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Universidade de Cruz Alta- UNICRUZ

Centro de Ciências Humanas e Sociais


Curso de Engenharia Civil

PROJETO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Cruz Alta
2018
Universidade de Cruz Alta- UNICRUZ
Centro de Ciências Humanas e Sociais
Curso de Engenharia Civil

MEMORIAL DESCRITIVO
Cruz Alta
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................4

2. MEMORIAL DESCRITIVO.......................................................................5

2.1. Legislações pertinentes............................................................................5

2.2. Etapas e concepção do sistema................................................................5

2.2.1. Medição de vazão e mistura rápida...................................................5

2.2.2. Floculação.........................................................................................6

2.2.3. Decantação........................................................................................6

2.2.4. Filtração............................................................................................6

2.2.5. Desinfecção.......................................................................................6

2.2.6. Reservatórios.....................................................................................7

3. MEMORIAL DE CÁLCULO....................................................................8

4. CONCLUSÃO.............................................................................................7

REFERÊNCIAS....................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO
Em meados do século XX a potabilidade da água era avaliada visivelmente,
levando em consideração que não estivesse com cheiro desagradável, se apresentasse de
forma limpa e fosse agradável ao paladar. Hoje água é avaliada por padrões de
potabilidade e o Estado de São Paulo-BR, foi o primeiro a se adequar nas normas de
qualidade da mesma. O principal fator para se estabelecer nessas normas se dá ao fato
de chegar ate a população de forma que não seja um produto inofensivo a saúde, pois
segundo a Organização Mundial da Saúde, em torno de 80% de todas as doenças são
provenientes da água de má qualidade. O tratamento de água teve origem na Escócia,
onde John Gibb construiu o primeiro filtro lento. (RICHTER, 1991)

O presente projeto tem por objetivo a descrição dos procedimentos realizados


para tratamento e abastecimento de água (ETA), apresentando as etapas, definições e
suas normas que regularizam o abastecimento de água de forma que chegue até a
população dentro dos parâmetros exigidos pela legislação, sem que haja qualquer tipo
de contaminação. Sabemos que do manancial até nossa residência a água passa por
diversas etapas importantes dentre uma delas é a escolha do manancial para que a
mesma não torne um produto ofensivo a saúde; abaixo o fluxograma mostra as etapas
que consistem a ETA. A vazão da água tratada para fins de dimensionamento do
sistema será de 17200m³/ dia. A figura 1 apresenta a descrição das etapas do tratamento
de água.

ETAPAS DA ETA

c COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO
AERAÇÃO CALHA PARSHALL

DESINFECÇÃO FILTRAÇÃO DECANTAÇÃO

FLUORETAÇÃO CORREÇÃO DO PH
2. MEMORIAL DESCRITIVO

2.1. Legislações pertinentes

 Portaria nº 2914, de Dezembro de 2011 – Dispõe sobre os procedimentos de


controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade.
 Portaria nº 518, de 25 de Março de 2004 - Estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências.
 Resolução nº 357, de 17 de Março de 2005 - Dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências.
 NBR 12211 - Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de
água.
 NBR 12216 - Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento
público.

Abaixo segue em anexo tabela da CORSAN que estabelece padrões de qualidade


distribuída para a população da cidade de Cruz Alta; com valores como turbidez, ph,
cor, quantidade de cloro e flúor necessária em media para tratamento de água.

FONTE: CORSAN
2.2. Etapas e concepção do sistema

2.2.1. Medição de vazão e mistura rápida


A mistura rápida tem a finalidade de promover a dispersão do coagulante na
água, devendo ser homogênea e misturada o mais rápido possível e é caracterizada pelo
processo chamado de coagulação. (RICHTER, 1991).

O primeiro processo da estação de tratamento de água ETA é chamado de


coagulação, que se caracteriza em aglomerar as impurezas, afim de que as mesmas
sejam removidas na próxima etapa que a água ira passar. Esse processo se dá por uma
mistura rápida de um composto químico coagulante podendo ser cal hidratada e sulfato
de alumínio, que fará com que as partículas de impurezas se aglomerem. Essa mistura
poderá ser feita através de unidades hidráulicas ou feita por unidades mecanizada.

Para o presente projeto a mistura se fará com a utilização da calha parshall, que
tem também como objetivo principal a medição de vazão em canais abertos. Consiste
como principio de funcionamento em uma secção convergente (parte estrangulada) e
uma secção divergente em aclive; o fluido é tranquilizado na secção convergente
evitando assim efeitos de velocidade. O coagulante utilizado no projeto será o sulfato de
alumínio (Al3SO4) de 5 mg/l a 100 mg/l em uma vazão de 17200m³/d.

