Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade II
5 IMPLANTAÇÃO DE UM SIG
Para entendermos o conteúdo aqui exposto, voltaremos um pouco na discussão do conceito de um SIG.
Um SIG pode ser definido, de forma genérica, como um conjunto organizado de hardware, software,
informação geográfica e pessoas que fazem a aquisição, o armazenamento, a verificação, a manipulação, a
atualização, a análise e a apresentação de dados que são espacialmente referenciados à Terra. Esses sistemas
trazem manipulações e sintetizações além de fomentarem qualquer tipo de pesquisa e o próprio conhecimento,
que, geralmente, estão armazenados em dados de computadores (HUGEDOMAINS, 2016).
Os SIGs assumem uma importância cada vez maior em diversas áreas, podendo utilizar-se da maioria das
atividades com uma componente espacial, desde a cartografia até estudos de impacto ambiental ou para a
prospecção de recursos ao marketing. A profunda revolução que as novas tecnologias provocaram afetou
decisivamente a evolução da análise espacial (HUGEDOMAINS, 2016).
Ainda de acordo com informações precisas de quem entende do assunto, como Hugedomains, os SIGs
são atualmente utilizados nos mais variados mercados e indústrias, podendo servir a quase todas as áreas de
negócio. Fornecem dados geográficos e ferramentas de análise espacial que estão ao alcance dos utilizadores
através dos seus computadores, servidores, internet ou intranets (HUGEDOMAINS, 2016).
No entanto, a matéria-prima dos SIGs é sempre a informação geográfica, resultante dos dados
geográficos inseridos no sistema. Os dados geográficos são a informação que representa as entidades
existentes à superfície da Terra através da sua posição num sistema bem definido de coordenadas
geográficas. Como exemplos de informação geográfica, temos os mapas topográficos digitalizados, as
imagens de satélite, os mapas baseados em fotografias aéreas e os modelos de elevação do terreno
(HUGEDOMAINS, 2016).
Através dos SIGs, essa informação é organizada em temas, que podem ser linhas (por exemplo, rios ou
estradas), pontos (por exemplo, sinais de trânsito) ou polígonos (por exemplo, cidades). Ela é armazenada em
bases de dados pelo que um SIG integra, normalmente, um elemento de manipulação gráfica e um sistema
de gestão de bases de dados. Um bom exemplo da utilização dos SIGs pelo público em geral são os mapas
interativos online, que já existem e podem ser consultados por qualquer pessoa, em tempo real. Esses mapas
introduzem mudanças na forma como se utiliza a internet para procurar produtos, localizar serviços e ter
acesso a dados e informações públicas (HUGEDOMAINS, 2016).
Assim, quando se pensa sobre implementação de um SIG, imediatamente, se pensa no que seria necessário
hoje em dia para uma correta e eficaz implementação do SIG.
39
Unidade II
Segundo Bio (1985), o principal benefício na implantação de sistema de gestão empresarial é rever os
processos de negócio, padronizando-os juntamente com dados e sistema. Torna-se, assim, extremamente
importante o acompanhamento dessa implementação por uma metodologia segura de implantação de
sistemas. Implantar um software de gestão em uma empresa em que os processos não estejam bem definidos
e mapeados dificulta a obtenção dos resultados esperados.
Uma aplicação comum dos sistemas de informações está relacionada com o gerenciamento de passageiros
por empresas aéreas para realizar reservas, venda de passagens e check-in de passageiros. Todo tipo de
informação que acontece na superfície da Terra será aproveitado e transformado por qualquer tipo de SIG
(BIO, 1985).
Os sistemas de informação no ambiente de negócios têm desenvolvido diversos papéis neste momento
contemporâneo. Os negócios nos Estados Unidos ou no restante da economia global já não são os mesmos.
Em 2013, as empresas norte-americanas investiram quase 1 trilhão de dólares em hardware e software
para sistemas de informação e em equipamentos para telecomunicações, mais da metade de todo o capital
norte‑americano para investimento.
Além disso, gastarão outros 600 bilhões de dólares em consultoria e serviços de gestão e tecnologia
da informação, grande parte no redesenho das operações organizacionais para tirar proveito dessas novas
tecnologias. Mais da metade de todo o investimento anual privado nos Estados Unidos envolve tecnologias e
sistemas de informação, e essas despesas cresceram cerca de 4% em 2012, muito mais que o crescimento da
economia norte-americana como um todo. No mundo, os gastos com tecnologia da informação ultrapassaram
3,6 trilhões de dólares.
Quando pensamos na implantação de soluções, a melhor solução é a que pode ser implantada. Para
implantar uma solução que envolva sistemas de informação, é preciso desenvolvê-la e introduzi-la na
empresa. Isso inclui adquirir ou desenvolver software e hardware – a parte tecnológica da equação.
Primeiro, o software precisa ser testado em um cenário empresarial realista; depois, os funcionários
precisam ser treinados para usá-lo (LAUDON; LAUDON, 2014).
Também será preciso preparar uma documentação sobre como usar o novo sistema. Definitivamente,
você terá de pensar em como administrar a mudança. O conceito de gestão da mudança refere-se às
muitas técnicas usadas para conduzir com sucesso uma mudança organizacional. Praticamente todos os
sistemas de informação exigem modificações nos processos de negócios, além de alterações naquilo que
centenas, às vezes, milhares, de funcionários fazem todos os dias. Primeiro, você terá que delinear processos
organizacionais novos, mais eficientes, depois, descobrir um jeito de incentivar os funcionários a se adaptarem
a essas novas maneiras de conduzir os negócios. Isso pode exigir reuniões para introduzir a mudança a grupos
de funcionários, novos módulos de treinamento para deixá-los atualizados em relação aos novos processos e
sistemas de informação e, finalmente, algum tipo de recompensa ou incentivo para estimulá-los a apoiar com
entusiasmo as mudanças (BIO, 1985).
40
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
A implantação também inclui a mensuração dos resultados. Depois de implantada, cada solução precisa
ser avaliada, para que se determine em que medida ela está funcionando e se são necessárias mudanças
adicionais para atender aos objetivos originais. Essas informações devem retornar aos tomadores de decisão.
Assim, a identificação do problema pode mudar ao longo do tempo, soluções podem ser alteradas e novas
escolhas podem ser feitas, tudo com base na experiência real (LAUDON; LAUDON, 2014).
Por que as empresas no mundo inteiro gastam cerca de 3,7 trilhões de dólares por ano em sistemas de
informação e computação? Basta pensar naquilo que seria necessário para abrir ou administrar uma empresa
atualmente. As empresas exigem ampla variedade de equipamentos computacionais, software e recursos de
comunicação apenas para funcionar e resolver problemas organizacionais básicos. Obviamente, você precisará
de computadores e, como verá, existe uma grande variedade de opções, desde os de mesa até laptops e
computadores de mão.
Seus empregados viajam ou realizam algum trabalho em casa? Você vai querer equipá-los com laptops (e talvez
com tablets ou smartphones). Se for empregado de uma empresa de médio ou grande porte, também vai precisar de
grandes servidores, talvez um centro de dados completo ou uma fazenda com centenas, talvez milhares, de servidores.
Observação
Você também precisará de software. Cada computador exigirá um sistema operacional e uma ampla
gama de softwares aplicativos capazes de lidar com planilhas, documentos e arquivos de dados. A
menos que você trabalhe sozinho, muito provavelmente precisará de uma rede para conectar todas as
pessoas da empresa e, talvez, seus clientes e fornecedores.
Na verdade, é provável que precise de várias redes: uma local, para os funcionários presentes fisicamente
no seu escritório, e as de acesso remoto, de maneira que os funcionários possam trocar arquivos e e-mails
mesmo estando fora do escritório. Sem dúvida, você também vai querer que todos tenham acesso à rede
telefônica, à rede de telefones celulares e à internet. Finalmente, para fazer todo esse equipamento e esse
software trabalhar harmoniosamente, você precisará dos serviços de pessoas treinadas que o ajudarão a
operar e administrar toda essa tecnologia (BIO, 1985).
Todos os elementos descritos formam a infraestrutura de tecnologia de informação (TI) de uma empresa.
A infraestrutura de TI proporciona a base, ou plataforma, que sustenta todos os sistemas de informação da
empresa (BIO, 1985).
41
Unidade II
Além da mídia física para armazenar dados, as empresas precisam de software especializado a fim de
organizá-los e disponibilizá-los aos usuários. Um software de gestão de dados organiza, gerencia e processa
dados organizacionais relativos a estoques, clientes e fornecedores.
O software de gestão possibilita um fluxo de informações único, contínuo e consistente por toda a empresa,
o que permite administrar os negócios em uma única base de dados e analisar informações de diversas
áreas de forma centralizada. É um instrumento para a melhoria de processos e das informações em tempo
real. Em suma, permite aos gestores das empresas visualizarem as transações efetuadas, o impacto delas
em cada área da empresa, desenhando um amplo cenário dos negócios (BIO, 1985).
