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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO

(Ano Lectivo 2020)

CAPITULO I

Tecnologias de Informação

Manuel Correia
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO
(Ano Lectivo 2020)

CAPÍTULO 1 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Porquê que se estudam os SI/TI?

É a mesma coisa que perguntar porque é que alguém quererá estudar contabilidade,
finanças, marketing, recursos humanos …

No início dos anos 60, a perspectiva sobre os SI/TI era essencialmente tecnológica, sendo a
sua função principal a automatização de determinadas tarefas repetitivas. A revolução na
aplicação dos SI/TI durante os anos 80 produziu grandes alterações na percepção do seu
papel, assumindo estes o estatuto de factor preponderante no posicionamento estratégico
das organizações e gerador de vantagens competitivas.

Hoje estamos na era da revolução da Informação e as organizações de sucesso gerem a


Informação com eficiência, neste mundo dinâmico e competitivo. A gestão pode ter acesso
a muitos dados e usar modelos sofisticados para apoio na tomada de decisão, pois pode
comunicar com todo o mundo através de redes de comunicação, para gerir globalmente as
organizações.

A Informação terá de ser vista como um recurso extremamente importante nas


organizações, tão importante como o capital ou as pessoas, visto que sem informação não
podem sobreviver, pelo que este recurso deverá ser gerido de forma a tirar o maior proveito
possível.

Na economia de hoje muitas organizações públicas e privadas, com fins lucrativos ou não,
têm sistemas de informação que contribuem para a eficiência da gestão e para mais
facilmente atingir os objectivos, pelo que nas modernas organizações a Informação é um
recurso muito importante, usado na implementação e controle da estratégia.

O estudo dos SI/TI é particularmente apropriado numa era em que se assiste a uma
"explosão da informação". Apesar de não ser o objectivo principal de muitas organizações,
o processamento de informação tornou-se uma componente imprescindível para o
funcionamento das mesmas.

Daí que, actualmente, os SI/TI possuam um enorme potencial como arma estratégica para a
melhoria do funcionamento interno da organização, para o potencializar de novas formas
de gerir e organizar, para a melhoria da produtividade e do desempenho e, até mesmo, abrir
caminhos para novos negócios.

Vivemos numa sociedade em rápida transformação, na qual a velocidade das mudanças


coloca aos gestores constantes problemas e desafios. O impacto e as mudanças provocadas
pelos SI/TI têm consequências cada vez mais rápidas e profundas, conduzindo a alterações
drásticas do perfil de toda a sociedade e das suas organizações.

À medida que vão crescendo e tornando-se mais complexas, as organizações têm cada vez
maiores necessidades de informação e consequentemente exigem cada vez mais dos seus
SI. A todo o momento, uma organização precisa de aceder à informação certa para poder
responder atempada e adequadamente aos desafios que se lhe colocam.

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O SI/TI são a componente vital de sucesso nos negócios e nas organizações. Eles
constituem um campo essencial de estudo para a direcção e gestão da organização. É
necessário conhecer como é que os SI/TI mudam os nossos negócios e garantir que a nossa
organização use efectivamente as tecnologias.

O reconhecimento de que os SI/TI são vitais para o sucesso das organizações gerou nas
últimas décadas investimentos significativos na identificação e implementação de projectos
SI/TI. Contudo, uma vez que qualquer organização pode aceder aos mesmos recursos SI/TI
que os seus concorrentes directos a forma como eles são geridos e aproveitados é o que
determina a obtenção de vantagens.

Os SI/TI assumem cada vez maior importância nas organizações quando se dá conta de que
a racionalização das actividades, muitas das decisões tomadas e a capacidade de
competitividade e diferenciação em relação aos concorrentes, entre outros, estão
dependentes do aproveitamento dos SI/TI.

Desde que pensemos em ser gestores, empreendedores ou profissional de negócios é tão


importante ter uma compreensão/conhecimento dos SI como conhecer qualquer outra área
funcional dos negócios. A utilização dos SI/TI como meio de suporte e de melhoria das
actividades da organização é indiscutível.

Entender a importância dos sistemas de informação é um imperativo no mundo dos


negócios, face à internacionalização e globalização dos mercados. Esse entendimento terá
de passar pela importância dada aos sistemas de informação (SI) suportados pelas
tecnologias da informação (TI) e pelo seu impacto nas pessoas e nas organizações.

2. TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO: O QUE SÃO

Embora seja um conceito mais vasto, é ainda hoje comum criar uma identificação entre os
termos TI e Informática, no entanto o objecto de uma é distinto da outra.

A Informática será encarada como a ciência do tratamento lógico de conjuntos de dados,


que utiliza um conjunto de técnicas e equipamentos que possibilitam a sua transformação
(processamento) em informações e consequente armazenamento e transmissão.

Ao analisarmos esta definição, encontramos alguns conceitos fundamentais sobre


informática que deverão ser esclarecidos logo de início e que são:

 Dados são a matéria-prima que alimenta o sistema informático. É a “informação


em bruto”.
 Processamento ou tratamento de dados é o conjunto de operações lógicas e
aritméticas que, com recurso de equipamentos informáticos, são aplicadas
automaticamente sobre conjuntos de dados. Tratamento, manipulação, dos dados.
Processo de transformação que converte input em output.
 Informação é o conjunto de resultados que são obtidos após o processamento ou
tratamento de dados.

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Por outro lado, temos de dominar os conceitos e técnicas inerentes à infra-estrutura


tecnológica e conhecer as múltiplas e variadas contribuições que as Tecnologias de
Informação proporcionam e disponibilizam no suporte aos Sistemas de Informação.

