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FOGO NA FLORESTA

(Versão compacta)

Autor: André Luiz Raphael

Peça apresentada pelas alunas da ONG “Oficina das meninas”, parte integrante do espetáculo “Mãos dadas”, apresentado
no teatro municipal de Araraquara em 19/12/2016.

DONA FLOR
DONA ÁRVORE
FORMIGA
FOGUINHOS (2 a 3 personagens)
BORBOLETINHA
SAPO (SAMBA LELÊ)
ELEFANTE
CIGARRA
LEÃO
GATO
CORUJA

CENÁRIO: Ambiente e iluminação que representem uma floresta ao longo de um dia.

Entram dona Flor e dona Árvore e se posicionam no palco.

DONA FLOR: Nossa, tá sentindo um cheiro estranho?

DONA ÁRVORE: Ih, num fui eu não! (Pensando que a colega estava falando de flatulência, ou seja, gases).

DONA FLOR: Não é disso que eu tô falando. É de outra coisa!

DONA ÁRVORE: Ah tá! Tô sim! Parece cheiro de coisa queimando!

(Entram os personagens que representam o incêndio: OS FOGUINHOS. Eles falam sempre em coro).

FOGUINHOS: Vamos queimar tudo! Vamos! Vamos! Vamos queimar tudo! Vamos! Vamos! Vamos queimar tudo, isto vai
virão carvão!

DONA FLOR / DONA ÁRVORE: Sai pra lá, fogo malvado!

FOGUINHOS: Não saio! Daqui ninguém me tira! Lero, lero!

(Foguinho começa a se aproximar de Dona Árvore e Dona Flor que começam a se afastar passo a passo. Depois, começam
a acelerar e acabam correndo em círculos. Depois saem de cena correndo. Dona Flor e Dona Formiga começam a falar a
palavra “sai” diversas vezes enquanto estão se movimentando. Após todos saírem, entra a formiga preocupada com os
gritos de socorro, procurando quem estava pedindo socorro. Ela, neste momento, está sozinha no palco).

FORMIGA: Meu! Este fogo está “bem lôco”! Sozinha vai ser difícil apagar este incêndio. Preciso de ajuda. Mas quem?
(Nisto entra a BORBOLETA e cumprimenta a FORMIGA)

BORBOLETA: Oi Dona Formiga, tudo beeeeeeem!

FORMIGA: Ah, oi dona Borboleta! Que bom que você apareceu (trocam beijos no ar).

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BORBOLETA: Por que colega?

FORMIGA: Tá pegando fogo na floresta e eu preciso de ajuda pra apagar o fogaréu. Você poderia me ajudar?

BORBOLETA: Olha amiga, eu adoraria, mas estou indo para a cozinha fazer chocolate para madrinha. Agora não posso. Tô
com visita em casa. Beijos. Fui.

(Borboleta sai quase correndo de cena. Ou seja: anda apressadamente para fora do palco)

FORMIGA: Espera, espera! É urgente! É importante! Ai e agora? Ah, tá vindo o sapo Samba Lelê. Tenho certeza que ele vai
me ajudar!

SAPO: E aí Formis?! Firmeza?!

FORMIGA: E aí sapitcho querido?! Será que você poderia me ajudar a apagar um incêndio na floresta?

SAPO: Sabe que que é? Eu tô doente! Tô com a cabeça quebrada! Preciso ir ao médico urgente! Vou ficar devendo... (sapo
fica disfarçando, fingindo e se afastando) Da próxima vez eu vou!

FORMIGA: Mas, mas, mas...

SAPO: Tchau querida!

(Sapo sai de cena)

FORMIGA: (Remendando e imitando o sapo com caretas) “Da próxima vez! Da próxima vez!”, hunf! Da próxima vez, só vai
ter cinza pra limpar! E agora?!

CIGARRA: Cantei! Cantei! Como é bom cantar assim! Zi! Zi! Zi!

FORMIGA: Que felicidade, hein, dona Cigarra? Que energia! Que animação! Gostei de ver!

CIGARRA: Quem canta seus males espanta!

FORMIGA: Que bom! Tô precisando de alguém animado para me ajudar a apagar um incêndio na floresta, será que você
poderia me ajudar a apagar o fogo?

CIGARRA: Colega, gostaria muito, mas estou me preparando para cantar em uma festa e não posso!

FORMIGA: Mas, se você não ajudar, o incêndio vai destruir toda a floresta!

CIGARRA: Sinto muito, mas não vai dar! Preciso ir! Bye! Bye! Formiga!

FORMIGA: Ei espere! Espere! (Pensando com raiva) Deixa ela vir bater em minha porta. Vou dar é uma tigela de carvão pra
ela. (Respirando fundo) Tonta. (Mudando de expressão de zangada para preocupada) E agora?! Que vou fazer?!

LEÃO: ROARRRR!

FORMIGA: Olha quem chegou! O seu leão!

LEÃO: (Fazendo pose e jogando o cabelo de lado) Gostou da minha entrada triunfal?

FORMIGA: Amei, majestade! Ô seu leão, será que você poderia me ajudar a apagar o incêndio da floresta?
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LEÃO: Sabe que que é?

FORMIGA: Ih, lá vamos nós de novo! Fala.

