Você está na página 1de 13

nº 1, Outubro de 2016

Manual de Orientação
Departamento de Adolescência

Saúde de Crianças e Adolescentes


na Era Digital
Departamento de Adolescência
Presidente: Alda Elizabeth Iglesias Azevedo
Secretária: Evelyn Eisenstein
Conselho Científico: Beatriz Elizabeth B. Veleda Bermudez, Elizabeth Cordeiro Fernandes,
Halley Ferraro Oliveira, Lilian Day Hagel, Patrícia Regina Guimarães,
Tamara Beres Lederer Goldberg
Colaboradores: Alessandra Borelli (Nethics, SP), Alexandre Barbosa (CGI-CETIC, SP),
Cristiano Nabuco (PRO-AMITI), Daniel Becker (RJ),
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ), Emmalie Ting (RJ), João Amaral (CE),
Juliana Abrusio (Nethics, SP), Maria Eugenia Sozio (CGI-CETIC. SP),
Michael Rich (CMCH, Boston), Miriam von Zuben (CGI-CERT, SP),
Susana Bruno Estefenon (RJ), Suzy Santana Cavalcante (BA),
Tereza Sigaud Soares Palmeira (RJ), Vic Strasburger (Univ New Mexico, USA)

Alguns dos pais, também nativos digitais, não


Premissas
percebem as mudanças ou problemas que vão
surgindo, como se tudo já fosse parte da rotina
Há benefícios e malefícios que têm acompa- familiar.
nhado a tecnologia digital. São de fundamental
Os benefícios e prejuízos dessas tecnologias
importância o bom senso e a informação ade-
permanecem sendo foco de atenção de todos
quada que os pediatras devem enfatizar para as
os profissionais que lidam com as questões da
famílias, crianças e adolescentes sobre este as-
saúde durante a infância e a adolescência e de-
sunto.
mandam novas legislações a respeito. No Brasil,
As tecnologias da informação e comunicação a Constituição Federal (1988) no artigo 5º inciso
estão transformando o mundo à nossa volta e os X, assegura proteção à privacidade e, no artigo
comportamentos e relacionamentos de todas as 227º, a proteção integral da criança e do ado-
pessoas. Buscar informações e adquirir novos co- lescente como prioridade absoluta de acordo
nhecimentos são tarefas quase instantâneas, no com a Convenção dos Direitos da Criança apro-
clicar do teclado ou no deslizar dos dedos num vada pela Assembleia Geral das Nações Unidas
telefone celular. Crianças e adolescentes fazem (1989). O Estatuto da Criança e do Adolescente
parte da geração digital e usam os dispositivos, (ECA), Lei 8069 de 1990, em seus artigos 240 e
aplicativos, videogames e a Internet cada vez 241 descreve como crime a produção de fotos,
mais em idades precoces e em todos os lugares. imagens ou transmissão de conteúdo com cenas

1
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

de sexo explícito ou pornografia e foram altera- sexting, incluindo pornografia, acesso facilitado
dos pela Lei 10.764 de 2003 para incluir a ilici- às redes de pedofilia e exploração sexual online;
tude da conduta no âmbito da Internet e tornar compra e uso de drogas, pensamentos ou gestos
as penas mais graves. O artigo 73º do ECA prevê de autoagressão e suicídio; além das “brincadei-
ainda, que a inobservância às normas de preven- ras” ou “desafios” online que podem ocasionar
ção aos direitos da criança importará em respon- consequências graves e até o coma por anóxia
sabilidade da pessoa física ou jurídica, nos ter- cerebral ou morte.
mos da Lei.
Dados e indicadores da pesquisa realizada
A recente Lei nº 12.965 de 2014 – o Marco pelo Comitê Gestor da internet (CGI) e o Centro
Civil da Internet em seu artigo 29º – explicita a Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
necessidade do controle e vigilância parental e a Sociedade de Informação (Cetic.br), a TIC KIDS
educação digital, como formas de proteção fren- ONLINE-Brasil de 2015 estudaram, em entrevis-
te às mudanças tecnológicas, em especial sobre tas domiciliares nos 350 municípios das cinco
os impactos provocados nas famílias e, especi- regiões do Brasil, 3068 famílias selecionadas em
ficamente, nas rotinas e vivências das crianças amostragem estratificada com os pais de crian-
e dos adolescentes. Porém, tanto os pais como ças e adolescentes entre 9 a 17 anos de idade.
os educadores nas escolas precisam aprender Do universo de 29.7 milhões nesta faixa etária,
como exercer esta mediação e serem alertados 23.7 milhões ou 80% são usuárias da Internet:
sobre os riscos e os limites necessários para as- 97% nas classes sociais A e B, 85% na classe C e
sumirem esta responsabilidade. Além disso, as 51% nas classes D e E. O uso diário é intenso e
crianças e adolescentes devem ser informados 66% acessam a Internet mais de uma vez ao dia.
das necessidades de hábitos saudáveis, de modo O telefone celular se tornou o principal disposi-
sistemático. A Lei 13.185 de 2015 – institui o tivo em 83%, além dos computadores de mesa,
programa de combate à intimidação sistemática tablets ou computadores portáteis ou consoles
e fatos ou imagens que depreciem, incitem à vio- para videogames. Importante observar que 1 em
lência, adulteração de fotos ou dados pessoais cada 3 crianças e adolescentes ou 31% da amos-
com o intuito de criar meios de constrangimento tra acessaram a Internet apenas por meio do te-
psicossocial (bullying) ou através da rede mun- lefone celular, 86% em casa, 73% na casa de ou-
dial de computadores (cyberbullying), pois este tra pessoa, 31% na escola e 19% em lanhouses.
fato vem se tornando frequente e apresenta con- Dados relevantes e demonstrativos dos danos
sequências perigosas. à saúde podem ser resumidos, como: em 37%
viram alguém ser discriminado na Internet, nos
Estudos científicos comprovam que a tec-
últimos 12 meses ou 8,8 milhões de crianças e
nologia influencia comportamentos através do
adolescentes que são expostos aos discursos de
mundo digital, modificando hábitos desde a in-
ódio, intolerância e violência, além de 20% que
fância, que podem causar prejuízos e danos à
foram tratadas de forma ofensiva na internet, ca-
saúde. O uso precoce e de longa duração de jo-
racterizando uma das formas de cyberbullying.
gos online, redes sociais ou diversos aplicativos
com filmes e vídeos na Internet pode causar di- Nesta amostra, 21% dos adolescentes deixa-
ficuldades de socialização e conexão com outras ram de comer ou dormir por causa da internet,
pessoas e dificuldades escolares; a dependência 17% procuraram informações sobre formas de
ou o uso problemático e interativo das mídias emagrecer, 10% formas para machucar a si mes-
causa problemas mentais, aumento da ansieda- mo (self-cutting), 8% relataram formas de expe-
de, violência, cyberbullying, transtornos de sono rimentar ou usar drogas e 7% formas de cometer
e alimentação, sedentarismo, problemas auditi- suicídio. Muitos outros dados merecem nossa re-
vos por uso de headphones, problemas visuais, flexão, como: 77% enviam mensagens instantâ-
problemas posturais e lesões de esforço repeti- neas ou usam as redes sociais quando sozinhos
tivo (LER); problemas que envolvem a sexualida- e 61% já postaram fotos ou vídeos na Internet,
de, como maior vulnerabilidade ao grooming e 39% já tiveram contato com pessoas que não co-

