo entusiasmo, visando conquistar as metas
crucialmente importantes da organização.
O líder verdadeiro pode fazer a diferença e inspirar seus liderados, contagiando todos
a acreditar que o poder do entusiasmo impulsiona a determinação humana. É assim que sua
equipe buscará a conquista das metas crucialmente importantes
No perfil do líder, devem-se considerar suas competências organizacionais, que
abrangem os conhecimentos que o mesmo possui com relação à sua empresa e às interações
produzidas no ambiente; as competências interpessoais que se referem às habilidades que
permitem o estabelecimento de interações com o outro, visando melhorar as relações e
resultados alcançados; as competências intrapessoais que correspondem às características e
valores pessoais que se tornam decisivas e atuam diretamente nas demais competências.
Sabe-se então que o mais importante é quanto o líder se importa com as pessoas que
o seguem, e não o quanto ele conhece as atividades desempenhadas por elas (BERGAMINI,
2006).
O líder necessita de um excelente conhecimento das pessoas que o seguem e de
como lidar o melhor possível com elas. Isso descarta a abordagem de que a formação de
lideres deva oferecer conselhos ou receitas prontas a serem seguidas para que se consiga
liderar diferentes pessoas que passa por diferentes momentos de vida.
Para Bergamini (2006) o líder naturalmente seguido é aquele que prioriza sua
capacidade de mostrar aquilo que as pessoas, no geral, não conseguem ver tão facilmente, e
convencê-las da sua importância.
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Para ser aceito como líder, aspectos tais como motivos e valores vêm antes daqueles
que dizem respeito à competência e ao estilo. Assim, até mesmo ações passadas são mais
eloquentes que as palavras, e os candidatos a líderes serão julgados também pelos
comportamentos anteriores enquanto tentavam assumir o papel. Não se pode começar a ser
líder no momento em que se assume o posto para tanto.
A eficácia do líder, portanto não se reduz a um esforço isolado. Empresas
consideradas como bem-sucedidas consideradas como vencedoras, possuem verdadeiros times
de bons líderes. Em tais organizações, a maioria das pessoas considera-se também um
seguidor naturalmente disposto a acompanhar as diretrizes já delineadas por outros líderes.

2.5.1 Liderança centrada na tarefa e nas pessoas

Segundo Ribeiro (2006), a liderança centrada na tarefa preocupa-se basicamente com


a execução da tarefa e com os seus resultados.
É a liderança apregoada pela administração científica de Taylor e que tende a
subdividir e fragmentar o trabalho em tarefas componentes, a selecionar e treinar as pessoas
mais adequadas para o tipo de tarefa e pressioná-las constantemente a fim de obter os níveis
de produção estimadores. É típico das empresas que tendem a concentrar as pessoas em
ocupações restritas ao ciclo de trabalho, de modo padronizado em ritmos baseados em
padrões de produção preestabelecidos.
Já a liderança centrada nas pessoas trata-se de um estilo preocupado com os aspectos
humanos de seus subordinados, procurando manter uma equipe de trabalho atuante, com
maior participação nas decisões.
Para Santos et al. (2010) a liderança centrada nas pessoas se preocupa
exclusivamente com as pessoas do que com o trabalho em si procurando ajudar os
subordinados e preocupando-se mais com as metas do que com os objetivos.
É a liderança preocupada com os aspectos humanos dos problemas de seus
subordinados e que procura manter uma equipe de trabalho atuante dentro da maior
participação nas dimensões. É o tipo de liderança que da mais ênfase às pessoas do que ao
trabalho em si, procurando compreender e ajudar os subordinados, preocupando-se mais com
as metas do que com os métodos sem descuidar-se do desempenho esperado.
A alta pressão no sentido de que as pessoas trabalhem provoca atitudes desfavoráveis
para com o trabalho e para com os supervisores, da parte dos subordinados. A curto prazo,
este tipo de liderança pode promover resultados melhores de eficiência e produtividade.
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2.6 O LÍDER COMO MOTIVADOR

