Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mecânica
fluidos
dos Fluidos
Mecânica dos fluidos
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Roberto Mac Intyer Simões
Ana Paula Mattos
Editorial
Camila Cardoso Rotella (Diretora)
Lidiane Cristina Vivaldini Olo (Gerente)
Elmir Carvalho da Silva (Coordenador)
Letícia Bento Pieroni (Coordenadora)
Renata Jéssica Galdino (Coordenadora)
ISBN 978-85-522-0740-5
CDD 620
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 | Conceitos fundamentais da mecânica dos fluidos 7
Bons estudos!
Unidade 1
Conceitos fundamentais da
mecânica dos fluidos
Convite ao estudo
Assimile
Assimile
Pesquise mais
Reflita
O cálculo diferencial e integral, também conhecido como cálculo
infinitesimal, ou apenas cálculo, surgiu graças à Geometria e à Álgebra.
Por meio dele, podemos estudar taxas de variações de uma grandeza
ou acumulação de uma quantidade, por exemplo. Você é capaz de
relembrar quais são as principais regras e propriedades de derivadas e
integrais?
Exemplificando
ρVD VD
Re = = ,
µ ν
1
Sabemos que a área de saída do bocal é da área de entrada,
5
então:
Ae pDs2 pDe2 1 D
As = → = ⋅ → Ds = e .
5 4 4 5 5
Assim:
50mm
Ds = = 22, 4mm.
5
4 ⋅Q ⋅ ρ
Entrada: Ree =
π ⋅ µ ⋅ De
4 ⋅Q ⋅ ρ
Saída: Res =
π ⋅ µ ⋅ Ds
Portanto:
4 ⋅Q ⋅ ρ
Entrada: Ree = = 1354 → LAMINAR
π ⋅ µ ⋅ De
4 ⋅Q ⋅ ρ
Saída: Res = = 3027 → TURBULENTO
π ⋅ µ ⋅ Ds
4 ⋅Q ⋅ ρ 4 ⋅Q ⋅ ρ
Recr = → Dcr = = 29, 4mm.
π ⋅ µ ⋅ Dcr π ⋅ µ ⋅ 2300
Lcr D − De D − De
= cr → Lcr = L cr = 186mm
L Ds − De Ds − De
Resolução da situação-problema
O escoamento é interno porque ocorre dentro de uma tubulação.
Como o fluido em questão é um líquido, esse escoamento é
incompressível.
A água escoa em regime permanente, ou seja, suas propriedades
são constantes ao longo do tempo. Dessa forma, o escoamento é
estacionário.
Por se tratar de um escoamento estacionário em uma tubulação
de diâmetro constante, a velocidade permanece a mesma ao longo
do tubo, variando apenas em relação ao seu raio. Assim, esse
escoamento é unidimensional.
Para saber se o escoamento é laminar ou turbulento, devemos
calcular o número de Reynolds. As propriedades da água podem ser
encontradas no livro Introdução à mecânica dos fluidos – Tabela
A.7 de Fox, Pritchard e McDonald (2014, p. 793).
ρVD VD 10 ms × 0, 2m
Re = = = −6 m 2
= 1, 98 ×106
µ ν 1, 01×10 s
Portanto, o escoamento é turbulento.
Para essa questão, por se tratar de um escoamento por uma
longa tubulação, devemos levar em conta os efeitos da viscosidade
que geram perdas de carga. Por isso, esse escoamento é viscoso.
Dessa forma, o escoamento foi completamente descrito e você
solucionou com sucesso mais esse desafio.
1. A conservação da massa.
2. O princípio da quantidade de movimento linear.
3. O princípio da quantidade de movimento angular.
4. A primeira lei da termodinâmica.
5. A segunda lei da termodinâmica.
Assimile
M= ∫ dm = ∫ r� dV .
Sistema Sistema
Reflita
Assimile
A força resultante,
F, inclui todas as forças de campo, FC , e de
superfície, FS , atuando sobre o sistema:
F = FC + FS .
Exemplificando
Solução:
Como a partícula possui massa constante, o módulo da variação do
momento linear é calculado como:
∆P = m ⋅ Vinicial − m ⋅ Vfinal ,
em que Vinicial = 5 m s e Vfinal = −2 m s (sentido oposto).
Dessa forma:
∆P = 10 kg ⋅ 5 m s − (−2 m s ) = 30 kg ⋅ m s .
O torque, T , pode ser produzido por forças de superfície e de
campo e, também, por eixos que cruzam a fronteira do sistema:
T = r × FS + r × FC + Teixo .
Exemplificando
E= ∫ � � �=
edm ∫ � e r � dV ,
Sistema Sistema
em que:
V2
e=u+ + gz .
2
Nessa equação, u é a energia interna específica, V , a velocidade
e z, a altura de um sistema de massa dm.
dE dEc dE p dU
= + +
dt dt dt dt
Assimile
Exemplificando
Solução:
Um balanço de energia para o sistema adquire a forma:
∆E = ∆Ec + ∆E p + ∆U = Q − W ,
na qual os termos das energias cinéticas e potencial tornam-se nulos.
Então, reescrevendo ∆U , em termos das energias internas específicas,
o balanço de energia torna-se:
m ⋅ ∆u = Q − W .
Resolvendo para Q:
Q = m ⋅ ∆u − W = 0, 4 kg ⋅ (−55 kJ kg ) + 17, 6 kJ = −4, 4 kJ
Portanto, o sistema perde 4,4 kJ em forma de calor.
S= ∫ s � dm
� �= ∫ � s r � dV .
Sistema Sistema
Pesquise mais
dVx
Fx = m ⋅
dt
Separando as variáveis dessa equação e integrando, obtemos o
tempo mínimo para decolagem:
t V m ⋅ Vx
Fx ⋅ dt = m ⋅ dVx → ∫ Fx ⋅ dt = ∫ m ⋅ dVx → t = .
0 0 Fx
Vale a pena salientar que as resistências aerodinâmicas e de
rolamento iriam aumentar significantemente ambos os resultados.
Avançando na prática
Cálculo do coeficiente de atrito
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Caro aluno!
N= ∫ η � dm
� �= ∫ � η ρ �d V .