O objetivo da integração de sistemas é garantir que a nova infraestrutura seja compatível com
os antigos sistemas, chamados sistemas legados, e que os novos elementos da infraestrutura sejam
também compatíveis entre si. Sistemas legados são, em geral, antigos sistemas de processamento de
transações criados para computadores mainframe que continuam a ser utilizados em razão do alto
custo para substituí-los ou reprojetá-los.
42
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Observação
A terceira fase é o teste da maturidade, pois nela os executivos passam a utilizar os dados gerenciais para
a tomada de decisão através da extração de dados do software, utilizando métodos estatísticos e temporais.
Para Oliveira (2008, p. 22),
Segundo Oliveira (2008, p. 22), “é o dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões”. A partir
da informação, o executivo vai gerenciar as atividades que forem necessárias nos respectivos setores da
organização. E para finalmente entender melhor um SIG, define-se que o “gerencial”, essencial para a execução
das tarefas da organização, é a função executada pelo gestor de acordo com sua devida necessidade. Na visão
de Oliveira (2008, p. 24), o gerencial
Gerenciar é o fundamento principal para as empresas se organizarem em seus processos decisórios, pois
a direção da empresa está nas mãos do gestor, considerando o seu futuro desenvolvimento e crescimento.
43
Unidade II
Ao longo dos anos, mais precisamente na década de 1970, surgiram os computadores nas organizações,
sendo essa época marcada como a Era da Informática. O computador começou a ser implantado para
controlar os estoques que, com maior rigidez e rapidez, regulava o setor financeiro, gerando melhorias
para a monitoria de entradas e saídas, ou seja, cada setor passou a ser controlado separadamente por
computador. Com o tempo, houve interligação entre os setores, possibilitando interação por meio de
sistemas articulados por um só computador “mãe”, conectando todos os setores para facilitar a tomada
de decisão por cada um (BATISTA, 2005).
O que faz do SIG o assunto mais excitante nos negócios é a mudança contínua em tecnologia, a
gestão do uso da tecnologia e o impacto no sucesso dos negócios. Novos negócios e setores aparecem
enquanto os antigos desaparecem, e empresas bem-sucedidas são aquelas que aprendem como usar
as novas tecnologias. O próximo quadro resume os principais temas novos no uso dos sistemas de
informação empresariais (BATISTA, 2005).
Hoje são especuladas três diferentes ações e mudanças nesse contexto, inter-relacionadas na área
de tecnologia:
IPhones, celulares Android, BlackBerrys e tablets de alta definição não são simplesmente itens de
entretenimento, eles representam novas plataformas de computação e mídia emergentes baseadas em
44
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
uma variedade de novas tecnologias de hardware e software. Uma parcela cada vez maior de computação
empresarial está mudando dos PCs e computadores desktop para esses dispositivos móveis.
Gerentes utilizam com frequência crescente esses dispositivos para coordenar o trabalho,
comunicar‑se com os empregados e disponibilizar informações para a tomada de decisão. Em 2013,
mais da metade dos usuários da internet acessou a web através desses dispositivos móveis. Em grande
parte, esses dispositivos estão mudando o caráter da computação corporativa. Veja a seguir, no quadro,
uma relação entre todas essas mudanças e o impacto empresarial causado por elas (BATISTA, 2005).
45
Unidade II
Os gerentes usam costumeiramente a colaboração online e tecnologias sociais para tomar melhores
decisões de maneira mais rápida. À medida que o comportamento gerencial muda, modifica-se também
o modo como o trabalho é organizado, coordenado e avaliado. Conectando os empregados que trabalham
em equipes e projetos, a rede social está onde o trabalho é feito, onde os planos são executados e onde
os gerentes gerenciam. Os dados gerados a partir dessas redes sociais bem como do tráfego da web
e os dados de monitoração gerados por máquinas a partir de sensores formam um vasto conjunto
de dados, a big data, que oferece potencial para análise e percepção muito mais refinadas dos dados.
Observação
Hoje, então, vivemos a era da transformação e a cada dia surgem novas maneiras de conectar setores
e pessoas dentro de uma empresa. A internet, que hoje já alcança o 5G, é capaz de controlar até mesmo
máquinas a distância e novos e modernos tipos de robôs. Sob esse prisma, a adaptação a tudo o que é moderno
e muito mais rápido pode e deve trazer mais dinheiro. No sistema capitalista, em que tempo significa dinheiro,
a pressa por mais e mais conexões cibernéticas é grande.
Portanto, cabe às empresas uma rápida adaptação e assim transformar-se em setores de ponta, modernos,
que sejam capazes de acompanhar no mercado tais transformações. Segundo O’Brien (2004, p. 133):
46
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Nessa mesma linha de pensamento, Oliveira (2001, p. 36) conceitua dado como “qualquer elemento
identificado em sua forma bruta, que, por si só, não conduz a uma compreensão de determinado fato ou
situação”. Para ele, o dado é o nascimento de uma informação, sendo este necessário para que a informação
seja aproveitada, pois de nada adianta um dado qualquer que não seja de interesse da organização. No
dizer de Batista (2005, p. 20), “entende-se dado como tudo que é gerado no dia a dia da empresa”. Assim,
para a compreensão de determinado fato ou situação dentro da organização, é necessário que os dados se
transformem em informação.
Vários conceitos de informação são encontrados nos livros de administração, os autores estão
preocupados em trabalhar com informações consistentes o bastante para serem úteis ao administrador na
sua decisão. Para Oliveira (2001, p. 37):
Observação
47
Unidade II
Oliveira (2001, p. 23), que não vai muito além do conceito de Batista, define sistema “como um conjunto
de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado
objetivo e efetuam determinada função”.
Já, para Rezende e Abreu (2000), de forma geral, os sistemas procuram atuar como:
• facilitadores dos processos internos e externos com suas respectivas intensidades e relações;
Os sistemas permitem à empresa conhecer o seu potencial e o potencial do mercado, fazendo com que
esteja preparada para as adversidades e para atuar no meio externo de forma que possa se manter diante
da concorrência.
Cada departamento tem seus próprios objetivos e processos e, obviamente, precisa cooperar para
que a empresa toda seja bem-sucedida. Para conseguir essa coordenação, as empresas, como qualquer
organização, contratam gerentes cuja responsabilidade é assegurar que todas as partes trabalhem
em conjunto. As empresas organizam o trabalho dos funcionários em várias divisões, desenvolvendo
uma hierarquia em que a autoridade (responsabilidade e necessidade de prestar contas) está
concentrada no topo.
A hierarquia da administração é composta: pela gerência sênior, que toma decisões estratégicas em
longo prazo a respeito de produtos e serviços, além de garantir o desempenho financeiro da empresa;
pela gerência média, que conduz os programas e planos determinados pela gerência sênior; pela gerência
operacional, responsável por monitorar as atividades diárias. Os trabalhadores do conhecimento, como
engenheiros, cientistas e arquitetos, projetam produtos ou serviços e criam novos conhecimentos para
a empresa, enquanto os trabalhadores de dados, como secretárias ou arquivistas, auxiliam os demais
níveis cuidando dos documentos e registros. Os trabalhadores de serviços ou da produção são os que
realmente fabricam os produtos ou prestam os serviços, conforme demonstrado na figura seguinte.
48
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Gerência
sênior
Gerência média
Cientistas e trabalhadores
do conhecimento
Gerência operacional
Trabalhadores de serviço e de produção
e trabalhadores de dados
Figura 3 – As organizações empresariais são hierarquias compostas por três níveis principais: gerência
sênior, gerência média e gerência operacional. As três são auxiliadas pelos sistemas de informação. Os
trabalhadores do conhecimento e os cientistas normalmente trabalham com a gerência média
Cada grupo tem diferentes necessidades de informação de acordo com suas responsabilidades.
Os gerentes seniores precisam de informações resumidas que possam lhes mostrar rapidamente o
desempenho geral do negócio, como as receitas brutas de vendas, vendas por grupo de produto e
região, além da lucratividade geral. Os gerentes médios precisam de informações mais específicas sobre
os resultados de cada área funcional ou departamento da empresa, como contatos feitos pela força
de vendas, estatísticas de produção para fábricas ou linhas de produtos específicos, custos e níveis de
emprego e receitas de vendas mensais ou mesmo diárias. Os gerentes operacionais, por sua vez, precisam
de informações em termos de transações, como o número diário de peças em estoque ou o número de
horas que cada empregado trabalhou na terça-feira. Os trabalhadores do conhecimento precisam ter
acesso a bancos de dados científicos externos ou bancos de dados internos da organização.
Os executivos do nível estratégico necessitam obter o maior número possível de dados para
seu planejamento, ou melhor, para a tomada de decisão, de forma que possam ser visualizadas as
necessidades da empresa, e ajudam a definir os objetivos a serem estabelecidos, utilizando tecnologia
avançada para a elaboração de gráficos e relatórios.
