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PROFESSOR(A): MICHEL EMERSON

Conceitos de Gestão e Governança de TI

Gestão de Tecnologia da Informação


Objetivo da Aula

Caracterizar a gestão de TI como sustentação metodológica para estabelecer a direção


e consecução dos objetivos institucionais, que, para tanto, devem ser alicerçados por uma
visão sistêmica e global dos processos, dos recursos e das pessoas.

Apresentação

Quando pensamos em Tecnologia da Informação, pensamos nas inúmeras facilidades


que ela nos oferta, como: dispositivos móveis, computadores pessoais, integração de
ambientes, redes sociais etc.

Recursos tecnológicos são parte das organizações e de nossa vida e devem ser vistos
como parte da estratégica institucional, uma vez que sustentam as operações de negócio,
mantendo serviços disponíveis, reduzindo custos, otimizando processos, gerando novos
negócios e entregando valor. Para usufruirmos dessas facilidades, precisamos que o processo
organizacional se traduza em um processo de TI e que seja gerido.

1. Gestão de Tecnologia da Informação

Muitas organizações investem dinheiro e recursos em Tecnologia da Informação (TI). Os


negócios hoje dependem dessa mesma TI para manter as operações, executar processos,
abrir novos mercados e atingir os objetivos organizacionais. Um mercado competitivo e
dinâmico, com projetos tecnológicos complexos e arriscados, está presente na atualidade,
sem falar dos desafios constantes, como: serviços sempre disponíveis; redução de custos;
complexidade ambiental; alinhamento com o negócio; atendimento às conformidades com
normas regulatórias; segurança etc. De forma a garantir a entrega de valor, a TI se posiciona
como alicerce a todo esse movimento, que, por sua vez, só será eficiente e eficaz alcançando
os resultados desejados por meio da gestão – nesse caso, a gestão da TI.

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Mas, antes de entrarmos na gestão de TI propriamente dita, precisamos compreender


alguns dos conceitos que estão por trás da utilização da Tecnologia da Informação, haja
vista que esses estão atrelados ao processo da gestão. Utilizaremos o autor Ralph M. Stair
(2015) para elencar esses conceitos, quais sejam:
• Hardware: consiste em equipamento de computador utilizado para efetuar atividades
de entrada, processamento, armazenagem e saída. Inclui teclados, dispositivos apon-
tadores, impressoras, monitores, entre outros;
• Software: consiste em programa que comanda a operação do computador – por exem-
plo, Windows, Word, Excel, Linux, entre outros;
• Banco de Dados (BD): são coleções organizadas de fatos e informações, consistindo
em dois ou mais arquivos relacionados. Um BD pode conter fatos e informações de
consumidores, estoque, vendas etc.;
• Telecomunicações, redes e internet: as telecomunicações envolvem transmissão
eletrônica, de sinais para comunicações, que permite que as organizações realizem
processos e tarefas por meio de redes efetivas de computadores, enquanto as redes
conectam computadores e equipamentos, e a internet se caracteriza por ser a maior
rede de computadores do mundo, consistindo em milhares de redes interligadas que
trocam informações simultânea e livremente;
• Pessoas: são o elemento mais importante de um sistema de informação baseado em
computador e, portanto, utilizam a Tecnologia da Informação. Existem dois tipos: a)
pessoas de TI: toda pessoa que gerencia, administra, programa, mantém e roda o sis-
tema; b) usuários: pessoas que trabalham com TI para conseguir resultados;
• Procedimentos: incluem estratégias, políticas e regras para utilizar um sistema de
informação baseado em computadores (CBIS) e incluem operação, manutenção e
segurança do computador.

Agora que já detalhamos alguns dos conceitos, podemos concluir que a TI, na verdade,
é um conceito amplo, cujo elementos que a compõem (ao qual chamamos de “sistemas
de informação”) fazem uso do hardware, software, telecomunicações, automação e
recursos multimídia, esses utilizados pelas organizações para fornecer dados, informações
e conhecimento. O’Brien (2004) define isso tudo como “um conjunto organizado de pessoas,
hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que coleta, transforma
e dissemina informações em uma organização”. Em complemento, Rezende (2002, p. 84)
afirma que:

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Os sistemas de informação ou tecnologia de informação são o conjunto de partes (quaisquer)


que gerem informações, ou, também, o conjunto de software, hardware, recursos humanos e
respectivos procedimentos que antecedem e sucedem o software. Têm como maior objetivo o
apoio nos processos de tomada de decisões na empresa, e seu foco está direcionado ao principal
negócio empresarial.

