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MODERNISMO EM ERIC
VOEGELIN (por
Felipe Coelho)
NOTA: êste artigo era hospedado pelo site da Montfort;
como êles decidiram apagá-lo sem qualquer bom motivo, e
considerando que eu já tinha salvo uma cópia do mesmo no
meu HDD, tomei a liberdade de compartilhá-lo aqui no
medium-dot-com.
2. Apresentação
Eric Voegelin (1901–1985) foi um estudioso alemão que
causou comoção nos meios acadêmicos ao classificar
movimentos políticos modernos — como o positivismo e o
marxismo — como gnósticos, de modo que não passariam de
novas versões de uma velha heresia combatida pela Igreja
Católica. Nascido em Colonha, Voegelin chegou a ser aluno
de Hans Kelsen, mas acabou emigrando até a Louisiana, no
sul dos Estados Unidos, durante a ditadura de Hitler. Foi lá
que escreveu a maioria de seus livros. Sua “demonização” do
marxismo — se não precisa, ao menos justa — lhe garantiu
alguma popularidade junto à direita americana, embora
Voegelin também condenasse o liberalismo e o
protestantismo como movimentos gnósticos. Em grande
parte devido à difusão das teses de Voegelin, teses estas
inspiradas por autores modernistas, tem havido
recentemente uma onda de estudos “revisionistas” sobre
gnose, questionando a validade do termo e buscando
redefinir seu significado. O presente estudo visa mostrar
justamente como Voegelin está envolvido nesta confusão, e
quais as suas razões.
3. Gravidade e abrangência
da gnose
Antes de mais nada, para Voegelin, a gnose é um problema
espiritual muito sério, que vai da antigüidade à
modernidade, e cuja gravidade é tamanha que ele a equipara
ao satanismo, como se vê pelo trecho a seguir: “Voegelin
explica que os ‘movimentos gnóstico-satânicos’, com sua
‘revolta contra a realidade’, se tornaram ‘uma força na
história mundial’.” (ROSSBACH, p. 6, negrito nosso).
8. Exemplo da confusão de
Voegelin: marxismo e gnosticismo
Tomemos o caso do marxismo como exemplo, para
explicitar a confusão voegeliana. De fato, os marxistas
pensam segundo uma estrutura de pensamento gnóstica, ao
negarem a realidade em prol de um sistema irreal, e ao
sustentarem uma presunção elitista de detenção de um
conhecimento salvador. Isto decorre do fato de Marx ter
aplicado a estrutura do idealismo, que é gnóstica, ao
materialismo.
9. Conseqüência da contradição: a
caricatura da gnose
Certamente foram abusos terminológicos como este de Eric
Voegelin que levaram à célebre caricatura de Ioan P.
Couliano, citada tanto por Rossbach quanto por Hoeller, e
que reproduzimos a seguir:
- nega a Redenção,
O panteísmo é gnóstico?!
In Iesu et Mariae,
Felipe Coelho.
16. Bibliografia
Santo AGOSTINHO, A Cidade de Deus (Contra os Pagãos),
Petrópolis: Editora Vozes, 1999, 4a. edição.
Prof. Orlando FEDELI, A Gnose “Tradicionalista” de René
Guénon e Olavo de Carvalho,
<http://www.montfort.org.br/cadernos/guenon.html>.
<http://pro.harvard.edu/papers/091/091007RossbachSt.p
df>.
<http://www2.gol.com/users/coynerhm/gnosticism_ancie
nt_and_modern.htm>.