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OBJETIVA
1 COMO E POR QUE UM PRO FESSO R
UNIVERSITÁRIO PÔS EM XEQUE O ESTADO
PERUANO DURANTE 12 ANOS
A quarta espada
A HISTÓRIA DE ABIMAEL GUZMÁN E DO SENDERO LUMINOSO
Tradução
Jo a n a A ngélica D ’Avila M elo
OBIETIVA
Copyright © Santiago Roncagliolo, 2007
Título original
La Cuarta Espada
Capa
Marcela Perroni - Ventura Design sobre arte original de Random House Mondadori
Imagem de capa
Reuters/LatinStock
Mapa
Fabio Darci
Copidesque
Elisabeth Xavier de Araújo
Revisão
Diogo Henriques
Lilia Zanetti
Ana Kronemberger
Editoração eletrônica
Abreus System
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
R676q
Roncagliolo, Santiago
A quarta espada : a história de Abimael Guzmán e do Sendero Luminoso
/ Santiago Roncagliolo ; tradução Joana Angélica D ’Avila Melo. - Rio de Ja
neiro : Objetiva, 2008.
J. M. COETZEE
Sumário
A g r a d e c i m e n t o s ............................................................................... 11
I n t r o d u ç ã o .......................................................................................... 13
P rim e ira p a r te
A ESCOLA DO TERROR
1. O pequeno comunista.......................................... 19
2. Os focos mais perigosos de motim em potencial.. 45
3. Pelo Sendero Luminoso de Mariátegui................ 61
4. Os cães de Deng Xiaoping.................................... 81
S e g u n d a p a rte
A GUERRA
5. Incitar ao genocídio.............................................. 99
6. A quarta espada do comunismo........................... 119
7. A nova estratégia.................................................. 139
8. A captura............................................................... 153
T e r c e ir a p a r t e
O CÁRCERE
9. Luminosa trincheira..............................................175
10. Lutar por um acordo de paz.............................. ...193
11. Código zero........................................................ ...209
C r o n o lo g ia , 1934-2006..............................................255
B i b l i o g r a f i a .............................................................. ...289
Agradecimentos
13
INTRODUÇÃO
ele não tem nem pais nem filhos, e seus irmãos morreram,
ou estão fora do país, ou não querem vê-lo. Nem sequer
lhe fazem companhia os outros detentos, dos quais foi iso
lado por uma grade. Entre as esporádicas visitas da Cruz
Vermelha ou do seu advogado, o homem mais perigoso da
América preenche as horas e os dias contemplando o céu
cinzento da capital.
Guzmán declarou contra o Estado peruano uma guer
ra que durou mais de dez anos e deixou um saldo de 69.280
mortos e desaparecidos. Mas, afora isso, pouco ou nada se
sabe dele. Fora do Peru, nem sequer há lembrança de que
houve uma guerra. E, dentro, não circula nenhuma biogra
fia de Guzmán, e tampouco há muitas testemunhas dispos
tas a falar. Os que o conheceram antes da clandestinidade
preferem não ser relacionados à sua figura. Quanto ao resto
de sua vida, ele o passou rodeado de muito poucas pessoas,
sobretudo senderistas ou policiais, e a maioria delas se nega
a fazer declarações públicas sobre o assunto ou está proibida
disso. Muitas fazem parte da lista de vítimas.
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INTRODUÇÃO
15
Primeira parte
A escola do terror
1
O pequeno comunista
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A ESCOLA DO TERROR
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O PEQUENO COMUNISTA
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A ESCOLA DO TERROR
Prezado amigo:
Parabéns pelo trabalho que o senhor começou a fazer.
Sabe-se pouco não somente de Guzmán, mas também do
próprio processo social que o Peru viveu de 1980 até por
volta de 2000. Bem, quanto à minha possível ajuda, não
creio ser a pessoa adequada para tal. O fato de eu ter me
reunido com ele para entrevistá-lo não me dá conhecimen
tos maiores que os daqueles analistas que acompanharam
de perto o problema do PCP e a luta armada em nosso país.
Além disso, como agora estou convencido de que Guzmán
foi o autor (junto com Montesinos) das cartas de paz de
1993, minha opinião sobre ele mudou de todo. Concre-
tamente, acredito que sua ação a partir da prisão foi uma
traição e uma capitulação.
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O PEQUENO COMUNISTA
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A ESCOLA DO TERROR .
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O PEQUENO COMUNISTA
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A ESCOLA DO TERROR
Prezado Santiago:
Todas as respostas às perguntas que o senhor me fez
sobre meu irmão estão na parte não-ficcional — a de “Ma
nuel Galván” — do meu romance En mi noche sin fortuna.
Algumas pessoas vinculadas a essa parte tiveram seus nomes
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O PEQUENO COMUNISTA
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A ESCOLA DO TERROR
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O PEQUENO COMUNISTA
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O PEQUENO COMUNISTA
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A ESCOLA DO TERROR
— Atilio de quê?
Só tenho um sobrenome na cabeça. Sai quase
naturalmente.
— Guzmán.
— Então, deve ser parente de Abimael.
Tento rir convincentemente.
— Não, minha senhora. Que idéia! E só uma
coincidência.
— Não creia. Abimael vinha sempre comemorar aqui
as formaturas dos colegas. Tinham o costume de brindar
com champanhe e jogar as taças no chão.
Finalmente, alguma violência. É pouco, mas dá para
o gasto.
— Me diga, e eles eram muito agressivos quando
bebiam?
— Agressivos? Não. Quebravam suas taças tranqüila
mente, no fundo do bar. E pagavam todas. Sempre volta
vam para pagar. Nunca tive nenhum problema com eles.
— Bem, todos nós, peruanos, tivemos algum proble-
minha com Abimael. Ou não?
— Não, é que o senhor é limenho. Na cidade de Are-
quipa, o Sendero nunca atacou. Porque Abimael era daqui,
e Arequipa sempre o tratou muito bem.
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A ESCOLA DO TERROR
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OS FOCOS MAIS PERIGOSOS DE MOTIM EM POTENCIAL
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OS FOCOS MAIS PERIGOSOS DE MOTIM EM POTENCIAL
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OS FOCOS MAIS PERIGOSOS DE MOTIM EM POTENCIAL
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OS FOCOS MAIS PERIGOSOS DE MOTIM EM POTENCIAL
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PELO SENDERO LUMINOSO DE MARIÁTEGUI
Complicado. Não é?
