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Diretor-geral
Valdir Carrenho Junior
Diretor de Operações
Paulo Pardo
Coordenadora
Ana Lívia Cazane do Nascimento
Professor
Henrique Lacerda Nieddermeyer
INTRODUÇÃO................................................................. 8
1. O ambiente de competitividade...................................... 9
2. Mentalidade empreendedora....................................... 12
3. Empreendedorismo..................................................... 15
4. Ambiente empreendedor.............................................. 21
5. Inovação.................................................................... 25
CONCLUSÃO................................................................ 32
ELEMENTOS COMPLEMENTARES.................................... 32
REFERÊNCIAS................................................................. 33
INTRODUÇÃO............................................................... 36
5. Mercado e Oportunidades........................................... 57
CONCLUSÃO................................................................ 61
ELEMENTOS COMPLEMENTARES.................................... 61
REFERÊNCIAS................................................................. 62
UNIDADE 3 – GERENCIAMENTO DE RECURSOS: PESSOAS
E FINANÇAS
INTRODUÇÃO............................................................... 65
3. Valorando Sociedades................................................. 74
5. Captação de Recursos................................................. 81
CONCLUSÃO................................................................ 85
ELEMENTOS COMPLEMENTARES.................................... 86
REFERÊNCIAS................................................................. 87
INTRODUÇÃO............................................................... 89
CONCLUSÃO.............................................................. 108
REFERÊNCIAS............................................................... 109
Unidade
1
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Conhecer aspectos importantes acerca dos fundamentos
do empreendedorismo
• Abordar o ambiente de competitividade
• Refletir sobre o ensino de empreendedorismo no Brasil
• Estudar conceitos e processos do que é empreender
• Refletir sobre o ambiente empreendedor e a importância
da inovação
Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), nesta unidade estudaremos alguns aspectos importantes acerca dos
fundamentos do empreendedorismo, abordando inicialmente sobre o ambiente de competitividade
a que estamos submetidos desde o nosso nascimento. Esse espírito de competição nos acompanha a
todo momento, afinal, queremos ser os primeiros em tudo e sempre, não é mesmo? Esse ambiente de
competição é estendido a todas as áreas da nossa vida, inclusive no ambiente corporativo, onde quem
não alcança o primeiro lugar está fadado a sair do mercado. Por esse motivo, as organizações buscam
criar valor para o cliente e obter ganhos por meio da vantagem competitiva.
Para finalizar nossa unidade de estudos, estudaremos sobre o ambiente empreendedor, repleto
de riscos e ameaças, que sugerem um bom planejamento antes da abertura de um negócio. Além é
claro, de abordarmos acerca da tão necessária inovação no ambiente empreendedor. Afinal, precisamos
fazer a diferença, pois o mercado está repleto de empresas, de produtos e de serviços muito parecidos.
Esperamos que esse conteúdo possa subsidiá-lo em sua vida acadêmica e na sua vida
profissional! Bons estudos!
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
1. O AMBIENTE DE COMPETITIVIDADE
Competitividade
Fonte: Pexels.
Prezado(a) aluno(a), no ambiente atual muito se fala em competitividade, quer seja entre países,
estados, cidades, empresas e principalmente entre os indivíduos. Todos querem ser os primeiros, levar
vantagem por chegar à frente. Os países querem ser os primeiros em determinado assunto, sendo os líderes
como potência militar ou mesmo em riqueza. Constantemente vemos rankings sendo criados para que se
exiba o primeiro lugar. Temos um tipo de ranking para cada área específica de interesse e um deles muito
relacionado ao empreendedorismo é o ranking dos países com os maiores impostos do mundo. Há outros
como o de melhor país para se investir, de melhor segurança, enfim, o objetivo sempre na elaboração de
um indicador, é despertar a competição, natural do indivíduo, sempre querendo ser o melhor.
Eu estou certocerto
Eu estou Eu também
Fonte: Pixabay.
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
O espírito de competição entre os seres humanos apresenta seu principal registro na Bíblia, com
Caim matando Abel, pois não se contentou com a preferência de Deus por seu irmão. Entre as nações,
a história nos conta inúmeros conflitos e guerras de nações contra nações, cidades contra cidades,
raças contra raças, sempre à busca da supremacia. O primeiro lugar massageia o ego da raça humana.
A busca incessante ao topo não tem limites. Talvez, com um exame rápido de consciência, você se
lembre de uma disputa com seu irmão ou algum parente próximo pela preferência do carinho dos
pais, ou por algum brinquedo, não é mesmo? E na escola, quem era sempre o aluno de maior nota,
ou aquele que tinha a melhor oratória da turma, enfim, nos lembramos sempre dos melhores. É uma
tendência nos lembrarmos sempre dos primeiros ou dos melhores em determinado tema. Você por
exemplo, em um rápido exercício mental, se lembraria da seleção de futebol que conquistou o terceiro
lugar na copa do mundo de 2014? Talvez, com um pouco de esforço você até se recorde, no entanto,
se nos fosse perguntado quem foi a seleção campeã daquela copa, com certeza a resposta seria bem
mais rápida.
No ambiente corporativo a competição é escancarada e cruel, onde quem não alcança o primeiro
lugar tem dificuldades em se manter no mercado. As empresas disputam cada espaço disponível com
a concorrência. Alguns produtos inclusive chegam a ser idênticos, apresentando diferenciação apenas
no serviço. Mal uma empresa lança um produto novo no mercado, com uma campanha de marketing
inovadora, outra já lança algo muito parecido e às vezes com um preço mais acessível. Um exemplo
de competitividade acirrada ocorre no mercado de telefonia celular, onde a maioria das operadoras
têm aparelhos similares ou até o mesmo, pouquíssima variação nas tarifas, se diferenciando apenas na
qualidade dos serviços. Quando determinada operadora lança um lançamento, imediatamente outra
já lança algo para não ficar para trás. Esse é o atual cenário de competição entre empresas no Brasil.
Prezado(a) aluno(a), diante dessa situação, de concorrência acirrada, desleal e cruel, você
poderia refletir: “não é melhor arrumar um emprego e ficar sossegado ganhando meu salário?”. A
resposta natural seria um estrondoso “sim”. No entanto o que move o mundo empreendedor é a
curiosidade e a insatisfação. É justamente em meio às turbulências e adversidades que surgem os
grandes líderes.
Para se tornar um líder, nesse ambiente de incertezas, não é necessário fazer nenhuma mágica,
ser amigo do chefe, ter que ficar necessariamente um longo tempo em determinado cargo. Hoje é
fundamental ter uma visão diferenciada, ver a situação de um ângulo diferente, sob um novo prisma.
Onde os indivíduos normais vêm problema, o novo líder vê solução. É necessário que se analise
determinada tarefa, atividade ou processo e se busque a execução de uma maneira diferente, isso é
inovação! Superar obstáculos por meio das mudanças.
Prezado(a) aluno(a), você deve estar se perguntando o que é competitividade, certo? De modo
bem simplificado, competitividade é a capacidade que uma empresa possui em cumprir sua missão
e seus objetivos de uma forma mais assertiva que seus concorrentes, satisfazendo os anseios dos seus
clientes. Uma organização ser competitiva, significa que tem uma rentabilidade igual, ou superior, aos
seus concorrentes, provocando um encantamento nos clientes por produtos e serviços oferecidos.
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Disponível em:
<http://www.clp.org.br/Show/Brasil-cai-18-posicoes-em-ranking-de-paises-mais-compe
titivos?=yP4aTOywd4HBg7Fr+aSIMA==>. Acesso em 01 Dez. 2017.
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
Uma gestão eficaz surge como uma resposta à obtenção da vantagem competitiva, permitindo
que o empreendedor, por meio de uma gestão sustentável, aumente sua lucratividade, sem aumentar os
preços, mas diminuindo seus custos. É óbvio que isso se dá por meio da articulação de todos os recursos
necessários para o sucesso de um negócio. No processo empreendedor passa-se necessariamente pela
fase de articulação de recursos (BARON; SHANE, 2007).
Neste contexto, Porter (1985, p. 62) conceitua vantagem competitiva:
Vantagem competitiva advém do valor que a empresa cria para seu clientes em oposição ao
custo que tem para cria-la, portanto a formulação de uma estratégia competitiva é essencial
para a empresa, pois esta dificilmente poderá criar condições ao mesmo tempo, para responder
a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendido, proporcionando à
empresa, desta forma, criar uma posição única e valiosa. (PORTER, 1985, p. 62).
2. MENTALIDADE EMPREENDEDORA
Empreendedor
Fonte: Pexels.
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Caro(a) aluno(a), provavelmente em sua jornada você já deve ter percebido empreendedores
que com muito pouco tiveram grande sucesso nos negócios e também aqueles que investiram grandes
somas de dinheiro e não tiveram sequer o retorno do investimento. Alguns pensadores chegam a
afirmar que o empreender já nasce com o indivíduo, outros afirmam que o indivíduo adquire o espírito
empreendedor com o passar do tempo, adquirindo hábitos e observando procedimentos. Aqui cabe
um exemplo bem característico acerca do ensino voltado ao empreendedorismo. Nos Estados Unidos,
ainda no ensino fundamental, as crianças aprendem sobre o empreendedorismo. No Brasil, no último
ano da faculdade, os formandos têm uma leve noção do que vem a ser empreendedorismo no último
semestre do curso. Essa é a diferença! Aqui os pais orientam os filhos a terem bons empregos em
empresas públicas, garantindo uma aposentadoria satisfatória. Lá, os jovens são orientados a terem
seus próprios negócios. Em outras palavras, para causar um pouco de polêmica, nos Estados Unidos
os jovens são formados para serem donos de empresas enquanto no Brasil, se forma a mão de obra
para essas empresas.
O conceito empreendedor passa pelo que Schumpeter (1982) definiu como uma nova combinação
de recursos. Para esse autor, o empreendedor é aquele que combina fatores de produção, produtos ou
mercados de novas maneiras. O agente de mudanças responsável por inovações é o empreendedor.
A inovação é, portanto, fruto da atividade do empreendedor, não do mercado. Os estudos se
desenvolveram depois foram influenciados, em maior ou menor grau, pelo legado schumpeteriano,
que balizou o delineamento temático do campo. Muitos deles, ou seja, tradicionais, versaram de modo
variado sobre o indivíduo empreendedor.
Face aos desafios impostos aos empreendedores no início das atividades empresariais, além
de um mentalidade empreendedora, é importante que se tenha clareza das atividades a serem
desenvolvidas. Ter o negócio próprio, provavelmente já tenha passado na cabeça de todos nós. Abrir
um negócio requer além de planejamento, muita dedicação, persistência, pois os riscos existem e
podem inviabilizar o empreendimento. Nesse cenário, há os empreendedores que planejam a abertura
da empresa, viabilizam recursos e quando surge a oportunidade, iniciam o negócio em uma base
sólida e segura, caracterizando o que denominamos de empreendedorismo de oportunidade.
No entanto, há aqueles que, por exemplo, ao perderem seus empregos, com dificuldade de
recolocação no mercado, abrem de súbito uma empresa, sem qualquer planejamento e sem enxergar
uma oportunidade de negócio, caracterizando o que denominamos de empreendedorismo por
necessidade. Perceberam a diferença?
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
Uma boa ideia nem sempre é sinal de um empreendimento de sucesso. Você já deve ter ouvido
aquele velho chavão: “de boas intenções o inferno está cheio”, não é mesmo? Todos nós já tivemos na
família ou no rol de amizades, aquela pessoa que se dá bem onde põe a mão, ou seja, aquela pessoa que
sempre dá certo, independentemente da área onde atua, devido à sua mentalidade empreendedora.
Um indivíduo com mentalidade empreendedora está sempre a frente de seu tempo, conseguindo
visualizar oportunidades onde a maioria enxerga dificuldades. Costumo dizer que onde as pessoas
normais enxergam problemas, um empreendedor vê soluções. A mídia tenta nos vender uma ideia, ou
um mantra, de que os empreendedores de sucesso, somente o são, devido à determinação, genialidade,
timing correto, e sobretudo, um grande produto ou serviço. Nesse sentido, Ries (2012, p. 2) destaca:
No entanto, o mito da perseverança, do gênio criativo e do trabalho duro persiste. Por que
essa crença é tão popular? Acho que há algo muito atraente a respeito dessa história moderna
de começar na pobreza e enriquecer. Ela faz o sucesso parecer inevitável se você tem os
predicados certos. Isso significa que os detalhes mundanos, a parte burocrática, as pequenas
escolhas não têm importância. Se desenvolvermos um produto de fato, os consumidores
virão. Quando fracassamos, como acontece com muitos de nós, temos uma desculpa pronta:
não criamos a coisa certa. Não fomos visionários o suficiente, ou não estávamos no lugar certo
na hora certa.
Caro(a) aluno(a), se você fosse um investidor, em que tipo de empreendedor você apostaria
suas fichas? De acordo com Portal Endeavor Brasil (2011), os olhos dos grandes investidores estão
focados em empresas de alto crescimento! Os empreendedores que acessam fundos de growth capital
não têm medo de atingir um novo patamar de negócios.
Segundo o Portal Endeavor Brasil (2011), os Fundos de Growth Capital tem os seus radares
voltados para esse tipo de organização, que normalmente apresentam as seguintes características:
• Inovação;
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Nesse cenário, caro(a) acadêmico(a), você já percebeu que não há espaços para amadores, ou
empreendedores com receio de saírem da zona de conforto, ou ainda aqueles com síndrome de Peter
Pan (medo de crescer). A dinâmica imposta pelo mundo globalizado é a de movimentação constante,
foco nos custos e no crescimento planejado. Portanto, bem vindo ao mundo do empreendedorismo!
3. EMPREENDEDORISMO
Caro(a) aluno(a), o empreendedorismo pode ser descrito como um comportamento e
não como um traço de personalidade. Por essa razão, os indivíduos podem aprender a agir como
empreendedores, utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a
elas e explorá-las como oportunidade de negócios.
Quando projetamos um novo empreendimento, devemos ter em mente a missão que esse
negócio tem a cumprir. Todo negócio deve ter uma visão de futuro que o norteie e os valores que
pretende perseguir. Isso precisa ficar muito claro para que todos os parceiros saibam exatamente o que
fazer, como, quando e onde. Os conceitos de missão, visão, valores e objetivos globais são essenciais
para direcionar o negócio. Mas a tarefa de planejar é uma atividade fácil?
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
Fonte: Pixabay.
De acordo com o Portal Endeavor Brasil (2015), o trio missão, visão e valores é um recurso
poderoso para que empreendedores consigam planejar negócios diferenciados, atrair colaboradores
engajados e se orgulhar do seu trabalho:
Antes de colocar o barco na água e lançar o seu negócio, é preciso criar algumas diretrizes que
garantem que estão todos navegando para a mesma direção. É assim que você define, desde
o começo, qual é o jeito de pensar, ser e trabalhar da sua empresa, antecipando problemas,
estabelecendo limites e minimizando os conflitos entre as pessoas que vão colocar sua empresa
de pé. (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
Prezado(a) aluno(a), a ferramenta missão, visão e valores tem como finalidade definir a direção
estratégica da empresa e permite ao empreendedor uma reflexão acerca do papel do seu negócio na
sociedade e sobre o futuro da empresa. Em um primeiro momento parece difícil para o empreendedor o
rápido entendimento desses termos. Porém, para facilitar a diferenciação desse importantes conceitos,
esclarecemos:
Missão é o que fazemos e o que não fazemos juntos. Normalmente ela é bastante inspiradora,
mas, na prática, a missão descreve a nossa razão de existir. E o mais importante, ela pode
mudar sim com o tempo, se ajustando à realidade. (PORTAL ENDEAVOR BRASIL, 2015).
A missão é desenvolvida com base na análise ambiental, nos stakeholders (partes interessadas),
sempre pensando nos objetivos da empresa e qual a posição que ela quer passar para o seu público-
alvo. O empreendedor deve também formular a sua declaração de missão. Nesse aspecto, Ferreira,
Santos e Serra (2010, p.119) enfatizam:
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Apresentamos a seguir, alguns bons exemplos de missão, de algumas organizações, para que
você tenha uma ideia da importância dessa definição na fase preliminar do negócio:
Walmart – Nós economizamos o dinheiro das pessoas para que elas possam viver melhor!
Microsoft – Ajudar pessoas e empresas por todo o mundo a realizar todo seu potencial.
Fonte: Portal Endeavor Brasil (2015)
Já os valores se diferenciam das regras, pois incidem nas convicções que fundamentam as
escolhas por um modo de conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização. Dessa forma,
Coutinho (2016, p.151) nos apresenta sua definição de valor:
Os valores possuem uma base ideológica de como as pessoas devem agir dentro da
organização, já as regras ou normas não são apenas orientações, mas procedimentos que
devem ser seguidos pelos membros da organização com risco de algum tipo de punição caso
não sejam cumpridas.
