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Desenvolvimento de Tecnologia para Substituição

de Óleo Isolante Mineral por Óleo Isolante Vegetal


em Transformadores de Potencia Usados.
CINETEL
Martin A. Navarro, Marilucia Martinato, Bernardo P.L. Salum e José Geraldo G. Silveira

submetido ao processo de substituição do óleo isolante mi-


Resumo – Este documento apresenta o trabalho de desenvol- neral pelo óleo isolante vegetal, foi instalado um sistema de
vimento de tecnologia para substituição do óleo mineral isolan- monitoramento, devolvido ao campo e colocado em opera-
te pelo óleo vegetal isolante em transformadores de potencia ção.
usados, para potencia de até 50 MVA e classe de tensão até 138
O transformador projetado para óleo isolante mineral tem
kV .São definidos critérios para selecionar o transformador;
elaborar testes antes da substituição do óleo; compatibilidade uma redução de potencia quando usado com óleo isolante
de materiais ; testes do transformador após o enchimento com vegetal, considerando os mesmos limites de elevação de
óleo vegetal; definição da potencia do transformador com óleo temperatura.
vegetal. São mantidos os mesmos limites de elevação de tempe- Estes trabalhos apresentados estão englobados dentro do
ratura para o óleo mineral e óleo vegetal para na definição da projeto de P&D da ANEEL 0047-014/2007 “Desenvolvi-
potencia do transformador. A potencia do transformador com
mento de tecnologia para substituição de óleo isolante mine-
óleo vegetal isolante é menor que com óleo mineral isolante
devido à redução da capacidade de dissipação térmica.. A via- ral por óleo isolante vegetal em transformadores de potencia
bilidade técnica da substituição do óleo isolante mineral pelo usados”
óleo isolante vegetal abre novas perspectivas para equipamen-
tos com menor impacto ambiental e para uma sociedade mais
segura.
II. D ESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Palavras-chave – Óleo, Substituição, Transformadores, Usa- A finalidade principal da pesquisa é analisar a viabilidade da
dos, Vegetal substituição do óleo mineral pelo óleo vegetal em transfor-
madores médios de potencia, na ordem de até 50 MVA, em
I. INTRODUÇÃO transformadores projetados e fabricados para utilização com
óleo mineral e estando os transformadores com alguma re-
A utilização do óleo vegetal isolante em substituição ao
dução da sua vida útil devido ao uso no sistema de distribui-
óleo mineral isolante tem apresentado algumas vantagens ção de energia elétrica.
em transformadores novos referente aos itens de menor im-
pacto ambiental e maior temperatura de inflamação do óleo. Adota-se a metodologia da execução real, da substituição do
Foi levantada pela Coelba a necessidade de verificar qual é a óleo isolante mineral pelo óleo isolante vegetal em trans-
possibilidade de utilizar óleo vegetal isolante em transfor- formador de características de acordo com o objetivo da
madores de potencia usados, porem em bom estado, com o pesquisa, atendendo às exigências e cuidados requeridos
intuito de colaborar em colocar a empresa dentro dos crité- para cada etapa do processo e dota-se ao transformador de
rios de sustentabilidade , reduzir custos de manutenção e um sistema de monitoramento para obtenção de dados de
aumentar a vida útil do equipamento. operação real em campo.
O óleo vegetal isolante tem características físico-químicas
diferentes das do óleo mineral isolante que afeta principal- São analisados os resultados obtidos pela troca do óleo e
mente ao comportamento dielétrico, térmico e químico que definem-se os critérios para seleção e execução da troca em
devem ser avaliadas para não comprometer o funcionamento outras unidades.
do transformador com óleo isolante vegetal. Os trabalhos de
pesquisa e de substituição de óleo mineral isolante pelo óleo Com base à experiência previa da empresa executora na
vegetal isolante são efetuados num transformador de 20/26,6 fabricação de transformadores de potencia com óleo isolante
mineral e vegetal, e com o objetivo da concessionária dentro
MVA 138/13,8 kV, com 10 anos de uso, que foi retirado de
do projeto de P&D são definidas as seguintes etapas:
operação para execução desta pesquisa O transformador foi
• Seleção do transformador.
M.A.Navarro, M.Martinato, B.P.L.Salum e J.G.G.Silveira trabalham na • Testes iniciais operativos do transformador com óleo
Siemens Ltda, Jundiaí -SP (e-mails: martin.navarro@siemens.com; mari-
lucia.martinato@siemens.com; bernardo.salum@siemens.com; geral-
mineral na fabrica.
do.silveira@siemens.com ) • Testes e verificações prévios à troca de óleo.
• Alterações no transformador antes da impregnação com ção de OIV em transformador previamente impregnado com
óleo vegetal isolante. OIM, a desimpregnação do OIM deve ser efetuada ao má-
• Instalação do sistema de monitoramento com sensores. ximo para minimizar a contaminação do OIV pelo OIM e ao
• Execução da troca de óleo. mesmo tempo assegurar a completa impregnação pelo OIV
• Testes posteriores à troca de óleo na fabrica. dos materiais sólidos isolantes.
• Instalação e energização do transformador com óleo O conhecimento do projeto do transformador, com as di-
vegetal no campo. mensões dos materiais isolantes, em especial dos elementos
• Operação do Monitoramento. isolantes que também tem uma função mecânica, tais como
• Conclusão. calços e suportes, é de vital importância para definir a dura-
ção do processo de impregnação e/ou a necessidade de alte-
ração ou troca destes elementos.
A utilização do OIV, óleo isolante vegetal, em transfor-
mador projetado e fabricado inicialmente para OIM, óleo
E. Compatibilidade química com OVI
isolante mineral, considera as características físico- quími-
O produto OVI é quimicamente diferente do OMI. Cada
cas do OIV e as suas implicações no transformador e insta-