Procuro um comunista que me explique essa história
e encontro Gustavo Espinoza, militante desde o início dos
anos 1960. No final de 1963, Gustavo Espinoza debateu
com Abimael num congresso de estudantes em Ayacucho.
Guzmán militava na seção provincial do partido, e Espi
noza vinha de Lima. Precisavam decidir numa assembléia
a posição dos comunistas ante os outros grupos políticos
presentes no congresso. Hoje, Espinoza me recebe num pe
queno apartamento perto da avenida Venezuela e me conta:
“Guzmán queria assumir o controle do congresso e do par
tido. Em nossa primeira reunião, defendeu uma tese radical:
segundo ele, na sociedade capitalista a luta é de classes. E
existem duas classes antagônicas: a burguesia e o proletaria
do. O partido que levantava a bandeira do proletariado era
o nosso. Os burgueses, todos os outros. Era necessário nos
opormos a todos eles, derrotá-los e aniquilá-los.” Espinoza
ri. “Mas isso era inviável, era absurdo.”
Mais pragmático, Espinoza propôs aliar-se com a di
reita para derrotar o Partido Aprista (Apra*), seu principal
rival na federação de estudantes. “O tema em jogo não era
a linha ideológica mundial, mas a vitória nas eleições da
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A ESCOLA DO TERROR
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OS CÃES DE DENG XIAOPING
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Segunda parte
A guerra
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Incitar ao genocídio
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A GUERRA
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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A GUERRA
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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A GUERRA
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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A GUERRA
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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A GUERRA
* * *
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INCITAR AO GENOCÍDIO
lica uma carta do filho. A letra era trêmula mas dava para
saber que ele estava vivo. Arquímedes contava que o tor
turavam e que, se se queixasse, calavam-no e o torturavam
mais. Seu companheiro de cela disse que uma mulher, farta
do tormento, assegurou que Arquímedes era terrorista. A
última coisa que o companheiro soube foi que ele tinha sido
levado num helicóptero.
Enlouquecida de desespero, dona Angélica passou a
conhecer as quebradas onde jogavam os mortos: Puracuti,
Paycochallocc, Huascahura. Algumas estavam vigiadas. Ela
recebeu ameaças de morte, mas isso já não lhe importava.
Respondia: “Se quer me matar, me mate, mas primeiro me
diga onde está meu filho.” Nervosos, os soldados a insul
tavam, empurravam, arrancavam-na das quebradas; ela os
insultava de volta e disputava os cadáveres com os cães e os
porcos. Só queria saber se Arquímedes estava ali, a única
coisa de que necessitava era a prova final.
Nenhum soldado jamais conseguiu atirar nela. Muitas
vezes, nem sequer encontravam resistência. Numa ocasião,
no cemitério de Quinua, a polícia desenterrou 15 corpos
para que ela os reconhecesse. “Nenhum deles é seu filho”,
disseram, “estes foram trazidos pela Marinha de Esccana”.
Um por um, dona Angélica reconheceu um professor de
San Miguel e toda a turma dele. De fato, nenhum era seu
filho. Antes de ir embora, ouviu dos policiais: “Você é mãe,
todos temos mãe. Reze por nós, por favor, para que não nos
aconteça nada.”
Durante sua travessia, dona Angélica descobriu que
outras pessoas também procuravam seus filhos, seus pais,
seus irmãos ou companheiros. Uma sombria caravana ia se
somando às suas caminhadas angustiadas. Quando já eram
cerca de trinta, começaram a receber ameaças. A maioria
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A GUERRA
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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A GUERRA
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INCITAR AO GENOCÍDIO
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6
Lima ainda não era tão violenta naqueles anos. Pelo menos,
não toda a cidade. Nos arredores havia bairros inteiros to
mados, mas, nas zonas de classe média, o Sendero fazia sen
tir sua presença sobretudo mediante apagões.
Era preciso ter sempre velas em casa. Os apagões de
Natal e Ano-novo eram certos. E também o do Dia do
Exército Guerrilheiro Popular, que coincidia com o natalí-
cio de Guzmán, o do Dia do Heroísmo e o do aniversário
da tomada do presídio de Huamanga. A única coisa pontual
em Lima eram os apagões à meia-noite.
Disso se ocupava Laura Zambrano, camarada René,
que dirigia o Comitê Regional Metropolitano. Sob suas
ordens, e com a ajuda de coquetéis molotov, bombas ca
seiras e depois explosivos plásticos, o Sendero detonava
cada vez mais torres de alta-tensão: cinco em 1980, nove
em 1981, 21 em 1982, 65 em 1983, quarenta em 1984
e 107 em 1985. Além disso, Zambrano organizava co
mitês para pequenos incêndios ou ações de propaganda,
assim como destacamentos especiais dedicados a aniqui
lamentos, sabotagens, infiltração nas Forças Armadas ou
na polícia e recrutamento em universidades. O mais im-
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A GUERRA
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A QUARTA ESPADA DO COMUNISMO
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A QUARTA ESPADA DO COMUNISMO
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A nova estratégia
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A NOVA ESTRATÉGIA
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A NOVA ESTRATÉGIA
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8
A captura
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A CAPTURA
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A CAPTURA
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ACAPTURA
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A CAPTURA
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A CAPTURA
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A GUERRA
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A CAPTURA
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A CAPTURA
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A GUERRA
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Terceira parte
O cárcere
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Luminosa trincheira
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O CÁRCERE
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LUMINOSA TRINCHEIRA
Lenin dizia que tudo com as massas, nada sem elas. Lenin
iria rir de Abimael Guzmán.
— Se eu explicasse, o senhor não entenderia, porque é
um cão de guarda.
— O que eu entendo é que você acabou aqui, fodi-
da. Compreende que, se colaborarem, vocês ainda têm
esperança?
— Eu já estou morta, mas o partido nunca vai morrer.
Quando eu estiver morta, o partido aniquilará tudo isso.
Além do mais, morrerei sabendo que venceremos. O se
nhor, ao contrário, morrerá sem saber por quê.
Diante de seu interrogador, a senderista cumpriu a “re
gra de ouro do partido: ser mudos, surdos e cegos ante a rea
ção e cuidar do partido como a menina dos nossos olhos”.
Depois do interrogatório, um agente permaneceu com ela e
tentou provocá-la de maneira menos sutil:
— Agora, quero que grite comigo como fez com meu
colega. Vamos, grite. E, desde já, saiba que vou comê-la.
Em nenhum momento ela baixou os olhos, que man
tinha cravados nos dele.
— Não tenho medo de você.
