Você está na página 1de 67

N H E Ẽ GAT Ú

YASÚ YAPURŨGITÁ NHEẼGATÚ


LIVRO DE LEITURA E ESCRITA EM
NHEẼGATÚ

YASÚ YAPURŨGITÁ NHEẼGATÚ

SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AM)

2013
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos alunos do Ensino Fundamental, do Ensino Médio


e a turma do EJA do ano de 2010, da Escola Municipal indigena Pastor Jaime e sala de
extensão do Ensino Médio da Comunidade de Boa Vista (Foz do Içana), que colaboram
com este trabalho.
AGRADECIMENTOS

Boa parte deste livro contém o trabalho realizado com os alunos da escola municipal
Indígena Pastor jaime, sala de extensão do Ensino Médio e os alunos do EJA, ano de 2010. Um
trabalho realizado com objetivo de valorizar a lingua falada na comunidade Boa Vista,
oferecendo ao aluno uma oportunidade de escrever na sua própria língua, resgatando um pouco
a cultura local e consolidando a educação escolar indígena na comunidade. Foram vários
trabalhos realizados e materiais produzidos pelos alunos. Encontra-se aqui apenas uma parte do
produto elaborado. Agradecemos aos professores da escola e, principalmente, à comunidade e
aos alunos que produziram os desenhos e os textos, pelo esforço e dedicação. Que sirva como
um exemplo para outros que virão, pois precisamos avançar no sentido de produzir material
didático na nossa língua. Obrigado.

Luís Carlos dos Santos Luciano Baniwa (Presidente da Associação dos Professores
Indígenas do Alto Rio Negro-APIARN)
INTRODUÇÃO

Esta publicação faz parte de uma proposta interinstitucional formada em São Gabriel da
Cachoeira (AM), chamada de Programa Terra das Línguas (2013) composta por USP,
UFSCAR, FOIRN, SEMEC, SEDUC, FUNAI, IFAM-CSGC, APIARN E COPIARN. Este
livro, organizado pelo coletivo ALIARNE, com o apoio do grupo de pesquisa LEETRA para a
sua publicação, visa a atender alunos e professores falantes de nheengatu e aqueles que desejam
aprender esta língua, conforme solicitado por Tarcísio dos Santos Luciano Baniwa (SEMEC) e
Luís carlos dos Santos Baniwa (APIARN). O desenho da capa simboliza as três etnias falantes
de nheengatu na região da Cabeça do Cachorro, a saber, Baré, Baniwa e Werekena,
representados pelo Arú, pelo Cesto e pela Piaçaba, respectivamente.

Grande parte das ilustrações deste livro, tal como a da capa, foram produzidas por
alunos da Comunidade Boa Vista, do Baixo Rio Içana (Içana Rumasá), também conhecidos
como Barekeniwa, que é a junção das etnias Baré, Werekena e Baniwa. O nome nasceu no curso
de formação de professores indígenas, o Magistério Indígena II, como uma auto-denominação
dos cursistas do Pólo Nheengatú, por ter alunos das três etnias mencionadas. Todos os direitos
autorais lhes estão resguardados. Todos os agradecimentos à Maria Silvia Cintra Martins e a
Edurado de Almeida Navarro, professores membros do grupo LEETRA que assessoraram esta
publicação.
Falado atualmente do Baixo Rio Negro até o Rio Casiquiarie da Venezuela, o nheengatu
apresenta uma área de abrangência que ultrapassa os limites nacionais, o que o torna uma das
línguas mais faladas na Amazônia. Por outro lado, esta é uma das razões para a dificuldade de
uma unificação de sua grafia, almejada pelas populações que a falam.

Regiões em se fala o nheengatu no Alto Rio Negro

Retirado de Aline Gruz, 2011


Os leitores deste livro deverão ter consciência da situação atual do nheengatu, cuja
unificação gráfica ainda não foi concluída e, além disso, deverão ter em mente que, por se tratar
de um material bilíngue, foi elaborado com uma grafia que facilite o aprendizado daqueles que
ainda não falam esta língua, segmentando muitos elementos que podem estar escritos
conjuntamente em materiais monolíngues (sepaya é aqui escrito se paya, serukasáitá está
escrito serukasá-itá, por exemplo) e contendo algumas aproximações com o alfabeto da língua
portuguesa (a palavra nheẽgatú, por exemplo, pode ser encontrada grafada como ñengatu e
como yẽgatu em outros materiais recentes, brasileiros ou não). O livro segue o alfabeto
parcialmente definido pela Comissão da língua nheengatu (Yupinima rupiaitá), em evento de
Agosto de 2013, organizado pelo Conselho dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro
(COPIARN).
REALIZAÇÃO

Textos
Antônio Goes Neto
Luís carlos dos Santos Baniwa
Marcel Ávila
Tarcísio dos Santos Luciano Baniwa

Ilustraçôes
Alunos da Escola Pastos Jaime, EJA, 2011.

Revisão
Antônio Goes Neto
Maria Silvia Cintra Martins
Marcel Ávila
Renato da Silva Fonseca

Programação Visual
Renato da Silva Fonseca

Apoio técnico
Maria Silvia Cintra Martins

Apoio
USP, UFSCAR, FOIRN, SEMEC, SEDUC, IFAM-CSGC, APIARN E, ALIARNE, LEETRA
Introdução: sobre a importância dos livros de leitura nos primeiros anos