Os empreendedores também devem ter uma visão clara de em qual área do negócio a empresa
atuará, considerando o seu posicionamento no mercado e no setor, os diferenciais, a sua estratégia e
forma de atuação. Ferreira, Santos e Serra (2010, p.118) destacam que “é preciso ter uma ideia clara
de visão – a imagem que a empresa tem de si e do seu futuro (ou seja, aquilo que almeja ser, mais do
que de fato é atualmente)”. A visão consiste na projeção futura da organização, ou seja, quais são seus
objetivos e onde ela quer chegar.
A visão define os planos da empresa, os rumos que deverá tomar. Dessa forma, é necessário
pensar em ações concretas que possam ser alcançadas e que possam estar de acordo com as políticas
e com o segmento no qual a empresa atua:
Se a visão é o que eu faço, valores é quem eu sou, a visão é o que eu quero atingir. Em essência,
a visão é o destino final. E a frase que sintetiza a visão é o desenho de uma paisagem futura,
considerando que você atingiu seu objetivo e chegou ao seu destino. Costuma ser um alvo
em movimento, mas para funcionar, é preciso ser enxergada com foco. Dos três, a Visão
é a que mais pode mudar com o tempo porque, assim que você alcançou o que pretendia,
muda novamente para um alvo que está logo à frente, sem nunca parar de avançar. (PORTAL
ENDEAVOR BRASIL, 2015).
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
Caro(a) acadêmico(a), não existe uma regra fixa para definir o grau de empreendedorismo nos
indivíduos, afinal, somos diferentes, temos aspirações diferentes, condições econômicas diferentes e
gostos bem distintos. Essa é a graça da raça humana! O Empreendedorismo se compõe de diferentes
fatores, presentes em diferentes doses em cada empreendedor. Mesmo havendo muitas variações
no perfil empreendedor, com algumas características comportamentais podemos prever a vocação
empreendedora de uma pessoa. Embora existam testes online para serem realizados, apresentaremos
a seguir um modelo, para aferir o seu grau de empreendedorismo:
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Após ter preenchido os campos e somado o número de ocorrência, saberá se tem ou não
características de empreendedor correndo nas suas veias. Para auxiliar em sua avaliação, observe em
qual dos três níveis se encontra sua pontuação.
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
AVALIAÇÃO
ALTO = 3 PONTOS MÉDIO = 2 PONTOS BAIXO = 1 PONTO
Fonte: Malheiros; Ferla; Cunha (2005, p. 21).
Prezado(a) aluno(a), esse teste pode ser aplicado também ao seu grupo de amigos e parentes,
de modo a identificar um eventual sócio para o seu futuro empreendimento. Como você já percebeu,
a chance de um negócio dar errado é grande e não existe uma fórmula garantidora do sucesso! É
necessário sempre buscar novos conhecimentos e apoio de quem realmente entende do assunto, como
o SEBRAE, por exemplo. São grande os desafios para entrarmos e garantirmos nossa permanência no
ambiente empreendedor!
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
4. AMBIENTE EMPREENDEDOR
Empreender como desejo de iniciar, desenvolver e concretizar um projeto, um sonho
Fonte: Pixabay.
Conforme Leite e Melo (2008) salientam, por esta teoria comportamentalista, o “empreendedor”
é compreendido mais por seus atributos psicológicos do que por sua ação econômica. Estaria, dessa
forma, o desejo de empreender ligado à motivação do indivíduo, seu desejo de realização e obtenção
de sucesso.
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
De acordo com Filion (1999), no entanto, o autor que realmente início às contribuições sobre as
ciências do comportamento para o empreendedorismo foi David Clarence McClelland, um psicólogo
social norte-americano, que viveu durante quase todo o século XX, cujas teorias da “necessidade de
realização” permeou seu trabalho. Porém, é bom que se frise que não necessariamente uma teoria é
excludente à outra. Por vezes, é possível traçarmos paralelos e complementariedades entre elas, o que
nos dá um cenário mais completo e informativo do ato de empreender.
Outra corrente teórica que vem ganhando destaque nos últimos anos é a dos traços de
personalidade, em que até mesmo características como gênero são levadas em consideração para
buscar-se compreender a ação empreendedora. Podemos resumir as principais linhas de pensamento
sobre empreendedorismo no Quadro 5, a seguir:
Perceba, pelo Quadro 1 apresentado, que as abordagens das teorias sobre empreendedorismo
seguem linhas de tempo bastante específicas e, especialmente na atualidade, há um esforço em se
associar ao empreendedorismo aos traços de personalidade do próprio empreendedor.
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Para tanto, não se eximia de colocar seu próprio capital em risco, com o objetivo de obter
rendimentos do capital investido. Segundo registros históricos, Cantillon era capaz de analisar uma
oportunidade, identificando elementos já lucrativos e outros que poderiam ser no futuro. Apesar da
palavra “empreendedorismo” já ter sido utilizada antes mesmo de Cantillon, é atribuído a ele o mérito por
ser o primeiro a oferecer uma clara concepção da função empreendedora como um todo (FILION, 1999).
É atribuído a Cantillon o uso da palavra francesa entrepreneur (da qual se deriva, segundo vários
autores, o termo “empreendedor”) para descrever um indivíduo que assume riscos.
Jean-Baptiste Say – também classificado como um economista, de origem francesa, que viveu
entre o final do século XVIII e início do século XIX – interessava-se pela expansão da revolução
industrial ocorrida na Grã-Bretanha, para que chegasse à França e, para possibilitar isso, preparou o
arcabouço teórico que reunia os princípios que alavancaram a Revolução Industrial britânica com os
pensamentos de Adam Smith, de quem era admirador.
De acordo com Oliveira (2014), o empreendedorismo no Brasil, em sua maior parte, é baseado
em micro, pequenos e médios negócios. De fato, o início de um novo negócio geralmente é de porte
menor e, caso prospere, seguirá o caminho natural de crescimento e expansão. Porém, no Brasil muitos
negócios permanecem pequenos, mesmo se passando muitos anos. Isto pode ser explicado, em parte,
pelo fato de que esses empreendimentos permanecem com características de negócios familiares e
tendem a não se perpetuar nas gerações que sucedem o fundador. Oliveira (2014) afirma que apenas
cerca de 30% em média das empresas familiares sobrevivem à primeira geração.
Uma boa ferramenta para efeitos comparativos entre o nível de empreendedorismo entre países
– o Brasil incluído nesse rol – são os estudos do GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Essa base
comparativa é realizada com base no PIB, na renda per capita e quotas de exportação e formam
basicamente 3 grupos de países, para efeitos de comparação, quais sejam:
• Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades com
forte dependência dos fatores trabalho e recursos naturais;
O Brasil está elencado no grupo de países impulsionados pela eficiência, sendo incluídos pelo
GEM nesse rol comparativo, além do Brasil, a Argentina, Barbados, Chile, Colômbia, Equador,
Guatemala, México, Panamá, Peru, Porto Rico e Uruguai, no recorte geográfico composto por
América Latina e Caribe.
1. Políticas governamentais;
2. Apoio financeiro; e
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
A burocracia e a alta carga tributária, via de regra, sempre são citadas como fatores limitantes
à atividade empreendedora nacional. As condições para o empreendedorismo (favoráveis ou
desfavoráveis) são elencadas em um conjunto de nove categorias por Ferreira, Santos e Serra (2010),
conforme podem ser visualizadas na Figura 1 a seguir:
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
5. INOVAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), desde a idade das cavernas o homem procurou superar os obstáculos a
ele impostos pela natureza adversa. Na busca por sobrevivência inventou ferramentas de modo a
facilitar sua segurança e a busca por alimentos. Nesse processo, o homem aprendeu a se utilizar da
pedra, do fogo, dos metais e culminou com a invenção da roda. Quando nos referimos à inovação,
provavelmente pensamos em invenção, criar algo novo, não é mesmo? Para inovar são necessárias
tecnologias ou técnicas? O que distingue inovação de invenção?
Você concorda que esses termos, em um primeiro momento, nos causam dúvidas? Para
esclarecermos, é importante compreendermos a diferenciação entre esses termos, conforme os
conceitos apresentados por Tigre (2006):
Do ponto de vista conceitual, uma primeira distinção é usualmente feita entre tecnologias
e técnicas. A tecnologia pode ser definida como conhecimento sobre técnicas, enquanto
as técnicas envolvem aplicações desse conhecimento em produtos, processos e métodos
organizacionais. Outra distinção importante é feita entre invenção e inovação. A invenção se
refere à criação de um processo técnica ou produto inédito. Ela pode ser divulgada através de
artigos técnicos e científicos, registrada em forma de patente, visualizada e simulada através
de protótipos e plantas piloto sem, contudo, ter uma aplicação comercial efetiva. Já a inovação
ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção. (TIGRE, 2006, p. 72, grifo nosso).
Para Rodriguez y Rodriguez (2010, p. 310), “a inovação é regida por dezenas de princípios e
requisitos complexos que interagem e se complementam. Ações pontuais e isoladas definitivamente
não transformarão uma organização em uma empresa inovadora”.
A inovação deve ser parte da cultura da empresa e permear todas as áreas da companhia.
Algumas empresas criam seus departamentos de inovação e podem, em dados momentos, alcançar
resultados significativos, acelerando processos e liderando mudanças. Entretanto, o ideal é que
a cultura organizacional incorpore de tal forma o espírito de inovação que os profissionais de
todas as áreas assumam a responsabilidade para inovar, seja nos laboratórios de P&D – Pesquisa e
Desenvolvimento, seja no atendimento ao cliente, no departamento de crédito e cobrança, e assim por
diante (RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
Freitas Filho (2013) enfatiza que, para se inovar, é fundamental a coexistência de três elementos:
conhecimento, criatividade e empreendedorismo, conforme apresentado na figura 1:
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
Uma inovação muito raramente nasce ao acaso. Você já deve ter ouvido, em alguma fase da sua
vida a seguinte frase de nossos antepassados: “a necessidade é a mãe da imaginação”.
Fonte: Pixabay.
Nesse sentido, os elementos da inovação são descritos por Freitas Filho (2013) da seguinte forma:
Conhecimento: um dos elementos para a geração é o conhecimento. Não se inova se não
houver conhecimento sobre o assunto. E esse é um ponto muito importante quando se vai
rodar uma seção de geração de ideias. Nesse tipo de evento, a fase de preparação é fundamental
e os conhecimentos sobre o assunto devem ser nivelados de alguma forma, ou especialistas
sobre o assunto devem participar do processo.
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
A inovação contribui de diversas formas para o sucesso das organizações. Uma forma que
merece destaque no cenário atual, é a obtenção de diferencial competitivo por meio da cadeia de valor.
A cadeia de valor é considerada uma importante ferramenta estratégica para identificar oportunidades
de inovação em diversos níveis da organização, melhorando a performance do sistema, até o projeto
de ofertas de produtos ou serviços inéditas.
Este modelo pressupõe que o conhecimento para promover inovações é encontrado em qualquer
lugar da rede de valor da organização e do mundo globalizado. Desta forma, qualquer empresa que
queira se tornar inovadora deverá abrir as portas de sua organização para ideias que venham de fora;
de centros de pesquisa, universidades, outras empresas, mesmo que concorrentes (RODRIGUEZ y
RODRIGUEZ, 2010).
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Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
Nesse sentido, Freitas Filho (2013) destaca que, ao se criar um programa de inovação dentro
de uma empresa, o sucesso vai depender de alguns fatores: é preciso que haja patrocínio do principal
executivo da empresa; que se tenha uma pessoa que gerencie todo o processo, desde a geração de
ideias até a análise dos resultados e os times que irão conduzir os projetos de inovação, além do
suporte das diversas áreas da empresa, pode ser necessária também a figura do mentor de inovação,
ou seja, do profissional treinado na metodologia e ferramentas de inovação que irá auxiliar os times a
gerar e captar ideias e conduzir seus projetos.
Com relação à formação do Comitê Executivo, que é o grupo que irá definir as estratégias de
inovação da empresa e que irá monitorar os resultados, Freitas Filho (2013, p. 69) descreve:
É normalmente formado pelos principais diretores e pelo gestor de inovação, que se reúnem
mensalmente para avaliar o desenvolvimento do programa de inovação. O gestor de inovação
tem um papel fundamental no comitê, pois ele é o responsável pelo repasse das informações
sobre o andamento do programa e dos projetos, bem como pela análise preliminar dos
resultados. No comitê são discutidos os projetos, analisados os indicadores e monitoradas as
metas. As diretrizes de trabalho também estão a cargo do comitê.
De acordo com Tidd, Pavitt e Bessant (2008), a construção das organizações que sejam abertas
à mudança, ou seja, capazes de aprendizado contínuo, é uma das principais tarefas da estratégia de
inovação. P&D e outras funções relacionadas dentro da empresa são aspectos fundamentais dessa
capacidade de aprendizado. No entanto, conforme a tabela 1, a natureza e o propósito das atividades
tecnológicas das grandes empresas variam bastante. É possível comparar as atividades de P&D de
interesse para diferentes áreas da empresa:
Nível empresarial: as perspectivas de tempo são longas, o feedback de aprendizagem é lento,
as conexões internas são frágeis, as conexões com fontes externas de conhecimento são fortes,
e os projetos são relativamente baratos.
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Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Os mesmos autores enfatizam que o equilíbrio dessas várias atividades é uma tarefa extenuante
que envolve escolhas entre (i) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhada em divisões
operacionais e no laboratório empresarial; (ii) P&D (e outras atividades tecnológicas) desempenhadas
no país de origem da empresa e em países estrangeiros. Até pouco tempo atrás, um método prático
bastante adotado para decidir as atividades de P&D deveriam ser desempenhadas era:
• P&D de suporte para negócios já existentes (como produtos, processos, divisões) deveria
ser alocada em divisões estabelecidas.
• P&D de suporte para novos negócios (como produtos, processos, divisões) deveria,
inicialmente, ser alocada em laboratórios centrais, e depois transferida para as divisões
(estabelecidas ou recentemente criadas) para exploração.
• P&D de suporte à produção estrangeira deveria ser alocada perto daquela produção
estrangeira e estar voltada, principalmente, para a adaptação de produtos e processos às
condições locais. (TIDD, BESSANT e PAVITT, 2008, pp. 226-227).
29
Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
• Buscar alterantivas de fomento junto aos órgãos do governo e aplicar os projetos aos editais;
Times de projetos de inovação: a formação de times de inovação vai depender muito de como
o programa de inovação foi estruturado. Existem diversas atividades que precisam ser realizadas que
vão desde a geração e captação de novas ideias até a implementação das mesmas. Os times de projeto
podem ser formados já na fase de geração de ideias. Nesse caso é recomendável é que haja a participação
de pessoas de todas as áreas da empresa. Isso irá permear a cultura corporativa de inovação. Cada
pessoa que participa na geração de novas ideias torna-se um disseminador em potencial de inovação
(FREITAS FILHO, 2013, p. 70).
Ao se falar de inovação é natural se pensar em novos produtos. Existem diversos exemplos que
ilustram esse tipo de inovação. Todos concordam quando se fala que o celular é uma grande inovação,
pois ele trouxe a mobilidade e portabilidade à comunicação (FREITAS FILHO, 2013).
Por meio da tabela 2, Tigre (2006) demonstra que a gama de inovações observadas na atividade
econômica é classificada segundo seus impactos, exemplificando as diferentes trajetórias para o caso
de inovações em processos:
30
Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
De acordo com a OCDE (1997 apud Freitas Filho, 2013, p. 150), existem quatro tipos de inovação:
de produto, de processo, organizacional e de marketing:
A inovação por produto: é caracterizada pela alteração significativa em características
funcionais dos produtos (bens e sérvios). É aplicável tanta a produtos totalmente novos como
aos casos de aperfeiçoamentos significativos nos já existentes. Como exemplo de inovação
de produtos (bens manufaturados) é citado: o telefone celular, a câmera digital, a fralda
descartável, o computador pessoal, o pen drive, o motos bicombustível. Já para serviços, é
inovador o atendimento bancário através dos caixas eletrônicos, o serviço de vendas online
pela internet, o sistema de logística reversa para coleta de embalagens de produtos.
Prezado(a) aluno(a), para que ocorram as mudanças tão requeridas em nossas vidas pessoais
e profissionais, é essencial que procedamos a inovação. Esta pode ocorrer pela forma de realizarmos
uma mesma tarefa por meios diferentes ou até mesmo a reinventarmos todo um processo. Não
podemos, afinal, querermos que fatos diferentes ocorram se procedemos sempre da mesma maneira,
não é mesmo? Precisamos sair um pouco da nossa zona de conforto, e fazermos aquilo que todos
consideram impossível! Isso é inovação!