Ninguém no quartel parece ter se atrevido a estuprar
essa mulher.
Um manual de treinamento contra-subversivo da po
lícia peruana descreve assim as senderistas: “São mais deter
minadas e perigosas do que os homens, têm condutas abso-
lutistas e se consideram capazes de desempenhar qualquer
missão, possuem a dicotomia entre a debilidade e a dureza,
são indulgentes, sumamente severas... exploram o próximo,
são impulsivas e audaciosas.”
Mas, enquanto me aproximo da grade do pavilhão B,
mais do que isso, o que me preocupa é a burocracia. Escutei
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LUMINOSA TRINCHEIRA
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O CÁRCERE
N i un lamento
No llora
Abajo navega su alma
Y dice así es, sea así
Otro será el manana
En la penumbra de su celda quieto*
* “Nem um lamento / Não chora / Por baixo navega sua alma / E diz
assim é, assim seja / Outro será o amanhã / Na penumbra de sua cela,
quieto.” (N. da T.)
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LUMINOSA TRINCHEIRA
* “Por que eu saí batendo a porta sem olhar para trás? / Porque fazia frio
na frente [de combate] e eu tinha uma coberta / Porque havia fome lá
embaixo e eu sabia cozinhar / Porque voavam vampiros e eu os podia
caçar / Porque havia muito o que fazer para virar o mundo pelo avesso /
Então, sob o sol vermelho me fiz soldado e nasci de novo.” (N. daT.)
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LUMINOSA TRINCHEIRA
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O CÁRCERE
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LUTAR POR UM ACORDO DE PAZ
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O CÁRCERE
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LUTAR POR UM ACORDO DE PAZ
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O CÁRCERE
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LUTAR POR UM ACORDO DE PAZ
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O CÁRCERE
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LUTAR POR UM ACORDO DE PAZ
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O CÁRCERE
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LUTAR POR UM ACORDO DE PAZ
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O CÁRCERE
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O CÁRCERE
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LUTAR POR UM ACORDO DE PAZ
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O CÁRCERE
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Código zero
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CÓDIGO ZERO
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CÓDIGO ZERO
— Sim.
— E então?
— Mesmo assim, quero que ele seja militar.
Os reservistas são veteranos de guerra, alguns com se
qüelas graves. Um deles diz que tem 6 anos de idade. Es
queceu o idioma espanhol, só se comunica por incoerentes
monossílabos em quíchua. As péssimas condições de higie
ne e saúde fazem com que eles percam os dentes por volta
dos 30 anos, em média. A partir de então, sua alimentação
é deficiente. Em geral morrem jovens.
O que os reservistas desse assentamento querem é ser
reincorporados ao Exército. Dizem que poderiam trazer de
senvolvimento e trabalhar pelo Peru, como sempre fizeram.
Propõem fazer isso no rio Apurímac, onde ainda restam al
gumas colunas senderistas. O tipo de trabalho que têm em
mente é aquele que foram treinados para fazer.
— O que o ensinaram a fazer no Exército?
— Matar, atirar e amar o Peru.
Em outro momento da reportagem, um dos entrevis
tados se volta para o jornalista:
— Nós lutamos por este país. Nós o defendemos con
tra o terrorismo e contra o inimigo exterior. O senhor faria
isso? Iria lutar na fronteira? Morreria por este país?
O mais surpreendente é que René responde. E é
sincero.
— Você me pegou de surpresa... Não sei... Acho que não.
— Por quê?
O líder do assalto à delegacia, Antauro Humala, foi
acusado de nazista pela mídia. Ele responde:
— No Norte desenvolvido do mundo, o nacional-so-
cialismo tende a se transformar em imperialismo... Aqui no
Sul faminto, colonizado e complexado, o nacionalismo é
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CÓDIGO ZERO
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A abelha rainha
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* * *
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EPÍLOGO
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A ABELHA RAINHA
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EPÍLOGO
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A ABELHA RAINHA
251
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...-iátaft.-' Poopo
Até o congresso
Ü S de 1988
E li : ! A partir de 1988
0 300 km
1934-2006
1934
3 de dezembro
Nasce Abimael Guzmán em Mollendo, Arequipa.
1942
1945
Dezembro
Abimael Guzmán retorna a Arequipa para viver com seu pai.
1948
9 de setembro
Kim Il-sung funda a Coréia do Norte (República Popular
Democrática da Coréia).
255
CRONOLOGIA
1949
1Qde outubro
Mao Tse-tung proclama a República Popular da China.
1950
Junho
Produz-se um motim no Colégio de la Independencia, de
Arequipa, e Abimael Guzmán contempla a violência pela
primeira vez.
1953
15 de março
Morte de Stalin. Kruschev o sucede.
1954
7 de maio
O Vietnã se torna independente da França.
1956
1958
256
CRONOLOGIA
1959
I a dejaneiro
Fidel Castro toma o poder em Cuba.
1962
1963
1964
1965
1967
257
CRONOLOGIA
1968
Maio
As revoltas estudantis em Paris tornam-se um símbolo de um
ano cheio de rebeliões (Praga, Tóquio, Cidade do México).
3 de outubro
O general Juan Velasco Alvarado impõe um governo militar
de tendência esquerdista no Peru.
9 de outubro
Morte de Che Guevara na Bolívia.
1969
1970
24 de outubro
O socialista Salvador Allende se torna presidente do Chile.
1973
27 dejaneiro
Os Estados Unidos se comprometem a retirar suas tropas
do Vietnã em sessenta dias, após a assinatura dos acordos de
paz em Paris.
258
CRONOLOGIA
11 de setembro
Um golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet
depõe o governo de Salvador Allende no Chile.
1975
17 de abril
Pol Pot toma o poder no Camboja.
30 de abril
Os Estados Unidos retiram suas últimas tropas do Vietnã,
após a queda de Saigon.
29 de agosto
O general Morales Bermúdez depõe o governo de Juan Ve-
lasco Alvarado.
1977
22 dejulho
Deng Xiaoping assume a direção do Partido Comunista
Chinês.
1978
1979
7 dejaneiro
Terceira e última detenção de Abimael Guzmán antes da
luta armada.
259
CRONOLOGIA
11 dejaneiro
Abimael Guzmán passa à clandestinidade assim que sai da
prisão.
In íc io d a v io l ê n c ia a r m a d a
1980
17 de maio
Integrantes do Sendero Luminoso queimam 11 urnas elei
torais na localidade de Chuschi, Ayacucho.
