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QUATRO EDIFÍCIOS, MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO

CtNCO LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO, LUIS FERNANDO MEIRELLES CARVALHO

VINTE SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES


Casa térrea Sobrado Prédio, de Galpão industrial^:-;
isolada geminado apartamentos.. com vento èíl

Sapata
Estaca
Straus
Estaca de
concreto
•lÜ
TubulãO'

"Quatro edifícios, cinco locais de implantação, vinte soluções de funda


ções" de Luis Fernando Meirelles Carvalho e Manoel Henrique Campos
Botelho, o autor do livro "Concreto armado eu te amo".
11 «5». Vv"».

Neste livro, para tornar mais compreensível e didático o estudo de funda


ções de casas e pequenos prédios, adotou-se o método didático de
discussão de casos;
ii^y^
• V
Foram escolhidos quatro prédios (casa térrea, sobradinho, pequeno prédio
de apartamentos e galpão industrial) colocado cada um deles em cinco
locais de implantação geotécnicamente diferentes.
A criação do livro é do Eng. Manoel H.C. Botelho e a consultoria de funda
ções é do Eng. MeIrelles Carvalho, especialista na área.
Os frutos didáticos dessa forma de apresentar o assunto são muito ricos.
Uma coisa é certa. Os autores se esforçaram para tirar do leitor, o direito
sagrado de não entender...
Você julgará.
1 ISBN 978-85-212-0418-31
WÊ m

• i:
: SI;- Cohsultqres:_ ---
EDITORA
BLUCHER www.blucher.com.br
EDITOFÍA
BLUCHER
JÃSON PÉREIRA MAR^ÜESi^^
9l'78852 -MÍRIÀNA PÉRÉiRÀ MÀRQÜÉà''3
DUÃTRÕ EDIFÍCIOS, 1 | "^
CINCO LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO,
l/INTE SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES

• •••
MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO
,-Js •'' : ^
LUIS FERNANDO MEIRELES CARVALHQ'^
Revisão e atualização; : ^:vO-; Ç:V^
Eng. Jason Pereira Marques
Eng, lyiiriana Pereira Marques • . •

QUATRO edifícios, ^ÜHi


CINCO LOCAIS DE IMPLANIAÇÃO,'
VINTE SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES

Livro didático para


jovens profissionais,
seguindo às
normas brasileiras,
principalmente a
NBR 6122/1996

EDITORA
BLUCHER
www.blucher.com.br
V

Quatro edifícios, cinco locais de implantação,


vinte soluções de fundações
® 2007 Manoel HenriqueCampos Botelho
Luís Fernando Melrelles Carvalho
1* edição - 2007
CONTEÚDO
2" reimpressão - 2011
Editora Edgard Blücher Ltda.

Apresentação VÊ
Homenagens — Nota sobre os autores IX
Cuidado com as unidades de medida XI

Normas XII

PARTE I- OS EDIFÍCIOS, OS LOCAIS EAS SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES


1. A metodologia deste trabalho ...3
2. Descrição dos quatro edifícios a receberem fundações 7
2.1 Casa térrea isolada 7
2.2 Sobrado geminado de um lado 9
2.3 Prédio de apartamentos de três pavimentes, mais térreo geminado de
um lado 12
2.4 Galpão industrial 18
3. Descrição dos cinco locais de implantação dos edifícios 21
Blucher FICHA CATALOCRÂFICA
3.1 Local 1 21
Rua Pedroso Alvarenga, 1245,4® andar Botelho, Manoel Henrique Campos
3.2 Local 2 .24
04531-012 - São Paulo - SP - Brasil Quatro edlfTdos, cinco locais de implantação,
3.3 Local 3 25
Tel 55 11 3078-5366 vinte soluções de fundações / Manoel Henrique
Campos Botelho, Luis Fernando Meirelles Carvalho, 3.4 Local 4 .....28
edltora@blucher.com.br
1>edição - São Paulo; Blucher,2007. 3.5 Local 5 30
www.blucher.com.br
4. . Discutindo detalhadamente cada uma das vinte soluções de fundações....33
Bibliografia.
ISBN 978-8^212-0418-3 caso n® 1 Casa térrea no local 1 ; .-. 33
caso n® 2 Sobrado no local 1 36
1. Construção 2. Edifícios 3. Engenharia caso n° 3 Prédio no local 1 40
de instalações4. Fundações 5.'I^ais de construção caso n® 4 Galpão industrial no local 1 44
I. Carvalho, LuisFernando Meirelles ii. Título. caso n®5 Casa térrea no local 2..... 49
caso n® 6 Sobrado no local 2 51
Éproibida a reprodução totalou pardal porquaisquer caso n® 7 Prédio no local 2..... 54
06-2140 CDD-624.15
meios, sem autorização escrita da Editora. caso n® 8 Galpão industrial no local 2 59
índices para catálogo sistemático: caso n® 9 Casa térrea no local 3 62
Todos os direitos reservados pela Editora
Edgard BIQcherLtda. 1. Engenharia de fundações 624.15 caso n® 10 Sobrado no local 3 ! 63
VI VII

caso n® 11 Prédio no local 3 65


caso n® 12 Galpão industrial no local 3 70
caso n' 13 Casa térrea no local 4 70
caso n° 14 Sobrado no locsd 4 71
caso n® 15 Prédio no local 4 73
caso n" 16 Galpão industrial no local 4 76 APRESENTAÇÃO
caso n® 17 Casa térrea no local 5 ; 76
caso n® 18 Sobrado no local 5 79
caso n® 19 Prédios de apartamento no local 5 80 Dentro do programa de criação de textos técnicos para a Construção Civil tenho
caso n® 20 Galpão industrial no local 5 80 agora o prazer de apresentar:
5. Balanço Geral 83 "Quatro Edifícios, Cinco Locais de Implantação e Vinte Soluções de Fundações".
O trabalho pretende esmiuçar, de formaprática, o mundo da engenhariade fun
dações para as pequenas e médias edificações, a maioria das estruturas a construir
PARTE II-FICHAS TÉCNICAS no Pais.
1. Nascem os solos, Solos argilosos, Solos arenosos, Solos siltosos, Solos Associei-me ao colega Luis Fernando Meirelles Carvalho, que de há muito vem
residuais e Solos sedimentares 87 se dedicando à consultoria e execução de obras de fundações.
2. Solos argilosos (barrentos) — Fundações em solos.argilosos. 90 Espero que este novo trabalho tenha a acolhida dos anteriores.
3. Solos arenosos — Fundações em solos arenosos 95 Este livro é uma evolução da ediçãoanterior do texto em formato de apostila.
4. Solos siltosos 98

5. Transmissão dê cargas nos solos — Bulbos de pressões 99


janeiro, 2007
6. Sondagens à percussão, o que são, como interpretar seus resultados 104 Manoel Henrique Campos Botelho
7. O problema dos recalques 113 E-maü: manoelboteUio@terra.com.br
Caixa Postal: 12.996 *
8. Capacidade de carga dos solos 115 04009-970, São Paulo, SR
9. Tipos de fundações que usaremos 120 Luiz Fernando Meirelles Carvalho
10. Custos das fundações 134 lf.meirelles@uol.com.br

11. Provas de cargas 135


Revisão e atualização: Eng. Jason Pereira Marques
12. Crônicas sobre fundações — Revolvendo conceitos 137
e Enga. Miriana Pereira Marques
13. índice remissivo 144
14. Bibliografia e sites de entidadesdo setor : .' 147 *NOTA IMPORTANTE

PARTE III-ADENDO
1. Extratos da NR-18 — Condições e meio ambiente de trab^o na
indústria da construção 149 íWhhòí
2. Dialogando com os autores 153
• IX
VIII

COLEÇÃO BOTELHO HOMENAGENS

Em memória do Eng. Airton do Carmo Russo, que primeiro me inspirou o desejo de


Caro leitor, não deixe de adquirir e ler a Coleção Botelho desta editora com os compreender a engenharia de fundações.
seguintes livros: Um agradecimento especial ao amigo e Eng. Celso Colonna Cretella pelo apoio e
"Concreto armado eu té amo" - Vol. I incentivo a este trabalho.