31
Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
CONCLUSÃO
Caro(a) acadêmico(a), nessa unidade de estudos, foi possível compreendermos importantes
aspectos acerca dos fundamentos do empreendedorismo. Foram abordados tópicos sobre o ambiente
de competitividade a que todos os empreendedores estão submetidos. Tal espírito competitivo nos
acompanha a todo momento, afinal, queremos ser os primeiros em tudo e sempre. A sociedade não
reconhece e não dá valor aos que ficam em segundo lugar. Vimos que esse ambiente de competição é
estendido a todas as áreas da nossa vida, inclusive no ambiente corporativo, onde quem não alcança
o primeiro lugar está fadado a sair do mercado. Por esse motivo, as organizações buscam criar valor
para o cliente e obter ganhos por meio da vantagem competitiva.
Vimos que o empreendedorismo pode ser descrito como um comportamento e não como um
traço de personalidade. Por esse motivo, os indivíduos podem aprender a agir como empreendedores,
utilizando-se de ferramentas baseadas no interesse em buscar mudanças, reagir a elas e explorá-las
como oportunidade de negócios. Estudamos também que empreender é um processo dinâmico de
criar riqueza por meio de indivíduos dispostos a assumirem riscos no tocante ao próprio patrimônio,
tempo ou comprometimento com a carreira, que também empenham suas habilidades e esforços
vislumbrando ter o próprio negócio, empreendimento ou empresa.
Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa efetivamente auxiliá-lo na busca de seus
objetivos. Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#LIVRO#
32
Unidade
1 Fundamentos do empreendedorismo
Sinopse: A proposta deste livro é dar uma base aos profissionais que atuam na área para que
consigam fazer uma análise crítica de suas empresas e estejam preparados para iniciar o processo de
implantação de um sistema de gestão da inovação.
O tema cultura de inovação está no Capítulo 4. São enfatizados o papel das pessoas e do ambiente
para transformar as organizações em empresas inovadoras, bem como uma metodologia para fazer o
gerenciamento da mudança.
REFERÊNCIAS
BARON, R. A.; Shane, S. A. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Editora Cencage
Learning, 2007.
FERREIRA, M. P., SANTOS, J. C.; SERRA, F. R. (2010). Ser Empreendedor - Pensar, Criar e Moldar
a Nova Empresa. 2ª ed.. Lisboa: Edições Sílabo.
FREITAS FILHO, Fernando Luiz. Gestão da inovação: teoria e prática para implantação. São Paulo:
Atlas, 2013.
LEITE, E.S; MELO, N.M. Uma nova noção de empresário: a naturalização do empreendedor. Revista
de Sociologia e Política. V. 16, n. 31, p. 35-47, novembro/2008.
33
Unidade
Fundamentos do empreendedorismo 1
PAIVA Jr., F.G.; CORDEIRO, A.T. Empreendodorimo e o espírito empreendedor: uma análise da
evolução dos estudos na produção acadêmica brasileira. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – ENANPAD,
XXVII, 2002, Salvador-BA. Anais...Salvador: 2002, 1 CD ROM.
PORTAL ENDEAVOR BRASIL. As características que todo investidos procura nos empreendedores,
2011. Disponível em: <https://endeavor.org.br/growth-capital-como-acessar/>. Acesso em 01 Dez.
2017.
______. Missão, visão e valores: ferramenta gratuita para definir a identidade do seu negócio. 2015.
PORTAL SEBRAE. Pesquisa GEM revela taxa de empreendedorismo no país. 2016. Disponível em:
RIES, Eric. A Startup enxuta. 1ª. Ed. São Paulo: Leya Brasil, 2012.
SHANK, J.K.; GOVINDARAJAN, V. Strategic cost management: the new tool for competitive
advantage. New York: The Free Press, 1993.
TIDD, Joe; BESSANT, John; PAVITT, Keith. Gestão da inovação. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
TIGRE, Paulo B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006.
34
Unidade
2
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Apresentar técnicas que estimulam a criatividade
• Conhecer o processo de inovação, contemplando suas
etapas e um perfil profissional para cada uma delas
• Apresentar a matriz de avaliação de valor, a curva de valor
e o modelo das quatro ações
• Estudar as técnicas para identificação de oportunidades e
o processo empreendedor na visão de J. Timmons
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade abordaremos um assunto bastante interessante para o
empreendedor, que é a criatividade, a inovação e a análise de oportunidades. É um tema bastante
discutido no tocante à dificuldade atores envolvidos, haja vista a alegação de dificuldades na
identificação de oportunidades. O empreender é uma arte, envolta em inúmeras variáveis dentre as
quais as relacionadas às ideias e ao potencial criativo dos indivíduos e das organizações. Veremos
algumas técnicas que estimulam a criatividade, a qual leva invariavelmente à inovação empresarial.
Abordaremos também sobre o fato de que não há uma técnica específica que resolva o problema
da falta de criatividade no âmbito empresarial. O clima organizacional deve ser levado em consideração
de modo a não se inviabilizar a aplicação de determinada técnica na empresa. Independente da técnica,
o objetivo sempre é a inovação.
Estudaremos acerca dos ambientes conhecidos como oceano vermelho e oceano azul e a
estratégia de atuação das empresas nesse cenário de competição acirrada em busca da criação de
valor para o cliente. Conheceremos ainda a matriz de avaliação de valor, a curva de valor e o modelo
das quatro ações.
Prezado(a) aluno(a), espero que você possa extrair o máximo de subsídios para sua jornada
acadêmica. Bons estudos!
Desta forma, podemos criar nosso próprio conceito de criatividade, é a capacidade humana de
gerar novas ideias. Uma ideia nova para resolver um problema antigo.
De acordo com Luecke (2007) o empreendedor necessita aliar análise, planejamento estratégico,
capacidade de implementação e controle à sua organização, sendo tais elementos cruciais ao êxito dos
36
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
O empreendedor é definido por Luecke (2007, p. 29) como “aquele que combina recursos,
trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é aquele que
introduz mudanças, inovações e uma nova ordem”.
De acordo com o mesmo manual, a capacidade criativa pode ser definida como a habilidade
para gerar ideias, alternativas e soluções a um determinado problema de forma fácil.
A criação de ideias, e a respectiva utilização sob a forma de inovação, segue um processo cuja
análise e aplicação permite solucionar problemas e formular estratégias de mudança que permitam
a adaptação a uma nova situação. O processo criativo segue um esquema simples constituído pelas
seguintes fases:
37
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
Caulkins (2001), destaca que a criatividade nas questões empresariais está relacionada a
novas formas de solução de problemas, envolvendo a combinação de ideias de diferentes áreas de
conhecimento, com probabilidade de saltos de intuição. Para o autor, a criatividade está relacionada à
agregação de valor às ideias, à invenção de produtos e à inovação. O autor afirma que a adequação de
tais ideias aos objetivos propostos é o que diferencia a criatividade da divagação.
De acordo com Luecke (2003) destaca a importância da inovação, pois visam a redução dos
custos de produção e salienta que há dois modelos de inovação:
Inovações incrementais são aquelas que exploram formas, produtos, tecnologias, marcas,
etc., já existentes; melhoram ou reconfiguram aquilo que já existe, para servir outro propósito
no mercado. Para exemplificar, o autor apresenta a marca Intel, mais especificamente do
processador Intel Pentium IV, que representa um aperfeiçoamento do seu antecessor, Intel
Pentium III.
A inovação radical, por outro lado, é algo que surge a partir de uma ideia já existente, mas
que vai revolucionar por completo o mercado e o produto em si. Temos o caso das máquinas
fotográficas digitais, que revolucionaram totalmente o conceito primórdio criado pela marca
Kodac (LUECKE, 2003, p. 3, grifo nosso).
Fonte: Pixabay.
38
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
É importante salientar que não há uma técnica específica que resolva o problema da falta
de criatividade no âmbito empresarial. O clima organizacional deve ser levado em consideração de
modo a não se inviabilizar a aplicação de determinada técnica na empresa. Independente da técnica,
o objetivo sempre é a inovação.
Luecke (2003) aponta que a primeira etapa do processo de inovação - a geração de ideias. Para
isso, são analisadas seis fontes de onde provêm as ideias inovadoras, detalhando cada uma delas:
1) New Knowledge – muitas das inovações radicais são resultado desta fonte. Quando algo
se desenvolve numa certa área, dando origem a um novo produto, dizemos que faz parte desta
“categoria”. Apesar do poder e força que as inovações baseadas neste tipo de fonte possam ter, há um
grande intervalo de tempo que separa o desenvolvimento da ideia a partir do New Knowledge até à
sua transformação total em produto comercializável (exemplo do computador que terá demorado,
aproximadamente, cinquenta anos até chegar aos mercados). Por outro lado, as recompensas que este
tipo de inovação proporciona são enormes;
2) Tapping the Ideas of Costumers – os clientes são os grandes criativos e aqueles que mais
têm uma palavra a dizer; são eles que melhor podem apontar lacunas ou falhas que um produto possa
ter. Há várias formas pelas quais os clientes podem dar a sua opinião, quer seja através de um livro de
reclamações, inquéritos ou por sua própria espontaneidade;
3) Lead Users – são empresas ou indivíduos cujas necessidades vão além daquilo que o mercado
lhes oferece presentemente. Normalmente, as suas ideias inovadoras não servem o mercado, mas as
suas próprias necessidades. No entanto, podem ser adaptadas para que, mais tarde, possam vir a ser
comercializadas;
4) Empathetic Design – é uma técnica de geração de ideias que consiste na observação, por
parte dos criativos/inovadores, do modo como as pessoas usam produtos já existentes tendo em conta
o ambiente que as rodeia. Dorothy Leonard e Jeffrey Rayport descreveram-no como um processo com
cinco etapas:
a. Observação;
b. Recolha de dados;
c. Reflexão e análise.
39
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
d. Brainstorm;
5) Invention factories and skunkwords – muitas ideias inovadoras surgem através de uma
pesquisa e desenvolvimento profundos por parte dos “fabricantes de inovações”.
6) Open Market Innovation – nem todas as ideias têm que ser criadas dentro do seio da empresa.
É uma mais-valia para qualquer empresa se conseguir novas ideias através de parcerias, licenciamento,
alianças estratégicas ou, até mesmo, compra de uma ideia de outra empesa (LUECKE, 2003).
Nesse sentido, Luecke (2003, p. 14) nos apresenta a S-Curve, a qual representa o percurso de
inovações tecnológicas bem-sucedidas. Tem como função descrever a evolução no tempo e a nível de
investimentos da performance e custos da tecnologia. O que esta curva nos mostra é que a tecnologia
que está já estabelecida e estabilizada acaba sempre por se desenvolver e melhorar quando confrontada
por uma rival:
Figura 2 – S-Curve
Por meio do quadro 1, o Portal Nômades Digitais nos apresenta quatro exercícios simples, de
modo a aumentarmos nos potencial criativo nas organizações:
40
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
1. Usos alternativos
Essa técnica foi desenvolvida por J.P. Guilford em 1967, mas continua bastante atual. A
ideia é simples: pensar em usos alternativos para objetos comuns do cotidiano. Pode ser
uma cadeira, o seu computador ou um livro, por exemplo. Dedique um ou dois minutos
para pensar em usos alternativos para cada palavra (é importante contar o tempo, pois a
pressão ajuda você a pensar em soluções rápidas).
2. Palavras cruzadas
Para este exercício você também vai precisar de um relógio, além de uma palavra cruzada
que ainda não tenha feito (vale usar a do jornal do dia, por exemplo. Para acompanhar,
não esqueça de um lápis ou caneta e de uma folha em branco.
3. Noite e Dia
Uma boa maneira de exercitar a sua criatividade é pensando em soluções alternativas, da
mesma forma que no exercício sobre usos alternativos para objetos do cotidiano. E esse
exercício vai ajudá-lo nesta tarefa.
Comece criando uma lista de palavras comuns em um papel. Pode pensar em objetos que
estão ao seu redor ou até mesmo em características do momento: noite, balcão, pimenta,
garrafa, feliz, etc. Depois disso, escreva ao lado de cada palavra pelo menos quatro palavras
que tenham sentido oposto ao inicial. Por exemplo:
Noite – dia, sol, branco, acordado
4. Telefone maluco
Sabe aquele seu amigo para quem você não telefona há anos? Ou o ex-colega com quem
você não fala desde que saiu da escola? Esse exercício promete te colocar em contato com
eles novamente. A ideia aqui é ligar para a pessoa de quem você está mais distante de toda
a sua lista telefônica e tentar desenvolver uma conversa de pelo menos 5 minutos.
Pode parecer constrangedor, mas a ideia é exatamente essa: a pessoa para quem você
ligar vai ficar tão embaraçada que você precisará usar toda a criatividade para manter a
conversa fluindo.
41
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
Fonte: Pixabay.
De acordo com o Manual de Criatividade Empresarial (2010), a criatividade, tal como foi
definida acima, procura alternativas a uma situação existente ou a formulação de soluções que deem
resposta a problemas que possam surgir. A predisposição para encontrar soluções e para a mudança
(entendendo-a como positiva) implica também a existência de uma atitude criativa. A criatividade
está relacionada com a utilização de mecanismos e métodos que não respondem a esquemas e lógicas
tradicionais. A cada vez mais complexa situação do meio e dos problemas a que nos enfrentamos
exige novas ideias e, sobretudo, novos enfoques. Uma mente criativa é aquela que procura métodos
diferentes e que é capaz de reinterpretar a realidade segundo novos parâmetros lógicos. Tudo com a
finalidade de encontrar novas formas de interpretar a realidade e de dar respostas criativas e eficazes
aos problemas que possam surgir. Em outros termos, ser criativo é ver o que todo mundo vê e pensar
o que ninguém, até então, havia pensado.
Segundo a OECD (2005), a inovação pode também melhorar o desempenho da empresa pois
ela faz aumentar sua capacidade de inovar. Por exemplo, melhoramentos nos processos de produção
podem permitir o desenvolvimento de um novo leque de produtos, e novas práticas organizacionais
podem melhorar a capacidade empresarial de adquirir e criar novos conhecimentos que poderão ser
usados para o desenvolvimento de outras inovações.
Para distinguir inovação de criatividade, os autores Foster e Kaplan (2002) nos apresentam um
conceito esclarecedor:
Embora a inovação baseie-se em criatividade e invenção, o conceito é muito mais amplo.
Uma invenção implica a “conversão da ideia criativa em uma forma comunicável e verificável,
geralmente para atender a alguma necessidade ou realizar alguma tarefa”. A inovação é uma
invenção que produziu valor econômico. Sem valor econômico não pode haver inovação.
(FOSTER E KAPLAN, 2002, p. 158)
42
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
Kim e Mauborgne (2005) denominam inovação de valor, o fato das empresas, ao invés de se
esforçarem para superar os concorrentes, concentraram o foco em tornar a concorrência irrelevante,
oferecendo saltos no valor para os compradores e para as próprias empresas, que assim desbravaram
novos espaços de mercado inexplorados:
A inovação de valor é uma nova maneira de raciocinar sobre a execução da estratégia, que
resulta na criação de um novo espaço de mercado e no rompimento com a concorrência. Muito
importante, a inovação de valor desafia um dos dogmas mais comuns da estratégia baseada na
concorrência – o trade-off valor-custo. Tradicionalmente, acredita-se que as empresas, quando
comparadas aos concorrentes, devem ser capazes de criar mais valor para os clientes, a custo
mais alto, ou de criar o mesmo valor para os clientes, a custo mais baixo. Assim, estratégia é
escolher entre diferenciação e liderança de custos (KIM; MAUBORGNE, 2005, p. 26).
Podemos compreender que a inovação de valor é uma estratégia, na qual a empresa aproveita as
condições favoráveis, sem um enfrentamento direto à concorrência.
43
1993: Clonagem de embriões humanos
1997: Primeiro animal clonada: ovelha Dolly
2000: Sequenciamento do genoma humano Unidade
Criatividade, inovaçã
Quadro o e análise
2 – Exemplos de inovações do século idades
de oportun XX
Fonte: Dornelas (2008, p. 22)
2
Essas inovações não existiriam se não fosse os inovadores, os indivíduos arrojados, visionários,
Essas
que enfrentaram inovações
todos os tipos não existiriamfizeram
de obstáculos, se nãoinúmeras
fosse os experiências
inovadores,para os indivíduos
hoje serem
arrojados,
considerados visionários,
“gênios” que
pela maioria das enfrentaram todos
pessoas. De acordo comosFreitas
tiposFilho
de (2013,
obstáculos, fizeram
p. 13) “quando se
analisam os elementos de inovação, percebe-se que algumas características pessoais
inúmeras experiências para hoje serem considerados “gênios” pela maioria das são fundamentais
no processo de inovação”.
pessoas. De acordo com Freitas Filho (2013, p. 13) “quando se analisam os
elementos
Nesse sentido,de inovação,
a figura percebe-se
3 nos apresenta que algumas
o processo características
de inovação pessoais
e descreve os diferentes são
perfis de
inovadores em cada etapa
fundamentais no desse processo:
processo de inovação”.
