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MATÉRIA:
TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO
PROFESSOR:
Rev. André Silvério
Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano JMC (2004)
Mestre em Teologia Pastoral – Pregação, pelo Andrew Jumper (2015)
Doutorando em Ministério pelo Reformed Theological Seminary/CPAJ
Contatos
E-mail:
revandresilverio@yahoo.com.br
Telefone: 11-981-456-959
Facebook: André Michele Silvério
1a SEMANA – AULA 1
EMENTA DA MATÉRIA
INTRODUÇÃO
• Boa parte do ministério pastoral é dedicado à comunicação
pública, seja pregando, ministrando aula ou palestrando.
• A comunicação é o modo pelo qual o pastor doutrina, ensina,
consola e exorta a igreja. Não é exagero afirmar que, de certo
modo, todo o ministério pastoral depende da comunicação.
• Uma grande parcela dos estudos pastorais realizados no seu
gabinete é externado por meio da comunicação escrita ou
falada.
• A comunicação é algo que o pastor usará ao longo de todo o
seu ministério, indubitavelmente.
• A comunicação é uma ferramenta sine qua non ao
desenvolvimento ministerial.
• Não basta ser um exímio exegeta e hermeneuta, bem como
teólogo sistemático, é preciso saber como comunicar as
verdades do texto bíblico ao ouvinte.
• Muitos homens brilhantes tropeçaram ao longo da história, a
despeito da genialidade, porque não souberam se comunicar e
tornar claras as suas ideias.
• É verdade que há pessoas que nascem com essa capacidade
de se comunicar bem. Há grandes comunicadores que jamais
frequentaram uma escola de oratória. Mas, infelizmente, poucos
possuem essa habilidade natural.
• Por outro lado, a comunicação também é uma ciência que
pode e deve ser estudada. Há muitas técnicas que podem ser
aprendidas.
• Portanto, a matéria de Técnicas de Comunicação irá focalizar
os vários aspectos que envolvem esta importante ciência.
• O nosso alvo, com a graça do bom Deus, é aplicar as boas e
pertinentes técnicas ao ministério pastoral, visando o
aprendizado e aprimoramento da proclamação da mensagem
da salvação. Que o Senhor nos abençoe nesta tarefa.
COMUNICAÇÃO
Definição
• “A palavra ‘comunicação’ tem sua origem no latim,
‘communicatio’. Sua tradução literal é ‘tornar comum’. Com o
tempo, esta palavra latina também recebeu os significados de
‘repartir’, ‘dividir,’ ‘distribuir’. É um termo derivado de
‘communis’, que significava ‘algo compartilhado por vários’”.
(www.gramatica.net.br).
• No Novo Testamento, o verbo “comunicar” (no grego
απαγγελλω apaggello) aparece duas vezes (At 23.17, 19), tendo
o significado de “trazer novidades (de uma pessoa ou uma
coisa), produzir notícia, noticiar, proclamar, tornar abertamente
conhecido, declarar” (Strong, J., 2002).
• Partindo do significado de comunicação, Howard Hendricks
afirma o seguinte: “para que possamos comunicar algo a
alguém precisamos antes estabelecer pontos em comum com
ele. E quanto maior for o número de pontos comuns, maior
também será́ a probabilidade de uma boa comunicação.
• Assim, a lei da comunicação aponta para esse processo: para
que haja comunicação é necessário que se estabeleçam
pontes de ligação entre o comunicador e o receptor.” (Howard
Hendricks, Ensinando para Transformar Vidas).
• Portanto, comunicar é partilhar uma informação com outra
pessoa. É tornar uma informação comum a outros.
• “Desde o nível mais simples, a comunicação humana envolve
três elementos: emissor, mensagem e receptor. Veja como isso é
complexo: o emissor, ou seja, a pessoa que emite a mensagem,
na realidade está transmitindo um pensamento. Ao transmiti-lo,
o emissor usa seu código mental para transformar os
pensamentos em palavras.
O receptor, por sua vez, recebe a mensagem em palavras e usa
seu próprio código mental para transformá-las novamente em
pensamentos, ou seja, para decodificar a mensagem.
A comunicação só vai ocorrer de fato, à medida que o código
mental do receptor for semelhante ao código mental do
emissor; do contrário haverá distorção ou ausência de
comunicação.
Pensando em termos de ministério pastoral, podemos dizer que
a “o emissor é o pregador, a mensagem é o sermão (estudo,
palestra, pastoral) e o receptor é o ouvinte. Se o pregador
estiver distante da realidade do ouvinte e não conhecer os
problemas com os quais este convive, provavelmente vai usar
um código mental diferente do código mental dos ouvintes.”
(Marinho, p. 93).
Isto significa, na prática, que é importante saber com qual
público se está lidando. Se é de adultos, jovens, crianças ou
idosos.
Além disso, para cada grupo específico é preciso abordar um
assunto específico de interesse das pessoas e usar uma
linguagem da realidade delas.
Na comunicação, conteúdo e linguagem caminham juntos.
3a Semana – Aula 3
Introdução à aula.
Devocional
Leitura Bíblica e breve exposição de 1Tm 2.1-15 e tempo de Oração
Introdução à Carta
Uma carta pessoal de um pastor experiente a um iniciante. Uma
admoestação amorosa e sincera.