Segundo Bergamini (1993), todas as pessoas possuem um sinal motivacional, ou


seja, o sinal é a justificativa de suas escolhas, que estão totalmente ligadas a sua origem: seu
modo pessoal de ser e de dar o devido valor a determinado fato ou acontecimento. “As
pessoas não fazem a mesma coisa pela mesma razão”. Assim, cada um procura os seus
interesses e as formas de conseguir pôr em prática tais objetivos.
Em uma organização é fundamental um líder motivado e motivador. Seu papel é de
extrema importância e sua função é estratégica, para que os objetivos organizacionais sejam
atingidos. Assumir um cargo de liderança, não é tarefa fácil; exige muita competência e muita
dedicação, pois as pressões por resultados são grandes, e para atingir esse resultado, depende-
se das pessoas da equipe.
Para entender o comportamento das pessoas é preciso avaliar sua motivação e tudo
aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, ou pelo menos, que dá origem a
uma propensão ou a um comportamento específico. Assim fica claro que a motivação é algo
intrínseco ou extrínseco. Intrínseco por que vem da subjetividade do individuo, e extrínseco
por que pode ser alterada através dos estímulos que a organização proporciona ao indivíduo
(CHIAVENATO, 2003).
A preocupação das empresas com a motivação dos seus colaboradores é grande, mas
não simplesmente porque ela se preocupa com o bem-estar deles, mas principalmente porque
a motivação é um fator que influencia diretamente a produtividade e, consequentemente, o
lucro.
O líder, seja ele um gerente, um supervisor, um coordenador, enfim, seja qual for o
cargo de liderança que ele ocupar, ele tem a responsabilidade de manter a motivação dos
liderados. É obrigação do líder, manter um empregado motivado, isso é uma missão díaria do
empresário. Manter o empregado motivado vestindo a camisa da empresa requer
conhecimentos de liderança do empresário ou do líder.
Líder é alguém que identifica e satisfaz as necessidades de seus liderados e remove
as barreiras para que possam servir ao cliente. Para o sucesso de um líder o “chefe” deve se
saber lidar com os aspectos como a comunicação, motivação, relações interpessoais, dinâmica
de grupo e o trabalho em equipe (BORGES; BAYLÃO, 2009).
Líderes são os que no interior de um grupo, ocupam uma posição de poder que tem
condições de influenciar, de forma determinante, todas as decisões de caráter estratégico. O
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poder é exercido ativamente e encontra legitimação na correspondência com expectativas do


grupo (MAXIMIANO, 2004).
Por mais que o líder seja bom, ele também tem seus “motivos”, suas aspirações, e
algumas situações onde ele se sente insatisfeito com seu trabalho, ou até mesmo problemas na
sua vida pessoal, podem resultar em desmotivação e trazer sérias conseqüências para a
organização. Manter a motivação é uma virtude, enquanto se vê algum sentido naquilo que se
está fazendo.

2.6.1 Liderança e gerenciamento

Segundo Levy (1992), liderança é o ato de esclarecer, guiar, treinar, ensinar, motivar,
ajudar a progredir, dar exemplo, ligar os objetivos da organização aos desejos do homem, com
seus valores pessoais, suas aspirações, esperanças e sonhos.
Ser líder é saber extrair o máximo de cada integrante da equipe. É saber identificar os
pontos fracos desses integrantes e aprimorá-los a cada dia. É garantir as condições e o
estímulo necessários para que cada participante desempenhe seu papel da melhor forma
possível, através de um esforço contínuo em busca da excelência. Nenhuma equipe solta
produzirá tanto quanto uma equipe liderada e motivada diariamente, de um olhar atento de um
treinador com visão ampla do objetivo a ser atingido. Entretanto, elogios são mais
importantes do que críticas.
O papel do líder é exercer sobre sua equipe uma pressão positiva e estimulante, para
que todos tenham a mesma visão. Não é preciso usar ameaças de corte, competitividade
desleal, vigilância exagerada, rigidez de horários e um ambiente de trabalho desagradável
para comandar seu time a uma vitória. Pelo contrário, as vitórias serão mais frequentes se
você desenvolver outras formas de pressão mais saudáveis, com motivação, reconhecimento e
resultados.
Os gerentes precisam ter em mente que seus funcionários reagem a percepções, e não
à realidade.
O gerente pode influenciar o grupo formal por meio de seu papel como figura de
autoridade ou dos mecanismos de liderança. Como figura de autoridade o gerente toma
decisões de seleção de pessoal que afetam a composição do grupo (MAXIMIANO, 2004).
Para fazer a equipe funcionar e produzir resultados, o gerente precisa desempenhar
muitas funções ativadoras. Dentre estas funções, sobressai a liderança. O gerente deve saber
como conduzir as pessoas, isto é, como liderar as pessoas e administrar as diferenças entre
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elas. A liderança é necessária em todas as atividades e em todos os tipos de organização


humana, principalmente nas empresas.