Figura 3 –com
De acordo Processo de inovação
Freitas Filho (2013), o processo de inovação compreende quatro etapas e para
Fonte:
cada uma delasFreitas Filho
um perfil de (2013, p. 13)
profissional diferente é requerido. Conhecer o perfil de cada pessoa é
importante, principalmente na hora de formar times de projeto de inovação, de modo que os perfis se
complementem:
De acordo com Freitas Filho (2013), o processo de inovação compreende
Idealizador: é o perfil que se ajusta à primeira etapa do processo de inovação. Sua principal
funçãoquatro
é manteretapas e para
a empresa cada
alinhada uma delas
às demandas um perfil
do mercado de profissional
a partir diferente
de uma produção constanteé
requerido.
e generosa Conhecer
de ideias. o perfil
Essa pessoa de ecada
é criativa pessoamuito
normalmente é importante, principalmente
bem informada sobre a empresana
e o mercado.
hora de Outro pontotimes
formar forte éde
o seu carismadee capacidade
projeto inovação, dedelidar com que
modo pessoas
osdeperfis
diferentes
se
áreas e cultura, além de ser ótima para apresentações. Pode ser o agregador dos times de inovação.
complementem:
Como defeito, os idealizadores tendem a ser desorganizados e nem sempre toleram bem as críticas
Idealizador:
que recebem. é o perfil
Isso é natural paraque
quem seseajusta
expõe àe dá
primeira
muitas etapa
ideias. do
Paraprocesso deideia,
o “dono” da inovação.
ela é a
melhorSua principal
do mundo, até função é manter
que alguém a empresa
mostre suas alinhada
limitações às demandas
e as possibilidades do mercado
de melhorias (FREITAS a
FILHO, 2013,de
partir p. 13).
uma produção constante e generosa de ideias. Essa pessoa é criativa
e normalmente
Refinador: muito atua
o refinador bemna informada
etapa de sobre a empresa
conceituação. e o mercado.
Sua principal funçãoOutro ponto
é buscar as
forte é o seu carisma e capacidade de lidar com pessoas de diferentes áreas
inconsistências das ideias. É onde ocorre o primeiro filtro. Para isso envolve e mobiliza pessoas de e
outroscultura, além de ser ótima
setores. Diferentemente para apresentações.
do idealizador, Podedeser
não tem a pretensão agregador
ser o centro dos times
das atenções. Pelo
contrário, é humilde Como
de inovação. e agregador, trabalha
defeito, em equipe e de
os idealizadores forma a
tendem colaborativa, dando e recebendo
ser desorganizados e nem
todo tipo de feedback. Precisa ser também disciplinado para analisar todas as ideias e identificar
sempre de
oportunidades toleram bem as
melhorá-las. Comocríticas que recebem.
faz o papel Isso épode
de questionador, natural
passarpara queme insatisfeito,
por chato se expõe
porémenãodáo muitas ideias.
faz por mal. Para o
O resultado do“dono” da ideia,
seu trabalho elamelhores
são ideias é a melhor
e maisdo mundo, (FREITAS
consistentes até que
FILHO,alguém
2013, p. mostre
14). suas limitações e as possibilidades de melhorias (FREITAS
FILHO, 2013, p. 13).
Experimentador: O experimentador tem a função de testar a qualidade e o desempenho,
solucionar falhas e direcionar o desenvolvimento dos novos produtos antes que os mesmos sejam
lançados no mercado. Atua no momento de se testar na prática a ideia. Essa pessoa tem como qualidade
a disciplina, a persistência, o apego ao método científico, capacidade de aprender e habilidade para
gerar e compartilhar conhecimento. A função do experimentador é semelhante a de um pesquisador, e
por isso precisa também ser muito criativo. Por trabalhar muitas vezes sozinho e como precisa estudar
muito, pode ser visto por outras pessoas como um gênio solitário ou mesmo um nerd (FREITAS
FILHO, 2013, p. 14).
44
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
Mas como conhecer o inimigo no campo empresarial? Não é uma tarefa muito fácil. Para isso,
os gestores podem estabelecer suas metas operacionais e programa de produtividade com base nas
melhores práticas da indústria, conduzindo-os a um desempenho superior. É o que denominamos de
benchmarking. Na sequência, serão apresentados alguns conceitos para facilitar nosso entendimento
e compreensão acerca do termo:
O benchmarking é um processo positivo e pró-ativo de mudar as operações de forma
estruturada para atingir a maximização da performance da empresa. Os benefícios do
uso do benchmarking são que as funções são forçadas a investigar as melhores práticas da
indústria externa e incorporá-la às suas operações. Iss gera empresas mais lucrativas e de alta
utilização de ativos, que satisfazem as necessidades dos clientes e contam com uma vantagem
competitiva (CAMP, 2002, p. 2).
O benchmarking está surgindo, nas empresas de ponta, como uma ferramenta para obtenção
das informações necessárias para apoiar a melhoria contínua e obter a vantagem competitiva.
Inicialmente empregada pela Xerox Corporation a fim de enfrentar o desafio competitivo
japonês dos anos 70, o benchmarking incorpora a busca da excelência, o desejo de ser o
melhor dos melhores. (LEIBFRIED E McNAIR, 1994, p. 1).
Zairi e Leonard (1995) apontam que o benchmarking destina-se a entender os processos que
levam a falhas no desempenho. Ele gera alto grau de compreensão dos vários processos associados
a um desempenho superior. Desta forma, ele abastece os gerentes com metas realistas e transmite
confiança para desenvolver estratégias com maior probabilidade de diminuir as eventuais lacunas
existentes.
45
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
De acordo com Camp (2002), existem pelo menos quatro tipos de benchmarking: (1)
benchmarking com operações internas, (2) benchmarking com concorrente diretos externos,
(3) benchmarking com as melhores operações funcionais externas ou líderes da indústria e, (4)
benchmarking de processos genéricos.
46
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
Para elucidar essa dúvida, Kim e Mauborgne (2005) nos apresentam a diferença esclarecedora
entre esse dois oceanos:
Os oceanos vermelhos representam todos os setores hoje existentes. É o espaço de mercado
conhecido. Já os oceanos azuis abrangem todos os setores não existentes hoje. É o espaço de
mercado desconhecido. Nos oceanos vermelhos, as fronteiras setoriais são definidas e aceitas,
e as regras competitivas do jogo são conhecidas. Aqui, as empresas tentam superar suas rivais
para abocanhar maior fatia da demanda existente. À medida que o espaço de mercado fica
cada vez mais apinhado, as perspectivas de lucro e de crescimento ficam cada vez menores. Os
produtos se transformam em commodities e a “briga de foice” ensanguenta as águas, dando
origem aos oceanos vermelhos (KIM; MAUBORGNE, 2005, p. 18, grifo nosso).
Agora que você já identificou a diferença entre esses dois oceanos, por qual deles você prefere
navegar? Antes de você responder, é importante considerarmos que o oceano azul é caracterizado por
espaços de mercado inexplorados, pela criação da demanda e também pelo crescimento altamente
lucrativo. Porém, grande parcela dos empreendedores, por dificuldade de visualização do oceano azul,
prefere navegar em águas turbulentas, com o mercado altamente competitivo, que é o oceano vermelho.
47
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
Prezado(a) aluno(a), na sequência, os mesmos autores nos apresentam, por meio da figura 5,
a diferenciação quanto à utilização da estratégia do oceano vermelho e do oceano azul:
A Figura 6 retrata de forma gráfica essas informações. O eixo horizontal representa a variedade
de atributos nos quais o setor investe e compete. No caso da indústria vinícola americana, sete são os
principais atributos:
48
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
• O espectro diversificado de vinhos, para cobrir todas as variedades de uvas e de preferências dos
consumidores, abrangendo nomes de Chardonnay a Merlot (KIM; MAUBORGNE,2005, p. 39)
Figura 6 - Matriz de avaliação de valor da indústria vinícola americana no final da década de 1990
49
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
• Que atributos considerados indispensáveis pelo setor devem ser eliminados? • Que atributos
devem ser reduzidos bem abaixo dos padrões setoriais?
• Que atributos devem ser elevados bem acima dos padrões setoriais?
3. OPORTUNIDADES – INTRODUÇÃO,
MODELO DE OPORTUNIDADES (POR J. TIMMONS)
Oportunidade
Fonte: Pixabay.
50
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
Prezado(a) aluno(a), analisar todas as variáveis que compõem a abertura de um negócio parece
uma tarefa complexa, interminável. Mas como explicar os empreendedores que se atreveram a iniciar
um negócio com a cara e a coragem? A resposta para essa pergunta provavelmente seria essa: “de
médico e louco cada um tem um pouco”. Mas hoje existe uma ferramenta importante que auxilia
em muito os empreendedores, mas que apenas 1% deles utiliza, que é a elaboração de um plano de
negócios. O próprio nome já diz, planejamento de um negócio. Refere-se a um conjunto de fatores,
que, respondidos, podem evitar riscos futuros do negócio a ser aberto.
Dornelas (2012) aponta que, embora o tema empreendedorismo seja tão amplo, ele apresenta os
principais pontos que são requisitos para ser um empreendedor de sucesso, tanto como um trabalhador
numa organização, como criador do próprio negócio. Os passos são apresentados como:
4. Tomar decisões: o sucesso está muitas vezes ligado à capacidade de tomar decisões
corretamente, por meio do levantamento de informações, análise da situação, avaliação de
alternativas e escolha da mais adequada.
7. Tino empresarial: estar atento, despertar a intuição e ter sensibilidade para entender a situação
real da organização e do ambiente em que ela está inserida, e das possíveis tendências em
andamento (DORNELAS, 2012).
Caro(a) acadêmico, dentre os passos elencados por Dornelas (2012), focaremos na identificação
de oportunidades para abertura de um negócio. Uma oportunidade caracteriza-se por um conjunto
de circunstâncias favoráveis, que cria o desejo de um novo produto ou serviço. Segundo Ferreira et al.
(2010), uma boa oportunidade deve conter quatro qualidades essenciais:
• Ser atrativa.
• Durável.
• Poder ser transformada em um produto ou serviço que agregue valor ao cliente. (FERREIRA
et al, 2010).
51
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
De acordo com Dornelas (2008), gerenciar a empresa parece ser a parte mais fácil, pois as
outras já foram feitas. Mas não é bem assim. Cada fase do processo empreendedor tem seus desafios
e aprendizados. Às vezes, o empreendedor identifica uma excelente oportunidade, elabora um
bom plano de negócios e “vende” a sua ideia para investidores que acreditam nela e concordam em
financiar o novo empreendimento. Quando é hora de colocar as ações em prática, começam a surgir os
problemas. Os clientes não aceitam tão bem o produto, surge um concorrente forte, um funcionário-
chave pede demissão, uma máquina quebra e não existe outra para repor, enfi m, problemas vão
existir e precisarão ser solucionados. Aí é que entra o estilo de gestão do empreendedor na prática,
que deve reconhecer suas limitações e saber, antes de qualquer coisa, recrutar uma excelente equipe
de profissionais para ajudá-lo a gerenciar a empresa, implementando ações que visem a minimizar os
problemas, e identificando o que é prioridade e o que é crítico para o sucesso do empreendimento.
Entretanto, Dornelas (2008) destaca que existe outra forma de se analisar os aspectos críticos
do processo empreendedor. Proposta inicialmente por Timmons (1994), que foi professor do Babson
College, Estados Unidos, leva o empreendedor a priorizar a análise de três fatores fundamentais.
O primeiro fator é a oportunidade, que deve ser avaliada para que se tome a decisão de
continuar ou não com o projeto. O segundo fator é a equipe empreendedora, ou seja, quem,
além do empreendedor, estará atuando em conjunto neste projeto. E mais, estas pessoas
que formam a equipe empreendedora têm perfil complementar? Finalmente, quais são os
recursos, como e onde esta equipe irá consegui-los? É muito importante que a questão relativa
à análise dos recursos necessários para o início do negócio seja a última a ser feita, para evitar
que o empreende dor e sua equipe restrinjam a análise da oportunidade, a primeira das tarefas
a ser realizada (DORNELAS, 2008, p.35-36, grifo nosso).
Por meio da figura 8, Dornelas (2008), ilustra o processo empreendedor, na visão de J. Timmons:
Caro(a) aluno(a), diante destes três fatores apresentados por Timmons, é possível identificar
como crítico para o sucesso do processo empreendedor a identificação da oportunidade. No entanto,
isso não quer dizer que que as outras etapas sejam menos importantes. Nessa fase surge a definição
do negócio propriamente dito. A identificação da oportunidade é determinada pela capacidade de o
empreendedor desenvolver sua percepção, intuição e o seu feeling sobre as possibilidades que aquela
oportunidade pode representar.
Fonte: Pixabay.
53
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
Nesse sentido, Baron; Shane (2007) enfocam o processo empreendedor conforme ele se revela
ao longo de várias fases distintas:
• Geração de uma ideia para uma nova empresa e/ou reconhecimento de uma oportunidade;
• Reunião dos recursos (financeiros, humanos, computacionais) necessários para
desenvolver a oportunidade;
• Lançamento do novo empreendimento:
• - administrando o crescimento e
De acordo com Vieira (2012), grande parte dos empreendedores não tem dificuldades para criar
e iniciar um negócio, no entanto, o problema é descobrir qual o negócio criar. Muitos se aventuram
nos ramos de alimentação e vestuário, justamente onde os riscos são consideravelmente maiores.
Nesse sentido, pela perspectiva de Scott Shane, esse autor parte da identificação da oportunidade
certa como fator-chave para o êxito de um empreendimento. Por esse prisma, as chances de sucesso
são maiores em empresas de alta tecnologia do que em negócios de baixa tecnologia (como o varejo
ou restaurantes), onde a taxa de fracassos é alta e os lucros médios mais baixos.
De acordo com Baron; Shane (2007), os empreendimentos bem sucedidos tem início por meio
de um somatório de eventos, nem sempre percebidos. São, portanto, decorrentes de oportunidades
que resultam de frequentes mudanças na tecnologia ou nas condições políticas, sociais e demográficas
que geram o potencial para criar algo novo.
54
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
Nossos avós costumavam dizer que a oportunidade é como um cavalo encilhado que passa à nossa
frente. Caso não o montemos, até que ele passe novamente pode levar um bom tempo. No entanto, é
necessário que analisemos as oportunidades e se estamos preparados para ela. Você concorda?
De acordo com Shane (2005, p. 38), “o primeiro passo para identificar uma oportunidade
valiosa é perceber a mudança que torna a oportunidade possível”. Mas como perceber a mudança? É
preciso estar atento, observando o ambiente interno e externo a todo o momento. Quer um exemplo?
Dados estatísticos oficiais mostram que a população brasileira está envelhecendo. Um observador
um pouco mais atento, já apontaria suas ações empreendedoras nesse segmento. Uma agência de
cuidadores de idosos, cairia bem, você não acha? O importante é estar atento às mudanças que tornam
as oportunidades possíveis!
Em geral, são quatro tipos de mudanças elencadas por Shane (2005): a mudança tecnológica, as
mudanças políticas e de regulamentação, a mudança social e demográfica e as mudanças na estrutura
da indústria:
• Mudança tecnológica: A mudança tecnológica permite que as pessoas façam coisas que
antes não podiam ser feitas ou apenas podiam ser feitas de uma maneira muito menos
eficiente. Tome como exemplo, a invenção do software para correio eletrônico. Esse software
tornou possível a comunicação de formas mais eficientes do que o telefone, o fax ou cartas,
e assim abriu uma oportunidade valiosa;
• Mudança social e demográfica: Esse tipo de mudança abre oportunidades para negócios de
alta tecnologia alterando as preferências das pessoas e criando novas demandas. Por exemplo,
o deslocamento demográfico de mulheres para a força de trabalho e o correspondente
aumento na demanda por rapidez na preparação de comida criaram a oportunidade para
introdução de muitos tipos de comidas congeladas no mercado.
55
Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
A matriz SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats) é uma importante ferramenta que
nos auxiliar a descobrir oportunidades e ameaças em um negócio. O modelo SWOT é aplicado na
análise de qualquer tipo de cenário, desde a criação de um blog até a gestão de uma multinacional.