Figura 1 | Componentes de um sistema de informação


baseado em computadores

Fonte: O’Brien (2004).

A compreensão acerca do exposto acima nos permite concluir que não há como separar,
nos dias atuais, os processos tecnológicos dos processos organizacionais; portanto, não
há como desassociar as funções corporativas da organização – planejar, organizar, dirigir
e controlar – das tecnológicas. Assim, nasce dentro dessa perspectiva a gestão de TI (uma
vez que esta também pressupõe planejamento, organização, direção e controle). Costa
et al. (2013) contextualizam sobre a gestão de TI, definindo que ela não é um processo
meramente técnico, realizado apenas por especialistas de TI. É um processo gerencial que
envolve a organização como um todo e um fator crítico de sucesso para as organizações,
em busca de vantagem competitiva.

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Como um processo gerencial, a gestão de TI é uma disciplina de gerenciamento e uma


função de negócios, definida pelas práticas, pelas políticas e pelos procedimentos usados para
que, por meio da Tecnologia da Informação, possamos implementar seu uso e manutenção.

A gestão da Tecnologia da Informação é a administração de todos os recursos tecnológicos


utilizados no processo de tratamento da informação, por meio de seus sistemas de informação.

Seus principais objetivos são: facilitar o uso dos recursos computacionais pela organização;
melhorar sua performance; garantir a sustentabilidade e continuidade dos negócios;
e agregar valor à organização. Alguns de seus benefícios são: melhoria dos processos;
implemento de boas práticas; aumento da produtividade; otimização de recursos; garantia
da disponibilidade tecnológica; garantia da segurança da informação; avaliação de possíveis
vulnerabilidades; entre outros.

Ao olharmos para toda essa perspectiva, precisamos entender que, para que possamos
ter uma gestão de TI efetiva, devemos estabelecer padrões e estarmos adequados às
necessidades organizacionais. Como já observado, um ambiente de TI e, consequentemente,
um gerenciamento dos serviços dessa consistem em uma variedade de componentes
(hardwares, softwares, servidores, roteadores, aplicações, serviços móveis etc.), impondo
aos gestores importantes papéis, como: planejar, gerir problemas, desenvolver políticas e
projetos, gerenciar orçamento e custo, garantir segurança, implementar novos softwares,
hardwares e tecnologias, bem como determinar as necessidades do negócio e o respectivo
suporte técnico.

A gestão da Tecnologia da Informação aplica uma série de modelos, metodologias,


processos, técnicas e ferramentas, com o propósito de contribuir com a organização – por
meio de uma estratégia e planejamento definidos – no alcance de seus objetivos institucionais.

A gestão da TI envolve pessoas, processos e tecnologia e engloba recursos de TI, serviços


de TI, demandas de TI, segurança de TI, projetos, riscos, compliance, entre outros.

Para promover a gestão da TI, devemos considerar os modelos existentes, os quais têm o
propósito de definir um conjunto de estratégias, as quais, por sua vez, servem para conduzir
o gerenciamento do negócio e trazer resultados positivos, por meio de um planejamento
adequado. Os modelos, que também são referenciados como framework, servem como uma
espécie de template, um conjunto de bibliotecas, componentes e diretrizes de melhores
práticas, que visam estabelecer uma cultura para a gestão empresarial, comprometida
com os objetivos da organização. Dentre os modelos temos:

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• COBIT – Control Objectives for Information and Related Technology (em português,
o termo pode ser traduzido para “objetivos de controle para informação e tecnologia
relacionada”). É um modelo de gestão de governança de TI que funciona a partir da
aplicação de um framework (um método) baseado em quatro fundamentos e cinco
princípios. Ele é capaz de proporcionar uma visão holística do negócio, facilitando a
gestão eficiente de TI, de maneira que o setor possa contribuir para o crescimento de
toda a organização;

• ITIL – Information Technology Infrastructure Library (em português, “biblioteca de


infraestrutura de Tecnologia da Informação”). É um guia de boas práticas sobre geren-
ciamento de serviços de Tecnologia da Informação que se concentra no alinhamento
dos serviços com as necessidades dos negócios;

• PMBOK – Project Management Body of Knowledge (em português, “guia do conjunto


de conhecimentos em gerenciamento de projetos”). É um conjunto de práticas na
gestão de projetos organizado, ou seja, consiste em uma padronização que identifica
e conceitua o que pode ser aplicado em termos de processos, ferramentas e técnicas
da gestão de projetos;