2.6.2 Gerência como articulação de processos grupais

A liderança estabelecida garante aos membros do grupo a consecução dos benefícios


procurados, constituindo um fator importante para o êxito do grupo. O verdadeiro sentido do
líder na liderança é conseguir a coesão do grupo, coordenar esforços coletivos, obtendo a
cooperação espontânea e zelosa de seus liderados, o empenho de atingir plenamente os
objetivos da empresa e aumentando-lhes a responsabilidade, tendo consciência do que elas
significam para todos.
O líder do grupo surge informalmente, emerge o processo de interação de seus
membros e se destaca, resultando em ser seguido pelos demais. Sua atitude tem uma
importância fundamental no ambiente de trabalho e é tida como a mais provável para ajudar o
grupo a desempenhar suas tarefas e obter as suas metas (GUIMARÃES, 1988).
Para o bom desempenho do grupo e para que suas experiências sejam satisfatórias, a
liderança deve estar distribuída entre seus membros.
A liderança proporcionada a um grupo depende não somente das características
pessoais de um líder, mas também da situação na qual se encontra o próprio grupo. Cada
grupo possui suas diferenças que devem ser compreendidas e que residem na utilização que os
membros fazem ao grupo e no estágio de desenvolvimento do mesmo.
Segundo Guimarães (1988), o líder será mais eficiente em suas realizações de
liderança e sua participação cresce na medida em que conhece seu grupo, estabelece um
relacionamento de trabalho e sabe quais as metas a atingir. Criando uma atmosfera
emocionalmente agradável e positiva, apoiando seus liderados para que sintam estimados,
aceitos e respeitados, eles considerarão o trabalho realizado como obra sua e sob sua
responsabilidade.
O líder deve ainda desenvolver um consenso sobre que necessidades devem ser
enfrentadas, sondar a opinião dos membros do grupo e resolver diferenças internas de opinião,
descentralizar incluindo a eficiência de delegar, dar apoio moral e estímulo frente a uma tarefa
bem feita, incentivando e criando um ambiente harmonioso e cooperativo, manter lealdade
dos membros para com o grupo.
De acordo com Maximiano (2004), o termo grupo é tomado para designar dois ou
mais indivíduos que compartilham de um conjunto de normas, crenças e valores, e que,
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implícita ou explicitamente, mantêm relações definidas de tal forma que o comportamento de


cada um traz consequência para os demais.
Além da capacidade de influenciar os demais membros do grupo, a liderança que
caracteriza o líder é aquela que aceita voluntariamente e que assim ajuda o grupo a caminhar
em direção a seus objetivos. O líder não usa a autoridade para influenciar os demais membros
de um grupo.

2.6.2 Gerenciamento: Exercício Permanente de Liderança

Em frente ao aumento da competitividade e necessidade de sobrevivência, as


organizações têm procurado monitorar seu ambiente externo e interno, considerando
alternativas de ação frente às pressões exercidas por seus diversos elos institucionais, sejam
clientes fornecedores, concorrentes ou empregados. Atendendo a essa necessidade, as
organizações precisam contar com os profissionais capazes de assumir responsabilidades, não
só no que se refere ao ambiente externo, mas principalmente ao ambiente interno.
Não é possível negligenciar o potencial do gerente com agente de mudanças, e nessa
dimensão insere-se a variável da liderança. Tack, citado por Bergamini (1994), observa que os
“gerentes, muitas vezes, gerenciam departamentos, gerenciam pessoas, mas não os lideram”.
Há significado simbólico impresso na condição de líder, e que o gerente procura incorporar
em suas atitudes. Como líder, ele deve desenvolver e manter elementos motivadores em seus
seguidores, assim possibilitando melhor desempenho organizacional.
A gestão empresarial eficiente depende de muitos fatores, as decisões devem ser
tomadas com bases nas informações gerenciais geradas pelo sistema contábil, envolvendo
diretamente a administração no processo decisório.
Os líderes das empresas precisam escolher as estratégias mais eficientes para liderar
seus subordinados e mantê-los motivados. Estas estratégias dependem do tipo de liderança
exercida e do grau de comprometimento dos líderes com a empresa.
A liderança exercida de maneira eficaz torna-se um ponto chave do sucesso no
mercado. Descrever o papel do líder dentro de um grupo de trabalho é investigar qual o estilo
de liderança que está sendo utilizado pelos administradores nas organizações em que são
dirigentes, assim analisando as diferentes maneiras de liderar, caracterizando atitudes,
habilidades e conhecimentos.
Conforme Lacombe e Heilborn (2003), habilidade humana é a capacidade de
trabalhar com eficácia como membro de um grupo e de conseguir esforços cooperativos no
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grupo e na direção dos objetivos estabelecidos. A habilidade humana refere-se às aptidões