Para Batista (2005, p. 26), “esses sistemas formam a combinação dos sistemas anteriores e
também com base em dados externos considerados relevantes para o processo de decisão no nível
estratégico”. Através desses sistemas, têm-se, com o uso da computação, relatórios em tempo hábil e
49
Unidade II
com melhor visualização para mudar a estrutura de problemas que surgirem no decorrer do processo
de tomada de decisão.
Para isso, é sempre muito necessário analisar os SIGs para poder, sempre, construir parâmetros
da razão de utilizar o SIG, sua importância para as organizações, aspectos que fortalecem a
tomada de decisão e os benefícios que traz para a organização, dando apoio à tomada de decisão.
Inúmeros conceitos de SIGs foram encontrados para melhorar a compreensão do leitor sobre o que é o
SIG (BATISTA, 2005).
Oliveira (2001), com base nas definições dos autores anteriores, define SIG como o processo de
transformação de dados em informações utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando,
ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados em uma definição mais
voltada para a tomada de decisões. Assim, para o autor, tomada de decisões pode ser:
Os sistemas de informações vêm evoluindo ao longo dos anos, pois as organizações sempre tiveram
algum tipo de SIG. Esses sistemas eram muito informais na sua estrutura. Mas, hoje, com o surgimento
dos computadores, que têm a capacidade de processar e condensar quantidades de dados, o sistema de
informações gerenciais ganhou destaque, tornando-se um processo formal e um campo de estudo.
Os anos 1990 foram marcados pelo surgimento de um novo espaço conceitual decorrente da
pulverização e acessibilidade à internet, disseminada pelo world wide web (www) ou, simplesmente,
web, que resultou em significativas transformações na sociedade, na forma de realizar negócios, no
relacionamento entre as pessoas e na aproximação de mercados. Esse novo espaço conceitual trouxe
50
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
a exigência de mudanças na maneira de organizar os negócios que surgiam e que precisavam ser
modelados sob uma nova ótica, uma vez que os critérios adotados na era industrial já não podiam ser
considerados nessa nova era do conhecimento.
As pesquisas em gestão do conhecimento, por sua vez, destacam o papel do processo de aprendizagem
como elemento-chave para criação e renovação das capacidades operacionais cujas tensões se fazem
presentes durante a escolha estratégica entre criar um conhecimento novo ou reconfigurar o existente.
Para criar, compartilhar e disseminar o conhecimento, a fim de transformá-lo em novas tecnologias e
novos produtos, as organizações precisam prender (VAZQUEZ et al., 2011).
De acordo com Nonaka (1991), a criação de novos conhecimentos não é uma simples questão de
processamento de informações objetivas. Ao contrário, depende do aproveitamento dos insights, das
intuições e dos palpites tácitos e, muitas vezes, altamente subjetivos dos diferentes empregados, de modo
a converter essas contribuições em algo sujeito a testes e possibilitar seu uso em toda a organização.
Nesse sentido, ainda de acordo com o autor, o principal objetivo de criação de ativos de
conhecimentos é: permitir a identificação e o mapeamento dos ativos de conhecimento e informações
ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos e sem a utilização de uma
51
Unidade II
Saiba mais
De que modo, porém, os achados sobre capacidades dinâmicas e gestão do conhecimento nos
permitem avançar no debate sobre estratégia de inovação e competitividade? A vantagem competitiva
refere-se ao alcance de níveis de desempenho econômico acima da média do mercado em função
das estratégias adotadas pelas organizações (VASCONCELOS; CYRINO, 2000); portanto, alinhamento
e balanço adequado entre ativos de conhecimento e desenvolvimento de capacidades da organização
dependem tanto das escolhas estratégicas como do modo pelo qual o processo de aprendizagem se
desenvolve na organização.
Sabe-se que a finalidade de um SIG é ajudar uma organização a atingir suas metas, fornecendo
aos administradores uma visão das operações regulares da empresa de modo que se possa organizar,
controlar, planejar de modo mais eficaz e eficiente. Um SIG fornece aos administradores informações
úteis para obter um feedback às operações empresariais e realiza a integração entre as diversas
funções empresariais, como compras, marketing, finanças, recursos humanos e produção, trocando
informações, visando melhorar o sistema organizacional. Nesse sentido, para Vasconcelos e Cyrino
(2000, p. 133):
Estes relatórios podem ser obtidos pela filtragem e análise de dados altamente
detalhados em bancos de dados de processamento de transações, e apresentam
resultados aos administradores de forma objetiva. Os relatórios ajudam os
administradores, fornecendo-lhes dados e informações para a tomada de
decisões, onde possam ser interligados prontamente (VASCONCELOS; CYRINO,
2000, p. 1).
52
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Para O’Brien (2004, p. 12), “os três principais papéis dos sistemas de informação envolvem o apoio às
operações, à tomada de decisão gerencial e à vantagem estratégica”. A figura seguinte exemplifica um
sistema de informação gerencial.
Mundo real
Tomada Aquisição
de decisão de dados
SIG
Gerência Manipulação
de produtos de dados
Análises
A etapa inicial de qualquer busca por informações para uma tomada de decisão é definir o
problema decisório a ser enfrentado e que necessita de uma ação por parte do gestor. Esse problema
precisa ser identificado e isolado. Além disso, é importante ressaltar que um problema gerencial não
necessariamente é algo negativo, e sim que precisa ser resolvido de alguma forma e baseado em uma
decisão racional. E corroborando com Mülbert e Ayres (2007, p. 21) ao afirmarem que “a informação
é um dos recursos a serem administrados pela organização, e como tal, precisa ser compreendida por
todos aqueles que desejam fazer melhor uso dela”, complementamos que essa mesma organização,
no caso específico de varejista, deve proporcionar a sua disseminação em todos os níveis, pois, em
determinados momentos, a tomada de decisão deve ser feita em segundos no próprio ponto de venda
e com a presença do consumidor.
53
Unidade II
Tecnicamente falando, todos os dados que entram num SIG são dados internos. Isto é, antes de
entrarem no SIG, os dados estão contidos dentro da empresa. No entanto os dados que entram em um
SIG podem ser originários tanto de fontes internas e externas.
• Fontes de dados internas para o SIG: os sistemas de informações gerenciais são as principais
fontes de dados de entrada para um SIG. A missão estratégica ou plano da organização é outra
importante fonte interna de dados.
• Fontes de dados externas para o SIG: clientes, fornecedores, concorrentes e acionistas cujos
dados não foram coletados pelo SPT.
O SIG usa os dados obtidos dessas fontes, processando-os em informações mais úteis para
administradores do que a mera coleta de dados, basicamente, através do fornecimento de relatórios
predeterminados. Por exemplo, mais do que apenas obter uma listagem cronológica das atividades de
vendas durante as últimas semanas, um gerente nacional de vendas poderia obter os dados semanais
de venda da sua organização em um formato tal que ele possa facilmente ver a atividade de vendas por
região, por representante local de vendas, por produto e mesmo em comparação às vendas do último ano.
Saídas de um SIG
A saída da maioria dos sistemas de informações gerenciais é uma coleção de relatórios distribuídos
aos administradores. Esses relatórios incluem relatórios programados, relatório indicador de pontos
críticos, relatórios sob solicitação e relatórios de exceção, detalhados a seguir:
disponíveis. O relatório de exceção gerado por esse parâmetro conteria apenas aqueles itens
com menos de 50 unidades no estoque. Um relatório de todos os empregados que trabalharam
mais de 40 horas na semana é outro exemplo de relatório de exceção. Como acontecem com os
relatórios indicadores de pontos críticos, os relatórios de exceção são frequentemente usados para
monitorar aspectos críticos para o sucesso de uma organização. Em geral, quando um relatório de
exceção é produzido, um gerente ou executivo toma uma atitude (CHIAVENATO, 2000).
Lembrete
Exemplo de aplicação
Se um gerente quer um relatório que contenha todos os projetos do seu orçamento de R$ 100,00
para cima, ele pode descobrir que quase todos os projetos da empresa excedem o seu orçamento em no
mínimo essa quantia. O ponto de corte R$ 100,00 é provavelmente muito baixo. Um ponto de partida
de R$ 5000,00 poderia ser mais apropriado.
Reflita sobre isso e faça um paralelo sobre a construção desse relatório e do exemplo.
Orientações Explicações
Ajustar cada relatório às São necessários o envolvimento do usuário e a alimentação de dados
necessidades do usuário
Gastar tempo e esforços na Uma vez instituídos, muitos relatórios continuam a ser gerados mesmo que
produção apenas daqueles ninguém os usem mais; eles ficam apenas esquecidos
relatórios que serão usados
Deve-se mostrar a informação mais procurada de forma mais destacada.