2.2.2. Floculação
Após a adição do coagulante, a água passa pela segunda etapa, que é a
floculação. Nesse processo a água é agitada pelo processo mecânico ou hidráulico onde
as partículas entram em contato uma com as outras, formando grandes flocos. A
floculação destina-se a promover a colisão das partículas desestabilizadas e a favorecer
a sua agregação em flocos, através de uma mistura lenta.(ALVES,2010).

No presente projeto o floculador utilizado será o mecânico com um volume de


tanque com capacidade de 358,2m³ e profundidade de 1,10 m e comprimento de
51,22m, sendo 76 canais necessários para o processo de floculação.
2.2.3. Decantação
A decantação é o processo pela qual os flocos formados no processo anterior,
agora por ação da gravidade se depositaram no fundo do tanque, o lodo posteriormente
que ficara no fundo deverá ser utilizado como adubo em um biodigestor. O decantador
utilizado será horizontal como uma área de 688m², sendo 13,1m de comprimento de e
52,4m de largura, admitindo um tempo de retenção de 229,8 min com uma velocidade
de escoamento de 0,00126m/s; sendo necessária 6 calhas de 10,48 m de comprimento
com espaçamento de 1,25m entre elas.

2.2.4. Filtração
Caracterizada pelo último processo da ETA, a filtração consiste em um tanque
com camadas de areia, carvão ativado e cascalhos que tem por objetivo dar polimento a
agua e se livrando de microrganismos e impurezas.

É um processo que tem como objetivo principal a remoção de partículas em


suspensão, afim de, eliminar matéria suspensa que não foi removida nos processos
anteriores. (ALVES, CÉLIA,2010, p131). O tanque de filtração terá 37,85 de
comprimento e 75,7, com um tempo de detenção hidráulica de 216min; caracterizado
por um filtro lento com 6m³/dia.

2.2.5. Desinfecção
A desinfecção é o processo mais importante da ETA, pois é a partir daqui que a
água será direcionada para os reservatórios, onde não pode chegar ate a população com
microrganismos nocivos a saúde.

O tanque de desinfeção será retangular, sendo 18 m de comprimento e 6m de


largura, com adição de cloro de 2,5mg/l.

Todo processo de abastecimento de água deve ser desinfetada, mesmo que haja
garantia de qualidade microbiológica, e ainda que a maior parte dos microrganismos
seja removida nos processos anteriores, a eliminação total só se da pelo processo de
desinfecção. (ALVES, CÉLIA,2010, p175).

2.2.6. Reservatórios
Após a água sair da ETA é encaminhada para um reservatório principal que este
por sua vez faz a redistribuição através de adutoras para os reservatórios setoriais, para
ser feita a distribuição através da rede de distribuição.
São posicionados e dimensionados com a finalidade de dar continuidade ao
abastecimento quando se faz necessário realizar manutenção em unidades como a
adução, captação ou ainda na estação de tratamento.

3. MEMORIAL DE CÁLCULO
FLOCULADOR:

T: 30 min
Velocidade= 0,3 m/s
Espessura defletor: 0,075m
Largura do tanque= 8m
Q= 17.200m³/d 11,94 m³ /min

VOLUME DO TANQUE:
V= Q x Td
V= 11,94m³/min x 30 min
V= 358,2 m³

DISTÂNCIA TOTAL PERCORRIDA PELO ESCOAMENTO


LE= 0,3m/s x 1800s
LE= 540m

PROFUNDIDADE DO TANQUE(P)
P= 358,2 m³/ (540m x 0,6m)
P= 1,10m

COMPRIMENTO EFETIVO DE CADA DEFLETOR (LE)


LE= W –LP
LE= 8 – 0,9
LE= 7,1m

LP= 1,5 x 0,6


LP= 0,9
NÚMERO DE CANAIS NECESSÁRIO
N= LE/LE
N= 540m/ 7,1m
N= 76 canais necessários

COMPRIMENTO DO TANQUE (C)


C=Comprimento ocupado pelo escoamento + espessura das paredes
C= (76x0,6) + (75.0.075)
C= 51,22m

V= h x l x c
358,2= h x 8m x 51,22
H= 0,87m

DECANTADOR

ÁREA SUPERFICIAL
Q= 17200 m³/d

Q/A x f x v
A= 660m³/d / 1.25m³/m²
A= 688m²

DIMENSÕES DA SUPERFICIE 4:1

4X ( 52,4)

X ( 13,1)