"Concreto armado eu te amo"

"Concreto armado eu te amo, para arquitetos" - Com aprovação didática do lAB-SP Luís Fernando Meirelles Carvalho

"Manvxü dos priitieiros socorros do engenheiro e do arquiteto"


"Águas de chuva - Engenharia das águas pluviais nas cidades"
Ao engenheiro de solos e amigo de tantos sonhos e lutas, LuizDuarte de Oliveira.
"Instalações Hidráulicas Prediais - Usando tudos e PVC e PPR"

Manoel Henrique Campos Botelho


Novos livros programados:
"Concreto armado eu te amo" - "Estruturarido várias edificações"
"ABC da Tbpogrqfia"
"ABCda Tecnologia do Concreto"
"ABCdo golpe de aríete"
"Insistência dos Materiais para Arquitetos e Engenheiros" NOTA SOBRE OS AUTORES
"Matemática Financeira para entender mesmo"
"Concreto armado eu te amo - Perguntas e respostas"

Observação: m
Se você, caro leitor, desejar coparticipar da feitura desses livros, entre em contato
com o autor MHCBpelo e-mail: manoelbotelho@terra.com.br
Editora Edgard Blücher **
www.blucher.com.br FiíjB?r.ua^uuc</aadiCc>.^uipyau,i^
^ X XI

Colegas responsáveis pela revisão e atualização de texto:'


Jason Pereira Marques, engenheiro civil fomiado pelaEscola de Engenharia
da Universidade Mackenzie em 1962, comcursode pós graduação em Mecânica dos
Solos, tendo sido professor das disciplinas de Maciços e Obras de Terra, Estradas I
e n e Aeroportos no período de 1974 a 1996. Suasatividades geotécnicas ocorreram CUIDADOS COM AS UNIDADES DE MEDIDA
naGeotécnica (1963-1968), Brasconsult (1968-1970), Promon (1970-1983), GH En
genharia (1984-1990), InfraEngenharia (1991-1993) e a partir de 1994intensificou
as consultorias técnicas. Em 1999 fundou a Marques &Marques Engenharia Ltda,
onde atua como diretor técnico. No período de2001 a 2003 prestou serviços de con Relembremos:
sultoria técnica naÁrea Ambiental paraas obras do Rodoanel Mario Covas - trecho
oeste. Atualmente é Diretor de Assuntos Acadêmicos do Instituto de Engenharia
São Paulo, SP. k (quilo) = 1.000
email jason.inarques@terra.com.br M (mega) = 1.000.000
1 kgf = peso da massa de 1 kg
MirianaPereira Marques, engenheira civil formada pela Fundação Armando 1 kg = massa de um decímetro cúbido (litro) de água
Álvares Penteado em 1989, tendo sido professora das disciplinas de Maciços eObras INa 0,1 kgf
de Terra, Estradas I e n*e Aeroportos e Mecânica dos Solos noperíodo de 1989 a
1996. Atuana áreade Avaliações e Perícias, como peritajudicial e assistente técnico. 1 kN a 100 kgf
Em 1999 fundou a Marques & Marques Engenharia Ltda, onde atua como diretor I MPa a 10kgf/cm^
técnico. Atualmente é Diretora Secretária da Diretoria Executiva do Instituto de
Engenharia e faz a organização do Comitê de Práticas e Ética na Construção Civil II = 1.000 kgf
- Construetica - articulado pelo Listituto de Engenharia, São Paulo, SP.
email sao21766@terra.com.br Na Engenharia de Fimdações, têm interesse específico as seguintes transformações
e equivalências: *

1 t/m^ = 1.000 kgfm^ = 1/10 kgf/cm^


1 kgfi^cm^ = 10 t/m^
NORMAS

Na prática profissional use sempre as normas da ABNT e as boas práticas profis


sionais. As principais normas de interesse para este livro são as indicadas a seguir.
Notar que na consulta das normas, estas chamam outras normas que também são
relacionadas com o assunto principal.
NBR 6122 - 1996 - "Projeto e execução de fundações";
NBR 6120 - 1980 - "Cargas para cálculo de estruturas de edificações";
NBR 6484 (NB 1211) - 2001 - "Solo - Sondagens de simples reconhecimento com ^•y\Hlb| i ^ ^
SPT - Método de ensaio";
NBR 6497 - 1983 - '"Levantamento geotécnico";
NBR 8036 (NB 12) -1983 - "Programação de sondagens de simples reconhecimento
os EDIFíélOS, os LOCAlá EAS
dos solos para fundações de edifícios";
NBR 8044 -1983 - "'Projeto geotécnico";
SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES
NBR 9603 (NB 1030) -1986 - "Sondagem a trado - Procedimento";
NBR 12131 - "Estacas - Prova de carga estática"; Am^dopgiGãde^te trabalho.. 1....;.....®
NBR 13208 - "Estacas - Ensaio de carregamento dinâmico"; Deserção.|os quàtrò edífíí^ps a;:j^ecebereinfund^Ões|^
NBR 6489 - "Prova de carga direta em solo de fundação"; 2.1 IcasÉtérrea isolada....] .d .1. ^ 1
NBR 7181 (NB 32) -1984 - "Solo - Análise granulométrica"; 2" Sobrado gèminado de um íado
NBR 6489 - "Prova de carga direta sobre terreno de fundação - Procedimento"; 2 Pré(fio de apartamentos de três pavimenti^ maià*^rreo,
NBR 9604 - "Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo com retirada de
^ gemínádo de um lado.
^ 2.4 Galpão industriai^,:.::;;
amostra indeformada";
NBR 9820 - "Coleta de amostras indeformadas de solos em furos de sondagem - Pro
cedimento".
Descrição.|oscint^locais ^i^lantaç^doséçífícios
Em livros mais antigos ainda aparecem as siglas NB, MB usadas pela emitente 3.2 Local 2
das normas, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Atualmente essas 3.3 Locais . ..K
siglas foram trocadas por "NBR"seguido do número de registro no INMETRO, órgão 3.4 Local 4
estatal federal. 3.5 Lacal5.„..,.,'

NOTA

Para maiores informações, consuitar o site www.abnt.org.br


ABNT - Associação Brasüeira de Normas Técnicas
pi
FVVRTE I(Cqf|inuaçãd)^^^^p 1 — A METODOLOGIA DESTE TRABALHO

4 Discutindo det^hadamente cada uma dasvinfeè^lüções dê Na apresentação de qualquer assunto do conhecimento humano, o método do estudo
fundações". .>i li 33 de casos é altamente rico sob o ponto de vista didático. Foge do "lengalenga" dos
textos tradicionais, muitas vezes insípidos, inodoros e incolores.
caso n.° 1 Casa térrea no local í 33
^ caso n.°2 Sobrado no local BQ. O estudo de casos*^*^ foi à alternativa expositiva escolhida neste trabalho para
^" tiàso n.° 3 Prédio no local 1 ^ 40 íi apresentar o equacionamento das soluções dos conflitos que envolvem;
4 Galpão industrial no Ibcal í 44 • as estruturas de quatro edifícios a receberem fundações;
• caso rt° 5 Casa térrea no local 2 í • *||
49 '
caso n.° 6 Sobrado no local 2..... à.„ 51
• cinco locais geotécnicos diferentes, ou sejam, cinco sítios geológicos;
; caso B.° 7 Prédio no local 2 54 • os tipos de fundação que a interação "edifício/local" indica como solução.
caso ú." 8 - Galpão industrial no locai 2 i;.;].. 59
caso n.° 9 Casa térrea no local 3
Veja:
62
caso n." 10 Sobrado no local 3.. 63 Foram escolhidos quatro tipos de estruturas a suportar:
li- no local 3 .... , • Casa térrea isolada;
caso;n.° 12 Galpão industrial no local 3^^^^H|[..., .7Òs :
caso ii.° 13 Casa térrea nolócalã '70 • • Sobradinho geminado de um lado
caso:n-° l^ Sobradürralòcál 4..i| • Prédio de média altura com estrutura de concreto armado, geminado de um
casoiíi." 15 Prédio nõ locai 4 ....M ....M .,.Ms
caso^.° 15:Galpão industruü nc^ocal4M^..-.;«;i;.M....
manc-casorii." l^Casa térrea no Í0calÍ.S:=»™=™^«w—E...;
^f6 •
lado;
Galpão industrial.
*

[ Sobrado nolocal 5..Eí4!:,.^v.v,>.U

lpjé^ó
^ caso 2019 IGalpão
IPrédios de apart^eAtoViip-íoc^:^^
industridnqíoc^â;;...^j^^ O edifício, suas características,
seus esforços nas fundações.
.r83

O terreno, suas camadas,


Uma solução de fundação.
suas características geotécnicas.

(*) Nunca se esquecer que estelivro á dirigido a jovens profíssionaís deconstrução civil e para obras decasas e prédios
de pouca altura. Consultar sempre as normas defundações e outros livros.
4 PARTE I—OS EDIFÍCIOS. OS LOCAIS. ASSOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES A METODOLOGIA DESTE TRABALHO ' O

Esses quatro tipos de ecMcios cobrem ampla faixa de edificações e de situações Na parte 11 o caro leitor encontrará Fichas Técnicas apresentando, de forma su
de esforços sobre as fundações, quer quanto ao valor como quanto ao tipo de esfor mária, os aspectos técnicos que embasam as matérias da parte" I.
ços. Crêem os autores, que ninguém lerá impunemente as páginas seguintes.
Assim vejamos; Agora é com você. Respire fundo e comece.
O quadro a seguir ajudará o acompanhamento de todo o trabalho. Acompanhe o
Tipo de edifício Características dos esforços nas fundações texto com base nesse quadro.
Boaviagem didática. É o que nós desejamos.
Casa térrea isolada Carga vertical, positiva, distribuída, bastante baixa

Sobrado estruturado Carga vertical, positiva, concentrada e baixa

Prédio de concreto armado conn janeiro, 2007


Carga vertical, positiva, concentrada de média Intensidade
três pavimentos +térreo

Carga vertical, positiva e negativa, momento fíetor e carga


Galpão industriai
horizontal

Cargabaixa=Carga de pequena intensidade. LEMBRETE

Os cinco locais geotécnicos (L-1, L-2, L-3, L-4, L-5) também foram escolhidos de
f começamos aestudarasestruturas dos edifícios/pàr^^
fS,deieimnàr'âsfuridações.pepoisràn^^^^
maneiraa cobriralta faixade problemas e de complexidade^*^ f- .-j.- - sáii^àisoluçàí^aik x'
Quanto aos tipos de fundações foram escolhidos:
• Fundação direta por sapatas-corridas ou sapatas isoladas;
• Brocas ou estacas "Strauss";
• Estacas pré-moldadas de concreto armado; méEinecessárío alertar OS Jovens: colegasjuma verdade:dá^v^
• Tubulões a céu aberto^**^.
A razão da escolha destes tipos de fundações está ligada ao fato de serem esses,
os tipos de fundações mais comuns por este Brasil afora. ^Sírelációnàda com òassunp^^ÁMcha T^
^.^^'.iiíiÊ^t>*nnònÍÍia'^f^,nmnlorrionfa' acca ínnhciiliá:
O trabalho está apresentado em duas partes
Na parte I do trabalho encontra-se:
• a descrição das estruturas a receber fundações; *
• a descrição dos locais;
• a solução das fundações.