Sistema Sistema
Exemplificando
M [ kg ] 1
é kg × m ù émù
P ê ú V ê ú
êë s úû êë s úû
é kg × m 2 ù é m2 ù
H ê ú r ´V ê ú
ê s ú ê s ú
ë û ë û
éJ ù
E [J ] eê ú
êë kg úû
éJ ù é J ù
Sê ú sê ú
êë K úû êë kg × K úû
Derivação do sistema
dN Ns )t +∆t − Ns )t
≡ lim 0 0
.
dt s ∆t → 0 ∆t
Ns )t = (NVC )t
0 0
(NIII )t +∆t
lim
∆t →0 ∆t
0
= ∫ η ρ V ⋅ dA .
SCIII
(NI )t +∆t
lim 0
= − ∫ η ρ V ⋅ dA.
∆t →0 ∆t SCI
Pesquise mais
dN (NVC )t0 +∆t − (NVC )t0 (NIII )t0 +∆t (NI )t0 +∆t
= lim + lim − lim
dt s ∆t →0 ∆t ∆t → 0 ∆t ∆t → 0 ∆t
Termo ( 1 ) Termo ( 2 ) Termo ( 3 )
para:
dN ∂
= ∫ η ρ d V + ∫ η ρV ⋅ dA − − ∫ η ρV ⋅ dA ,
dt s ∂t VC SC
SC
III
I
Termo ( 1 ) Termo ( 2 ) Termo ( 3 )
Assimile
dN ∂
= ∫ η� ρ d V + ∫ η� ρV ⋅ dA .
dt s ∂t VC SC
Avançando na prática
Aplicação do Teorema do Transporte de Reynolds
Descrição da situação-problema
Você trabalha em uma empresa fabricante de bocais para
mangueiras de incêndio e um dos principais problemas enfrentados
pela sua equipe é a fixação desses bocais na saída da mangueira,
visto que ela está sujeita a elevadas pressões. Seu gerente solicitou-
-lhe que encontrasse, então, uma expressão geral para o cálculo
da força exercida sobre o bocal, a fim de ele seja projetado e
fixado de maneira correta na mangueira. Como desenvolver esse
equacionamento e encontrar a solução?
Resolução da situação-problema
Pelo Teorema do Transporte de Reynolds, temos:
dN ∂
= ∫ η� ρ d V + ∫ η� ρV ⋅ dA .
dt ∂t s VC SC
∂
b) T = ∫
∂t VC
r ×V � r d V + ∫ r ×V � r V ⋅ dA
SC
∂
c) T = ∫
∂t VC
r V r d V + ∫ r r V 2 ⋅ dA
SC
∂
d) T = ∫
∂t VC
V � r d V + ∫ V � r V ⋅ dA
SC
∂
e) T = ∫
∂t VC
r ⋅ V � r d V + ∫ r ⋅ V � rV ⋅ dA
SC
FOX, Robert W.; PRITCHARD, Philip J.; McDONALD, Alan T. Introdução à mecânica
dos fluidos. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
Reflita
∂
∫
∂t VC
r dV + ∫ r V ⋅ dA = 0.
SC
Exemplificando
Pesquise mais
Exemplificando
∑ Q = ∑Q.
Entra Sai
Assimile
∑ (r ⋅V ⋅ A) − ∑ (r ⋅V ⋅ A) = 0.
Sai Entra
∑ m = ∑ m .
Entra Sai
Reflita
∑ m = ∑ m
Entra Sai
→ m 1 + m 2 = m 3 .
Avançando na prática
Dimensionamento de dutos para um sistema de ventilação
Descrição da situação-problema
m 3 m3
Qsala = npessoas ⋅ Qpessoa = 20 ⋅ 8 ×10−3 = 0,16 .
s s
m3 m3
Qtotal = nsalas ⋅ Qsala = 6 × 0,16 = 0, 96 .
s s
Qtotal
Qtotal = Vmáx ⋅ A = Vmáx ⋅ (H ⋅ L) → L = .
Vmáx ⋅ H
( )
3. Um tubo admite água r =1000 kg / m 3 em um reservatório com uma
vazão de 20 l s . No mesmo reservatório, é trazido óleo r = 800 kg / m 3 ( )
por outro tubo com uma vazão de 10 l s . A mistura homogênea formada
e a força resultante, F , agindo sobre o sistema, inclui todas as forças
de campo e de superfície, ou seja:
F = FC + FS
Assimile
dN ∂
= ∫ η � ρ dV + ∫ � η ρV
� ⋅ dA .
dt s ∂t VC SC
Nesse caso, a propriedade extensiva
é N = P e sua propriedade
intensiva correspondente é h = V . Ao substituir os valores de N e h
na equação do TTR, obtemos:
dP ∂
= ∫ V � r dV + ∫ V� rV
� ⋅ dA ,
dt ∂t VC SC
s
mas, pela segunda lei de Newton, temos F = dP dt . Portanto:
∂
F = FC + FS = ∫ V � r dV + ∫ V� rV
� ⋅ dA .
∂t VC SC
∂
Fx = FCx + FSx = ∫
∂t VC
u � r dV + ∫� u r V
� ⋅ dA
SC
∂
Fy = FCy + FSy = ∫
∂t VC
v � r dV + ∫� v rV
� ⋅ dA
SC
∂
Fz = FCz + FSz = ∫
∂t VC
w � r dV + ∫ w� rV
� ⋅ dA
SC
Reflita
∂
Fx = FCx + FSx = ∫
∂t VC
u � r dV + ∫� u rV
� xyz ⋅ dA
SC
∂
Fy = FCy + FSy = ∫
∂t VC
v � r dV + ∫� v rV
� xyz ⋅ dA
SC
∂
Fz = FCz + FSz = ∫
∂t VC
w � r dV + ∫ w� r �
V xyz ⋅ dA
SC
Exemplificando
VA = 12 m s , u A = 12 m s e v A = 0 m s .
Como o escoamento é estacionário e incompressível e as áreas das
seções são iguais nos pontos A e B, obtém-se VA = VB = 12 m s .
Portanto:
uB = 12 cos 40° m s = 9, 2 m s e v B = 12 sen 40° m s = 7, 7 m s .
O torque, T , pode ser produzido por forças de superfície e de
campo e também por eixos que cruzam a fronteira do sistema:
T = r × FS + r × FC + Teixo ,
em que r é o vetor posição que localiza cada elemento de massa
ou volume do sistema, com respeito ao sistema de coordenadas.