Prestar atenção no conteúdo e na Não sobrecarregue o relatório com dados desnecessários. Use palavras e
apresentação do relatório frases de aceitação geral
Ao relatar, usar gerenciamento por Alguns relatórios só devem ser produzidos quando há um problema a ser
exceção solucionado a uma ação que deve ser tomada
Estabelecer parâmetros Baixos parâmetros podem resultar em relatórios em excesso; altos
cuidadosamente parâmetros podem negligenciar informações valiosas
Produzir todos os relatórios Relatórios desatualizados são de pouco ou nenhum valor
pontualmente
Gerar relatórios de formatos fixos e Relatórios para controle de estoque podem conter os mesmos tipos de
padronizados informações colocados nos mesmos locais nos relatórios
Produção de relatórios impressos e Podem ser realizados apresentados em tela, mas que apresentem o mesmo
em tela de computador formato que os relatórios impressos
55
Unidade II
SIG de marketing
Mais do que outras áreas funcionais, o SIG de marketing se baseia em fontes externas de dados. Essas
fontes incluem a concorrência, clientes, jornais, revistas e outras publicações. Há também importantes
fontes internas de dados:
• Fontes internas – SPT: contém uma grande quantidade de dados de vendas e marketing sobre
produtos, clientes e força de vendas. Os dados de venda sobre produtos podem revelar quais
os produtos que estão vendendo em grandes volumes e quais os mais lentos nas vendas. Os
relatórios resumindo dados de pedidos poderiam incluir atividade de venda por cliente, por
produto e por área do país. O SIG de marketing organizaria essa informação de modo a ser útil
na formulação de planos de vendas e promocionais. Os dados de vendas por clientes podem ser
usados para determinar que clientes contribuem mais para a lucratividade global. O desempenho
da força de vendas pode também ser monitorado a partir dos dados coletados no SPT, de modo
que bônus e programas de incentivos possam ser desenvolvidos para premiar os representantes
de vendas com melhor atuação.
• Fontes externas – a concorrência: dados sobre concorrentes, tais como novos produtos
e serviços, estratégias de fixação de preços, pontos fortes e fracos de uma linha de produto,
embalagem, marketing e distribuição de produtos para clientes, são importantes para a maioria
das empresas. Saber como os concorrentes estão fazendo ou o que são capazes de fazer no futuro
é de grande utilidade para o projeto de novos produtos e serviços. Dados da concorrência podem
ser obtidos de muitas fontes: materiais de marketing, brochuras e programas de vendas oferecidos
pela concorrência são fontes típicas. Os clientes e outros associados comerciais também fornecem
dados. O processo de obtenção de informações sobre o concorrente é frequentemente chamado
de inteligência de marketing.
56
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
• Fontes externas – o mercado: uma fonte externa adicional de informações úteis para o SIG
de marketing é o mercado para os produtos da empresa. Uma grande quantidade de dados úteis
sobre os mercados que já estão servidos pela empresa pode ser obtida do SPT, porém a visão do
comportamento e preferências do comprador em novos mercados só pode ser obtida de fontes
de fora da empresa.
Existem programas de computador que ajudam a determinar a elasticidade dos preços e várias
políticas de preços. Veja essa relação entre suprimento e demanda típica na figura seguinte.
Figura 5 – Uma curva de suprimento e demanda típica, usada para análise de preços
57
Unidade II
O relatório de vendas por produto lista todos os principais produtos e suas vendas em um determinado
período de tempo, como um mês, por exemplo. Esse relatório mostra quais os produtos que estão se
saindo bem e os que necessitam de melhorias ou que deveriam ser completamente descartados.
O relatório de vendas por vendedor lista as vendas totais por cada vendedor em cada semana ou
mês. Esse relatório pode ser subdividido por produto, para mostrar quais produtos estão sendo vendidos
por cada vendedor.
O relatório de vendas por cliente é um bom meio de identificar clientes de alto e baixo volume de
negócios. Veja como se dá essa relação e seus relatórios gerados a fim de facilitar decisões, através das
próximas tabelas.
58
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
CRM é a sigla bastante utilizada hoje em dia no conjunto certeiro de práticas e estratégias de
tecnologia que preza, principalmente, o relacionamento com o cliente. Essa sigla quer dizer customer
relationship management (OLIVEIRA; BRITO; BEKER, 2013).
A estratégia de gerenciar relacionamentos individuais foi o caminho mais viável para a maioria das
empresas na luta para fidelizar clientes. Observando esse movimento, as desenvolvedoras de software,
que já possuíam sistemas para o gerenciamento das relações com clientes, desenvolvem uma ferramenta
mais avançada, o CRM, adaptada às necessidades atuais como as integrações sistêmicas que facilitam o
gerenciamento e a integração com o cliente em tempo real (OLIVEIRA; BRITO; BEKER, 2013).
59
Unidade II
subjetiva da mente do consumidor, lutando para que ele realmente se torne leal à sua marca (OLIVEIRA;
BRITO; BEKER, 2013).
O consumidor é quem detém uma maior quantidade de informações e dirige-se a uma posição
privilegiada na relação com as empresas. É ele quem dita as regras em diversos segmentos de mercado
devido ao fato de estar melhor informado sobre os produtos e também em relação à grande concorrência
entre as empresas (OLIVEIRA; BRITO; BEKER, 2013).
Outra questão é como sobreviver a essa inundação de informações e melhorar nossas práticas
gerenciais de relacionamento com clientes e parceiros. Inicialmente, devemos separar e valorizar
a informação proveniente de fontes seguras que possuem experiência comprovada em pesquisa
e implementação.
O CRM efetivamente auxilia as empresas a se tornarem diferentes, próximas de seus clientes, de seus
líderes de mercado e altamente rentáveis. A relação entre empresa e cliente visa crescer e produzir um
elevado patrimônio de clientes, não bastando apenas ser um excelente produto, ela deve também manter o
cliente sempre satisfeito. No entanto o grande desafio para implementar um CRM é rever o planejamento
estratégico, os processos, os indicadores, o perfil e a capacitação das pessoas, entre outras medidas, com
o objetivo de criar uma nova visão da empresa baseada no cliente (OLIVEIRA; BRITO; BEKER, 2013).
O pacote CRM apresenta muitos recursos para que os gestores e o pessoal operacional pratiquem
conscientemente a gestão de relacionamento com o cliente. Existem centenas de possibilidades para
a utilização do CRM, que, se combinadas, podem chegar a milhares. Os recursos dessa tecnologia são
um conjunto de possibilidades oferecidas desde que implementadas de forma consciente. Devem ser
implementados na empresa de maneira integrada, pois há interdependência entre eles, demonstrado na
figura seguinte.
60
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Comercial
Marketing Materiais
Serviços Financeiro
CRM
Recursos Contábil
humanos
Produção
Figura 6
O CRM armazena informações de clientes atuais e potenciais: nome, endereço, número de telefone
etc. e suas atividades e pontos de contato com a empresa, incluindo visitas a sites, ligações telefônicas,
e-mails, entre outras interações. Essa plataforma reúne em si dados importantes para preparar e atualizar
suas equipes com informações pessoais dos clientes, histórico e preferência de compras (GIL, 1999).
• simplificar tarefas repetitivas para que você possa fazer um acompanhamento de leads mais efetivo;
61
Unidade II
Um CRM traz para sua empresa certa modernização no sentido de excluir os processos obsoletos e
trazer modernidade e sucesso garantido. A plataforma organiza as contas e contatos de forma acessível,
em tempo real, acelerando e simplificando o processo de vendas.
Em vez de ficar preso a lembretes em notas adesivas amarelas ou imerso em planilhas, você passa
leads para sua equipe de vendas de forma rápida e fácil: cada membro da equipe, independentemente
de onde esteja e o que esteja fazendo, está sempre trabalhando com informações atualizadas sobre os
clientes e suas interações com a empresa.
• você encontra mais leads, fecha mais negócios, mantém mais clientes e começa a expandir sua
empresa com um aumento de 37% nas receitas de vendas;
• suas conversas são sempre pessoais, relevantes e atualizadas, gerando 45% de aumento na
satisfação do cliente;
CRM online
As desvantagens são:
• depender da conexão com a internet, apesar de poder sincronizar com dados off-line.
CRM on-premise
As desvantagens são:
Saiba mais
• CRM operacional.
• CRM analítico.
• CRM colaborativo.
• CRM estratégicos.
Para Chiavenato (2000), sistema integrado de gestão (SGI) é um software que organiza todas
as operações de um negócio, promovendo a comunicação e garantindo que os processos sejam
colocados em prática, independentemente do setor da empresa.
Um SGI é similar a um enterprise resource planning (ERP) ou, no português, planejamento de recursos
empresariais, no entanto, um SGI completo e um ERP integrado ultrapassam a função de servir como
um sistema de automação de processos (CHIAVENATO, 2000).
63
Unidade II
O SGI tornou-se uma ferramenta comum no meio privado e tem trazido resultados significativos
às organizações, possibilitando a integração das informações em uma base única de dados e a geração
de relatórios em todos os níveis hierárquicos da organização por meio do cruzamento de dados. A
oportunidade de estudar a possibilidade de avanço no setor público por meio da aplicação dessa
ferramenta faz dessa pesquisa uma leitura interessante, capaz de trazer uma visão pública de um sistema
bem-sucedido no meio privado (SHIOSE et al., 2012).
