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Belém
2011
Eduardo Fernandes Cerqueira Segundo
BELÉM - PA
2011
Todos os direitos reservados.
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais
(Lei no 9.610).
Banca Examinadora
____________________________
Prof.Drª Anna Maria A. de Vasconcellos
_____________________________
Prof. MsC Rose Martins Tavares
Conceito: Excelente
BELÉM - PA
2011
À Betânia Cerqueira, minha mãe.
O esforço que se concretiza neste trabalho não teria sido viabilizado sem a
orientação e colaboração de pessoas e Instituições que contribuíram de diversas
formas os quais, merecem agradecimentos:
RESUMO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................8
2. REVISANDO A LITERATURA............................................................................. 18
2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL............................................................. 18
2.1.1 Dimensão social do Desenvolvimento Sustentável ...................................19
2.1.2 Dimensão ambiental no Desenvolvimento Sustentável..............................22
2.2 COMUNIDADE....................................................................................................25
2.3 TERRITÓRIO......................................................................................................27
2.4 AGRICULTURA FAMILIAR ................................................................................29
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................31
4. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS.................................................................33
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................55
6. REFERENCIAS.....................................................................................................58
APÊNDICE
Roteiro da Entrevista................................................................................................64
8
1-INTRODUÇÃO
gases que contribuem para o efeito estufa”. Também, Rodrigues et al (2006, p.3),
aponta que “ o rápido crescimento populacional na atualidade e o conseqüente
aumento da pressão de uso da terra na região nas últimas décadas têm causado a
degradação agronômica e ecológica deste sistema de produção”.
É certo que a Amazônia tem sido foco, podendo-se dizer do “olhar do mundo”. Este
olhar se firmou, especialmente, nas ultimas quatro décadas, com desmatamento
acelerado, conversão de terras para a agricultura, queimadas para preparo de solo,
ocupação desordenada por migração, sem falar da execução de grandes obras
(estradas como por exemplo a Transamazônica, barragens e usinas, entre outros),
sem que tenham sido tomados cuidados prévios para pelo menos, minimizar os
impactos ambientais e sociais na região.
1.3.1 O problema
nosso ver, trata-se de conceito ainda em construção uma vez que vão sendo
agregadas novas perspectivas e interpretações.
Neste sentido, entende-se que os dois sistemas sociais, grupos produtores dos
conhecimentos técnico-científicos e agricultores como grupo para os quais os
resultados das pesquisas deverão ser direcionados, são protagonistas de um
processo social de desenvolvimento e, portanto precisam estar em estreito
relacionamento.
A Embrapa, nos últimos anos tem iniciado ações de pesquisas para avaliação
de impactos sociais, econômicos e ambientais das tecnologias agropecuárias
geradas e adotadas, sob vários indicadores e dimensões. Em relação à avaliação de
impacto social das tecnologias produzidas, Quirino e Macedo (2000, p.124)
propõem.
Como o objetivo desta pesquisa não contempla a cadeia produtiva, uma vez
que prevê o sistema de produção na unidade dos agricultores familiares, não se
optou pela metodologia em uso pela Embrapa.
1.3.2 Objetivos
A) Objetivo Geral:
B) Objetivos Específicos:
social e ambiental, bem como os temas que envolvem o objeto da pesquisa, sendo:
comunidade, território e agricultura familiar.
2- REVISANDO A LITERATURA
Mais, recentemente, Veiga (2010, p. 39) aponta que “embora capeiem debates
sobre a noção de sustentabilidade em quase todas as áreas do conhecimento, eles
obrigatoriamente têm suas raízes nas reflexões de duas disciplinas consideradas
científicas: ecologia e economia”. Embora enraizados em duas disciplinas
específicas, outras áreas do conhecimento vem contribuindo na ampliação tanto do
conceito quanto da prática sustentável.
Na zona rural, foco deste trabalho, a literatura indica que o pequeno produtor
rural sofreu a duras penas a falta de condições iguais no meio rural. Embora durante
duas décadas do século passado o meio rural tenha sido alvo de forte estímulo para
o crescimento agropecuário baseado no uso maciço de insumos e aparatos
tecnológicos e, de acordo com Cruz (2007, p.27) “foi adotado um padrão tecnológico
de desenvolvimento que expulsou a força de trabalho considerada improdutiva no
campo.” A categoria dos pequenos agricultores foi enfraquecida pela exclusão do
processo tecnológico em foco na época, contribuindo para que tantos procurassem
nas zonas urbanas melhores condições de vida.