2.1-15 – Instruções Iniciais
I. A Vida de Oração (1-7)
1. A oração como prioridade (1)
2. A oração em favor de todos os homens e todas as autoridades
(1-2)
3. A oração visa o bem-estar da igreja – piedade e respeito (2b)
4. Deus se agrada de uma vida de intercessão (3)
5. A oração prepara o caminho para a evangelização (4)
6. Tendo Jesus como foco da evangelização (5-6)
7. Paulo vê o seu chamado para este ministério específico (7)
II. O Chamado ao Testemunho Cristão (8-15)
1. Vida de oração dos homens da igreja (8)
2. Vida de testemunho das mulheres cristãs (9-15)
a) Quanto aos adornos (9)
b) Quanto às boas obras (10)
c) Quanto ao aprendizado (11-14)
d) Quanto à sua missão de mãe (15)
Aplicações
1. Se você é um vocacionado, mantenha uma vida de oração.
2. Se você é um vocacionado, então seja um pregador do
evangelho.
3. Lute para que o seu rebanho tenha um alto padrão de
piedade, tanto os homens na vida de oração, quanto as
mulheres no procedimento pessoal.
4. Não permita que a cultura e os valores deste mundo tão
pecaminoso adentrem à sua igreja e tomem lugar no coração
do seu povo.
5. Seja um pregador da santidade!
ORATÓRIA
Elementos da Oratória
• “A oratória é uma arte porque requer criatividade, e uma
ciência porque exige o conhecimento de técnicas e princípios.
É a obra da natureza, da arte e da prática, segundo os
antigos.” Neste sentido, o professor Marinho nos aponta o
caminho (p. 29-31).
Eficiência
• A eficiência é a característica básica da oratória moderna. Ou
seja, para ter sucesso, a oratória tem de atingir determinada
finalidade. Segundo Hugo Blain, pregador escocês do século
XVIII, oratória é a “arte de falar de maneira que se consiga o fim
para o qual se fala”.
• A oratória de hoje se caracteriza por objetividade, concisão,
simplicidade e praticabilidade, em contraste com a
grandiloquência, verbosidade e linguagem quase poética do
passado.
• Cristo revolucionou a oratória de seu tempo, porque viveu numa
época de verbosidade e utilizou a objetividade e a simplicidade
de hoje. Pode se dizer que ele foi o precursor da oratória
moderna.
• Todas as qualidades atrativas e desejáveis num orador, como
boa voz, facilidade de expressão e simpatia pessoal são úteis,
mas não são suficientes.
• Com essas qualidades você pode até agradar, mas falhará se
não atingir objetivos práticos.
Retórica
• Retórica é a arte de ordenar o discurso. É a capacidade de
organizar as ideias e os argumentos. Sem retórica o discurso fica
uma salada, com ideias repetidas ou fora de lugar. Quanto mais
retórica, mais claro e convincente o discurso.
• Poucos são os oradores que dominam a arte da retórica, que
sabem manter uma ordem lógica do começo ao fim do
discurso.
• O fato é que alguns oradores não querem pagar o preço e
gastar o tempo necessário organizando ideias, escolhendo a
sequência correta e distribuindo os argumentos por ordem de
prioridade. Por isso mesmo é que há tão poucos bons oradores,
daqueles que dá gosto ouvir e cujas ideias parecem penetrar
com suavidade na mente dos ouvintes.
Eloquência
• Eloquência é a arte de persuadir. Existem livros inteiros sobre as
leis da persuasão.
• No caso do orador, a eloquência é muito mais do que um
conjunto de técnicas destinadas a convencer. Aliás, em oratória
a eloquência não se limita à palavras. Podem ser eloquentes o
olhar, os gestos, um suspiro, o andar e até o silêncio.
• A própria postura do orador tem influência no efeito do seu
discurso sobre o ouvinte.
• Ser eloquente é fazer um discurso bem-sucedido, que alcance
os objetivos. No passado, ser eloquente era fazer um discurso
sofisticado. Hoje, a eloquência está mais ligada à simplicidade e
à naturalidade.
• Leon Fletcher afirma que há dois segredos que levam os
oradores a ter sucesso na eloquência: Primeiro: Não tentar imitar
nenhuma outra pessoa, mas ser um orador com personalidade
própria, independente e natural. Em outras palavras, seja você
mesmo! Segundo: Não fazer nenhum discurso sem se preparar
devidamente. Afinal de contas a eloquência consiste em dizer
tudo o que deveria ser dito, e não tudo o que poderia ser dito.
Tome o tempo necessário para preparar-se.
• Em resumo, ser eloquente é ser um bom orador.
Aplicações
Como pastores, o nosso papel é comunicar a Palavra de Deus
da forma mais clara possível.
Nós somos o meio pelo qual Deus transforma e edifica vidas.
Não falamos pelo dinheiro. Não falamos para encantar uma
plateia. Não falamos para entreter os ouvintes. Nós
comunicamos sobre a eternidade e para a eternidade.
Devemos conhecer o público para quem iremos falar, a fim de
que possamos comunicar usando o mesmo “código”. A nossa
mensagem deve fazer sentido para quem nos ouve.
Devemos nos esmerar ao máximo para aprimorar nossa
comunicação, seja falada, escrita ou gesticulada.
Que possamos depender mais do Espírito e menos das técnicas.
4a Semana – Aula 4
ü Introdução à aula.
ü Chamada
ü Devocional
ü Leitura Bíblica e breve exposição de 1Tm 3.1-16
ü Pedidos de oração
ü Tempo de intercessão
Aplicações
1. Lembre-se que servir a Deus no ministério pastoral jamais deve
ser um peso, mas uma excelente obra.