2
Departamento de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

nheciam pessoalmente e 18% encontraram com da cultura de ódio e intolerância e devem ser
desconhecidos – sendo que na faixa etária entre proibidos.
15-17 anos este dado aumenta para 27% – além • Estabelecer limites de horários e mediar o
de 21% já terem repassado informações pesso- uso com a presença dos pais para ajudar na
ais para outras pessoas que só tiveram contato a compreensão das imagens. Equilibrar as ho-
partir da relação online. Em 11% das famílias, os ras de jogos online com atividades esportivas,
pais nada sabiam sobre as atividades de seus fi- brincadeiras, exercícios ao ar livre ou em con-
lhos e em 41% sabiam mais ou menos, demons- tato direto com a natureza.
trando os problemas de segurança e de privaci-
• Conversar sobre as regras de uso da Internet,
dade de crianças e adolescentes que assim estão
configurações para segurança e privacidade
expostos numa rede totalmente incontrolável e
e sobre nunca compartilhar senhas, fotos ou
accessível em qualquer momento ou horário ou
informações pessoais ou se expor através da
de qualquer lugar.
utilização da webcam com pessoas desco-
Portanto, a SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIA- nhecidas, nem postar fotos íntimas ou nudes,
TRIA (SBP), que agrega 22.000 médicos pediatras mesmo com ou para pessoas conhecidas em
cuidando do futuro do Brasil, RECOMENDA: redes sociais.
• O tempo de uso diário ou a duração total/dia • Monitorar os sites/programas/aplicativos/
do uso de tecnologia digital seja limitado e filmes/vídeos que crianças e adolescentes
proporcional às idades e às etapas do desen- estão acessando/visitando/trocando mensa-
volvimento cerebral-mental-cognitivo-psi- gens, sobretudo em redes sociais. Manter os
cossocial das crianças e adolescentes. computadores e os dispositivos móveis em
• Desencorajar, evitar e até proibir a exposição locais seguros, e ao alcance das responsabi-
passiva em frente às telas digitais, com expo- lidades dos pais (na sala) ou das escolas (du-
sição aos conteúdos inapropriados de filmes rante o período de aulas).
e vídeos, para crianças com menos de 2 anos, • Usar antivírus, antispam, antimalware e
principalmente, durante as horas das refei- softwares atualizados ou programas que ser-
ções ou 1-2 h antes de dormir. vem de filtros de segurança e monitoramento
• Limitar o tempo de exposição às mídias ao má- para palavras ou categorias ou sites. Alguns
ximo de 1 hora por dia, para crianças entre 2 restringem o tempo de uso de jogos online e
a 5 anos de idade. Crianças entre 0 a 10 anos o uso de aplicativos e redes sociais por fai-
não devem fazer uso de televisão ou compu- xa etária. Ainda assim, é importante explicar
tador nos seus próprios quartos. Adolescentes com calma e sem amedrontar as crianças e
não devem ficar isolados nos seus quartos ou adolescentes sobre quais são os motivos e
ultrapassar suas horas saudáveis de sono às perigos que existem na Internet, espaço vazio
noites (8-9 horas/noite/fases de crescimento e virtual e onde nem tudo é o que parece ser!
e desenvolvimento cerebral e mental). Estimu- • Aprender / Ensinar a bloquear mensagens
lar atividade física diária por uma hora. ofensivas ou inapropriadas, redes de ódio,
• Crianças menores de 6 anos precisam ser mais violência ou intolerância ou vídeos com
protegidas da violência virtual, pois não con- conteúdos sexuais e como denunciar cyber-
seguem separar a fantasia da realidade. Jogos bullying em helplines ou através da SAFERNET
online com cenas de tiroteios com mortes ou ou disque-denúncia tel. 100.
desastres que ganhem pontos de recompen- • Conversar sobre valores familiares e regras
sa como tema principal, não são apropriados de proteção social para o uso saudável, crí-
em qualquer idade, pois banalizam a violên- tico, construtivo e pró-social das tecnologias
cia como sendo aceita para a resolução de usando a ética de não postar qualquer men-
conflitos, sem expor a dor ou sofrimento cau- sagem de desrespeito, discriminação, intole-
sado às vítimas, contribuem para o aumento rância ou ódio.

3
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

• Desconectar. Dialogar. Aproveitar oportuni- to escolar ou pratiquem/apresentam sinais