∂
T = r × FS + r × FC + Teixo = ∫ r ×V � r dV + ∫ r ×V
� rV
� ⋅ dA .
∂t VC SC
Pesquise mais
∂
Eixo y: Fy = FCy + FSy = ∫
∂t VC
v � r dV + ∫� v rV
� ⋅ dA
SC
Para o eixo x, não existem forças de campo, uma vez que esse
tipo de força depende da aceleração da gravidade que ocorre na
vertical. Sendo consideradas apenas as forças de superfície que
atuam sobre o volume de controle, temos:
∂
FSx = ∫ u � r dV + ∫� u r V
� ⋅ dA .
∂t VC SC
Portanto:
FSx = Rx − P1 A1 + P2 A2 = u2 m 2 − u1 m 1.
Além disso, P2 = 0 (pressão manométrica), u1 = −V1 e u2 = −V2.
Substituindo, obtemos:
Rx − P1 A1 = V1 m 1 − V2 m 2 .
A força de empuxo E possui o mesmo módulo do que a força de
reação Rx , porém em direção oposta. Dessa forma, temos E = −Rx .
Assim:
−E − P1 A1 = V1 m 1 − V2 m 2 .
Finalmente:
E = V2 m 2 − V1 m 1 − P1 A1.
Após obtermos essa expressão, é possível estimar o empuxo
produzido por esse motor a jato para diversos regimes de operação,
sendo conhecidas as vazões mássicas (do ar na entrada e dos gases de
exaustão na saída), as velocidades, as pressões e a geometria do motor.
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
∫ dV = Ve m ∫ − g ∫ dt
0 0
M0 − mt 0
ou:
mt
V (t ) = −Ve ln 1− − gt .
M0
Q − W = dE .
dt s
E= ∫ � � �=
edm ∫ � e r dV
Sistema Sistema
e:
V2
e = u + ec + ep = u + + gz ,
2
em que u é a energia interna específica, ec = V 2 2 é a energia
cinética específica, ec = gz é a energia potencial específica, V, a
velocidade, g , a aceleração da gravidade e z, a altura de um sistema
de massa dm . A energia total é uma propriedade e seu valor não
varia, a menos que o estado do sistema mude.
Assimile
dE
= ∂ e � r dV + � e rV
dt
s
∫
∂t VC ∫ � ⋅ dA ,
SC
∂
Q − W = ∫ e � r dV + ∫ � e rV
� ⋅ dA .
∂t VC SC
W eixo = w ⋅ Teixo ,
em que o vetor tensão de cisalhamento t atua em alguma
direção no plano de dA. Então, a taxa de trabalho realizado sobre o
elemento de área é:
W cisalhamento = t dA ⋅ V .
W cisalhamento = −∫ t ⋅ V dA .
SC
∂
Q − W eixo − W cisalhamento − W outros = ∫ e � ρ dV + ∫ (e −
� σ υ) ρV
� ⋅ dA .
∂t VC SC
∂ V2
Q − W eixo = ∫ e r dV + ∫ h + + gz r V ⋅ dA.
∂t VC 2
SC
∂ V2 V2
Q − W eixo = ∫ e r dV + ∑ m h + + gz − ∑ m h + + gz .
∂t VC sai 2
entra 2
S= ∫ s � dm
� �= ∫ � s r dV .
Sistema Sistema
Portanto:
∂ 1 Q
∫
∂t VC
s r dV + ∫ s r V ⋅ dA ≥ ∫ T A dA.
SC SC
∂ Q
∫ s � r dV + ∑ m (s ) − ∑ m (s ) ≥ ∑
∂t VC sai entra SC T
ou, ainda:
∂SVC Q
= ∑ + ∑ m (s ) − ∑ m (s ) + sVC ,
∂t SC T entra sai
Reflita
Para um escoamento em regime permanente, massa, energia e
quantidade de movimento são grandezas que se conservam, mas a
entropia não é conservada. Por qual motivo a entropia não se conserva?
V2
Q − W eixo − W cisalhamento = ∫ h + + gz r V ⋅ dA .
2
SC
Note que h = u +� P u.
V2
Q − W eixo = ∫ h + + gz r V ⋅ dA .
2
SC
V2 V2
Q − W eixo = ∑ m h + + gz − ∑ m h + + gz.
sai
2 entra 2
V 2 − V12
Q − W eixo = m h2 − h1 + 2 + g (z2 − z1 ) .
2
Ao assumir o ar como gás ideal e conhecendo seu calor
específico c p , a variação da entalpia pode ser calculada como
∆h = c p ∆T . Dessa forma:
V 2 − V12
Q − W eixo = m c p (T2 − T1 ) + 2 + g (z2 − z1 ) .
2
V 2 − V12
W compressor = −W eixo = m c p (T2 − T1 ) + 2 −Q.
2
Avançando na prática
Cálculo da queda de pressão em uma turbina
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
V2
−W eixo = ∫ u + P υ + + gz ρ V ⋅ dA .
2
SC
V2 V2
−W eixo = ∑ ρQ1 u + P υ + + gz − ∑ ρQ2 u + P υ + + gz .
sai
2 2
entra
V 2 − V12
−W eixo = ρQ υ (P2 − P1 ) + 2 .
2
1 W V 2 − V12
P2 − P1 = − eixo + 2 .
υ ρQ 2
Mas:
Q Q πD12 πD22 1
V1 = ;V2 = ; A1 = ; A1 = eρ = .
A1 A2 4 4 υ
Finalmente,
2 2
W 1 4Q 1 4Q
P2 − P1 = −ρ eixo + 2 − 2 .
ρQ 2 πD2 2 πD1
Ou, ainda:
W 8ρQ 2 1 1
P2 − P1 = − eixo + 2 4 − 4 .
Q π D2 D1
P2 − P1 =
2
60 ×103 W 8 × 999 kg m ×(0, 6 m s )
3 3
1 1
= − + − 4
=
0, 6 m 3 s p2 (0, 4m)
4
(0, 3m)
= −75, 4 kPa .
ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos. 3. ed. Porto Alegre: AMGH,
2015.
FOX, R. W.; PRITCHARD, P. J.; McDONALD, A.T. Introdução à mecânica dos fluidos.
8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
HIBBELER, R. C. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.