Em especial e nomeadamente, temos que dominar os conceitos e variedades morfológicas


apresentados pelos equipamentos (hardware) e pelas soluções lógicas (software), bem
como as múltiplas formas arquitecturais que se encontram disponíveis na panóplia dos
produtos informáticos e das tecnologias de informação.

Existem, portanto, duas definições das TI:

 A primeira, a definição intensiva, limita-se a uma perspectiva estritamente


tecnológica, Tecnologias de Informação são o conjunto de equipamentos e
suportes lógicos (hardware e software) que permitem executar tarefas como
aquisição, transmissão, armazenamento, recuperação e exposição de dados [Alter -
1992]. Diz respeito às características físicas das TI, como é o caso da electrónica,
da informação digital, das telecomunicações, das impressoras, dos processadores,
dos monitores, etc.;
 A segunda, a definição extensiva, diz respeito àquilo para que o equipamento é
utilizado. As TI constituem a aplicação das tecnologias aos processos das
empresas, reunindo dados e gerando informações que ajudam os gestores a tomar
decisões sobre os seus negócios. As TI traduzem símbolos para formas utilizáveis.
Representam, portanto, uma capacidade ou um processo que não está limitado
pela definição imediata das caixas e dos interruptores, mas que é, sim, um desafio
para gestores perspicazes.

As Tecnologias de Informação suportam os SI. Abrangem o hardware, o software, tudo o


que diz respeito a comunicações e as arquitecturas associadas a todos estes componentes –
em suma, são as infra-estruturas tecnológicas dos SI.

Quando se fala em equipamentos no âmbito da utilização das TI, o computador assume um


papel de destaque, quer a nível de utilização pessoal quer empresarial, na medida em que é
o elemento em relação ao qual existe uma maior interacção com a componente humana. O
termo computador representa na realidade um conjunto de vários equipamentos e
componentes que, funcionando em conjunto, permitem a obtenção, de forma automática,
de um determinado resultado.

Equipamento Informático ou Hardware representa a parte física de um sistema


informático, ou seja, todos os elementos materiais que o compõem [E. Alcalde; M. Garcia;
S. Penuelas – Informática Básica].

Software ou Suporte Lógico é a parte lógica que dota o equipamento físico de capacidades
para realizar todo o tipo de trabalho [E. Alcalde; M. Garcia; S. Peñuelas – Informática
Básica]. Ou é o conjunto, ou programa, de instruções que habilitam ou permitem que o PC
desenvolva tarefas específicas.

É comum subdividir o software em dois tipos distintos: O Software de Sistema e o


Software de Aplicação.

 Software do Sistema

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São designados por Software do Sistema todos os programas responsáveis pelo


funcionamento do computador e pela gestão de todo o seu hardware (inclui
também programas acessórios como o Explorador do Windows, a calculadora ou
o Paint, para edição de imagens).

Por sua vez, o Software do Sistema subdivide-se em dois grandes grupos:

 Sistema Operativo – SO, é um conjunto de programas cuja finalidade é a de


criar uma interface lógica entre a máquina e o utilizador. É responsável pelo
controlo e gestão dos recursos de hardware, aplicações de software, e dados
(MS-DOS, Windows, Linux, etc).
 Linguagens de Programação, que permitem a elaboração de programas
através da associação de conjuntos de instruções (ordens a executar pela
UCP). Visual Basic, Visual C++, Java, HTML, PHP, etc.

 Software de Aplicação

É o software que reúne necessidades específicas permitindo ao computador


executar tarefas práticas e úteis, como escrever documentos, produzir gráficos,
elaborar apresentações, criar tabelas, gestão de projectos, etc.

O software de aplicação é constituído pelo conjunto de programas concebidos


para coordenar a execução de tarefas de interesse prático, usando o computador
como ferramenta de trabalho. São a grande razão de ser da informática, aplicadas
a todos os domínios de actividades. Os principais tipos de software de aplicação
são:

1. Aplicações do utilizador ( Software Houses)


Algumas das aplicações existentes são realizadas para um fim específico,
isto é, são produzidas para situações concretas, por empresas especializadas
no desenvolvimento de software. Estas empresas são designadas por
Software Houses pois produzem software para aplicações específicas, à qual
as aplicações standard não dão resposta.

2. Aplicações standard ( Packages de Programas )


As aplicações normalmente mais conhecidas, são as que procuram dar
resposta a um grupo variado de situações mais ou menos comuns a grande
parte dos utilizadores e são vulgarmente conhecidas por Packages. São
económicas, têm menos custos de manutenção e estão bem documentadas.
No entanto, muitos não se adaptam perfeitamente ao sistema e aos requisitos
dos utilizadores. Assim, é menos eficaz uma aplicação concebida para uso
geral do que para uso específico.
a) Processadores de Texto
b) Folhas de Cálculo
c) Apresentações Gráficas
d) Sistema de Tratamento de Dados

3. Aplicações industriais ( Controlo de Produção )


4. Aplicações de gestão ( Stocks ou Contabilidade )
5. Etc …

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3. MUDANÇA DE PARADIGMA NAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO

Um Paradigma é um modelo interpretativo (ou conceitualização) duma realidade. Permite


organizar as ideias com vista:

 Ao entendimento dessa realidade;


 À determinação de qual a melhor forma de actuar sobre essa realidade.

Pode dizer-se que um paradigma é um ponto de vista: um ponto de vista que determina
como uma realidade é entendida e como se actua sobre ela.