O momento atual confronta-nos com dois grandes desafios que herdamos do século XX:
por um lado, a continuidade na luta pela garantia efetiva dos direitos indígenas já estabelecidos
na letra da Constituição de 1988; por outro lado, a garantia da efetiva alfabetização de todas as
crianças na idade certa.
No Grupo de Pesquisa LEETRA, na Universidade Federal de São Carlos, temos nos
voltado à realização de ações que buscam corresponder a esses dois desafios, seja na pesquisa
voltada à produção de livros bilingues para utilização na educação de aldeia, mas também nas
escolas regulares, seja na participação no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa –
PNAIC/UFSCar. Neste momento, com a publicação deste livro de leitura, buscamos na verdade
casar ações para o enfrentamento das duas problemáticas, juntando nossos esforços com aqueles
dos professores e educadores do Alto Rio Negro, assim como daqueles envolvidos na proposta
interinstitucional “Programa Terra das Línguas”.
E qual é, de toda forma, a importância de um Livro de Leitura bilingue como este que
estamos publicando? Como se espera que ele seja utilizado? Existe uma forma mais adequada
para se utilizar um livro didático?
Nossos estudos em torno dos temas de alfabetização e letramento costumam, por um
lado, ser avessos à utilização de cartilhas: isso porque, nesse caso, a crítica se volta àquelas
cartilhas do tipo “Eva viu a uva”, que estariam muito distantes da realidade efetiva de grande
parte das crianças brasileiras. Também reconhecemos que muito material pode e vem sendo
produzido com bastante eficácia pelos próprios professores que, conhecedores das necessidades
e interesses de seus alunos, encontram maneiras muito mais adequadas para motivá-los para a
aprendizagem da leitura e da escrita.
No caso de livros blingues como este nheegatu/português – produzido por jovens
estudantes indígenas do Alto Rio Negro - vemos na sua utilização em sala de aula diversas
vantagens para o trabalho pedagógico:
1. Contribui para a implementação da lei 11.465/08, que tornou obrigatório o ensino
da história e da cultura dos povos indígenas em todas as escolas públicas e
particulares brasileiras, ou seja, nas escolas de aldeia, mas não apenas nelas;
2. seja na Educação Indígena Diferenciada, seja nas escolas regulares, de toda forma
muitas vezes os próprios professores não possuem todo o conhecimento das línguas
indígenas, já que elas se encontram em processo de revitalização e a existência de
livros didáticos bilingues pode contribuir – e muito – para sua redescoberta por
todos, tanto pelos professores, quanto pelos alunos;
3. de forma simples e didática, este livro não apresenta palavras isoladas ou
descontextualizadas: foram escolhidas palavras representativas de certas
sonoridades da língua nheengatu e que são inseridas em frases e textos ambientados
na realidade indígena. Ou seja: espera-se que as crianças se sintam familiarizadas
com as situações apresentadas e, com isso, aprendam e memorizem com facilidade
as palavras da língua nheengatu – sendo que a maioria elas já conhecem, já
escutaram na convivência com outras crianças e com sua família.
4. É interessante notar que o livro também comporta textos que remetem a situações
da vida urbana, ou seja, aos indígenas reais que hoje habitam em nosso território,
seja na zona rural, seja na zona urbana.
E qual é a melhor maneira de utilizarmos este livro?
Em primeiro lugar, é interessante que o(a) professor(a) junto com seus alunos usem de
curiosidade para folhear o livro inteiro, conhecer as diversas partes de que é composto. Verão
que há 17 lições iniciais, contemplando uma letra do alfabeto e um determinado som da língua.
Em seguida aparecem sete situações cotidianas, que misturam afazeres próprios da vida rural e
da vida urbana, com atividades de cada dia da semana. Seguem alguns exercícios bem
convencionais de preenchimento com números, alguns vocabulários com pronomes e nomes de
pessoas da família, depois uns balõezinhos como das Histórias em Quadrinhos, com diálogos,
um Caça-Palavras e por fim um glossário, que é um pequeno dicionário. Olhe tudo isso com
seus alunos logo no início das aulas, assim eles terão noção de toda a estrada que vão percorrer.
Essa estrada não precisa ser percorrida página a página, primeiro uma depois a outra. O ideal é
ir sempre investigando tudo, olhando tudo, aprendendo um pouco aqui, um pouco ali, como nós
fazemos na nossa vida cotidiana, com curiosidade, olhando um pouco de tudo.
Outra metodologia interessante é aquela de inventarem juntos algumas atividades para
desenvolverem com base em cada nova lição: é o que chamamos de Trabalho com Projetos, e
quando estamos trabalhando com as crianças para que aprendam cada vez mais a ler e escrever
nas duas línguas, então chamamos isso de um Projeto de Letramento.
Vamos pegar a primeira lição como exemplo e pensar juntos em como trabalhar com
ela.
Para começar, o(a) professor(a) pode conversar com as crianças, perguntando o que
sabe do akará: alguém já pescou acará? Onde o acará vive? É verdade que ele fica no meio dos
galhos? Que outros peixes vocês já pescaram? Vai surgir muita história, e é importante dar
margem para essas histórias, não se importar em gastar um pouco de tempo da aula com essa
contação de histórias, pois contar histórias em qualquer língua ajuda a criança a se descontrair, a
perder o medo e a se envolver melhor nas atividades escolares. Invente também atividades reais,
como uma pescaria, ou a tecelagem de um cesto (para a lição sobre “urutú”), ou atividades
escolares com o desenho, com argila, com pintura e música. O professor imaginativo e
comprometido com suas crianças pode inventar com elas musicazinhas para cantarem juntos a
cada lição: uma cantiga para o akará, outra para a igara, e assim vai! Notem que as palavrinhas
que acompanham cada lição também precisam ser contextualizadas, elas não podem ser
apresentadas assim, avulsas, para as crianças decorarem. O ideal é formar frases com elas – vá
pedindo a ajuda das próprias crianças e vendo com elas que frase é possível formar com cada
palavra – mesmo que elas misturem as duas línguas. Se suas crianças ainda não dominam a
escrita, nem conseguem ler, então você mesmo(a) escreve na lousa para elas. Escreva, não deixe
de ler e de escrever, pois isso vai motivar a curiosidade e o interesse delas: elas vão querer
imitar o(a) professor(a) e vão acabar aprendendo também a ler e escrever – quando você menos
esperar por isso!
De início, não faz mal se as crianças produzirem frases mistas, bilingues: “ O akará está
upaka”. Depois elas vão perceber que “Akará upaka” já é suficiente, a língua nheengatu não
precisa do “está” como acontece na língua portuguesa.
Inspiradas nos diálogos que aparecem em balõezinhos, as crianças podem inventar
histórias em quadrinhos para cada lição: fazer os quadrinhos, desenhar personagens, inventar
frases para colocar nos balõezinhos para cada personagem, seja usando a língua portuguesa, seja
usando o nheengatu.
Bom trabalho, hein? Depois vou querer ver tudo o que você produziu com suas crianças
usando este Livro de Leitura Yasú Yapurugitá nheegatú!