2. Busque evidenciar em sua vida aquelas qualidades morais,
espirituais, familiares e sociais recomendadas por Paulo.
3. Cuidado para não ordenar apressadamente pessoas sem essas
qualificações, quer seja ao pastorado, presbiterato ou
diaconato.
4. Avaliar a família do candidato é um bom “termômetro” do
chamado.
OBSTÁCULOS À COMUNICAÇÃO
Esteja em oração
• Antes de qualquer preparação exegética e homilética
precisamos estar em frequente oração. Gastemos o mesmo
tempo em oração que gastamos em preparação. Oremos
antes do estudo, durante o estudo e depois do estudo. Ore, ore,
ore!!!
Veja o que o apóstolo Paulo pede ao escrever aos efésios: “...
com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito
e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos
os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir
da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer
conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador
em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar,
como me cumpre fazê-lo.” (Ef 6.18-20).
Prepare-se bem
A preparação para falar em público é fundamental no
processo de comunicar bem a Palavra de Deus.
É verdade que alguns têm o dom de comunicar bem de
improviso. Mas não é o ideal. Outros, contudo, acham que,
porque conseguiram improvisar bem uma vez, sempre irão ter
sucesso. Isto é uma grande armadilha e um enorme perigo!
Alguém disse que “quando o pregador não sua para preparar o
sermão, a congregação transpira para ouvir”. Outro também
disse: “o bom sermão é aquele que cheira a querosene”.
Assim Pedro exorta os seus leitores: “…antes, santificai a Cristo,
como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da
esperança que há em vós… (1Pe 3.15).
Preferencialmente, se você é um iniciante na arte de pregar ou
ensinar a Palavra de Deus, leve todo o seu conteúdo por escrito
ou em slide, se for o caso.
Num primeiro momento, é melhor correr o risco de ser um tanto
quando “rígido” a ser pego por um esquecimento ou falta de
profundidade. Bons pregadores sempre estão acompanhados
de suas anotações.
Dependa do Espírito
O pregador que depende de si mesmo é como um guerreiro
que vai para a batalha sem a armadura. É simplesmente um
suicídio anunciado.
Oração e preparação são importantes quando estão
conectadas à dependência do Espírito Santo de Deus.
Em última análise, o êxito na comunicação depende da ação
dEle.
Paulo ainda escreveu aos coríntios: “A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem persuasiva de
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,5para
que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no
poder de Deus.” (1Co 2.4-5).
Alguém disse que o pregador pode até atingir a mente do
ouvinte, mas o coração, só o Espírito Santo.
Pratique em particular
Escrever um sermão é muito diferente de proferi-lo em público.
Quando se escreve um sermão, é possível ordenar bem as
ideias, e isto é muito bom. O problema é que ele pode levar o
pregador a impessoalidade e mecanicidade.
O caminho é escrever o sermão e depois pregar para si mesmo,
ao seu próprio coração, fazendo as adequações à fala.
Procure usar palavras simples, como se estivesse falando de
maneira natural, como que numa conversa entre amigos.
Alguns oradores indicavam como treino pregar diante de um
espelho – o que considero algo ridículo. Se alguém deseja se ver
e ouvir, é melhor que grave a mensagem e depois faça as
críticas, mas o tempo não permite isto ao pregador regular de
uma igreja.
Uma dica preciosa é escrever todo o sermão, do começo ao
fim, inclusive com palavras iniciais (se você ainda é
inexperiente) e depois ir ao próprio púlpito da sua igreja, com
ela vazia, evidentemente, e pregar como se estivessem ali os
seus ouvintes.
Na medida em que isto for sendo feito, as correções de voz,
postura e palavras devem ser percebidas e corrigidas. Não
tenha vergonha de voltar atrás e se corrigir!
Procure se descontrair
Quando um pregador está se preparando para falar em
público, é normal que uma grande tensão tome conta dele.
Suor, tremedeira, coração disparado, boca seca, rigidez
excessiva são sensações um tanto quanto naturais diante da
responsabilidade.
Os primeiros minutos da mensagem ou da aula são muito tensos.
Especialmente quando se está falando para um público
desconhecido (numa outra igreja ou para outro grupo) ou
numa situação de ser ouvido para ser examinado (sermão de
prova no seminário e no presbitério).
Devemos saber que ter estas sensações é algo normal. Isto não
desmerece o pregador. Mas como podemos vencer aos
poucos estas situações?
Fazer uso da descontração é um caminho possível.
Respirar fundo, tomar um copo d’água, ir ao banheiro são
ações que podem ser de grande valia.
Além do mais, se o pregador souber usar o humor, ele pode vir a
ser um extraordinário recurso.
É evidente que nem todos têm muito jeito pra isto, mas com um
pouco de cuidado e treino é possível fazer bem feito.
Devemos notar que usar do humor não é fazer piada sem nexo
ou coisas para entreter os ouvintes.
O bom humor é aquele que, de alguma forma, consegue falar
algo engraçado conectando-o ao que está sendo dito.
Há um exemplo interessante que aconteceu com Abraham
Lincoln. Certa feita, num debate político, o seu oponente o
chamou de duas caras. E há quem dizia que ele realmente era
muito feio (Cada um que julgue!). Quando Lincoln recebeu a
palavra, ele disse: Vocês realmente acham que se eu tivesse
duas caras eu viria com esta? A plateia caiu na gargalhada
quando ouviu aquelas palavras. Naquele momento, dizem os
estudiosos de Lincoln, que ele começou a vencer o debate.