Algumas características dos paradigmas:

 Os paradigmas são simplificações da realidade.


 Cada paradigma é caracterizado por um conjunto de conceitos de base.
 Descobre-se com frequência que dois paradigmas sobre uma mesma realidade são
irreconciliáveis.
 A evolução das ideias e da tecnologia vai conduzindo ao aparecimento de novos
paradigmas e, acima de tudo, à mudança do paradigma consensual.

Mudança de Paradigma é fundamentalmente uma nova maneira de ver alguma coisa. A


mudança de paradigma é frequentemente exigida em função de novos desenvolvimentos
ocorridos em ciência, tecnologia, arte, ou outras áreas de actuação. Tais mudanças tornam-
se necessárias porque importantes mudanças de realidade requerem a realização de
modificações em conceitualização.

O antigo paradigma teve início nos anos 50. Assim:

 Em 1948, nos Laboratórios BELL, nos USA, é descoberto o transístor que


contribuirá, a partir de 1960, para a miniaturização dos circuitos electrónicos e
para a redução do volume físico dos computadores.
 Em 1950, a IBM e a Remington Rand iniciam a fabricação de computadores para
o mercado, mas os custos eram elevados e tais máquinas apenas podiam ser
adquiridas por grandes empresas de grande poder económico.
 Em 1951, John W. Mauchly e J. Presper Eckert Jr., os homens do ENIAC,
construíram o primeiro computador produzido comercialmente em todo o mundo,
o UNIVAC I – UNIVersal Automatic Computer.

O UNIVAC I era um computador de programa armazenado internamente na


memória segundo os princípios do matemático Von Neumann. Foi o primeiro a
usar uma fita magnética como elemento de informação.

 Em 1952, são construídos os computadores MANIAC I, MANIAC II e o


UNIVAC II.

O final dos anos 80 e os anos 90 foram o período de transição para o novo paradigma. As
TI evoluíram para uma segunda era.

Nos finais da década de 80 e princípios dos anos 90, a DMR Group Inc., Toronto, lançou
um programa de pesquisas em milhares de empresas localizadas na América do Norte,
Europa e no Extremo Oriente, com o propósito de investigar os impactos das mudanças em
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tecnologia. Esta pesquisa chegou a diversas conclusões surpreendentes, todas elas


centradas ao redor de um único tema: As TI estavam a passar pela sua primeira mudança
de paradigma – impulsionada de um lado pelas exigências de ambientes empresariais
novos e competitivos, e, por outro lado, pelas profundas mudanças ocorridas na natureza
dos computadores.

A mudança de paradigma engloba uma mudança fundamental em praticamente tudo o que


diz respeito à tecnologia em si e suas aplicações nas empresas. As organizações que não
realizaram essa transição fracassaram. Tornaram-se irrelevantes ou então deixaram de
existir.

Uma mudança fundamental ocorreu na natureza e na aplicação de tecnologias nas


empresas. Esta mudança apresentou implicações profundas e de longo alcance para a
organização e para todos nós.

Quatro mudanças de paradigma tiveram impacto sobre as empresas. Estas quatro mudanças
de paradigma estão ilustradas na figura a seguir:

A idade da informação entrou numa segunda era. O novo paradigma de tecnologia ocorreu
de forma paralela às outras mudanças. Do mesmo modo que a nova empresa, ele é aberto e
operado em rede. Ele é modular e dinâmico. Ele opera da mesma maneira que as pessoas,
integrando dados, texto, voz e informação de imagem em seus diversos formatos,
proporcionando uma espinha dorsal para as estruturas empresariais orientadas para
equipas.

É comum estabelecer os anos 50 como o início da primeira era das TI. O final dos anos 80
e os anos 90, com o surgimento das redes de computadores e a multimédia, dá-se início à
2ª era das TI que vem até nós.

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4. DE UMA SOCIEDADE INDUSTRIAL A UMA SOCIEDADE DE


INFORMAÇÃO

A sociedade de informação teve início em 1956 e 1957.

O ano de 1956 foi um ano de prosperidade, produtividade e desenvolvimento industrial


para os americanos. Exteriormente, os Estados Unidos pareciam ser uma economia
industrial florescente, porém um acontecimento importante, pouco notado mas simbólico,
anunciou o fim de uma era:

Em 1956, pela primeira vez na história da América, o número de empregados em


serviços técnicos, administrativos e em escritórios era superior ao dos trabalhadores
fabris. A América industrial abria caminho a uma nova sociedade, onde, pela
primeira vez na história, a maioria trabalhava com informação em vez de produzir
bens de consumo.

Confusos, com relutância de abandonar o passado, até mesmo os melhores pensadores


sentiram-se incapazes de descrever a nova época que surgia. O sociólogo Daniel Bell, de
Harvard, designou-a sociedade pós-industrial. É agora evidente que a sociedade pós-
industrial é a sociedade de informação.

Todavia, um olhar cuidadoso sobre as chamadas ocupações em serviços mostra uma


história diferente. A maioria avassaladora dos empregados nos serviços está actualmente
ocupada na criação, no processamento e na distribuição da informação.

O aumento real deu-se na área dos empregos de informação. Em 1950, apenas 17% da
população trabalhava em tarefas de informação. Na década de 90 mais de 65% trabalham
com a informação, como programadores, professores, empregados de escritório,
secretárias, contabilistas, advogados, bancários e técnicos. E muitos mais ocupam-se da
informação, dentro de companhias fabris.

Porém, na nova sociedade, como Daniel Bell primeiramente realçou, o recurso estratégico
é a informação. Não será o único recurso mas é o mais importante. Tendo a informação
como recurso estratégico, o acesso ao sistema económico é muito mais fácil.

