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A ENERGIA SEXUAL E A UNIFICAÇÃO

Escrito por JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO


Ter, 07 de Julho de 2009 19:41
NERGIA SEXUAL E A UNIFICAÇÃO

“NÓS COMO ALMAS, SOMOS


REFLEXOS DE DEUS”
YOGANANDA

2003-3356
T E M A 1. 4 7 0

A Energia Sexual como meio de Unificação é considerada pela quase totalidade


das pessoas com impossível ou no mínimo como o mais inaceitável de todos os
meios, contudo isso não passa de preconceito. As pessoas que viveram encarnações
sucessivas condicionadas a falsa idéia de impureza de tudo o que diz respeito ao sexo,
nem sequer pode admitir que nele exista um lado divino. Até mesmo falar sobre sexo é
evitado, e a pessoa que o fizer, no mínimo, é considerada corrupta e imoral. Diante
disso vale interrogar onde se situa a causa dos tabus e da conotação negativa imposta
à sexualidade pela maioria das religiões. Aquele que conhece os Princípios
Herméticos, por certo entende facilmente que isso resultada da força de separação. É a
força da descontinuidade que de alguma forma impõe isso, pois tudo o que seja capaz
de aproximar o ser de sua origem naturalmente encontra a oposição da
descontinuidade, e na verdade a energia sexual é unificadora.

Até a palavra sexo mete terror nas pessoas comuns, isso acontece em
decorrência dos tabus impostos, especialmente da imagem de coisa abjeta que deram
ao processo de duplicação da vida biológica, embora nenhuma outra atividade do ser
seja mais fabulosa do que o da multiplicação da vida biológica. Por isso pode-se dizer
que nada é mais sagrado do que o preparar a matéria para ser sede de um espírito em
desenvolvimento, e isso está diretamente ligado ao sexo.

Grande importância é dada àqueles que salvam, que criam, que oferecem
condições do espírito se purificar e se libertar daquilo que o retém no mundo dialético,
mas, paradoxalmente o processo que permite o ser se constituir um organismo e assim
poder preencher uma série imensa de requisitos para voltar à unicidade, é tido como
pecado, ou mesmo como algo natureza diabólica. Na verdade todo o pejo que se tem
da união sexual resulta de códigos gerados por interesses geralmente ligados ao lado
negativo da existência terrena. Diz o Mito de Sophia que ela em busca do Pai
mergulhou no abismo e quando evidenciou o seu erro clamou para voltar à origem,
então em seu socorro veio a força Khristos – Força da Salvação. Mas a volta de
Sophia, não se deu ainda em totalidade, muitos dos fragmentos continuam a se
debater, muito deles nem sequer querendo voltar à origem. No Mito de Osíris
podemos dizer que ele ainda não está recomposto plenamente, ou seja, a força de
separação continua ativa impedindo a reintegração. Por isso é que tudo o que for
passível de facilitar o regresso é dificultado. A mente em seu aspecto negativo tenta
negar, denegrir, ou mesmo considerar pecaminoso, ou algo assim, todos os meios de
reintegração de Sophia. Todos os valores positivos são contestados e dificultados
pelo lado negativo da natureza humana. Por ser um processo que permite a gênese de
corpos para servirem de meio de o espírito voltar à origem é etiquetado de imoral e,
mesmo quando permitido, ainda assim, é considerado feio e mantido sob um manto de
sigilo.

Manifestações sexuais humanas são consideradas imorais, mesmo o dos animais,


mas isso não acontece no que diz respeito à polinização de uma flor, por exemplo. Um
inseto polinizando uma flor chega a ser visto como algo belo, mas na verdade é o
mesmo que um coito animal, ou humano. O que diferencia é o conceito de imoral e de
moral, que nada mais é do que tabu. Na verdade não se pode advogar a proscrição de
todas as reservas existente na sociedade em torno do sexo, pois os tabus geraram uma
tão elevada gama de condições que para ser removida requer centenas de anos.
Romper com eles bruscamente, por certo, é o mesmo que atrair um enorme séqüito de
problemas. Dessa forma, deixemos que os tabus existam, mas que não sejam
empecilhos para a nossa compreensão ao ponto de pormos de lado um meio de
comunhão com o sagrado. Coisas criadas por milênios não podem ser eliminadas de
um momento para outro, portanto não é correto se desfazer instantaneamente dos
chamados códigos morais. Assim devemos ter em mente que o processo de
eliminação dos tabus deve ser lento, talvez sendo necessárias ainda centenas de anos
para se chegar ao nível da união sexual poder ter a singeleza da polinização de uma
flor. Evidentemente a sexualidade livre causa pejo em todos nós, pois violenta os
conceitos aceitos, choca-se com os códigos aceitos, mas chegará o tempo em que a
união entre seres humanos será algo tão natural e singelo quanto o da polinização de
uma flor.