O humor descontrai e, ao mesmo tempo, ajuda a ganhar a
atenção do público.
É preciso, evidentemente, saber onde fazer, em que momento
fazer e como fazer. Devemos manter estas regras sempre diante
de nós.
Um outra maneira menos técnica e humorada de descontrair é
aproveitar bem os elementos da liturgia que antecedem a
mensagem, como orações, hinos e leituras. Eles ajudam a
preparar o coração e o emocional do pregador.
O pregador quando está no púlpito, por vezes está ansioso para
que a hora da mensagem chegue logo. Mas o segredo é
preparar o coração e a mente ao longo da liturgia.
Aplicações
Sentir medo e tremor diante da responsabilidade de expor a
Palavra de Deus é algo normal, mesmo para pregadores
experientes.
Se você luta com o medo, ore a Deus e peça graça do Senhor
para vencê-lo à medida que progride como pregador.
Jamais perca o tremor ao abrir e proclamar a Palavra do
Senhor.
Prepare-se em oração em todo o tempo. Um bom pregador é
um homem de oração.
Estude à valer. Reserve um tempo com qualidade para se
preparar. Jamais vá ao púlpito sem o devido preparo.
Dependa do poder do Espírito Santo. Jamais pense que você é
o agente. Você é apenas o transmissor. O poder está na
Palavra pelo Espírito.
Pratique em secreto o que vai dizer em público. Pregue pra
você mesmo. Isso o ajudará a se corrigir e também a preparar o
seu próprio coração.
Não se esqueça que você é o embaixador de Cristo falando a
pecadores como você. Então pregue!
Procure se descontrair (tirar a forte tensão natural do momento)
com boas técnicas, com humor e com participação efetiva na
liturgia.
5a Semana – Aula 5
ü Introdução à aula.
Chamada
Recolhimento do privilégio da semana
ü Devocional
Leitura Bíblica e breve exposição de 1Tm 4.1-16 e tempo de Oração
I. A Apostasia nos Últimos Dias (4.1-5)
1. Uma afirmação inspirada (1)
2. Mente cauterizada (2)
3. Proibições desorientadas (3-5)
II. A Necessidade da Exposição Bíblica (4.6-16)
1. Expondo estas coisas...(6)
2. Mas rejeita...(7a)
3. Exercita-te, pessoalmente... (7b-8)
4. Fiel é a Palavra... (9-10)
5. Ordena e ensina estas cousas..(11)
6. Ninguém despreze a tua mocidade...,torna-te padrão... (12)
7. Aplica-te à leitura, exortação e ensino... (13)
8. Não te faças negligente... (14)
9. Medita estas coisas... (15)
10. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina... (16)
Aplicações
• Seja um pregador fiel das Escrituras. Pregue com a vida (éthos),
pregue com conteúdo (lógos), pregue com paixão (páthos).
• Busque viver piedosamente em sua vida particular, familiar e
pública. Busque uma vida de relacionamento pessoal com o
Senhor. Tenha vida devocional regularmente.
• Seja um padrão para os cristãos, na palavra (naquilo que é
verbal), no procedimento (naquilo que é factível), no amor
(naquilo que é essencial), na fé (naquilo que é experiencial), na
pureza (naquilo que é pessoal).
• Cuide bem da sua vida física, emocional e moral, bem como
da sua vida espiritual.
OBSTÁCULOS À COMUNICAÇÃO
Desconhecimento do público e do assunto
Pergunte
Quem quer receber informações precisa perguntar. Este é um
princípio fundamental.
Ao receber o convite, seja de quem ou de qual organização for,
pergunte para quem você vai falar. Normalmente, o convite
vem acompanhado desta informação.
Mas para não correr o risco de ser pego de surpresa com uma
informação equivocada, há uma dica preciosa.
Ao receber o convite, deixe que a pessoa dê as informações.
Depois, pergunte enfatizando o seguinte: “para quem é” (qual
público) e “qual é o assunto” (se houver algum).
Peça um tempo para refletir e responder ao convite.
Por fim, peça a pessoa que, se possível, formalize o convite por
escrito, através de e-mail ou whatsapp.
Isto é importante, pois depois de um tempo, é possível que você
se esqueça destas informações ou a pessoa tenha te dado
informações erradas.
Se você for questionado, em razão de algum equivoco, terá
uma prova de que atendeu ao que estava escrito no convite. O
peso estará sobre a pessoa que lhe o fez.
Portanto, ouça, pergunte e registre.
Ore e Reflita
Tente imaginar quem será o seu público. Dentro do assunto
proposto, reflita sobre o texto ou o assunto específico que irá
expor.
Ao fazer isto, comece com oração. Peça ao Senhor para
colocar em seu coração aquilo que Ele deseja que você
comunique aquele grupo. Siga em oração por um tempo até o
momento de decidir o assunto específico.
Bons assuntos acabam surgindo de leituras não programadas,
mas devocionais diárias, regadas à oração e meditação.
Ao receber a palavra no dia da ministração, diga: “o texto ou o
assunto que o Senhor colocou em meu coração, desde que
recebi o convite, é:...
Isto vai trazer um impacto muito grande sobre os seus ouvintes.
Eles irão perceber que você buscou a direção de Deus em
oração e meditação. Eles desejarão ouvir sobre o que Deus lhe
despertou.
Dedique-se
Sabemos que não é verdade, mas o público sempre imagina
que o pregador (comunicador) domina cada detalhe sobre o
assunto do qual está discorrendo.
