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1.INTRODUÇÃO
Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em
movimento, que são os ventos. Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da
energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de
turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade, ou
cataventos e moinhos para trabalhos mecânicos como bombeamento d’água.
A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e
disponível em todos os lugares, a utilização desta fonte energética para a geração de
eletricidade, em escala comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e através de
conhecimentos da indústria aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram
rapidamente em termos de idéias e conceitos preliminares para produtos de alta
tecnologia.
No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um grande
interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver equipamentos para
produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a dependência do petróleo e carvão.
Entretanto, a utilização de energia eólica para a conversão em energia mecânica é uma
tecnologia antiga, existem estudos que as primeiras utilizações de energia eólica deram-
se com as embarcações, algumas publicações mencionam vestígios de sua existência já
por volta de 4.000 a.C.
A indústria de turbinas eólicas vem acumulando crescimentos anuais acima de
30% e movimentando cerca de 2 bilhões de dólares em vendas por ano (1999). No
Brasil, embora o aproveitamento dos recursos eólicos tenha sido feito tradicionalmente
com a utilização de cataventos multipás para bombeamento de água, algumas medidas
precisas de vento, realizadas recentemente em diversos pontos do território nacional,
indicam a existência de um imenso potencial eólico ainda não explorado.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Energia eólica


A energia eólica é obtida pelo movimento do ar, é uma abundante fonte de
energia, renovável, limpa e disponível em diversos lugares e em diferentes intensidades,
é considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia. Funciona com o
vento atingindo as hélices que ao movimentar-se gira um eixo que impulsiona uma
bomba - gerador de eletricidade.
A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações do
ano e as horas do dia; a topografia e a rugosidade do solo também têm grande influência
na distribuição de freqüência de ocorrência dos ventos e de sua velocidade em um local.
Além disso, a quantidade de energia eólica extraível numa região depende das
características de desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos
sistemas de conversão de energia eólica instalados.
Para a avaliação do potencial eólico de uma região é necessário a coleta de
dados de vento com precisão e qualidade, capaz de fornecer um mapeamento eólico da
região.
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As hélices, de uma turbina eólica, em movimento ativam um eixo que está


ligado à caixa de mudança, através de uma série de engrenagens a velocidade do eixo de
rotação aumenta, o eixo de rotação está conectado ao gerador de eletricidade que com a
rotação em alta velocidade gera energia, conforme figura abaixo.

Figura 1. Dado esquemático de uma turbina eólica moderna.

Fonte: Centro brasileiro de energia eólica – CBEE/UFPE

Um aerogerador consiste num gerador elétrico, cuja missão é converter energia


eólica em energia elétrica, movido por uma hélice, que por sua vez é movida pela força
do vento. A hélice pode ser vista como um motor a vento, cuja quantidade de
eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende de fatores como:

 Quantidade de vento que passa pela hélice;


 Diâmetro da hélice;
 Dimensão do gerador;
 Rendimento de todo o sistema.
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2.1.1 Conversão de energia cinética do vento

 Conversão em energia mecânica: A energia eólica tem sido aproveitada desde a


antiguidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer
funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás. Nos moinhos de
vento a energia eólica é transformada em energia mecânica, utilizada na
moagem de grãos ou para bombear água.

 Conversão em energia elétrica: Atualmente, a energia eólica é utilizada para


mover aerogeradores, que são grandes turbinas colocadas em lugares de muito
vento, esse movimento, através de um gerador, produz energia elétrica. São
agrupados, em parques eólicos, concentrações de aerogeradores necessários para
que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados
isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de
transmissão.

