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17/09/2015 A ARTE DAS ARTES: Melquisedeque

"Porque este Melquisedeque, rei de Salem, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro
de Abraão quando este regressava da vitória contra os reis, e o abençoou,  a quem também
Abraão separou o dízimo de tudo; sendo primeiramente, por interpretação do seu nome, 'Rei
de Justiça', e depois também 'Rei de Salem', que é 'Rei de Paz';  sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas feito semelhante ao Filho de
Deus, permanece sacerdote para sempre." ‐ Hebreus, 7:1‐3

Quem é este, que abençoa até mesmo ao grande Abraão? A quem o próprio Abraão chega a
lhe oferecer o dízimo? Que é chamado "Rei de Salem" e "Rei de Paz"? Quem é este, do qual se diz
que não teve pai nem mãe e nem começo nem fim? Quem é este, de quem se diz até que é
semelhante ao próprio Filho de Deus??
Melquisedeque, ou (em outras transliterações
possíveis) Melquisedec, Melchisedec,Melchisedek, Melchisedeque, Melkisedec, etc, etc... É um
dos mais misteriosos personagens que aparecem no Antigo Testamento da Bíblia. Menções a ele
são encontradas em  três passagens  do texto bíblico:  1)  Em Gênesis 14:18, quando recebe o
dízimo de Abraão e o abençoa.  2)  No Salmo 110, quando a Voz de Deus profetiza o Messias
como "Sacerdote para sempre, segundo a Ordem de Melquisedec". 3) Por diversas vezes na Carta
aos Hebreus, quando Paulo escreve um tratado onde afirma que Jesus, em sendo Rei e Sacerdote
Filho da tribo de Judá (que tem a primazia do reinado), não segue o sacerdócio de Levi,
exclusivo da tribo de Levi, concluindo que Jesus é Sacerdote segundo a Ordem de Melquisedec,
anterior ao sacerdócio levítico.
Devido à natureza profundamente misteriosa deste personagem da Bíblia, algumas correntes
místicas e até alguns religiosos ortodoxos de tendência mística atribuem a Melquisedeque
variadas funções espirituais relacionadas ao destino do nosso planeta.
As alusões a Melquisedeque,  "Rei de Paz",  "Rei de Salém"  e  "Sacerdote do Deus Altíssimo",
segundo a tradição cristã, seriam figurações ou representações do próprio Cristo, pois é com ele
que surge pela primeira vez a celebração com o pão e o vinho, numa espécie de prenúncio do
Sacerdócio de Jesus. Alguns arriscam interpretar Melquisedeque como manifestação de "Corpo
Espiritual" do Divino, o qual é chamado  "o Verbo", o  "Espírito Santo"  ou  "Anjo do Senhor". Se
trataria, portanto, de uma manifestação do próprio Deus em Seu corpo imaterial, pois Ele teria
muitos aspectos: Ânima, Espírito Eterno, Verbo, Corpo (Jesus)...
O livro de Hebreus declara que Jesus também é Sumo Sacerdote (Hebreus 2:17; 3:1; 4:14). O
profeta Zacarias predisse que Jesus seria um sacerdote em seu Trono, isto é, assim como
Melquisedeque, Jesus seria tanto Sacerdote quanto Rei ao mesmo tempo (Zacarias 6:12‐13).
Jesus nasceu judeu, descendente de Davi e, assim, da linhagem da tribo de Judá. Contudo, Deus
escolheu os descendentes de Levi para serem sacerdotes. Assim Jesus, vivendo sob a Lei de
Moisés, poderia ser rei porque era da tribo real (Judá) e ainda mais da de Davi (2 Samuel 7:12‐
16; Atos 2:29‐31). Mas Jesus não poderia ser um sacerdote segundo a Lei de Moisés porque não
era da tribo certa. O escritor de Hebreus afirma que Jesus era sumo sacerdote segundo uma
ordem diferente, não segundo a ordem de Arão (ou da tribo de Levi), mas segundo a ordem de
Melquisedeque (5:6,10; 6:20). Ele explica:
"Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o
povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?
...Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da qual ninguém
prestou serviço ao altar; pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual
Moisés nunca atribuiu sacerdotes" (Hebreus 7:11,13‐14).
Mas porque Melquisedeque? Quem foi Melquisedeque? O escritor de Hebreus nota que ele foi
tanto sacerdote como rei de Salém (outro nome de Jerusalém ‐ Gênesis 14:18‐20; Hebreus 7:1).
Ele também observa que as escrituras do Velho Testamento dão a Melquisedeque a aparência de
ser eterno. Assim, existem algumas semelhanças entre Melquisedeque e Jesus. Melquisedeque
parece continuar para sempre como sacerdote, porque as Escrituras nunca registram sua morte.
Jesus, sendo divino, vive e serve para sempre como Sacerdote (Hebreus 7:23‐25). Melquisedeque
era tanto rei quanto sacerdote ao mesmo tempo (o que seria impossível sob a Lei de Moisés).
Jesus é tanto rei como sacerdote ao mesmo tempo, em cumprimento à profecia de Zacarias.
Historicamente, o que se sabe é que Melquisedeque foi rei de Salem antigo ‐ nome dado à cidade
de Jerusalém ou região onde os descendentes de Sem (um dos filhos de Noé) habitavam logo
depois do dilúvio. O fato de nas Escrituras Melquesedeque aparecer abençoando Abraão
demonstra que na época era ele o principal representante de Deus na Terra, o portador da1/3
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17/09/2015 A ARTE DAS ARTES: Melquisedeque
depois do dilúvio. O fato de nas Escrituras Melquesedeque aparecer abençoando Abraão
demonstra que na época era ele o principal representante de Deus na Terra, o portador da
devida autoridade para abençoar, inclusive a um grande líder como Abraão ... Como um dos
nomes dado ao povo de Israel era "semitas", é provavel que este Melquisedeque fosse o próprio
Sem ...
A importância da figura de Melquisedeque ainda é tão grande, que no dia da ordenação dos
padres católicos, no ritual sacerdotal consta uma parte na qual o bispo ordenante diz:  "Tu és
'Sacerdoce in Aeternum Secundum Ordinem Melchisedec.'” ‐  “Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque”.
Convém lembrar também que Melquisedeque, sendo rei e sacerdote, reúne em si mesmo as duas
formas do poder: o temporal e o espiritual. Segundo o esoterista René Guénon e sua escola,
Melquisedeque representaria a Tradição Primordial da qual derivam todas as tradições espirituais
manifestadas na História, e apresenta algumas formas equivalentes em diferentes tradições.
Segundo essa linha de raciocínio, Melquisedeque, na Índia, corresponderia ao "Chakravartin" (Rei
Universal) das tradições indiana e budista; seria também o soberano do reino oculto de
"Shamballah" ou Agartha. Na tradição budista Terra Pura, a mais mística, ele corresponderia ao
Buda Lokesvara‐Raja (Senhor Rei Universal), Mestre Iluminado do Buda Amitabha ou Amida. ‐ O
culto à Lokesvara existiu entre os Khmers do Camboja, que construiram gigantescas estátuas de
pedra em sua honra na sua antiga capital Angkor. Outra figura relacionada com Melquisedeque é
o "Prestes John" das lendas medievais, um misterioso rei‐sacerdote cristão que reinaria no
Oriente, geralmente identificado com o Imperador da Abissínia ou Etiópia... Melquisedeque é um
ser ainda mais enigmático que Apolônio de Tiana (filósofo grego neo‐pitagórico sobre quem
pretendo falar em momento oportuno).
Na obra gnóstica alexandrina “Pistis Sophia” (tema de uma próxima postagem neste blog),