A gestão dos processos em uma organização é fundamental, e o ERP passou a ser visto como uma
ferramenta importante devido ao seu modelo de gerir os processos, acompanhar todas as etapas de
uma organização, desde a entrada das informações primárias até o final do processo e, principalmente,
porque essas informações estão disponíveis a todos os setores que estiverem dentro do processo da
organização (LAUDON; LAUDON, 2003).
Esse tipo de SGI, o ERP, pode trazer à organização a melhoria de seus processos por ser um sistema
baseado em melhores práticas empresariais, sendo adaptável às suas necessidades. Ele elimina os
sistemas antigos da organização, proporcionando flexibilidade aos processos, permitindo o acesso às
informações em tempo real, fornecendo base para uma eficiente tomada de decisão. A implantação de
um ERP pode aumentar a velocidade na execução do trabalho, pois fornece informação clara e objetiva,
evitando erros, repetições e retrabalho, consequentemente, trazendo satisfação aos clientes internos e
externos com a qualidade do serviço prestado (SHIOSE et al., 2012).
Portanto, um colaborador do RH poderá ter uma melhor noção sobre a situação no setor contábil,
ao mesmo tempo que um funcionário de vendas terá muita facilidade em saber como está o estoque
de determinado produto. Com todas as informações necessárias sobre o que acontece dentro da
empresa, as pessoas poderão trabalhar com mais segurança e atingir objetivos com maior facilidade
(CHIAVENATO, 2000).
64
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Controle de estoque
Isso implica dedicar uma infraestrutura física menor para o estoque, com pagamentos aos
fornecedores igualmente menores, só que mais frequentes, tudo por meio de um controle de fluxo de
caixa mais eficiente, baseado nas necessidades da empresa (GIL, 1999).
Veremos a seguir dois quadros sintetizando as vantagens e desvantagens de um ERP. Esses dois
quadros foram desenvolvidos com base nos apontamentos de Chiavenato (2000).
Vantagens Definição/Benefício
Os fornecedores de ERP realizam pesquisas para definir os melhores
processos de negócios para uma organização, procurando as
Melhoria dos características de empresas que são líderes no mercado e as combinam
processos de com novas tecnologias e pesquisas. O ERP pode ser adaptado às
trabalho necessidades da organização e atender aos seus pontos críticos,
garantindo melhoria aos processos de trabalho
A implantação de um sistema ERP torna a organização capaz de
Acaba com eliminar os sistemas separados e de substituí-los por um único conjunto
sistemas antigos e integrado de aplicações. Um sistema ERP ajuda a associar as capacidades
inflexíveis dos sistemas de informação da organizaç:ão com suas necessidades
dentro dos seus processos, mesmo com a evolução dessas necessidades
O ERP funciona por meio de uma base de dados interligados e utiliza um
conjunto de dados para sustentar todas as funções de uma organização.
Acesso às Assim, os processos podem ser administrados pelo sistema desde o
informações para a início evitando a análise de unidades operacionais separadamente, a
tomada de decisão coordenação de suas informações manualmente ou a conciliação de
seus dados com outra aplicação. O resultado é uma organização que se
apresenta sem emendas, externa e internamente
65
Unidade II
Vantagens Definição/Benefício
Pelo fato de o sistema ERP trabalhar com uma única base de dados,
evita‑se a ocorrência de duplicação de informações. O sistema integrado
Diminuição de permite que todos os setores necessários sejam atualizados com o
repetições, erros lançamento de uma nova informação, evitando o erro nos processos
e retrabalho administrativos, por uma informação não lançada ou lançada de forma
incorreta em algum dos setores, consequentemente, evitando o retrabalho
pelos erros ocorridos
O sistema ERP traz a vantagem de aumento significativo da velocidade
nos processos. Sua forma integrada de tratar as informações permite a
Velocidade atualização instantâne (de todos os documentos que delas necessitam,
proporcionando eficácia ao trabalho executado
Como consequência desta velocidade trazida aos processos está a satisfação
do cliente em um bom serviço prestado e do funcionário por evitar
Satisfação a perda de tempo desnecessária. A precisão das informações e seu
armazenamento proporcionam eficiência aos processos, auxiliando na
tomada de decisão e trazendo satisfação aos clientes internos e externos
Desvantagens Definição
Embora o ERP ofereça muitas vantagens estratégicas por meio da
Custo e tempo de modernização do sistema da empresa, sua implantação é demorada,
implantação difícil e o custo é alto
A implantação de um ERP exige o empenho de toda a organização,
requerendo um alto grau de comprometimento da alta gestão, que
Comprometimento deve incentivar a correta utilização e alimentação do sistema ERP por
da organização parte dos funcionários, evidenciando sua importância para a melhoria
contínua dos processos da organização
A alteração na estrutura operacional implicará em uma mudança de
sua cultura organizacional, sendo um desafio motivar os funcionários
Mudança a trabalharem em conjunto com o ERP para uma gestão mais eficiente.
na cultura Poderão ocorrer alterações no clima organizacional e insatisfação por
organizacional parte dos usuários do sistema que terão que enfrentar a mudança e
reaprendizagem de seus processos de trabalho
Em alguns casos, a organização precisa efetuar mudanças radicais no
modo como faz sua gestão, para se adaptar aos processos de trabalho,
Desconforto dos onde o ERP dá suporte. Essas mudanças podem ser drásticas para os
colaboradores funcionários, demandando tempo de treinamento e adaptação aos novos
processos, assim como palestras e reuniões, para aceitação da
nova estrutura
A maioria das organizações possui outros sistemas que precisam ser
Dificuldades de integrados ao ERP e tem dificuldades ao fazer esses outros programas
adaptar sistemas operarem com seu sistema ERP
antigos ao ERP Algumas organizações empregam programas adicionais para criar as
ligações necessárias
A organização precisa ter uma estrutura que comporte o uso de um
Necessidade de sistema ERP, como computadores em diversos setores e usuários para
uma estrutura que alimentação do sistema em tempo real. A empresa deverá se organizar
dê suporte ao ERP para adquirir o hardware necessário à implantação do ERP
66
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Observação
O alto custo, algumas vezes, pode inviabilizar a adoção do sistema ERP por certas organizações.
Sua demorada e difícil implantação representa um fator negativo, podendo gerar desconforto aos
colaboradores, que necessitarão de treinamento e reaprendizagem de seu trabalho. Exige alto nível
de comprometimento de todos os envolvidos nos processos organizacionais para administração da
mudança no ambiente de trabalho. Em organ)izações que não possuem estrutura que suporte a
implantação do ERP, sua adoção se torna mais lenta e com maior custo devido à necessidade de
aquisição de novos equipamentos (CHIAVENATO, 2000).
Para o setor elétrico, existe uma grande necessidade e um imenso desafio de armanezamento de
dados. Para Wehenkel (1998) e Billinton et al., a competitividade imposta nos anos 1990 devido às
privatizações das empresas de distribuição de energia fez crescer em importância áreas como tecnologia
da informação (TI), logística (materiais e equipes), mercados (compra e venda de energia), entre outras,
ampliando a gama de controle necessário às informações provenientes dessas áreas.
A informação é o ativo mais importante para os negócios das organizações, tornando-se algo essencial
para ganho de competitividade entre as empresas de pequeno, médio e grande porte. As estratégias
assumidas para tal ganho devem basear-se em informações concretas, visando uma minimização na
ocorrência de erros para a tomada de decisões por parte dos gestores (WEHENKEL, 1998).
KDD é uma sigla derivada do inglês knowledge discovery in databases, utilizada para nomear um ramo
da computação conhecido como extração de conhecimento. Essa nova área de conhecimento surgiu
67
Unidade II
no final de década de 1980, impulsionada pelo crescimento rápido do volume de dados disponíveis nos
mais diversos repositórios, o que acabou gerando a necessidade de extrair conhecimento dessas bases
de forma mais eficiente (CHIAVENATO, 2000).
Essas informações são difíceis de serem detectadas pelos métodos tradicionais de análise, daí a
necessidade de utilizar uma metodologia mais eficiente, que seja capaz de identificar informações úteis
para a tomada de decisão. Contudo alguns autores defendem o ponto de vista de que o conhecimento
descoberto não precisa necessariamente ser incorporado a um sistema de apoio à decisão (OLIVEIRA, 2005).
Observação
68
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
de informações, passando pelo tratamento e, por fim, a apresentação do resultado final da extração do
conhecimento (CHIAVENATO, 2000).
Para trabalhar com o processo de KDD, faz-se necessário ter objetivos definidos, saber quais resultados
atingir e ter conhecimento do domínio da aplicação. Nesse processo, três profissionais são envolvidos:
• Especialista no domínio: tem conhecimento do domínio dos dados e sabe onde aplicá-los.
• Usuário (pessoa ou empresa): quem fará uso das informações resultantes do processo de KDD.
Aparecem ainda duas características importantes do KDD Process, ele é iterativo e interativo.
Iterativo porque prevê uma sequência de atividades em que o resultado de uma etapa depende da outra.
