O método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.“(MARCONI & LAKATOS, 80). “A pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos factos ou dados, soluções ou leis, em qualquer área do conhecimento. Dessa forma, a pesquisa é uma actividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico. (RAMPAZZO, 2004:49). “A ciência é todo um conjunto de atitudes e actividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objecto limitado, capaz de ser submetido à verificação” (FERRARI, 1974:8 apud MARCONI & LAKATOS, 80). O que é o conhecimento? É uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objecto conhecido. No processo de conhecimento, o sujeito se apropria de certa forma do objecto conhecido mas este, continua transcendente ou seja, mantém a sua existência fora do sujeito cognoscente. Conhecimento popular ou vulgar (empírico): “é o conhecimento do povo, que nasce da experiência do dia-a-dia”. (RAMPAZZO, P. 18). Também conhecido por senso comum, ele não se distingue da ciência nem pela veracidade nem pela natureza do objecto conhecido, o que significa que ele pode ser tão verdadeiro quanto o é a ciência. O que as vai distinguir é o método e a forma de abordagem. Por exemplo, “saber que determinada planta necessita de uma quantidade "X" de água e que, se não a receber de forma "natural", deve ser irrigada pode ser um conhecimento verdadeiro e comprovável, mas, nem por isso, científico. Para que isso ocorra, é necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie de outra”. (MARCONI & LAKATOS, P. 76). O conhecimento empírico tem as seguintes características: 1- Sensível e verificável; 2- “acrítico”; 3- Ametódico; 4- Assistemático; 5- Falível e; 6- Inexacto É preciso não perder de vista que o conhecimento empírico até certo ponto aspira a objectividade e a racionalidade. Em numerosos aspectos, segundo Mário Bunge, não há uma ruptura radical mas sim uma continuidade (sobretudo quando deixamos de lado os mitos). Por exemplo, uma “sessão” de julgamento numa aldeia). O conhecimento científico é uma conquista da época moderna que se iniciou com a revolução de Copérnico (descoberta do sistema heliocêntrico) e desenvolvida mais tarde por Galileu e seguida por Bacon e Descartes. Este conhecimento tem as seguintes características: 1- Real (ou factual) porque lida com ocorrências ou factos, isto é, como toda a forma de existência que se manifesta de algum modo; 2- contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão; 3- É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos; 4- É verificável, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência; 5- É falível em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final; 6- É aproximadamente exacto ou quase exacto. Outro elemento importante é o uso de instrumentos, o que torna a ciência mais rigorosa, precisa e objectiva. Os instrumentos de medida (balança, termómetro), os microscópios e telescópios, permitem ao cientista ultrapassar a percepção imediata e subjectiva da realidade e de fazer uma verificação objectiva dos fenómenos. A ciência permite dessa forma a previsibilidade ao descobrir as regularidades que regem os fenómenos (leis). O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação; é não verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados nem refutados; é racional em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados; é sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada; finalmente, este conhecimento é infalível e exacto já que os seus resultados não são submetidos ao teste da verificação (experimentação) O objecto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial directa ou indirecta (por instrumentos), como a que é exigida pela ciência experimental. O método por excelência da ciência é o experimental: ela caminha apoiada nos fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação. O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia- se em doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exactas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. (MARCONI & LAKATOS, P. 79).