dades aos finais de semana e durante as fé- de violência/bullying/cyberbullying, sinais
rias para conviver com a família, com amigos corporais de automutilação (self-cutting) ou
e dividir momentos de prazer sem o uso da quando relatam “desafios” online com cole-
tecnologia, mas com afeto e alegria. gas da escola. Encaminhar para psicoterapia
cognitivo-comportamental e terapias adjun-
tas quando necessário e precocemente, inclu-
sive terapia de família.
Para Pediatras
• Atualizar seus conhecimentos em relação às
evidências científicas sobre as influências da
• Avaliar/aconselhar/orientar sobre o tempo de
mídia online no desenvolvimento da saúde
uso diário das tecnologias e celulares, video-
mental e psicossocial das crianças e adoles-
games e computadores durante a entrevista
centes, para entender melhor as possibilida-
ou consulta e correlacionar com os sintomas
des diagnósticas dos transtornos frequentes
apresentados por crianças e adolescentes.
nesta faixa etária e prescrever as principais
• Avaliar hábitos de sono, alimentação, exercí- medidas de prevenção, que também são tó-
cios, comportamentos e condutas com os co- picos de saúde pública e coletiva, devido à
legas na escola, além do rendimento escolar dimensão e velocidade da disseminação das
e da dinâmica familiar. Prescrever Natureza e informações via Internet.
atividades ao ar livre, sempre que necessário.
• Dialogar com a família durante a consulta so-
• Programar com as crianças/adolescentes e bre mudanças de hábitos e estilos de vida que
suas famílias, um plano de “dieta midiática” possam ser prejudiciais, como modelos refe-
de acordo com as idades e desenvolvimen- renciais para as crianças e adolescentes, tipo a
to cognitivo e maturidade, sobre o que seria prevenção de discórdias e cenas de violência
mais conveniente em termos de tempo de ou terror em filmes, vídeos, e durante o uso de
exposição aos conteúdos como diversão ou telas de computadores ou celulares. Os pais
distração, enfatizando os cuidados necessá- são modelos para os filhos e as rotinas da fa-
rios para o acesso aos links dos filmes, víde- mília irão se perpetuar na geração seguinte.
os, jogos e não somente limitar à quantidade
• Colaborar com a mídia para evitar a exposi-
de horas, assim, balanceando a qualidade X
ção de crianças e adolescentes aos conteúdos
quantidade com as outras tarefas diárias.
prejudiciais, distorcidos, discriminatórios ou
• Incluir nos protocolos de atendimento as ro- excludentes, em qualquer matéria ou pauta
tinas que permitam tanto a prevenção como o de entrevista, onde o pediatra seja o profis-
diagnóstico e tratamento dos danos à saúde sional convidado. Sempre alertar/esclarecer
física, decorrentes do uso abusivo das tecno- sobre os sinais e sintomas de transtornos
logias digitais, tais como: obesidade, distúr- precoces durante a infância e adolescência,
bios do sono, lesões articulares, problemas assim também em relação ao mundo digital e
posturais, alterações da visão, perda auditiva, como procurar ajuda no sistema de saúde ou
transtornos comportamentais e mentais den- consultórios/ambulatórios de pediatria, em
tre outros já demonstrados por diversos estu- sua cidade.
dos da literatura científica.
• Participar de palestras nas escolas ou campa-
• Considerar e avaliar com mais atenção crian- nhas de prevenção na sua comunidade enfati-
ças e adolescentes que apresentem com- zando os direitos de todas as crianças e ado-
portamentos agressivos, dissociativos entre lescentes de viverem com mais saúde e mais
o mundo real e o virtual, dependentes da segurança, tanto online como offline, e, como
tecnologia-Internet-videogames, que apre- sempre, a prevenção de riscos é o melhor in-
sentem transtornos de sono, alimentação, hi- vestimento para a proteção social da geração
giene, uso de drogas ou queda do rendimen- digital.

4
Departamento de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

• Lembrar sempre, que a Internet é um lugar mação da escola em atividades ou palestras


público, devendo-se, portanto, ter cuidado de promoção de saúde e prevenção de riscos.
com fotos, mensagens, comentários sobre Se necessário, convidar pediatras especialis-
resultados de exames, discussão sobre ca- tas em adolescência, ou consultar a SBP para
sos atendidos ou sobre tratamentos e medi- o profissional mais recomendado em sua ci-
camentos recomendados. Evitar a exposição dade.
desnecessária de assuntos envolvendo crian-
• Informar e procurar sempre se atualizar sobre
ças e adolescentes. Sempre usar os critérios
as novas tecnologias disponíveis e como apro-
éticos e de base legal e, em caso de qualquer
veitar os materiais disponíveis online para es-
dúvida, buscar orientação, junto à Sociedade
timular a criatividade e o trabalho em equipe
Brasileira de Pediatria ou Filiadas e seus De-
e em redes, entre todos. Faça da tecnologia
partamentos Científicos ou Conselho Federal
uma ferramenta de ensino-aprendizagem que
e Conselhos Regionais de Medicina.
fortaleça o vínculo de respeito e de diálogo
com seu aluno sobre cidadania digital.
• Ficar atento aos sinais de riscos pessoais,
Para Educadores e Escolas
sociais ou digitais que seu aluno possa apre-
sentar. Convoque os pais para uma conversa
• Informar de modo adequado e detalhado os e troca de informações: sempre é melhor pre-
educadores e professores sobre o uso ético, venir do que remediar!
saudável e com segurança das tecnologias e
• Atualizar materiais, programas e aplicativos
aplicativos durante o tempo de convívio com
educativos, e sempre conversar com os alu-
as crianças e adolescentes nas escolas e cur-
nos sobre os conteúdos que estão acessando
sos.
ou servindo para pesquisas ou produção de
• Realizar atividades com os alunos e palestras conhecimentos, e assim aproveitar dos be-
de prevenção e proteção de todos, estabele- nefícios das tecnologias e, ao mesmo tempo,
cendo regras e limites no contato diário entre assegurando a máxima proteção possível para
professores-alunos, alunos-alunos e evitando todos, na escola, que é um espelho ou micro-
mensagens e encontros com desconhecidos cosmos da sociedade “real”.
com o uso das tecnologias.
• Estabelecer redes intersetoriais com os pais
• Debater e conscientizar sobre o dever de e com as referências profissionais de especia-
respeito aos direitos autorais das fontes pes- listas para a proteção de sua escola e deixar
quisadas nas tarefas escolares, sem adotar a sempre em local visível como denunciar ca-
prática do “copia-e-cola”, prática essa conhe- sos de violência, sexting ou cyberbullying ou
cida como “pirataria” ou “baixar” materiais da qualquer outro problema, no disque-denún-
Internet sem a devida citação da fonte. cia tel. 100 ou acessando a rede SAFERNET
• Produzir com os próprios alunos materiais www.new.safernet.org.br
educativos e proativos sobre o uso adequado • Redigir diretrizes de comportamento e rela-
das tecnologias digitais em atividades cultu- cionamento social com ética e segurança para
rais como teatro e artes ou ações de prota- todos os professores e funcionários das es-
gonismo juvenil e que sejam compartilhados colas que participam de redes sociais, como
com as redes dos pais ou com crianças de es- Facebook, Snapchat, Instagram e outras, so-
colas vizinhas ou feiras nas comunidades. bretudo na interação com alunos, crianças/
• Temas difíceis e complexos como sexualidade adolescentes e familiares ou em fotos que
e exploração sexual online, comportamentos possam expor ou constranger em público.
de violência, cyberbullying, uso de drogas, Funcionam como códigos de conduta entre
“brincadeiras e desafios perigosos” devem todos que convivem com a rotina escolar e o
fazer parte do currículo escolar e da progra- “mundo externo e real”.