WHITE, Frank M. Mecânica dos fluidos. 6. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2010.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 103
final em mãos, você deverá elaborar um relatório técnico contendo
todo o memorial de cálculo e hipóteses adotadas, que deverá ser
entregue diretamente para o cliente em questão.
Para isso, você deve, a princípio, compreender a análise
diferencial dos movimentos dos fluidos, para, então, aplicar os
conceitos de diferenciação na equação de conservação de massa,
obtendo, assim, a equação da continuidade, que é amplamente
utilizada em Mecânica dos Fluidos.
Está preparado para esse novo desafio? Bons estudos!
104 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Durante esse intervalo de tempo, o elemento se moveu, alterando
sua forma e orientação. Podemos decompor o movimento de uma
partícula em quatro componentes descritos a seguir e representados
na Figura 3.2.
• Translação: a partícula se desloca de uma posição no espaço
para outra.
• Rotação: a partícula sofre uma rotação que pode ocorrer em
torno dos eixos x, y ou z.
• Deformação linear: os lados da partícula se esticam ou se
contraem.
• Deformação angular: os ângulos internos da partícula (que
antes eram de 90°) variam.
Figura 3.2 | Representação esquemática das componentes do movimento de fluido
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 105
velocidade V em um campo de velocidade, em um dado instante
t > 0. Note que a velocidade dessa partícula será uma função das
coordenadas espaciais ( x, y , z) e do tempo (t ) .
A velocidade V da partícula pode ser decomposta em três
componentes u, v e w, nas direções dos eixos x, y e z,
respectivamente, e cada componente também é uma função do
espaço e do tempo, conforme mostra a Figura 3.4.
Figura 3.4 | Representação das componentes de velocidade V de uma partícula
Definindo os versores i , j e
k , podemos escrever a equação da
velocidade V como:
V = ui + v j + w
k.
106 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Assimile
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 107
Por se tratar de uma derivada especial, a aceleração de uma
partícula
fluida em um campo de velocidade recebe o símbolo
DV Dt , chamada de derivada substancial, derivada material ou
derivada de partícula. Assim,
DV ∂V ∂V ∂V ∂V
ap = =u +v +w + .
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
Assimile
Du ∂u ∂u ∂u ∂u
Eixo x : axp = =u +v +w +
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
Dv ∂v ∂v ∂v ∂v
Eixo y : ayp = =u +v +w +
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
Dw ∂w ∂w ∂w ∂w
Eixo z : azp = =u +v +w +
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
108 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Exemplificando
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 109
controle constante, como um cubo infinitesimal com lados de
comprimento dx , dy e dz, temos que a integral do primeiro termo
pode ser escrita na forma diferencial como:
∂ ∂ ∂r
∫ r dV = ∂t rV = ∂t dx � dy� dz .
∂t VC
Pesquise mais
E no capítulo 9 do livro:
Dessa forma,
∂ ∂r
∫
∂t VC
r dV + ∫ r V ⋅ dA = 0 →
∂t
dx dy dz +
SC
110 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Essa equação é conhecida como equação da continuidade,
extremamente importante na análise diferencial do escoamento de
fluidos.
Reflita
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 111
Sem medo de errar
Uma empresa de consultoria em engenharia contratou você,
aluno, para atuar na equipe especializada em projetos de mecânica
dos fluidos, para resolver os mais diversos problemas enfrentados
pelos seus clientes. Como primeiro trabalho, você deverá utilizar
a criatividade para obter uma expressão para a variação da massa
específica média como uma função do tempo, para um amortecedor
a gás (que se comporta como um dispositivo pistão-cilindro) é
utilizado na suspensão de automóveis. Essa informação é muito
importante para que seu cliente possa dimensionar corretamente
esse amortecedor e dar início à produção em série dessa nova
suspensão veicular.
112 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Uma vez que o escoamento é considerado unidimensional,
temos que u = u ( x ) e as derivadas parciais com relação a y e z são
nulas. Dessa forma,
∂ru ∂r
+ = 0.
∂x ∂t
Então,
∂r ∂ru
=− .
∂t ∂x
Pela regra da derivada de um produto:
∂r ∂u ∂r ∂u ∂r
= −r + u = −r −u .
∂t
∂x ∂x ∂x ∂x
Como a massa específica é supostamente uniforme em todo o
volume, temos que:
∂r ∂x = 0
∂r ∂u
= −r .
∂t ∂x
Posto que a velocidade do gás é unidimensional e proporcional
à distância em relação à extremidade fixa,
x
u =V
L
e sua derivada parcial é:
∂u V
= ,
∂x L
Então,
∂r V
= −r
∂t L
Contudo, note que L = L0 + Vt , dessa forma:
∂r V
= −r .
∂t L0 + Vt
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 113
Separando as variáveis e integrando,
r dr t V
∫ r0 r
= −∫
0 L + Vt
0
dt
Portanto,
r L0
ln = ln
r0 L0 + Vt
Finalmente,
L0 1
r(t ) = r0 , ou, ainda, r(t ) = r0
1 + Vt L .
L0 + Vt 0
Avançando na prática
Cálculo da aceleração de uma partícula fluida
Descrição da situação-problema
114 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
É aí que você entra! Você foi contratado com o objetivo de
determinar uma expressão para a aceleração das partículas movendo-
-se ao longo da linha de centro, além de calcular sua aceleração
no início e no final do canal, pois esses valores podem indicar a
sobrevivência ou não das hemácias e o adequado funcionamento
do equipamento.
Figura 3.7 | Desenho esquemático do canal plano convergente
Resolução da situação-problema
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 115
x
No eixo x, temos que v = w = 0 e u = V1 1 + , portanto:
L
Du ∂u x V
axp = =u = V1 1 + 1
Dt ∂x
L L
ou
V12 x
axp ( x ) = 1 +
L L
V12
Entrada: axp ( x = 0) =
L
e
V12
Saída: axp ( x = L) = 2 .
L
116 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
a) Ambos os escoamentos são incompressíveis.
b) Ambos os escoamentos são compressíveis.
c) O escoamento 1 é compressível, enquanto o escoamento 2 é
incompressível.
d) O escoamento 1 é incompressível, enquanto o escoamento 2 é
compressível.
e) Não é possível determinar se os escoamentos são incompressíveis ou
compressíveis.