(*) Como severá, olocal L-5 é diferente dos demais. Para ele não hásondagens disponíveis. Como fazer? Éoque veremos
adiante.
(") TutHiIões executados com auxflio dearcomprimido sãousados para altas cargas (ex.; 1.0001) e principalmente quando
o lençol freático força a entrada deáguanaobra. Apressão dentro dotubulão impede a entrada deágua. Pronta a obra, o
funcionamento dotubulão com ar comprimido é igual ao tubulão construído a céu aberto.
parte I—os EDIFÍCIOS, OS LOCAIS. ASSOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES
7

Quatro edifícios, Cinco iocaisde impiantação, Vinte soluções de fundações

Edifícios a receber fundações Parte I


Casa térrea Sobrado Prédio de Galpão
isolada geminado apartamen industrial 2 — DESCRIÇÃO DOS QUATRO EDIFÍCIOS A
tos com vento
Simbologia RECEBEREM FUNDAÇÕES
das
fundações
2.1 CASA TÉRREA ISOLADA
Representa, pela sua enorme repetividade, uma estrutura importante para ser es
tudada, apesar de as cargas transmitidas ao terreno serem muito baixas. Principal
Descrição dos locais de implantação mente se a casa não for estruturada e as paredes distribuírem as cargas ao terreno
Local 1 Solo resis Nível de A .
ao longo do seu desenvolvimento, então as cargasserão realmente muito baixas. Se a
tente água baixo Sapata casa térreafor estruturada, com vigas e pilares, haverá uma concentração de cargas
nesses elementos que precisarão, então, de sapatas.
No casopresente, a casaé de alvenaria, sem pilares. Asparedesexternassituam-
Local 2 Solo não Nível de se longe das divisas, nãoacontecendo pois, a necessidade de soluções não centradas
resistente água baixo Broca (caso de sapata excêntrica).
Características da casa:

Local 3 Solo não Nível de 10 12


• telhado com estrutura de madeira;
c
resistente água baixo Estaca • forro de madeira compensada;
Straus •
C • alvenaria de um tijolo nasparedes extemas^"^ e de meio tijolo nasparedesinter
nas (blocos de cimento);
Local 4 Solo Nf\«l de 13 14 15 16 D • a alvenaria chega até o solo, ligando-se à fundação;
variável na água alto Estaca de
resistência
• piso não ligado às paredes.
concreto

Locais não há In Não há in 17 18 20 E : Cozinha Telhado


Quarto
formações formações Tubulão
depende, mmÁ 55W
:W.C
depende
Ouarto Divisa •
Eventualmente pode-se utilizar brocas escavadas mecanicamente, atingindo maiores profundidades e capacidades de -N.T
Sala
carga. Brocas 0 25mm, tem capacidade decarga de50kN e brocas mecânicas com maior profundidade com capacida
dedecarga 2001. Sapata'
10 10,0
NOTA Planta Corte

Nocanto superiordireito de cada quadrículo está indicado o número do caso (*) Essa praxe de seusar paredes externas de um tijolo einternas de meio (ijolo está ligada àrazões de conlorlo térmico esegurança
a estudar. pairimonial. Em lermos eslrulurais, deveria ser ao contrário, pois pela analogia com i^gas contínuas, asparedes internas éque deve
riam serdeum tijolo, pois recebem ca^as maiores queas exiernas.
8 parte I— os EDIFÍCIOS. OS LOCAIS. ASSOLUÇÕES DEFUNDAÇÕES SOBRADO GEMINADO DE UM LADO 9

Cálculo das cargas que chegam até às fundações


Admitiremos:

• as paredes externas laterais recebem as cargas dos telhados, forros e o peso


Piso superior
próprio dessas paredes;
• as paredes internas só recebem o seu peso próprio;
Piso térreo
• as cargas sobre o piso são descarregadas diretamente no solo, sem ligação com
Corte
paredes.
Dentro destas premissas, a maior concentração de cargas será sobre as paredes
externas que por isso e por outras razões, não estruturais, são construídas com pa
rede de "um tijolo". O desenvolvimento das paredes externas laterais é de 20 m. As
2.2 SOBRADO GEMINADO DE UM LADO
cargas do telhado e do forro podem assim ser estimadas: Esse sobradinho considerado é um tipo de construção muito difundido, pelo menos no
• Telhado - telhas molhadas (90kg/m^) +vigamento (15 kg/m^) = 105 kg/m^; Sul do País. Admitiremos que o sobrado é estruturado, ou seja: tem lajes, vigas e pilares
de concreto armado e as^venari^ têmfunção exclusiva detapamer^
• Forro -15 kg/m^ (forro leve);
Neste exemplo, adotemos o caso de sobrado geminado do qual^nalisaremos os
• Total-120 kg/m^. problemas de construção junto ablimite de propriedade.
A área total (telhado + forro) é de cerca de 120 m^ (incluindo beirais) corres
pondendo a uma carga de cerca de 13,2 t. Essa carga será distribuída nas paredes
externas laterais (20m). Resulta a carga distribuída de 0,67 t/m. Além do telhado e ^scrição do sobrado
do forro, atua sobre as paredes laterais externas o peso próprio do muro. Admitamos As p^tas térreas e elevadas desse sobradinho..(padrão da classe média paulista)
que essa parede tenha, até às fundações, uma altura de 3,00 m. O peso próprio será dizem tudo:
então:
Parede + forro
0,67 Vm 3 m •250 kg/m^ = 750kg/m = 0,75t/m
Logo, a carga sobre as fundações será de: Edíciila"
0,67 t/m + 0,75 t/m = 1,4 t/m ».^rea serviço^ r '•Salão -v •'Vv-' •

-/.'rV 1 0,75 t/m Considerando que a fundação, também tem


seu próprio peso e admitindo uma folga adicio k

nal para eventual, uso de forro mais pesado G^je


pré-moldada) e ainda incluída a carga da caixa uarto.
2 t/m
d'água, podemos "arredondar" a carga sobre o
terreno de fundação em 2 t/m.
Sapata
m
OBSERVAÇÃO
^ ^ f li» j
r-,V • 7; \ f

^0A's6luçâpem alvenaria portante é aconselhável nestetipoide^e^rutura para:


I :^qüààe todas as dassesude^soío que admitam uma fundaçãcKdireta; pois a u
taxa no soloserá muito baixa. Mesmo no caso de solo múitô fuirn (alagadi-'^
ço)f-,que/equerestacas, as cargas das alvenanas podem ser recebidas por
^\f'baldrames e^dàí encaminhadas às estacas <, \ ^ ^
Planta baixa
PARTE I—OS EDIFÍCIOS. OS LOCAIS. ASSOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES SOBRADO GEMINADO DE UM LADO
10 11
Cobertura

área de influência = 5m -5m = 25m^


carga = 25 m^ . 0,5 t/m^ = 12,51 (a)
Planta do 1° andar
Primeiro piso
área de influência = 5m -5m = 25m^
carga = 25 m^ •1,0 t/m^ = 251 (b)
Carga total (a + b)
i/v'^ •
cobertura = 12,51
•ilâ^i pisò = 25
tLii£5iíà&w «íMs total = 37,51
vírífü'ôí4í-w,5^í5r,i,L^
m
Para os pilares de periferia, podemos adotar metade da carga do pilar de centro,
dando: 37,5 -f 2 = 191 e para os pilares de canto adotaremos a quarta parte dacarga
Térreo mt do pilar central, ou seja: 37,5 -r 4 = 9,51. Destacamos que, nas cargas consideradas,
já está englobadaa cargade uma caixad*água com 1.000 L.
Nocasoda edícula, nofundo da casa,admitiremos quea mesma nãoé estrutura
dae que, portanto, a alvenaria recebe a carga de telhado e a distribui toda ao longo
O edifício será estruturado, ou seja, a laje de concreto armado se apoiará sobre
das paredes, resultando na cargalinearde 2.000 kg/m.
vigas, estas sobre pilares que descarregarão as cargas nas fundações. As alvenarias Com esta configuração, teremos uma planta de cargas conforme mostramos a
do térreo descansarão suas cargas diretamente no solo. seguir:
Para efeito de pré-cálculo das cargas que chegarão às fundações, vamos supor:
• carga da cobertura (telhado): 500 kg/m^; Quadro de cargas 2Vm
• cargado primeiro piso: 1.000 kg/m^ (pesopróprio, laje, viga, pilares e cargaaci
dental).
Dividamos os pilares desse sobradinho em:
• pilares centrais;
• pilares de periferia e de canto.
Carga (t)
Os pilares centrais são os que recebem mais cargas, devido ao trabalho de distri
buição das vigas contínuas. Vejamos as cargas sobre esse pilar central: 5 m