E o ano de 1957 marcou o início da mundialização da revolução da informação. Os russos


lançaram um Sputnik, o catalizador tecnológico que faltava numa sociedade de informação
em desenvolvimento.

A importância real do Sputnik não foi ter iniciado a era espacial, mas ter introduzido a era
das comunicações mundiais por satélite.

Os anos de 1956/57 foram o ponto de viragem, o fim de uma era industrial.

Numa sociedade de informação, sistematizou-se a produção dos conhecimentos e ampliou-


se a força da inteligência. Para utilizarmos uma metáfora industrial, produzimos
conhecimento em série e esse conhecimento é a força motriz da nossa economia.

Assim, numa economia de informação a mais-valia é aumentada não pelo trabalho mas
pelo conhecimento. A teoria de Marx da “mais-valia do trabalho”, que surgiu no início da

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economia industrial, terá de ser substituída pela nova teoria da mais-valia do


conhecimento. Numa sociedade de informação a mais-valia é aumentada pelo
conhecimento.

Sociedade da informação

Por sociedade da informação entendemos a sociedade que cada vez depende mais das redes
digitais. Nessa medida, os parâmetros das actividades económicas, bem como dos padrões
de civilização, são consequência do acelerado desenvolvimento das tecnologias de
informação nas suas múltiplas vertentes (audiovisual, comunicações, etc.) e nos mais
variados domínios da vida comunitária, da educação ao mundo do trabalho e ao lazer.

5. TELECOMUNICAÇÕES E REDES

5.1 Telecomunicações

Comunicação é a transmissão, através de um meio, de um sinal que parte de um emissor


e atinge um receptor. O sinal contém uma mensagem composta por dados e informações
e viaja por algum meio de comunicação.

Um meio de comunicação pode ser qualquer entidade capaz de transportar um sinal


entre o emissor e o receptor. Na fala humana, o emissor envia seu sinal através do ar (o
ar é o meio de comunicação).

Os componentes da comunicação podem ser facilmente identificados se tomarmos


como exemplo a comunicação humana. Quando conversamos com alguém frente a
frente, estamos a trocar mensagens. Uma pessoa pode ser o emissor em um instante e
tornar-se receptor alguns instantes depois. A mesma entidade (uma pessoa, neste caso)
pode ser emissor, receptor ou ambos.

Este processo é típico das comunicações bidireccionais. Os sinais que utilizamos para
transportar essas mensagens são as palavras faladas, a nossa linguagem.

Para que a comunicação seja eficaz, tanto o emissor quanto o receptor devem entender
os sinais utilizados. Mais do que isso, ambos devem concordar quanto à interpretação
desses sinais. Por exemplo, se o emissor estiver a falar numa linguagem que o receptor
não compreenda, não haverá comunicação eficaz. O mesmo ocorre se o emissor achar
que uma palavra tem um determinado significado, mas o receptor julgar que tem outro.

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As comunicações podem ser classificadas em síncronas e assíncronas:


 Nas comunicações síncronas, o receptor recebe a mensagem instantaneamente, tão
logo ocorra o envio. Voz e telefone são exemplos de comunicações síncronas.
 Nas comunicações assíncronas, o receptor recebe a mensagem depois, às vezes
horas ou dias após o envio. Enviar uma carta pelo correio ou um e-mail pela
internet são exemplos de comunicações assíncronas.

As telecomunicações referem-se à transmissão electrónica de sinais para comunicação e


incluem meios como o telefone, o rádio e a televisão. Telecomunicações têm o poder de
criar profundas mudanças nas empresas, graças a sua capacidade de reduzir barreiras de
tempo e distância.

Nas telecomunicações, o emissor envia sinais utilizando, por exemplo, cabos como
meio de comunicação.

A comunicação de dados, um subconjunto especializado das telecomunicações, refere-


se à captação, ao processamento e distribuição de dados electrónicos, geralmente entre
dispositivos de hardware. Comunicação de dados são efectuadas pelo uso de tecnologias
de telecomunicações.

Uma característica importante das telecomunicações é a velocidade de transmissão de


informações, medida em bits por segundo (bps). As velocidades mais comummente
encontradas situam-se na faixa limitada pelos milhares de bits por segundo (Kbps) e os
milhões de bits por segundo (Mbps).

Um canal de comunicação é o meio de transmissão que transporta uma mensagem de


uma fonte para seus destinatários. Em uma rede de comunicação esse canal é,
frequentemente, uma linha telefónica. No entanto, existem muitos outros tipos de meios
de transmissão.

Um canal de comunicação pode ser classificado em simplex, half-duplex ou full-duplex:


 Um canal simplex é um canal de comunicação capaz de transmitir dados em
apenas uma direcção. Canais simplex raramente são utilizados para
telecomunicações. As campainhas e os sistemas de transmissão dos rádios e
televisores utilizam canais simplex.
 Um canal half-duplex é um canal de comunicação capaz de transmitir dados em
ambas as direcções, mas não simultaneamente. Por exemplo, A pode iniciar uma
transmissão para B em uma linha half-duplex, mas B deve esperar até que A tenha
terminado se quiser transmitir algo para A. Computadores pessoais geralmente
conectam-se a computadores remotos por canais half-duplex.
 Um canal full-duplex é um canal de comunicação capaz de transmitir dados em
ambas as direcções simultaneamente; portanto, um canal full-duplex é equivalente
a dois canais simplex. São necessárias duas linhas telefónicas comuns ou uma
linha privada alugada para transmissão full-duplex.