2.1.2 Energia eólica no Brasil e no Mundo

No âmbito nacional, o estado do Ceará destaca-se por ter sido um dos primeiros
locais a realizar um programa de levantamento do potencial eólico, que já é consumido
por cerca de 160 mil pessoas e representam 68% do parque eólico nacional. Medições
também foram feitas no Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, litoral do Rio de Janeiro
e de Pernambuco e na ilha de Marajó.
No Brasil, a energia eólica é bastante utilizada para o bombeamento de água na
irrigação, mas quase não existem usinas eólicas produtoras de energia elétrica. No final
de 2007 o Brasil possuía uma capacidade de produção de 247 MW, dos quais 208 MW
foram instalados no decorrer de 2006. Considerando o grande potencial eólico do
Brasil, confirmado através de estudos recentes, é possível produzir eletricidade a custos
competitivos com centrais termoelétricas, nucleares e hidroelétricas, com custo
reduzido.
A energia eólica brasileira teve um grande impulso com o programa do Governo
Federal, o Proinfa, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica,
que possibilitará a instalação de novas usinas em diversas localidades brasileiras,
principalmente no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil. Desde 2000 foram
instaladas as usinas de Mucuripe, em Fortaleza (CE), Prainha (CE), e as maiores são o
Parque Eólico de Osório (RS), que produz 150 MW e a de Rio do Fogo (RN).
Em 2005 a capacidade mundial de geração de energia elétrica através da energia
eólica era de aproximadamente 59 gigawatts, o suficiente para abastecer as necessidades
básicas de um país como o Brasil, embora isso represente menos de 1% do uso mundial
de energia. Em alguns países a energia elétrica gerada a partir do vento representa
significativa parcela da demanda, conforme figura abaixo.
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Figura 2. Energia eólica – Distribuição da capacidade instalada no Mundo

Fonte: Elaborado com base em dados de WINDPOWER MONTHLY NEWS MAGAZINE, [Knebel],
v.19, 2003

Figura 3. Centrais eólicas em operação no Brasil – Situação em setembro de 2003

Nome da Usina Potência Município - UF Destino da Proprietário


(kW) energia
Eólica 75 Fernando de Noronha - Serviço Público Companhia
PE Energética de
Pernambuco
Eólica de Bom 600 Bom Jardim da Serra - SC Produção Parque Eólico de
Jardim Independente de Santa Catarina
Energia Ltda.
Eólica de Fernando 225 Fernando de Noronha - Produção Centro Brasileiro
de Noronha PE Independente de de Energia Eólica -
Energia FADE/UFPE
Eólica de Prainha 10.000 Aquiraz - CE Produção Wobben Wind
Independente de Power Indústria e
Energia Comércio Ltda.
Eólica de Taíba 5.000 São Gonçalo do Amarante Produção Wobben Wind
- CE Independente de Power Indústria e
Energia Comércio Ltda.
Eólica Olinda 225 Olinda - PE Produção Centro Brasileiro
Independente de de Energia Eólica -
Energia FADE/UFPE

Eólica-Elétrica 1.000 Gouveia - MG Serviço Público Companhia


Experimental do Energética de
Morro do Minas Gerais
camelinho
Eólico - Elétrica de 2.500 Palmas - PRProdução Centrais Eólicas do
Palmas Independente de Paraná Ltda.
Energia
Mucuripe 2.400 Fortaleza - CE Produção Wobben Wind
Independente de Power Indústria e
Energia Comércio Ltda.
Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. 2003.
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Figura 4. Resumo da Situação atual dos empreendimentos

Empreendimentos Situação Potência Associada (kW)


55 empreendimentos de fonte Eólica Outorgada 2.891.723
22 empreendimentos de fonte Eólica Em construção 463.330
17 empreendimentos de fonte Eólica Em operação 272.650
Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. 2008

Globalmente, a geração através de energia eólica mais que quadruplicou entre


1999 e 2005, atualmente existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação no
mundo. No ano de 2003 a energia eólica foi a forma de energia que mais cresceu nos
Estados Unidos.

2.1.2.1 Parque eólico de Osório

O parque eólico de Osório é um parque de produção de energia eólica na cidade


de Osório, RS; é composto por 75 torres de aerogeradores de 98 metros de altura e 810
toneladas de peso cada uma, as hélices atingem 140 metros de altura, as pás têm 35
metros de comprimento cada, totalizando um diâmetro de mais de 70 metros, contando
o rotor onde são fixadas.
O parque tem uma capacidade instalada estimada em 150 MW, energia capaz de
atender uma cidade de 700 mil habitantes, sendo a maior usina eólica da América
Latina. O fator de capacidade médio dos parques eólicos de Osório é de 34%, o que
significa dizer que ele produz, em média, 34% da capacidade total instalada, a média
mundial deste fator é de 30%.
O Parque de Osório é um empreendimento da Ventos do Sul Energia,
pertencente à espanhola Enerfin/Enervento, do Grupo Elecnor, com 90%, à alemã
Wobben com 9% e à brasileira CIP Brasil, com 1%. O empreendimento envolveu um
aporte de R$ 670 milhões, dos quais 69% financiados pelo BNDES, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social.