De acordo com Dornelas (2014), uma maneira de representar a análise SWOT é pela construção
de um retângulo, dividido em quatro partes, em que as forças, fraquezas (ambiente interno),
oportunidades e ameaças (ambiente externo) são colocadas separadamente em cada parte. Mas como
identificar as oportunidades e ameaças? E os pontos forte e fracos? Há uma forma prática de relacionar
as oportunidades e as ameaças que o ambiente reserva ao negócio.
A figura 9, apresenta o exemplo de análise SWOT para um site de turismo focado no turista
estrangeiro que visita o Brasil:
Forças Fraquezas
• Informações completas sobre os principais • Marca (ainda) desconhecida.
destinos turísticos do país • Negócio em fase inicial e sem histórico no mercado.
• Focado no Brasil (especialidade da empresa) • Equipe precisa provar que entende do setor e que sabe escalar
• Modelo de receita ancorado em três fontes de uma empresas inovadora.
receita, com redução de risco: publicidade, as- • Poucos recursos financeiros e necessidade de busca de aporte
sinatura e comércio eletrônico financeiro no mercado
• Oportunidades • Ameaças
• Setor de turismo cresce no mundo de maneira • Negócio de turismo online é dominado por grandes empre-
consistente e crescerá ainda mais, em particu- sas, que podem rapidamente estruturar uma operação com
lar no Brasil, devido aos dois grandes eventos foco no Brasil.
dos próximos anos (Copa do Mundo e Olim- • Empresas locais, que já atuam no Brasil, no mercado não on-
píadas). line e em língua portuguesa, podem migrar para o modelo
• Não há concorrência focada no mercado bra- online em inglês.
sileiro (em língua inglesa) • Nova crise mundial pode abalar o setor de turismo, dimi-
nuindo o fluxo de estrangeiros para o Brasil.
Fonte: Dornelas (2014, p. 164).
56
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
5. MERCADO E OPORTUNIDADES
Fonte: Pixabay.
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Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
Uma estratégia acertada pode colocar a empresa rapidamente à frente dos demais competidores,
com produtos e serviços ganhando a preferência dos clientes. Deve-se atentar para a estrutura desse
mercado, mais especificamente para as seguintes características:
Número de competidores; o alcance (capilaridade) dos canais de distribuição desses mesmos
competidores; os tipos de produtos e serviços que se encontram no mercado; o potencial de
compradores (número de clientes potenciais e quanto consomem, com que periodicidade,
onde costumam comprar, quando e como); as políticas de preços dos concorrentes, etc
(DORNELAS 2014, p. 53).
58
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
Para a identificação de uma oportunidade valiosa é importante reconhecer que existe uma
oportunidade. Frequentemente as pessoas percebem, tardiamente, que perderam uma oportunidade
muito valiosa de um negócio de nova tecnologia, que outra pessoa aproveitou. Assim, por que algumas
pessoas e não outras descobrem oportunidades valiosas (SHANE, 2005).
Shane (2005), esclarece que, normalmente as oportunidades para novos empreendimentos surgem
por causa das informações sobre questões como mudança tecnológica, estrutura da indústria, tendências
sociais e demográficas e mudanças políticas e de regulamentação. O acesso à informação ou a habilidade
de processá-la é a chave para aquilo que torna o reconhecimento de oportunidades possível. Por exemplo,
algumas pessoas são as primeiras a saber sobre uma descoberta tecnológica, talvez porque estejam
trabalhando em um laboratório de pesquisas. O acesso a essa informação antes dos outros permite que
as pessoas tomem melhores decisões do que outras quanto a criar e vender produtos.
Tome como exemplo, o turismo espacial. Nenhum empreendedor ainda descobriu como levar
as pessoas para o espaço por menos do que o custo que elas estão dispostas a pagar. Consequentemente,
ninguém ainda estabeleceu um negócio de turismo espacial. Abrir tal negócio significaria criar um
negócio que tem prejuízo. Nesse sentido, Shane (2005) esclarece:
O processo de desenvolver uma solução econômica para as necessidades dos clientes é
complicado porque deve equilibrar duas ideias conflitantes. Você só consegue ganhar
dinheiro com uma solução para as necessidades do cliente quando um lucro pode ser obtido
em algumas transações. Se cada transação criar um prejuízo, então aumentar para múltiplas
transações somente irá criar prejuízos maiores, o que por fim irá acabar com seu dinheiro. Esse
problema aconteceu com muitos dos iniciantes da Internet dos anos 90 – os empreendedores
que fundaram muitas dessas empresas nunca conseguiram descobrir modelos de negócios
que lhes permitisse ganhar dinheiro. De modo que aumentar de tamanho somente os fez
perder muito dinheiro (SHANE, 2005, p. 75).
É fundamental que façamos uma criteriosa análise das reais possibilidades de retorno econômico
do empreendimento, pois de nada adianta simplesmente ser líder do mercado se o retorno financeiro
não compensar o esforço empreendido. Eventualmente, é preferível ser o segundo ou o terceiro lugar
em outro mercado que lhe traga maior compensação financeira do que ser líder em um mercado com
estrutura cara, altos custos de manutenção e pequenos lucros.
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Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
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Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade foi possível abordarmos tópicos essenciais no ambiente
empreendedor, que é a criatividade, a inovação e a análise de oportunidades. Esse assunto cresce em
importância no tocante à dificuldade atores envolvidos em lidar como o tema, haja vista a alegação de
dificuldades na identificação de oportunidades e no campo da criatividade empresarial. O empreender
é uma arte, envolta em inúmeras variáveis dentre as quais as relacionadas às ideias e ao potencial
criativo dos indivíduos e das organizações. Estudamos algumas técnicas que estimulam a criatividade,
a qual leva invariavelmente à inovação empresarial. Sábio é o gestor que periodicamente exercita o
potencial criativo de sua equipe.
Estudamos também sobre o fato de que não há uma técnica específica que resolva o problema da falta
de criatividade no âmbito empresarial. O clima organizacional deve ser levado em consideração de modo
a não se inviabilizar a aplicação de determinada técnica na empresa. Independente da técnica, o objetivo
sempre é a inovação. É necessário um trabalho contínuo para que a organização promova a inovação.
Abordamos o processo de inovação, contemplando suas etapas e um perfil profissional para cada
uma delas: o idealizador, o refinador, o experimentador e o executor. Vimos também uma importante
ferramenta para promover a inovação na empresa: o benchmarking.
Foi possível conhecermos os ambientes estratégico conhecidos como oceano vermelho e oceano
azul, suas características e a estratégia de atuação das empresas nesse cenário de competição acirrada
em busca da criação de valor para o cliente. Estudamos também a matriz de avaliação de valor, a curva
de valor e o modelo das quatro ações, objetivando manter a empresa competitiva.
Para finalizar nossa unidade, vimos ainda as técnicas para identificação de oportunidades e o
processo empreendedor na visão de J. Timmons, além das fontes de oportunidades, complementados por
alguns exercícios para estimular a identificação de oportunidades no mercado de competição acirrada.
Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa subsidiá-lo na tomada de decisões em sua
vida profissional e pessoal. Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#LIVRO#
Editora: Elsevier
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Unidade
Criatividade, inovação e análise de oportunidades 2
Neste livro, ele começa com um abordagem histórica sobre o empreendedorismo e de como ele
entrou em nosso dia-a-dia, antes de dedicar dois capítulos à análise de oportunidades, coisa esquecida
pelos marinheiros de primeira viagem, que pensam que toda ideia pode ser convertida em um negócio
de sucesso.
Apenas no quarto capítulo, o autor inicia a discussão sobre como trabalhar o plano de negócios
propriamente dito, abordando cada uma de suas partes e explicando como construi-las. O último
capítulo fala da parte legal de como se abrir uma empresa – ainda que esteja longe de esgotar o assunto,
o que daria outro livro completo, é possível ter uma visão geral das possibilidades, útil para quem não
tem essas informações na ponta da língua.
Outro detalhe interessante é que o livro pode ser usado como base para cursos, com questões
para discussão no final de cada capítulo. Estudos de caso também estão espalhados pelo conteúdo,
trazendo situações reais de empresas e empreendedores.
REFERÊNCIAS
BARON, R. A.; SHANE, S. A. Empreendedorismo: uma visão do processo. Editora Cencage Learning,
2007.
CAMP, R.C. Benchmarking: o caminho da qualidade total. São Paulo: Pioneira, 2002.
COLOSSI, N.; FLORES, L.C. Formas organizacionais de universidades. In: Coloquio La Gestión
universitaria frente a la crisis, la integración regional y el futuro.Buenos Aires: UNTREF e UFSC,
Maio/2004.
FERREIRA, M. P.; SANTOS, J. C.; SERRA, F. A. R. Ser empreendedor: pensar, criar e moldar a nova
empresa. São Paulo: Saraiva, 2010.
FREITAS FILHO, F.L. Gestão da inovação: teoria e prática para implantação. São Paulo: Atlas, 2013.
62
Unidade
2 Criatividade, inovação e análise de oportunidades
KIM, W.C.; MAUBORGNE, R. A estratégia do oceano azul: como criar novos mercados e tornar a
concorrência irrelevante. Trad. De Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro : Elsevier, 2005.
LEIBFRIED, K. H. J.; McNAIR, C. J. Benchmarking: uma ferramenta para a melhoria contínua - série
de soluções de desempenho da Coopers e Lybrand. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
LUECKE, R. Managing Creativity and Innovation. Boston: HARVARD BUSINESS Press, 2003.
OECD, Oslo Manual. Guidelines for Collection and interpreting innovation 3rd Editions. OECD
Publications, 2005, Paris.
PORTAL NÔMADES DIGITAIS. 4 exercícios para te manter mais criativo. Disponível em: < http://
nomadesdigitais.com/4-exercicios-para-te-manter-mais-criativo/>. Acesso em 01 Dez. 2017.
SHANE, S. Sobre solo fértil: como identificar grandes oportunidades para empreendimentos em alta
tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2005.
VIEIRA, L. Seu futuro em administração [recurso eletrônico]: reflexões, dicas e conselhos para você
se tornar um administrador fora de série. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
ZAIRI, M.; LEONARD, P. Benchmarking prático: o guia completo. São Paulo: Atlas, 1995.
63
Unidade
3
GERENCIAMENTO DE RECURSOS:
PESSOAS E FINANÇAS
Professor Mestre Henrique Lacerda Nieddermeyer
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Refletir sobre a gestão de times empreendedores, como
ela se dá e o papel do líder
• Compreender como as empresas captam e valorizam o
conhecimento
• Abordar a respeito da forma de valoração das sociedades
• Apresentar aspectos relacionados a finanças para
empreendedores
• Apresentar e discutir fontes de captação de recursos para
os novos negócios
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), nessa unidade abordaremos assuntos muito importantes e
interessantes, como a gestão de times empreendedores, o que exige um preparo do empreendedor, de
modo a manter a motivação e estimulá-la constantemente do seu time de talentos humanos. Sabemos
que o principal recurso da empresa são seus colaboradores e a forma como o seu gerenciamento é
conduzido, como a autoridade é exercida, pode representar o sucesso ou o fracasso de uma organização.
O ambiente corporativo é competitivo ao extremo, todos querem se sobressair, serem os
melhores. A fogueira das vaidades é inflamada a todo o tempo. Um detalhe importante na gestão
de times empreendedores, é o reconhecimento ao trabalho exercido pela equipe de colaboradores.
Alguns indivíduos têm maior necessidade de ter o seu trabalho reconhecido, se motivando ainda
mais, aumentando sua produtividade por um simples gesto do seu líder.
Estudamos também a forma como a qual as empresas valorizam e captam o conhecimento,
formalizando-o e compartilhando na organização. Vimos também as principais atribuições de um
empreendedor-executivo, seu perfil, características e mitos. Abordaremos também que o empreendedor,
pelas próprias características e pela multiplicidade e complexidade de assuntos de natureza técnica, apresenta
lacunas de deficiências gerenciais que devem ser preenchidas gradativamente, por meio de capacitação,
por delegação e até por terceiros contratados para fins de assessorias específicas. Deste modo, é possível
concretizar a figura do empreendedor-executivo, que são dois papéis distintos e complementares.
Finalizando nossos estudos, abordamos sobre a forma de valoração das sociedades, finanças
para empreendedores e culminamos na abordagem sobre as fontes de captação de recursos para os
novos negócios.
Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa subsidiá-lo em sua vida acadêmica e
profissional! Bons estudos!
Fonte: Pexels.
65
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
Para esclarecer a diferença entre esses tipos de autoridade, Sertek (2012) destaca:
A autoridade linha é a dos administradores que, abrangendo todos os níveis da organização,
têm a responsabilidade direta de conseguirem alcançar os propósitos, as metas ou os objetivos
da empresa. Essa autoridade está relacionada ao uso do poder, oriundo da condição do cargo
que ocupa.
Ambos os tipos de autoridade são necessários na vida da organização para gerenciar o time de
empreendedores. Um gestor, independente do tipo de autoridade exercida pode ser mais ou menos
centralizador. Para que uma equipe empreendedora tenha sucesso, é primordial que o gestor delegue
poderes aos seus subordinados, caso contrário, ele acaba engessando o processo. Nesse contexto,
Prazeres (2007), apresenta uma definição de delegação de poderes:
Delegar é buscar o alcance de objetivos por meio do esforço compartilhado. O gerente
transfere poderes, funções ou tarefas a outras pessoas, preservando a responsabilidade final
pelos resultados. Através da delegação o gerente poderá se concentrar nas suas tarefas obtendo
o máximo proveito para a empresa (PRAZERES, 2007, p. 202).
Caro(a) aluno(a), alguns gestores têm muita dificuldade em delegar tarefas, pois acreditam que
algo somente ficará bem elaborado se feito por ele mesmo. A delegação de tarefas e responsabilidades
é um poderoso instrumento de gestão, permitindo ao gerente otimizar o seu tempo, ampliando a
produtividade da equipe, potencializando o trabalho dos subordinados e obtendo bons resultados
para a equipe.
Nesse aspecto, Bernardi (2003) enfatiza a importância dos recursos humanos no sucesso das
organizações:
A chave para um processo sadio e eficiente de motivação, produtividade e qualidade
começa com a escolha correta e coerente dos funcionários, no treinamento que se propicia,
na motivação, na fiel e justa avaliação de desempenho, na transparência das relações,
na valorização profissional e pessoal, nas perspectivas, no bom ambiente de trabalho, nas
condições de trabalho. Enfim, todos estes fatores fazem com que o funcionário se sinta parte
integrante e ativa do empreendimento, colaborando e contribuindo efetivamente, como
popularmente se diz, vestindo a camisa da empresa (BERNARDI, 2003, p. 130).
66
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
Caro(a) acadêmico(a), gerenciar recursos humanos é uma tarefa que exige muito preparo
e uma certa dose de vocação, afinal, agradar a todos é praticamente impossível. Imagine em uma
relação de casal, onde somente há o homem e a mulher. Nessa situação já ocorrem alguns conflitos
decorrentes principalmente da falta de comunicação. Isso mesmo! Em uma relação a dois, ocorre
eventualmente falha de comunicação. Agora você imagine a relação do gestor com uma equipe com
vários colaboradores.
Sabedor de que a falta de comunicação afeta a motivação da equipe, o gestor deve estar atento.
Mas isso somente não basta. As pessoas são diferentes, têm necessidades distintas e por isso, cada
detalhe é importante e deve ser atentamente observado para que não se cometa injustiças no tocante
ao tratamento diferenciado. O gestor não pode e não deve ser um entrave para sua equipe, devendo
o máximo possível compartilhar sua autoridade com seus subordinados, promovendo o máximo
possível o empowerment, termo este, que Sertek (2012) esclarece:
O empowerment é uma situação que se estabelece para criar condições para que os funcionários
subalternos adquiram o poder de decisão, de modo que favoreça o crescimento de profissional
e pessoal de cada funcionário. Isso refletirá no ato de cada trabalhador comprometer-se com
resultado final da empresa, com o seu sucesso (SERTEK, 2012, p. 66).
De acordo com Sertek (2012), a condição para que a socialização de tal conhecimento
aconteça é a existência de um ambiente de confiança mútua, cabendo às equipes multidisciplinares
esse papel. São elas que fazem a transmissão, o processo de ensino-aprendizagem, a dinamização de
conhecimentos adquiridos com a prática. Desta forma, Sertek (2012) destaca:
O que verificamos é que, por meio do empowerment, os trabalhos em equipe resultam em
um movimento positivo, essencial para que aconteça a conexão entre as realidades mentais
complementares e, às vezes, diferentes, para assim se chegar a soluções inesperadas e
surpreendentes (SERTEK, 2012, p. 73).