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5.2 Redes

Empresas interligam funcionários e equipamentos para que as pessoas possam trabalhar


de modo mais rápido e eficiente. Redes de computadores viabilizam a flexibilidade nas
empresas - trabalhar sempre e onde o resultado desse trabalho for mais interessante.

Redes que conectam computadores e dispositivos computacionais provêm flexibilidade


ao processamento. Construir redes envolve dois tipos de projecto: lógico e físico.
 Um modelo lógico mostra como uma rede será organizada e disposta;
 Um modelo físico descreve a maneira, física e electrónica, pela qual hardware e
software se conectarão em uma rede.

Uma rede de computadores é composta pelos meios de comunicação, dispositivos e


software necessários para a conexão de dois ou mais sistemas computacionais e/ou
dispositivos. Uma vez conectados, computadores podem partilhar dados, informações e
tarefas de processamento.

5.2.1 Tipos de Rede

Dependendo da distância física entre os nós em uma rede e dos serviços e


comunicações por ela providos, redes podem ser classificadas em redes de área local
(agrupam equipamentos em um edifício ou área local), redes de área expandida
(operam sobre grandes regiões geográficas) e redes internacionais (são usadas para a
comunicação entre países):

 Uma rede que conecta sistemas e dispositivos computacionais em uma mesma


área geográfica é uma rede de área local (LAN - local area network).
Tipicamente, redes de área local são compostas por cabos instalados em
prédios comerciais e fábricas.

Uma típica LAN de topologia em barramento - Todos os utilizadores da rede em um prédio


comercial podem se conectar aos dispositivos dos outros utilizadores para comunicações
rápidas, Um utilizador no sector de pesquisa e desenvolvimento poderia, por exemplo,
enviar um documento localizado no seu computador para uma impressora localizada em um
centro de publicações da empresa.

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 Uma rede de área expandida (WAN - wide area network) conecta grandes
regiões geográficas pelo uso de transmissões via satélite e microondas ou por
linhas telefónicas. Essas WAN’s consistem, geralmente, em equipamentos
computacionais de propriedade do utilizador aliados a equipamentos de
comunicação de dados fornecidos por uma portadora pública. Quando se faz
uma ligação de longa distância, está a usar uma rede de área expandida.

Uma rede de área expandida - Redes de área expandida são as redes básicas de longa
distância usadas por organizações e indivíduos pelo mundo. As conexões efectivas entre
pontos, ou nós (mostrados nas linhas pontilhadas), podem ser qualquer combinação de
microondas e cabos. Ao efectuar uma chamada telefónica de longa distância, você usa uma
rede de área expandida.

 Redes que conectam sistemas em diferentes países são chamadas redes


internacionais. As telecomunicações internacionais, no entanto, apresentam
problemas especiais. Além do requisito por sofisticados equipamentos e
software, redes de área global devem obedecer a leis nacionais e internacionais
específicas para a regulamentação do fluxo electrónico de dados entre
fronteiras internacionais. Apesar dos obstáculos, existe um grande número de
redes internacionais, tanto privadas quanto públicas.

 Redes Domésticas e de Pequenos Negócios

Com mais e mais pessoas a trabalharem em seus lares, a necessidade de


conectar dispositivos computacionais e equipamentos em uma rede unificada é
algo que se vem intensificando. Pequenos negócios também estão a conectar
seus sistemas e equipamentos. Com uma rede doméstica ou de pequeno
negócio, podemos conectar computadores, impressoras, scanners e outros
dispositivos. Uma pessoa a trabalhar em um computador, por exemplo, pode
fazer uso de dados e programas armazenados no disco rígido de um outro
computador. Além disso, uma única impressora pode ser compartilhada por
todos os computadores da rede.

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Conectando dispositivos computacionais usando uma rede doméstica


(Fonte: Cortesia do Access Computing, Corning, Nova York.
http://www.accesscomputing.com/acess/pages/homenetworks.htm.)

Redes e telecomunicações são parte vital dos sistemas de informação actuais. Ao


mesmo tempo, é muito difícil imaginar como as empresas sobreviviam sem esses
sistemas. As telecomunicações são o componente essencial nos sistemas de
informação. Em alguns ramos da indústria, são quase um pré-requisito para fazer
negócios; a maior parte das empresas não sobreviveria sem elas.

6. INTERNET

6.1 Origem e o que é a Internet

A internet é de facto uma rede internacional, contando com utilizadores em todos os


continentes. Os Estados Unidos, entretanto, detêm os maiores índices de utilização.

A internet é um sistema baseado em menus que utiliza o modelo cliente/servidor. Os


recursos disponíveis na internet são organizados em séries de páginas contendo menus,
ou telas, que aparecem em seu computador. Cada servidor mantém ponteiros, ou links,
para dados na internet aos quais esses servidores têm acesso.

Podem existir na internet dados sob a forma de caracteres ASCII, arquivos gerados por
processadores de texto, arquivos de áudio, imagens gráficas e vídeo ou qualquer outro
tipo de dados que possam ser armazenados em um arquivo de computador. Um site na
internet é como uma revista, contendo uma página chamada home page (página
principal), dotada de gráficos, títulos e textos. Todos os tipos destacados (algumas vezes
sublinhados) são hipertexto, que ligam a página na tela a outros documentos ou sites na
internet. Os links de hipertexto são mantidos por URL’s.