óleo tem uma determinada reação química com os outros
lação de operação.
materiais. Os materiais usados normalmente no transforma-
O óleo isolante vegetal utilizado é : Envirotemp FR3
dor ou nos processos para OMI podem apresentar reações
inaceitáveis com OVI. Destacam-se com maior potencial de
As principais características do óleo a considerar são:
risco de incompatibilidade com o OVI os seguintes materi-
ais: tinta interna do tanque e a tinta interna dos radiadores;
A. Constante dielétrica
bolsa de borracha do conservador; borrachas das juntas e
O OIV tem maior constante dielétrica que o OIM. O pro-
vedações incluindo anéis O’ring; colas; esmaltes de fio; fia-
jeto da isolação do transformador inicial foi efetuado com
ção de circuitos de controle; mangueiras e dutos para circu-
base ao dimensionamento dielétrico da isolação do trans-
lação do óleo; materiais em contato com o OVI nos proces-
formador considerando a constante dielétrica do OIM. Utili-
sos de transporte e tratamento do óleo, como tanques.
zando OIV, as solicitações dielétricas inicialmente previstas
são alteradas. Pelo fato da constante dielétrica do OIV ser
F. Reação do OVI com o Oxigênio:
maior que a do OIM, há um aumento da solicitação dielétri-
O OVI reage facilmente com o Oxigênio. A utilização do
ca nos outros materiais isolantes e uma redução da solicita-
OVI deve ser feita dentro de circuitos fechados, evitando o
ção dielétrica no óleo.
contato com Oxigênio.
B. Rigidez dielétrica
G. Características higroscópicas do OVI
A rigidez dielétrica do OIV é diferente que a do OIM. O
O OVI é higroscópico. Os processos de fabricação do trans-
projeto da isolação do transformador inicial foi efetuado
formador e os processos de substituição do OMI pelo OVI
com base ao dimensionamento dielétrico da isolação do
devem atentar para esta característica higroscópica do OVI
transformador considerando a constante dielétrica do OIM e
de modo a evitar a absorção de água pelo OVI, utilizando
a rigidez dielétrica de cada material. O valor da rigidez die-
circuito próprio e fechado, livre de umidade.
létrica dos materiais utilizados no projeto depende de vários
Por outra parte, estas características higroscópicas do OVI
fatores como, alem do próprio material em si, das dimensões
lhe conferem um critério próprio para analise do estado do
construtivas como o raio de curvatura dos eletrodos; distan-
óleo, por exemplo, nos testes de recepção ou utilização do
cia entre eletrodos; e do tipo da solicitação dielétrica naque-
óleo.
le ponto, seja impulso, ou a frequência industrial; etc.
Os valores para dimensionamento da isolação do transfor-
As principais características a considerar do transformador
mador com OIV foram verificados considerando o projeto
são:
do transformador, dados próprios, e dados do fornecedor do
óleo vegetal isolante.
H. Potencia e classe de tensão
Seleção do transformador incluído na faixa de potencia e
C. Viscosidade do OIV:
tensão para atender ao objetivo deste projeto de P&D de
A viscosidade e a curva característica de viscosidade x
acordo a Coelba para abranger maior aplicabilidade dos re-
temperatura do OIV são diferentes do OIM. Isso afeta a ve-
sultados. Sugere-se um transformador com potencia de até
locidade de circulação do óleo nos canais dos enrolamentos
50 MVA e até 138 kV.
e nos radiadores. Consequentemente a capacidade de dissi-
pação térmica do transformador projetado para OIM é pior
I. Estado e tempo de vida do transformador.
quando utilizado OIV. A potencia do transformador proje-
O transformador para execução da pesquisa deve estar em
tado para OIM fica reduzida quando utilizado OIV, conside-
bom estado de operação sem falhas, para não comprometer
rando os mesmos limites de elevação de temperatura.
o resultado técnico nem o custo do projeto. Considerando a
expectativa de vida de um transformador deste porte, adota-
D. Impregnação com OIV
se um transformador com 10 anos de operação aproxima-
A completa impregnação dos materiais sólidos isolantes
damente.
pelo óleo isolante do transformador é uma condição indis-
pensável para a função isolante. Falhas na impregnação dos
J. Características físico- químicas dos materiais do trans-
materiais sólidos ou bolhas de ar podem produzir descargas
formador:
parciais e a consequente falha dielétrica. No caso de utiliza-
O transformador para execução da pesquisa deve estar i- fabrica.
sento de contaminação por componentes clorados, PCB,
para evitar contaminação na fabrica onde se efetuam os pro- O. Testes iniciais operativos do transformador na fabrica
cessos de fabricação e ensaios. com óleo isolante mineral
O transformador para execução da pesquisa deve estar isen- No recebimento na fabrica o transformador foi cheio com
to de enxofre corrosivo, para evitar falhas. OIM e submetido aos seguintes ensaios: Relação de Tensão
e Polaridade; Resistência Ôhmica; Fator de potencia de iso-
K. Fabricante do transformador. lamento e capacitância; Resistência de isolamento; Ensaios
O transformador para execução da pesquisa é escolhido dielétricos, incluindo tensão induzida e aplicada; Perdas em
do mesmo fabricante. Esta escolha se fundamenta para: vazio e corrente de excitação; Perdas em carga; Elevação de
viabilizar a disponibilidade do projeto para os analises tér- temperatura; Relação dos transformadores de corrente; Con-
micos teóricos; viabilizar o conhecimento dos componentes,
trole do comutador.
materiais, acessórios, comutador e processos utilizados na
fabricação original.
P. Testes e verificações prévios ao enchimento com óleo
L. Sistema fechado de óleo isolante vegetal
É verificada a compatibilidade química entre o óleo iso-
O transformador deve ter o sistema fechado de óleo, de-
vido á utilização de óleo vegetal. lante vegetal e a pintura interna do tanque e dos radiadores.