Professora Maria Sílvia Cintra Martins – Grupo LEETRA - UFSCar


SUMÁRIO

Lição 1 – AKARÁ...........................................................................................................16

Lição 2 – YERIMŨ.........................................................................................................17

Lição 3 – IGARA...........................................................................................................18

Lição 4 – URUTÚ...........................................................................................................19

Lição 5 – YURÁ..............................................................................................................20

Lição 6 – WAKURAWÁ................................................................................................21

Lição 7 – BUKUKURI....................................................................................................22

Lição 8 – DARIDARÍ......................................................................................................23

Lição 9 – GARAPÉ.........................................................................................................24

Lição 10 – KABIÚ..........................................................................................................25

Lição 11 – NHEẼGÁI.....................................................................................................26

Lição 12 – NÃNÃ...........................................................................................................27

Lição 13 – MUKAẼTÁWA............................................................................................28

Lição 14 – PAKUWA......................................................................................................29

Lição 15 – RAMŨI2........................................................................................................30

Lição 16 – SAPUKAIA...................................................................................................31

Lição 17 – TIPITÍ............................................................................................................32
Lição 18 – XIBÉ..............................................................................................................33

Lição 19 – YASERUKASÁ TÁ TIWAÁ AYKWÉ SIÍYA YASERUKA ARAMA


TAPUPÉ..........................................................................................................................34

Lição 20 – ARA-ITÁ.......................................................................................................39

Lição 21 – PAPAISÁ......................................................................................................46

Lição 22 – ANAMAITÁ.................................................................................................52

Lição 23 – YASIKÁI SERUKASÁ-ITÁ.........................................................................57

GLOSSÁRIO NHEẼGATÚ-PORTUGUÊS...................................................................58
AKARÁ
a A

e E

i I

u U
Fonte. Escola Pastor Jaime desenho de Arcindo Plácido: EJA, 2011.

AKARÁ YEPÉ PIRÁ SEÉ WAÁ YÃBAÚ ARAMA. AÉ UGUSTÁI UIKÚ


SAKAYTIWA TARUPÍ, ASUÍ ŨBAÚ DARAKUBÍ ASUÍ KAMARÃU. MAIRAMẼ PARANÃ
UTIKÃGA, IXÉ APINAITIKA AKARÁ PĨDAÍWA UPÉ ASUI KAMURÍ UPÉ.

O ACARÁ É UM PEIXE QUE É GOSTOSO PARA AGENTE COMER. ELE GOSTA


DE FICAR ENTRE OS GALHOS SECOS DA BEIRA DO RIO E COME MINHOCA E
CAMARÃO. QUANDO O RIO SECA EU PESCO ACARÁ COM A VARA DE PESCAR E
COM O CAMURIM.

SERUKASÁ-ITÁ

AKARÁ UKA AWÍ

ARAWÉ ARA

IRARA UPAKA AĨTÁ

16
YERIMŨ

a A

e E

i I

u U

Fonte: Comunidade Ilha das Flores, Alto Rio Negro, 2012.

AYKWÉ SIYÍA YERIMŨ NŨGARA. MAIRAMÉ PARANÃ UTIKÃGA, YERIMŨ


MITIMA UYUMUNHÃ. TÁ SEÉ RETANA, ŨBAÚ ARÃ KUMÃDAMIRĨ IRŨMU, ASUÍ
SUKWERA IRŨMU.

HÁ MUITOS TIPOS DE JERIMUM. QUANDO O RIO SECA, A PLANTAÇÃO DE


JERIMUM CRESCE. ELES SÃO MUITO GOSTOSOS PARA COMER COM FEIJÃO E
COM CARNE.

SERUKASÁ-ITÁ

NHEẼGÁI YEPÉ EẼ

NHEẼ ERÉ

MEẼ YERIMŨ ERÉKATU


17
IGARA

a A

e E

i I

u U

Fonte. Escola Pastor Jaime desenho de Arcindo Plácido: EJA, 2011.

KWÁ MIRĨ SE IGARA, SE PAYA UMUYÃ IXÉ ARAMA. MUÍRI ARA ASÚ
APINAITIKA IRŨMU GARAPÉ KITÍ. MAIRAMÉ GAPENŨ UPISIKA IXÉ, SE IGARA
MIRĨ UPU-PURI. YAWERAMA, ASAISÚ KWÁ SE IGARA MIRĨ.

ESTA É MINHA PEQUENA CANOA, QUE MEU PAI FEZ PARA MIM. TODOS OS
DIAS EU VOU PESCAR COM ELA NO IGARAPÉ. QUANDO O BANZEIRO ME ATINGE
MINHA CANOINHA FICA PULANDO. POR ISSO EU AMO ESSA MINHA CANOINHA.

SERUKASÁ-ITÁ

IWIRA IKWEMA IPAWA

ITÁ IRA AÍ

18
URUTÚ
a A

e E

i I

u U
Fonte Escola Municipal Pastor Jaime, desenho de Arcindo Plácido, EJA 2011

AITÉ KWÁ URUTÚ, YAMUNHÃ AÉ WARUMÃ IRŨMU. YAMUNHÃ ARAMA AÉ, YASÚ
IAYUKA WARUMÃ KAÁ KITÍ. ASUÍ YAKARAĨ IAÃ WARUMÃ, YAKITIKA SESÉ XIXÍ IRŨMU
TATÁ TIKÚ, UPITÁ ARAMA PIXUNA, ASUÍ URIKÚ IRŨMU UPITARAMA PIRÃGA. ASUÍ
YAÃPUKA AÉ YAYUKA ARAMA I BUXU. YAYUKA PÁ I BUXU, APE YAIUPIRÚ YAMUNHÃ AÉ.

ESTE É O URUTU, O FAZEMOS COM O ARUMÃ. PARA FAZÊ-LO VAMOS PEGAR O


ARUMÃ NO MATO. DEPOIS RASPAMOS O ARUMÃ, RALAMOS COM “XIXÍ” DERRETIDO
PARA FICAR PRETO E COM URUCUM PARA FICAR VERMELHO. DEPOIS ROMPEMOS O
ARUMÃ PARA RETIRAR SUAS FIBRAS INTERNAS. RETIRAMOS TODAS AS SUAS FIBRAS
INTERNAS E ENTÃO COMEÇAMOS A FAZER O URUTU.

SERUKASÁ-ITÁ

URUBÚ UKA UMARÍ


URUMÃ PÚya YA

YURÁ ye YE

19
yu YU
y

Fonte: Escola Pastor Jaime, desenho de Cleunice Rodrigues, EJA 2011

YURÁ MAMÉ YAMUTIKÃGA WAÁ MEYÚ, PURÃGA YUÍRI YAMUNHÃ YURÚ


IGARA UPÉ, ASUÍ YAXÁRI ARAMA YANÉ KUYA TÁ. PURÃGA YAMUNHÃ YURÁ
PAXÍWA IRŨMU ASUÍ MIRAÍ TÁ IRŨMU.