13 dejunho
Manifestantes provocam um incêndio na prefeitura de San
Martin de Porres, Lima, deixando volantes que saúdam o
início da “luta armada”.
28 dejulho
Fernando Belaúnde assume a presidência da República pela
segunda vez.
2 6 de dezembro
Nas ruas do centro de Lima, aparecem cães mortos, pendu
rados nos postes de iluminação pública, com o cartaz:
“Deng Xiaoping, filho de uma cadela.”
260
CRONOLOGIA
1981
Fevereiro
Conflito com o Equador. O Exército do Peru desaloja as
tropas equatorianas que haviam criado um posto de vigilân
cia fictício, “Falso Paquisha”, em território peruano.
10 de março
O governo promulga o DL 046, que tipifica o delito de
terrorismo.
Maio
Chegada dos “sinchis” (Guarda Civil) e dos “llapan atic”
(Guarda Republicana) à cidade de Ayacucho para combater
o Sendero Luminoso.
Agosto
Em Lima, quatro pessoas irrompem nos estúdios da Radio
La Crônica e obrigam o operador a transmitir uma procla
mação convocando o povo à “luta armada”.
11 de outubro
Senderistas atacam o posto policial de Tambo, Ayacucho.
12 de outubro
O governo decreta “estado de emergência” para cinco das
sete províncias de Ayacucho (Huamanga, Huanta, Can-
gallo, La Mar e Víctor Fajardo) e suspende por sessenta dias
as garantias constitucionais relativas à liberdade e à seguran
ça individuais.
261
CRONOLOGIA
1982
Fevereiro
O presidente Fernando Belaúnde se declara partidário da
pena de morte para enfrentar a “delinqüência terrorista”.
Gera-se um sério debate na opinião pública.
3 de março
Senderistas assaltam o presídio de Huamanga, Ayacucho. Com
eles fogem 304 presos, entre os quais figura Edith Lagos.
Julho
A coligação Izquierda Unida critica severamente a atuação
do Sendero Luminoso depois que este atacou a embaixada
dos Estados Unidos em Lima e várias prefeituras em
Ayacucho.
3 de agosto
Senderistas assaltam a fazenda experimental Allpachaca,
propriedade da Universidad Nacional de San Cristóbal de
Huamanga (UNSCH), em Ayacucho. Incendeiam o local,
destroem os depósitos e matam reses.
22 de agosto
O Sendero Luminoso ataca um posto da Guarda Civil em
Vilcashuamán, Ayacucho. Morrem sete policiais.
Agosto
Declara-se o “estado de emergência” em todo o país.
2 de setembro
Em Humacca, Apurímac, morre a senderista Edith Lagos,
num confronto com efetivos da Guarda Republicana.
262
CRONOLOGIA
11 de dezembro
Em Ayacucho, atentam contra o prefeito de Huamanga,
Jorge Jáuregui, deixando-o gravemente ferido.
29 de dezembro
Ante a crescente onda de atentados, as Forças Armadas as
sumem o controle interno do departamento de Ayacucho.
A MILITARIZAÇÃO DO CONFLITO
1983
2 6 dejaneiro
Oito jornalistas são assassinados na comunidade rural de Uchu-
raccay, Ayacucho. O fato recebe grande cobertura da mídia.
3 de abril
Integrantes do Sendero Luminoso irrompem na comunida
de de Lucanamarca, Ayacucho, e matam 69 comuneiros.
15 de maio
Em Chuschi, Ayacucho, patrulha militar executa campone
ses extrajudicialmente.
11 dejulho
Atentado terrorista contra a sede da Acción Popular, em
Lima. Morrem três militantes do partido.
263
CRONOLOGIA
28 dejulho
Em sua mensagem ao Congresso, o presidente Fernando Be-
laúnde pede o restabelecimento da pena de morte. No mes
mo dia, o Conselho de Ministros prorroga por sessenta dias
o “estado de emergência” em todo o território nacional.
13 de novembro
Efetivos da Guarda Civil encarregados do posto policial de
Socos, Ayacucho, matam 32 camponeses que participavam
de uma festa comunal.
Dezembro
Captura de Antonio Díaz Martínez, dirigente do Sendero
Luminoso, em Huaraz, Ancash.
1984
22 dejaneiro
Primeira ação do Movimento Revolucionário Tupac Amaru
(MRTA). O grupo armado dispara contra uma delegacia de
Villa El Salvador, Lima.
23 dejulho
Torna-se público pela primeira vez o nome do MRTA. Três
bandeiras com emblemas do movimento aparecem em zo
nas centrais de Lima.
27 dejulho
Para uma suposta investigação de terrorismo em Lucanas,
Ayacucho, efetivos da Guarda Civil detêm Jesús Oropesa.
Dias depois, ele é encontrado morto.
264
CRONOLOGIA
2 de agosto
Desaparece o jornalista de La República Jaime Ayala depois
de entrar no quartel da Infantaria da Marinha instalado no
Estádio Municipal de Huanta, Ayacucho.
23 de agosto
Descobrem-se quatro valas clandestinas em Pucayacu. Ne
las se encontram os cadáveres de 49 pessoas que haviam es
tado detidas no quartel da Infantaria da Marinha em Huan
ta, Ayacucho.
1985
20 de março
Membros do MRTA incendeiam um restaurante do Ken-
tucky Fried Chicken, em Lima.
24 de abril
O Sendero Luminoso ataca Domingo Garcia Rada, presi
dente do Tribunal Nacional de Eleições, em Lima. O fun
cionário público fica gravemente ferido.
Junho
O MRTA interfere no sinal de um canal de televisão em
Lima e difunde uma mensagem exigindo novas medidas
econômicas e uma anistia geral.
25 dejulho
O MRTA explode um carro-bomba na porta do Ministério
do Interior, Lima.
265
CRONOLOGIA
28 dejulho
Alan Garcia assume a Presidência da República e anuncia
modificações na política anti-subversiva.
14 de agosto
Matança de Accomarca, Ayacucho. Sessenta e dois campo
neses são executados extrajudicialmente por uma patrulha
do Exército comandada pelo subtenente EP Teimo Hurta-
do Hurtado.
14 de agosto
O MRTA anuncia uma trégua de um ano em suas ações
militares para o governo de Alan Garcia.
27 de agosto
Efetivos do Exército executam grupos de camponeses nas
localidades de Umaro e Bellavista, Ayacucho. Calcula-se
que, no total, morreram 59 pessoas.
Setembro
Em comunicado oficial, o general FAP Luis Abram Caval-
lerino, presidente do Comando Conjunto das Forças Arma
das, denuncia o subtenente EP Teimo Hurtado Hurtado
como responsável pela matança de Accomarca.