M. Comutador adequado Q. Substituição de componentes


O transformador deve ter um comutador compatível para São substituídos os componentes de borracha por outros
a troca do OMI do tanque do transformador para OVI, sem de material compatível com o óleo isolante vegetal, tais co-
contaminação. mo: bolsa do conservador; vedações; anéis O ‘ ring.

R. Instalação dos sensores e sistema de monitoramento


III. EXECUÇÃO DOS TRABALHOS Para avaliação dos gases dissolvidos no óleo é instalado o
monitoramento da mistura de gases, com sensor para OIV,
N. Seleção do transformador figura 1. São avaliadas as taxas, tendências e valores limites
É analisada a adequação do transformador para o projeto dos gases dissolvidos no óleo, baseado em aprendizado esta-
de P&D. Opta-se por um transformador de fabricação Sie- tístico on-line.
mens, por ser do mesmo fabricante executor da pesquisa.
Assim fica garantido o conhecimento do projeto original e
possibilita uma maior acuidade da pesquisa, conhecimento
dos materiais e processos de fabricação, embora a conces-
sionária houvesse sugerido inicialmente um transformador
de outro fabricante. Com os dados do projeto do transfor-
mador é possível o analise térmico do transformador pela
simulação teórica em programas de computador e a corres-
pondentes validação com as medições efetuadas pelo siste-
ma de monitoramento.
O tipo de transformador escolhido esta dentro da faixa de
potencia e tensão que se direciona o resultados da pesquisa
para aplicação da concessionária.
Os dados do transformador objeto desta pesquisa são:
- Fabricante: Siemens
- Potencia: 20 / 26,6 MVA Figura 1. Sensor de gases dissolvidos no óleo.
- Tensão: 138/ 13,8 kV
- Data de fabricação: 1998 Para o analise e monitoramento do carregamento são ins-
- Comutador: tipo MR H III talados transdutores de corrente, figura 2, no circuito do TC
O volume de óleo do transformador escolhido é maior que de imagem térmica, e com base num método proprietário da
o previsto no projeto de P&D devido à potencia e classe de Siemens, o sistema calcula o hot spot atingido a partir de
tensão, o que requereu um ajuste nos custos previstos do valores fornecidos pelo usuário e também das condições
projeto. atuais de operação, auxiliando no gerenciamento de carga do
Adicionalmente à disponibilidade de remoção do trans- equipamento.
formador, que estava instalado na subestação de Porto Segu-
ro, Bahia, é necessário que o transformador esteja isento de
enxofre corrosivo e isento de PCB, para não comprometer o
resultado da pesquisa nem contaminar as instalações do fa-
bricante. O transformador foi submetido aos testes de PCB e
enxofre corrosivo sendo aprovado e liberado para envio à
Figura 2. Transdutor de corrente .. Figura 5. Sensores de temperatura no núcleo.

Para medição das temperaturas são instalados sensores de Para avaliação da umidade relativa do óleo e monitora-
temperatura – PTC100 parte superior e inferior dos mento é instalado o sistema Hydran M2 com sensores, que
radiadores, figura 3 inclui o calculo estimado da umidade no papel e analise de
tendência.

Nas buchas os sensores instalados são para medir o desvio


relativo de capacitância, figura 6.

Figura 3. Sensor PT100 topo do óleo.

São instalados sensores de fibra óptica para medição dire-


ta de temperatura na cabeça do enrolamento AT, figura 4;
cabeça do enrolamento BT ; núcleo, figura5; canal óleo da Figura 6. Sensores para medição do desvio relativo de capacitância das
AT ; canal de óleo da BT; buchas.

Os sinais são enviados para o painel de sensores até os di-


visores capacitivos e então condicionados em sinais digitais
e enviados ao sistema de monitoramento SIEMENS ,figura
7.

Figura 4. Sensores de temperatura no enrolamento de Alta Tensão


Figura 7. Painel de sensores. Figura 8. Monitoramento do transformador. Potencia x Temperatura Hot
Spot (calculada).
S. Enchimento com óleo vegetal
É efetuada previamente a desimpregnação do transforma-
dor.
O equipamento para tratamento do óleo vegetal deve ser
previamente qualificado para atender aos requisitos de:
compatibilidade química; temperatura de operação; volume
de tratamento; tamanho dos filtros; nível de vácuo.
Deve ser definido o tempo de impregnação da parte ativa
do transformador com base a um analise prévio. A finalida-
de é identificar eventuais componentes que pelo seu tama-
nho, material ou formato posam requerer tempo de impreg-
nação maior.
O enchimento do transformador deve ser efetuado com o
óleo quente e sob vácuo.

T. Testes posteriores ao enchimento com óleo vegetal. Figura 9. Monitoramento do transformador. Evolução de gases no óleo.
Os mesmos testes efetuados com óleo isolante mineral
são feitos novamente com óleo isolante vegetal. Os resulta- O transformador está operando satisfatoriamente desde
dos mostram elevações de temperatura maiores com óleo sua energização, por mais de um ano.
isolante vegetal, o que significa redução de potencia, consi-
derando os mesmos limites. W. Analise do desempenho térmico.