O JIRAU É ONDE NÓS DEIXAMOS O BIJU PARA SECAR. TAMBÉM É BOM


FAZERMOS JIRAU NA CANOA E TAMBÉM PARA DEIXARMOS NOSSAS CUIAS. É
BOM FAZERMOS O JIRAU COM PAXIUBA OU COM VARAS.

SERUKASÁ-ITÁ

YEYÚ YUÚ YAWARATÉ

YUPARÁ YAPĨ

YAWARA YAPÚ YAPARA


wa WA
WAKURAWÁ
we WE

20
wi WI
w

W
Fonte: Escola Pastor Jaime desenho de Gilberto Guilherme, EJA 2011.

WAKURAWÁ YEPÉ WIRÁ UGUSTÁI WAÁ ŨBAÚ MERU-ITÁ. AÉ UNHEẼGÁI


AYKWÉ RAMÉ YASÍ. YANDÉ TI YÃBAUWÉRA KWÁ WIRÁ.

O BACURAU É UM PÁSSARO QUE GOSTA DE COMER MOSCAS. ELE CANTA


QUANDO TEM LUA. NÓS NÃO COSTUMAMOS COMER ESTE PÁSSARO.

SERUKASÁ-ITÁ

WAKARÁ WIRÃDÉ WITI

WARÁ WIRÁ AWÍ

WAKÚ WARIWA WATURÁ

WIRAMIRĨ IWISÉ IWAPIXUNA

BUKUKURI

21
ba BA
b be BE

bi BI

B bu BU

Fonte. Escola Pastor Jaime, desenho de Cleunicia Rodrigues EJA,2011

BUKUKURI YEPÉ WIRÁ PITUNA RAMÉ WARA. AÉ URUKÚ SESÁ TÁ TURUSÚ,


UGUSTÁI UNHEẼGÁI PITUNA RAMÉ. MIRA TÁ ŨBEÚ PAÁ MAIRAMÉ UNHEẼGÁI YANÉ
RUKA RWAKÍ IAÃ PAÁ MARAŨNA.

A CORUJA É UM PÁSSARO NOTURNO. ELA TEM OS OLHOS GRANDES E GOSTA DE


PIAR À NOITE. DIZEM QUE QUANDO ELA PIA PERTO DA NOSSA CASA É SINAL DE MAU
AGOURO.

RESEKUKA

BAWARI BUKUKURI BARURÍ

BITIRU BARAKA BUXU

BUYA BAKU BULA

BATI BAXU

DARIDARÍ da DA

de DE

di DI
22
du DU
d

Fonte: Escola Pastor Jaime, desenho de Cleunicia Rodrigues, EJA 2011.

DARIDARÍ USASÁ ARA PUKUSÁ UNHEẼGÁI. MAIRAMÉ USAÃ KURASÍ ARA


RAMÉ UNHEẼGÁI PIRI, NHAÃSÉ AÉ UGUSTÁI UNHEẼGÁI.

A CIGARRA PASSA O DIA CANTANDO. QUANDO ELA SENTE QUE O DIA


SERÁ DE SOL ELA CANTA MAIS PORQUE ELA GOSTA DESSES DIAS DE SOL.

SERUKASÁ-ITÁ

DARAPÍ DEDU PĨDÁ

DAKIRÚ DARAKUBÍ SẼDÚ

DABUKURÍ DAWIKÚ PURÃDÚ

DUMÉ DARABÍ

GARAPÉ
ga GA

gi GI

gu GU 23
g

Fonte Escola Pastor Jaime, desenho de Cleunice Rodrigues, EJA, 2011

TẼDÁ WASÚ SERA WAÁ BUA VISTA, YARA SUÍ MIRĨ SẼDÁ SUÍ, AYKWÉ YEPÉ
GARAPÉ WASÚ SERA WAÁ IRAITÍ. NHAÃ GARAPÉ WASÚ APEKATÚ USÚ, SAPIRA KITÍ
AIKWÉ MAKAKA BARIGUDU. UTIKÃGA RAMẼ PARANÃ PURÃGA IAPINAITIKA RAMÉ
YAKŨDÁ DUMÉ ASUÍ TUKUNARÉ.

UM POUCO DEPOIS DA COMUNIDADE BOA VISTA, SUBINDO O RIO IÇANA, HÁ UM


GRANDE IGARAPÉ CHAMADO IRAITÍ. ESTE IGARAPÉ GRANDE VAI LONGE. INDO EM
DIREÇÃO À SUA CABECEIRA HÁ MACACOS BARRIGUDOS. QUANDO ESTE IGARAPÉ SECA
É BOM PARA PESCARMOS JACUNDÁ, DUMÉ E TUCUNARÉ.

SERUKASÁ-ITÁ

GARAPÁ GARAPA

GALU GAGALUNA

GAPENŨ NHEẼGATÚ

KUBIÚ

24
ka KA

ke KE
k
ki KI

ku KU
K Foto: Cartilha Medicina Tradicional, Escola sala de Extensão de
Ensino Médio, Taína Rukena, comunidade Boa Vista, 2009.

MAIRAMÉ SEISÍ ASAÃ, APE AÚ XIBÉ SE KUYA UPÉ. SE MANHA URIKÚ SIÍYA KUIA,
YAÚ ARAMA XIBÉ, KARIBÉ, MĨGAÚ.

QUANDO EU ESTOU COM SEDE, EU TOMO XIBÉ NA MINHA CUIA. MINHA MÃE
TEM MUITAS CUIAS, PARA TOMARMOS XIBÉ, CARIBÉ E MINGAU.

SERUKASÁ-ITÁ:

KURARA KWATÍ KAWRÉ

KINHA KIWA KISÉ

KAAPARA KAMUTÍ KUNHÃ

KUXIMA KAWẼRA KAAPURA

NHEẼGÁI nha NHA

nhe NHE

nhi NHI
25
nhu NHU
nh

NH

MIRA-ITÁ, WIRÁ-ITÁ, DARIDARÍ YUÍRI UNHEẽGÁI, TÁ YURÚ IRŨMU. SIYÍA


NHEẽGÁISÁ UXÁRI MIRÁ-ITÁ SURÍ RETANA. YEPÉ YEPÉ MIRA UGUSTÁI UPURASI
NHEẽGÁISÁ IRŨMU.