Melquisedeque é citado como “Grande Recebedor da Luz Eterna”. Ele recebe a Luz inteligível,
por um Raio emanado diretamente do Princípio para refletir no mundo, seu domínio. Por isso
também é chamado "Filho do Sol".
A Ordem de Melquisedeque é também conhecida pelo nome de "Ordem do Sacerdócio Real", ou
"Ordem da Justiça Divina", pois Melquisedeque representa a Superior Justiça Divina na Terra, o
Reino da Eterna Paz. Ordens esotéricas vêem em Melquisedeque um Ser que sempre esteve
presente neste planeta em todos os ciclos de civilização, sendo, portanto a manifestação perene
do próprio Poder Superior na Terra.
Alguns místicos orientais, ainda, afirmam que Melquisedeque é quem exerce a função de
"Governo Oculto" da Terra no “Santo Shambhala”. Como afirma Michel Coquet:
“Melquisedeque é Sanat‐Kumara – o que ocupa o mais elevado lugar sagrado de nosso planeta,
onde se encontra a Tradição Primordial, o lugar onde o desígnio de Deus é conhecido...”
Diz René Guénon, baseado em suas pesquisas e no que disse Saint Yves d'Alveydre num livro
intitulado "Missão da Índia", publicado pela primeira vez em 1910 na França:
“O nome Melquisedeque, ou mais exatamente ‘Melki‐Tsedeq’, não é outra coisa que não o
nome sob o qual a própria função de ‘Rei’ se encontra expressamente designada na tradição
Judaico Cristã.” 
A tradição indiana, citada por René Guénon, em sua obra "O Rei do Mundo", diz:
“Ele é Manu ‐ esse homem vivo, Melki‐Tsedeq, é Manu; que continua, com efeito,
perpetuamente, isto é, por toda a duração do seu ciclo (Manvantara), ou do mundo que ele
rege especialmente. É por isso que ele não tem genealogia, porque a sua origem é não
humana, visto que ele próprio é o protótipo do homem. E realmente ele foi feito à semelhança
do Filho de Deus, visto que, pela Lei que formula, é para esse mundo a expressão e a própria
imagem do Verbo Divino”. 
Ainda segundo as tradições da Mongólia, da Índia, do Tibet e de outros povos orientais,
Melquisedeque ou Melk‐Tjedec (Dharma‐Râja) vive em uma cidade conhecida como "Agartha",
segundo muitos situada no Himalaia. O reino sagrado de Agartha seria dirigido por
Melquisedeque, mas há fontes que o colocam num nível ainda mais elevado. ‐ Assim, uma pessoa
só poderia chegar até onde reina Melquisedeque sendo conduzida, já que é impossível ao homem
encontrar por si mesmo o seu acesso; não se trataria de um local físico na Terra e sim um plano
sutil no nível terrestre.
Em muitas ocasiões o nome de Melquisedeque esteve ligado a um outro grande enigma, o do
também legendário "Prestes John" ou "Prestes João", tido como "dirigente da humanidade" (outro
tema para um planejado próximo post). Durante a Idade Média muito se falava de um grande
reino dirigido por um ser de grande sabedoria chamado Prestes John. O período em que mais se
falou desse reino foi à época de São Luís, nas viagens de Carpin e de Rubruquis. Segundo contam2/3
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17/09/2015 A ARTE DAS ARTES: Melquisedeque
reino dirigido por um ser de grande sabedoria chamado Prestes John. O período em que mais se
falou desse reino foi à época de São Luís, nas viagens de Carpin e de Rubruquis. Segundo contam
inúmeras histórias, teriam havido quatro personagens que usaram esse título: no Tibet, na
Mongólia, na Índia e na Etiópia; que seriam quatro representações de um mesmo poder. Diz um
mito que, quando de suas conquistas territoriais, Gengis‐Khan tentou atacar o Reino de Prestes
John, ele foi repelido por um raio que quase aniquilou por completo seu exército.

