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2003-3356
T E M A 1. 4 7 0
Até a palavra sexo mete terror nas pessoas comuns, isso acontece em
decorrência dos tabus impostos, especialmente da imagem de coisa abjeta que deram
ao processo de duplicação da vida biológica, embora nenhuma outra atividade do ser
seja mais fabulosa do que o da multiplicação da vida biológica. Por isso pode-se dizer
que nada é mais sagrado do que o preparar a matéria para ser sede de um espírito em
desenvolvimento, e isso está diretamente ligado ao sexo.
Grande importância é dada àqueles que salvam, que criam, que oferecem
condições do espírito se purificar e se libertar daquilo que o retém no mundo dialético,
mas, paradoxalmente o processo que permite o ser se constituir um organismo e assim
poder preencher uma série imensa de requisitos para voltar à unicidade, é tido como
pecado, ou mesmo como algo natureza diabólica. Na verdade todo o pejo que se tem
da união sexual resulta de códigos gerados por interesses geralmente ligados ao lado
negativo da existência terrena. Diz o Mito de Sophia que ela em busca do Pai
mergulhou no abismo e quando evidenciou o seu erro clamou para voltar à origem,
então em seu socorro veio a força Khristos – Força da Salvação. Mas a volta de
Sophia, não se deu ainda em totalidade, muitos dos fragmentos continuam a se
debater, muito deles nem sequer querendo voltar à origem. No Mito de Osíris
podemos dizer que ele ainda não está recomposto plenamente, ou seja, a força de
separação continua ativa impedindo a reintegração. Por isso é que tudo o que for
passível de facilitar o regresso é dificultado. A mente em seu aspecto negativo tenta
negar, denegrir, ou mesmo considerar pecaminoso, ou algo assim, todos os meios de
reintegração de Sophia. Todos os valores positivos são contestados e dificultados
pelo lado negativo da natureza humana. Por ser um processo que permite a gênese de
corpos para servirem de meio de o espírito voltar à origem é etiquetado de imoral e,
mesmo quando permitido, ainda assim, é considerado feio e mantido sob um manto de
sigilo.
O processo atrativo da sexualidade é regido pela mesma força que faz com que
dois elementos químicos se combinem – afinidade química – reação química que
faculta a gênese das substâncias. É a mesma força que faz com que os corpos
voltarem à origem, a mesma força da gravidade. A ciência reconhece 5 forças na
natureza, mas o Hermetismo só reconhece duas que na realidade são polaridades de
uma mesma. Reconhece a manifestação de duas forças, a de repulsão e a de união,
uma afasta e a outra separa.
No tocante à energia sexual podemos dizer que nela impera a força de união, a
No tocante à energia sexual podemos dizer que nela impera a força de união, a
mesma que existe como força gravitacional, como força de atração magnética, como
força de combinação químicos, e como vários outros aspectos.
Pelo que vimos, se pode dizer o mesmo da união sexual entre dois seres, ela
promove a completitude da polaridade masculina feminino. O exato momento
orgásmico da união, o clímax do que significa unificação. Momento em que nenhum
dos conceitos se faz presente. Trata-se de um momento em que coisa alguma pode
definida – momento de inefabilidade – nada raciocionalizado, nada presente; nada de
espaço, nada de tempo, nada de pensamentos, de sentimentos, ou de preconceitos de
quaisquer espécies; na verdade, um estado em que coisa alguma se faz presente, um
estado de nada. È uma condição, um estado de tremendo sentimento de realização. No
orgasmo não há tempo, nem espaço, nem movimento, absolutamente nada de tudo
aquilo que constitui a condição do vivenciar de cada um, a ser considerado. Não se
faz presente nenhum dos Princípios Herméticos. Num certo sentido é plenamente um
estado de nada. Este estado só está presente na meditação profunda, e na ação de
certas substâncias psico-ativas muito especiais.
Nas doutrinas oriundas da Atlântida havia uma precisa separação das distintas
condições ligadas ao sexo. Elas o tinham não como finalidade essencialmente erótica,
mas também como forma de comunhão com o espiritual, e também como meio de
procriação, meio de dar vida aos seres em desenvolvimento e de curá-los.