AS PESSOAS, OS PÁSSAROS E AS CIGARRAS CANTAM, COM SUAS BOCAS.


MUITAS CANÇÕES DEIXAM AS PESSOAS MUITO FELIZES. ALGUMAS PESSOAS
GOSTAM DE DANÇAR COM AS CANÇÕES.

SERUKASÁ-ITÁ

NHAÃ NHEẼGATÚ NHÃRÚ

NHAÃSE NHUNTU

NÃNÃ
na NA

ne NE

ni NI
26
nu NU
n

Fonte: Escola Pastor Jaime, desenho Cleunice Rodrigues Cordeiro. EJA 2011

SE MANHA UITIMA NÃNÃ KUPIXAWA UPÉ. NÃNÃ PURÃGA YAÚ ARAMA


YAWẼTU ASUÍ PURÃGA MĨGAÚ ARAMA YUIRI. AYKWÉ SIÍYA NÃNÃ NŨGARA TÁ.
PURÃGA USEMU MAMÉ IWÍ YUMUNÁI WAÁ PRAIA IRŨMU.

MINHA MÃE PLANTA ABACAXI NA ROÇA. O ABACAXI É BOM PARA


COMERMOS PURO E TAMBÉM PARA FAZERMOS MINGAU. HÁ MUITOS TIPOS DE
ABACAXI. ELE CRESCE BEM ONDE HÁ TERRA MISTURADA COM AREIA.

SERUKASÁ-ITÁ

NÃBÍ NARINARÍ
NÃNÃ NŨGARA

MUKAẼTÁWA ma MA

me ME

mi MI
27
mu MU
m

Fonte: Escola Pastor Jaime desenho de Cleunicia Rodrigues. EJA, 2011

KWÁ SE MUKAĨTÁWA AMUKAẼ ARAMA PIRÁ. MAIRAMÉ ASÚ APINAITIKA


GARAPÉ KITÍ, AMUNHÃ SE MUKAĨTÁWA ARUI ARAMA MUKAẼ SE RUKA KITÍ
ŨBAÚ ARAMA.

ESTE É O MOQUÉM QUE USO PARA MOQUEAR PEIXE. QUANDO EU VOU


PESCAR NO IGARAPÉ EU FAÇO MEU MOQUÉM. DEPOIS EU TRAGO ELE PARA
CASA PARA PODER MOQUEAR MINHA COMIDA.

SERUKASÁ-ITÁ

MEYÚ MAKAKA
MARIKA

MUKUĨ MIRITÍ pa
MIKURA PA
MIXIRI MIRÍ MIRAÍ
pe PE
MAKIRA MAKÚ MAKU
pi PI
PAKUWA
pu Pu
p

28
P
Foto: Cartilha Medicina Tradicional, Escola sala de extensão
de Ensino Médio Taína Rukena, comunidade Boa vista, 2009.

KWÁ IWÁ SERÁ PAKUWA, SE MANHA UITĨMA AÉ KUPIXAWA UPÉ. SIÍYA


NŨGARA AYKWÉ PUKUWA: INAYÁ PUKUWA, WARIWA PAKUWA, IPUKUWAÁ
PAKUWA, AYKWÉ XĨGA RE AMŨNŨGARA TÁ.

ESTA FRUTA SE CHAMA BANANA. MINHA MÃE PLANTA BANANAS NA ROÇA. HÁ


MUITOS TIPOS DE BANANA: BANANA-INAJÁ, BANANA-GUARIBA, BANANA-
COMPRIDA, ENTRE OUTROS.

SERUKASÁ-ITÁ

PĨDÁ PIXUNA PITUWA

PARANÃ PIXANA PIRAÍWA

PAKUWA PURÃGA PERERA

PIRÁ
RAMŨI
PUXUERA PEPÚ

29
ra RA
r
re RE

ri RI
R ru RU

YANÉ RAMŨI-ITÁ SUÍ UNASERI YANÉ ANAMA-ITÁ. AÉ APIGÁ TUYUÉ


UPUDERI USASÁ SIÍYA MAÃ-ITÁ PURÃGA YANÉ ARÃ, MAYÉ YANÉ ARÍA YAWÉ.
YANÉ, PISASU PÍRI, TKI USẼDU TÁ BẼBẼSÁ, NHAÃSE TÁ ŨBUESARA-ITÁ PURÃGA
RETANA.

DO NOSSO AVÔ NASCERAM NOSSOS PARENTES. ELE É UM HOMEM VELHO


QUE PODE PASSAR MUITAS COISAS BOAS PARA NÓS, ASSIM COMO A NOSSA AVÓ.
NÓS, QUE SOMOS MAIS JOVENS, TEMOS QUE OUVIR OS ENSINAMENTOS DE
NOSSOS AVÔS E AVÓS, PORQUE ELES SÃO PROFESSORES MUITO BONS.

SERUKASÁ-ITÁ

RÚRI RAMÉ RIMIRIKÚ

RETANA
SAPUKAYA
RERA RASÚ RẼDÁ sa SA
s se SE

si SI
30
S su SU
Fonte: Escola Pastor Jaime desenho de Gilberto Guilherme, EJA 2011.

SAPUKAYA YEPÉ WIRÁ TẼDÁ WARA, MIRA UMUKIRÁI WAÁ. SE MANHA


UMUKIRÁI SIÍYA SAPUKAYA MAIRAMÉ TI YARIKÚ MAÃ YÃBAÚ ARAMA, APE
YÃBAÚ SAPUKAYA. ASUÍ PURÃGA YÃBAÚ ARAMA SUPIÁ TÁ.

A GALINHA É UMA AVE DOS SÍTIOS, QUE AS PESSOAS CRIAM. A MINHA MÃE CRIA
MUITAS GALINHAS. QUANDO NÃO TEMOS OUTRAS COISAS PARA COMER,
COMEMOS GALINHA. TAMBÉM É BOA PARA COMERMOS SEUS OVOS.

SERUKASÁ-ITÁ

SAWIYÁ SURUBÍ SĨBÁ

SIÍYA SAKWENA SẼDÁ

SARAPÚ SIKWÉ SEĨMA


TIPITÍ
ta TA

te TE

ti TI

tu TU 31
t

Fonte: Escola Pastor Jaime, desenho da Cleunice Rodrigues, EJA 2011

KWÁ TIPITÍ PURÃGA YATIPIKA ARAMA MASA. YAPUDERI ARAMA


YAMUNHÃ UWÍ MEYÚ, ASUÍ MASUKA. YAPUDERI IAMUNHÃ AÉ WARUMÃ IRŨMU,
ASUÍ YASITARA IRŨMU.