A ancestral da internet chamava-se ARPANET - D.S. Department of Defense e foi um


projecto iniciado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD - U.S.
Department of Defense) em 1969. A ARPANET consistia tanto em uma experiência
com redes confiáveis quanto em um meio de conexão entre o DOD e as agências de
pesquisa contratadas, incluindo um grande número de universidades que desenvolviam
pesquisa utilizando recursos financeiros militares. (ARPA significa Advanced Research
Projects Agency, ou Agência de Projectos de Pesquisa Avançados. A agência é
conhecida actualmente como DARPA - o D adicionado é de Defesa.) A ARPANET
obteve muito sucesso e, rapidamente, todas as universidades no país quiseram juntar-se

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a ela. Esse rápido crescimento fez com que a ARPANET se tornasse difícil de
administrar, particularmente com respeito ao crescente número de sites de universidades
nela disponibilizados. Foi decidido então que a ARPANET seria dividida em duas sub-
redes: a MILNET, uma rede exclusiva para sites militares, e uma nova e reduzida
ARPANET, para sites não militares. As duas redes permaneceram conectadas, no
entanto, graças ao uso de um protocolo inter-redes ou protocolo de internet (IP - internet
protocol), que permitia o roteamento do tráfego entre MILNET e ARPANET conforme
necessário. Todas as redes conectadas à internet falam IP. Essa uniformidade de
protocolo permite que as redes troquem mensagens entre si.

Diferentemente de uma rede empresarial onde a infra-estrutura é centralizada, a internet


não é nada mais do que um punhado de redes conectadas ad hoc e que aderem a um
mesmo padrão. Como as redes que compõem a internet estão em constante processo de
modificação e melhoria, isso significa que a internet como um todo encontra-se em um
processo de evolução perpétuo.

A conectividade sem fio é também uma tendência em crescimento na internet. Além dos
sistemas terrestres, a internet vem sendo disponibilizada também em mar e ar.

6.2 Como a Internet funciona

A internet transmite dados de um computador (chamado hospedeiro) a outro (veja a


figura abaixo). Se receptor e emissor estiverem conectados à mesma rede, então a troca
de mensagens dá-se de maneira directa (rede convencional). Se o receptor, por outro
lado, não estiver conectado directamente à mesma rede do emissor, então o emissor
deve enviar a mensagem a um outro computador conectado à sua rede e que seja capaz
de encaminhá-la ao receptor. A mensagem pode passar por um roteador antes de
alcançar o computador capaz de encaminhá-la. O computador responsável por
encaminhar a mensagem, por sua vez, pode tanto entregá-la directamente ao receptor
(caso o receptor esteja na mesma rede) quanto enviá-la a outro computador, repetindo o
processo anterior (caso o receptor não esteja na mesma rede). Situações em que
mensagens que trasfegam de um ponto a outro na internet passam por uma dúzia de
computadores ou mais são bastante comuns.

Roteando mensagens pela internet

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As várias redes que compõem a internet funcionam de maneira bastante similar -


movimentando dados em pedaços chamados de pacotes (packets), cada um dos quais
carrega consigo o endereço de seu emissor e de seu receptor (destinatário). O conjunto
de convenções adoptadas para a passagem de pacotes entre hospedeiros é conhecido
como protocolo de internet (IP), que opera no nível da camada de rede do modelo OSI.
Muitos outros protocolos são empregues juntamente ao IP. Dentre eles, o mais
conhecido é o protocolo de controle de transporte (TCP - Transport Control Protocol -
camada de transporte amplamente utilizada, empregue juntamente com o IP na maior
parte das aplicações de internet), que opera no nível da camada de transporte. O TCP é
tão amplamente utilizado como protocolo de camada de transporte que muita pessoas
fazem referência ao TCP/IP - a combinação do TCP e IP empregue na maior parte das
aplicações de internet.

A cada computador na internet é designado um endereço denominado localizador


uniforme de recursos (URL - Uniform Resource Locator), que o distingue de outros
hospedeiros na rede. O URL dá àqueles que provêm informações na internet uma
maneira padronizada de designar a localização de elementos como servidores,
documentos, grupos de notícias etc.

Vamos examinar o URL da Course Technology, www.course.com:


 O "http" especifica o método de acesso e diz a seu software para utilizar o
HyperText Transport Protocol (protoocolo de transporte de hipertexto) quando
acessar esse recurso em particular. O http é o principal método de interacção na
internet.
 O "www" especifica que este endereço está associado ao serviço World Wide
Web, a ver mais adiante.
 O "course.com", também chamado nome do domínio, especifica um site
hospedeiro na internet.

Os nomes de domínios devem seguir regras bastante estritas - devem sempre ter ao
menos duas partes, separadas por pontos. Para todos os países, excepto os Estados
Unidos, a parte mais à direita do nome deve conter o código do país (au para Austrália,
ca para Canadá, dk para Dinamarca, fr para França, br para Brasil, ao para Angola, etc.).
Nos Estados Unidos, o código do país é substituído por um código que denota uma
categoria de filiação (a tabela abaixo contém algumas das categorias mais populares). A
parte mais à esquerda do nome identifica a rede ou provedor hospedeiro, que pode ser o
nome de uma universidade ou empresa, por exemplo:

Identificador (ID) da filiação Filiação


com organizações comerciais
edu sites educacionais
gov sites governamentais
net organizações ligadas à área de redes
org organizações
Filiações de domínio de nível mais alto nos Estados Unidos

6.3 A World Wide Web

A Organização Europeia para a Investigação Nuclear, mais conhecida pelo acrónimo


CERN, do francês "Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire" (Conselho Europeu

Manuel Correia Cap.1 - Tecnologias de Informação 15


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO
(Ano Lectivo 2020)

para Pesquisa Nuclear), é o maior centro de estudos sobre física de partículas do mundo.
Localiza-se em Meyrin, perto de Genebra, na Suíça.