5
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

• Criar tempo para ser pai, mãe, avô, avó, tio/


Para Pais
tia, madrinha/padrinho sem o uso das tecno-
logias. Planejar as refeições sem qualquer uso
• Conversar com seus filhos sobre a Internet e de equipamentos à mesa. Planejar atividades
também sobre as redes sociais e quais os si- de finais de semana ou férias fora e longe do
tes que são mais apropriados, de acordo com wifi ou de computadores e celulares ou limi-
o desenvolvimento e a maturidade de cada tar o tempo de uso para 1-2 horas/dia para to-
um, compartilhando o uso positivo das tec- dos. Praticar atividades ao ar livre e em con-
nologias digitais com seus filhos nas tarefas tato com a Natureza para prevenção da saúde
de rotina ou lazer, mas sem invadir os espaços física e mental/comportamental de todos da
e as mensagens de cada um. Fazer uma lista família.
de sites recomendados, conversar sobre os
• Brincar mais com seu/s filho/s de maneira in-
perigos e riscos da Internet ou encontros com
terativa, olhando, abraçando, sendo parceiro
pessoas desconhecidas em redes sociais ou
e estando ao lado deles, sempre que precisar,
fora delas.
supervisionando e construindo uma relação
• Verificar a classificação indicativa para games, de confiança, para a Vida, juntos. Para isso,
filmes e vídeos e conteúdos recomendados de não se precisa de telas de televisão, compu-
acordo com a idade e compreensão de seus fi- tadores ou celulares ligados! Cuidado com a
lhos, em normas técnicas e guias práticos para distração nas ruas ou quando em movimento,
todas as famílias e também acessíveis online. dirigindo carros e bicicletas.
• Estabelecer regras e limites bem claros e • Participar das atividades da escola e da comu-
“concordantes” entre todos sobre o tempo de nidade e criar redes de proteção e segurança
duração em jogos por dia ou no final de sema- online com amigos e conhecidos para todas as
na e sobre a entrada e permanência em salas crianças e adolescentes de sua vizinhança ou
de bate-papo ou em redes sociais ou durante de seu bairro ou na sua cidade.
os jogos de videogames online. Não fornecer Lembrar sempre que você como adulto, pai ou
cartões de crédito de uso pessoal. mãe, e, com a convivência diária, se torna um
• Discutir francamente qualquer mensagem modelo de referência para seus filhos. Portan-
ofensiva, discriminatória, esquisita, ameaça- to, deve dar o primeiro exemplo, limitando o
dora ou amedrontadora, desagradável, obsce- seu tempo de trabalho no computador, quan-
na, humilhante, confusa, inapropriada ou que do estiver em casa.
contenha imagens ou palavras pornográficas Desconectar e estar presencialmente com
ou violentas, típicas das redes de intolerância seus filhos.
ou ódio e como fazer para bloqueá-la.
• Recomendar aos seus filhos que JAMAIS for-
neçam a senha virtual a quem quer que seja, Para Crianças & Adolescentes
nem aceitem brindes, prêmios ou presentes
oferecidos pela Internet, assim como também
• Nas telas do mundo digital tudo é produzido
jamais devem ceder a qualquer tipo de chan-
como fantasia e imaginação para distrair ou
tagem, ameaça ou pressão de colegas ou de
afastar do mundo real – portanto, não se dei-
qualquer pessoa online.
xe enganar no mundo virtual.
• Evitar postar fotos de seus filhos para pessoas
• Não marque bobeira à toa! Cuidado, desconfie
desconhecidas ou público em geral.
de mensagens esquisitas ou confusas. Apren-
Aprenda sobre os meios de configuração de
da a bloquear mensagens ofensivas ou que
privacidade e selecione como enviar fotos,
zombem de você!
vídeos ou mensagens. Existem vários sites
e aplicativos que ensinam sobre segurança • A senha é só sua, não a compartilhe com nin-
online. guém, ninguém mesmo! Única exceção ape-

6
Departamento de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

nas para seus pais que são os responsáveis


Referências e Sites Recomendados
por você até completar os 18 anos, legal-
de Consulta
mente.
• Lembre-se que a Internet é um espaço públi-
co e as mensagens trocadas ficarão para sem- • CGI - CETIC: Comitê Gestor da Internet e Cen-
pre gravadas e accessíveis, como uma história tro Regional de Estudos para o Desenvol-
de você ou como uma impressão digital. vimento da Sociedade de Informação: Pes-
quisa TIC KIDS ONLINE – Brasil, 2015. Disponí-
• Preste atenção para não adicionar qualquer vel em: www.cetic/br/pesquisa/kids-online/
pessoa desconhecida e jamais marque encon- indicadores.
tros com pessoas estranhas ou conhecidas
• CGI, Comitê Gestor da Internet, Cartilha de
apenas pela Internet e que enviam mensa-
Segurança para Internet, disponível em:
gens solicitando encontros com você! Cuida-
http://cartilha.cert.br e http://cartilha.cert.br/
do ao utilizar a webcam, evite a exposição, se
computadores.
você estiver sem roupas ou mesmo no seu
quarto ou sozinho em qualquer lugar. • ESSE Mundo Digital, Ética, Segurança, Saúde e
Educação para crianças, adolescentes e famí-
• Prêmios ou ofertas em dinheiro ou presentes
lias: www.essemundodigital.com.br https://
de viagens podem ser ciladas. Surpresas e
www.facebook.com/EsseMundoDigital
mágicas online são muitas vezes falsas para
pegar otário, portanto, seja mais esperto! • NETHICS: www.nethicsedu.com.br

• Seja quem você é mesmo, sem criar avatares, • Instituto Dimicuida:


heróis ou inimigos que nem existem, ou só www.institutodimicuida.org.br
existem em sua imaginação. Pode ser engra- • SAFERNET: www.new.safernet.org.br
çado, mas nem sempre é brincadeira! Você
• SAFERNET: Denúncia e Hotline:
pode se machucar à toa, fique sempre alerta
www.new.safernet.org.br/denuncie#
aos desafios ou confrontos que podem termi-
nar em problemas sérios, colocando sua vida • SAFERNET: Atendimento Psicológico:
em risco. www.new.safernet.org.br/helpline#