O TIPITÍ É BOM PARA ESPREMERMOS A MASSA PARA PODERMOS FAZER


FARINHA, BIJU E MASSOCA. NÓS PODEMOS FAZÊ-LO COM ARUMÃ E COM
JACITARA.

SERUKASÁ-ITÁ

TAPIRA TAYÁ TARIRA

TIARA TIPÍ TEYÚ


xá XA
XIBÉ
xe XE

xi XI
32
xu XU
x

X
Fonte: Escola Pastor Jaime, desenho de Cleunicia Cordeiro. EJA 2011

XIBÉ AITÉ YANÉ RĨBIÚ KWARUPÍ, MAIRAMÉ YASÚ YAPINAITIKA, YASÚ


YAKASÁI KAÁ KITÍ, YASÚ RAMÉ YUIRI KUPIXAWA KITÍ, TI YAPUDERI YANÉ
RESARÁI YARASÚ UWÍ, NHAÃSÉ AITÉ XIBÉ ARAMA WAÁ.

O XIBÉ, POR AQUI, É O NOSSO ALIMENTO. QUANDO VAMOS PESCAR,


QUANDO VAMOS CAÇAR NO MATO, E TAMBÉM QUANDO VAMOS PARA A ROÇA
NÃO PODEMOS NOS ESQUECER DE LEVAR FARINHA PARA FAZERMOS XIBÉ.

SERUKASÁ-ITÁ

XIRURA XĨGA XIRU

XIPÚ XĨBIÚ KUXIÍMA

XIBUÍ XIMIRIKÚ PUXUWERA

XUKUI XIXÍ IPUXÍ

33
YASERUKASÁ TÁ TIWAÁ AYKWÉ SIÍYA
YASERUKA ARAMA TAPUPÉ

J, L, F e Z

TI AYKWÉ SIÍYA SERUKASÁ YÃPINIMA WAÁ-ITÁ KWÁ-ITÁ


YŨPINIMASÁ RUPIÁRA IRŨMU. YAMUKAMẼ IKÉ YEPÉ YEPÉ TÁ SUÍ: JI,
LAPIRI, LERI, LAGU, FAIU, FÍ, ZARUZARÚ, ZÍ.

NÃO EXISTEM MUITAS PALAVRAS ESCRITAS COM ESSAS LETRAS.


MOSTRAMOS AQUI ALGUMAS DELAS: JÍ, LAPIRI, LERI, LAGU, FAIU, FÍ,
ZARUZARÚ, ZÍ.

34
já je ji ju
jJ
JA JE JI JU

KWÁ JÍ, SIÍYA I NŨGARA. TÁ AYKWÉ JÍ UMUNHÃ KUPIXÁ ARÃ,


UMUNUKA MIRÁ-ITÁ RIRÉ. JÍ-ITÁ AWAITÉ RETANA, NHAÃSÉ SASÍ
UMUNUKA RAMÉ IANÉ PIRERA.

ESTA É O MACHADO. EXISTEM MUITOS TIPOS. ELES EXISTEM PARA


FAZER A ROÇA, DEPOIS DE CORTAR AS ÁRVORES. MACHADOS SÃO MUITO
PERIGOSOS, POIS QUANDO CORTAM NOSSA PELE DÓI BASTANTE.

35
l L

la le li lu

LA LE LI LU

LAPIRI: YASERUKA YEPÉ MIRA TI WAÁ YANÉ ANAMA, TI WAÁ


YAKWÁ MAYÉ YAMUKWEMA, YAMUKARUKA, YAWÉ USÚ.

NÓS CHAMAMOS DE LAPIRI UMA PESSOA QUE NÃO É NOSSO


PARENTE, QUE NÃO CONHECEMOS. ASSIM QUE CUMPRIMENTAMOS ESSA
POESSA, NÓS JÁ VAMOS EMBORA.

36
fa fe fi fu
f F
FA FE FI FU

YANÉ YANHEẼ FAYÚ YEPÉ MIRA UPUTÁI UPISIKA YEPÉ YEPÉ MAÃ,
MA TI UPISIKA KWÁ MAÃ

NÓS DIZEMOS FAYÚ QUANDO UMA PESSOA QUER PEGAR ALGUMA


COISA, MAS NÃO CONSEGUE PEGAR ESSA COISA.

37
za ze zi zu
z Z
ZA ZE ZI ZU

ZARUZARÚ YEPÉ IWA-ITÁ UPITÁ GARAPÉ UPÉ. PIRÁ-ITÁ USU


MAKITÍ, PARANÃ UIKÚ TERESEMU RAMÉ.

ZARUZARÚ É UM CONJUNTO DE PLANTAS QUE FICAM NO IGARAPÉ.


OS PEIXES VÃO PARA LÁ QUANDO O RIO ESTÁ CHEIO.

38
ARA-ITÁ

MURAKIPÍ

MURAKIPÍ RAMÉ AÉ UPETEKA I ANAMA-ITÁ MUNHAMUNDÉWA.


AĨTÁ MUNHAMUNDÉWA AMANIÚ SUIWARA. AYKWÉ MUNHAMUNDÉWA
MIRĨ, MUNHAMUNDÉWA-WASU YUÍRI.

SEGUNDA-FEIRA, ELA BATE A ROUPA DE SEUS FAMILIARES. A


ROUPA DELES É DE ALGODÃO. HÁ ROUPAS PEQUENAS E ROUPAS
GRANDES TAMBÉM.

39
MURAKIMUKŨI

MURAKIMUKŨI RAMÉ, AÉ UMUSIMA MUNHAMUNDÉWA ITAETÉ


SAKÚ IRŨMU.

TERÇA-FEIRA ELA PASSA A ROUPA COM FERRO.

40
MURAKIMUSAPIRI

MURAKIMUSAPIRI RAMÉ, MARIA USU KAÁWASU KITÍ URÚRI


ARAMA YEPEÁWA I MENA IRŨMU. I MENA URASÚ TURUSÚ YEPEÁWA.

NA QUARTA FEIRA MARIA VAI À MATA PARA TRAZER LENHA COM


SEU MARIDO. SEU MARIDO CARREGA MUITA LENHA.

41
SUPAPÁ

SUPAPÁ RAMÉ, MARIA UPEÍRI UKARA SUPIXÁWA PYASÁWA


SUIWARA IRÚMU.