1986
2 defevereiro
Seqüestro e desaparecimento, em Lima, do capitão-de-cor-
veta AP Álvaro Artaza, Comandante Camión, responsável
pela zona de emergência de Huanta, Ayacucho, em 1984.
Ele ia ser julgado por sua responsabilidade no desapareci
mento do jornalista Jaime Ayala.
266
CRONOLOGIA
4 de maio
Um comando senderista assassina, em Lima, o contra-almi-
rante AP Carlos Ponce Canessa, membro do Estado-Maior
da Marinha de Guerra. Esse fato se produz como parte de
uma campanha contra membros da mencionada instituição
armada.
18 e 19 dejunho
Matança nos presídios. No dia 18, amotinam-se os detidos
por terrorismo em três estabelecimentos penitenciários de
Lima e El Callao: Lurigancho, El Frontón e Santa Bárbara.
O governo ordena a intervenção do Comando Conjunto
das Forças Armadas para restabelecer a autoridade. No dia
seguinte, confirma-se a morte de centenas de presos em Lu
rigancho e El Frontón, ao passo que em Santa Bárbara mor
rem duas detentas.
D e s d o b r a m e n t o n a c i o n a l d a v io l ê n c ia
17 de setembro
Matança de Ayaorcco. Uma patrulha de policiais, em perse
guição a uma coluna senderista, entra na comunidade de
Ayaorcco, Apurímac, e executa 13 pessoas, acusando-as de
apoiar os subversivos.
267
CRONOLOGIA
14 de outubro
Atentado senderista em Lima contra o vice-almirante AP (r)
Gerónimo Cafferata Marazzi, ex-comandante-geral da Ma
rinha e presidente do Banco Industrial. Em 18 de outubro
ele foi levado para os Estados Unidos, onde faleceu.
9 de dezembro
O Movimiento de Izquierda Revolucionário (MIR — Voz
Rebelde) se integra ao MRTA.
1987
30 dejaneiro
Senderistas assassinam, em Lima, César López Silva, mem
bro do Comitê Executivo Nacional do Partido Aprista e ex-
presidente da Federação Médica do Peru.
13 defevereiro
A polícia intervém na Universidad Nacional Mayor de San
Marcos, na Universidad Nacional de Ingeniería e na Uni
versidad Nacional Enrique Guzmán y Valle “La Cantuta”,
em Lima, e detém grande quantidade de estudantes.
20 de março
Promulga-se a lei n° 24.651, que derroga o DL 046 e au
menta as penas por delitos de terrorismo.
4 de maio
Várias torres do sistema interconectado do Mantaro são der
rubadas. Em conseqüência desse fato, nove departamentos do
país ficam às escuras. Em Lima, enquanto se inicia o “apagão”,
produzem-se pelo menos 15 atentados a agências bancárias.
268
CRONOLOGIA
17 de agosto
É capturado em Lima Alberto Gálvez Olaechea, dirigente
do MRTA.
29 de agosto
Assassinam o dirigente aprista Rodrigo Franco, em Lima.
Senderistas invadem seu domicílio em Nana e lhe tiram a
vida diante de sua família.
6-9 de novembro
Uma coluna de guerrilheiros do MRTA toma Juanjuí e ou
tras povoações do departamento de San Martin. Surge ao
conhecimento público o nome do comandante Rolando,
chefe do MRTA, que depois seria identificado como Víctor
Polay Campos.
Novembro
Ante as ações armadas do MRTA na selva norte-oriental do
país, o governo entrega às Forças Armadas o controle políti-
co-militar de todo o departamento de San Martin.
1988
Fevereiro — março
Primeira sessão do I Congresso do Sendero Luminoso, em
Lima.
I a de maio
Elementos vinculados ao Sendero Luminoso realizam pelo
centro de Lima uma marcha que termina em atentados con
tra algumas instituições bancárias.
269
CRONOLOGIA
14 de maio
Matança de Cayara, Ayacucho. Em represália à emboscada
de Erusco, na qual senderistas atacaram efetivos militares e
causaram várias baixas, patrulhas do Exército fazem uma
incursão em Cayara e executam 39 camponeses. Mais tarde,
várias testemunhas da matança seriam também executadas.
12 dejunho
No centro de Lima, capturam Osmán Morote Barrionuevo,
dirigente do Sendero Luminoso.
Julho — agosto
Segunda sessão do I Congresso do Sendero Luminoso, em
Lima.
24 dejulho
El Diario publica uma extensa entrevista com Abimael Guz
mán, num suplemento denominado “Entrevista do Século”.
28 dejulho
Assassinam Manuel Febres, advogado do líder senderista
Osmán Morote. Seqüestrado em Miraflores, ele é executado
no túnel de La Herradura, Chorrillos, Lima. O ato foi rei
vindicado pelo chamado “Comando Rodrigo Franco”.
24 de novembro
E assassinado Hugo Bustíos, jornalista de Caretas, quando ia
colher informações em Cangallo, Ayacucho. As testemunhas
afirmam que os autores do crime eram membros do Exército.
6 de dezembro
Comando senderista assassina em La Paz, Bolívia, o capi-
tão-de-mar-e-guerra AP Juan Vega Llona, destacado na zona
270
CRONOLOGIA
7 de dezembro
O presidente Alan Garcia promulga a lei n° 24.953, que
estabelece drásticas sanções para os que participarem de atos
terroristas.
1989
3 defevereiro
Victor Polay Campos, dirigente máximo do MRTA, é cap
turado no Hotel de Turistas de Huancayo, Junín.
13 defevereiro
Em Lima, assassinam Saúl Cantoral, presidente da Federa
ção Nacional de Trabalhadores Mineiros, Metalúrgicos e
Siderúrgicos. Presume-se que os responsáveis eram vincula
dos às forças da ordem.
13 de março
Uma coluna do MRTA toma a cidade de Pichanaki, Junín.
27 de março
Ataque senderista ao posto policial de Uchiza, San Martin,
destruído com o apoio de narcotraficantes da zona. Policiais
sitiados não recebem reforços e são paulatinamente
assassinados.
271
CRONOLOGIA
C r is e e x t r e m a :
1989
16 de abril
Miguel Rincón Rincón, dirigente do MRTA, é capturado
no centro de Lima e recolhido ao presídio Castro Castro.
28 de abril
Uma coluna do MRTA que se deslocava para Tarma com o
objetivo de tomar essa cidade é emboscada por membros do
Exército na zona de Molinos, Junín.
