Você está na página 1de 3

Parlamentares criticam mudança na Saúde e cobram nova gestão

Parlamentares receberam demissão de Mandetta com críticas e a cobrança de que o


Ministério continue seguindo critérios científicos
16 ABR 2020 18h23atualizado às 18h55
6COMENTÁRIOS
O Congresso recebeu com críticas a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério
da Saúde, e creditou sua saída ao fato de seguir critérios científicos para a
atuação no combate à crise do coronavírus.

SAIBA MAIS
"Saúde e economia não competem", diz novo Ministro da Saúde

Mídia internacional repercute demissão de Mandetta

Bolsonaro diz que saída de Mandetta foi "consensual"

São Paulo e Rio têm panelaços por demissão de Mandetta

Luiz Henrique Mandetta


06/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
Luiz Henrique Mandetta 06/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters
Parlamentares manifestaram temor e pediram que o novo ministro siga as diretrizes
médicas e científicas para conduzir a pasta.

Mandetta entrou em linha de choque com o presidente Jair Bolsonaro ao defender o


isolamento social para retardar o avanço da doença, medida criticada pelo
presidente, que deseja a ampla retomada da atividade econômica.

Deputados e senadores apontaram ainda que Bolsonaro teria ficado incomodado com a
popularidade de Mandetta.

Curso De Yoga: Meditação para Acalmar a Mente e o Coração


O Yoga: Meditação para Acalmar a Mente e o Coração, aborda Técnicas de Meditação
para Acalmar a Mente e o Coração e Mantras, Mudras e Meditação. Saiba mais!

Veja, a seguir, manifestações de parlamentares.

RODRIGO MAIA (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados:

"Tenho certeza que falo em nome da maioria da Câmara dos Deputados num momento em
que o ministro Mandetta anuncia que foi demitido. A nossa homenagem ao ministro
Mandetta, à sua dedicação, ao seu trabalho, à sua competência", disse o presidente
da Câmara, acrescentando que o ministro deixou um "legado" e uma "estrutura" para o
combate à crise do coronavírus.

ANTONIO ANASTASIA (PSD-MG), primeiro vice-presidente do Senado:

"É muito positivo quando um servidor realiza com galhardia e eficiência seu
trabalho... O ministro Luiz Henrique Mandetta, com muito esforço e dedicação,
honrou nossa nação e seu trabalho como médico, servindo à nação com base nos seus
conhecimentos técnicos e científicos. Merece nossos agradecimentos e nosso melhor
reconhecimento."

"Ao novo ministro Nelson Teich desejo sucesso e um bom trabalho. O Brasil necessita
e espera isso, especialmente nesse momento."

MAJOR OLIMPIO (SP), líder do PSL no Senado:


"Mandetta foi demitido porque não abriu mão de princípios científicos e médicos em
nome da saúde do povo brasileiro. Nelson Teich assume o lugar de ministro. Eu vi
artigos dele defendendo o isolamento horizontal para todos. Se ele persistir nesse
fundamento, vai ter problemas sérios com o presidente Bolsonaro e não vai durar 30
dias no cargo. Ou terá que rasgar o seu diploma e contrariar toda a comunidade
científica mundial. Sorte ao novo ministro. Mais sorte ainda ao povo brasileiro e à
saúde pública."

EFRAIM FILHO (PB), líder do DEM na Câmara:

"A saída de Mandetta é uma notícia lamentada em boa parte do Brasil, pois
conquistou a confiança e o respeito da família brasileira com sua postura técnica.
Íntegro, permaneceu até o último minuto servindo ao país. Sai com sentimento de
dever cumprido, salvou muitas vidas enquanto prevaleceram suas orientações.
Obrigado Mandetta, você deixa exemplo para o Brasil e orgulho para o Democratas, de
quem tem total apoio e solidariedade."

CARLOS SAMPAIO (SP), líder do PSDB na Câmara:

"É lamentável a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no momento


em que o país caminha para a fase mais aguda da pandemia. Mandetta se tornou alvo
de críticas e intrigas dentro do governo nos últimos dias, justamente por estar
fazendo um bom trabalho, alinhado à ciência, aos organismos e às autoridades
internacionais."

"O que se espera, neste momento, é que seu substituto mantenha a linha de atuação
que os países, na sua grande maioria, estão adotando. Não é possível que o mundo
inteiro esteja errado. São vidas que estão em jogo e o esforço para preservá-las
deve estar acima de disputas políticas e ideológicas."

ELIZIANE GAMA (MA), líder do Cidadania no Senado:

"O Brasil recebe com temor a demissão do ministro Mandetta. Como médico, mostrou
apreço pela vida. No ofício de ministro, teve coragem ao não se submeter às
loucuras de um presidente que se mostrou tantas vezes irresponsável."

"Ao novo ministro, que mantenha o perfil técnico. Critérios econômicos e


ideológicos não podem ser maiores que o respeito à vida. As instituições estão
atentas e não vão permitir qualquer medida que traga riscos à saúde pública."

ALESSANDRO MOLON (RJ), líder do PSB na Câmara:

"Desde o começo desta crise, Bolsonaro escolheu o caminho da negação e guiou suas
decisões pelo achismo, politizando o que deveriam ser ações técnicas com critérios
científicos."

"A demissão de Mandetta não passa de um acerto de contas por parte de um chefe que,
no auge de sua mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele.
Um comportamento irresponsável de quem está mais preocupado com sua reeleição do
que em salvar as vidas dos brasileiros."

ARNALDO JARDIM (SP), líder do Cidadania na Câmara:

"É ciência, ciência e ciência. Esperamos que esse seja o parâmetro do novo titular
da Saúde. Com a saída de Mandetta, torcemos para que não seja demitida a política
do isolamento social, a transparência na divulgação de dados sobre o novo
coronavírus, a integração da pasta com municípios e Estados, ou seja, tudo aquilo
que era uma política pública bem desenvolvida até então."
"É claro que é prerrogativa do chefe do Executivo nomear e demitir seus ministros,
mas Câmara e Senado deverão redobrar a atenção no sentido de zelarem por tudo
aquilo que já foi deliberado. Ou seja, o Parlamento não poderá tolerar qualquer
medida palaciana que ponha em risco a saúde dos brasileiros."

Você também pode gostar