III. u = xy 2 + yt ; v = x 2 + y x − x 2 ( )
Dentre os conjuntos de equações apresentados, qual deles representa o
caso de um escoamento bidimensional incompressível?
a) I, apenas. d) II e III apenas.
b) III, apenas. e) I, II e III.
c) I e II, apenas.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 117
Seção 3.2
Equação diferencial da quantidade de movimento
Diálogo aberto
A descrição de qualquer escoamento de fluido requer que
sejam satisfeitas as equações de Navier-Stokes e a equação da
continuidade. No entanto, essas equações são muito complexas
e podem ser solucionadas analiticamente apenas para casos
simples, como escoamentos estacionários, unidimensionais e
completamente desenvolvidos, o que, na maioria das situações
reais dentro da engenharia, não ocorre na prática. Felizmente,
o uso crescente de computadores e o aumento na capacidade
de processamento estão possibilitando a utilização de métodos
numéricos para resolver essas equações. Esse campo de estudo é
conhecido como Dinâmica dos Fluidos Computacional (DFC), ou
CFD, do inglês Computational Fluid Dynamics.
118 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
busca compreender o mecanismo de transporte de fluido através
da sua nova mesa inclinada, utilizada para deposição de líquidos
na indústria alimentícia. Quais são as variáveis relevantes para esse
cálculo? Como modelar esse problema? Quais as considerações
necessárias para a simplificação do problema? Quais equações
devemos utilizar? Com o resultado final em mãos, você deverá
elaborar um relatório técnico contento todo o memorial de cálculo
e as hipóteses adotadas, que deverão ser entregues diretamente
para o cliente em questão.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 119
Dessa forma, podemos escrever a segunda lei de Newton para
um sistema infinitesimal de massa dm = rdV como sendo:
dV
dF = rdV ,
dt
s
em que dV dt é a aceleração, ap , de uma partícula fluida infinitesimal
em um campo de velocidades, descrita como uma derivada
substancial DV Dt , na qual:
DV ∂V ∂V ∂V ∂V
ap = =u +v +w + .
Dt ∂x ∂y ∂z ∂t
Portanto,
∂V ∂V ∂V ∂V
dF = rdV u
∂x + v ∂y + w ∂z + ∂t .
Essa é uma equação vetorial, portanto pode ser escrita em
termos das três componentes escalares nos eixos x, y e z:
∂u ∂u ∂u ∂u
Eixo x : dFx = rdV u +v +w +
∂x ∂y ∂z ∂t
∂v ∂v ∂v ∂v
Eixo y : dFy = rdV u +v +w +
∂x ∂y ∂z ∂t
∂w ∂w ∂w ∂w
Eixo z : dFz = rdV u +v +w + .
∂x ∂y ∂z ∂t
120 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Para encontramos a força resultante que atua sobre uma partícula
fluida, vamos considerar primeiramente apenas a componente x
da força atuando em um elemento diferencial de massa dm = rdV
e volume dV = dxdydz . Dessa forma:
dFx = dFCx + dFSx .
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 121
Reflita
122 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Equação diferencial da quantidade de movimento
∂τ xy ∂σ yy ∂τ zy ∂v ∂v ∂v ∂v
Eixo y : ρ g y + + + dV = ρdV u +v +w +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂yy ∂z ∂t
∂τ ∂τ yz ∂σzz ∂w ∂w ∂w ∂w
Eixo z : ρ g z + xz + + dV = ρdV u +v +w + ,
∂x ∂y ∂z ∂x ∂yy ∂z ∂t
ou, ainda:
∂σ xx ∂τ yx ∂τ zx ∂u ∂u ∂u ∂u
Eixo x : ρg x + + + = ρ u +v +w +
∂x ∂y ∂z
∂x ∂y ∂z ∂t
∂τ xy ∂σ yy ∂τ zy ∂v ∂v ∂v ∂v
Eixo y : ρg y + + + = ρ u +v +w +
∂x ∂y ∂z
∂x ∂y ∂z ∂t
∂τ xz ∂τ yz ∂σzz ∂w ∂w ∂w ∂w
Eixo z : ρg z + + + = ρ u +v +w + .
∂x ∂y ∂z
∂x ∂y ∂z ∂t
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 123
Em um escoamento tridimensional, as relações entre tensões e
o campo de velocidades, por exemplo, são muito difíceis de serem
obtidas. Para esse tipo de escoamento, necessitamos usar
expressões mais complexas para a taxa de deformação angular. As
tensões normais e cisalhantes podem ser expressas em termos de
gradientes de velocidade, ∇ ⋅ V, pressões termodinâmicas locais, p,
e viscosidade, µ, como segue:
∂v ∂u
τ xy = τ yx = µ +
∂x ∂y
∂w ∂v
τ yz = τ zy = µ +
∂z ∂z
∂u ∂w
τ zx = τ xz = µ +
∂z ∂x
2 ∂u
σ xx = −p − µ ∇ ⋅ V + 2µ
3 ∂x
2 ∂v
σ yy = −p − µ ∇ ⋅ V + 2µ
3 ∂y
2 ∂w
σzz = −p − µ ∇ ⋅ V + 2µ .
3 ∂z
Substituindo os valores das tensões normais e cisalhantes nas
equações diferenciais da quantidade de movimento e rearranjando
os termos com cuidado, ficamos com:
Du ∂p ∂ ∂u 2
Eixo x : ρ = ρg x − + µ 2 − ∇ ⋅ V +
Dt ∂x ∂x ∂x 3
∂ ∂u ∂v ∂ ∂w ∂u
+ µ + + µ +
∂y ∂y ∂x ∂z ∂x ∂z
Dv ∂p ∂ ∂u ∂v
Eixo y : ρ = ρg y − + µ + +
Dt ∂y ∂x ∂y ∂x
∂ ∂v 2 ∂ ∂v ∂w
+ µ 2 − ∇ ⋅ V + µ +
∂yy ∂y 3 ∂z ∂z ∂y
Dw ∂p ∂ ∂w ∂u
Eixo z : ρ = ρg z − + µ + +
Dt ∂z ∂x ∂x ∂z
∂ ∂v ∂w ∂ ∂w 2
+ µ + + µ 2 − ∇ ⋅ V .
∂y
∂z ∂y ∂z ∂z 3
124 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Essas equações são chamadas de equações de Navier-Stokes.