LEÃO: É que eu tenho uma alergia terrível a fumaça. COF! COF! Viu?! Tá vendo!? Preciso tomar meu remédio. Até mais!
Beijinhos! Tchau!

FORMIGA: Peraê, seu leão! Volte aqui! Volte aqui, por favor! Ai! Ai! Ai! (Põe a mão na cabeça e fica pensando).

GATO: (Entra de fininho, na ponta do pé e chega bem perto da formiga) MIAU!

FORMIGA: Que susto!

GATO: Assustado estou eu! Ai se eu pego quem inventou a música “Atirei o pau no gato!”. Ele vai ver só! Hunf!

FORMIGA: O gatinhoooo! Gatinho lindoooo!

GATO: MIAU! QUE QUE VOCÊ QUER?

FORMIGA: Credo que stress, gatinho! Eu só quero fazer uma pergunta.

GATO: Que que é? Desembucha!

FORMIGA: Tá bom. Lá vai: será que você poderia me ajudar a apagar o incêndio da floresta?

GATO: Não!

FORMIGA: Não?! Por quê?

GATO: Se todas as árvores queimarem, ninguém terá mais madeira para atirar o pau no gato-to! Simples assim!

FORMIGA: Nossa gatinha, quanta mágoa! As árvores e as plantas não têm culpa por causa dos outros!

GATO: Num quero saber e tenho raiva de quem sabe! E tem mais: quem pediu a sua opinião, ô formiga intrometida! Tchau!
Fui! tô indo nessa!

(Coruja entra e fica em segundo plano prestando atenção às últimas conversas)

FORMIGA: Ah eu desisto! Ninguém quer me ajudar com o incêndio! Eu não consegui apagar o fogo, mas vou fazer a minha
parte! Nem que eu tenha que morrer tentando! Bora apagar o incêndio!

(Sai a formiguinha)

CORUJA: Que coisa triste! A floresta pegando fogo e ninguém dando bola! Ah, mas isso não vai ficar assim não! Vou agir
agora mesmo!

CORUJA: Atenção! Atenção! Venham todos! Venham todos! Reunião! Reunião!

(Entram todos os bichos, menos a formiga e ficam em fila indiana).

TODOS – MENOS A CORUJA: Que foi? Que foi? Por que tanto barulho? Tem banda de rock na selva, é?

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CORUJA: Silêncio todos que o que eu tenho para falar é muito importante!

CORUJA: Ô pessoal! Vocês não têm vergonha, não!?

TODOS – MENOS A CORUJA: Por quê? O que nós fizemos?

CORUJA: O problema não foi “o que fizeram”, foi o que “não” fizeram!

TODOS – MENOS A CORUJA: Mas o que foi que “não” fizemos?

CORUJA: A pobre formiguinha foi pedir ajuda a cada um de vocês para apagar o incêndio na floresta e o que vocês fizeram?

TODOS: Nada!

CORUJA: Isso mesmo! Vocês não fizeram nada! Vocês inventaram mil desculpas e fugiram! Agora a floresta inteira corre
risco!

TODOS: O quê?!

CORUJA: É! E se todos dessem as mãos e trabalhassem juntos, o incêndio seria eliminado. Mas agora, a pobre formiguinha
sozinha. Tsc! Tsc! Tsc! Não vai dar conta deste incêndio e provavelmente morrerá queimada!

TODOS: É verdade gente! Erramos feio com a formiga!

CORUJA: Com a formiga não! Vocês erraram feio com vocês mesmos! Pois a floresta é nossa! É nossa casa que está
queimando! É nosso habitat que está sendo destruído!

TODOS E o que vamos fazer?

CORUJA: Vamos todos dar as mãos e ajudar a formiga a apagar este incêndio já! Então vamos! Vamos lá!

(Saem todos do palco. Passa alguém com uma plaquinha escrito: “Algum tempo depois!”. Em seguida, entram os
personagens FOGUINHOS).

FOGUINHOS: Socorro! Socorro! Os animais ficaram loucos!

FOGUINHOS: Oh gente nervosa! Jogaram tanta água que eu até me afoguei! Cof! Cof! Tô fora! Vou vazar daqui!

(Sai de cena. Entra a coruja e os outros bichos atrás da coruja, em fileira).

CORUJA: E assim, com a ação conjunta de todos, o incêndio foi eliminado e a floresta foi salva da destruição total!

CORUJA: É como diz o velho ditado: “Uma andorinha voando sozinha não faz verão!” É preciso caminhar de mãos dadas!
Assim é mais fácil resolver qualquer desafio e fugir do perigo!

(Entram todos os animais e se posicionam no palco em semicírculo aberto para a plateia e então cantaram paródia da
música “Will you rock you” - Queen).

DE MÃOS DADAS AGORA! /DE MÃOS DADAS AGORA!


SE NA FLORESTA UM INCÊNDIO CHEGAR / FICA DIFÍCIL SOZINHO APAGAR
É PRECISO ESFORÇO E UNIÃO / TODO MUNDO JUNTO
ENTRANDO EM AÇÃO
DE MÃOS DADAS AGORA! / DE MÃOS DADAS AGORA!
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DE MÃOS DADAS AGORA! / DE MÃOS DADAS AGORA!

(Ficam em fileira, unem as mãos e cumprimentam a plateia). Descem as cortinas. Atores saem de cena. Fim da peça.

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