Pilar de canto

— Pilar de periferia

Pilar central
Planta

Planta Área de influência de um pilar - 5 nn^


12 PARTE I—OSedifícios, OSLOCAIS, AS SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES PRÉDIO DE APARTAMENTOS DE TRÊS PAVIMENTOS MAIS TÉRREO, GEMINADO DE UM LADO ' 13 '

OBSERVAÇÃO

;• ^a^rAriRíoefàr ò^DGSo èàòmDríà èstnitÚrsi^M


í ^ (_ 3° piso

^ Ressaltamos que estes cájcújos ^o^estimativos e'servem para o calculo ^


para mais ou para-meriosiiãè acordo com o..arrai)iò^estt^uialçoncebido^^
Ppffil^d/TTQa
<KHãnnòcroáÍac"\/aínm!^^Mtr^/Sm r--'Terreo
Divisa

1,50

2.3 PRÉDIO DE APARTAMENTOS DE TRÊS PAVIMENTOS, Com tudo isso podemos admitir:
MAIS TÉRREO GEMINADO DE UM LADO 1) cargaacidental nas lajes 200kg/m2
Foi adotada como exemplo, a solução muito usada de prédio com um andar térreo 2) peso próprio da laje • 425 kg/m^
mais três andares, ou seja o edifício mais alto que se costuma fazer sem elevador.
O tipo de prédio é o usado por entidades ligadas à construção para as classes mé 3) peso próprio dofon-o 5Òkg/m2
dias, média-baixa e pobre alta^^^ O edifício é estruturado, ou seja, sua estrutura é 4) peso próprio do contra-piso e piso 150kg/m^
compostapor lajes, vigas e pilares, sendo que a alvenaria não tem responsabilidade
estrutural. 5) peso próprio de paredes diversas 150kg/m2
Admitimos um prédio geminado, do qual igualmente analisaremos a interferên 975 kg/m^ a 1t/m^
cia com a (üvisado terreno e cuja garagem é semi-enterrada (subsolo) e, portanto, REFERÊNCIAS
sujeita à influência do lençol freático sobre as obras. Norma Brasileira (NBR 6120) - Cargas de Projeto"
Serão aqui consideradas as cargas atuantes, gendo que, neste caso, o efeito do Espessura média (lajes e vigas) 0,17 •2,5 t/m^ =425 kg/m^
Pesos normais de fon-o a seremfornecidos pelofabricante
vento não é considerado, dadas as pequenas dimensões.
Pesosnormais de pisoa seremfornecidos pelo fabricante contra-piso:
As cargas, que normalmente ocorrem nos pilares desses edifícios e que são trans 0,04 m•2,4 t/m® a 100 kg/m^
mitidas à fundação, são:
• Carga acidental (viva) calculada, regra geral, em torno de 150kg/m^ a
200kg/m2;
• Peso próprio da estrutura de concreto armado, telhado e alvenarias.

(')Ossociólogos que nos desculpem desta classificação sócio econômica.


14 parte I— os edifícios, os locais, as soluções de fundações PRÉDIO DE apartamentos DE TRÊS PAVIMENTOS MAIS TÉRREO. GEMINADO DE UM LADO 15

Distribuição dos Pilares 5 5 5 5

Trata-se de um edifício com subsolo para garagem e sem elevador. Possui quatro
apartamentos por andar. O cálculo estimativo das cargas que chegam às fundações
segue o mesmo esquema do apresentado no sobrado.

Pilares centrais

Área de influência 6 m. 5 m = 30 m^
Carga nos pisos:
Térreo 30 m^ • 1 t/m^ = 30,01
r 30 m^ • 1 t/m^ = 30,01
2° 30 m2 .1 t/m^ = 30,01
3° 30 m2 • 1 t/m^ = 30,01
Cobertura 30m^ •0,5tJvc? = 15,01
Piso'subsolo 30 m^ • 1,5t/m^ = 45,01
Total = 180,01

Pilares de canto

Área de influência 3 m . 2,5 m = 7,5m^ 'ri6 /. P-18 ' . ? ''í'"p-T9'y Y P-20


. Carga nos pisos:
Térreo 7,5m^ •1 t/m^ = 7,50t
1° 7,5m^ • 1 t/m^ = 7,501
2° 7,5m2.1t/m2 = 7,501
3° 7,5m2.1t/m2 = 7,50t
Cobertura 7,-5 m^ •0,5\Jvç? = 3,751
Pisosubsolo 7,5m^• l,5t/m^ = 11,251
'a : i > - v ; BV--::;-
Total = 45,001
Planta

Pilares de periferia
Áreade influência 6 m •2,§m = 15m^
No caso especifico deste edifício, temos um novo assunto a tratar, ou seja, a
Portanto carga dos pilares centrais/2
questão da construção de um andar subterrâneo (garagem) e que sofre a ação do
180,01/2 = 90,01 empuxo hidrostático, no caso de o lençol freático ser alto. Temos duas soluções es
truturais a considerar, face a este problema:
TD PARTE I—OS EDíFiCIOS, OS LOCAIS, AS SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES PRÉDIO DE APARTAMENTOS DE TRÊS PAVIMENTOS MAIS TÉRREO, GEMINADO DE UM UDO ' 17
caso 1) construir piso degaragem estanque e absorvendo a ação do empuxo hidros- Os dadossobre os pilares podemser agrupados da seguinte forma:
tático. Isto exige a construção de imia laje bastante cara para resistir à ação
desse empuxo Gaje de subpressào);
1) Cargado pilar com laje de subpressão (t);
2) Idem 1 mais pesopróprio do bloco ou sapata (t);
caso 2) piso da garagem não estanque (permeável, com drenagem). Com isto, aágua
do subsolo penetra (e devemos permitir sua entrada para que ela não aplique 3) Idem 1 masno caso de não haver laje de subpressão;
empuxo à laje). Isto requer seu esgotamento porsistema debombas, durante as 4) Idem 2;
24 horas do dia para que a garagem não seja inundada^*^. 5) Pré-dimensionamento dos pilares (seção transversal, no caso de haver alaje de
subpressão (cm));
6) Idem 5 sem laje de supressão.
Notar que no caso 1 (piso estanque) o empuxo hidrostático reduz a cargá que
os pilares transmitem às fundações. Mas a NBR 6122 não permite considerar esse
alivio nos elementos de fundação pois, um dia, olençol freático poderá extinguir-se CÓDIGOS ^ ^ l i I I
(grande seca, obras de rebaixamento de lençol freático naregião) e então poderiam
ocorrer problemas (recalque) face ao fim do "benefício".
20x25 cm
20x20 cm
Quanto aos pilares, lembrar que aos quatro centrais, deve-se acrescer a carga da
caixa d'água de 20.000 L.
Portanto 20,00 m^ •1,8 t/m^ =361 (peso próprio +peso da água), que distribuí
das em quatro pilares de sustentação representando 101porpilar.

45 X20 cm 40 X20 cm
Vamos considerar dois casos de prédios:
• como acréscimo da lajede subpressão (laje bempesada),
• sem a carga da laje de subpressão.
Nos dois casos foi desprezado obenefício da subpressão aliviando as cargas so / 95_/ 72 ,
bre as fundações. 180 / 135 /
65 X30 cm
60 X25 cm

/ 190 / 142
190 /l45 /
70 X30 cm •
60 X25 cm

. Laje de Para águas


subpressão pluviais

í í í í ••Cortes NOTA

Ospilares P-13, P-14, P-18 e P-19 recebem adicionalmente a carga deunáa


(*} Na época seca, se você notar uma água cristalina correndo pela sarjeta de uma rua de seu bairro, durante amaior caixa de água.
parte do tempo, acredite: é água de laje degaragem sendo escoada por bombas.
18 PARTE I—OS edifícios.OS LOCAIS, AS SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES GALPÃO INDUSTRIAL
19
2.4 GALPÃO INDUSTRIAL 36.000
Vejam no desenho a seguir o galpão que escolhemos.
Optamos pela escolha deste tipo de estrutura, por ser bastante comum em pe
quenas indústrias ou oficinas. Os esforços são sensivelmente diferentes dos demais
casos, pois neste tipo de construção a ação do vento é preponderante, face à leveza
e forma da obra, daí resultando esforços de todos os tipos sobre as fundações. Esses
esforços são:
• esforço vertical nos dois sentidos (compressão e arrancamento);
• esforço horizontal;
• momentos fletores nas duas direções.
Neste exemplo, apresentamos um caso real de galpão, do qual anexamos um
croqui. O galpão não possui fechamento lateral, quer em telhas quer em alvenaria.
Normalmente, o fabricante da estrutura metálica fornece o projeto executivo e
Planta
informa documentalmente ao engenheiro de fundações esses esforços.
Nesses tipos de estrutura, os esforços que o projetista das fimdações necessita Os dados do galpão, fornecidos pelo seu fabricante, são:
conhecer são:
Carga nos apoios (püares) H-força horizontal (t)
• esforço vertical, positivo (compressão) ou negativo (tração);
P - força vertical (t)
• esforço horizontal nos dois eixos e nos dois sentidos;
• momento fletor em um eixo e nos dois sentidos;
Carga nosapoios APOIOTIPO 1
• carga permanente da estrutura e das telhas;
Pv(t) Hx(t) Hy(t)
• carga acidental (sobrecarga de pessoas no telhado); Carga permanente +sobrecarqa ít)
+ 3,5
• carga de vento. Carga permanente +venfo (t)
-1,9 ±0,3 ±0,1
As combinações de esforços já estão feitas no quadro de cargas. ±1,4
- tonelada