U. Instalação e energização do transformador com óleo Os valores de aquecimento do transformador em óleo iso-
vegetal em campo. lante mineral e em óleo isolante vegetal considerando as
O transformador foi transportado, instalado e entrou em características físico-quimicas dos dois óleos suportam o
operação. seguinte analise [1]-[4] de desempenho térmico:

V. Operação do monitoramento. Tendo por base um modelo termo-hidráulico adequado a


O sistema de monitoramento entrou em operação e forne- transformadores de força, avaliamos os parâmetros térmicos
ce, entre outros, os dados de carga do transformador e tem- do transformador de 20/26,6MVA (ONAN/ONAF) com
peratura do HotSpot, figura 8, e analise de evolução de ga- óleo isolante mineral e posteriormente ao reenchimento com
ses , figura 9. óleo isolante vegetal. Comparamos o desempenho térmico
desta unidade com simulações em diversas cargas e em di-
versas temperaturas ambientes, tabelas I a IV.
A circulação de óleo natural em um transformador é im-
pulsionada pelo efeito de termossifão. Explicando de uma
forma estática, o calor produzido nos fios dos enrolamentos
é transmitido por condução térmica através das isolações de
papel, transmitido ao óleo que envolve os enrolamentos a-
través da camada limite hidráulica e a seguir ao óleo em
movimento. Nos canais, o óleo aquecido pelo fluxo térmico
tem seu peso específico reduzido, e por isso, é impulsionado
para cima. Este mecanismo se repete ao longo dos enrola-
mentos e também ao longo do núcleo, criando uma vazão de υ (ϑ ) ⋅ L V 2
óleo por convecção natural através destes canais. ∆ p h (V , ϑ ) = f ⋅ ⋅
Dh 2
Nos radiadores o efeito é o oposto. O resfriamento do óleo
Onde :
aumenta seu peso específico, impulsionado o óleo para bai-
xo e promovendo a entrada de óleo quente pela parte superi- h = Altura ou posiçao na estrutura onde circula o óleo
or. ∆p g = Diferença de pressão hidráulica no circuito
A geometria e a diferença de altura dos enrolamentos e γ (h ) = Peso específico do óleo
ϑ (h ) = Temperatura como função da altura
radiadores é utilizada para aumentar a circulação de óleo; o
peso das diversas colunas de óleo no transformador, ao lon-
∆p h = Perda de carga hidráulica
go de cada enrolamento, ao longo do núcleo, ao longo do
interior dos radiadores, são diferentes e portanto geram um V = Velocidade media do óleo proporcional à vazão
desequilíbrio de pressão estática. Combinando estes efeitos υ (ϑ ) = Viscosidad e cinemática do óleo em função da temp.
temos uma bomba de pressão. A circulação do óleo ocorre L = compriment o característico
no sentido de equilibrar a distribuição de pressão adicionan- D h = diâmetro hidráulico
do as perdas de carga hidráulicas geradas,
f = Fator de atrito de fanning
Esta circulação gera nova distribuição de temperatura do
óleo e por conseguinte o peso específico do óleo ao longo Do ponto de vista térmico de cada ramo do circuito termo-
dos canais de óleo, e assim sucessivamente até um equilíbrio hidráulico temos:
dinâmico.
A pressão gerada e a perda de carga através dos enrola- Pk = Q ⋅ ρ ⋅ cp ⋅ Θ olw
mentos e dos radiadores determina a vazão de óleo através
de cada um deles, definindo a velocidade de cada escoamen-
to em regime contínuo. (
Pk = Q ⋅ ρ ⋅ cp ⋅ ϑ sup .oleo − ϑ inf .oleo )
O equilíbrio destes fluxos por sua vez define os gradientes Sendo
longitudinais de temperatura ao longo de cada enrolamento Θ olw = diferença de temperatura entre entrada e saída de
e do núcleo, considerando que o fluxo de calor seja constan-
te. óleo no enrolamento ou o gradiente longitudinal
A luz de um modelo termo-hidráulico simplificado e com Q = vazão volumétrica do óleo no enrolamento conside-
uma avaliação de parâmetros térmicos através do ensaio de rado, m3/s
aquecimento por método de linearização da curva de decai- ρ = densidade média do óleo
mento por uma dupla exponencial podemos compor o cálcu- cp = calor específico do óleo
lo de hot spot em diferentes condições de carga e temperatu- m& = massa de óleo/tempo ou kg/s
ra ambiente conforme veremos a seguir: Pk = Perdas no enrolamento considerado
e
h max
P k (I , ϑ w ) = I 2 ⋅ ∫ R cc i (ϑ w i (h ))⋅ (1 + z (ϑ w i (h )))
0
sendo:
Rcc (ϑ w ) = Resistência em corrente continua do enro-
lamento considerado em função da temperatura
Z (1 / ϑw ) = Fator de perdas adicionais do enrolamento
em função do inverso da temperatura do fio
I = corrente que circula no enrolamento na carga
considerada.
ϑw (h ) = Temperatura do enrolamento considerado em
função da altura no enrolamento, ou seja, temperatura.
Figura10 – Dinâmica básica dos fluxos de óleo em um transformador com Pk é primordialmente proporcional à corrente de carga ao
circulação natural de óleo e distribuição de temperatura ao longo dos enro-
lamentos em transformadores.
quadrado, da temperatura média do enrolamento e das per-
das adicionais. As perdas adicionais dependem da geometria
Em linhas gerais teremos assim o equacionamento para o dos fios ou cabos do enrolamento e podem variar nas diver-
sistema em regime contínuo conforme segue: Do ponto de sas partes de um enrolamento devido às componentes radial
vista hidráulico de cada ramo do circuito termo-hidráulico ( e axial do campo magnético de dispersão. As perdas adicio-
nais do enrolamento, diferentemente das perdas ôhmicas,
cada enrolamento, núcleo, radiadores e tanque) temos:
variam inversamente proporcional à temperatura do enrola-
mento e podem compor até 40% das perdas totais deste
∆p g = ∫ γ (h )dh radiator − ∫ γ (h )dh winding enrolamento.
γ (h ) = F (ϑ (h )) Do ponto de vista térmico, pela lei da conservação de e-
nergia temos que as perdas produzidas são iguais às perdas
dissipadas em regime contínuo e para uma temperatura de
referência temos simplificadamente: ou simplificadamente