Mas, para a maioria das pessoas, o maior avanço do CERN foi a invenção por Tim
Berners-Lee da World Wide Web, ou simplesmente a Web, como hoje a conhecemos.
Corria o ano de 1990, e o que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar
dados num sistema interno para a gestão de documentos, acabou por se tomar na
complexa e essencial Web.

O responsável principal pela invenção/desenvolvimento chama-se Tim Berners-Lee,


que em 1989, propôs um projecto de hipertexto que permitia às pessoas trabalhar em
conjunto, combinando o seu conhecimento numa rede de documentos. Foi esse projecto
que ficou conhecido como a World Wide Web. A Web funcionou primeiro dentro do
CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada mundialmente. Em 1994 Berners-Lee
criou o World Wide Web Consortium, onde actualmente assume a função de director.

Desse começo modesto, a World Wide Web (Web, WWW ou W3) cresceu, tornando-se
um conjunto de centenas de milhares de computadores independentes, pertencentes a
diversos indivíduos e organizações, trabalhando em conjunto para fornecer um serviço
na internet. Esses computadores, chamados servidores da internet, estão espalhados por
todo o mundo e contêm todos os tipos de dados imagináveis. Graças aos circuitos de
alta velocidade que conectam os servidores e a softwares de indexação cruzada
inteligentes, os utilizadores da internet podem saltar de um computador a outro sem que
tenham de fazer muito esforço. Isso cria a ilusão de que há um único e grande
computador provendo o serviço. Em função de sua habilidade em lidar com objectos
multimédia, incluindo a capacidade de referenciar objectos multimédia distribuídos
sobre servidores no mundo inteiro, a Web tornou-se um dos meios mais populares de
acesso à informação presentes na internet hoje.

6.4 Navegadores de Internet

Um navegador de internet (web browser) produz um menu hipermédia exclusivo no


ecrã do computador, que actua como uma interface gráfica para a internet. Esse menu é
composto por imagens, títulos e texto com conexões de hipertexto.

A maior parte dos navegadores oferece funcionalidades básicas como o suporte a


fundos e tabelas, facilidades para a visualização do código-fonte HTML de uma página
na internet e uma maneira para a criação de listas contendo sites preferenciais.

Em 1996, o Netscape Communications Navigator tornou-se o navegador de internet


mais utilizado do mundo. A Microsoft lançou o Internet Explorer no verão de 1995 para
competir com o Netscape. E a partir desta data foi ganhando terreno até se tornar no
navegador mais utilizado do mundo.

6.5 Mecanismos de Busca

Buscar por informações na internet é semelhante a procurar livros em uma biblioteca -


sem o arquivo de cartões, a tarefa torna-se extremamente difícil. As ferramentas de
busca da internet - chamadas mecanismos de busca (search engines) - assumem o papel

Manuel Correia Cap.1 - Tecnologias de Informação 16


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO
(Ano Lectivo 2020)

do arquivo de cartões. A maior parte dos sites que dão acesso a mecanismos de busca
(vamos nos referir a esses sites como sites de busca), como Yahoo.com e Google.com,
oferecem seus serviços gratuitamente. Esses sites obtêm seu lucro em publicidade,
colocada em suas páginas mediante o pagamento de taxas.

Uma vez localizado um documento que se aproxime de seu objectivo, é possível, em


geral, encontrar material relacionado seguindo os links destacados que devem levá-lo a
outras páginas na internet quando clicados. Além disso, se encontrar uma página que
julgue ser interessante e quiser voltar a visitá-la mais tarde, pode simplesmente
adicioná-la à lista de "sites favoritos" em seu navegador, economizando tempo no
futuro.

Mecanismos de Busca Endereços na Internet


Altavista http://www.altavista.com
Ask Jeeves http://www.ask.com
Google http://www.google.com
HotBot http://www.hotbot.lycos.com
Infoseek http://infoseek.go.com
Sapo http://www.sapo.pt
Yahoo http://www.yahoo.com

6.6 Intranets

Uma intranet é uma rede empresarial interna construída de acordo com os padrões e
produtos adoptados pela internet e pela World Wide Web.

Os funcionários de uma empresa podem utilizar uma intranet para obter acesso a
informações empresariais. Uma intranet possibilita aos funcionários um modo de acesso
fácil e intuitivo a informações que antes eram difíceis de serem obtidas. A solução é
ideal, por exemplo, para equipas de vendas móveis, que precisam acessar diversas
informações que mudam com frequência.

As intranets podem, no entanto, trazer algo muito mais importante: integrar todos os
computadores, softwares e bases de dados que compõem um cenário empresarial sob
um único sistema, permitindo que funcionários acessem as informações disponíveis
onde quer que elas se encontrem.

Uma das virtudes mais óbvias de uma intranet é que ela pode eliminar a necessidade de
documentos impressos. Como os navegadores de internet executam em qualquer tipo de
computador, as mesmas informações electrónicas podem ser visualizadas por qualquer
funcionário. Isso significa que quaisquer tipos de documentos (como agendas
telefónicas internas, manuais de procedimentos, manuais de treinamento e formulários
de requisições) podem ser convertidos no formato electrónico da internet e
constantemente actualizados.