São simplificadas quando aplicadas ao escoamento incompressível
com viscosidade constante, reduzindo-se finalmente a:
∂u ∂u ∂u ∂u ∂p ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
Eixo x : ρ u +v +w + = ρg x − + µ 2 + 2 + 2
∂x ∂y ∂z ∂t ∂x ∂x ∂y ∂z
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p ∂ 2v ∂ 2v ∂ 2v
Eixo y : ρ u +v +w + = ρg y − + µ 2 + 2 + 2
∂x ∂y ∂z ∂t ∂y ∂x ∂y ∂z
∂w ∂w ∂w ∂w ∂p ∂ 2w ∂ 2w ∂ 2w
Eixo z : ρ u +v +w + = ρg z − + µ 2 + + 2 .
∂x ∂y ∂z ∂t ∂z ∂x ∂y 2 ∂z
Exemplificando
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 125
Assimile
Equação de Navier-Stokes
DV
ρ = ρ g − ∇p + µ ∇2V
Dt
Pesquise mais
126 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
a criatividade para simplificar as equações da continuidade e de
Navier-Stokes, a fim de modelar o perfil de velocidades do campo
de escoamento de um líquido que escoa para baixo sobre uma
superfície plana inclinada em um filme laminar, permanente e
completamente desenvolvido. Essa informação é importante, pois
seu cliente busca compreender o mecanismo de transporte de
fluido através da sua nova mesa inclinada, utilizada para deposição
de líquidos na indústria alimentícia.
A geometria e o sistema de coordenadas usados para modelar o
campo de escoamento são mostrados na Figura 3.9.
Figura 3.9 | Representação esquemática do modelo utilizado
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 127
Para simplificar essas equações, primeiramente, devemos realizar
as devidas considerações listadas a seguir:
∂u ∂v ∂w ∂v
+ + =0 → =0
∂x ∂y ∂z ∂y
(4) (3)
∂u ∂u ∂u ∂u ∂p ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
ρ u +v +w + = ρg x − + µ 2 + 2 +
∂x ∂y ∂z ∂t ∂x ∂x ∂y ∂z 2
(4) (5) (3) (1) (4) (4) (3)
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p ∂ 2v ∂ 2v ∂ 2v
ρ u +v +w + = ρg y − + µ 2 + +
∂x ∂y ∂z ∂t ∂y ∂x ∂y 2 ∂z 2
(4) (5) (3) (1) (4) (5) (3)
∂w ∂w 2 2 2
ρ u +v +w
∂w
+
∂w = ρ g z − ∂p + µ ∂ w + ∂ w + ∂ w
∂x ∂y ∂z ∂t ∂z ∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
(4) (5) (3) (1) (3) (3) (3) (3) (3)
128 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
As equações finais simplificadas são:
∂ 2u
0 = ρg x + µ
∂y 2
∂p
0 = rg y − .
∂y
Portanto:
∂ 2u ρg senθ
2
= − x = −ρg .
∂y µ µ
senθ y 2
u = −ρg + c1y + c2 .
µ 2
senθ
c1 = ρg h.
µ
Finalmente, substituindo as constantes c1 e c2 , o perfil de
velocidades é dado por:
senθ y2
u( y ) = ρg hy − .
µ 2
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 129
Com esse resultado, é possível conhecer a velocidade em
qualquer ponto do escoamento ao longo do eixo y. Depois, um
relatório completo será encaminhado para o cliente, que poderá
compreender detalhadamente como ocorre o escoamento ao
longo da sua mesa inclinada.
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
130 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
que, para o eixo x, se torna:
h
Q = ∫ u dA = ∫ u b dy ,
0
A
senθ y2
u( y ) = ρg hy − .
µ 2
Substituímos esse resultado na equação da vazão, obtendo:
h senθ y2
Q = ∫ ρg hy − b dy =
0 µ 2
h
senθ h y2 senθ hy 2 y 3
= ρg b ∫ hy − dy = ρg b −
µ 0 2 µ 2 6 0
senθ h3
Q = ρg b .
µ 3
A velocidade média do escoamento é:
Q Q
V= = ,
A bh
Então,
senθ h 2
V = ρg .
µ 3
Se o fluido em questão fosse a água, um filme com h = 1mm de
espessura, sobre uma placa de largura b = 1m , inclinado em q = 15° ,
transportaria:
3
kg m sen (15°) (0, 001m)
Q = 999 × 9, 81 2 ×1m × × =
m 3
s N ⋅s 3
1, 0 ×10−3 2
m
3
m L
= 0, 846 ×10−3 = 0, 846 ,
s s
com uma velocidade média de:
0, 846 ×10−3 m 3 s m
V= = 0, 846 .
1m × 0, 001m s
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 131
Depois, um novo relatório será encaminhado para o cliente, que
poderá compreender detalhadamente como ocorre o escoamento
ao longo da sua mesa inclinada, sabendo qual a vazão fornecida e
com qual velocidade média o fluido é depositado.
ρg
b) w ( x ) =
2µ
( hx − x 2 ).
ρg 2 x
c) w ( x ) = hx − .
µ 2
ρg
d) w ( x ) =
2µ
(hx 2 − x ).
ρg x 2 h
e) w ( x ) = x − .
µ 2
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 133
Seção 3.3
Equações de Euler e equação de Bernoulli
Diálogo aberto
A equação de Bernoulli diz respeito à conservação das energias
cinética, potencial e de escoamento em uma corrente de fluido.
Diz respeito também à conversão entre essas formas de energia
nas regiões de escoamento em que o efeito das forças viscosas
é desprezível e outras condições restritivas se aplicam. Apesar das
restrições utilizadas em sua dedução, a equação de Bernoulli é
comumente usada na prática na fase preliminar de projetos, por ser
de fácil aplicação e boa acurácia. Pode ser utilizada, por exemplo,
para determinar a altura que a água da mangueira de um bombeiro
pode alcançar, para encontrar a pressão na superfície de um
aerofólio em baixa velocidade, para achar a força do vento sobre
a janela de uma casa, além de ser utilizada em equipamentos de
medição de velocidade e vazão em escoamentos fluidos.