Pt = Pk _ AT + Pk _ MT + Pk _ BT + Po (U ) + Psup l . 1 d
Θ wo =  +  ⋅ q
Pt = Prad + Ptan = Srad ⋅ hrad (v) ⋅ ∆Tlog + Stan ⋅ htan ⋅ ∆Ttan α λ 
Onde:
∆Tlog = diferença média logarítmica de temperatura onde:
q = Fluxo de calor superficial médio no conjunto de fios
entre óleo e ar amb. nos radiadores
considerado na temp. de referência
S rad = Superfície de dissipação dos radiadores. Sd = Superfície efetiva de dissipação
hrad (v ) = Coeficiente de convecção da superfície exter- Θ wo = Gradiente cobre- óleo médio na temperatura de
na do radiador em função da vazão de ar referência
∆Ttan = diferença média de temperatura entre óleo e ar RTH = Resistência térmica total
ambiente p/ o tanque α = Coeficiente de transferência de calor superficial
S tan = Superfície de dissipação dos radiadores. médio na temp. de referência.
h tan = Coeficiente de convecção da superfície externa λ = Condutividade térmica do papel de isolação dos fi-
os (condução) na temp. de referência
do tanque
d = espessura do papel de isolação do fio
Psup l . = Perdas suplementares , provenientes de circula- O cálculo de ‘q’, efetivo, é na realidade mais complexo,
ção de correntes induzidas nas partes metálicas do tan- por levar em consideração a variação das perdas específicas
que, vigas, barramentos e ligações. ao longo dos enrolamentos, os agrupamentos de fios, os e-
Po (U ) = Perdas do núcleo do transformador em função lementos de fixação, calços e sua geometria. O campo mag-
nético radial e axial em cada seção do enrolamento é avalia-
da tensão U do transformador. do para o cálculo das perdas adicionais devidas a esses cam-
Pk _ = Perdas dos enrolamentos AT , BT e MT pos. Se uma seção do enrolamento tem características dife-
rentes obviamente isto é levado em consideração.
Pt = Perdas totais do transformador - Perdas dos en- A resistência térmica depende do arranjo dos fios na bo-
rolamentos, do núcleo e suplementares bina e posicionamento dos canais de óleo e da espessura do
Qxx = Vazão de óleo nos ramos XX , ou seja, nos enro- papel. O coeficiente de transferência de calor superficial
lamentos AT , BT, MT, núcleo e radiadores médio é dependente do tipo de resfriamento ou mais especi-
Θxx = gradiente de temperatura longitudinal do óleo ficamente da velocidade do óleo nos canais, canais axiais e
nos ramos XX radiais, da geometria geral da bobina e do fluxo de calor
pela superfície do fio.
Pela transferência de calor nos radiadores e tanque a Do cálculo das perdas efetivas, que inclui as perdas adi-
uma temp. de referência, temos simplificadamente: cionais específicas de cada seção, temos o fluxo de calor
Pk _ AT + Pk _ MT + Pk _ BT + Po (U ) + Psup l . = PRad + PTan superficial em cada seção do enrolamento. Das perdas es-
pecíficas nas cabeceiras das bobinas qhs e do valor médio
e ponderado qavg definimos o fator de “hot spot” Hhs (entre
Pi = Q ⋅ ρ ⋅ cp ⋅ Θ olw _ i 1,0 e 2,1) na temperatura de referência:
H hs = (q hs / q avg )Ζ
QAT⋅Θolw_AT +QMT⋅Θolw_MT+QBT⋅Θolw_BT +Q0 ⋅Θolw_o +Psupl. =QRad⋅Θol_rad+QTan⋅Θol_tan ou por