Cobertura de cimento amianto

Estrutura
íí -TV
As causas de preocupação com ovento no galpão são devidas à-
metálica
• peso extremamente leve da estrutura do galpão
só há duas fileiras de pUares para enfrentar aação do vento;
20,000m
falta de paredes divisórias que ajudariam atravar aestrutura
Corte frontal LEMBRETE
NOTA

Nas construções metálicas as dimensões chegam à precisão de milímetros


(mm) face à necessidade de montagem de peças prontas. Há casos até de
décimo de milímetros leitor. Chegaremos a eles.
2r

Parte I

3 —DESCRIÇÃO DOS CINCO LOCAIS DE


IMPLANTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS
O critério de escolha pelos autoresdos cinco locais objetivou cobrir umagama bas
tante grande de soluções de fundações, abrangendo solos argilosos, arenosos, sedi
mentas e residuais que constituem a grande maioria das situações com quêüõs
deparamos nos casos práticos do "dia a dia".
Olocaln°. 5, é um caso especial,pois não se dispõe de sondagense o tratamento
desta situação será específico, como veremos adiante.
Analisemos agora cada um dos quatro outros locais, a partir de:
• sondagens geotécnicas de percussão:
• visitaminuciosa ao local (inspeção está tão importante quanto a sondágem).
Todo o local de obra deve ser inspecionado e não há como definir-se uma funda
ção, sem essa pesquisa e sem sondagens, ambas as coisas de idêntica importância.

3.1 LOCAL 1
t •

Odesenho de sondagem dolocal 1 (a seguir) mostraque o terreno está na cota5,27


jm. Oprimeiro metro é de^terrollançamento, pelo homem, de solo sobre oterreno"
natural)^*^. Os sete metros que se sucédem ao aterro são de areia e depois ocorre
uma camadade dois metrose oitenta centímetros de argila siltosa, apóso que reapa
rece camada de areia com cercade quatro metros de espessura, sendo a sond^em
interrompida num trechode ar^a siltosa. Lembrar que todas essas classificações e
identificações do solo foram feitas em laboratório a partir de amostras levadas pelo
sondador. A classificação é feita por uma smqstragem tátil-visualnão se empregando
aparelhos. Euma sm^isê^uaütativa. OSPT^^-^ das camadas está represent^o àsua
esquerda e indicaa resistência (número de golpes para penetrar o amostrador pa
drão) da camada. Vamos, agora, à interpretação dos resultados.
Pela sucessão de camadas de solos arenosos, intercalados com solos argilosos,
temos um solo sedimentar, ou seja,proveniente de vários locais e de vários tipos de
rocha que chegaram por milênios a este lugar, por transportes da natureza.

^ Para definir azona de aterro um dos critérios éagrande mistura de materiais, coisa resultante da ação do homem. O
solo natural nãotem essa diversidade deconstituição.
SPT-Standard penetration test ousejateste padrão depenetraçãa
22 PARTE I—DESCRIÇÃO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS

Com nível d'água baixo (foi medido no final do período da seca) pode-se dizer Destaque-se oSPT com 65 golpes alcançado com 10 metros de profundidade
que o parâmetro "água" não impede a adoção de qualquer tipo de fundação (vide fato que não costuma acontecer para este tipo de solo. '
ficha n°. 6).
Como regra geral, índices de 45 a50 golpes indicam ofim de solos susceptíveis a
Quanto às escavações no caso de uso de tubulões, deve-se estudar a estabilidade ensaios de percussão, como oSPT. Notar que, após otrecho mais resistente (SPT =65")
do solo com bastante cuidado, por se tratar, em sua maior parte, de material arenoso oíndice cam para SPT =26. Possivelmente este trecho mais resistente correspondia
e de fácü deslizamento. a uma lente de solo estratificado e muito delgado ou uma pedra. Isto demonstra o
Os SPT indicam um solo bem resistente (normalmente SPT maiores do que 20
quanto édelicado interpretar um resultado de sondagem. Uma pessoa menos expe
indicam solos compactos ou duros). Notar que nos primeiros metros o terreno fica
riente, comandando uma equipe de sondagem, teria interrompida com SPT =65 e
concluir haver encontrado um terreno muito resistente, quando na verdade tratava-
com SPT em tomo de 20 e a partir daí, o SPT aumenta. se apenas de uma camada delgada muito resistente. Afeitura da sondagem em vários
pontos ajuda a obtenção da conclusão final. Aliás, o que deve ser interpretado não é
Nível do Sondagem local 1 Cota do um resultado de boletim e sim atotalidade dos resultados de todas assondagens e
terreno terreno 5,27 m da inspeção de campo.
Camadas do subsolo 27?'
Aterro de argila, arenosa, amarela
Com todos esses subsídios à mão, pode-se então identificar o solo do local em
estudo. Importante é de se destacar a participação da experiência do sondador no
25/06/1974
andarnento da sondagem. Neste caso, oprofissional não se deixou impressionar pela
ocorrência deum SPT de 65 e continuou a percutir (bater) e atravessou a lente de
/Veia média siltosa, argilosa, medianamente compactada,
solo mais resistente, voltando auma camada de solo de menor capacidade. Tivesse o
vermelha, amarela e cinza sondador parado asondagem na camada mais resistente, oengenheiro de fundações
seria induzido a apoiar sua obra nessa camada que, na verdade, não existe, pois é
uma^simples lente (trecho fino) de camada mais resistente. Apenas uma grande ex
•Compacta periência do engenheiro de fundações o salvaria de cometer grave erro.
Acerca de 16,45 m, parou-se asondagem (Consultar aFicha No. 6da Parte H). A
inspeção ao local da obra indicou:
•Cota abaixo do nível do terreno
• topografia - terreno em local alto e bastante íngreme (20%);
• zona urbana densamente habitada;
Argila siltosa, rija à dura, amarela e cinza • lotes vizinhos já edificados;
• ausênciade vegetação e cursos de água.
Na linguagem leiga oterreno do local 1é"muito bom" para fundações. Oque o
leigo não consegue detectar éque osolo ésedimentar ou seja, formado por camadas
de sob de várias origens. Oterreno sedimentar, pela sua heterogeneidade de ori
Areia média siltosa, argilosa, medianamente gens, dificulta a escolha de umtipo de fundação.
compacta, amarela
•Compacta *
NOTA SOBREAS RESISTÊNCIAS DOS MATERIAIS
Argila siltosa, dura, amarela e cinza As denominações areia compacta", "argila dura", "areia mediamente compacta"
do boletim de sondagens não provèem de suas determinações em equipamento
de laboratório. O laboratorísta faz essas indicações correlacionando o material
NOTA
enviado aolaboratório com onúmero depancadas à penetração do amostrador.
(Valordo SPT).
Admitimos que as sondagens foram executadas antes de qualquerintervenção
recente do homem no local para a execução da obra ,
24 PAFTTE I—DESCRIÇÃO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS

3.2 LOCAL 2 Avanço a Irado


%
Sondagem (n.®) Revestimento (m) Avanço por
Estamos diante de um terreno terrível! É a camada "argilaporosa silto-arenosa". É lavagem (m)
uma argila de baixa resistência, como indicam, os índices SPT variando na faixa de
zero a três, e de três a cinco. Abruptamente, na cota 6 m, o solo passa para um SPT 0,00 a 2,00 2,45 a 11,00 8,45 a 1.00
de 20, sobe para 34 e depois se toma tão resistente que o amostrador tem dificuldade
em penetrar, dando 37 golpes para penetrar 9 cm, 36 para penetrar 11 cm, e 45 gol
Destacarque até,à profundidade de 8,45m, o avanço daperfuração sefezcomtrado
pes para penetrar 15 cm, chegando a uma areia fina, siltosa, muito compacta. cavadeira ou trado espiral. Apartir daí, a perfuração foi feitacomlavagem de água.
A argila porosa não constitui solo apropriado para uso de fundação direta pelos Em minuciosa visita ao local, foi constatado:
motivos que se seguem:
• topografia — terreno plano em local alto,
• baixíssimas resistências à compressão,
• lotes vizinhos não urbanizados,
• por sua estrutura conter poros, este terreno, ocorrendo encharcamento de água
e sob cargas, se adensa e provoca recalques inadmissíveis na estrutura. • terreno já terraplenado (só corte). Asondagemfoifeita antes da terraplenagem,
O solo é residual, como opina o laboratório de solos da firma de sondagem. Sendo • ausência de vegetação e de cursos de água.
baixo, o nível d'água, não constitui problema futuro para a obra.
Notar que a interrupção da sondagem (SPT) atendeu ao item 6.1.11. da norma
pois obtivemos, em três metros sucessivos, 45golpes parapenetrar30 cm^'^. 3.3 LOCAL 3
Sondagem local 2 Pela simples visualizaçãodo boletim de sondagens, verifica-seque estamos diante de
(651,245) a um legítimo representante dos solos residuais. Tirando-se a camada de solo superfi
cial que é um aterro (lançamento de solo pelo homem), as camadas que se seguem
têm clara classificação geológica, um uniformidade de solos e de resistência que cres
ce com a profundidade, sem produzir sustos ou sobressaltos.
Aprópria alteração de solopassando*de argila siltosapara süte argiloso é despre
zível, pois argila siltosa e süte argiloso são praticamente a mesma coisa visualmente
(analogicamente diríamos "alteração de areia para silte arenoso").
Argila porosa siito - arenosa ;
muito mole a mole vermellia
A não detecção de lençol freático mostra que não será o problema do nível de
água que influenciará a escolha do tipo de fundação.
A paralisação desta sondagem seguiu o critério do item 6.1.11. da Norma
^ '5 NBR 6484, por já termos atingido terreno resistente por vários metros (cerca de 13
m) e pelo fato de que as cargas, relativamente aos tipos de estruturas que estudare
mos, não serem muito elevadas. Como verçmos no item 4 desta primeira parte, a ex
yp:' Areia fina, compacta,.marro tremidade inferior das fundações ficará bem distante do finaldas sondagens, ou seja,
rr.^ (M2,840) as tensões que chegarão às camadas mais profundas indicadas pela sondagem serão
bem pequenas. Aqui se pode destacar uma relação de independência entre sonda
Areia fina siltosa, muito gens e estruturas a suportar. Estruturas pesadas, (como pontes e grandes prédios)
compacta, marrom e que geram grandes cargas nas fundações, exigem sondagens mais profundas, pois
transmitem gremdes tensões ao solo e com isso influenciamcamadas mais profundas
I
^ miJ5
que precisamos conhecer (ver ficha n" 5). Obras de pequeno vulto podem aceitar
sondagens bem mais curtas.
(*) Consultar a nonma deexecução desondagens (NBR 6484) ou a ficha técnica 6(neste livro) sobre oassunta
(*} Consultar a norma deexecução desondagens (NBR 6484/2001) oua ficha técnica quanto à parada desondagens.
26 ' parte I—DESCRIÇÃO DOS CINCO LOCAiS DE IMPLANTAÇÃO DOS EDIFICIOS

Analisaremos agora a resistência do solo. Até a profundidade de um metro temos Só a partir dos quatro metros, é que o terreno, apesar de continuar a ser de argila
aterro com vegetais e resistência baixíssima (SPT ^ 2); até quatro metros de profun silto-arenosa, não alterando pois sua composição, começa a ter resistência crescen
didade, temos uma argüa süto-arenosa que, convenhamos, é uma autêntica "colcha te, com SPT de 8 até 35. Notar que, a treze metros de profundidade, o terreno sofre
de retalhos". Esse solo é mole. mudança passando a silte argiloso, pouco arenoso mas que, convenhamos, não tem
grande alteração geológica em relação à argila süto-arenosa. O SPT, nessas profundi
dades, é sempre maior do que 30.
Sondagem local 3 data 15/12/2001
Tipo de solo 2V,"
Conclusões:
Aterro com vegetais
• não são viáveis soluções rasas de fundação (sapatas) para cargas médias, como
as de prédios de apartamentos de poucos andares. O correto é adotar fundações
profundas (estacas Strauss; estacas pré-moldadas de concreto armado).
Argila silto - arenosa mole
• não teremos problemas com o lençol freático nas escavações.
Em visita ao local, constatamos:
• topografia - terreno plano em local alto,
Argila silto - arenosa, rija à dura • zona de periferia, pouco construída,
• alguns lotes próximos já construídos,
• terreno já terraplenado (região de corte). A sondagem é anterior à terraplenagem,
• ausência de vegetação e cursos d'água.

Aqui destacamos (acredite se quiser) que, algumas vezes, nos deparamos com
sondagens que acusam ausência de nível d'água e em visita ao local constatamos
presença de curso d'água próximo ao terreno e no mesmo nível, evidenciando a falta
de cuidado na observação, pelo sondador, do nível d'água.
Mais uma vez terá prevalecido a experiência do profissional realmente habilitado
e que visitou o local da futura obra. Confiar desconfiando!!!

Pergunta:
Silte argiloso, pouco arenoso, compacto variegado Digamos que uma sondagem tenha sido feita à época da seca e não tenha detectado
lençol freático elevado. Se a obra for feita em época de chuva, quando o lençol freá
tico tende a subir, como interpretar o resultado?
*

Resposta:
Normalmente a variação anual do lençol freático não supera um metro, desde a esta
ção chuvosa até à estação seca. Quando for estudar a sua obra, veja as repercussões
desse metro face às cotas de sua obra.

Mas: atenção sobre o nível d'água! Nível d'água alto em lo5al argiloso pode não
ser fonte de problema, pois a infiltração ou percolação da água nas cavas de fundação
é reduzida e lenta. Em solos arenosos, é tudo ao contrário. Com lençol freático alto,
Cota ao longo da profundidade água rapidamente inunda a vala.
parte I—DESCRIÇÃO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS

3.4 LOCAL 4 Sondagem local 4 2V;" data 13/01/84


o[40 I Aterro da areia <ina pouco siltosa. c/entulho, marrom ecinza. ^
Auma simples "analise" na sondagem dolocal 4,notaram-se alternâncias de camadas
de areia e argila; temos umaclara indicação de solo sedimentar, ouseja, proveniente
da deposição pelanatureza de camadas de materiais de origens diferentes. Argila silto-arenosa, rija, cinza.
Aoutra indicação deterreno sedimentar é a grande variação naresistência à pe
netração CSPT) que ocorre a 4,5 m, onde oSPT cai de14 para 3,4 e 3 e depois volta
para afaixa do SPT 15. No nível 3,70 m, ocorre uma camada muito compressível que
deverá ser analisada na escolha das fundações.
Trata-se, pelo visto, de um solo de difícil previsão de comportamento, como é Argilaarenosa, mole, cinza.
todo solo sedimentar.

Onível d'água é próximo da superfície do terreno, o que complica o uso de fun Amarela, roxa e vermelha
dações que exigem sapatas etubulões^*^ a céu aberto.
Amarela
Estasondagem foi paralisada pelaocorrência da situação de impenetrável à per Areia fina argilosa.medianamente compacta, cinza.
cussão, o que acontece às vezes, pela ocorrência de matacões oupedras maiores do Roxa e cinza
que 20 cm. Para seter uma melhor informação do que está ocorrendo no subsolo (se Areia fina e média, argilosa, medianamente compacta,
é camadaresistente ou matacão) o correto é deslocar o furo de sondagem alguns me roxa e vermelha.
tros e refazer a sondagem. No caso de fundações de pontes e viadutos, mesmo ocor
Argila silto - arenosa, rija, roxa.
rendocamadas rochosas, é necessário ter-semaisinformações sobre essa camada e é
fundamental ultrapassá-la. Usaremos nesses casos, fora doslimites deste livro, então
um outro tipo de sondagem e não mais à percussão, pois esta não atravessarocha. Areia fina e média argilosa, compacta, amarela e cinza.
Nacamada rochosa, faz-se sondagem rotativa que utiliza coroa de diamante,que
pode fazer furos na rocha.

Argila siltosa, dura, amarela e cinza.