• Seja respeitoso online e trate os outros como • Classificação Indicativa do Ministério da Jus-
gostaria de ser tratado, afinal você merece tiça e Cidadania, portal e guia prático. Acces-
respeito de todos também. Evite repassar sível em:
mensagens que possam humilhar, ofender, – http://portal.mj.gov.br/ClassificacaoIndica-
zombar ou prejudicar a pessoa que receber tiva/EscolhaTipo.jsp
este seu recado. – http://justica.gov.br/seus-direitos/classifi-
cacao
• Crescer e construir o seu corpo precisa de
– http://www.justica.gov.br/seus-direitos/
horas de sono e alimentação balanceada e
classificacao/guia-pratico/guia-pratico.pdf
saudável. Se você estiver se sentindo can-
sado, sonolento, com fome ou sem apetite, • Nabuco, CN, Eisenstein, E, Estefenon, SGB
ou com dor de cabeça, nas costas, nos olhos (2013): Vivendo ESSE Mundo Digital, impactos
ou nos ouvidos, desligue o seu celular ou na saúde, na educação e nos comportamen-
seu computador, converse com seus pais ou tos sociais (2013): Porto Alegre, Ed ARTMED.
consulte seu médico pediatra. Conversan- Disponível como e-book: http://loja.grupoa.
do, a gente se entende e tudo ficará melhor! com.br/livros/psicologia-geral/vivendo-esse-
Sempre é bom ter mais cuidados de saúde -mundo-digital/9788565852951
e você é responsável por sua saúde física e • Estefenon, SGB, Eisenstein, E. (2008): Geração
mental, e lembre que para ser um adulto me- Digital, riscos e benefícios das novas tecno-
lhor e capaz, requer socialização, conversa e logias para crianças e adolescentes, Rio de
reflexão! Janeiro, Ed Vieira & Lent. Abrusio, J (coord)

7
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

(2015): Educação Digital. São Paulo, Revista • AAP, American Academy of Pediatrics, Coun-
dos Tribunais/Thomson Reuters/ProView cil of Communications and Media: Children
• Gregory Smith (2009): Como proteger seus and Adolescents and Digital Media available
filhos na Internet: um guia para pais e pro- online www.pediatrics.aappublications.org/
fessores, São Paulo, Ed Novo Conceito com content/early/2016/10/19/peds.2016-2593
resenha do tradutor Valdemar Setzer dispo- • Christakis DA, Garrison MM, Herrenkohl T et
nível em http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/ al. Modifying media content for pre-school
como-proteger-resenha.html children: a randomized controlled trial. Pedia-
• Fraiman L, Borelli A (2016): Coleção Educação trics 2013;131(3):431-438.
para a Cidadania Digital, ensino fundamental • Geel MV, Vedder P, Tarilon J: Relationship
e médio, Nethics/OPEE editora/FTD dispo- between peer victimization, cyberbullying
nível em http://metodologiaopee.azurewe- and suicide in children and adolescents:
bsites.net/wp-content/uploads/2016/07/ a meta-analysis. JAMA Pediatrics 2014:168
Educacao_cidadania_digital_compendio.pdf (5):435-442
• Center on Media and Child Health, Children’s • Canadian Pediatric Society, Position State-
Hospital Boston and Harvard Medical ment (PP2003-01): Impact of Media use on
School: Ask the Mediatrician Dr Michael Rich children and youth. Paediatric Child Health
www.cmch.tv 2003;8(5).
• Strasburger VC, Jordan AB, Donnerstein E. • Canada’s Centre for Digital and Media Lite-
Children, Adolescents and the Media: He- racy. Media Awareness Network Web of Ca-
alth Effects. Pediatric Clin N Amer 2012; nada: Digital & Media Literacy Fundamentals
593: 533-587. and Excessive Internet Use: resources for pa-
• O’Keefe GS. CyberSafe: protecting and emo- rentes, available online: www.media-aware-
wering kids in the digital world of texting, ga- ness.ca
ming and social media. AAP, American Acade- • Moreno MA, Ton A, Selkie E, et al. Secret so-
my of Pediatrics, Elk Grove Village, IL., 2011 ciety 123: understanding the language of
• AAP, American Academy of Pediatrics: self-harm on Instagram. J Adolescent Health
Pediatrics 2013;132(5) available online: 2016;58(1):78-84.
w w w. p e d i a t r i c s . a a p p u b l i c a t i o n s . o r g / • Waarsdorp TE, Bradshaw CP: The overlap be-
content/132/5/958.full tween cyberbullying and traditional bullying.
• AAP, American Academy of Pediatrics Coun- J Adolescent Health 2015;56(5):483-488.
cil on Communications and Media: Virtual
Violence: Pediatrics 2016;138(1) available
online: www.pediatrics.aappublications.org/ Glossário Digital
content/138/2/e20161298 e www.pedia- (fique atualizado com alguns termos usados na Inter-
trics.org/cgi/doi/10.1542/peds.2016_1358 net e no texto do documento):

• AAP, American Academy of Pediatrics Council • Antivírus: programa de computador que loca-
on Communications and Media: Media and liza e corrige, limpando os estragos causados
Young Minds por programas de vírus.
• Available online: www.pediatrics.aappu- • Avatar: palavra derivada do sânscrito e reve-
blications.org/content/early/2016/10/19/ renciada como divindade pelos hinduístas e
peds.2016-2591 que significa a manifestação corporal de um
• AAP, American Academy of Pediatrics, Coun- ser imortal. É usada pela realidade virtual
cil on Communications and Media: Media Use como figura para emprestar sua vida simulada
in School-aged Children and Adolescents. para o transporte dos jogadores online para
Pediatrics 2016;138(5):e2016-2592 dentro dos mundos paralelos do ciberespaço,