2.2 Impactos e problemas

Apesar da energia eólica não utilizar combustíveis fósseis e não emitirem


poluentes, fazendas eólicas não são totalmente desprovidas de impactos ambientais.
Este tipo de energia altera paisagens com suas torres e hélices e podem ameaçar
pássaros se forem instaladas em rotas de migração, emitem certo nível de ruído, de
baixa freqüência, que pode causar algum incômodo, estes impactos sonoros são devidos
ao ruído dos rotores e variam de acordo com as especificações dos equipamentos; a fim
de evitar transtornos à população vizinha, o nível de ruído das turbinas deve atender às
normas e padrões estabelecidos pela legislação vigente.
Os impactos visuais são decorrentes do agrupamento de torres e aerogeradores,
principalmente no caso de centrais eólicas com um número considerável de turbinas,
apesar de efeitos negativos, como alterações na paisagem natural, esses impactos
tendem a atrair turistas, gerando renda, emprego, arrecadações e promovendo o
desenvolvimento regional.
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Outro impacto negativo das centrais eólicas é a possibilidade de interferências


eletromagnéticas, que podem causar perturbações nos sistemas de comunicação e
transmissão de dados, como, televisões e rádios.
O custo dos geradores eólicos é elevado, porém o custo da geração de energia
eólica tem caído rapidamente nos últimos anos, o custo com manutenção é baixo e o
custo com combustível é zero, visto que o vento é uma fonte inesgotável de energia e as
plantas eólicas têm um retorno financeiro a um curto prazo. Onde o vento não é
constante, ou a intensidade é muito fraca, obtêm-se pouca energia e quando ocorrem
chuvas muito fortes, há desperdício de energia.

2.3 Perspectivas futuras


As perspectivas da utilização da energia eólica são cada vez maiores no
panorama energético geral, pois apresentam um custo reduzido em relação a outras
opções de energia. Embora o mercado de usinas eólicas esteja em crescimento no
Brasil, ele já movimenta 2 bilhões de dólares no mundo; existem 30 mil turbinas eólicas
de grande porte em operação no mundo, com capacidade instalada da ordem de 13.500
MW. Estima-se que em 2020 o mundo terá 12% da energia gerada pelo vento, suprindo
10% de toda energia elétrica requerida no mundo, com uma capacidade instalada de
mais de 1.200GW, podendo criar 1,7 milhão de novos empregos e reduzir a emissão
global de dióxido de carbono na atmosfera em mais de 10 bilhões de toneladas.
Recentes desenvolvimentos tecnológicos, como, sistemas avançados de
transmissão, melhor aerodinâmica, estratégias de controle e operação das turbinas têm
reduzido custos e melhorado o desempenho e a confiabilidade dos equipamentos. O
custo dos equipamentos, que era um dos principais entraves ao aproveitamento
comercial da energia eólica, reduziu-se significativamente nas últimas duas décadas.

3. CONCLUSÃO

Um dos grandes problemas atuais é a questão relativa à energia, o


aproveitamento desta ainda não atingiu um nível satisfatório, visto que a imensa maioria
da energia utilizada no planeta é de origem não renovável, seja de fonte mineral,
atômica, térmica ou das águas, a energia pode ser utilizada de forma mais civilizada e
menos dispendiosa, por meios de fontes renováveis como, por exemplo, a energia
eólica.
Além de esta ser uma fonte de energia renovável, a energia dos ventos é
abundante, limpa e disponível em todos os lugares e em diferentes intensidades, sendo
considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia. Também há suas
desvantagens, como o barulho provocado, auto custo dos geradores, alteração das
paisagens, entre outros.
No Brasil, o uso de energia eólica para a produção de energia elétrica ainda é
pouco utilizada, em comparação com outros países como Estados Unidos e Alemanha,
porém esta fonte de energia está tendo um grande impulso com o Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, que possibilitará a instalação de novas usinas
em diversas localidades brasileiras.
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4. BIBLIOGRAFIA
Site Ambiente Brasil
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./energia/
index.html&conteudo=./energia/artigos/eolica.html, retirado em 20 de outubro de 2008.
Site Wikipédia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica_no_Brasil,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_e%C3%B3lico_de_Os%C3%B3rio, retirado em 20
de outubro de 2008.
Site Eólica Tecnologia, http://www.eolica.com.br/, retirado em 20 de outubro de 2008.
Site Agencia nacional de energia elétrica, www.aneel.gov.br e
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-Energia_Eolica(3).pdf, retirado em 21
de outubro de 2008.
Aproveitamento de energia eólica, retirado em 21 de outubro de 2008,
http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/eolica/eolica.htm

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