Uma outra vantagem das intranets é a possibilidade de reuniões em tempo real entre as
pessoas ligadas à rede, algo que evita que tenham todos de viajar a um único lugar. A
computação em grupos de trabalho também dá apoio a processos de fluxo de trabalho,
rastreando o estado de documentos - quem os detém, quem está atrás ou à frente do
calendário e para quem deve ir cada documento logo a seguir.

Manuel Correia Cap.1 - Tecnologias de Informação 17


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(Ano Lectivo 2020)

6.7 Extranets

Um número crescente de empresas avançou para além do estágio da computação em


grupos de trabalho, oferecendo acesso limitado à rede a clientes e fornecedores
seleccionados. Essas redes são conhecidas como extranets, por conectarem pessoas
externas à empresa. Uma extranet é uma rede que liga alguns recursos seleccionados da
intranet de uma empresa a seus clientes, fornecedores ou outros parceiros de negócios.
Como no caso da intranet, uma extranet é construída de acordo com as tecnologias
presentes na internet.

As preocupações relativas à segurança e ao desempenho em uma extranet são diferentes


dessas mesmas preocupações quando consideradas sob o espectro de um site da internet,
ou uma intranet. Autenticação e privacidade tornam-se fundamentais para que a
informação seja protegida. Obviamente, o desempenho deve ser bom para que bons
tempos de resposta sejam obtidos tanto por clientes quanto por fornecedores.

A Tabela seguinte resume as diferenças entre os utilizadores da internet, intranets e


extranets.

Tipo Utilizador Necessidade de um ID (identificador) de utilizador e senha


Internet Qualquer um Não
Intranet Funcionários e administradores (gerentes) Sim
Extranet Parceiros de negócios Sim

7. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E AS VANTAGENS COMPETITIVAS

A compreensão das TI pode ajudar os gestores a criar vantagens competitivas.

Michael Porter, professor da Harvard Business School e autor famoso no domínio da


estratégia empresarial, escreveu que «a revolução que se está a verificar na informação
afecta a natureza da concorrência criando vantagens competitivas, proporcionando às
empresas novos processos para ultrapassarem o desempenho das suas concorrentes:

 Reduzindo os custos;
 Aumentando a diferenciação;
 Alterando o poder de alcance competitivo.»

As TI são bem mais do que tecnologias a dominar. Quando aplicadas de modo correcto
podem alterar, radicalmente, a natureza de um negócio e a forma como ele é gerido.

A maneira como os gestores desenvolvem o perfil da informação de uma empresa


pode criar vantagens competitivas.

A descrição daquilo que determina as vantagens competitivas de uma empresa é o perfil


das suas competências específicas.

Por definição, não há duas empresas que disponham exactamente das mesmas vantagens
competitivas. Do mesmo modo, as empresas têm diferentes perfis da utilização da
informação.

Manuel Correia Cap.1 - Tecnologias de Informação 18


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO
(Ano Lectivo 2020)

Os fluxos de informação, a sua gestão e o seu valor determinam o efeito que o uso das TI
terá sobre as vantagens competitivas.

As empresas têm cinco objectivos competitivos que ilustram bem a importância da gestão
da informação:

 Melhorar os serviços prestados aos clientes;


 Reduzir o tempo necessário para a chegada de novos produtos e/ou serviços ao
mercado;
 Aperfeiçoar a qualidade da comunicação;
 Estimular a comunicação entre os gestores;
 Aumentar o alcance global da empresa.

A estratégia de informação de uma empresa desempenha um papel fulcral na sua


diferenciação das concorrentes.

O uso eficaz das telecomunicações e redes pode transformar uma empresa em uma
organização ágil, poderosa e criativa, provendo uma vantagem competitiva de longa
duração.

8. BIBLIOGRAFIA DO CAPÍTULO

 AMARAL, Luís Alfredo Martins do, e VARAJÃO, João Eduardo Quintela, (2000),
Planeamento de Sistemas de Informação, 3ª Edição, FCA – Editora de Informática
Lda.
 CORREIA, Manuel (1999), Sistemas e Tecnologias de Informação e de
Comunicação em Angola. Uma Perspectiva de Gestão, Dissertação para a obtenção
do grau de Mestre em Gestão de Empresas (MBA), Instituto Superior de Economia
e Gestão.
 DANIELS, N. Caroline (1997), Estratégias Empresariais e Tecnologias da
Informação --- Information Technology. The Management Enallenge, Editorial
Caminho.
 GOUVEIA, José, e MAGALHÃES, Alberto (2003), Hardware para PCs e Redes,
3ª Edição actualizada, FCA – Editora de Informática Lda.
 LOPES, Maria Joana de Menezes (1997), Sistemas de Informação para a Gestão –
Conceitos e Evolução, Universidade Aberta.
 NAISBITT, John (1996), Macrotendências – Dez Novas Orientações que
Transformam as Nossas Vidas, 3ª Edição, Editorial Presença.
 RASCÃO, José Poças (2001), Sistemas de Informação para as Organizações – A
Informação Chave para a Tomada de Decisão, 1ª Edição, Edições Sílabo.
 SOUSA, Sérgio (2003), Tecnologias de Informação – O que são? Para que
servem?, 4ª Edição, FCA – Editora de Informática Lda.
 STAIR, Ralph e REYNOLDS, George (2006), Princípios de Sistemas de
Informação, Thomson Ltda.
 TAPSCOTT, Don, e CASTON, Art (1995), Mudança de Paradigma: A Nova
Promessa da Tecnologia de Informação --- Paradigm Shift: The New Promise of
Information Technology, Makron Books do Brasil Editora Ltda.

Manuel Correia Cap.1 - Tecnologias de Informação 19

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