Interativo porque o analista pode intervir nas atividades. Cada etapa do processo pode ser repetida
inúmeras vezes. A técnica de KDD é um processo de identificação de padrões de dados válidos, não
triviais, potencialmente úteis e compreensíveis (FAYYAD; PIATETSKY-SHAPIRO; SMYTH, 1996). O processo
de KDD é apresentado na figura seguinte e consiste em uma sequência iterativa dos seguintes passos
(HAN; KAMBER, 2000):
Avaliação e Conhecimento
representação
Mineração
Transformação
Seleção
Limpeza e
integração
Banco
de dados
69
Unidade II
• Seleção dos dados: dados relevantes para a análise são recuperados do banco de dados.
• Mineração de dados: processo no qual métodos inteligentes são utilizados a fim de extrair
padrões de dados.
Alguns autores consideram KDD e mineração de dados como processos distintos (FAYYAD;
PIATETSKY‑SHAPIRO; SMYTH, 1996). Entretanto, em algumas bibliografias, o termo mineração de dados
(data mining) tornou-se mais popular que o KDD e é utilizado quando se refere ao processo de identificação
de padrões a partir de grandes quantidades de dados armazenados em bancos de dados ou outro
tipo de banco de armazenamento (HAN; KAMBER, 2000).
Para falar em processo decisório e tecnologias aplicadas, é preciso, antes de mais nada, pensar no
processo de tomada de decisão, que acaba sendo, de maneira geral, uma das etapas mais críticas e
sensíveis de um negócio, uma vez que as escolhas apontadas pelos gestores nesse estágio vão afetar os
resultados e o desempenho de toda a empresa. Por isso, contar com uma tecnologia pode fazer toda a
diferença para tornar a movimentação mais confiável, precisa e efetiva. Somente assim, cada indivíduo
será capaz de entender por que a inovação tecnológica é uma aliada nessa tarefa. Assim, qual é o
papel da tecnologia na tomada de decisão? Há tempos, a tecnologia, por meio de ferramentas e de
softwares de gestão, vem se tornando cada vez mais presente no dia a dia das instituições, automatizando
e simplificando tarefas (REZENDE; ABREU, 2000).
Nesse cenário, ela contribui para a tomada de decisão, uma vez que sistemas
qualificados são capazes de concentrar dados internos e externos, de
integrar setores e de otimizar uma série de processos com confiabilidade.
Logo, o gestor tem maior visibilidade e controle do negócio. Mapear todos
os aspectos que serão fundamentais para guiar uma escolha fica mais
fácil com o apoio desses programas. Isso acontece porque eles permitem a
consulta de informações relevantes e promovem uma análise mais completa
da realidade da organização, ressaltando ameaças e oportunidades.
70
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Segundo Rezende e Abreu (2000), a tecnologia atua em todo esse processo e essencialmente
apresenta uma gama diversificada de ferramentas tecnológicas que acabam por se tornar bastante
importantes para que a tomada de decisão tenha mais qualidade e êxito.
Sendo assim, uma das principais contribuições dos sistemas de informação é a melhoria na tomada
de decisão tanto para os indivíduos quanto para grupos. A tomada de decisão nas empresas costumava
limitar-se à diretoria. Atualmente, funcionários de níveis mais baixos são responsáveis por algumas
dessas decisões na medida em que os sistemas de informação tornam os dados disponíveis para as
camadas mais elementares da empresa (CHIAVENATO, 2000).
E quanto aos tipos de decisões dentro deste contexto? Segundo Rezende e Abreu (2000), as decisões
podem ser classificadas em não estruturadas, estruturadas e semiestruturadas:
• Decisões não estruturadas: o responsável pela tomada de decisão deve usar seu bom senso, sua
capacidade de avaliação e sua perspicácia na definição do problema. Cada uma dessas decisões é
inusitada, importante e não rotineira, e não há procedimentos bem compreendidos ou predefinidos
para tomá-las.
• Decisões semiestruturadas: algumas decisões têm características dos dois tipos precedentes e
por isso são chamadas de semiestruturadas. Nesses casos, apenas parte do problema tem uma
resposta clara e precisa dada por um procedimento reconhecido. Em geral, decisões estruturadas
são mais corriqueiras nos níveis organizacionais mais baixos, enquanto problemas não
estruturados são mais comuns nos níveis mais altos da empresa.
Informações integradas
71
Unidade II
outros processos de negócios. Um exemplo dessa estrutura pode ser visualizado na figura seguinte
(CHIAVENATO, 2000).
• Dinheiro em caixa
Finanças e • Contas a receber
contabilidade
• Crédito ao cliente
• Receita
É sempre importante lembrar que o mercado atual exige respostas rápidas, empresas que demoram
para fazer suas escolhas correm o risco de perder ótimas oportunidades. Nesse ponto, a tecnologia é um
ativo essencial, pois, com a integração de sistemas, o gestor tem acesso a todo o fluxo de dados de seus
setores e também de filiais, agilizando o processo de tomada de decisão (CHIAVENATO, 2000).
Gestão de tempo
O uso de softwares proporciona não apenas um ganho de tempo, mas uma otimização dos processos
na medida em que o gestor pode criar um fluxo de atividades e controlá-lo pela plataforma, aumentando
a produtividade e a eficiência. Ademais, o contato e o compartilhamento de dados com profissionais de
outros setores são agilizados.
72
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Gestão de processos
Com a análise de dados, o líder identifica erros e gargalos que tornam os processos mais lentos e
ineficazes e, assim, faz os ajustes adequados com base em estatísticas e referências reais do funcionamento
da instituição.
Portanto, a tecnologia viabiliza meios para que gerentes aprimorem a organização das tarefas e
trabalhem melhor os pontos fortes e fracos do negócio, tornando-os cientes dos processos da empresa
como um todo. Dessa forma, Rezende e Abreu (2000) explicam e relacionam quais são as principais
ferramentas de apoio utilizadas em todo o processo (CHIAVENATO, 2000):
Os softwares de gestão têm alcançado um papel de protagonismo para auxiliar o gestor na tomada
de decisão. Além deles, existem ferramentas muito relevantes na hora de otimizar procedimentos e
maximizar lucros e produtividade. As principais são:
• BSC (balance scorecard): em português, é conhecido como “painel de gestão por indicadores”,
uma solução que propicia mensuração, avaliação, entendimento e acompanhamento de resultados
e ações.
73
Unidade II
A tomada de decisão é uma iniciativa que exige muito do gestor, pois seu resultado pode mudar
o direcionamento de uma organização. Portanto, ela deve ser feita com todo o critério e a atenção
possíveis, motivo pelo qual a tecnologia e os benefícios que ela proporciona são vitais para o sucesso.
Também conhecido como GED, o gerenciador eletrônico de documentos é um software que armazena
digitalmente informações contidas em documentos e as organiza para agilizar o processo de busca de
informações.
O GED é uma forma de concentrar em um mesmo sistema todas as informações do negócio, facilitando
o acesso e tornando os dados mais seguros.
• A maior vantagem desse sistema é otimizar o dia a dia de trabalho, gerando um impacto na
produtividade e eficiência.
• O principal papel do GED é permitir a transformação digital das empresas, no que tange à
documentação.
• Arquivos, contratos, dossiês, relatórios e papéis, de maneira geral, podem ser digitalizados, partindo
do ambiente físico para o digital, e organizados com o GED. Assim, eles ficam disponíveis para
consulta a qualquer momento e de forma fácil.
• Não só textos entram nessa lógica, mas documentos em diferentes formatos, como imagens,
vídeos, gravações e outros, para centralizar todas as informações do negócio em um mesmo
ambiente digital.
• Para além do armazenamento e da organização dos arquivos, o GED é extremamente útil para
reduzir as impressões de papel, o que é essencial para empresas ambientalmente responsáveis.
74
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
• É interessante dizer que não só os documentos físicos podem ser gerenciados, mas também os
arquivos já criados em ambiente digital. Afinal, à medida que as tecnologias integram o dia a dia
das empresas, a tendência é que os processos sejam executados totalmente em espaço virtual.
• Entenda que, com o GED, é possível administrar o fluxo de documentos de processos concluídos,
para arquivo e memória, mas também processos em andamento. Isso contribui para uma maior
fluidez no desenvolvimento das atividades, em tempo real.
Lembrete
Segundo palavras de Gil (1999), podemos destacar uma gama de benefícios que, em conjunto,
conseguem otimizar diversos processos na organização:
Redução de gastos
Uma das principais vantagens competitivas provocadas pelo GED é agilizar o andamento de trabalhos
por meio da economia de tempo, custos com cópias e recursos humanos. Imagine a cada processo
de compra você precisar resgatar papéis com dados das últimas compras do cliente, registros de seus
interesses, formas de pagamento ou contratos (GIL, 1999).
Redução de espaços
Recuperação de documentos
Documentos perdidos ou danificados podem significar insatisfação de vários setores de uma empresa.