Ainda temos pelo princípio da conservação de massas que: H hs = Θ wo _ hs / Θ wo


Q AT + Q MT + Q BT + Q 0 + Q Rad + Q Tan = 0 se a geometria/composição do enrolamento exigir.
Através do balanço dinâmico de energia entre as perdas
Isto posto temos que o gradiente longitudinal do radiador geradas pelo transformador e da capacidade de dissipação
não é igual ao gradiente longitudinal de nenhum enrolamen- do sistema de refrigeração dos radiadores, e do balanço di-
to em especial. Ou dizendo de outra forma, a temperatura de nâmico da vazão em cada ramo do circuito hidráulico (radi-
entrada do óleo nos radiadores não é igual à temperatura de adores, enrolamentos, núcleo e lateral livre) decorrente das
saída de um enrolamento em particular. Do ponto de vista pressões geradas pelas diferenças de densidade do óleo em
térmico de cada enrolamento simplificadamente, em uma cada ramo, que por sua vez são decorrentes da distribuição
temperatura de referência, temos: de temperatura, temos a definição das temperaturas do óleo
(mínima, média e máxima).
Pk As temperaturas e velocidades do óleo definem os coefi-
=q cientes de convecção entre o óleo e os enrolamentos, que
Sd e somados com as parcelas de condução de calor, definem o
gradiente cobre-óleo. Analogamente define-se o gradiente
Θ = R TH ⋅ q longitudinal do óleo nos canais do núcleo do transformador.
wo
A partir destes gradientes cobre-óleo, dos gradientes lon-
gitudinais através dos enrolamentos e das temperaturas do curvas de decaimento exponencial simples e calculamos
óleo temos a descrição térmica do transformador apenas os gradientes médios cobre-óleo e a elevação do óleo
médio de referência. Portanto podemos apenas calcular com
Equacionamento conjunto simplificado do cálculo do “hot boa precisão as elevações médias do enrolamento sobre o
spot” ambiente
Tomando-se por base os valores calculados para a condi- A constante de tempo do enrolamento (5 a 15 minutos),
ção nominal do transformador ou seja para uma derivação relativa ao decaimento exponencial do gradiente de tempera-
específica do enrolamento, corrente próxima da corrente tura cobre-óleo médio, é bem menor que a constante de
nominal, temperatura de referência de 85°C e as equações tempo do decaimento exponencial do gradiente longitudinal
descritas anteriormente podemos reescrever simplificada- do óleo nos enrolamentos que por sua vez é menor que a
mente para outras condições de carga de um mesmo regime constante de tempo do decaimento exponencial da gradiente
de resfriamento: médio de temperatura do óleo em relação ao ambiente (2 a 4
A temperatura do ponto quente do enrolamento, ou tem- horas).
peratura do “hot spot” é calculada por: Durante a estabilização com perdas totais no ensaio de
aquecimento circulamos uma corrente nos enrolamentos
ϑw_ hs (I ) =ϑambiente+ Θinf .oleo + Θolw ⋅ (Pcu / Pcu.nom) ⋅ Fviscosity + Hhs ⋅ Θwo ⋅ ( Pcu / Pcu.nom)
y n
superior à corrente nominal de forma que as perdas produzi-
das sejam do montante das perdas totais. O gradiente longi-
É de se notar que o equacionamento detalhado de cada tudinal de temperatura do óleo nos canais dos enrolamentos
cálculo parcial acima descrito é parte do know-how de cada estará acima da situação de regime com corrente nominal e a
fabricante. No entanto estas equações mais extensas são avaliação deste gradiente deve ser devidamente corrigida
desnecessárias para o entendimento do equilíbrio dinâmico para termos os valores relativos à situação em serviço. A
do sistema termo-hidráulico de um transformador. estabilização com corrente nominal em geral de uma hora
O cálculo de temperatura pelo método da imagem térmica permite que gradiente de temperatura médio do cobre-óleo
convencional, como comparativo é: se estabilize mas não permite que o gradiente de temperatura
longitudinal nos canais esteja ainda estabilizado. Este efeito
ϑ w ( I ) = ϑ topo . oleo + H hs ⋅Θ wo ⋅ (I / I nom )n também deve ser considerado na avaliação dos parâmetros
ao recalcular para a situação de serviço.
Todos os gradientes parciais devem ser recalculados à
Avaliação dos gradientes de temperatura parciais utili- uma temperatura de referência para que sejam utilizados em
zando-se do ensaio de aquecimento de um transformador situações de serviço como monitoramento on-line ou guia de
As normas se utilizam de um procedimento simples que carga
extrapola a temperatura média dos enrolamentos no momen- No ensaio de aquecimento, o transformador não está sob
to do desligamento da alimentação com corrente nominal, tensão nominal, pois é necessário colocá-lo em curto-
com curvas de decaimento exponencial simples e com boa circuito e alimentá-lo com aproximadamente a tensão de
precisão se o ensaio é bem executado. O gradiente de temp. impedância. Portanto a temperatura do topo do óleo próxima
cobre-óleo é estimado considerando uma elevação de tempe- à tampa do transformador durante o ensaio de aquecimento
ratura média do óleo também estimada. Os métodos de en- não reflete a temperatura do topo em condições nominais de
saios estão focados em uma correta avaliação da elevação serviço com tensão nominal. Em serviço, a distribuição de
média de temperatura do enrolamento e ainda sob condição temperaturas é modificada, pois o gradiente longitudinal de
nominal. O método não avalia diretamente a temperatura do temperatura do óleo nos canais no núcleo pode ser alto em
hot-spot e não permite a avaliação mais precisa dos gradien- relação aos gradientes longitudinais dos enrolamentos nos
tes de temperatura parciais (gradiente médio cobre-óleo e regimes de circulação natural. Portanto a temperatura que
gradiente longitudinal de temperatura nos canais por enro- melhor reflete a temperatura máxima do óleo nos canais de
lamento). Por isso limitam esta elevação em 65°C (ON e óleo dos enrolamentos é a temperatura de entrada do sistema
OF) ou 70°C (OD) e não limitam os gradientes de tempera- de refrigeração, ou seja, no coletor superior das baterias de
tura parciais. radiadores. Esta temperatura é a média ponderada das tem-
Empregamos uma técnica de avaliação que se utiliza da peraturas de saída dos enrolamentos pelo fluxo de óleo em
premissa de que o decaimento de temperatura do enrolamen- cada enrolamento. O fluxo de óleo ao longo do núcleo tam-
to no ensaio é proveniente de uma função dupla exponencial bém se soma a esta média. Há ainda que se considerar a
e que associado às particularidades do ensaio pode resultar queda de temperatura do óleo do topo pela dissipação de
em valores adequados para um cálculo mais preciso das calor pela tampa do transformador.
temperaturas do hot-spot por enrolamento. A temperatura
dos enrolamentos tende à temperatura média do óleo nos Comparativo de Potência e Temperaturas do “Hot-Spot”
canais. A temperatura do óleo nos canais dos enrolamentos Os comparativos foram realizados com um programa de
tende à temperatura média do óleo nos radiadores e não à simulação, configurado com os parâmetros térmicos avalia-
temperatura ambiente. A temperatura média do óleo nos dos dos ensaios perdas em vazio, perdas em carga e de a-
radiadores tende à temperatura ambiente. quecimento. Alguns parâmetros de projeto como fatores de
Há superposição de 3 decaimentos exponenciais - admi- hot-spot e pesos são também necessários. Neste cálculo ite-
tindo-se que sejam exponenciais - mas o fenômeno é na rativo os valores parciais que compõem a temperatura do
realidade mais complexo. Simplificações podem ser assumi- hot-spot e do óleo são recalculados às condições de tempe-
das ainda com bons resultados. Na abordagem convencional ratura e carga a cada iteração, até o valor final de regime.
ou normalizada, tomamos os mesmos dados, porém com
Conclusão da analise térmica
Os comparativos indicam uma temperatura do hot-spot
maior em até 20°C para a mesma potência quando enchido
com óleo vegetal e temperatura ambiente de 10°C.
Para temperatura ambiente de 40°C temos para a mesma
potência nos dois casos um acréscimo de 15°C na temp. do
hot spot.A influência da maior viscosidade do óleo vegetal
nos resultados é clara e esperada.
Portanto um transformador originalmente projetado para
óleo mineral deve em geral apresentar valores mais elevados
de temperatura do hot-spot. A diferença, porém, é obvia-
mente dependente do projeto do transformador.
Num transformador com óleo dirigido a diferença seria
pequena. Alerto que transformadores com óleo forçado ape-
nas e não dirigido teriam um comportamento mais próximo
do caso estudado em questão, ou seja, apenas forçar o óleo
pelos radiadores diminuiria pouco a diferença de temperatu-
ra e sem os devidos cuidados de dimensionamento das bom-
bas poderia levar a um aumento maior ainda do hot-spot.
Um transformador originalmente projetado para óleo ve-
getal pode reduzir significativamente a desvantagem da
maior viscosidade, com um projeto termo-hidráulico ade-
quado e assim usufruir de todas as vantagens comparativas.
Quanto ao aumento da taxa relativa de envelhecimento
para o enchimento com óleo vegetal poderia ser calculado a
luz das normas vigentes [5]-[7], mas pouco acrescentaria a
este trabalho.
Uma avaliação mais abrangente deste comparativo só po-
deria ser feita considerando-se as interações químicas do
óleo vegetal e papel isolante impregnado, que aparentemen-
te conferem uma taxa de envelhecimento relativa menor,[8]-
[10]. Ou seja, há o efeito positivo destas interações somado
ao efeito negativo do aumento da temperatura do hot-spot
com o reenchimento de transformadores com óleo vegetal.
No entanto não é o escopo deste trabalho, focado apenas no
comparativo térmico e no método empregado para tal.