8
Departamento de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

como se fosse uma máscara digital que trans- • Dieta midiática: refere a quantidade e quali-
forma a identidade das pessoas. dade & tipo de mídia que é consumida (pla-
• Antimalware: programa que se instala no taforma e conteúdos na imprensa/revistas/
computador ou dispositivos para proteger da livros, ou televisão, computador, portáteis
transmissão de vírus. como notebooks ou telefones celulares e
smartphones). E à semelhança da alimentação
• Antispam: programa que se instala no com-
e dietas, as “dietas midiáticas” precisam ser
putador ou dispositivos para se proteger de
progressivas dependendo da idade e matu-
mensagens comerciais ou não desejadas que
ridade da criança e daí os conteúdos serem
lotam a caixa de correio eletrônico, geralmen-
“nutritivos” e pró-sociais saudáveis ou preju-
te contendo publicidade de algum produto ou
diciais e desequilibrados, ou ainda, saudáveis
materiais de pornografia e que podem captu-
em qualidade, mas danosos em quantidade.
rar dados confidenciais do usuário. (outro pa-
rágrafo). • Emoticons e emojis: forma de comunicação
paralinguística usando ícones ou símbolos
• Bullying: termo inglês utilizado para descre-
criados para significar uma emoção através
ver atos de violência física, psicológica ou se-
de uma sequência de caracteres tipográfi-
xual, intencionais, para intimidação, ofensa,
cos, como: “;0>))” ou “^-^” ou uma imagem,
humilhação, depreciação, maltrato ou ameaça
usualmente pequena que traduz ou tenta ex-
por um indivíduo (bully) ou grupo de indivídu-
pressar a emoção que a pessoa está sentindo
os/pares de colegas, com o objetivo de agredir,
ao transmitir as palavras nas trocas de men-
amedrontar ou exercer o poder da força contra
sagens e na pressa de se comunicar que vão
outro indivíduo ou grupo de indivíduos/pares
sendo cada vez mais incorporadas aos com-
de colegas incapaz(es) de se defender.
portamentos e relacionamentos online .
• Cyberbullying: é o mesmo ato de violência do
• Gamificação: uso de elementos dos games
bullying que ocorre nas redes sociais ou em
numa atividade do mundo real de uma for-
jogos online, na Internet, mas que extrapola e
ma atraente para trocas de mensagens com a
dissemina sem qualquer controle.
perspectiva de jogar online.
• Cybernautas ou cibernautas: são as pessoas
• Grooming: técnicas de sedução ou comporta-
que usam a Internet, redes sociais ou jogos
mentos sedutores que acontecem nas redes
online através dos computadores ou de qual-
sociais quando uma pessoa mal-intencionada
quer outro dispositivo das tecnologias de in-
ou pedófila tenta atrair uma criança ou adoles-
formação e comunicação (TICs).
cente com falsidades ou inventando histórias
• Desafios ou brincadeiras perigosas: jogos en- ou mentiras para capturar a atenção da vítima.
tre colegas adolescentes com confrontação
• Helpline: rede de ajuda online e que pode ser
de poder e teste de limites corporais do ga-
acessada de qualquer computador.
nhador ou do perdedor, como recompensa ou
castigo pela tarefa que foi (ou não) realizada • Hotline: serviço de recebimento de denún-
ou cumprida, caracterizando uma das formas cias anônimas de crimes e violações contra os
de violência do bullying / cyberbullying, po- Direitos Humanos na Internet, contando com
dendo causar sufocação por enforcamento, procedimentos efetivos e transparentes para
convulsões, dores-de-cabeça, cortes-no-pes- lidar com as denúncias. Accessível e gratuito
coço, fraturas, traumatismo craneano, hipóxia e pode ser acessado de qualquer computador.
e morte. Sempre verificar lesões no pescoço, • Links: “objeto” que pode ser uma palavra,
cortes ou pequenos hematomas, olhos ver- nome ou uma sigla que liga uma página à ou-
melhos, dores-de-cabeça. Consta no CID-10 tra, facilitando a navegação por múltiplos si-
como item Y93.85, como causa externa de ati- tes. Pode estar associado a fotos ou textos e
vidade de desmaio ou sufocação ou choking geralmente é acessado por uma curta linha de
game activity. texto em azul e sublinhado.

9
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

• Nude: palavra popular que significa um pe- • Videogames ou jogos online: desenhos ou
dido para a pessoa enviar uma foto ou ima- jogos interativos de ação e muito dinamismo
gem nua ou sem roupas com a intenção de se com sons e coloridos espantosos e que cha-
expor à opinião de outra (ou outras) – ato ou mam a atenção por serem atraentes e reque-
comportamento perigoso que pode caracteri- rerem bastante concentração e habilidade
zar crime de exploração sexual. para se ganhar pontos ou recompensas e que
• On-line ou online e off-line ou offline: signifi- podem ser jogados em solitário ou em grupos
ca estar ligado ou conectado à Internet ou ao de colegas ou com parceiros desconhecidos.
contrário, desligado ou desconectado. Tornam-se viciantes por serem bastante atra-
tivos aos adolescentes que conseguem “do-
• Self-cutting: cortes de automutilação que ge-
minar” o jogo e “vencer” o adversário ou sua
ralmente as adolescentes fazem como gestos
equipe (ou não). Atualmente as indústrias que
de autoagressão ou gestos suicidas, com o
exploram este entretenimento são lucrativas
significado de não sentir a dor do sofrimento
e investem em campeonatos entre adoles-
por bloqueio emocional ou afetivo. Compor-
centes que assim se tornam “atletas virtuais”,
tamento que se tornou mais frequente prin-
apesar de serem totalmente sedentários pois
cipalmente em adolescentes com transtornos
ficam sentados inúmeras horas no jogo e sem
alimentares ou depressivos e que assim ex-
desconectar e sair para outras atividades es-
pressam a sua dor em fotos nas redes sociais
colares ou tarefas diárias do convívio familiar.
e compartilham este feito pseudo-heroico
Cada videogame tem nomes e figuras carac-
de sacrifício com outras colegas adolescen-
terísticas dos “heróis”, que ficam marcantes
tes, em vez de procurar ajuda para resolver
e que são usados pela indústria de consumo
seus problemas emocionais ou familiares.
para vender produtos, também.
Algumas usam piercing também colocando
objetos como brincos ou pulseiras ou fazen- • Vlogs: são vídeoblogs que se transformaram
do tatuagens para cobrir os cortes feitos nos nos diários pessoais, mas que são públicos na
braços ou nos tornozelos, para disfarçar as ci- Internet, onde o usuário conta sobre si mes-
catrizes. mo ou sobre seu dia, sua vida ou algum tema
e deixa-os abertos como mural para a opinião
• Senha: um código que pode conter letras ou
dos amigos ou do público em geral.
números e que dá o acesso ao computador,
telefone celular ou outros dispositivos com • Webcam: câmera de vídeo conectada ao com-
acesso a programas e aplicativos. É sempre putador usada na transmissão de imagens
pessoal e intransferível e uma medida de se- ou para monitorar ambientes, em videocon-
gurança e privacidade. ferências ou outras aplicações. Atualmente
são partes embutidas nos computadores ou
• Sexting: mensagens, fotos ou vídeos de con-
notebooks ou laptops e em muitos telefones
teúdo sexual que são transmitidas como com-
celulares e smartphones, e assim as pessoas
portamentos de sedução ou atração de outra
conseguem ‘se ver’ à distância, enquanto con-
pessoa através da Internet e que pode carac-
versam conectadas – por isso, também, usa-
terizar exposição corporal de criança ou ado-
das em alguns jogos online.
lescente e crime de exploração sexual online.
• Wi-Fi: produto certificado e que pertence à
Frequentemente acompanham o ato de cyber-
classe dos dispositivos da rede local sem fios
bullying entre adolescentes.
e que facilitam o acesso à Internet, geralmente
• Site: conjunto de páginas da Internet sobre em residências, escritórios ou escolas e locais
um determinado tema ou descritivo de um públicos. Muitas crianças e adolescentes, atu-
autor ou que descreve uma instituição como almente, só querem ir a locais com Wi-Fi, para
se fosse um cartão-de-visitas e contato. conectarem com a Internet e assim poderem
• Software: programas que permitem ao com- jogar online e mesmo sem saber do que se tra-
putador realizar as tarefas programadas. ta, perguntam: tem wifi? e se pronuncia uáifai.