Sabemos que há assuntos muito complexos que se entrelaçam
com outros, ou seja, um assunto puxa outro e assim por diante.
Diante disso, em primeiro lugar, delimite o assunto que vai falar.
Diga claramente sobre qual assunto deseja falar
especificamente.
Por exemplo: “Eu gostaria de falar sobre o Amor”. Mas qual
amor? O de Deus ou dos homens? Amor eletivo ou o amor
fraterno?
Segundo, procure estar muito bem preparado em relação ao
tema que está sendo exposto.
O pregador ou o professor, ao preparar-se, precisa ter um bom
domínio do assunto em suas mais variadas esferas,
especialmente se é uma aula ou uma palestra, cujo momento
instiga dúvidas e perguntas.
Procure dominar bem o assunto, sobretudo, o texto base. Há
pessoas que se esquecem do assunto e miram nos detalhes da
passagem.
O estilo do comunicador
O estilo linguístico e de vestimenta faz toda a diferença na
comunicação.
Não basta buscar conhecer o público e o assunto sobre o qual
vai falar, é preciso também adotar um estilo coerente com o
momento e o lugar.
Sobre o estilo linguístico é preciso saber como atingir o nível do
seu público através da fala.
Uma vez que você sabe exatamente para quem falará, mais
fácil ficará adaptar o estilo.
O assunto pode até ser o mesmo, mas é preciso colocá-lo de
forma clara e viva.
Falar para um grupo de jovens e adolescentes é diferente de
falar para senhores, ou falar na Escola Dominical é diferente de
falar para pastores no presbitério e doutores na academia.
Em relação à vestimenta a tese é a mesma. Um vez conhecido
o público, é preciso determinar qual é a melhor vestimenta.
Por exemplo, um terno completo fica bem numa ocasião
solene, como um culto de aniversário, ordenação, formatura,
etc, mas não num acampamento de jovens. O contrário
também é verdadeiro.
Devemos observar a seguinte máxima: “É melhor ter o que tirar
do que não ter o que pôr”. Ou seja, vá de terno e gravata, mas
se as circunstâncias pedirem apenas uma camisa social, você
pode tirar a grava e o paletó. O problema é justamente o
contrário. Neste caso, não há muito o que ser feito e o
constrangimento será grande. Se você corre o risco de pecar,
que seja pelo excesso e não pela falta de cuidado. Lembre-se
que a roupa diz muito sobre os nossos pressupostos.
Aplicações
Esteja atento ao tipo de grupo para o qual irá comunicar.
Procure descobrir o máximo de informações possíveis sobre ele.
Inclusive, isto causará uma grande empatia entre você (emissor)
e os ouvintes (receptor).
Procure aprofundar-se ao máximo no assunto que vai expor
(mensagem). Isto demonstra preparo, esmero e zelo. Jamais
suba à tribuna sem o devido preparo.
Não subestime as pessoas ao achar que elas não perceberão o
seu despreparo. Muito rapidamente elas se darão conta de que
você não se preparou e certamente não o ouvirão até o fim.
Escolha os assuntos e os textos sobre os quais irá pregar e expor
em oração. Comunicar a Palavra de Deus não é um trabalho
profissional, mas um ato de consagração ao Senhor.
Esteja aberto a uma possível mudança de texto ou assunto, se
sentir Deus te conduzindo por outro caminho nos dias que
antecedem sua palestra ou pregação. Por isso, esteja sensível à
voz do Santo Espírito. Como? Orando as Escrituras e meditando.
Encare os convites com seriedade e piedade. Pondere e ore
antes de aceitá-los. Cuidado com a sobrecarga
Leve seu texto escrito em papel, no computador, tablet, celular
e salvo num pen drive e na nuvem. Evite correr o risco de
chegar em algum local para falar sem as suas anotações.
Esforce-se para vestir-se de acordo com o momento. Ouça a
opinião da sua esposa. Peque, se preciso for, pelo excesso e
não pela falta. Tenha bom senso ao vestir-se!
6a Semana – Aula 6
ü Introdução à aula.
Chamada
ü Devocional
Leitura Bíblica e breve exposição de 1Tm 5.1-25 e tempo de Oração
I. A Piedosa Relação Pastoral com as Diversas Classes de Pessoas na
Igreja de Cristo (5.1,2)
II. A Piedosa Relação Pastoral com as Viúvas da Igreja de Cristo (5.3-
16)
III. A Piedosa Relação Pastoral com a Liderança Presbiteral (16-22)
1. Quanto à manutenção econômica (17,18)
2. Quanto à sustentação moral (19-21)
3. Quanto à eleição local (22)
4. Quanto à vida pessoal (23)
5. Quanto à consagração espiritual (24, 25)
Aplicações
Procure tratar todas as pessoas com amor, respeito e
compaixão.
Não se esqueça de dar especial atenção às verdadeiras viúvas,
visitando-as e suprindo-as, se for o caso.
Seja agradecido pelo seu sustento pastoral. Deus suprirá todas
as suas necessidades.
Viva de maneira irrepreensível dentro e fora do seu lar e da
igreja.
Viva uma vida piedosa para a glória de Deus.
A ARTE DE FAZER BOAS PERGUNTAS
Você já parou para pensar na importância de se fazer
perguntas na comunicação?
Um bom comunicador é aquele que busca interagir com seu
público. Além de usar do humor, especialmente, num primeiro
momento, ele também faz boa perguntas ao seu público.
Começar uma mensagem, estudo ou palestra com uma
pergunta pode despertar no povo o desejo de querer saber
mais sobre aquele assunto.