NA QUINTA-FEIRA, MARIA LIMPA O QUINTAL COM UMA VASSOURA


DE PIAÇABA.

42
YUKWAKÚ

YUKWAKÚ RAMÉ, MARIA USU TAWA KITÍ UPIRIPANA ARAMA TĨBIÚ.

NA SEXTA-FEIRA MARIA VAI À CIDADE PARA COMPRAR COMIDA.

43
SAURÚ

SAURÚ RAMÉ, MARIA UMYASUKA MEMŨITENDÁWA, YASUKASÁWA,


UKAPITÁ, MBAURENDAWA, WAPIKASÁWA RUKA YUÍRI.

NO SÁBADO, MARIA LIMPA A COZINHA, OS QUARTOS, O BANHEIRO,


A MESA E A SALA.

44
MITUÚ

MITUÚ RAMÉ MARIA USU TUPAÚKU KITÍ I ANAMA-ITÁ IRŨMU. MISA


UPAWA RAMÉ, MARIA UYEUÍRI UKA KITÍ.

DE DOMINGO, ELA VAI À IGREJA COM SEUS FAMILIARES. QUANDO A


MISSA ACABA, ELA VOLTA PARA CASA.

45
PAPAISÁ

1 Yepé - Um

2 Mukũi - Dois

3 Musapíri - Três

4 Irũdi - Quatro

5 Pu - Cinco

6 Pu yepé - Seis

7 Pu mukũi - Sete

8 Pu musapíri - Oito

9 Pu irũdi - Nove

10 Mukũi pu - Dez

46
Aykué mukũi pu igara.

Há dez canoas.

Aikué_____________________.

Há três machados.

47
Aikué_______________________.

Há nove vassouras.

Aikué_______________________.

Há dois pratos.

48
Aikué_______________________.

Há cinco cajus

Aikué_________________________.

Há seis flores.

Aikué_________________________.

Há oito abacaxis.

49
Aikué________________________.

Há quatro meninos.

Aikué________________________.

Há sete cadeiras

50
Aikué________________________.

Há um velho.

51
ANAMAITÁ

Se paya Ne paya Yane paya Pe paya

Meu pai Teu pai Nosso pai Vosso pai

Se manha Ne manha Yane manha Pe manha

Minha mãe Tua mãe Nossa mãe Vossa mãe

Se mu Ne mu Yane mu Pe mu

Meu irmão Teu irmão Nosso irmão Vosso irmão


(de homem)

Se rẽdira Ne rẽdira Yane rẽdira Pe rẽdira

Minha irmã Tua irmã Nossa irmã Vossa irmã


(de homem e de mulher)

Se kiwira Ne kiwira Yane kiwira Pe kiwira

Meu irmão Teu irmão Nosso irmão Vosso irmão


(de mulher)

Se raíra Ne raíra Yane raíra Pe raíra

Meu filho Teu filho Nosso filho Vosso filho


(de homem)

Se mĩbira Ne mĩbira Yane mĩbira Pe mĩbira

52
Meu filho Teu filho Nosso filho Vosso filho
(de mulher)

Se tutira Ne tutira Yane tutira Pe tutira

Meu tio Teu tio Nosso Tio Vosso Tio

Se aixé Ne aixé Yane aixé Pe aixé

Minha tia Tua tia Nossa tia Vossa tia

Se ramũi Ne ramũi Yane ramũi Pe ramũi

Meu avô Teu avô Nosso avô Vosso avô

Se aría Ne aría Yane aría Pe aría

Minha avó Tua avó Nossa avó Vossa avó

53
MAÃ

54
55
56
YASIKÁI SERUKASÁ-ITÁ

57
GLOSSÁRIO NHEENGATÚ-PORTUGUÊS

Lição 1 - A
Eẽ -sim
Akará – acará, espécie de peixe. Eré – certo!
Amana - chuva
Erékatu – muito bem, certo!
Arawé – barata
Auí – agulha
Ara – dia, claridade Lição 3 - I

Aĩtá – eles
Irara – espécie de animal Igara – canoa

Kamurí – boiador para pesca Ikwema - Amanhecer

Mbaú – comer Ipawa – pequena quantidade de água

Pindaíwa – vara de pescar presa nas partes mais baixas de um terreno

Pirá - peixe abeira de um rio.

Sakaitiwa – galhos caídos na beira do rio Ipũga - Inchado

Seé - gostoso Ira – abelha

Uka – casa Irũmu – com ele


Ixé - eu

Lição 2 – E Itá - pedra


Itakuara – buraco de pedra

58
Iwá - fruta Yará – espécie de palmeira que fica nas
Iwí - terra partes alagadas, nos igapós.
Iwíra – árvore usada como corda Yeyú – espécie de peixe, parente da
Traíra.
Lição 4 – U Yumunhã - crescer
Yuú - espinho
Rikú - ter Yupará – espécie de macaco que anda à
Umarí – espécie de fruta noite.
Urukú - Urucum Yurá – jirau
Urumã – espécie de peixe. Yurú - boca
Urutú – cesta feita de fibra de arumã. Yurumũ – Jerimum.
Kumãdamirĩ - feijão
Lição 5 – Y Mutikãga – secar
Sukwera – carne
Yawara - cachorro
Yawareté - onça Lição 6– W
Yawerama – por isso
Yãdú - aranha Waá - que
Yapara – torto Wariwa – Guariba, espécie de macaco
Yapú – uma pessoa que está de barriga bujiu.
cheia, saciada. Também é nome de uma Wakurawá – Bacurau, espécie de ave
espécie de pássaro que anda em bandos. Wakará – Garça

59
Wará – espécie de fruta, parente da Buya - cobra
castanha, presente na beira do rio. Bukukurí – coruja
Wakú – espécie de árvore de grande Rwakí – perto de algo
porte, encontrada em terra firme, cujas
raízes são muito alongadas. Lição 8 – D
Waturá – Uaturá, cesto de talos de cana
Wirá - pássaro Dawikú – espécie de madeira muito
Wiramirĩ – passarinho resistente, para fazer arcos e cabos de
Wirãdé – amanhã zagaia.
Witi – espécie de passarinho preto Darapí – prato de barro
Ti – não Darakubi – espécie de minhoca usada
como isca
Lição 7 – B Daridarí – cigarra
Dakirú – espécie de peixe noturno
Baku – Lontra Dumé – espécie de peixe Araku
Barurí – Folha de planta com a qual se
faz tabaco Lição 9 – G
Bati – Bati, um tipo de balaio.
Bawarí – espécie de peixe Acará. Apekatú - longe
Bitiru – espécie de passarinho pajé, que
indica bom ou mau agouro. Yara – dele, dela.
Bula - bola Gagaluna - vagalume