134 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Para isso, você deverá, a princípio, compreender como é obtida
a equação de Bernoulli e quais são as restrições para a aplicação
dessa equação, para, então, aplicá-la de maneira assertiva em
problemas e projetos de mecânica dos fluidos.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 135
que pode ser escrita em termos das três componentes escalares
nos eixos x, y e z:
∂u ∂u ∂u ∂u ∂p
Eixo x : r u +v +w + = rg x −
∂x ∂y ∂z ∂t ∂x
∂v ∂v ∂v ∂v ∂p
Eixo y : r u +v +w + = rg y −
∂x ∂y ∂z ∂t ∂y
∂w ∂w ∂w ∂w ∂p
Eixo z : r u +v +w + = rg z −
∂x ∂y ∂z ∂t ∂z
Assimile
136 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
incompressível ao longo de uma linha de corrente com direção s,
como mostrado na Figura 3.12.
Figura 3.12 | Forças atuantes em uma partícula de fluido ao longo de uma linha de
corrente
∑F s = m � as ,
em que:
DV ∂V
as = =V .
Dt ∂s
E as é a aceleração da partícula, ao logo da linha de corrente, em
um escoamento estacionário.
Assimile
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 137
Nas regiões de escoamento em que as forças de atrito são
desprezíveis e não existem troca de trabalho e calor do fluido com
o ambiente, as forças significativas na direção s são a pressão, p,
(que age em ambos os lados da partícula) e a componente peso, W,
na direção s. Dessa forma,
dV
∑F s = pdA − ( p + dp) dA − W senq = mV
ds
,
V2
• Energia cinética do fluido por unidade de massa [ J kg ].
2
gz • Energia potencial do fluido por unidade de massa [ J kg ].
138 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Restrições para a aplicação da equação de Bernoulli:
• Escoamento em regime permanente;
• Escoamento incompressível;
• Escoamento sem atrito;
• Escoamento ao longo de uma linha de corrente;
• Escoamento sem troca de calor e trabalho.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 139
escoamento, ou vice-versa, causando variações da pressão durante
o movimento. A fim de facilitar a visualização desse fenômeno,
vamos multiplicar a equação de Bernoulli, obtida anteriormente, por
r, e analisar termo a termo:
V2
p+r + rgz = constante
2
Note que, agora, todos os termos dessa equação têm unidade
de pressão e, portanto, representam um tipo de pressão:
140 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Para medir a pressão de estagnação, é utilizado o tubo de
Pitot. Esse equipamento é um pequeno tubo com a extremidade
aberta alinhada perpendicularmente ao escoamento, como ilustra
a Figura 3.13b. O fluido entra no tubo por um pequeno orifício e é
desacelerado até a velocidade zero (ponto de estagnação); na saída
dele é conectado um manômetro ou algum instrumento de medição
de pressão para quantificar a pressão necessária para frear o fluido.
2 ( pestag − p)
V= .
r
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 141
Linha de energia e linha piezométrica
p V2
+ + z = constante ,
rg 2g
p V2
+ +z = H.
rg 2g
142 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
sem atrito, a LE tem altura constante, pois não existe perda de
energia mecânica. Portanto,
p V2
LE = + + z.
rg 2g
A linha piezométrica (LP), também chamada de linha hidráulica,
mostra a altura correspondente à elevação em relação a um plano
de referência arbitrário somado à altura de pressão. A LP é medida
utilizando-se uma tomada de pressão estática:
p
LP = + z.
rg
A difereça entre a LE e a LP é sempre igual à carga dinâmica:
V2
LE − LP = .
2g
Exemplificando
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 143
Nesse exemplo, a LE é constante, pois trata-se de um escoamento
sem atrito. Por sua vez, a LP se eleva. Essa elevação ocorre por causa
da elevação da altura em relação ao referencial e da diminuição da
velocidade referente ao aumento da área da seção transversal (variações
da velocidade somente ocorrem quando o diâmetro do duto varia).
Reflita
Pesquise mais
144 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
de ar aquecido, em uma tubulação que sai da fornalha e alimenta
um secador de grãos. Para isso, você deverá utilizar um medidor de
Venturi. Essa informação é essencial para que seu cliente dimensione
a vazão de ar adequada à secagem correta dos grãos.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 145
Substituindo V1 e V2 na equação de Bernoulli,
2 2
Q Q
−
A A rQ 2 A22
p1 − p2 = r 2 1
→ p1 − p2 = 1 − .
2 2 A22 A12
2 ( p1 − p2 )
Q = A2 .
r 1− ( A2 A1 )
2
Com esse resultado, é possível saber a vazão conhecendo a
diferença de pressão, a geometria do medidor e a massa específica
do ar. É muito importante lembrar que a massa específica é constante
ao longo do escoamento, porém vale salientar que varia de acordo
com a temperatura.
Pronto! Mais um desafio finalizado com sucesso. Agora, um
relatório será encaminhado para o cliente, que poderá utilizar a
vazão de ar adequada à secagem correta dos seus grãos.
Discussão
Os medidores de Venturi são comumente usados como
medidores de vazão de gases e líquidos. Isso é feito simplesmente
medindo-se a diferença de pressão p1 - p2 por meio de um
manômetro ou por transdutores de pressão. A vazão real será menor
que o valor obtido pela equação devido às perdas de atrito ao longo
das superfícies da parede em um escoamento real. Mas essa diferença
pode ser tão pequena, que é inferior a 1% do valor da medida, em um
medidor de Venturi bem projetado. Os efeitos do desvio do
escoamento ideal de Bernoulli podem ser corrigidos pela expressão:
2 ( p1 − p2 )
Q = C A2 ,
r 1− ( A2 A1 )
2
em que C é o coeficiente de descarga de Venturi, cujo valor é inferior
a 1 (pode chegar a 0,99 para medidores de Venturi bem projetados
em certos intervalos de vazão). Finalizando, temos que, para
elevados valores de Reynolds ( ReD1 > 2 ×105 ), o valor do coeficiente
de descarga de Venturi é maior que 0,98.
146 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Avançando na prática
Cálculo da pressão líquida de sustentação em uma asa
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
50 m s 70 m s
Mar = = 0,148 ; M1 = = 0, 208 e
336 m s 336 m s
35 m s
M2 = = 0,104 .
336 m s
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 147
Portanto, o escoamento pode ser considerado incompressível.