Stuart Olyott afirmou que Jesus trabalhava muito com
perguntas. Segundo ele (numa versão inglesa das Escrituras),
Jesus teria feito 19 perguntas ao longo do seu fomoso sermão
da Montanha (Mt 5-7 ; cf. 6.25-27, 30, 31; 7.10)).
É verdade também que Jesus não foi o único que usou de
perguntas na Palavra de Deus. Vários outros usaram, inclusive o
próprio Deus (cf. Ml 1.6, 8; 2.10, 17; 3.2, 8).
• Pedro também usou pergunta em sua defesa: At 3.12. Foi uma
maneira de fazer os acusadores pensarem racionalmente.
• Estevão também, diante do Sinédrio, questionou incisicamente
os seus acusadores: At 7.26, 43, 49, 52.
• Filipe começou um breve processo de discipulado com uma
breve pergunta: “Entendes o que vens lendo?” (At 8.30).
O apóstolo Paulo também fez muitíssimos usos de perguntas em
suas cartas. Evidentemente, que a maioria era de cunho
retórico – que não necessitava de reposta, posto que era óbvia.
Vejamos algumas das perguntas.
Ø Cinco perguntas seguidas das respostas: Rm 8.31-35.
Ø Perguntas que antecipavam perguntas: Rm 9.14, 19-21, 24, 30
Ø Perguntas que tocavam os leitores: 1Co 5.2, 6; 6.1-3, 5, 7, 9, 15,
19.
Ø Perguntas que levavam os leitores a tomada de decisão: 1Co
7.16, 18, 27.
Ø Perguntas que confrontavam os leitores: Gl 3.2, 5.
Ø Perguntas que instigavam pesquisa por parte dos leitores: Gl
3.21; 4.30.
A Carta aos Hebreus está repleta de perguntas profundas: Hb
3.16-18; 7.11; 10.29; 11.32.
Tiago também fez uso de muitas perguntas: Tg 2.14, 16, 19, 21;
4.1, 12, 14; 5.13-14.
João, em uma de suas cartas, também usou de perguntas: 1Jo
2.22; 3.12.
Enfim, perguntas são parte integral dos outores
neotestamentários, sendo Paulo o que mais fez uso deste
importantíssimo elemento na arte da comunicação. Portanto,
temos vários exemplos bíblicos de como fazer.
A arte de fazer perguntas requer algumas técnicas e cuidados.
Vejamos alguns deles:
1. Faça perguntas mais amplas – fuja das perguntas “sim” ou
“não”. Perguntas mais amplas geram discussões mais
aprofundadas e melhores exemplos. Por exemplo: você já leu
toda a Bíblia? Você acha mesmo que a pessoa que não leu
irá dizer que não? É claro que não! Você pode melhorar esta
importante pergunta da seguinte forma: “Se você já leu toda
a Bíblia, como foi a sua experiência? Quanto tempo levou?
Foi uma leitura sequencia? Outro exemplo: “Você já foi
perseguido por causa do evangelho?” Você pode melhorar
assim: “Eu imagino que se você é um crente fiel, já tenha sido
perseguido em razão disto! Conte-nos um pouco...
2. Vá além das suposições – por vezes, o palestrante supõe que
as pessoas já sabem algumas coisas básicas. A verdade é
que muitas pessoas não sabem, e outras não se lembram
mais. Por exemplo: “Vocês se lembram, não é, da parábola
do credor incompassivo?, pois é, é justamente isso que
estamos falando”. Quem não sabe ou não se lembra ficará
sem entender a conexão ilustrativa com o assunto em tela. O
caminho para que isso não ocorra é não fazer suposições. Se
você está exemplificando, no caso, a necessidade do
perdão, através de uma história, então é seu dever recontar
a história, ainda que de maneira breve, a fim de que o seu
ouvinte saiba justamente o que você está dizendo. Não
suponha ou pressuponha, apenas conte. O que abunda não
falta, diz o ditado.
3. Ouça atentamente as várias respostas possíveis para a
mesma pergunta. Algumas respostas são fracas, outras mais
objetivas, outras mais elaboradas. Às vezes, uma resposta
não responde tudo, mas somada a outras atigem o
propósito. Quando se quer levar o povo a pensar é sempre
bom perguntar: “What else?” (o que mais?). Por exemplo:
“Quais são os atributos ou virtudes que Deus não compartilha
conosco?” Neste momento, um ouvinte diz: “Onisciência”,
outro: “Onipotência”, outro: “Onipresença”, etc. Às vezes, a
fim de instigar a participação, o comunicar pode citar nomes
do auditório. Por exemplo: “Sr. João, o que o senhor pensa?”
ou “Dona Joana, o que a sra. acha?”
4. Faça perguntas de acompanhamento – Procure evitar fazer
comentários em cada pergunta. Deixe que as pessoas falem,
dentro, é claro, de um tempo aceitável. É preciso saber a
hora de interromper, no sentido de encurtar o assunto.
Geralmente, você não consegue chegar ao ponto central
sem antes fazer várias outras pequenas perguntas.
5. Mantenha a calma no silêncio – Quando uma pergunta é
feita, especialmente, num primeiro momento, é natural que
as pessoas permaneçam em silêncio. Mas calma, às vezes,
as pessoas precisam de um tempo para refletir sobre o
assunto ou mesmo vencer a timidez. Quando isto acontecer,
você pode refazer a pergunta com outras palavras ou
também se dirigir a alguém em especial, isto se o público for
conhecido seu. E se ainda sim ninguém responder, o que não
é normal, você pode fazer uma brincadeira. Por exemplo:
“vejo que vocês faltaram a este aula...”, “hoje, vocês estão
muito tímidos”, “ainda não acordaram...”, etc.