para trabalhar com pessoas e obter resultados por meio dessas pessoas. Requer capacidade
para criar uma atmosfera de segurança, para comunicar e encorajar a comunicação entre
subordinados para compreender as necessidades e motivação dos membros do grupo.
Liderança é a característica que se espera do gerente, chefe ou supervisor, e que deve
ser demonstrada na condução do processo produtivo, por meio do envolvimento e do
aproveitamento pleno da criatividade do grupo a ele subordinado, de modo a alcançar a
satisfação de todos (RIBEIRO, 2006).
No procedimento gerencial autoritário, as pessoas são conduzidas a produzir de
forma mecânica sem terem oportunidade para pensar, criar e participar, inseridas num
ambiente que não proporciona motivação e satisfação com o trabalho, já no de liderança, as
pessoas são conduzidas a produzir de forma envolvente, participativa, criativa, trabalhando
com satisfação e contribuindo bem mais para a qualidade e o crescimento do negócio.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma liderança eficaz depende muito da forma como é colocada em prática, por tanto
após todas as informações colocadas, é com o intuito de ajudar os líderes das organizações a
se aperfeiçoarem na forma de liderarem seus colaboradores, muitos líderes falharam, mas
nada impede que novas falhas venham a surgir, o mais importante é tirar de cada experiência
os pontos positivos e negativos e evitar que se cometam as mesmas falhas.
Sendo a liderança a habilidade de influenciar pessoas em busca dos objetos comuns,
os líderes precisam pensar como agentes de mudanças, pela sua capacidade de inovação, saber
interagir nas adversidades e instabilidade, se tornou requisito fundamental para sua atuação. A
questão não está somente em adquirir novos conceitos e habilidades, como também,
desaprender os antigos modelos, tendo conhecimento da cultura, da missão da empresa e do
seu capital humano.
De acordo com que foi exposto, é preciso ter equilíbrio ao se adotar qualquer um dos
estilos de liderança, haja vista que não existe um estilo de liderança que seja aplicável em
todas as situações. É muito comum se aplicar em tempos diferentes um dos desses tipos de
liderança na empresa, ele tanta manda cumprir ordens, como consulta liderados antes de
tomar decisões, e às vezes tem a necessidade de ser enérgico com o grupo de colaboradores.
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O tema liderança ainda se torna um tanto complexo, mesmo considerando a


existência de um farto material de pesquisa e diversas teorias que disponibilizam ideias
importantes para a sua compreensão.
Inquestionável é a importância que a liderança tem nas organizações atuais,
principalmente em situações instáveis e ‘de risco’, onde se deve agir com cautela e sapiência,
orientando-se todo o grupo, para que resultados positivos tornem-se possíveis e as soluções
sejam estabelecidas, mantendo a ordem existente e cumprindo os objetivos propostos pela
instituição, como um todo.
Conclui-se, que diante das mudanças, o líder deve conciliar os interesses da
organização ao da equipe de trabalho objetivando um ambiente favorável ao
desenvolvimento. Portanto, independente do seu próprio estilo, ser líder implica em saber
exercer a liderança e essa se faz no dia a dia, junto à equipe de trabalho. Assim, saber
conviver harmonicamente, tolerantemente buscando o equilíbrio torna-se um dos primeiros
degraus para quem quer ser um verdadeiro “líder em tempo de mudanças”.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Luís César G. de. Gestão de Pessoas: Estratégias e Integração Organizacional.


São Paulo: Atlas, 2004.

______. Motivação. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

______. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas,1994.

______. O líder Eficaz. 1. ed. São Paulo:Atlas, 2006.

BORGES, Acácio Fonseca; BAYLÃO, André L. da S. Liderança em tempos de mudanças.


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