2 de maio
O general EP Alberto Arciniega é designado chefe do Co
mando Político-Militar do Huallaga.
31 de maio
Em Huancavelica, a ecologista e jornalista Bárbara D’Achille
é assassinada. Os autores, uma coluna do Sendero Lumino
so, também assassinam Esteban Bohórquez, diretor do Pro
jeto de Camelídeos de Corde — Huancavelica.
272
CRONOLOGIA
16 dejunho
Cercá de mil soldados do Exército penetram no assenta
mento Huaycán, Lima, e detêm centenas de indocumenta
dos e suspeitos de cometer atos terroristas.
Junho
Em Huancayo, mais de trezentos alunos, trinta professores
e vários funcionários são detidos numa incursão do Exército
à Universidad Nacional dei Centro.
19 de setembro
Três senderistas assassinam o prefeito de Huamanga, Fer-
mín Azparrent, em Ayacucho.
4 de outubro
Em Lima, o MRTA seqüestra Héctor Delgado Parker, pre
sidente da diretoria da Panamericana Televisión e ex-asses-
sor do presidente Alan Garcia.
I a de novembro
Tiroteio entre membros do Sendero Luminoso e forças po
liciais nas imediações da praça Manco Cápac, Lima.
3 de novembro
Realiza-se com sucesso a Marcha pela Paz, que conta com a
presença de candidatos municipais de diferentes forças políticas.
Ao mesmo tempo, fracassa a “paralisação armada” em Lima.
3 de dezembro
O líder achaninca Alejandro Calderón é justiçado pelo MRTA
em Chanchamayo, Junín. Sua morte gera o repúdio da co
munidade achaninca e obriga o MRTA a abandonar a zona.
273
CRONOLOGIA
8 de dezembro
O presidente Alan Garcia entrega, em Ayacucho, o primei
ro carregamento de armas aos comuneiros organizados nos
Comitês de Autodefesa.
27 de dezembro
São assassinados 39 moradores da comunidade de Canayre,
Ayacucho. O Sendero Luminoso é responsável pelo ato.
1990
9 dejaneiro
Em represália à matança de Molinos, é assassinado o general
EP Enrique López Albújar, ex-ministro da Defesa. O mili
tar foi crivado de balas por membros do MRTA, em Lima,
quando se encontrava em seu automóvel.
27 defevereiro
Desaparecimento de Ángel Escobar Jurado no centro de
Huancavelica. Dirigente da Federação de Comunidades
Camponesas e vice-presidente da Comissão de Direitos
Humanos de Huancavelica, ele foi introduzido numa cami
nhonete por membros das forças da ordem.
14 de março
Mais de cinqüenta nativos achanincas são assassinados pelo
Sendero Luminoso perto de San Martin de Pangoa, Junín.
Março
Forma-se o Grupo Especial de Inteligência (Gein), no interior
da Direção Nacional Contra o Terrorismo (Dincote), com o
objetivo explícito de capturar a direção do Sendero Luminoso.
274
CRONOLOGIA
17 de abril
O ex-presidente do Instituto Peruano de Seguridade Social, Fe
lipe Santiago Salaverry, é assassinado por senderistas em T.ima.
Abril
Execuções extrajudiciais em Chumbivilcas e San Pedro de
Cachi, Cusco, realizadas por patrulhas militares da base de
Antabamba, Apurímac.
1° dejunho
Em Monterrico, Lima, leva-se a cabo a primeira grande in
tervenção da Dincote. Apreende-se abundante material sen-
derista que facilitará posteriores capturas.
9 dejulho
Através de um túnel, 47 presos do MRTA, entre os quais
Víctor Polay Campos, Miguel Rincón Rincón e Alberto
Gálvez Olaechea, fogem do presídio Castro Castro, Lima.
28 dejulho
Alberto Fujimori assume a Presidência da República.
Agosto
São declaradas em “estado de emergência”, pelo prazo de
trinta dias, as províncias de Arequipa, Cusco, Puno, Piura,
Trujillo, Chiclayo, Maynas, Huaraz, Santa, Lima e Callao.
Ficam suspensas as garantias individuais.
22 de setembro
Senderistas assassinam em Lima Orestes Rodríguez, ex-mi-
nistro do Trabalho do governo aprista e ex-reitor da Univer
sidad Federico Villareal.
275
CRONOLOGIA
21 de outubro
Desaparece, em Lima, Ernesto Castillo Páez, estudante da
Universidad Católica. Ele tinha sido detido por efetivos po
liciais em Villa El Salvador.
23 de dezembro
O governo baixa o Decreto Supremo 171-90-PCM, o qual
esclarece que as ações dos membros das Forças Armadas e
da polícia nas zonas declaradas em “estado de exceção” estão
compreendidas no foro militar.
1991
31 dejaneiro
O Gein obtém o “arquivo geral” do Sendero Luminoso,
após invadir uma casa em San Borja, Lima. Encontra-se o
famoso vídeo da cúpula dançando “Zorba, o Grego”.
11 de março
Em Lima, um comando do MRTA resgata Lucero Cumpa,
quando ela é conduzida ao Poder Judiciário. Morreram três
policiais.
Abril
O Exército entrega um primeiro lote de armas às comuni
dades da Serra Central organizadas em rondas camponesas.
13 de maio
Em San Román, Puno, dois senderistas alvejam Porfirio
Suni, deputado regional por Puno e diretor da Comissão de
Direitos Humanos da Região José Carlos Mariátegui.
276
CRONOLOGIA
Iodejunho
Em Jesús Maria, Lima, são capturados Alberto Gálvez Olae-
chea, líder do MRTA, e Rosa Luz Padilla, também integran
te desse grupo armado.
Agosto
Assassinato dos sacerdotes poloneses Zbigniew Strzalowski
e Michael Tomaszek (9 de agosto) e do sacerdote Alessandro
Dordo Negroni (25 de agosto), em El Santa, Ancash. Atri
buiu-se a responsabilidade ao Sendero Luminoso, mas este
a negou.
3 de novembro
Matança de Barrios Altos. Integrantes do chamado Grupo
Colina, que surgiu durante o governo de Alberto Fujimori,
irrompem numa celebração em Barrios Altos, Lima, e ma
tam 15 pessoas que eles consideravam senderistas, deixando
quatro gravemente feridas.
Novembro
Promulgam-se 79 decretos legislativos, cuja maioria versa
sobre segurança nacional e luta contra-subversiva. .