6. Seja sempre agradecido pelas respostas e elogie a pessoa
por dá-las – Jamais ria de uma resposta, exceto se ela for
engraçada por natureza? Ajude as pessoas a pensarem em
respostas – A depender do assunto, as pessoas podem ter
mais dificuldades para responder às perguntas feitas por
você. Então, se você perceber a necessidade, aponte
algumas dicas ou levante algumas possibilidades. Isto
demonstrará que você realmente está interessado em ouvir
as suas respostas.
7. Seja sempre agradecido pelas respostas e elogie a pessoa
por dá-las – Quando o comunicardor faz uma pergunta para
o ouvinte, ele deve ter a convicção de que irá ouvir de tudo.
Algumas respostas serão razoáveis, outras genias, e outras
fracas ou cômicas. Com esta última, tente agir com
naturalidade e agregar algum valor a ela, gesticulando com
a cabeça que entendeu ou concordou. De qualquer
maneira, sempre agradeça as pessoas pelas respostas
dadas. Primeiro, porque é uma atitude educação, afinal de
contas, você pediu que elas fizessem algo. Segundo, porque
demonstra que você se interessa pelo que os seus ouvintes
dizem, mesmo que não seja algo tão genial. Terceiro, você
encoraja outras pessoas a participarem da aula
respondendo ou fazendo perguntas.
8. Jamais ria de uma resposta, exceto se ela for engraçada por
natureza? Jamais ria de uma resposta, exceto se ela for
engraçada por natureza – Rir de uma resposta ruim ou fraca,
exceto se ela realmente for muito cômica, pode demonstrar
certo desprezo ou deboche. Receba todas as respostas com
muito respeito e cordialidade. A maneira como você reage
à uma resposta pode ser determinante. Ou seja, você pode
ganhar ou perder o seu ouvinte.
9. Jamais faça perguntas delicadas e constrangedoras. Seja
sábio! – Algumas perguntas, sobre alguns assuntos, podem
constranger as pessoas. Por exemplo: “alguém aqui já teve
seu nome no SCPC? Como foi sua experiência?” ou “alguém
aqui já se embriagou alguma vez? Como foi a experiência?
Conte-nos um pouco”. Perguntas como estas não são boas.
Acabam expondo as pessoas e gerando constrangimento.
10. Tenha uma boa resposta para a pergunta que você está
fazendo. O pior dos comunicadores é aquele que faz
perguntas para as quais nem mesmo ele sabe responder ou
indicar o caminho. Isto é insensatez comunicativa. Portanto,
toda pergunta deve ter objetivos claros, que podem ser:
introduzir um assunto, despertar a atenção, fazer pensar, etc.
ü Introdução à aula.
ü Chamada
ü Devocional: Leitura Bíblica e breve exposição de 1Tm 6.1-21 e
tempo de Oração
I. O Modo Correto dos Servos Agirem (6.1,2)
II. O Perigo do Amor ao Dinheiro no Ministério Pastoral (6.3-10)
III. O que Evitar e o que Fazer no Ministério Pastoral (6.11-16)
IV. O perigo que os Ricos Correm por Causa do Dinheiro (6.17-19)
V. Conselhos Finais (6.20-21)
Aplicações
• Ensine os crentes a serem bons profissionais para a glória de
Deus.
• Cuidado para não colocar o seu coração no dinheiro. Não
pastoreie pelo dinheiro, pelo “salário”, nem pela “côngrua”.
Pastoreie por vocação, por amor, por serviço. Deus honrará
você e lhe abençoará abundantemente.
• Aprenda a viver com o que Deus tem te dado. Seja grato ao
Senhor!
• Lembre-se daquela máxima: cuidado com as três barras: a da
“saia”, a de “ouro” e a do “poder”.
• Planeje o seu futuro econômico, na certeza da provisão de
Deus.
• Seja alguém justo, piedoso, homem de fé, amoroso, constante
(υποµονη – que não se desvia do propósito, firme, leal) e manso.
• Desafie os crentes ricos a serem generosos em suas ofertas p/ o
Reino.
• Evite as “conversas inúteis e profanas”. Mantenha um padrão
santo em suas palavras.
• Evite as “contradições teológicas” e debates que nada
acrescentam à vida cristã. Cuidado para não gerar inimizades
na igreja por questões periféricas.
• Mantenha o seu foco na doutrina pura e simples. Seja um
pregador biblicamente Cristocêntrico.
Clareza
• “O orador deve se colocar no lugar de seus ouvintes, usando
palavras que lhes sejam familiares. Suas figuras devem partir de
objetos conhecidos. É óbvio que a clareza se apõe à
obscuridade, e a obscuridade prejudica a compreensão. Para
haver clareza é necessário pureza de terminologia e de
construção de pensamentos, utilização de linguagem
apropriada e precisão de ideias. As palavras devem expressar
exatamente as ideias que se pretende transmitir.”
• O comunicador não pode ser dúbio nas suas palavras, isto é,
querer dizer uma coisa e dizer outra. A fala deve,
necessariamente, acompanhar o raciocínio.
Energia
• O pregador não poder falar como se estivesse lendo alguma
coisa qualquer. O vigor faz toda diferença na comunicação. A
energia é evidenciada nas palavras, nas frases, nos gestos, nas
ênfases, e assim por diante.