2.2 COMUNIDADE
A formação comunitária exige dos indivíduos uma escolha pessoal com caráter
de pertencimento em determinado grupo. De acordo com Heller (1992) apud
Carvalho (2006, p.111) “O tornar-se parte da comunidade implica em uma liberdade
de escolha, não se trata de uma relação causal (...) mas sim de uma escolha livre,
determinada pelo sujeito.” Portanto, cabe ao indivíduo ser responsável pelos seus
destino e escolhas.
2.3 TERRITÓRIO
De acordo com Beduschi Filho; Abramovay (2003, p.3) “territórios não são,
simplesmente, um conjunto neutro de fatores naturais e de dotações humanas
capazes de determinar as opções de localização das empresas e dos
trabalhadores.” Guerra (2009 p.185), referindo-se à Amazônia, diz que.
De forma mais abrangente Cribb e Cribb (2008, p.111) colocam que a agricultura
familiar é definida como.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O caráter empírico contido nesta pesquisa reflete o que Minayo (2007, p. 26)
expõe como trabalho de campo, consistindo em “levar para a prática empírica a
construção teórica (...). Essa fase combina instrumentos de observação, entrevistas
ou outras modalidades de comunicação e interlocução com os pesquisadores.”
Desta forma, a coleta de dados fornece os subsídios necessários para as
observações da pesquisa, possibilitando o teste, a geração e a interação do
pesquisador e suas proposições científicas com o objeto concreto a ser estudado.
Contempla, de acordo com IBGE. (2010) área de 785, 978 km², e uma
população de 14.680 na zona rural e 21.207 na zona urbana, totalizando 35.887
habitantes no município. Distante a 120 km de Belém, o município delimita-se ao
norte com os municípios de Maracanã e Marapanim. Em relação à zona rural, de
acordo como censo agropecuário de 2006, a condição total da distribuição de
unidades de produção e tamanho das propriedades considerando agricultores e
agricultoras podem ser observadas na Tabela 1.
Banana X
Café-Arábica X
Laranja X
Cana de Açúcar X
Feijão de cor X
Feijão fradinho X
Mandioca X
Milho X
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006
Possui de acordo com o IBGE (2010) uma área de 795.983 km² e uma
população de 26.605, distribuídos entre zona rural 14.901 e urbana 11.704. Distante
a 142 km de Belém, delimita-se a Leste com Curuçá e ao Norte com Igarapé-Açu.
Conforme IBGE (2010) censo agropecuário 2006, a distribuição de unidades de
produção e tamanho das propriedades rurais, considerando agricultores e
agricultoras podem ser observadas na Tabela 3:
Tabela 3. Numero de estabelecimentos e tamanho de áreas
distribuídas por gênero, no município de Marapanim.
Banana X
Café-Arábica X
Café canephora X
Laranja X
Cana de Açúcar X
Feijão de cor X
Feijão fradinho X
Mandioca X
Milho X
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2006
38
Tabela 5. Agricultores entrevistados na Comunidade Nova Olinda - Igarapé Açu e Comunidade São
João - Marapanim
Tempo de
Agricultor Tempo no Agricultura e Agricultura sem cultivo na
projeto queima queima mesma
área
Cupuaçu, banana, ingá,
pimenta do reino,
Waldecley 4 anos Maracujá, Muruci e graviola; mogno, acácia, 3 anos
mandioca paricá; guandu,
gliricídeas e feijão de
porco
Francelino 2 anos Graviola e mandioca Açaí, maracujá e 6 anos
macaxeira
Comunidade Nova Olinda José 11 anos Mandioca, milho e Açaí e cupuaçu Não utiliza
feijão a mesma
área
João 11 anos Milho, feijão e Milho, mandioca, açaí, 11 anos
Francisco mandioca cupuaçu,
Marcos 11 anos Mandioca, melancia, Graviola, pimenta do 4 anos
França maracujá reino e açaí
Manoel da 9 anos Feijão, mandioca, 9 anos
Silva milho, pimenta do Os cultivos
reino, maracujá, permanecem os
hortaliças mesmos
João Barros 11 anos Milho, mandioca, Açaí, cupuaçu, limão e 11 anos
feijão e pimenta do tangerina
reino
José Pereira 7 anos Milho e mandioca Cacau, açaí, laranja; 7 anos
paricá, mogno e teca
Comunidade São João Paulo 5 anos Milho, mandioca, Maracujá, açaí, limão, 5 anos
Monteiro arroz e feijão tangerina,laranja,
pupunha; mogno
brasileiro e africano,
andiroba, jatobá, paricá,
tatajuba e teca
Fonte: CERQUEIRA SEGUNDO, E. F. (2011)
“Sim. Porque a área triturada agüenta anos e anos com nutrientes no solo.”