Em visita ao local 4, constatamos:
topografia — terreno plano em local baixo,
zona de periferia — pouco construída,
algunslotes já construídos nas proximidades,
terreno já terraplenado (corte), Areiafina e média argilosa, compacta a muito
compacta, amarela e cinza.
presençade curso d'águapróximo e vegetação rasteira.
Com pedregulhos finos

•Profundidade (m)

(*) Aquestão do nível d'água esua influência nas escavações dependem também - ebastante - do tipo de solo, Se o
nível de água for alto mas osolo for argiioso talvez não ocorra volume d'água significativo na vala de escavação. Um
poço exploratório permitirá avaliar com bastante exatidão este fato.
(") Anorma de sondagem em rocha éaNBR 6490 •'Reconhecimento eamostragem para fins de caracterização de
ocorrência de rod^as'.
30 parteI—DESCRIÇÃO DOS CINCO LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO DOS EDIFÍCIOS LOCAL 5 31

Essa rampa era luna estrutura independente do resto da edificação. Com o tempo
3.5 LOCAL 5 (sem sondagem) o prédio foi afundado e a rampa foi sendo modificada. Hoje - quinze anos depois - o
Atenção: Neste local não foram executadas sondagens. Apesar disso, o local foi vi primeiro andar é térreo e a rampa ascendente agora é ligeiramente descendente!
sitado e suas imediações foram percorridas. Obras de corte e aterro nas imediações É um caso concreto de interação entre o projeto de fundações, projeto de arqui
foram visitadas. Agora fica o problema: podemos projetar obras de fundação neste tetura e projeto de estruturas.
local? É o queveremos: não percam.
O tempo passa

Pausa para meditação


Pronto. Já conhecemos os quatro edifícios e os cinco locais deimplantação. Vamos
agora, sem delongas, jogar um contra o outro e procurar encontrar as soluções para
as fundações.
íVííví-,

Atenção! Atenção! míémam


Quando tudo estava pronto para a impressão do trabalho, recebemos um email ur ÊMÊÊim
gente do eng. Meirelles (que transcrevemos a seguir):
"Para. M.H.C. Botelho. Cuidado com texto atual. Ele sugere certa linearidade do
assunto "estrutura e fundações". Pode dar idéia de que resolvida estrutura, escolhe-
se coerente com ela, a solução da fundação".
Assim um leitormenos avisado entenderia, desta forma, a seqüência do estudo:

• •nTll
Projetos de estruturas Projetos de fundação Antes

Depois de anos Corte

Considerando adicionalmente que o tipo da estrutura pode - e deve - condi


cionar o tipo de investigação do subsolo (fixação da profundidade da sondagem,
Sondagens
necessidade de outros testes geotécnicos), então uma visão mais realista do encami
nhamento dos estudos é:

Oleitor precisa seravisado de que, àsvezes, assoluções defundação interferem


e fazem mudar oprojeto estrutural. Àsvezes, mudam até a arquitetura. Há umcaso 1
famoso de edificação deum prédio emregião de solo muito compressível em que a ANTEPROJETO TIPO DE ESTUDO DE PROJETO PROJETO DE
única solução, economicamente viável, foi prever uma fundação que sabidamente ESTRUTURAL SONDAGEM FUNDAÇÕES ESTRUTURAL FUNDAÇÕES
recalcaria algumas dezenas de centímetros aolongo dos anos.
t T
Oprojeto da arquitetura doprédio levou isso em conta e a rampa de acesso da MUDANÇA NO
ruaaté aoprimeiro andar doprédio (andarde garagem, depropósito) erauma ram PROJETO
pa ascendente do nívelda rua até a edificação. ARQUITETÔNICO
.» i ^ lí . .. ,
Parte I

4 — DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA


DAS VINTE SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES

CASO N° 1 - CASA TÉRREA NO LOCAL 1


Tomando-se por base o estudo da estrutura da casa térrea, teremos uma carga distri
buída de 2 t/m ao longo das paredes laterais externas e junto às fundações.
Considerando-se o excelente solo local (ver item 3.1.), o tipo mais econômico de
fundação é a direita em solo raso, ou seja, por sapatas.^*^ A única dúvida restante é;

Usar sapatas corridas ou isoladas?

Como a carga está distribuída ao longo da parede, vamos estudar o uso da sapata
corrida, ou seja, uma sapata que se desenvolve ao longo de todas as paredes estru
turais.

Veja a solução:
Como dimensionar essas sapatas?

Alvenaria

Concreto magro

-Solo compactado

'/. Corte

(')Asapata quando corre aolongo detodas as paredes chama-se sapata corrida e nalinguagem popular chama-se em
alguns locais dopaísde alicerse, palavra sagrada emnossacultura pois tanto sugere basee apoia
l!i; 34 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUÇOES DE FUNDAÇÕES CASO N.» 1 — CASATÉRREA NO LOCAL 1 35
O critério é o mesmo, tanto para sapatas corridas quanto para sapatas isoladas:

= lOSPT,,
tAn*'2 = SPT,kg/cm'
, í ^i
5 5 . 1 •
Válido para 5 < SPT < 20 golpes * ® baldramé'

onde: jji
SPT corresponde à camada, sobre a qual iremos assentar a fundação íF
íf a Ia a
ff
Notar que estafórmula é válida para as fundações rasas. | y —
5,0m 5,0m
~ Plantí

confinada" e para um mesmo SPT a capacidade de carga do solo cresce. Cada sapata isolada receberá^ carga de:

No nosso caso de fundação rasa, à profundidade de um metro (profundidade mí (5 m^(2.000 kg/mj ÍO.OOO kg =(^0 tj
nima para fugir do terreno superficial cheio de raízes, detritos, etc.) o SPT do
local 1 é de 16. logo:
Como a taxa do terreno é de';'32 t/m^ .então a área dasapata será:
= — = — = 3,2 kg/cm^ = 32 t/m^
5 5

Como a nossa-carga no solo é dé 2 t/m'e a área de sapata mínima é de


1 m. 0,4 m = 0,4 m^, a tensão de trabalho será: Sendo sapataquadrada (S = a •a = a^) c^a lado valerá:

tr^jalho
0,4
=5 < 32 t/m^ a = .
1
^32 =0,60m
• Estamos numa situação folgadíssima. Nem precisaríamos usar sapatos. Bastaria Logo a solução encontrada foi descarregar a carga em sapatas isoladas, quadra
fazer as paredes descerem até~o sõío. Todavia é recomendável a execução de sapatas das, de 60 cm de lado.
com dimensão não inferior a 40 c_m^*^. Além disto, as sapatas oferecem a vantagem
de criar solidariedade longitudinal. Se um trecho do solo for ruim (existência, por
exemplo, de formigueiro), a sapata contínua distribui os esforços, como se fosse uma Considerações importantes
ponte sobre solo ruim. 1- A dimensão de 60 cm é aceitável, por ser próxima de_80 cm e tratar^se a "areia
A desvantagem da sapata corrida é exigir ao longo de todas as paredes: escava siltosa e argilosa"^*^ Areferência a 80 cm é dada pelo fatq_de ser ^sa a.íargura
ção, concretomagro^"^ e o concreto da própria sapata. das placas utilizadas em estudos de Mecânica dos Solos para prever as capacida
des de carga dos solos. Em qualquer caso a dimensão mínima de uma sapata é
Não seria melhor concentrar a carga em alguns pontos? Uma viga receberia en
,de,40 cm.
tão a carga das paredes e a distribuiria sobre as sapatas isoladas. Essa viga charna-se
"baidrame". 2- É fundamental a total retirada do aterro, face a presença de raízes, e matéria
orgânica sobre as quais nada se pode apoiar. Aliás, a prática de se aprofundar um
Veja uma viga-baidrame descarregando a carga sobre sapatas isoladas:
mínimo de um metro de superfície tem como um dos o^etivos exatamente fugir
do solo superficid, onde norm^mente ocorrem entulhos, raízes, solos fracos,
etc. Não esquecer de considerar a viabilidade de uma troca de solo na hora de se
aprofundar.
(*} Está lecnicamenle comprovado por ensaios experimentais que não é recomendável aexecução desapatas com
dimensão (largura) inferior à 40 cm. {*) Para areias puras 'solos granulares", sapatascom dimensões menores que2,00 msofrem uma redução decarga
{") Concreto magro =concreto pobre em cimento com acomposição em volume 1:3:5 (cimento, areia, pedra) conforme prescrição da normaNBfl 6122.
36 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES CASO N."2 — SOBRADO NOLOCAL 1 - 37

Não é razoável fazer-se sapata de, 16 cm,de largura, pois seria menor do que a
CASO N" 2 - SOBRADO NO LOCAL 1 própria espessura da parede.
Sobrado estruturado Gaje, vigas, pilares) em locai, cujas características geotécnicas Uma soluçãoé adotar, comono ca^n.° 1, sapatas isoladas unidas por viga-bal-
são muito boas. Solo resistente. drame.
Neste caso, por estarmos num local de solo muito bom, a pergunta primeira é: No nosso caso, temos a agravante de que o sobrado é geminado e não podeinos
porque estruturaram o sobrado? Estruturar, como já vimos, é usar lajes, vigas e pi usar sapata sem invadir o terreno vizinho (solução ilegal).
lares concentrando a descida de cargas pelos pilares. Se tivessemos suprimido vigas
e püares as cargas das lajes se distribuiriam nas paredes e estas descarregariam na Teremos pois que usar sapata excêntrica mas com viga-aiavanca como manda a
fundação, diretamente. Veja no desenho a seguir. norma NBR-6122 item 6.3. Veja:

No caso do sobrado, temos que acrescentar à carga da casa téirea (2.000 kg/m), Lembremos que as cargas dos pilares extremidades são de 10 t e 20 t. Assim,
teremos:
o peso da alvenaria do andar superior e o peso da laje superior, carregada.
Assim, teremos as cargas:
cargas provenientes de telhado, forro e alvenaria de um andar (casa térrea) Divisa
carga de alvenaria adicional 2.000 kg/m do lote

carga do piso portanteadicional 625 kg/m^


2.500 kg/m
Total - í'5.125kg/m\
Adotado-5,2 t/m
Como vamos apoiar a nossa fundação no mesmo nível do solo da casa térrea,
(caso n°. 1) a tensão admissível será a mesma ou seja:
TTTTTt Viga-alavanca
^—I
o 3,2kg/cm^ = 32
.Corte

Calculemos a sapata para um metro de comprimento:

Como mostrado na descrição do sobrado (item 2.2. deste trabalho), a distância


5.200 =372-í00-i^ dos pilares é da ordem de 5 m. Logo para a 1^ fileira de pilares, temos:
5.200 ^ ^
3,2-100

Pilar de canto

lM,=0
" Piso
• superior
% -hL
' Pilar de periferia
• Pilar centra!
Xi=^=10,6t
*7.^ . 1" " -Área de influência Yj =10 + 20-10,6 =19,41
de um pilar - 5
DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VIMTE SOLUÇÕES DEFUNDAÇÕES CASO N." 2 — SOBRADO NO LOCAL 1

Limite de propriedade

VA = Viga alavanca
SMp=0
^2- 4_g -21.7 t
Yí, = 20+39,5-21,7 = 37,8t

NOTA

As distâncias AB = 0,3 me MN=0,4 m correspondem a um pré-dimensiona-:' i


mento das sapatas excêntricas, quadradas, com lados de 0,6 m e 0,8 m.