• O sermão, palestra ou aula precisa ter um começo, um meio e
um fim. O ouvinte precisa ter claro em sua mente qual é o
assunto, como ele está sendo desenvolvido e o que se pretende
com ele.
• A clareza pressupõe que o comunicador diga exatamente
sobre o que ele deseja falar. O ouvinte não pode ficar em stand
by até que o pregador o diga. Até lá, o pregador já perdeu o
ouvinte.
• Por exemplo, se o seu assunto é “santidade”, baseado em 1Pe
2.9, diga, logo após a leitura do texto do sermão: “neste manhã
eu desejo lhes falar sobre o seguinte tema: Deus te chamou à
santidade. E com a graça de Deus, desejo falar sobre o
imperativo à santidade, a forma da santidade e o tempo da
santidade”.
• Isto é sinônimo de clareza de pensamento.
Simplicidade
• A antiga escola de oratória prezava por palavras bonitas,
difíceis e diferentes, e frases rebuscadas de expressões poéticas,
mesmo que as pessoas não entendessem nada. A ênfase
estava mais na forma do que no conteúdo.
• Atualmente, os comunicadores cristãos, e até os não cristãos,
prezam mais pela simplicidade da forma.
• A simplicidade não significa pobreza de conteúdo e de
expressão. A simplicidade está ligada ao uso de palavras que
todas as pessoas possam compreender, desde à irmã
analfabeta, até ao doutor sentados no auditório.
• Evite o uso de sinônimos contínuos, palavras difíceis e frases
longas. A riqueza de um bom orador está na sua profundidade
com simplicidade.
Imaginação
• O bom comunicador, via de regra, é alguém com boa
imaginação. Uma conexão, entre algo conhecido ou vivido
pelos ouvintes com algo que está sendo dito na pregação,
pode fazer toda a diferença.
• O comunicador precisa estar atento aos fatos ao seu redor. Por
exemplo, quando se vai pregar em outra igreja, procure ler o
boletim, ver o mural, conversar com as pessoas, ou até
pesquisar sobre a história do lugar e da igreja (ex. sermão em
IPSJC).
• Uma antiga máxima diz que o “pregador deve ter uma Bíblia na
mão e o jornal na outra”.
• Boas e precisas ilustrações ajudam muito no exemplo e na
fixação do assunto que está sendo pregado ou exposto.
• Diz-se que alguns pregadores puritanos tinham muita
imaginação ao contar ilustrações. Foi dito que um deles, ao
pregar sobre o dilúvio, “era possível, até mesmo, ouvir as gotas
de chuva caindo do céu.”
• Procure ter uma boa ilustração, se não para o começo, pelo
menos para o fim do sermão. Algo que realmente seja
impactante na vida dos ouvintes. Leia biografias e de tudo um
pouco.
Concisão
• Consiste no usar palavras que expressem com objetividade o
pensamento.
• Concisão é o antônimo de prolixidade. Pregadores repetitivos
cansam os ouvintes e transmitem a ideia de que os estão
subestimando e enrolando.
• Dois exemplos de pregadores opostos: Martin Lloyd-Jones –
extremamente prolixo, mas não menos profundo e prático. Seus
comentários, que são fruto de suas exposições, evidenciam suas
prolixidade. É improvável que uma igreja, hoje, consiga ouvir um
pastor pregar por treze anos sobre a carta aos Romanos. O
espírito imediatista da nossa época, repleto de entretenimentos
e tecnologias, não nos permite mais ouvir sermões assim.
• John Stott – entretanto, era bastante conciso nas ideias. O seu
comentário de Romanos, num único volume, consegue expor as
verdades com precisão e objetividade de pensamento, mas,
não menos profundo. Este material tem servido de base para
quase todos os bons comentários modernos, dado, justamente,
ao seu poder concisão na exposição.
• É péssimo para um pregador que afirma, de antemão, que o
seu sermão tem quinze pontos ou tópicos. Se tivesse, não
deveria pregar numa só vez; e mesmo que o fizesse, não
deveria anunciar tal erro.
• Nesta mesma linha, é péssimo para um pregador afirmar, depois
de ter falado por trinta minutos, o seguinte: “depois de introduzir
o meu assunto, eu gostaria de abordar, rapidamente, cinco
pontos fundamentais...”
• Alguns caminhos podem ser sugeridos para vencer a
prolixidade.
• Primeiro, escreva tudo o que você tem para dizer. Isto ajuda a
organizar o pensamento com clareza, profundidade e
objetividade.
• Segundo, mantenha-se, o máximo possível, nas suas anotações.
Boas ideias e ilustrações são bem-vindas no transcorrer do
sermão, mas sem abusos e exageros.
• Terceiro, programe o seu texto de acordo com o seu tempo. O
pregador precisa ter a sensibilidade de se adequar ao tempo
que lhe foi dado. Se ele não conseguiu dizer tudo o que tinha
para dizer em determinado tempo, certamente não o fará no
pouco tempo que lhe sobra. Isso evita a repetição de ideias,
caso o texto seja pequeno para um tempo maior, e a perda de
algum conteúdo importante (aplicações) por falta de tempo no
final.
Aplicações
• Use da boa oratória, com a finalidade de ser um exímio
instrumento nas mãos do Senhor.
• Procure equilíbrio saudável entre a forma e o conteúdo.
Lembre-se que eles não são excludentes, mas complementares.
• Faça o seu melhor para a glória do nome de Cristo. É a Ele que
você deve honrar e agradar.