9 de dezembro
Dissolução da URSS.
21 de dezembro
Em Ayacucho, matam a ex-prefeita de Huamanga, Leonor
Zamora. Presume-se que os assassinos estavam relacionados
com as forças da ordem.
277
CRONOLOGIA
1992
25 dejaneiro
Andrés Sosa, ex-dirigente da corrente Patria Libre, vincula
da ao MRTA, é assassinado por um comando desse movi
mento quando se preparava para entrar num veículo públi
co em Villa El Salvador, Lima.
15 defevereiro
Em Lima, assassinam Maria Elena Moyano, dirigente da
Federação Popular de Mulheres de Villa El Salvador e vice-
prefeita do distrito.
5 de abril
Autogolpe de Alberto Fujimori. Anuncia-se a dissolução do
Parlamento Nacional e a reorganização total do Poder Judi
ciário, do Conselho Nacional da Magistratura, do Tribunal
de Garantias Constitucionais e do Ministério Público.
19 de abril
Péter Cárdenas Schulte, líder do MRTA, é capturado em
Lima e condenado à prisão perpétua.
2 de maio
O Grupo Colina incursiona pelos assentamentos La Huan-
ca, San Carlos e Javier Heraud, em El Santa, Ancash. De
tém e executa nove camponeses vinculados a grêmios e
sindicatos.
5 de maio
Oficializa-se a “prisão perpétua” para os cabeças do terroris
mo e integrantes dos grupos de aniquilamento, mediante o
decreto-lei n° 25.475.
278
CRONOLOGIA
9 de maio
A polícia entra no pavilhão senderista do presídio de Canto
Grande a fim de transferir as presas para o cárcere de Chor
rillos, em Lima. Segundo informes do Ministério do Inte
rior, morreram 35 reclusos, entre os quais Hugo Deodato
Juárez Cruzatt, Yovanka PardavéTrujillo, Elvia Sanabria Pa
checo e Tito Valle Travesano.
12 de maio
O governo publica o decreto-lei n2 25.499: Lei de
Arrependimento.
5 dejunho
Um “caminhão-bomba” explode diante do canal de televi
são Frecuencia Latina, em Lima, destrói as instalações e
mata três trabalhadores.
9 dejunho
É recapturado o dirigente máximo do MRTA, Víctor Polay
Campos, num café de San Borja, Lima. Ele será processado
e condenado à prisão perpétua.
24 dejunho
Desaparecimento de Pedro Yauri Bustamante, jornalista crí
tico da atuação das autoridades militares, em Huaura, Lima.
Aponta-se como responsável o Grupo Colina.
6 dejulho
Dezenas de membros do MRTA entram na cidade de Jaén,
Cajamarca, e atacam os postos policiais de Chamaya, Cruce
e Bellavista, afugentando os policiais. O saldo é de oito
mortos: cinco civis e três efetivos da polícia.
279
CRONOLOGIA
16 dejulho
Atentado na ruaTarata, em Miraflores, Lima. A explosão de
um carro-bomba mata 26 pessoas e fere 150.
18 dejulho
Caso La Cantuta, em Lima. Nove estudantes e um profes
sor da Universidad Enrique Guzmán yValle são seqüestra
dos e depois assassinados pelo chamado Grupo Colina.
D e c l í n i o d a a ç ã o s u b v e r s iv a ,
AUTORITARISMO E CORRUPÇÃO
1992
12 de setembro
Captura de Abimael Guzmán Reinoso e de outros integran
tes da cúpula dirigente do Sendero Luminoso, em Surquillo,
Lima, graças ao trabalho realizado pelo Grupo Especial de
Inteligência (Gein), da Dincote.
17 de outubro
É capturada, em Lima, Martha Huatay Ruiz, responsável
pelo Socorro Popular e membro do Comitê de Lima Metro
politana do Sendero Luminoso.
280
CRONOLOGIA
5 de novembro
Em Surquillo, Lima, um grupo de senderistas assassina o
coronel PNP Manuel Ortega Tumba, chefe do Departa
mento Administrativo da Dincote.
13 de novembro
E abortada a tentativa golpista dos generais EP Jaime Sali
nas Sedó, José Pastor Vives e Ernesto Obando, do major EP
Salvador Carmona e dos comandantes EP da ativa Raúl
Montero e Marcos Zárate.
18 de dezembro
Assassinato de Pedro Huilca, secretário-geral da Central
Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP), em Lima, supos
tamente por elementos do Grupo Colina.
1993
2 de abril
A partir de uma denúncia apresentada pelo parlamentar
Henry Pease, o Congresso nomeia uma comissão investiga
dora para o caso La Cantuta.
Maio
O general-de-divisão EP Rodolfo Robles denuncia a viola
ção de direitos humanos por parte do Serviço de Inteligên
cia Nacional (SIN), envolvendo o general EP Nicolás Her-
moza Rios.
16 dejunho
Em Lima, um comando de aniquilamento senderista tenta,
sem êxito, assassinar Michel Azcueta, que fica ferido.
281
CRONOLOGIA
9 dejulho
O empresário Raúl Hiraoka Torres é seqüestrado por mem
bros do MRTA. Depois de ser mantido em cativeiro numa
casa, em Lima, é libertado no dia 15 de outubro.
18 de agosto
Matança no vale de Tsiriari, Junín. Do total de 64 vítimas
reportadas pela mídia, somente 21 são nativos nomatsi-
guengas; as restantes são colonos.
22 de agosto
Edmundo Cox Beuzeville, dirigente do Sendero Luminoso,
é capturado em La Molina, Lima.
Setembro
Alberto Fujimori apresenta à assembléia ordinária da Orga
nização das Nações Unidas (ONU) uma breve carta na qual
Abimael Guzmán lhe pede o início de conversações para
um acordo de paz.
1994
Janeiro
Demetrio Chávez Penaherrera “Vaticano”, um dos chefes
do narcotráfico peruano e apontado como colaborador do
Sendero Luminoso, é capturado em Cali, Colômbia.
Fevereiro
O Foro Militar sentencia alguns dos militares implicados
no caso La Cantuta. Santiago Martin Rivas e Carlos Eliseo
Pichilingue, entre outros, recebem vinte anos de pena.
282
CRONOLOGIA
Junho
Clímax da “Operação Áries”, realizada pelo Exército para
eliminar a presença senderista na margem esquerda do rio
Huallaga.
1995
Janeiro efevereiro
Enfrentamentos entre tropas peruanas e equatorianas na
zona fronteiriça do rio Cenepa, cordilheira do Condor.