60—Dimensão em cm
Vemos que o uso da viga-alavanca constitui, em última instância, um artifício que S - 9— Númerodé sapata
nos permitiu transferir uma carga aplicada a um ponto situado no extremo do prédio,
para o seu interior.
O custo desse arranjo é que as novas cargas (Xi e X2) são maiores do que as
OBSERVAÇÃO
cargas de 101 e 20 pois:
•Teoricamente deveríamos adotar para as sapatas de divisa, seção retan
Xj = 10,61 gular cuja menor dimensão seja perpendicular à divisa, diminuindo desta
X2 = 21,7t -forma, a distância da carga ao centro de gravidade da sapata. Isto reduzirá
ainda o momento aplicado à alavanca.
Agora podemos calcular a área necessária para cada sapata. Veja: b
Deve-se respeitar sempre a relação sapata: —= 2,5.
Como sabemos, nesse terreno o SPT na cota de fundação é 16 e então o Oad é:
F
^ad-g Observações:
^ =3,2 kg/cm^ =321 /m^ 1- As vigas V. A. são alavancas, as demais Divisa-
• 5 5 constituem baldrames ou travamento;
2- As vigas-alavanca deverão receber as alve-
narias de fechamento; suas cargas na fun
Logo as áreas das sapatas serão: dação foram consideradas na avaliação da
carga do 1° piso.
X 10 6
S= — = —= 0,33 m^, sapata quadradacom60 cmde lado
3.2 t/m^ 32 '
X 217 O cálculo da altura e a escolha da ferragem
S= — = —^=0,67 m^, sapata quadradacom85 cmde lado. da sapata e viga alavanca não são de responsa
3,2 t/m^ 32 ' bilidade do engerüieiro de fundações e sim, do
calculista da estrutura.
40 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUÇÕES DE FUNDAÇÕES CASO N.® 3 — PRÉDIO NO LOCAL1

CASO N° 3 - PRÉDIO NO LOCAL 1 Ou seja, a sapata excêntrica será calculada como graças a uma
viga alavanca que "centralizará a carga". Assim:
O nosso prédio, neste caso n® 3, tem um andar subterrâneo e por isto a pressão d'água
poderia preocupar. Acontece entretanto que a sondagem diz que o nível d'água é
muito baixo e portanto não haverá a preocupante subpressão.
-Pilar de divisa

-Pilar interno
Viga alavanca

2° piso Lado A

T78. 3 t
0,8 m
Muro de
divisa

Não havendo subpressão estaremos na situação 2 do prédio (sem lajè de sub


pressão).
Utilizaremos laje de piso não solidária à estrutura. t t í f f
O prédio é geminado de um lado (limite de propriedade). Como o terreno é
muito bom e o nível d'água é baixo a melhor solução para as fundações é a sapata.
Usaremos sapatas centradas para os pilares internos, pilares do lado A e sapatas ex
cêntricas alavancadas para as sapatas de di^a. No caso da carga de 36t
Calculemos essas sapatas de divisa admitindo-se que um dos lados tenha 80 cm
(0.8 m). Demais cargas (pilares internos)

Conhecidas as cargas dos pilares de divisa e dos pilares internos poderemos


calcular as sapatas.
DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUÇÕES DEFUNDAÇÕES CASO N." 3 — PRÉDIO NO LOCAL 1

Vejamosuma seção do prédio:


NBR-6122
Tipo de solo f^ixa do SPT
Taxa(kg/cmy' SPT/5(kg/cm^

••i 'r- •-liV V

. Piso inferior
' da garagem

Medianamente compacta ^ 2 2-3


Compacta 4 4
Muito compacta 6 4

Analisamos o solo a uma profundidade de 3 m. O SPT é 21. A tensão admissível


Indicação preliminar para orientar anteprojetos com base na classificação geo
lógica do solo.

o =^ =Bis4kg/cm^ =40t/m^
5 5 ^ Note que os valoresexpressos na colima 3 são bastante próximo^ dos da coluna
4, o que vem a confirmar o acerto do critério expedito (simplificado) SPT/5.

Como teremos 1,5 m de solo que não necessitamos remover, as normas técnicas
nos permitemacrescero peso efetivo de solo sobrejacente à fundação^'^. 2- Quando formos executarfundações temos que verificar o que foi feito em even
tuais prédios próximos. O ângulo mostrado no desenho a seguir a recomenda
a^=4,0+(0,17-l,5) =4,25kg/cm^= 42,5t/m2 ção, conforme o item 6.4.5.1. da norma NBR-6122.

Logo, todas as sapatas do prédio serão calculadas com essa pressão admissível.
Prédio
vizinho Nossa fundação deve
existente se afastar na horizontal e
na vertical tal que a con
forme item 6.4.5.1
Exemplo de aplicação a) solos pouco resistentes
a 2= 60°
b) solos resistentes
Carga de'72 a = 45°
c) rocha sã a = 30°
721
S= ;r= 1.69 m^ adotou-se sapataquadrada 1,30 -1,30 m.
42,5
a&eo®
Por esta, calculam-se todas as outras sapatas do prédio.

Observação:
Essa prescrição da Norma deve-se ao fato de que, com este cuidado, não des
1- Comentamos aqui o item 6.2 da norma NBR - 6122 que indica tensões admis
calçaremos a fundaçãovizinha por não interferirmos no bulbo de pressões conforme
síveis para os diversos tipos de solo que, no caso particular das argilas e areia.
mostrado na Ficha n.° 5.

(•) Éoque sechama de fundação confinada.


CASO N." 4 — GALPÃO INDUSTRIAL NO LOCAL 1
44 DISCUTINDO DETALHADAMENTE CADA UMA DAS VINTE SOLUÇÕES DEFUNDAÇÕES
Teremos o seguinte esquema:

CASO N° 4 - GALPÃO INDUSTRIAL NO LOCAL 1


Nesta situação temos duas combinações de cargas sobre as fundações a considerar:
1- cargapermanente maisvento e mais peso da fundação;
2- cargapermanente maissobrecarga maispeso da fundação

• Notar:

1- quando ocorre vento, supõe-se que não haja sobrecarga;


2- os dados numéricos das cargase momentos são de responsabilidade do fornece
dor daestrutura metálica (diretamente ouvia seuprojetista);^ ^
3- usaremos fundação direta por sapatas, face ao bom terreno deste local. Peso da fundação
Pl=b-h-l-2,4t/m3t'^
Iniciamos o cálculo das fundações pela primeira hipótese de cargas ou seja; Em B teremos a máxima tensão de compressão.

A situação limite aceitávelé que no ponto A nao haja tensão. Se a situação pas
Hipótese 1- Carga permanente mais vento e mais peso da fundação sasse do limite, a sapata se deslocaria do terreno em A.
Segundo o fabricante da estrutura metálica, os esforços em cada pilar são: Imporemos então a condição de termos toda área comprimida sem deslocamen
Pv = 1,91 (carga vertical) to em A. Logo no ponto crítico A teremos tensão nula:

Hx = ± 0,31 (esforçohorizontalna direção X)


S W •
Hy = ± 0,11 (esforço horizontal na direção Y)
\ P^-P^=bhL-2,4-l,9
Mx = ± 1,4 m (momento fletor na direção X) .
\ S=b-L
M = l,4tAn
A essas cargas, temos que acrescer a carga Pi que é o peso da fundação (sapa- Pi-Pv_M_q bhL-2,4 =l,9 1,4
ta). S W L-b Lb^
Utilizando-se a fórmula da Residência dos materiais temos: 6

S W

Momento de esforço axialatuando numa superfícieS cujomódulode resistência

No nosso caso P é o peso de uma sapata retangular de concreto armado.

(*) Oespecialista de fundações deve alertar isso ao seu cliente e verificar se em seu contrato de fornecimento isso está
escrito. Transmissão deinformações sópor escrito, atendido oformalismo documental. Faça atas dereunião. O 2,4 \Jnfl é opeso específico do concreto simples

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