60
Gapenũ – banzeiro, onda do rio. Kurara - cerca
Garapa – bebida alcoólica feita de cana Kubiyú – espécie de fruta cultivada nas
de açúcar. roças tradicionais.
Garapá - porto Kuxiíma – Antigamente, antigo.
Garapé – Igarapé
Giliru – grilo Lição 11 – NH

Lição 10 – K Yurú - boca


Nhaã – aquela, aquele
Kaapara – vasilha feita de folhas Nhaãrú – bravo
Kaapura – aquilo que é do mato Nhaãse - porque
Kamuti – vasilha feita de barro, onde se Nheẽ - dizer
armazenam líquidos. Nheẽgái - cantar
Kawuẽra - osso Nheẽgáisá – canção, música
Kinha – pimenta Nhuntu – só
Kisé - faca Panhẽ - todos, todas
Kiwa - piolho Purasí - dançar
Kuati – Cuati, espécie animal. Surí – feliz
Kuera – algo ou aquilo que já foi, que não
é mais. Lição 12 – N
Kuya - Cuia
Kunhã - mulher Nãnã – abacaxi

61
Nãbi – orelha Mukaĩtá – jirau para assar (moquear)
Narinarí – espécie de arraia peixes ou caças.
Nungara – espécie ou tipo
Lição 14 – P
Lição 13 – M
Pakúwa – banana
Makaka - macaco Paranã – rio
Makú – índio. Também poder ser a Pepu – asa
denominação dos povos maku. Perera – o nome de vocês
Mairamé - quando Pĩdá – anzol
Marika - barriga Pitúwa – fraco, preguiçoso
Makira – rede de dormir Piraíwa – piraíba, a maior espécie de
Meẽ - dar peixe de couro da América do Sul.
Meyú – beiju Pixana - gato
Miraí – Vara de corda Pixuna – preto
Mikura – mucura, gambá. Purãga – bom, bonito
Mirĩ - pequeno Purũgitá - falar
Mirití - buriti Puxuera – feio, ruim
Mixiri – assado
Mukaẽ – peixe ou caça assada no Lição 15 – R
mukãitá.
Mukũi - dois Arã - para

62
Yawé – como Sakwena - cheiroso
Ũbwesara - professor Sapukaya – galinha
Bẽbeusá – história, narrativa, o que Sarapú – Sarapó, espécie de peixe liso
alguém conta Sẽima – insosso, pessoa triste
Mayé - como Sẽdá – sítio dele, a comunidade dele
Naseri –nascer Siíya – muitos
Píri – mais que Sĩbá – qualquer animal criado em
Puderi - poder estimação
Ramé - quando Sikwé – alguém ou algo que está vivo
Ramũi, Tamũi – avô Sú - ir
Rasú - levar Surubí- surubi, espécie de bagre
Rẽdá, Tẽdá – sítio, comunidade
Rera, Sera – nome Lição 17 – T
Rimirikú - esposa
Rikú - ter Tayá – espécie de planta que causa alergia
Rúri – trazer na pele das pessoas
Sasá – passar Tapira – Anta, boi e vaca.
Sẽdú – ouvir Taríra – Traíra, espécie de peixe.
Tẽki – dever, ter que fazer algo Teyú – calango
Lição 16 – S Tiara – guloso
Tipi - fundo
Sawiyá – rato Tipiti – Tipiti

63
Yepé Yepé - alguns
Lição 18 – x Faiú – expressão utilizada para dizer que
uma pessoa tentou pegar algo, mas falhou.
Xári - deixar Jí –machado
Xibé – xibé, bebida feita de água e farinha Lapiri – companheiro, pessoa que não é
de mandioca. da família.
Xibuí – minhoca Makiti – para lá, aonde
Xĩga – pouco Mirá – madeira, árvore
Ximirikú – a mulher dele Munuka - cortar
Xipú – cipó Leri - ler
Xiru - cunhado Pirera – pele
Xirura – calça Pisika – pegar
Xixí – espécie de árvore, semelhante ao pé Putái – querer
de ingá, usado para pintar as fibras de Riré – depois
arumã. Teresemu - cheio
Xukui – olha aqui Zaruzarú – grupo de plantas que ficam
na beira dos igarapés. É morada dos
Lição 19 – Letras pouco usadas em peixes em períodos de cheia dos rios.
nheengatu
Lição 20 – Dias da semana
Ikú - estar
Yawaité - perigoso Yukuakusaua - sexta-feira

64
Murakipi - segunda-feira Amũ – irmã de mulher
Murakimukũi - terça-feira Aría – avó
Murakimusapíri - quarta-feira Kyuíra - irmão de mulher
Mituú – domingo Manha - mãe
Sauru – sábado Mĩbira - filho ou filha (de mulher)
Supapá - quinta-feira Mũ - irmão (de homem)
Paya - pai
Lição 21 – Números Ramũi - avô
Tẽdira (rẽdira, sẽdira) – irmã de um
Yepé - um homem
Mukũi - dois Taíra (raíra, taíra) - filho (de homem)
Musapíri - três Taiera (filha de homem)
Irũdi - quatro Tutira (s.) – tio
Pu - cinco
Pu yepé - seis Lição 23 – Caça-palavras
Pu mukũi - sete
Pu musapíri - oito Akayu - caju, idade.
Pu irũdi - nove Buya - cobra
Mukũi pu - dez Igara - canoa
Yawareté - onça
Lição 22 – Parentesco Kuxiíma – antigo, antigamente.
Purãga – bom, bonito.

65
Sapukaya - galinha
Tipití – Tipiti, prensa de massa de
mandioca, feita de folhas de palmeira.
Xibé - bebida feita com água e farinha de
mandioca.
Wirá - pássaro

66
Boa parte deste livro contém o trabalho realizado com os alunos da escola municipal
Indígena Pastor jaime, sala de extensão do Ensino Médio e os alunos do EJA, ano de 2010. Um
trabalho realizado com objetivo de valorizar a lingua falada na comunidade Boa Vista,
oferecendo ao aluno uma oportunidade de escrever na sua própria língua, resgatando um
pouco a cultura local e consolidando a educação escolar indígena na comunidade.

67

Você também pode gostar