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NECESSIDADE DO AUTOAMOR

******Klênia de Carvalho - Pedagoga e professora do curso de


Educação Emocional com certificação internacional PEI pela
Feuerstein Institute

Diante de notícias como guerras, desastres ambientais e crise financeira,


muitos poderão atribuir a causa, a falta de amor ao próximo. Pois bem, na
verdade o que falta não é amor ao próximo, mas sim amor a si mesmo. Uma
pessoa só é capaz de dar o que ela tem.
Autoamor não deve ser confundido com egoísmo, já que é uma relação
entre você consigo mesmo e o egoísmo envolve a pessoa e um o outro ser.
Autoamor é um sentimento que nos nutre e quando ausente nos enfraquece a
ponto do autoextermínio. A grande dificuldade da compreensão desta emoção
reside no fato que sentimentos pertencem a uma classe de conhecimento que
possui um elevado grau de subjetividade requerendo de seus aprendizes um
esforço em ver, escutar e sentir o imponderável. Já que pensamento e
sentimento andam de mãos dadas, um meio de começarmos a perceber os
sentimentos é através dos pensamentos.
Estima-se que tenhamos entre 20 mil e 70 mil pensamentos por dia e
que cada um deles gere um estado emocional diferente. Para facilitar a
compreensão do que são estados emocionais, imagine-se comendo sua
sobremesa favorita. Você perceberá algumas sensações como salivação ou
suave movimento na boca. Nessa situação, você evocou o estado “alegria” para
a lembrança. Agora, imagine-se sendo afetado pela crise financeira e perdendo
todos os seus bens. Você também perceberá sensações nada agradáveis,
evocando o estado de medo. Para finalizar, faça uma soma mental dos
números sete e cinco. Dependendo da sua familiaridade com a operação
adição, o estado evocado será neutro. Agora você já conseguirá entender
porque ao evocarmos alguma memória, projetarmos algum evento ou
realizarmos simples operações mentais promovemos estados emocionais como
alegria, medo, angústia, frustração, insegurança, contentamento, etc.
Considerando que nós somos nossa maior companhia e que passamos
boa parte do tempo dialogando conosco mesmo, quais estados emocionais uma
pessoa provocará se durante parte do seu tempo ficar se criticando por não ter
feito aquele curso, não ter comprado aquele lote, guardado dinheiro, ou ficar se
remoendo com cenas de um passado que a desagradou, revivendo o evento
inúmeras vezes e procurando um culpado? Você já sabe a resposta desta
pergunta.
Os pensamentos que geram estados emocionais altamente destrutivos
são inúmeros. Na ausência de autoamor, o próprio sujeito cria situações de
conflito vivendo uma vida desconectada de si mesmo. Um claro exemplo deste
fato é criar metas inalcançáveis e colher frustração. Surge, então, a importância
de investir no desenvolvimento das habilidades constituintes da Inteligência
Emocional. Para tanto, temos à disposição um arsenal de recursos. Meditação,
cursos, treinamentos, terapias, cada um contribuindo com suas técnicas no
aprimoramento de habilidades como autoconsciência, autorregulação,
motivação, empatia, dentre outras.
O sujeito que já possui alguma bagagem de inteligência emocional já
consegue criar mecanismos para calar diálogos mentais que produzem estados
emocionais auto sabotantes. Naturalmente este sujeito que vive em paz consigo
mesmo procurará participar na sociedade criando o mesmo movimento de
apaziguamento e construção, contribuindo para uma sociedade melhor.

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