10
Departamento de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

• www: dos termos em inglês, world wide web, esporte, ao lazer, à profissionalização, à cul-
que descreve o ambiente multimídia da Inter- tura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
net com a reunião de textos, imagens, víde- convivência familiar e comunitária” (arts. 3º
os e muito movimento e que pode ser aces- e 4º)3.
sada de qualquer computador ou dispositivo • Nota-se, ademais, a preocupação do legisla-
da tecnologia de informação e comunicação dor brasileiro revelada pela recente Lei nº
(TIC). 12.965/2014, o Marco Civil da Internet, o
• Youtubers: adolescentes que produzem si- qual, além de fomentar a educação digital4,
mulações de jogos eletrônicos ou vídeos em seu artigo 29 faculta aos pais usuários
com tutoriais sobre qualquer tema e criações das TICs a opção de livre escolha de programa
próprias e que podem ser editadas e disse- para exercício de controle parental a filhos
menores como formas de proteção às mudan-
minadas entre colegas e nas redes sociais,
ças tecnológicas, em especial sobre os impac-
sem qualquer custo e podem ser tornadas lu-
tos provocados nas famílias, em especial nas
crativas, dependendo dos acessos de outros.
rotinas e vivências das crianças e dos adoles-
Muitas vezes incentivam a prática de desafios
centes5.
ou brincadeiras perigosas ou dietas mágicas
Porém, tanto os pais como os educadores nas
para emagrecer ou ficar mais “sarado” (mus-
escolas precisam aprender como exercer esta
culoso) ou qualquer mania ou modismo.
mediação e serem alertados sobre os riscos
e os limites necessários para assumirem esta
responsabilidade.
Adendos Legais para Consultas • A recente Lei nº 13.185/2015 institui o pro-
(agradecimentos à Dra. Juliana Abrusio, advogada es- grama de combate à intimidação sistemática
pecializada em direitos digitais em São Paulo, Nethics). a fatos ou imagens que depreciem, incitem
à violência, à adulteração de fotos ou dados
• No Brasil, a Constituição Federal (1988) no
pessoais com o intuito de criar meios de cons-
artigo 227 assegura a proteção integral da
trangimento psicossocial (bullying) ou atra-
criança e do adolescente como prioridade
vés da rede mundial de computadores (cyber-
absoluta1 de acordo com a Convenção dos
bullying).
Direitos da Criança aprovada pela Assem-
bléia Geral das Nações Unidas (1989)2. O • A Lei nº 11.829/2008 conferiu nova redação
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao artigo 241, e respectivos parágrafos e alí-
Lei nº 8069/1990, reitera que “a criança e neas, do Estatuto da Criança e Adolescente,
o adolescente gozam de todos os direitos para considerar como crime a transmissão,
fundamentais inerentes à pessoa humana pela internet, de conteúdos que contenham
(...) assegurando-lhes (...) todas as oportuni- sexo explícito ou pornográfico envolvendo
dades e facilidades, afim de lhes facultar o criança ou adolescente6.
desenvolvimento físico, mental, moral, espi- • A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inci-
ritual e social, em condições de liberdade e so X assegura o direito fundamental à priva-
de dignidade”. E ainda, “é dever da família, cidade, no que inclui as crianças e adolescen-
da comunidade, da sociedade em geral e do tes, a cuja tutela legal deve-se dar a máxima
poder público assegurar, com absoluta prio- atenção em questões envolvendo as TICs,
ridade, a efetivação dos direitos referentes à pela facilidade e falta de transparência quan-
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao to à privacidade dos indivíduos.

1 Art. 227 da Constituição Federal: É dever da família, da sociedade 2 O Decreto nº 99.710 de 21 de Novembro de 1990 promulga, no
e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com Brasil, a Convenção sobre os Direitos da Criança, da qual o Brasil
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à ratificou em 24 de setembro de 1990.
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 3 No mesmo sentido, cite-se, ainda, artigo 17: O direito ao respeito
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral
de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem,
exploração, violência, crueldade e opressão. da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos es-

11
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital

paços e objetos pessoais. E, artigo 18: É dever de todos velar pela Parágrafo único. Cabe ao poder público, em conjunto com os pro-
dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qual- vedores de conexão e de aplicações de internet e a sociedade ci-
quer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou vil, promover a educação e fornecer informações sobre o uso dos
constrangedor. (ambos artigos da Lei nº 8069/ de 1990 – Estatuto programas de computador previstos no caput, bem como para a
da Criança e do Adolescente). definição de boas práticas para a inclusão digital de crianças e ado-
lescentes.
4 Art. 26 da Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet): O cumpri-
mento do dever constitucional do Estado na prestação da educa- 6 Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, pu-
ção, em todos os níveis de ensino, inclui a capacitação, integrada blicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de siste-
a outras práticas educacionais, para o uso seguro, consciente e ma de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro
responsável da internet como ferramenta para o exercício da ci- que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
dadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico. criança ou adolescente. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
e multa.
5 Art. 29 da Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet): O usuário § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
terá a opção de livre escolha na utilização de programa de com- I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das foto-
putador em seu terminal para exercício do controle parental de grafias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
conteúdo entendido por ele como impróprio a seus filhos menores, II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computa-
desde que respeitados os princípios desta Lei e da Lei no 8.069, de dores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. artigo.