.
Tabela I. Ensaios em ONAN em 117,3/13,8 kV
ONAN 20 MVA ONAF 26,6 MVA
Óleo Mineral Vegetal Mineral Vegetal
Estabilização com perdas totais
Perdas em vazio 100% Un [kW] 19,8 19,8 19,8 19,8
Perdas Totais de ensaio [kW] 104,5 103,2 170,9 167,3
Corrente de ensaio com perdas totais [A] 109,6 109,3 139,7 139,5
Temperatura do topo do óleo no tanque [ºC] 68,4 88,7 69,1 87,0
Temperatura superior do óleo no Radiador [ºC] 65,3 81,9 66,7 84,1
Temperatura inferior do óleo no Radiador [ºC] 45,2 57,1 45,7 53,1
Temperatura ambiente do ar em t=0 [ºC] 22,2 33,6 24,2 36,6
Estabilização com corrente nominal [ºC]
Corrente de ensaio com corrente nominal [A] 99,2 98,4 130,8 130,9
Temp. do topo do óleo no tanque em t=0 [ºC] 67,0 87,2 66,2 85,9
Temp. superior do óleo no Radiador em t=0 [ºC] 62,9 80,3 63,3 78,8
Temp. inferior do óleo no Radiador em t=0 [ºC] 44,1 56,4 43,6 51,6
Temp. ambiente do ar em t=0 [ºC] 22,2 33,6 24,0 36,6
Tabela II.Avaliação dos parâmetros térmicos ONAN 20 MVA.
Referidos à temperatura ambiente de 40ºC Óleo Mineral [ºC] Óleo vegetal [ºC]
Enrolamentos AT BT AT BT
Elevação de Temp. do óleo médio c/ Perdas Totais 33,1 33,1 35,9 35,9
Temperatura extrapolada para t=0 69,0 65,6 88,7 80,8
Temperatura média de referência do óleo em t=0 59,7 57,4 77,2 72,8
Gradiente cobre-óleo corrigido 9,7 8,5 11,4 8,2
Gradiente longitudinal do óleo nos enrolamentos 28,6 23,8 44,7 33,8
Fator de hot-spot calculado pelo projeto 1,23 1,42 1,23 1,42
Cálculos conforme modelo termo-hidráulico
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 40ºC 101,6 96,8 116,1 104,2
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 10ºC 76,5 71,4 93,8 81,1
Avaliação conforme IEC 60076-7
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 40ºC 103,7 100,9 116,3 107,7
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 10ºC 71,7 68,8 84,1 75,4

Tabela III. Avaliação dos parâmetros térmicos ONAF 26,6 MVA.