“Sim. Quando ia queimar não tinha controle dele (fogo) e ele sempre se
alastrava...”
“Com certeza. Porque por mais que triture, a área ao redor não sofre tanto
impacto quando na época do fogo...”
“Sim, e chegou muito tarde. A matéria prima fica toda na terra (...) a chuva
não leva...”
“No primeiro ano não supera a queima porque precisa do adubo para poder
melhorar (...) após o início o rendimento melhora.”
“Sim. Antigamente a poeira [cinza] fazia muito mal para a vista e respiração.”
“... agora têm bem poucos. O bom é que só ficou quem gosta de cultivar
assim.”
Em abril de 2008, foi submetida nova proposta aos agricultores que participam
do projeto Raízes da Terra. Tratava-se da extração de sementes, de espécies
encontradas nas propriedades dos agricultores e enviadas para beneficiamento à
saboaria da Natura localizada no Município de Benevides. Na ocasião alguns
representantes da Natura tiveram a oportunidade de conhecer a área bem como os
trabalhos que vem sendo realizada em parceria da Embrapa Amazônia Oriental, e
levantaram um grande potencial no fornecimento de Inajá, Tucumã e o Mucajá.
1
Informações pessoais fornecidas pela técnica Josie Helen Oliveira Ferreira – tec. ASDCONO.
48
“Aprendi que se tiver conhecimento qualquer coisa pode dar certo. Antes
não fazia porque não sabia se ia dar certo.”
“Às vezes sim. É preciso ter cursos para poder conhecer a tecnologia.”
“Sim, pra se trabalhar com ela tem que conhecer antes. Tem que fazer
cursos com os pesquisadores.”
“Reuniões”.
“Às vezes passo (as informações) para um vizinho que se pudesse estaria
no projeto. Quando ele vem aqui (na propriedade) acha bonito os plantios.
Conversamos e eu vou contando como funciona”.
“Sim. Ajudo quando alguém tem curiosidade. Quando aprendo algo não
tenho problema de ensinar quem quer aprender”.
“Sim, mas é difícil eles praticarem porque não fazem parte do projeto e não
tem acesso a máquina (trituradora). Mas os cuidados sobre o meio
ambiente eles entendem”.
“Tranqüila. Aqui é uma nova escola porque vem pessoas de todo o mundo
através da Embrapa e da ASDCONO”.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERENCIAS
No. ENTREVISTADO:__________
COMUNIDADE:_________________________
1.Há quanto tempo o Sr. (a) está envolvido com o Projeto Tipitampa?
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6. O que mudou em sua área de plantio, com o emprego dessa prática? ( por
exemplo: no solo, na vegetação, no meio ambiente)
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8. O Sr. (a) acha a tecnologia “agricultura sem queima”, uma prática sustentável de
produção? porque?
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10. Como o Sr.(a) avalia as condições de segurança no preparo de área para plantio
com o emprego da tecnologia de “agricultura sem queima”?
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12. O Sr (a) acha que para empregar a tecnologia “agricultura sem queima” o
agricultor (a) precisa de capacitação?De que forma?
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14. Como é feita a socialização das informações geradas pelo Projeto Tipitamba?
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17. Como tem sido a sua relação de trabalho com os pesquisadores da Embrapa?
(trocam idéias, experiências etc.) Como?
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Obrigado!
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