12
Departamento de Adolescência • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA


Luciana Rodrigues Silva (BA) Mauro Batista de Morais (SP) Clémax Couto Sant’Anna (RJ)
1º VICE-PRESIDENTE: COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Clóvis Francisco Constantino (SP) José Hugo de Lins Pessoa (SP) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
2º VICE-PRESIDENTE: DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO
Edson Ferreira Liberal (RJ) Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Gil Simões Batista (RJ)
SECRETÁRIO GERAL: REPRESENTANTE NO GPEC (Global Pediatric Education Sidnei Ferreira (RJ)
Sidnei Ferreira (RJ) Consortium) Isabel Rey Madeira (RJ)
1º SECRETÁRIO: Ricardo do Rego Barros (RJ) Sandra Mara Amaral (RJ)
Cláudio Hoineff (RJ) REPRESENTANTE NA ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA (AAP) Bianca Carareto Alves Verardino (RJ)
2º SECRETÁRIO: Sérgio Augusto Cabral (RJ) Maria de Fátima B. Pombo March (RJ)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Sílvio Rocha Carvalho (RJ)
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Rafaela Baroni Aurilio (RJ)
3º SECRETÁRIO: Francisco José Penna (MG)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) COORDENAÇÃO DO PRONAP
DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL, BENEFÍCIOS E PREVIDÊNCIA Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida (SP)
DIRETORIA FINANCEIRA: Marun David Cury (SP) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Sidnei Ferreira (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Cláudio Barsanti (SP) Fábio Ancona Lopez (SP)
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Paulo Tadeu Falanghe (SP)
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Cláudio Orestes Britto Filho (PB)
Joel Alves Lamounier (MG)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Mário Roberto Hirschheimer (SP)
João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Cláudio Leone (SP)
Membros: COORDENAÇÃO VIGILASUS
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Hans Walter Ferreira Greve (BA) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP)
Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
Alberto Jorge Félix Costa (MS)
Edson Ferreira Liberal (RJ) Rosana Fiorini Puccini (SP)
Analíria Moraes Pimentel (PE)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Célia Maria Stolze Silvany ((BA) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Kátia Galeão Brandt (PE) Rosana Alves (ES)
Elizete Aparecida Lomazi (SP) Suzy Santana Cavalcante (BA)
COORDENADORES REGIONAIS: Maria Albertina Santiago Rego (MG) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
Norte: Isabel Rey Madeira (RJ) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) Jocileide Sales Campos (CE) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Nordeste: COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Sudeste: Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Luciano Amedée Péret Filho (MG) Álvaro Machado Neto (AL) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Sul: Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Jefferson Pedro Piva (RS)
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Cecim El Achkar (SC) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Centro-oeste: Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Regina Maria Santos Marques (GO) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO DE CONSULTÓRIO Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Normeide Pedreira dos Santos (BA) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO Clóvis Francisco Constantino (SP)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Marun David Cury (SP) Dirceu Solé (SP) Tânia Denise Resener (RS)
Assessoria de Relações Institucionais: DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Jefferson Pedro Piva (RS)
Assessoria de Políticas Públicas: DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Sérgio Luís Amantéa (RS)
Mário Roberto Hirschheimer (SP) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Gil Simões Batista (RJ)
Rubens Feferbaum (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Aurimery Gomes Chermont (PA)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Paulo César Guimarães (RJ) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Cléa Rodrigues Leone (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Adolescentes com Deficiência: COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Hélcio Maranhão (RN)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Ricardo Queiroz Gurgel (SE)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL: Edson Ferreira Liberal (RJ)
Assessoria de Acompanhamento da Licença Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Maternidade e Paternidade: Ruth Guinsburg (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
João Coriolano Rego Barros (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Alexandre Lopes Miralha (AM) Alexandre Rodrigues Ferreira (MG)
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Kátia Laureano dos Santos (PB) Herberto José Chong Neto (PR)
Assessoria para Campanhas:
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Cláudio Barsanti (SP)
GRUPOS DE TRABALHO:
COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Drogas e Violência na Adolescência: PEDIÁTRICA (CANP)
Evelyn Eisenstein (RJ) Gilberto Pascolat (PR)
Virgínia Resende S. Weffort (MG) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Doenças Raras: CONVERSANDO COM O PEDIATRA Isabel Rey Madeira (RJ)
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Victor Horácio da Costa Júnior (PR) Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Metodologia Científica: PORTAL SBP Valmin Ramos da Silva (ES)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Flávio Diniz Capanema (MG) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Cláudio Leone (SP) Tânia Denise Resener (RS)
COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
Pediatria e Humanidade: José Maria Lopes (RJ) João Coriolano Rego Barros (SP)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)
Luciana Rodrigues Silva (BA) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA
Marisa Lopes Miranda (SP)
Christian Muller (DF) Altacílio Aparecido Nunes (SP)
João Joaquim Freitas do Amaral (CE) CONSELHO FISCAL
João de Melo Régis Filho (PE) Titulares:
Transplante em Pediatria: DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Núbia Mendonça (SE)
Themis Reverbel da Silveira (RS) Luciana Rodrigues Silva (BA) Nélson Grisard (SC)
Irene Kazue Miura (SP) Dirceu Solé (SP) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
Carmen Lúcia Bonnet (PR) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Suplentes:
Adriana Seber (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES João de Melo Régis Filho (PE)
Fabiana Carlese (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Joel Alves Lamounier (SP) Presidente:
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO Altacílio Aparecido Nunes (SP) José Martins Filho (SP)
PROFISSIONAL Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG) Vice-presidente:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Flávio Diniz Capanema (MG) Álvaro de Lima Machado (ES)
COORDENAÇÃO DO CEXTEP: EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA Secretário Geral:
Hélcio Villaça Simões (RJ) Renato Procianoy (RS) Reinaldo de Menezes Martins (RJ)

13

Você também pode gostar