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ENTREVISTA/ANAMNESE PSIQUIÁTRICA
Introdução:
É um encontro entre 2 ou mais pessoas, em local adequado, para obtenção de avaliações, esclarecimentos e opiniões.
*Frequentemente mais de uma pessoa (paciente e familiar). Normalmente se atende primeiro o paciente sozinho, após
os familiares quando necessário.
Finalidades:
Avaliação, Indicação ou não de tratamento, Fornecer informações ao paciente (orientar o paciente sobre o quadro, o
tratamento, os riscos, os prognósticos), Recurso terapêutico, Perícias, Pesquisa (check list), Ensino (entrevista).
*Importante diferenciar patologia de não patologia, para ver se precisa realmente tratamento ou não. Ex: tristeza e
alegria não são patologias, diferentes de tristeza depressiva e euforia.
Roteiro:
*Religião na psiquiatria é importante.
*Um episódio de euforia já NÃO é depressão maior.
- Eixo longitudinal (historia de vida do paciente, que tenha relação com a patologia, cronologia): Impressão sobre o
paciente, identificação, QP (palavras do paciente), HDA (descrever e documentar todos os sintomas apresentados –
muito importante – perguntar e ouvir; há sempre um conjunto de sinais e sintomas), HP e HF, EEM (exame do estado
mental), EF (básico – PA, FC, ausculta pulmonar, ausculta cardíaca...), EC (exame complementar), HD (hipótese
diagnóstica) e DD (diagnóstico diferencial), PT (plano terapêutico) e prognóstico.
- Eixo transversal (corte transversal na vida do paciente. É o exame do estado mental (são 10) Observam-se os
sintomas atuais, presentes no paciente durante a entrevista ou que estejam presentes na atualidade). OBS: paciente não
precisa necessariamente apresentar o sintoma durante a entrevista, porém na atualidade ele tem o sintoma quase todo
tempo.
*Corte presente (está com dor de cabeça há 1 mês, mas na entrevista não = é presente).
*Pode ser que tenha que investigar até o parto, em paciente com deficiência mental, a origem pode estar
nesse período.
História Prévia:
-Investigar se já teve episódios anteriores e se teve, quando foi a primeira vez(Houve desencadeante?)
-Se já teve outros episódios, como fica no período entre eles
-Se já teve quadros psiquiátricos diferentes do atual
-Tratamentos anteriores com sucesso ou não
-Antes de iniciar o quadro como era o “normal” do paciente
História Familiar:
-Há pessoas na família que tem transtornos psiquiátricos ou clínicos importantes
-Fazem tratamentos, quais?
-Relacionamento entre familiares próximos e o paciente (a qualidade desta relação pode influenciar o quadro atual ?)
-Outros relacionamentos e atividades importantes do paciente que podem influenciar no quadro atual
Exame Físico:
-Exame necessário em qualquer atendimento médico
-Não é dispensável ao ser examinado um paciente psiquiátrico
Exames Complementares:
-Exames que serão solicitados para completar a história psiquiátrica e que contribuirão na elucidação diagnóstica e
evolução do paciente
-Acurácia – Se exames tem sensibilidade e especificidade para fazer diagnóstico e para evolução do quadro do
paciente.
-Exames laboratoriais, imagem, testes psicodiagnósticos, etc.
-LEMBRANDO SEMPRE QUE SÃO COMPLEMENTARES
Desenvolvimento da entrevista:
Conceitos importantes:
-Transferência (sentimentos que o paciente traz para relação dele com o médico, porém não são provenientes dela, são
sentimentos que vem do passado do paciente) e Contra transferência (sentimento do médico pelo paciente gerado pela
transferência).
-Empatia (se dar conta do que está acontecendo com o paciente, se colocar no lugar do outro = ajuda o paciente a
verbalizar).
-Resistência (toda atitude ou pensamento do paciente que se opõe ao tratamento).
-Continente (capacidade de absorver os conteúdos do paciente e ajudá-lo) e conteúdo (todas as dificuldades que o
paciente traz para a consulta).
-Aliança terapêutica (médico e paciente se unem para fazer o tratamento, e fazer o tratamento dar certo).
-Estes conceitos são oriundos da psicanálise e estão aplicados a psiquiatria. O conhecimento e o bom uso prático
destes conceitos poderão contribuir com melhora aderência a tratamento e, consequentemente, com maior
probabilidade de sucesso terapêutico.
-Pré-entrevista: Começa na primeira notícia entre a dupla médico-paciente e termina no início da entrevista.
-Iniciando a entrevista.
-Finalizando a entrevista (passar ideia ao paciente sobre o que foi visto e que possa ajudar na aderência ao tratamento).
*Só se trata a transferência e a contra transferência se ela atrapalhar a relação médico paciente ou for prejudicial a um
dos dois ou os dois.
*Sempre perguntar no final se o paciente tem alguma dúvida, perguntas...
Entrevista de evolução:
-Subjetivo: percepção do paciente e médico
-Objetivo: exames clínicos do médico e exames complementares
-Avaliação: percepção objetiva do médico e diagnóstico
-Plano terapêutico: o que será orientado
*Não esquecer que entrevistar um paciente significa conseguir se aproximar dele, respeita-lo genuinamente querer
ajudá-lo. Se isso for feito, boa parte do que é necessário para uma boa entrevista já esta feito.