Referidos à temperatura ambiente de 40ºC Óleo Mineral [ºC] Óleo vegetal [ºC]
Enrolamentos AT BT AT BT
Elevação de Temp. do óleo médio c/ Perdas Totais 31,9 31,9 32,5 32,5
Temperatura extrapolada para t=0 71,0 67,0 88,0 78,6
Temperatura média de referência do óleo em t=0 56,6 53,1 71,1 65,0
Gradiente cobre-óleo corrigido 15,0 14,5 16,7 13,8
Gradiente longitudinal do óleo nos enrolamentos 24,0 16,9 41,9 27,1
Fator de hot-spot calculado pelo projeto 1,23 1,42 1,23 1,42
Cálculos conforme modelo termo-hidráulico
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 40ºC 102,9 97,4 117,6 103,0
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 10ºC 77,5 70,6 94,8 78,4
Avaliação conforme IEC 60076-7
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 40ºC 105,1 102,1 113,3 102,9
Temperatura do ‘hot-spot’ com ambiente de 10ºC 72,9 69,9 80,9 70,5

Tabela IV. Comparativa ensaio aquecimento .


Condição Com óleo mineral Transformador reenchido com óleo Vegetal FR3
Regime Ambiente Potência Potência Potência
Hot Spot [ºC] Hot Spot [ºC] Hot Spot [ºC]
[ºC] MVA MVA MVA
ONAN 10 27,8 105,0 22,9 105,0 27,8 124,8
ONAN 25 24,5 105,0 20,2 105,0 24,5 122,7
ONAN 40 21,0 105,2 17,2 105,0 21,0 120,2

ONAF 10 34,8 105,1 29,5 105,0 34,8 124,6


ONAF 25 31,0 105,0 26,5 105,1 31,0 121,5
ONAF 40 26,9 105,1 23,0 105,1 26,9 118,7
Nota: Excitação de 110% mento com folga da isolação sólida do transformador.
A potência de um transformador projetado e fabricado pa-
IV. CONCLUSÕES ra óleo isolante mineral é reduzida quando se utiliza óleo
isolante vegetal, se considerados os mesmos limites de ele-
A substituição do óleo isolante mineral pelo óleo isolante
vação de temperatura.
vegetal é uma forma de contribuir para a sustentabilidade
Há necessidade de novas pesquisas para verificar se os
devido à origem e composição química destes óleos, e maior
testes disponíveis na bibliografia referentes ao envelheci-
ponto de inflamação do óleo isolante vegetal.
mento dos materiais com óleo vegetal a temperaturas mais
O óleo isolante mineral dos transformadores de potencia
elevadas, efetuados em amostras de material isolante, são
usados, projetados e fabricados com óleo isolante mineral
confirmados para isolações situadas no ponto mais quente
podem ser substituído pelo óleo isolante vegetal se atendidas
do transformador, Hot Spot, considerando o efeito termo –
algumas premissas, por exemplo, substituição de componen-
hidráulico existente.
tes incompatíveis com o óleo isolante vegetal, operação em
carga abaixo da carga nominal, bom estado e dimensiona-
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Radakovic, Z., Feser, K. (2003): A new Method for the calculation of
the hot-spot temperature in power transformers with ONAN cooling.
IEEE Trans. on Power Delivery, Vol. 18,No. 4, 1284-1292.
[2] Linden W. Pierce, Predicting Liquid Filled Transformer Loading
Capability , IEEE Trans. on Industry Applications vol.30, jan/1994.
[3] CIGRE Pub. 349 – Moisture Equilibrium and Moisture Migration
within Transformer Insulation Systems –2008
[4] CIGRE Pub. 393 – Thermal Performance of Transformers – outubro
2009
[5] IEC 60076-7 - Power transformers - Part 7: Loading guide for oil-
immersed power transf.– 2 nd Draft 2002
[6] IEC 354 - Loading guide for oil-immersed power transformers –1991
[7] IEEE Std C57.91-1995 IEEE Guide for Loading Mineral-Oil-
Immersed Transformers, 1995
[8] C.P.McShane, K.J.Rapp, J.L.Corkran .G.A.Gauger,and J.Luksich,
“Ägingof Paper Insulationin Natural Ester Dielectric Fluid”
IEEE/PES Transmission & DistributionConf, Oct 28-Nov.2,2001, At-
lanta, USA
[9] C.P.McShane, K.J.Rapp, J.L.Corkran. G.A.Gauger,and J.Luksich,
“Aging of Plain Kraft Paper in Natural Ester Dielectric Fluid”
IEEE/DEIS 14th International Conf. on Dielectric Liquids, July 7-
12,2002, Gratz, Austria
[10] C.P.McShane, J.L.Corkran. K.J.Rapp,,and J.Luksich, “Aging of Paper
Insulation Retrofilled with Natural Ester Dielectric ” IEEE/DEIS In-
ternational Conf. on Electrical Insulation and Dielectric Phenomena,
Oct 19-22, 2003,Albuquerque, USA.

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