A=C.L
A= 4X x X
A= 4x²
688= 4x²
X= 13,1m

VERIFICAÇÃO DE TEMPO DE RETENÇÃO


T= (52,4m x 13,1 x 4) / 716,67
T= 3,83h
T= 229,8 min ok

VERIFICAÇÃO DA VELOCIDADE DE ESCOAMNETO SUPERFICIAL


HORIZONTAL
Vh= Q/h
Vh= 0,1990/ 3x 52,4
Vh= 0,00126m/s

CÁLCULO DA TAXA DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL


q= Q/AS
q= 17200m³/d / 628m²
q= 25m³/m²/d

DIMENSIONAMENTO DAS CALHAS DE COLETA DE AGUA DECANTADA


q1 < 0,018 .H.q
q1< 0,018 x 4m x 25m³/m²/d
q1< 1,8l/s/m

COMPRIMENTO TOTAL DO VERTEDOR


q= Q/LV
q= (199,07 l/s) /(1,8 t /s/m)
q= 110,5m

Admitindo que o comprimento da calha não exceda 20%


L x Calha= 52,4 x 0,2= 10,48m
CÁLCULO DO NUMERO DE CALHAS
N=LU/ 2 x Lcalha
N= (110,5) / ( 2x 10,48)
N=5,27
N= 6 calhas

CÁLCULO DO ESPAÇAMENTO ENTRE CALHAS


Espaçamento 13,1/ 10,48
Espaçamento 1,25m

FILTRAÇÃO 2:1

Af=Q eta/ Taxa de escoamento


Af=( 17200m³/d/) / (6)
Af= 2866,67m²

2x ( 75,7)

X( 37,85)

V= A x e
V= 2866,67 m²x 0,9m
V= 2580,00m³

TEMPO DE DETENÇÃO HIDRAÚLICA


Q= V/T= TDH=V/Q
TDH= (2580,00m³) / (17200m³/d)
TDH= 0,15d= 216min
DESIFECÇÃO E FLUORETAÇÃO

Dosagem de cloro: 2,5mg/l


Tempo de contato: 30 min
Profundidade da lamina liquida: 3,5m
Concentração de flúor: 0,09mg/l

SISTEMA DE DESINFECÇÃO

VOLUME DO TANQUE DE CONTATO 3:1


Vazão= 17200m³/d = 11,94m³/min= 0,199m³/s
t= V/Q
1800s=V/ 0,199m³/s
V= 358,2m³

GEOMETRIA DO TANQUE
V= A.h
358,2= A x 3,5m
A= 102,34m²

A=C x L
A= 3X x X
102,34m²= 3x²
X= 5,84m

X (6m)

3x ( 18m)

1,5m
( 18m)

VERIFICAÇÃO DA VELOCIDADE NOS CANAIS


V= Q/ Ah
V=( 0,199m³/s) / ( 3,5m x 1,5m)
V= 0,038m/s

CALCULO DO CONSUMO DE CLORO


Massa de cloro= Q x C
C= 2,5.10³ Kg/m³
Q=17200m³/d

MCl= 17200m³/d x 2,5.10³Kg/m³


MCl= 43kg/d

DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE RESERVAÇÃO

Autonomia 0/ 20 dias
MCl=43kg/d x 20 dias
MCl= 860 Kg de Cloro

Hipoclorito de sódio ( NaOCl)


Massa molar (NaOCl) = 74,5 g/ mol

(860kg) x (74,5g/mol/ 35,5g/mol= 1804,78 kg de NaOCl p/ 20 dias de


desinfecção

DIMENSIONAMENTO FLUORETAÇÃO

CALCULO DA MASSA DIARIA DE FLÚOR


C= 0,9mg/l= 0,0009 kg/m³
M= Q.C
M= 17200m³/d x 0,0009kg/m³
M= 15,48kg/dia

APLICAÇÃO DO FLUOR
Acido fluossilicico
(H2SiF6)= 144,1g/mol
M(F)= 114g/mol

M= (15,48kg/d) x ( 144,1g/mol / 114g/mol)


M=19,56Kg/d

Autonomia para 20 dias


M= 19,56Kg/d x 20 d
M= 319,2 Kg de H2SiF6

1804,78 Kg de NaOCl

C= M. produto/ M. Solução
0,12= 1804,78/ M. Solução
M. Solução= 15039,83 Kg

V= M. Solução / C. Solução
V= 15039,83 kg / 1220Kg/m³
V= 12,32m³
4 CONCLUSÃO

Portanto é visível a importância de uma estação de tratamento de abastecimento


de água para que tirada do manancial chegue como produto final apropriada ao
consumo humano, sendo exigida pelas razoes como, por exemplo, para prevenir
microrganismos que causem doenças, para controlar o sabor desagradável e para
remover cor excessiva e turvação da água.
REFERÊNCIAS
ALVES, Célia. Tratamento de águas de abastecimento. 3 ed.

CALHA PARSHALL. Disponivel em: <http://digiflow.com.br/pdf/1-17-2.pdf>. Acesso


em 17 de setembro de 2018.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA. Disponível em:


<https://pt.slideshare.net/luancaio_aguas/estudo-de-concepo-de-sistema-de-
abastecimento-de-agua>. Acesso em 17 de setembro de 2018.

RICHTER, Carlos Augusto; NETO, José de Azevedo. Tratamento de água. São Paulo:
Edgard Blucher, 1991.

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