Por meio da figura 1, Nonaka; Takeuchi, (1997), ilustram a conversão dos tipos de
conhecimentos, ou seja, a forma pela qual a empresa cria um ambiente favorável para transformar o
conhecimento tácito em explícito:
67
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
Prezado(a) aluno(a), você pode estar achando estranho a expressão retirar o conhecimento
do indivíduo, não é mesmo? Mas esse é o desafio dos gestores de times empreendedores. Retirar
o conhecimento significa formalizá-lo, ou seja, aquilo que o indivíduo sabe, que adquiriu ao longo
da sua existência na empresa, precisa estar escrito, de modo que, na sua eventual ausência, outro
colaborador possa desempenhar a mesma função, sem solução de continuidade.
68
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
A avaliação serve como importante ferramenta gerencial para melhorar o desempenho das
pessoas, sua safisfação, melhorar o contexto do trabalho e a qualidade de vida, proporcionar
melhores resultados em termos de eficiência e de eficácia (PRAZERES, 2007, p. 219).
Caro(a) aluno(a), para gerenciar uma equipe de empreendedores não há uma fórmula de
sucesso, afinal, é impossível agradar a todos. Porém, uma forma de diminuir a margem de erro na
gestão, é agir com transparência absoluta e descentralizando ao máximo. Desta forma, sua equipe
estará em condições de alçar voo. Isso é liderança!
Prazeres (2007, p. 220) destaca que a “liderança difere do gerenciamento, sobretudo em listas
de afazeres. Liderar é saber como explorar os mananciais da motivação humana e também conhecer a
base do relacionamento com os colegas”.
Dando margem à criatividade dos indivíduos e criando as condições ideais nas organizações, os
gestores dão margem ao surgimento de intraempreendedores, que, segundo Hashimoto (2013, p. 19):
69
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
Fonte: Pixabay.
Muitas vezes, de forma não planejada, o empreendedor acaba por se tornar um executivo. No
início das atividades, ainda na fase inicial, o empreendedor desempenha praticamente todas as funções
da empresa. À medida que o negócio cresce, colaboradores são integrados à equipe para cumprirem as
funções que antes eram executadas pelo dono. O empreendedor então começa a desempenhar funções
de executivo na gestão da empresa.
• Persuasão.
• Capacidade de verbalização e hábito de leitura.
• Controle emocional mais acentuado.
• Envolvimento dos subordinados nas decisões.
• Delegação de atividades que envolvam processos técnicos, concentração e rotinas.
• Menor atenção aos detalhes.
• Comportamentos racionais (BERNARDI, 2003, p. 134)
Um empreendedor pode desempenhar satisfatoriamente a função de executivo? É claro que
sim! Com um pouco de preparo e se afastando gradativamente das funções operacionais com certeza
ele desempenhará a contento a nova função. Mas qual o perfil de um empreendedor? Bernardi (2003)
nos apresenta, por meio do quadro 1, suas principais características:
71
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
Caro(a) aluno(a), agora que você já compreedeu a vasta atribuição do empreendedor, Mazzei;
Pardo (2012), ilustram, por meio do quadro 2, as principais diferenças entre o empreendedor e o gestor:
72
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
Para complementarmos nosso entendimento acerca das principais diferenças entre as ações
do empreendedor e do gestor, Dornelas (2001) apresenta, por meio do quadro 3, as diferenças entre o
domínio empreendedor e o domínio administrativo:
Domínio
Domínio Empreendedor
Administrativo
Dimensões-chave do
Pressão nessa Direção
negócio Pressões nessa Direção
Critérios de mediação
Mudanças rápidas: Dirigido pela per- Dirigidas pelos
Orientação Estra- de desempenho.
- Tecnológicas. cepção de oportu- recursos atuais sob
tégica Sistemas e ciclos de
- Valores Sociais. nidades. controle
planejamento
- Regras Políticas.
Reconhecimento de
Orientações para ação: Revolucionário Análise de oportu- Revolucionário de várias alternativas: ne-
decisões rápidas, gerencia- com curta duração nidades longa duração gociação da estratégia,
mento de risco redução de risco.
Falta de previsibilidade
das necessidades; falta de
Redução de riscos
controle exato; necessidade Em estágios perió- Decisão tomada
pessoais; utilização de
de aproveitar mais oportu- dicos com mínima Comprometimento passo a passo, com
sistemas de alocação
nidades; pressão por mais utilização em cada dos recursos base em um orça-
de capital e de planeja-
eficiência. estágio mento
mento formal
Prezado(a) aluno(a), o empreendedor pode se tornar um executivo e vice-versa, cada qual, pelas
suas características peculiares, encontrará um grau maior ou menor de dificuldades. O empreendedor,
pelas próprias características e pela multiplicidade e complexidade de assuntos de natureza técnica,
apresenta lacunas de deficiências gerenciais que devem ser preenchidas gradativamente, por meio de
capacitação, por delegação e até por terceiros contratados para fins de assessorias específicas. Deste
modo, é possível concretizar a figura do empreendedor-executivo, que são dois papéis distintos e
complementares.
73
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
3. VALORANDO SOCIEDADES
Prezado(a) aluno(a): considerando que todos os estudos de mercado e o respectivo plano de
negócios já foram analisados é importante conhecermos os tipos de composição societária disponíveis
para formalização da empresa. Nesse processo é essencial uma consulta ao seu contador de confiança,
o qualestá habilitado e com vasta experiência para sugerir a melhor forma de abertura de um
empreendimento, objetivando evitar transtornos futuros.
Fonte: Pixabay.
De acordo com Ribeiro (2005) para que as empresas desenvolvam suas atividades, é preciso que
estejam devidamente constituídas e legalizadas. O processo de legalização ocorre por meio do registro
de seus atos constitutivos pelo menos nos seguintes órgãos:
Junta Comercial (empresas mercantis – cujo ramo de atividades seja a produção ou a circulação
de bens ou serviços);
• Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (quando se tratar de empresas não mercantis);
• Previdência Social;
74
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
Caso você opte por uma empresa individual os seus problemas serão por conta de suas decisões
e atitudes, além do volume de capital investido. Mas você sabe que no início das atividades o capital
é escasso. Normalmente os empreendedores buscam um parceiro, um sócio, para fazer frente às
dificuldades iniciais. Quanto maior for a habilidade com que um empreendedor consegue atrair,
motivar e manter a colaboração de outros para o seu negócio, maiores serão as chances de sucesso.
Essa colaboração, de acordo com Degen (1989), podem ser divididas em três tipos:
Participação ou colaboração direta dada pelos sócios, empregados e investidores.
Caro(a) aluno(a), uma vez definido o negócio, o melhor é optar por ter o negócio sozinho ou
formar uma sociedade? É considerada nacional a sociedade organizada em conformidade com a lei
brasileira e cuja sede de sua administração seja no país. Quanto ao objeto, Ferrari (2008) classifica as
sociedades da seguinte forma:
• Simples – São as sociedades que exercem atividade econômica não organizada. Ex.:
sociedade entre médicos, advogados.
De acordo com Ferrari (2008) as sociedades, sejam simples ou empresarial, podem adotar como
nome empresarial:
• Firma (ou Razão Social) – Designação com a utilização do nome de um ou mais sócios.
Ex.: Carlos, João & Pedro Ltda.
• Denominação – Designação que indica regra geral, o ramo de atividades da empresa (Exs.:
Fábrica de Móveis Juca Ltda., Comercial de Roupas Trio S/A, ou nomes não relacionados
com os sócios (Ex.: Cia Souz Cruz, Empresa JM Ltda) (FERRARI, 2008, p. 6).
Com relação ao número de sócios requerido para abertura do negócio, Ferrari (2008) apresenta:
75
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
• SOCIEDADES – Têm, no mínimo, dois sócios, podendo ser tais sócios pessoas físicas ou
jurídicas (FERRARI, 2008, p. 6).
De acordo com Degen (1989), a maioria dos futuros empreendedores ignora a necessidade de
colaboradores e pensa em desenvolver sozinho o seu negócio. Alguns dos principais motivos para essa
tendência são:
Desejo de independência para tomar decisões, sem receber ordens ou ter de dar satisfação a
ninguém.
Não compartilhar do sucesso do negócio com alguém, isto é, aproveitar sozinho a
oportunidade de ficar rico.
Não demonstrar fraqueza para outros, mostrando para todos, em uma atitude tipicamente
machista, que é capaz de vencer sozinho sem depender de ninguém (DEGEN, 1989, p. 128,
grifo nosso).
A busca por um sócio é uma decisão individual, que deve ser muito analisada, pesando-se os prós
e os contras. Existe um velho jargão que diz: “uma sociedade assemelha-se a uma união matrimonial,
mas com uma diferença: no casamento há prazer!”
Sócios podem ser a razão do sucesso ou do fracasso de um empreendimento. A decisão de procurá-
los deve depender exclusivamente da necessidade do futuro empreendedor de recursos gerenciais,
técnicos e financeiros para desenvolver um novo negócio. Mas é preciso tomar muito cuidado para
não escolher sócios em função de necessidades passageiras, porque, passada a necessidade, o sócio
pode transformar num peso inútil para o negócio (DEGEN, 1987).
No tocante ao documento principal de uma sociedade limitada, o contrato social, Ferrari (2008,
p. 8) destaca que entre outras coisas, tal documento indicará “os nomes dos sócios, a participação de cada
sócio no capital da sociedade, os critérios de repartição de lucros ou prejuízos, o ramo de atividade a que
se dedica a sociedade, etc”. Com relação aos administradores da sociedade Ferrari (2008) aponta:
São os sócios indicados no contrato social ou em ato separado para gerir a sociedade, os quais
podem assinar em nome da firma ou denominação social. Tais sócios não são responsáveis
pessoalmente pelas obrigações contraídas pela sociedade, mas respondem para com a
sociedade e para com terceiros solidária e ilimitadamente nas hipóteses dos arts. 1.015, 1.016
e 1.080 do Código Civil (FERRARI, 2008, p. 9).
76
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
Caro(a) acadêmico(a), mas como definir a participação de cada sócio? Quais critérios adotar
para fazer essa divisão? Essa divisão normalmente ocorre em função da participação de cada sócio,
tanto em capital social quanto a função exercida na empresa. Nessa situação, é sempre conveniente
consultar um contador, um advogado ou mesmo uma empresa de consultoria. A dificuldade do
empreendedor não se atrela somente à participação no capital social da empresa, mas também em
como remunerar os colaboradores.
Os negócios mais bem sucedidos foram formados por sócios cujas experiências se
complementaram de tal forma que lhes deram total domínio sobre o empreendimento, enquanto suas
formações diferentes serviram como amortecedores contra todos os tipos de excessos. Nenhum negócio
tem êxito se todos os sócios são otimistas, pessimistas, introvertidos, exuberantes ou centralizadores.
Os sócios podem discordar e mesmo entrar em conflitos sobre a condução do negócio, mas não devem
ter conflitos de personalidades (DEGEN, 1987).
Fonte: Pixabay.
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Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
Ativo Passivo
Circulante: são contas constantemente em giro, sendo Circulante: são obrigações exigíveis, liquidadas
que a conversão do dinheiro será no máximo, no próprio no próprio exercício social.
exercício social.
Exigível no longo prazo: obrigações liquidadas
Realizável no longo prazo: bens e direitos que se transfor- com prazo superior a um ano.
marão em dinheiro no próximo exercício.
Patrimônio líquido
Permanente: são bens e direitos que não se destinam à ven-
da e têm vida útil; no caso dos bens, vida longa. São os recursos dos proprietários aplicados na
empresa.
Fonte: Dornelas (2014, p. 169)
Item Explicação
Receita Bruta Total geral das vendas
(-) deduções Impostos, devoluções e abatimentos
= receita líquida
(-) custos do período Gastos referentes à produção e à comercialização ou aos
serviços prestados
= lucro bruto
(-) despesas São gastos necessários para que a atividade seja desenvol-
vida (atividades administrativas, de vendas e financeiras)
= lucro operacional
(+/-) receita/despesa não operacional Não proveniente de operações
= lucro antes do imposto de renda
(-) imposto de renda
= lucro líquido
79
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
4. Ponto de equilíbrio: No ponto de equilíbrio, não há lucro nem prejuízo. É o ponto no qual a
receita proveniente de vendas equivale á soma dos custos fixos e variáveis. É de grande utilidade, pois
possibilita ao empresário saber em que momento seu empreendimento começa obter lucro e, assim,
tornar-se uma importante ferramenta gerencial.
PE = Custo fixo_________________
5. Índices financeiros: Os índices financeiros indicam como está a situação financeira da empresa
e a capacidade de honrar seus compromissos no prazo. Existem quatro grupos básicos de indicadores:
liquidez, atividade, endividamento e lucratividade.
5.1 Liquidez
Capital circulante líquido = Ativos Circulante – Passivo Circulante
Liquidez corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante
Liquidez seca = (Ativo Circulante – Estoque)/Passivo Circulante
5.2 Atividade
Giro do estoque = Custo das mercadorias/Estoques
Giro do Ativo Total = Vendas/Ativo total
5.3 Endividamento
Participação de terceiros = Passivo Total/Ativo Total
Relação exigível/Patrimônio Líquido = Exigível/Patrimônio Líquido
5.4 Lucratividade
Margem Bruta = Lucro Bruto/Vendas
Margem Operacional = Lucro Operacional/Vendas
Margem Líquida = Lucro Líquido/Vendas
ROI = Lucro Líquido/Ativo Total
Caro(a) aluno(a), existem algumas perguntas podem e gostam de fazer a respeito de um projeto
de investimento, de um novo negócio ou de um negócio existente, respondidas por meio de técnicas
específicas, apresentadas por Dornelas (2014) a seguir:
1. Retorno contábil sobre o investimento: responde à pergunta: “quantos reais em média são
gerado por real médio de investimento?”.
80
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
2. Prazo de payback: responde à pergunta: “ qual o prazo em que será recuperado o desembolso
do investimento original?”.
3. Técnica do fluxo de caixa descontado: responde à pergunta: “de que modo o valor presente
dos benefícios futuros do investimento se compara com o desembolso do investimento?”
5. CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Captação de recursos como estratégia para o empreendimento
Fonte: Pixabay.
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Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
De acordo com Dornelas (2014), os tipos de financiamentos são basicamente divididos em dívidas
de equidade. No primeiro caso, o dinheiro emprestado é assegurado de alguma forma, com algum tipo
de propriedade (garantias). Equidade, por outro lado, equivale a uma quantia de capital injetado no
negócio, usualmente em dinheiro ou em forma de ativo. A maioria dos novos negócios opta por dívidas
de longo prazo ou por constante equidade de capital para preparar o crescimento da empresa.
Na maioria das famílias que conhecemos, sempre há um parente que apresenta uma ideia de
negócio e divulga para a família em busca de recursos para colocar essa ideia em prática. Em alguns
casos esse homem de negócios até consegue os recursos desejados e em outros casos, assistimos os
familiares fugindo do contato com esse parente, não é mesmo?
82
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
4. Capital de risco: O termo “capital de risco” (venture capital) nunca esteve tanto em
discussão no Brasil, o que não implica estar em uso na mesma proporção. Principalmente
após a grande expansão no número de empresas ponto-com criadas no país, o venture
83
Unidade
Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças 3
capital, tornou-se conhecido e disputado por jovens empreendedores, sedentos por capital
para suas startups. As empresas que investem em capital de risco são geralmente grandes
bancos de investimento, compostas por profissionais de altíssimo nível e experiência no
mercado financeiro, que administram grandes quantias. A função principal dessas empresas
é encontrar empresas e negócios com alto potencial de desenvolvimento em cerca de três a
cinco anos, que experimentem retornos sobre o capital investido (rentabilidade do capital)
muito acima da média do mercado. Por isso o nome de capital de risco. Essas empresas
normalmente formam uma carteira de investimentos, com negócios com alto potencial de
retorno, com maiores riscos também. Existe um mito nesse mercado, que mostra que, em
cada dez empresas investidas, cerca de duas dão o retorno esperado. Entretanto, quando isso
acontece, o retorno proporcionado pelos 20% investidos compensa a perda dos outros 80%
(DORNELAS, 2014, pp. 185-186).
84
Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
2. Fase inicial (startup): a empresa já está constituída, o produto está sendo melhorado e a
aceitação-piloto em alguns mercados está sendo analisada. Nessa fase, talvez o capitalista de
risco invista na empresa, mas é muito difícil, devido ao alto risco do negócio. Geralmente o
seed money (dinheiro semente) virá de angel. A empresa geralmente tem menos de um ano.