• CMMI – Capability Maturity Model Integration (modelo de capacidade e maturidade


integrado). É um modelo contendo um conjunto de práticas que servem de referência
para que empresas possam melhorar os processos e o desempenho no desenvolvi-
mento de produtos e serviços, bem como na prestação de serviços e no gerencia-
mento de fornecedores;

• ISO – International Organization for Standardization (organização internacional para


padronização). Tem como objetivo principal aprovar normas internacionais em todos
os campos técnicos, como normas técnicas, classificações de países, normas de pro-
cedimentos e processos etc. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT). A ISO promove a normatização de empresas e produtos,
para manter a qualidade permanente;

• Leis, Normas e Resoluções Governamentais. Estabelecem os princípios e as diretrizes,


de forma a estabelecer as regras que devem ser seguidas. Como exemplo, temos: Lei
n. 9.279/1996 – Lei da Propriedade Industrial –, Lei n. 9.609/1998 – Lei dos Direitos
Autorais –, Lei n. 9.610/1998 – Lei do Software –, Lei n. 12.965/2014 – Marco Civil da
Internet –, Lei n. 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) –,
entre outras.

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Em que pese os modelos serem referências, não existe gestão sem planejamento, visto
que é somente por meio desse que conseguimos ter direcionamento e controle. Para área
de TI, o planejamento se chama “Plano Diretor de TI” e seu objetivo, conforme expresso no
SISP, é reduzir incertezas e possibilitar tomada de decisões de forma antecipada, o que, por
sua vez, é feito por meio da determinação de objetivos, metas, indicadores, ações e projetos.

O planejamento de TIC constitui um processo de gestão norteador para a execução das ações
e projetos de TIC da organização. Visa conferir foco à atuação da área de TIC, apresentando
estratégias e traçando planos de ação para implantá-las, o que possibilita o direcionamento de
esforços e recursos para a consecução de metas. Ou seja, o planejamento de TIC pode ser en-
tendido como um processo gerencial administrativo, de identificação e organização de pessoal,
aplicações e ferramentas baseadas em TIC (recursos de TIC), necessário para apoiar a institui-
ção na execução de seu plano de negócios e no cumprimento de seus objetivos institucionais.
(MPOG, 2016, n.p).

É claro que não há gestão sem gestor. Nesse contexto, é necessário que esse profissional
cumpra as funções da gestão da TI, como: manter desempenho dos serviços; promover
a transformação digital; manter satisfação dos usuários e clientes dos serviços; gerir a
equipe de TI; gerenciar os riscos; dar suporte aos processos organizacionais; desdobrar e
alinhar os objetivos da TI com os objetivos da empresa; entre outros. Gerenciar a área de
TI é um desafio e suas atribuições são diversas; portanto, esse profissional deve ter um
conhecimento de informática, de gestão e da própria empresa e do negócio. Visão holística,
capacidade estratégica, tomada de decisão, visão de futuro, empatia e trabalho em equipe
são apenas alguns dos atributos desse profissional.
A gestão de TI é, portanto, o processo de assegurar que todos os recursos tecnológicos,
dentro de uma organização, sejam usados de forma eficiente e eficaz, gerando valor para
a organização, organizando e proporcionando a máxima eficiência em seu emprego e
contribuindo definitivamente para a consecução e o atingimento dos objetivos da empresa.

Considerações Finais

As mudanças provocadas pela Tecnologia da Informação promoveram e ainda promovem


mudanças profundas na sociedade e na forma como lidamos com a informação e o
conhecimento e, consequentemente, influenciam os modelos de gestão.
Não podemos absorver os impactos dessas modificações sem entendê-las, direcioná-
las e controlá-las. Assim, o processo organizacional afetado pela TI impõe que as mesmas
funções administrativas que o governam sejam também imprescindíveis no processo de
gestão de TI.

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A ciência de administrar é a mesma da gestão de TI, visto que ambas objetivam garantir,
por meio dos processos de planejar, organizar, dirigir e controlar, o uso dos recursos para
o alcance dos objetivos empresariais previamente definidos.

Materiais Complementares
Guia de PDTIC do SISP v2.0, disponível em https://www.gov.br/governodigital/pt-br/
sisp/documentos/guia-de-pdtic-do-sisp-v2.0. Acesso em 26 nov. 2022

Resolução CGPAR/ME n. 41, de 4 de agosto de 2022, disponível em https://in.gov.br/en/


web/dou/-/resolucao-cgpar/me-n-41-de-4-de-agosto-de-2022-420426103. Acesso
em 26 nov. 2022

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