Ao gerenciar os documentos segundo os preceitos do GED, os contratos, as notas e relatórios poderão
75
Unidade II
ser resguardadas em locais predefinidos e seguros. Além disso, é possível pesquisar pelo documento para
localizá-lo mais facilmente (GIL, 1999).
Gestão à vista
Com o GED, é possível manter a transparência das informações para toda a empresa, fornecedores e
clientes ao disponibilizar os documentos na rede.
Entre outras vantagens, como poder acompanhar o andamento dos processos em tempo real, a
gestão à vista permite o monitoramento dos dados e das métricas aplicadas sobre os processos. O
atendimento ao cliente, por exemplo, pode ser feito de forma mais rápida, uma vez que os dados
necessários para resposta estarão automatizados e à vista. Basta pesquisar por palavras-chave que as
informações inerentes aos documentos são encontradas (GIL, 1999).
Sustentabilidade
Estamos no século XXI, não dá mais para imprimirmos um monte de papéis para que sejam descartados
futuramente no meio ambiente. Apesar de ser um material reciclável, o processo no Brasil é insuficiente
e apenas 37% do papel que utilizamos é reciclado. Um sistema de GED visa ao armazenamento de
documentos em ambiente digital e sua distribuição também eletrônica. Assim, se vários setores da
empresa necessitam de um mesmo documento, por exemplo, não há motivo para imprimi-lo diversas
vezes (GIL, 1999).
Gerenciamento a distância
O mundo está cada vez mais digital, global e não faz mais sentido ter apenas documentos físicos em
uma empresa. Imagine em março de 2020, quando se iniciou a pandemia da Covid-19 no Brasil, se as
equipes não tivessem acesso às pastas de contratos, notas fiscais e outros documentos. O GED permite
fazer toda a gestão dos arquivos a distância, principalmente se integrado a um sistema em nuvem, como
um BPMS (GIL, 1999).
Hoje, esse é um conceito de suma importância dentro das empresas, visto que grande parte das
ações necessárias para compor uma cadeia de suprimentos organizada, sustentável, fluida e eficiente
está relacionada às estratégias de SCM. A integração de empresas e processos, como veremos adiante, é
uma das bases desse conceito, o qual permite a operação conjunta de indústria, fornecedores, parceiros
e varejistas, sempre com foco na eficiência e manutenção das demandas do consumidor.
Em tempos de economia globalizada e atuação conjunta entre as empresas, não dá mais para ser
competitivo assumindo 100% dos processos de um negócio. Em grande medida, é necessário contar com
o apoio de parceiros, terceirizar tarefas adjacentes e criar redes que garantam a máxima produtividade
e eficiência para as operações (CHRISTOPHER, 1999).
Nesse ponto, cada elo da cadeia precisa estar bem informado sobre os demais, de forma a se adaptar
às mudanças de maneira ágil e precisa, focalizando a manutenção da fluidez dos processos. Isso, hoje,
é facilitado pelo uso da tecnologia, com softwares próprios que dão mais visibilidade e integração aos
agentes, além de otimizar o planejamento da cadeia com base em dados concretos de demanda e gestão
de estoque, por exemplo (CHRISTOPHER, 1999).
Nenhuma organização pode desenvolver uma estratégia de vantagem competitiva que otimize
somente suas eficiências internas, a vantagem competitiva real somente é alcançada quando o fluxo
como um todo é mais eficiente e mais eficaz que o dos concorrentes. O novo paradigma competitivo é
cadeia de suprimentos concorrendo com cadeia de suprimentos (CHRISTOPHER, 1999).
Para ter sucesso em um mercado altamente dinâmico, as empresas não podem despender grande
volume de recursos para competir como entidades individuais, antes, elas necessitam competir como
redes ou canais de parceiros. Aqueles que ignorarem as forças da integração da cadeia de suprimentos
somente verão uma lacuna entre eles e os líderes em ascensão (LEE, 2000).
Na prática, SCM pode ser entendido como um processo voltado para o planejamento estratégico
de fluxos de bens, serviços, finanças, informações e tudo aquilo que for relevante para a boa relação
entre empresas. Os processos-chave interfuncionais e intercompanhias gerenciados de forma integrada
envolvendo fornecedores, fabricantes, distribuidores e clientes é o que está se denominando de
gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Para isso, metodologias específicas são utilizadas para garantir a melhor integração e gestão de todas
as etapas da cadeia, considerando uma produção otimizada para oferecer ao cliente final o produto
certo, no tempo, quantidade e condições adequadas (CHRISTOPHER, 1999).
Para ter um controle mais amplo dos processos e uma maior visibilidade deles, é imprescindível que a
empresa faça o mapeamento de cada uma das etapas que compõe a sua cadeia de suprimentos. Quanto
maior o acervo informativo a respeito dos processos, mais fácil será para que gestores identifiquem falhas,
avaliem a performance e tomem decisões precisas para remover gargalos, ajustar as atividades e manter
toda a cadeia perfeitamente alinhada aos padrões do mercado (CHRISTOPHER, 1999).
Com os dados e informações assumindo um papel estratégico dentro das organizações, mais do que
nunca, é preciso investir em integração para compor uma gestão eficaz da cadeia de suprimentos.
Nesse sentido, diferentes setores da empresa precisam ter uma comunicação ativa, trocando
informações relevantes para alcançar o ideal da SCM. Assim, por exemplo, o setor de compras precisa
estar interligado ao de estoque de modo a compatibilizar as aquisições às reais necessidades do negócio,
evitando compras desnecessárias e desperdício de recursos (CHRISTOPHER, 1999).
78
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Para se ter uma ideia da importância corporativa do Big Data, esse mercado
cresce, a cada ano, cerca de 40%. O paradoxo está no fato de que quanto
mais ocorre a evolução do Big Data, há menos profissionais qualificados para
atender a demanda. A expectativa é que, em poucos anos, haja um crescimento
ainda mais significativo pela utilização do Big Data e, consequentemente, um
aumento ainda maior da procura de mão de obra especializada.
Data Warehouse
A necessidade de novas informações muda rapidamente. Quanto maior o porte da empresa, maior
a demanda de conhecimento para que se possa dar o suporte necessário à tomada de decisão. Essas
informações precisam ser disponibilizadas em espaços cada vez mais curtos de tempo com eficiência
e possuir alto grau de confiabilidade. Os recursos de dados de muitas organizações não dão o suporte
necessário à demanda de informações da empresa. Eles contêm grande quantidade de dados não
relevantes e a maioria dos sistemas é desenvolvida levando os analistas a conhecimentos imediatistas e
relativos à operacionalidade das empresas, não tendo capacidade de prover informações para decisões
futuras e planejamentos em médio e longo prazo.
Para exemplificar, é como se a empresa tivesse um volume grandioso de dados e precisasse quebrá‑los
ou dividi-los para fazer uma análise sobre determinados setores ou estratégias a fim de entendê‑los mais
facilmente (GIL, 2019).
É a utilização de dados de uma empresa para rotinas de inteligência de negócio. Sua visão mais
comum é o afunilamento ainda maior dos dados coletados do Data Warehouse, que chegam de forma
exata e útil para a tomada de decisões. O BI transforma os dados brutos em informações úteis para
analisar não só negócios como também as principais estratégias da corporação (GIL, 1999).
Para Batista (2005, p. 78), “em geral, o Business Intelligence é um termo Guarda-Chuva que pode
abrigar muitos outros temas, como Data Mining, Reporting, Dashboards e tudo aquilo que pode ser
usado para consolidar inteligência dentro de uma organização”. Ele chama atenção em sua obra,
principalmente para as seguintes ações:
Ainda para Batista (2005, p. 84), para desenvolver um aplicativo BI, deve ser analisado cada caso, já
que as análises podem envolver uma grande massa de dados. Para ser possível construir um ambiente
tecnológico em que os conceitos do BI possam ser plenamente utilizados e possibilitarem rapidez e
maior flexibilidade na análise, uma série de ferramentas foram criadas e desenvolvidas:
• Data Warehouse.
• Data Mart.
• OLAP.
• Data Minning.
80
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
• Planilhas eletrônicas.
• Cubos de decisão.
Processo de ETL
O processo de ETL diz respeito à divisão de atividades e execução de três etapas lineares para o
tratamento de dados: a extração, a transformação e a carga. Cada uma dessas etapas tem grande
relevância para o sucesso da transição dos dados dos sistemas de origem para outro repositório de
forma limpa, homogênea e integrada (BATISTA, 2005).
TXT
Transformação
Extração e carga Data Warehouse
Área
intermediária
Data Mart
Por fim, um Data Mart (DM) centraliza e consolida grandes quantidades de dados de várias fontes.
Seus recursos analíticos permitem que as organizações obtenham informações de negócios úteis
de seus dados para melhorar a tomada de decisões. De acordo com Kimball e Ross (2002), o Data Mart
é uma parte do todo que compõe o Data Warehouse (DW), ou seja, o Data Mart representa os dados
de um único processo de negócio. Enquanto o DW abrange todas as grandes áreas da empresa, o DM
atua como um subconjunto dos dados de um Data Warehouse, fracionado e levemente resumido. Para
facilitar o entendimento, observe a figura seguinte.