4. Consolidação e saída dos angels e capitalistas: Nesta fase, a empresa busca uma expansão
ainda maior, negocia uma aquisição, parcerias, outras rodadas de investimentos com
outros fundos, etc., e começa a gerar os resultados almejados pelos investidores iniciais,
que realizam seu lucro e saem da empresa. Começa um nov ciclo, com a consolidação do
negócio e a possibilidade de abrir o capital em Bolsa de Valores, o chamado IPO ou oferta
pública de ações (DORNELAS, 2014, pp. 186-187).
Caro(a) aluno(a), como você pôde perceber, fontes de captação de recursos existem, embora
não muito divulgadas. No entanto, a precaução em buscar recursos deve ser uma tônica na vida do
empreendedor. O excesso de endividamento, principalmente de terceiros pode inviabilizar o negócio.
O dinheiro pode ser de fácil acesso, mas um dia a conta chega!
CONCLUSÃO
Prezado(a) acadêmico(a), nessa unidade estudamos sobre a gestão de times empreendedores, o
que exige um preparo do empreendedor, de modo a manter a motivação e estimulá-la constantemente
do seu time de talentos humanos. Vimos que o principal recurso da empresa são seus colaboradores
e a forma como o seu gerenciamento é conduzido, como a autoridade é exercida, pode representar o
sucesso ou o fracasso de uma organização.
ser preenchidas gradativamente, por meio de capacitação, por delegação e até por terceiros contratados
para fins de assessorias específicas. Deste modo, é possível concretizar a figura do empreendedor-
executivo, que são dois papéis distintos e complementares.
Caro(a) aluno(a), espero que você possa ter tirado o máximo proveito dos conteúdos abordados!
Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#LIVRO#
Editora: Saraiva
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Unidade
3 Gerenciamento de recursos: pessoas e finanças
REFERÊNCIAS
BERNARDI, L.A. Manual de empreendedorismo e gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas.
São Paulo: Atlas, 2003.
DEGEN, R.J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Makron Books,
1989.
FERRARI, E. L. 8. ed. Contabilidade geral: provas e concursos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
PRAZERES, H.T. Como administrar pequenas empresas. Viçosa, Mg: CPT, 2007.
87
Unidade
4
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Apresentar a metodologia de desenvolvimento de clientes
e metodologia de Lean Startup
• Abordar sobre a modelagem de negócios com a utilização
da Metodologia Canvas
• Compreender a importância do plano de negócios para
nortear as ações dos empreendedores antes e durante o
empreendimento
• Apresentar técnicas de apresentação de projetos
inovadores
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nessa unidade estudaremos acerca da estratégia e ferramentas utilizadas
com frequência por empreendedores, iniciando pelo conceito de “job to be done”, ou JTBD, uma ideia
inovadora, projetada por Clayton Christensen. A sua premissa é simples: os clientes realmente não
compram produtos, eles de certa forma contratam-no para fazer um trabalho. Esta teoria instiga o
próprio consumidor a buscar um entendimento e talvez as razões que o fazem adquirir determinadas
coisas durantes seus hábitos de consumo. Veremos que a a finalidade do JBTD é para que empresas,
prestadores de serviço ou vendedores ganhem novas perspectivas de mercado e criem estratégias de
crescimento viáveis obtendo, dessa forma, aumento da vendas.
Para finalizar nossa unidade abordaremos sobre a importância do plano de negócios para
nortear as ações dos empreendedores antes e durante o empreendimento, além de apresentarmos
um modelo de estrutura de plano de negócios, de modo a auxiliá-lo na elaboração desse importante
recurso. Abordaremos também sobre as técnicas de apresentação de projetos inovadores, com dicas
importantes para que você possa encantar os futuros investidores na apresentação do seu negócio.
Bons estudos!
89
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
Fonte: Pixabay.
Essa ideia aparentemente simples, tem profundas implicações para o mercado, e destaco ainda,
para a tão buscada inovação nas indústrias em reenquadramento. As empresas muitas vezes lançam
produtos no mercado segmentando-os por tipo ou por dados demográficos do cliente. Apesar desses
atributos correlacionarem-se com os comportamentos de consumo, eles raramente esclarecem as
razões pelas quais as pessoas decidem comprar ou não um produto e/ou como um único indivíduo
pode querer soluções diferentes ou se comportam de forma diferente de acordo com as circunstâncias.
Quando um comerciante coloca um produto de uma forma que aborda o “job to be done”, o produto
será mais bem sucedido, pois ele aborda diretamente uma necessidade que os consumidores têm.
(GIELFI, 2014).
De acordo com Christensen (2010), projetar uma proposta de valor ao cliente de forma inovadora
começa com uma compreensão do “job to be done” deste. A premissa é simples: os clientes realmente
90
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
não compram produtos, eles de certa forma contratam-no para fazer um trabalho. Questionar-se sobre
o que os clientes pretendem abordar com a compra de determinados produtos ao invés de apenas
supor que produtos eles podem comprar, muda totalmente o posicionamento de uma empresa ao
lançar um novo produto ou serviço. Mais do que isso, a teoria instiga o próprio consumidor a buscar
um entendimento e talvez as razões que o fazem adquirir determinadas coisas durantes seus hábitos
de consumo.
A razão do JTBD ser tão útil para os comerciantes é que o empreendedor não está criando esses
segmentos com base em dados demográficos, mas em vez disso com base em motivações, contexto e
gatilhos, definindo personas e frameworks para guiar as orientações. Se o mercado entende cada uma
dessas dimensões, então podem projetar um produto que é precisamente orientado para o trabalho.
Em outras palavras, o trabalho, e não o cliente, é a unidade básica de análise para um comerciante/
indústria que espera desenvolver um algo a mais que impulsionam os clientes a comprar.
A técnica JTBD ajuda o inovador a entender que os clientes não compram produtos e serviços,
mas sim contratam várias soluções em várias vezes para obter uma grande variedade de trabalhos
feitos. Com raras exceções, todos os trabalhos que as pessoas precisam ou querem fazer tem um lado
social, funcional, e uma dimensão emocional. Em suma, as pessoas querem seguir seus interesses
pessoais, mas de uma forma que se sintam conectados com a sociedade maior (MENA, 2015).
De acordo com Mena (2015), a finalidade do JBTD é para que empresas, prestadores de
serviço ou vendedores ganhem novas perspectivas de mercado e criem estratégias de crescimento
viáveis obtendo, dessa forma, aumento da vendas. “Há uma demanda por abordagens como o Job to
be done já que as pessoas têm cada vez menos tempo e precisam ser atendidas na sua essência.
O Job to be done, é uma ferramenta simples que te levará a construção de uma visão mais ampla
de cada JOB (atividade) do seu produto e/ou serviço. Ela foi desenvolvida pelo professor Chistensen,
mas tem suas bases na teoria da motivação de Maslow. Consiste nestes seguintes 8 passos, conforme
ilustrado no quadro 1:
91
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
De acordo com Hammerschmitt (2017), o processo de pesquisa JTBD segue uma timeline, como
ilustra a figura 1, que estabelece que a primeira série de questionamentos é relacionada ao momento
da compra. As perguntas são feitas para o usuário se lembrar do ambiente em que estava e o dia que
decidiu executar essa ação (contratação de um produto, serviço, submissão de um formulário, etc).
Posteriormente abordamos o primeiro pensamento que ele teve sobre a troca, bem como os eventos
que o levaram a resolver o problema em questão.
Ainda de acordo com Hammerschmitt (2017), as soluções vem e vão, enquanto os jobs
permanecem praticamente os mesmos. Isso porque a compreensão dos nossos desejos evolui
mais lentamente, enquanto a tecnologia possibilita criarmos constantemente novos produtos que
solucionem os nossos jobs, por isso que nas entrevistas focamos em compreender o job e não em
falarmos sobre o produto.
92
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
1. Empurra: Através da pesquisa você vai entender qual é o problema com a solução existente,
no caso da locadora de filmes poderia ser o pagamento de multa, o filme que você quer ver
já está alugado, a fita é velha e tranca no videocassete.
Da mesma forma que temos forças impulsionando a mudança, temos forças que fazem o usuário
permanecer com o seu comportamento antigo, ainda que seu produto pareça muito melhor. Entender
quais são é o primeiro passo para um planejamento de como minimizar esses eventos.
3. Ansiedade: Aqui precisamos entender quais são as preocupações dos usuários em relação
à mudança, tais como, seguindo o exemplo da Netflix: precisa ter um cartão de crédito, a
internet não é boa o suficiente, não tem alguém presente para dar boas indicações de filme,
do contrário fica navegando infinitamente e muitas vezes não consegue escolher.
4. Hábito: A segunda força que bloqueia a mudança é também chamada de inércia, e diz respeito
à hábitos e possíveis custos que o usuário terá ao fazer a mudança. Voltando ao caso da
Netflix, o usuário precisará reaprender um novo jeito de assistir filmes, não mais utilizando
um aparelho de dvd, mas um computador ou smart tv, por exemplo.
93
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
94
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
2. METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE
CLIENTES, METODOLOGIA DE LEAN STARTUP
Planejamento adequado reduz desperdícios e pode alavancar os negócios
Fonte: Pixabay.
Prezado(a) aluno(a), no processo de abertura de uma empresa, o empreendedor que tem uma
ideia, após fazer seu plano de negócio, apresenta esta ideia a investidores, capta recursos, monta sua
equipe e parte para a produção para que, em seguida, lance o produto no mercado. O problema é que
é muito comum isso não dar certo e o resultado ser muito esforço e dinheiro desperdiçado. Mais uma
vez o movimento Lean Startup vai na contramão do que é ensinado. Mas afinal, o que é Lean Startup?
O Portal Endeavor Brasil (2015), esclarece que a palavra lean pode ser traduzida como enxuta,
então, Lean Startup significa, numa tradução livre, startup enxuta. Esse conceito, no universo da
administração envolve um trabalho de identificação e eliminação de desperdícios nos processos e está
muito atrelado ao ambiente de startups de tecnologia.
De acordo com Ries (2012, p. 7), “a startup enxuta propõe um novo modo de pensar e de
construir produtos e serviços inovadores que levem a um negócio sustentável”. Os cinco princípios da
startup enxuta são:
1. Empreendedores estão por toda parte. Você não precisa trabalhar numa garagem para estar
numa startup. O conceito de empreendedorismo inclui qualquer pessoa que trabalha dentro
da minha definição de startup: uma instituição humana projetada para criar novos produtos
e serviços sob condições de extrema incerteza. Isso significa que os empreendedores estão
por toda parte, e a abordagem da startup enxuta pode funcionar em empresas de qualquer
tamanho, mesmo numa de grande porte, em qualquer setor ou atividade.
95
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
3. Aprendizado validado. Startups existem não apenas para fabricar coisas, ganhar dinheiro ou
mesmo atender clientes. Elas existem para aprender a desenvolver um negócio sustentável.
Essa aprendizagem pode ser validada cientificamente por meio de experimentos frequentes
que permitem aos empreendedores testar cada elemento de sua visão.
O método da startup enxuta, em contraste, é projetado para você aprender a dirigir uma startup.
Em vez de projetar planos complexos, baseados em inúmeras hipóteses, você pode fazer ajustes
constantes por meio do “volante”, que é o ciclo de feedback construir-medir-aprender. Por meio desse
processo de condução, podemos aprender quando e se é o momento de fazermos uma curva fechada
chamada pivô ou se devemos perseverar em nosso caminho atual. Uma vez que temos um motor em
funcionamento, a startup enxuta oferece métodos para dimensionar e desenvolver o negócio com
aceleração máxima.
De acordo com Ries (2012), as startups também possuem um norte verdadeiro, um destino em
mente: criar um negócio próspero e capaz de mudar o mundo. Chamo isso de visão de uma startup.
Para alcançar essa visão, as startups empregam uma estratégia, que inclui um modelo de negócios, um
plano de produto, um ponto de vista acerca dos parceiros e dos concorrentes, e as ideias a respeito de
quem serão os clientes. O produto é o resultado final dessa estratégia.
96
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
Em seu cerne, a startup é uma catalisadora que transforma ideias em produtos. À medida que
os clientes interagem com os produtos, geram feedback e dados. O feedback é tanto qualitativo (por
exemplo, o que gostam ou não) como quantitativo (por exemplo, quantas pessoas utilizam o produto
e consideram que ele tem valor). Como vimos na Parte I, os produtos que uma startup desenvolve são
experimentos; a aprendizagem sobre como desenvolver uma empresa sustentável é o resultado desses
experimentos. Para as startups, tais informações são muito mais importantes que dólares, prêmios ou
citações na imprensa, pois podem influenciar e reformular o próximo conjunto de ideias. Podemos
visualizar esse processo de três etapas com este simples diagrama: p.57
97
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
Ries (2012) destaca que, a exemplo do desenvolvimento do cliente não se deve ficar atrelado em
demasia a uma competência de análise prévia do que é o desenvolvimento do produto perfeito, mas procurar
entender o comportamento prático do cliente, captar os feedbacks desse comportamento do cliente e
incorporar continuamente todo o conhecimento gerado no processo de desenvolvimento do produto.
O gestor deve sempre criar uma situação de interação intensa com o cliente e o usuário, além
de avaliar quais são as lições aprendidas e o porquê de algumas atividades não darem certo no
desenvolvimento de novo produto. Dos pontos importantes é que essas novas metodologias apontam
ainda mais para a importância das competências de gestão para o empreendedor.
De acordo com o Portal Sebrae (2017), assim como qualquer método de gestão, não existe
uma única prática que garanta resultados - Lean Startup é uma ferramenta que deve ser usada pelo
empreendedor em adição a várias outras.
Assim, quem considera que o MVP é somente uma entrega com as funcionalidades mais
simples, o menor produto possível ou uma versão criada em poucos dias, somente entendeu o
conceito de “mínimo”.
Fonte: Pixabay.
98
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
Prezado(a) aluno(a), modelar um negócio significa definir seus processos e atividades, de tal
modo que tudo possa ser analisado e constantemente melhorado. Mas como fazer uma modelagem
de negócios, sem sequer tê-lo aberto? Por esse motivo, os consultores empresariais insistem sobre
a necessidade da elaboração do seu modelo de negócios. Um modelo nada mais é do que uma
representação simplificada da realidade. Falar em modelo de processo talvez fique um pouco distante
de assimilar para quem não tem experiência ou ainda não teve contato.
A BPM (business process modeling) é o trabalho realizado para se representar processos de
negócios em modelos, utilizando determinadas metodologias e técnicas.
Nesse sentido, o Modelo de Negócio ou Canvas, como também é conhecido, é um instrumento
que ajuda a iniciar bem um empreendimento. Foi desenvolvido pelo suiço Alex Osterwalder, para
facilitar o entendimento completo de um negócio. Assim, o modelo tem o objetivo de descrever todos
os elementos e fases que compõem um empreendimento, proporcionando a integração da organização.
De acordo com o criador da ferramenta, os componentes centrais de um empreendimento são:
segmento de clientes, proposta de valor, canais de distribuição, relacionamento com clientes, fontes
de receita, recursos principais, atividades chave, principais parcerias e custos. Baseado em um quadro
com blocos organizados, como demonstrado na figura abaixo, o Modelo de Negócio proporciona a
visualização das principais funções de uma organização, possibilitando assim que empreendedores
reflitam a respeito de cada função da empresa para, então, descobrir o que precisa ser feito a fim de
conquistar clientes e aumentar os resultados do empreendimento (SEBRAE, 2017).
Por meio da figura 4, é possível visualizar de forma completa os processos da organização:
De acordo com o SEBRAE (2017), ao proporcionar uma visualização completa dos processos da
organização, o Modelo de Negócio possibilita inovar, estabelecendo uma proposta de valor única para o
empreendimento. O principal benefício do modelo é a sua simplicidade e rápida implementação. Com
uma caneta, alguns post-its e uma boa mesa, o empresário vai poder trabalhar com uma metodologia
criativa para melhoria dos negócios. Ele deve responder às seguintes perguntas:
99
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
Para colocar em prática o Modelo de Negócio, basta seguir os nove passos disponibilizados pelo
SEBRAE (2017), no quadro 2:
Prezado(a) aluno(a), como consultor de negócios, tenho notado uma certa resistência dos
consultores oficiais, principalmente os pertencentes ao sistema S, quanto à utilização do Business Model
Canvas. A justificativa para tal resistência, primeiramente reside no fato de que até pouco tempo, o
modelo de negócio era orientado em outra base, mais sólida. Na minha modesta opinião, penso que o
BMC é muito romântico, isso mesmo, trata a modelagem do negócio sob o prisma do cliente.