A visão judaica ‐ por Chai Mendel ‐ judeu praticante e estudioso da Torá


"Melquisedeque" é a tradução aportuguesada de "Malki Tsedek", que significa "Rei Justo". Esse
titulo nosso personagem tinha por causa da sua sabedoria que era grande, ao mesmo tempo esse
personagem é tratado como se fosse um sacerdote!
Até o dia que o patriarca Avraham (Abraão) foi visitar esse homem e conhecer sua sabedoria,
mas por quê? Porque Avraham ouviu dizer que nosso personagem Rei Justo tinha conhecimento
de uma tradição que falava de um  único  D‐us. E Avraham queria saber se a  Força  (EL) que
manifestou‐se a ele era o mesmo que Malki Tsedek acreditava.
Foi Malki Tsedek quem falou do Mabul (Dilúvio), falou de um homem chamado Noah (Noé) e de
toda a tradição que esse homem sabia. E Malki Tsedek falava de um rapaz cujo pai chamava de
Shem (na Torá isso significa Boa Reputação). O Personagem de Boa Reputação ficou famoso
depois que teve filhos e netos e bisnetos... Mas as soas foram esquecendo da a mensagem do pai
de Shem (Noah), e o mundo voltou àidolatria. Então Shem decidiu montar uma escola para
preservar todo aquele conhecimento. Essa escola se tornou um pequeno reino de justiça num
mundo repleto de violência. Seu lider era chamado de Rei pois quando ele dava sua palavra ele
não voltava atrás.... E o monte onde ficava a escola de Shem se chamava Montanha da Paz (Har
Shalem) inicialmente. O Nome Shem foi esquecido e o apelido Rei Justo ficou.....
E ai você tem a verdade, Malki Tsedek era Shem, filho de Noah. Por isso Abraham passou a
morar perto dele, por isso Isaque vez o mesmo com sua esposa e filhos e por isso Jacó estudou
com ele... E por isso todos os descendentes de Jacó, mesmo na escravidão no Egito, mantiveram
o conhecimento de Shem. Pois no passado Noah foi relapso em mostrar para a humanidade os
erros que levaram ao Mabul, e Shem estava decidido a não cometer mais o mesmo erro. Ele
finalmente encontrou pessoas que queriam saber da sua mensagem e preservá‐la, por isso ele
não iria abrir mão de ensinar aquela gente que descendia de um antigo amigo dele chamado
Avraham, e que teve uma experiencia com as  Forças  que se manifestaram ao seu pai no
passado.
Muitas passagens das Escrituras Hebraicas indicam que Shem era Malki Tsedek. Mas seria
necessário vc conhecer o mínimo de hebraico para percebê‐las; e antes disso seria interessante
você conhecer a real mensagem das escrituras hebraicas para não criar dúvidas.

***
A título de curiosidade, procurei expor, nessa postagem, as principais, dentre as mais diversas
teorias a respeito da dificílima figura de Melquisedeque. É importante compreender que, apesar
e além de todas as teorias e especulações mirabolantes, tudo que temos de concreto a respeito
do misterioso personagem são as esparsas e curtas menções bíblicas sobre ele. ‐ Escritos feitos,
portanto, há no mínimo 4.000 anos. ‐ Obviamente, qualquer tentativa de estabelecer
significações exatas ao seu respeito seriam, no mínimo, muito difíceis e arriscadas. O que
estimula ainda mais a imaginação e a curiosidade dos pesquisadores (e 'aventureiros' de plantão)
é justamente o fato de o texto bíblico não especificar praticamente nada, não trazer nenhum
detalhe da vida e da obra de um personagem assim tão poderoso e importante, a ponto de ser
dito que sua vida não teve nem começo e nem teria fim e que seria semelhante ao Filho de
Deus. Um Ser tão importante que o próprio Jesus Cristo, Filho do Altíssimo e figura central dos
Evangelhos e em todo o contexto bíblico, seria chamado Sumo Sacerdote da sua Ordem...

> Dedicado, com carinho, ao meu amigo "Gugu".

Fontes e bibliografia:
Profº Allen Dvorak
EstudosdaBíblia.Net
Profº José Laércio do Egito;
Profº João Paulo Nunes do Egito;
“Luzes da Grande Fraternidade Branca” Michel Coquet (Madras).

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