O processo atrativo da sexualidade é regido pela mesma força que faz com que
dois elementos químicos se combinem – afinidade química – reação química que
faculta a gênese das substâncias. É a mesma força que faz com que os corpos
voltarem à origem, a mesma força da gravidade. A ciência reconhece 5 forças na
natureza, mas o Hermetismo só reconhece duas que na realidade são polaridades de
uma mesma. Reconhece a manifestação de duas forças, a de repulsão e a de união,
uma afasta e a outra separa.

No tocante à energia sexual podemos dizer que nela impera a força de união, a
No tocante à energia sexual podemos dizer que nela impera a força de união, a
mesma que existe como força gravitacional, como força de atração magnética, como
força de combinação químicos, e como vários outros aspectos.

Dentro do conceito mais elevado do significado da união sexual não se deve


considerar a força sexual como uma força demoníaca – separadora – mas sim como
uma força divina - unificadora.

Foi o lado negativo que estabeleceu os conceitos de negatividade, de


imoralidade, de satanismo, à força de união sexual. Quando dois átomos se combinam
há uma condição de plenitude, de estabilização. Dois elementos químicos são instáveis
até que eles se combinem. É um estado de realização porque representa um passo no
sentido da unificação. Quando dois elementos imantados se aproximam há uma
manifestação de força, algo como que uma inquietude física no sentido de efetivar
uma união. Quando os dois pólos se juntam então há a quietude. O mesmo acontece
com os animais em geral e com o homem ou a mulher em particular, só há realização
após haver a união. “Assim como é em baixo é em cima”, portanto os seres
dissociados são incompletos e imperfeitos, condições que só é corrigida com a
unificação, com a volta ao estado de Ser Único.

Pelo que vimos, se pode dizer o mesmo da união sexual entre dois seres, ela
promove a completitude da polaridade masculina feminino. O exato momento
orgásmico da união, o clímax do que significa unificação. Momento em que nenhum
dos conceitos se faz presente. Trata-se de um momento em que coisa alguma pode
definida – momento de inefabilidade – nada raciocionalizado, nada presente; nada de
espaço, nada de tempo, nada de pensamentos, de sentimentos, ou de preconceitos de
quaisquer espécies; na verdade, um estado em que coisa alguma se faz presente, um
estado de nada. È uma condição, um estado de tremendo sentimento de realização. No
orgasmo não há tempo, nem espaço, nem movimento, absolutamente nada de tudo
aquilo que constitui a condição do vivenciar de cada um, a ser considerado. Não se
faz presente nenhum dos Princípios Herméticos. Num certo sentido é plenamente um
estado de nada. Este estado só está presente na meditação profunda, e na ação de
certas substâncias psico-ativas muito especiais.

de gratificação sensorial, mas sim de um estado no qual o ser pode comungar


com o divino. Na verdade essa afirmação é muito chocante para pessoas que
incorporam os tabus e preconceitos existentes em torno da união sexual, mas não é
isso que faz com que deixe de ser uma verdade.

Na história da humanidade existiram muitas religiões em cujos nos templos


existiam mulheres cujo papel era de mulheres, inadequadamente mencionadas como
prostitutas, cujo papel era de promover a integração com o estado de divindade
através do sexo e não o de gratificação erótica.

Na realidade o conceito de erotismo generalizado está ligado ao Cristianismo


Instituído, de decisão tomada a partir do Concilio de Nicéia, pois antes havia cristãos
que buscavam o lado unificador através da energia sexual. Entre estes cristãos,
podemos citar os Gnósticos Cristãos dos primeiro séculos.

Nas doutrinas oriundas da Atlântida havia uma precisa separação das distintas
condições ligadas ao sexo. Elas o tinham não como finalidade essencialmente erótica,
mas também como forma de comunhão com o espiritual, e também como meio de
procriação, meio de dar vida aos seres em desenvolvimento e de curá-los.

Os conhecimentos da Atlântida com relação ao sexo acompanharam as correntes


migratórias. Mesmo antes da migração para o Antigo Egito, houve migração para o
Oriente, razão pela qual se pode dizer que ensinamentos Vedas resultam dos
ensinamentos atlantas e eles têm conceitos no que tange aos hábitos sexuais, eles
tinham conceitos muito diferente daquele que ainda predomina do Ocidente. Por essa
razão o conceito de sexo de muitas doutrinas da Índia, entre elas o Tantrismo, diverge
totalmente dos conceitos das religiões cristãs da atualidade, pois aquelas têm como
origem direta a Atlântida em que havia uma perfeita distinção entre os vários aspectos
da união sexual, e sem que haja sido atingido por conceitos oriundos do Judaísmo.

As doutrinas oriundas da Atlântida não estavam plenas de tabus sobre o sexo,


por isso as religiões derivadas do Vedas têm conceitos sobre a união sexual,
totalmente distintos daqueles predominantes no Cristianismo atual. Para se sentir o
quanto há de diferenças entre as religiões cristãs e as da Índia, no tocante a sexo, basta
que se veja quantos templos lá existem em que há cenas e mais cenas de sexualidade,
representadas nas paredes dos templos. Templos, que os ocidentais ignorantes do que
representa o sexo na natureza, consideram aquelas representações sexuais como sendo
frutos de uma arte pornográfica, quando na realidade o sentido é totalmente distinto.

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