22 de março
Captura de Margie Clavo, dirigente senderista, em Huan-
cayo, Junín. Ela não tinha aderido ao acordo de paz propos
to por Guzmán.
9 de abril
Alberto Fujimori é reeleito presidente da República, com
64% dos votos.
14 dejunho
O Congresso aprova o projeto de Lei de Anistia Geral n°
26.479, que beneficia os sentenciados por fatos delituosos
durante a luta contra o terrorismo e pela tentativa de golpe
de 13 de novembro de 1992; inclui também os atos de infi
delidade e ultraje à nação e às Forças Armadas no conflito
fronteiriço. Nesse mesmo dia, o presidente Alberto Fujimo
ri referenda a lei.
13 dejulho
O plenário do Congresso aprova o projeto de lei orgânica
que cria a Defensoria do Povo.
283
CRONOLOGIA
30 de novembro
Miguel Rincón Rincón, dirigente nacional do MRTA, e
Lori Berenson são capturados em Lima. Em 11 de janeiro
de 1996, serão sentenciados à prisão perpétua.
1996
6 de março
Em Lima, três senderistas assassinam Pascuala Rosado, diri
gente popular do assentamento Huaycán, Lima.
Agosto
O narcotraficante Demetrio Chávez Penaherrera revela que,
durante os anos de 1991 e 1992, operou com o apoio do SIN
e, em especial, do assessor presidencial Vladimiro Montesi
nos. Dias depois, surpreendentemente, “Vaticano” se retrata.
17 de dezembro
Um comando de 14 membros do MRTA entra à força na
residência do embaixador japonês Morihisa Aoki, em Lima,
e toma como reféns mais de quinhentas pessoas, as quais foi
libertando gradativamente até manter cativas 72 delas.
1997
17 dejaneiro
Assassinada em Lima a agente do Serviço de Inteligência do
Exército (SIE) Mariella Barreto.
19 dejaneiro
Em Lima, a agente do SIE Leonor La Rosa é seqüestrada e
posteriormente torturada por membros de sua própria
instituição.
284
CRONOLOGIA
22 de abril
Em Lima, produz-se a intervenção militar que liberta os
reféns seqüestrados desde o dia 17 de dezembro pelo MRTA.
Morrem Carlos Giusti, vogal da Corte Suprema, dois ofi
ciais do Exército e os 14 integrantes do movimento que
haviam tomado a residência.
1998
14 dejaneiro
O major EP Santiago Martin Rivas se apresenta ante a sub
comissão de Direitos Humanos do Congresso e nega a exis
tência do Grupo Colina.
Outubro
Alberto Fujimori e Jamil Mahuad subscrevem a Ata Presi
dencial de Brasília na presença dos primeiros mandatários
de Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile e outros.
1999
12 de março
O procurador-geral dispõe que a 46a Promotoria Provisio-
nal de Lima investigue o general EP (r) Nicolás Hermoza
Rios por delitos de rebelião, danos ao país, violação da liber
dade de expressão e abuso de autoridade.
Março
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
admite novos casos que comprometem o Estado peruano
(La Cantuta, perseguição política a Alan Garcia), junto com
outros que estão em pleno processo (Baruch Ivcher e Tribu
285
CRONOLOGIA
14 dejulho
Óscar Ramírez Durand “Feliciano”, líder do Sendero Lumi
noso, é capturado em Cochas, Huancayo.
Julho
O governo peruano oficializa sua retirada da competência
contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
O chanceler Fernando de Trazegnies argumenta que a me
dida obedece a razões de segurança.
Outubro
O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Con
gresso recebe as mães de Víctor Polay e Miguel Rincón, as
quais pedem a intervenção do Parlamento na greve de fome
iniciada pelos presos do MRTA para exigir melhores condi
ções carcerárias.
2000
26, 27 e 28 dejulho
Marcha dos Quatro Cantos. O ex-candidato presidencial
Alejandro Toledo convoca uma mobilização de três dias em
protesto pela fraudulenta reeleição de Alberto Fujimori,
que no dia 28 assume pela terceira vez a Presidência da
República.
28 dejulho
Bombas incendiárias no prédio do Banco de la Nación no
centro de Lima provocam a imediata propagação do fogo,
286
CRONOLOGIA
Agosto
O presidente Alberto Fujimori, em companhia do assessor
do SIN, Vladimiro Montesinos, anuncia que essa institui
ção desbaratou uma rede internacional de tráfico de armas
que havia entregue 10 mil fuzis automáticos AKM às Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
14 de setembro
A Frente Independente Moralizadora apresenta um vídeo
no qual se observa Alberto Kouri recebendo 15 mil dólares
das mãos de Vladimiro Montesinos, como pagamento de
sua mudança para a bancada oficialista Peru 2000.
16 de setembro
O presidente da República Alberto Fujimori anuncia a ime
diata desativação do SIN e sua decisão de convocar novas
eleições, das quais não participará.
29 de outubro
Ollanta Moisés Humala Tasso, tenente-coronel de artilharia
EP e comandante do Grupo de Artilharia Antiaérea 501,
subleva-se na província Jorge Basadre, Tacna, junto com sua
tropa, exigindo a renúncia do presidente Fujimori.
Outubro
Vladimiro Montesinos foge do país para o Panamá. Em 22
de outubro, abandona esse país em razão da demora do go
verno panamenho em lhe conceder asilo.
287
CRONOLOGIA
19 de novembro
Alberto Fujimori viaja para a Ásia, de onde torna pública
sua renúncia.
O presidente do Conselho de Ministros, Federico Salas
Guevara, confirma que o primeiro mandatário apresentará
sua demissão ante o Congresso no prazo de 48 horas.
22 de novembro
Valentín Paniagua assume o cargo de presidente da
República.
30 de novembro
Cria-se a Comissão da Verdade, encarregada de investigar o
conflito armado dentro do país, de 1980 a 2000.
2001
3 dejunho
Alejandro Toledo é eleito presidente do Peru.
2004
5 de novembro
Começam as sessões dos novos julgamentos contra Abimael
Guzmán. Após o escândalo da primeira sessão, Elena Ipar
raguirre e Abimael Guzmán são separados.
2006
4 dejunho
Alan Garcia é eleito presidente do Peru. Nancy Obregón é
eleita congressista. Benedicto Jiménez foi nomeado diretor
do Instituto Nacional Penitenciário.
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Bibliografia
289
BIBLIOGRAFIA
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BIBLIOGRAFIA
P á g in a s d a w eb
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