Entre as críticas ao Business Model Canvas, está o fato da pouca ênfase que o modelo dá para
a concorrência ou mesmo incertezas típicas de um novo negócio. Tudo é lindo. A proposta de valor
é maravilhosa. As fontes de receitas são deslumbrantes e os custos não preocupam tanto. E todas as
parcerias funcionarão às mil maravilhas. E a concorrência? Frequentemente, empreendedores chegam
a este ponto com a afirmação: “Meu negócio é inovador, logo não tenho concorrência”. Aqui vale a
célebre afirmação de Andrew Grove, lendário presidente da Intel: “Só os paranoicos sobrevivem”. E
sim, todas as empresas têm concorrentes, se não diretos, por meio de produtos e serviços substitutos.
4. PLANO DE NEGÓCIOS
Plano de negócios, ferramenta fundamental para o planejamento
Fonte: Pexels.
<https://www.deskcoworking.com.br/como-criar-um-plano-de-negocios/>. Acesso em: 07
Dez. 2017.
101
Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
Dornelas (2014) também apresenta sua definição e destaca a importância de uma plano de
negócios:
O plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo
de negócio que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e
autoconhecimento e ainda permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios.
As seções que compõem um plano de negócios geralmente são padronizadas para facilitar o
entendimento (DORNELAS, 2014, p. 95).
Baron; Shane (2007) corroboram com a definição de Dornelas (2014) e acrescentam que
os planos de negócios são diferentes em seus conteúdos específicos, assim como as pessoas que os
preparam. Entretanto, há um consenso de que eles devem conter seções básicas que, juntas, direcionem
perguntas-chave que todos precisam fazer antes de investir em um novo empreendimento:
• Qual é a ideia básica para o novo produto ou serviço?
• Por que esse novo produto ou serviço é útil ou atraente e para quem?
• Como a ideia para o novo empreendimento será realizada, qual é o plano geral para a
produção do produto, para sua comercialização, para lidar com a concorrência existente
potencial?
• Quem são os empreendedores, eles têm conhecimento, experiência e habilidades exigidos
para o desenvolvimento dessa ideia e para o funcionamento de uma nova empresa?
• Se o plano for projetado para o levantamento de fundos, quanto é preciso dispor, qual o
tipo de financiamento necessário, como ele será usado e como os empreendedores e as
outras pessoas terão retorno sobre seu investimento? (BARON; SHANE, 2007, p. 188).
102
Unidade
4 Estratégia e ferramentas para empreendedores
Por meio do quadro 3, Dornelas (2014) sugere uma estrutura de um plano de negócios para
empresas manufatureiras em geral:
1. Capa: A capa é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois é a primeira
parte visualizada por quem o lê, devendo, portanto, ser feita de maneira enxuta e com as
informações necessárias e pertinentes.
2. Sumário: O sumário deve conter o título de cada seção do plano de negócios e a página
respectiva na qual se encontra, bem como os principais assuntos relacionados em cada
seção. Isso facilita ao leitor encontrar rapidamente o que lhe interessa.
3. Sumário executivo: O sumário executivo é a principal seção do plano de negócios, pois
fará o leitor decidir se continuará ou não a ler o documento. Portanto, deve ser escrito
com muita atenção e revisado várias vezes, além de conter uma síntese das principais
informações que constam no plano de negócios. Deve ainda ser dirigido ao público-alvo
do plano e explicitar qual seu objetivo em relação ao leitor. O sumário executivo deve ser
a última seção escrita, pois depende de todas as outras para ser elaborado.
4. Análise estratégica: Nesta seção, são definidos os rumos da empresa, sua visão e missão,
situação atual, as potencialidades e ameaças externas, forças e fraquezas, objetivos e metas
de negócio. Esta seção é a base para o desenvolvimento e implantação das demais seções.
5. Descrição da empresa: Nesta seção, deve-se descrever a empresa, seu histórico,
crescimento, faturamento dos últimos anos, razão social, impostos, estrutura organizacional
e jurídica, localização, parcerias, certificações de qualidades, serviços terceirizados, etc.
6. Produtos e serviços: Esta seção do plano de negócios é destinada aos produtos e
serviços da empresa: como são produzidos, quais os recursos utilizados, o ciclo de vida, os
fatores tecnológicos envolvidos, o processo de pesquisa e desenvolvimento, os principais
clientes atuais, a detenção da marca ou patente de algum produto pela empresa, etc. Nesta
seção, pode ser incluída, quando a informação estiver disponível, uma visão do nível de
satisfação dos clientes com os produtos e serviços da empresa. Esse feedback é bastante
importante, porque costuma oferecer não apenas uma visão do nível de qualidade
percebida nos produtos e serviços, mas também guiar futuros investimentos da empresa
em novos desenvolvimentos e processos de produção.
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Unidade
Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
7. Plano operacional: Esta seção deve apresentar as ações que empresa planeja em seu
sistema produtivo e o processo de produção, indicando o impacto das ações em seus
parâmetros de avaliação de produção. Deve conter informações operacionais atuais
e previstas de fatores como: lead time do produto ou serviço, percentual de entregas
a tempo (on time delivery), rotatividade do inventário, índice de refugo, lead time de
desenvolvimento de produto ou serviço, etc.
8. Plano de recursos humanos: Aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento
e treinamento de pessoal da empresa. Essas informações estão diretamente relacionadas com
a capacidade de crescimento da empresa, especialmente quando ela atua em um mercado
no qual a detenção de tecnologia é considerada um fator estratégico de competitividade.
Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas às ações do Plano operacional,
as metas de treinamento estratégico, de longo prazo e não associadas diretamente às ações.
Aqui também devem ser apresentados o nível educacional e a experiência dos executivos,
gerentes e funcionários operacionais, indicando-se os esforços da empresa na formação
de seu pessoal.
9. Análise de mercado: Na seção de análise de mercado, o autor do plano de negócios
deve mostrar que os executivos da empresa conhecem muito bem o mercado consumidor
de seu produto/serviço (por meio de pesquisas de mercado): como está segmentado, o
crescimento desse mercado, as características doconsumidor e sua localização, a existência
de sazonalidade, e ações para esse caso, análise da concorrência, sua participação de
mercado e a dos principais concorrentes, etc.
10. Estratégia de marketing: Deve-se mostra como a empresa pretende vender seu
produto/serviço e conquistar clientes, manter o interesse deles e aumentar a demanda.
Deve abordar os métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o
cliente, política de preços, principais clientes, canais de distribuição e estratégias de
promoção/comunicação e publicidade, bem como projeções de vendas.
11. Plano financeiro: A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações
planejadas para a empresa e as comprovações, por meio de projeções futuras (de quanto
capital necessita, quando e com qual propósito) de sucesso do negócio. Deve conter
demonstrativo de fluxo de caixa com horizonte de, pelo menos, três anos; balanço
patrimonial, análise do ponto de equilíbrio, necessidades de investimentos, demonstrativos
de resultados, análise de indicadores financeiros do negócio, como faturamento previsto,
margem prevista, prazo de retorno sobre o investimento inicial (payback), taxa interna de
retorno (TIR), etc.
12. Anexos: Esta seção deve conter informações adicionais, julgadas relevantes para melhor
entendimento do plano de negócios. Por isso, não tem um limite de páginas o exigências a
serem seguidas. A única informação que não pode ser esquecida é a relação dos currículo
vitae dos sócios e dirigentes da empresa. Podem-se anexar ainda informações com fotos de
produtos, plantas de localização, roteiros e resultados completos das pesquisas de mercado
realizadas, material de divulgação do negócio, folders, catálogos, estatutos, contrato social
da empresa, planilhas financeiras detalhadas, etc.
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5.TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO
DE PROJETOS INOVADORES
Apresentação do projeto precisa encantar e cativar a plateia
Fonte: Pixabay.
Prezado(a) acadêmico(a), após passar grande parte do seu tempo preparando dados, coletando
informações, elaborando pesquisas, vender sua ideia inovadora a pessoas ou empresas, finalmente
é chegada a hora do movimento final: a apresentação do projeto! Quando é o próprio autor quem o
apresenta o grau de encantamento aumenta. Por esse motivo é preciso transformar essa ocasião em
um momento cativante e inesquecível, repleto de emoções positivas.
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Estratégia e ferramentas para empreendedores 4
Primeiramente é essencial analisar a sua plateia, quem são as pessoas que ouvirão a sua
apresentação, desse modo averiguar o nível dos recursos a serem utilizados. É válido lembrar que alguns
indivíduos têm grandes dificuldade de compreender, por exemplo, uma apresentação de powerpoint, ou
do Prezi. O que fazer então? Como fazer uma apresentação de qualidade e que seja atraente?
Spina (2012) orienta que, “a primeira impressão é a que fica”, a apresentação para potenciais
investidores do seu negócio é uma etapa que precisa ser bem preparada, pois além de ser crítica para
o entendimento da oportunidade, serve também como demonstração da capacidade de comunicação
do(s) empreendedor(es), uma habilidade fundamental para qualquer negócio. Usualmente, ela é
divida em 3 partes principais, conforme apresentadas a seguir:
1. O Pitch, também conhecido como Elevator Pitch ou “Discurso do Elevador”, é uma
apresentação de 2 a 3 minutos (como se fosse para apresentar se encontrasse o investidor no
elevador e tivesse o tempo de apresentar durante a subida/descida) em que deve “vender” a
sua ideia de forma clara e concisa. Apesar de ser uma apresentação curta, pela necessidade de
se conseguir conquistar a atenção do investidor, muitas vezes representa um grande desafio,
assim, concentre-se no que é essencial ao seu negócio, aquilo que irá chamar a atenção
do investidor. Não se preocupe com os detalhes e procure além de praticar “no espelho”,
apresentar para parentes e amigos e perguntar o que eles entenderam, pois é muito comum
pelo envolvimento do empreendedor, esquecer-se de dar uma informação básica sobre a
essência do seu negócio.
O Pitch deve poder ser feito tanto apenas verbalmente, quanto eventualmente suportado
por uma apresentação de slides (chamada de Deck), caso o empreendedor tenha oportunidade de
apresentar em público, lembrando também que não deverá ter mais de 5 a 6 slides, que devem conter
pelo menos as seguintes informações:
a. O mercado-alvo e a necessidade atendida.
b. Como o produto/serviço atenderá esta necessidade.
c. Sua inovação/diferenciação.
d. O potencial do negócio (SPINA, 2012).
Prezado(a) aluno(a), para reforçar nosso entendimento, o Portal Anjos do Brasil (2017), destaca
que o “pitch” é uma ferramenta usada pelos empreendedores para “vender” o projeto da sua empresa para
potenciais investidores. O tempo de apresentação é curto (entre 2 e 3 minutos) e deve trazer informações
que sejam capazes de chamar a atenção do anjo, como:
• Que tipo de solução inovadora o negócio está trazendo.
• Estimativa do tamanho do mercado e potencial de crescimento.
• Estratégia de crescimento: como os clientes serão alcançados numa operação eficiente e de
baixo custo.
• Demonstração de como será o crescimento sustentado sem necessidade de grandes
investimentos adicionais ou pessoas de competências específicas.
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Caro(a) aluno(a), o momento da apresentação, por ser de grande importância com relação ao
convencimento da outra parte de que o seu projeto é viável e atrativo, pode causar uma certa tensão
nervosa e, no momento crucial, alguns efeitos poderão ser sentidos, entre os quais a velha e conhecida
gagueira, suor excessivo e em alguns casos “um branco total”.
Por esse motivo, é conveniente buscar apoio para se preparar à altura do evento. Por exemplo,
um curso rápido (ou mini-curso) de oratória faria toda a diferença, afinal, quando um apresentador
nos encanta, tudo se torna mais fácil para aprovar o projeto, mesmo que necessite de alguns ajustes.
Outra orientação importante se refere ao local do evento. Se esse local for antecipadamente
escolhido por você, procure prepará-lo convenientemente, com uma limpeza impecável, organização
dos móveis (mesas e cadeiras), o local de cada participante, água e cafezinho, entre outros.
Acertados todos os detalhes físicos, agora é hora de preparar a apresentação escrita. Procure
tirar uma cópia para cada um dos participantes. De preferência, essa cópia deve estar contida em
uma pasta personalizada, com um cartão de visita anexado. Isso possibilita um contato posterior do
participante com você, afinal, você deixou seu telefone e email.
Uma dica importante para você controlar o tempo da apresentação, cada slide será mostrado
aos participantes por no máximo 1 minuto, desta forma, caso a sua apresentação tenha um tempo
máximo de 10 minutos, serão necessários 10 slides.
É importante considerar que todas essas dicas não são regras padronizadas, tratando-se apenas
de sugestões para causar uma boa impressão principalmente no quesito objetividade, que é a tônica
das reuniões de projetos inovadores.
CONCLUSÃO
Prezado(a) aluno(a), em nossa unidade de estudos, abordamos sobre estratégia e ferramentas
utilizadas com frequência por empreendedores, com a utilização do “job to be done”, ou JTBD, uma
ideia inovadora, projetada por Clayton Christensen, baseada em uma premissa simples: os clientes
realmente não compram produtos, eles de certa forma contratam-no para fazer um trabalho. O JBTD
instiga o consumidor a buscar um entendimento e talvez as razões que o fazem adquirir determinadas
coisas durantes seus hábitos de consumo.
Estudamos também sobre metodologia de desenvolvimento de clientes e metodologia de Lean
Startup, a qual propõe um novo modo de pensar e de construir produtos e serviços inovadores que
levem a um negócio sustentável. Por meio da compreensão dessa metodologia, será possível fazermos
ajustes constantes por meio do “volante”, que é o ciclo de feedback construir-medir-aprender. Por
meio desse processo de condução, aprendemos sobre o o momento de fazermos uma curva fechada
chamada pivô ou se devemos perseverar em nosso caminho atual.
Vimos ainda sobre a modelagem de negócios com a utilização da Metodologia Canvas, como
uma ferramenta que que ajuda a iniciar bem um empreendimento, a qual foi desenvolvida pelo
suiço Alex Osterwalder, para facilitar o entendimento completo de um negócio. Assim, o modelo tem o
objetivo de descrever todos os elementos e fases que compõem um empreendimento, proporcionando
a integração da organização.
Abordamos ainda sobre a importância do plano de negócios para nortear as ações dos
empreendedores antes e durante o empreendimento, além de apresentarmos um modelo de estrutura
de plano de negócios, de modo a auxiliá-lo na elaboração desse importante recurso. Vimos também
importantes dicas sobre as técnicas de apresentação de projetos inovadores, para que você possa
encantar os futuros investidores na apresentação do seu negócio.
Caro(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa subsidiá-lo em sua vida acadêmica e pessoal!
Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#LIVRO#
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Enxuta’ foi desenvolvida para que se possa evitar dinâmicas de atualidade. Eric descreve o plano para que
cada um possa executar os princípios fundamentais da startup enxuta em qualquer projeto.
REFERÊNCIAS
BARON, R.A; SHANE, S.A. Empreendedorismo: uma visão de processo. São Paulo: Cencage
Learning, 2007.
CHRISTENSEN, Clayton, and Laura Day. Integrating Around the Job to Be Done. Harvard Business
School Module Note 611-004, August 2010.
GIELFI, M. A teoria Jobs to be Done e como ela pode mudar a maneira como você enxerga sua vida.
Portal Ideia de Marketing, 2014. Disponível em: <http://www.ideiademarketing.com.br/2014/07/11/a-
teoria-jobs-to-be-done-e-como-ela-pode-mudar-a-maneira-como-voce-enxerga-sua-vida/>. Acesso
em 07 Dez. 2017.
MENA, I. O que é Job to be Done. Portal Projeto Draft, 2015. Disponível em:
PORTAL ENDEAVOR BRASIL. O lean startup te ajuda a validar seu modelo de negócio.2015.
Disponível em: < https://endeavor.org.br/lean-startup/>. Acesso em: 07 Dez. 2017.
PORTAL SEBRAE. Como construir um modelo de negócio para sua empresa. 2017. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-construir-um-modelo-de-negocio-
para-sua-empresa,6054fd560530d410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em 07 Dez. 2017.
PORTAL SEBRAE. Entenda o que e Lean Startup. 2017. Disponível em:< http://www.sebrae.com.br/
sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-que-e-lean-startup,03ebb2a178c83410VgnVCM1000003b7401
0aRCRD>. Acesso em 07 Dez. 2017.
RIES, E. A startup enxuta: como os empreende)dores atuais utilizam a inovação contínua para criar
empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo : Lua de Papel, 2012.
SPINA, C. Portal Endeavor Brasil, 2012. 3 dicas para apresentar sua ideia a investidores. Disponível
em <https://endeavor.org.br/3-dicas-para-apresentar-seu-negocio-a-investidores/>. Acesso em 07
Dez. 2017.
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