81
Unidade II
Compras
Estoque
Vendas
Os DM são a principal escolha das organizações em nível de suporte a tomada de decisão. Além de
baixar consideravelmente o custo da construção de uma ferramenta como o DW, os Data Marts
são preferidos pelas unidades de negócio nas empresas que têm a possibilidade de construir seu
próprio ambiente de tomada de decisão, conforme Oliveira (1998). Projetos de DW estão sendo
construídos na forma de um Data Mart por etapa, reduzindo informações que não são úteis para
a análise e, consequentemente, diminuindo o volume de dados e o tempo de resposta dessas
ferramentas.
82
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Resumo
Os SIGs têm ocupado posições cada vez mais importantes no que tange à
estruturação e ao desempenho dos processos de desenvolvimento das empresas.
Assim, podemos concluir que um SIG pode contribuir para uma empresa
atingir suas metas, fornecendo aos administradores uma visão geral
das operações da organização, permitindo um controle e planejamento
muito mais eficaz e eficiente. Haja vista que integra os diversos setores,
tais como compras, marketing, financeiro, recursos humanos e produção,
torna a organização mais preparada para resolver seus problemas e
atingir seus objetivos.
83
Unidade II
Exercícios
Descrição II – Trata-se de ferramentas que visam à gestão da empresa como um todo, visto que
integram todas as áreas funcionais e criam um fluxo contínuo de processos. Monitoram pedidos e
recebimentos de matérias-primas, tempos de produção e níveis internos de estoque.
Descrição III – Trata-se de ferramentas de gerenciamento de todo o percurso produtivo, que visam
ao cumprimento de prazos, à integração dos processos e à garantia da satisfação do cliente final.
A) Enterprise Resource Planning (ERP); Document Management System (DMS); Supply Chain
Management (SCM).
B) Supply Chain Management (SCM); Document Management System (DMS); Enterprise Resource
Planning (ERP).
C) Document Management System (DMS); Enterprise Resource Planning (ERP); Supply Chain
Management (SCM).
D) Document Management System (DMS); Supply Chain Management (SCM); Enterprise Resource
Planning (ERP).
E) Supply Chain Management (SCM); Enterprise Resource Planning (ERP); Document Management
System (DMS)
Análise da questão
Ferramentas do tipo Document Management System (DMS), ou Gestão Eletrônica de Documentos (GED),
são softwares que armazenam digitalmente informações contidas em documentos e as organizam no
sentido de agilizar processos de busca.
84
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Ferramentas do tipo Enterprise Resource Planning (ERP) visam à gestão da empresa como um todo,
visto que integram todas as áreas funcionais e criam um fluxo contínuo de processos. Monitoram
pedidos e recebimentos de matérias-primas, tempos de produção e níveis internos de estoque.
Ferramentas do tipo Supply Chain Management (SCM), ou Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS),
correspondem a um corpo de conhecimentos que pode ser aplicado com a finalidade de coordenar as
ações/atividades das diversas empresas ou unidades produtivas que constituem os elos e a cadeia de
elos para a produção de um conjunto de bens e serviços (Disponível em: https://bit.ly/39NbvbB. Acesso
em: 23 jan. 2022).
I – Um software de planejamento dos recursos empresariais que integra as diferentes funções dos
fornecedores, para criar operações mais eficientes.
II – Um software que faz a integração das informações que fluem em uma empresa, é considerado
uma solução genérica, visto que busca atender a todo tipo de empresa.
III – Uma solução genérica que procura atender a todo tipo de empresa, refletindo o seu projeto uma
série de hipóteses sobre como operam as organizações.
IV – Parte integrante dos dados-chave e da comunicação entre as áreas de uma empresa, fornecendo
informações detalhadas sobre as operações dos fornecedores.
A) I.
B) IV.
C) I e II.
D) II e III.
E) III e IV.
85
Unidade II
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o ERP integra as diferentes funções da organização, mas não as diferentes funções dos
fornecedores.
Justificativa: o ERP é uma solução genérica, pois é desenvolvido por empresas especializadas no
desenvolvimento de programas e busca integrar as diferentes funções da organização, independentemente
de sua área de atuação.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o ERP não é parte integrante dos dados-chave de uma empresa; ele é a integração
de módulos especialistas que atendem às diferentes funções da empresa, operando sobre uma base de
dados comum.
86
REFERÊNCIAS
Textuais
AIRES, R. W. A.; KEMPNER-MOREIRA, F. K.; FREIRE, P. S. Indústria 4.0: competências requeridas aos
profissionais da Quarta Revolução Industrial. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONHECIMENTO E
INOVAÇÃO (CIKI), 7., 2017, Foz do Iguaçu. Anais [...]. Foz do Iguaçu: EGC, UFSC, 2017.
BILLINTON, R. et al. The Canadian Electrical Association approach to transmission and distribution
equipment reliability assessment. In: CONFERENCE ON THE RELIABILITY OF TRANSMISSION AND
DISTRIBUTION EQUIPMENT, 2., 1995, Coventry. Anais [...]. Coventry: IEEE, 1995. p. 7-12.
BIO, S. R. Sistemas de Informação: um enfoque empresarial. 1. ed. São Paulo: Atlas. 1985.
BRASIL ESCOLA. SIG. Uol, 2022. Disponível em: https://bit.ly/3N7KTR0. Acesso em: 4 maio 2022.
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2000.
CORDOVEZ, D. 4 tipos de CRM: quais são e como aplicar na estratégia da empresa? Meetime, 2022.
Disponível em: https://bit.ly/37IB6lx. Acesso em: 13 abr. 2022.
EASTERBY-SMITH, M.; PRIETO, I. M. Dynamic capabilities and knowledge management: an integrative role
for learning? British Management Journal, v. 19, n. 3, p. 235-249, 2008.
FAYYAD, U.; PIATETSKY-SHAPIRO, G.; SMYTH, P. Knowledge discovery and data mining: towards a unifying
framework. KDD-96 Proceedings, 1996.
FERRARI JÚNIOR, R. Modelos de utilização de SIGs. UFSCAR, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3PlSpcU.
Acesso em: 4 maio 2022.
87
HAN, J.; KAMBER, M. Data mining: concepts and techniques. San Francisco: Morgan Kaufmann
Publishers, 2000.
HEIL, J. Gestão do conhecimento OLAP aplicada em uma empresa do setor químico de Santa Catarina. 2006.
Monografia (Pós-Graduação em Tecnologia de Informação na Gestão Integrada de Negócios) – Universidade
Regional de Blumenau, Blumenau, 2006.
KIMBALL, R.; ROSS, M. The Data Warehouse toolkit: guia completo para modelagem dimensional. 2. ed.
Tradução: Ana Beatriz Tavares; Daniela Lacerda. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação. 11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. 5. ed. São Paulo: Person Brasil, 2003.
LEE, H. L. Creating value through Supply Chain Integration. Supply Chain Management Review.
Newton, MA, v. 4, n. 1, p. 30-36, Sept. 2000.
MAATMAN, M.; BONDAROUK, T.; LOOISE, J. C. Conceptualising the capabilities and value creation of
HRM shared service models. Human Resource Management Review, v. 20, n. 4, p. 237-339, 2010.
MÜLBERT, A. L.; AYRES, N. M. Sistema de informações gerenciais no varejo e serviços. 2. ed. Palhoça:
UnisulVirtual, 2007.
NAIR, P.; PRAKASH, K. Knowledge management: facilitator’s guide. Tokyo: APO, 2009.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
88
NONAKA, I.; VON KROGH, G.; VOELPEL, S. Organizational knowledge creation theory: evolutionary
paths and future advances. Sage Publications, v. 27, n. 8, p. 1179-1208, 2006.
OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas de informações gerenciais. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
OLIVEIRA, L.; BRITO, R. R.; BEKER, J. C. O gerenciamento do relacionamento com o cliente via sistema
integrado de gestão sustentável. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 10., 2013,
Resende. Anais [...]. Resende: Associação Educacional Dom Bosco, 2013.
SGS ACADEMY. Sistemas de informações gerenciais em RH. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.
89
SHIOSE, S. F. et al. Sistemas integrados de gestão: alternativa contemporânea eficaz de gerenciamento
e planejamento para instituições públicas de ensino. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E
TECNOLOGIA, 9., 2012, Resende. Anais [...]. Resende: Associação Educacional Dom Bosco, 2012.
VASCONCELOS, F. C.; CYRINO, A. B. Vantagem competitiva: os modelos teóricos atuais e a convergência entre
estratégia e teoria organizacional. RAE, v. 40, n. 1, p. 20-37, out./dez. 2000.
VIEIRA, R. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2016.
WEHENKEL, L. A. Automatic learning techniques in power systems. New York: Kluwer, 1998.
WIIG, K. M. Knowledge e management: where did it come from and where will it go? Journal of Expert
Systems with Applications, v. 13, n. 1, p. 1-14, 1997.
90
91
92
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000