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1. UM POUCO DA HISTÓRIA
A palavra “fotovoltaico” vem do grego photos que significa luz, e de Volta, nome dado ao físico Italiano
que, em 1800, descobriu a pilha elétrica.
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Foram instalados no Brasil vários SFCRs entre os anos de 1995 e 2013. com potência instalada de
cerca de 7.616,55 kWp. A maioria desses sistemas está localizada na região sudeste do Brasil.
Tabela 1.2 – Usinas de SFCRs operantes no Brasil e registradas na ANEEL.
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2. PRINCIPAIS APLICAÇÕES
2. CONVERSÃO FOTOVOLTAICA
O efeito fotovoltaico ocorre em certos materiais semicondutores com capacidade de absorver a energia
contida nos fótons presente na radiação luminosa incidente, transformando-a em eletricidade.
Os semicondutores utilizados para fabricar dispositivos com essa finalidade são escolhidos levando em
conta a equivalência de suas características de absorção do espectro solar, além do custo de fabricação e
os impactos ambientais causados na deposição do material.
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A energia de um fóton depende das características espectrais de sua fonte e varia inversamente com o
comprimento de onda da emissão eletromagnética.
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3. SEMICONDUTOR
A energia necessária para fazer os elétrons mudarem de banda é chamada gap (EG), que é usualmente
dada em elétron-volt (eV) e depende do tipo de material utilizado. No caso particular dos dispositivos de
conversão de silício monocristalino (EG = 1,12 eV), apenas os fótons de comprimento de onda inferior a
1,1 𝜇𝑚 contribuem para a conversão solar fotovoltaica.
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Há a necessidade de se fazer uma série de tratamentos físico-químicos no material para que se possa
transformar em dispositivos fotovoltaicos capazes de gerar eletricidade de forma mais eficiente.
Para que as cargas liberadas pela luz possam gerar energia elétrica, é preciso que circulem, de forma que
é necessário extraí-las do material semicondutor, fazendo com que passem por um circuito elétrico
externo.
A extração se consolida de cargas se consolida por meio de uma junção criada voluntariamente no
semicondutor, com o objetivo de gerar um campo elétrico no interior do material. Isso é possível graça ao
processo conhecido como dopagem do semicondutor.
O semicondutor mais usado é o silício. Seus átomos se caracterizam por possuírem quatro elétrons de
ligação que se ligam aos vizinhos, formando uma rede cristalina.
Quartzo Silício
Silício
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Silício puro
Praticamente todas as células solares disponíveis na atualidade são constituídas por uma junção p-n como
a descrita anteriormente.
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4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
A célula solar sendo iluminada se produzirá uma diferença de potencial. Se esta célula estiver conectada a
uma carga externa irá circular uma corrente contínua por esta carga. Os fenômenos que acontecem no
interior do dispositivo podem ser descritos da seguinte forma:
Os fótons que incidem sobre a célula com energia igual ou superior ao valor da banda proibida são
absorvidos no volume do semicondutor e geram pares elétron-lacuna que podem atuar como
portadores de carga.
O campo elétrico no interior na junção p-n impede que os portadores de carga se recombinem.
Princípio de funcionamento
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A representação usual de uma célula fotovoltaica pode ser vista no circuito da figura abaixo, chamado de
modelo de um diodo. Como mostrado, o dispositivo fotovoltaico pode ser modelado como uma fonte de
corrente em antiparalelo com um diodo. A corrente fotogerada varia linearmente com a radiação solar
incidente no plano do gerador. A modelagem ainda inclui os efeitos da corrente de saturação reversa
(dependente do coeficiente de difusão de elétrons e lacunas) e das resistências série e paralelo.
Essa modelagem permite calcular a potência que o gerador FV pode desenvolver em dada condição
climática. Mais ainda, é possível estimar o comportamento I x V (corrente versus tensão) do gerador FV.
𝐼 = 𝐼𝐿 − 𝐼𝐷 − 𝐼𝑝
Onde I é a corrente gerada pela célula FV para o circuito exterior, IL é a corrente fotogerada que é
linearmente dependente da irradiância incidente no plano gerador, ID é a corrente de polarização da
junção p-n e ISh é a corrente que flui pela resistência shunt.
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Expandindo a equação da corrente de polarização (ID) e da corrente que flui através da resistência em
paralelo (Ip), tem-se a equação abaixo. Como resultado tem-se uma equação transcendental a qual requer
uma solução numérica a partir de métodos iterativos.
(𝑉 + 𝐼 ∙ 𝑅𝑆 ) (𝑉 + 𝐼 ∙ 𝑅𝑆 )
𝐼 = 𝐼𝐿 − 𝐼0 ∙ [𝑒𝑥𝑝 ( ) − 1] −
𝑉𝑡 𝑅𝑝
𝐼0 = corrente de recombinação
Simplificação
𝑅𝑝 → ∞,
𝐼𝐿 = 𝐼𝑠𝑐
(𝑉 + 𝐼 ∙ 𝑅𝑆 )
𝑒𝑥𝑝 ( )≫1
𝑉𝑡
𝑉+𝐼∙𝑅𝑆
𝐼 = 𝐼𝑠𝑐 − 𝐼0 ∙ 𝑒𝑥𝑝 ( ) (para fins prático)
𝑉𝑡
𝑉−𝑉𝑜𝑐 +𝐼∙𝑅𝑆
𝐼 = 𝐼𝑠𝑐 ∙ [1 − 𝑒𝑥𝑝 ( )] (precisão da ordem de 1 a 2%)
𝑉𝑡
Na prática para as células solares que oferecem utilidade prática se tem 𝑉𝑜𝑐 > 𝐼 ∙ 𝑅𝑆 , logo 𝐼(𝑉 = 0) ≅ 𝐼𝑠𝑐
Para regiões de tensão próximas ao ponto de máximo, onde as células apresentam maior interesse prático,
se obtém satisfatória solução transformando 𝐼 = 𝐼𝑠𝑐 , no segundo termo.
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Fator de forma (FF): também conhecido como fator de preenchimento, é uma parâmetro que juntamente
com 𝑉𝑜𝑐 𝑒 𝐼𝑠𝑐 , determinam a máxima potência da célula fotovoltaica.
100mm x 100mm
Tensão:
Circuito aberto = 0,6 V
Ponto de máxima potência = 0,45 V
AM = 1,5
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LISTA DE EXERCÍCIO
1) Qual a máxima eficiência de conversão possível de uma célula de 100 cm² de superfície que iluminada
com uma potência igual a 1000 W/m² e temperatura de 25ºC, exibe as seguintes características:
Rs = 40 mΩ Isc = 3 A e Voc = 600 mV
2) Para a célula do exemplo anterior, repetir o exercício supondo que a temperatura da célula sobe a 70ºC
e que a tensão de circuito aberto diminui até 510 mV, mantendo constante as demais condições.
3) Calcular o ponto de trabalho (V,I) no qual uma célula solar a 27ºC entrega sua potência máxima,
sabendo que : Voc = 0,57 V, Isc = 2,1 A e Rs = 40 mΩ.
4) Para a célula do exemplo anterior, calcular a corrente que entrega quando se polariza a 0,4 V.
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