Para um regime permanente, a equação de Bernoulli pode ser
aplicada ao longo de uma linha de corrente:
par Var2 p V2 p V2
+ + gzar = 1 + 1 + gz1 = 2 + 2 + gz2 ,
r 2 r 2 r 2
desprezando Dz, temos que:
par Var2 p V2 p V2
+ = 1+ 1 = 2+ 2 .
r 2 r 2 r 2
Os valores da pressão e da massa específica do ar, para uma
altitude de 1000 m, podem ser encontrados na Tabela A.3 do livro
Fox (2014). Consequentemente,
N kg
par = 8, 96 ×10 4 2
e r = 112
, .
m m3
Resolvendo a Equação de Bernoulli para a superfície superior da
asa (Ponto 1), obtemos:
1
p1 = par + r (Var2 − V12 )
2
kg m m
2 2
N 1
p1 = 8, 96 ×10 4 2 + ×112 , 50 − 70
m 2 m 3 s s
Discussão
148 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
velocidade de 50 m/s e acelera para 70 m/s sobre a superfície
superior. Isso conduz, por meio da equação de Bernoulli, a uma
queda de pressão de 89, 6 kPa para 88, 25 kPa. De forma análoga, o
ar desacelera sobre a superfície inferior, conduzindo a um aumento
da pressão de 89, 6 kPa para 90, 31kPa. Dessa forma, a asa sofre
uma diferença líquida de pressão para cima.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 149
Analisando as afirmativas mostradas no texto-base, assinale a alternativa
que apresenta a resposta correta:
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
150 U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos
Referências
ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos Fluidos. 3. ed. Porto Alegre: AMGH,
2015.
POTTER, M.; WIGGERT, D. C.; RAMADAN, B. H. Mecânica dos Fluidos. 4. ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2015.
U3 - Análise diferencial dos movimentos dos fluidos e o escoamento incompressível de fluidos não viscosos 151
Unidade 4
L ρVD
@ 0, 06 @ 0, 06 Re ,
D µ
a 2 ∂p y y
2
u= − .
2µ ∂x a a
Reflita
de profundidade l é:
Q a3 ∂p
=− .
l 12µ ∂x
a 2 ∂p 3
umáx = − = V .
8µ ∂x 2
Exemplificando
Uy a 2 ∂p y y
2
u= + − .
a 2µ ∂x a a
Q Ua a3 ∂p
= − .
l 2 12µ ∂x
A velocidade média do escoamento pode ser obtida por meio da
relação V = Q A , portanto:
U a 2 ∂p
V= − .
2 12µ ∂x
Para encontrarmos a velocidade máxima para esse escoamento,
fazemos du dy = 0 e resolvemos para o valor de y correspondente.
No entanto, para esse caso de escoamento, não existe uma relação
simples entre a velocidade máxima e a velocidade média.
Exemplificando
Pesquise mais
R 2 ∂p r
2
.
u =− 1−
4µ ∂x R
A distribuição da tensão de cisalhamento, t yx , é encontrada
utilizando-se a lei de Newton da viscosidade para o escoamento
unidimensional:
du r ∂p
τ yx = µ = .
dr 2 ∂x
R
A vazão em volume é dada por Q = ∫ V ⋅ dA = ∫ (u 2pr ) dr .
A 0
Então, a vazão volumétrica em um tubo é:
πR 4 ∂p
Q =− .
8µ ∂x
A velocidade média do escoamento pode ser obtida por meio da
relação V = Q A , na qual A = pR 2, portanto:
R 2 ∂p
V= .
8µ ∂x
Para encontrarmos a velocidade máxima para esse escoamento,
fazemos du dr = 0 e a resolvemos para o valor de y correspondente.
Assim, procedendo, obtemos:
R 2 ∂p
umáx = U = − = 2V .
4µ ∂x
O perfil de velocidade pode ser escrito em termos da velocidade
máxima, como:
2
u r
= 1− .
U R
p p V2 V2
(z2 − z1 ) + m α2 2 − α1 1 .
Q = m (u2 − u1 ) + m 2 − 1 + mg
ρ ρ 2 2
p 2 2
1 + α V1 + gz − p2 + α V2 + gz = (u − u ) − ∂Q .
ρ 1 2
1
2 ρ 2
2 2 1
∂m
p V2
Temos que o termo + α + gz representa a energia
ρ 2
mecânica por unidade de massa em uma seção transversal e o
∂Q
termo (u2 − u1 ) − é igual à diferença de energia mecânica por
∂m
unidade de massa entre as seções 1 e 2, representada por hp . Então:
p 2 2
1 + α V1 + gz − p2 + α V2 + gz = h .
ρ 1 1
ρ 2 2 p
2 2
Assimile
L ρVD
= 0, 06 = 0, 06 Re .
D µ
ρVD Q ρD 4Q ρD 4Qρ
Re = = = = .
µ A µ πD 2 µ πD µ
R 2 ∂p r
2
u (r ) = − 1− ,
4µ ∂x R
Descrição da situação-problema
U ∂p y 1
τ yx = µ + a − .
a ∂x a 2
Portanto,
D π
T = FR = (τ yx A) R = τ yx (πDL) = τ yx D 2 L
2 2
p 2
T= × 4331, 6 Pa ×(76 ×10−3 m) × 31, 8 ×10−3 m = 1, 25 N ⋅ m
2
A potência dissipada no mancal é:
W = FU = FR w = T w
2p × 3600 rad
W = 1, 25 N ⋅ m × = 471 Watts
60 s
kg 2p × 3600 rad 1 m2
Re = 920 3
× × ×
m 60 s −3
9, 6 ×10 N ⋅ s
×38 ×10−3 m × 0, 03175 ×10−3 m.
Re = 43, 6
Reflita
Todos os medidores de restrição causam uma perda de carga no
escoamento. Por que um dispositivo de medição com grande perda
de carga gera um elevado custo de operação?
rV22 V1
2
r 2
p1 − p2 =
2
( 2 1 ) 2 V .
V − V 2
= 1 −
2
Portanto,
A 2
rV 2 1− 1 .
p1 − p2 = 2
2 A2
2 ( p1 − p2 )
V2 = .
r 1− ( A1 A2 )
2
Lembrando que a vazão em massa é dada por m teórico = rV2 A2 ,
então:
A2
m teórico = 2r ( p1 − p2 ) .
2
1− ( A1 A2 )
m real = KA2 2r ( p1 − p2 ) .
A placa de orifício
O bocal medidor
6, 53b 0,5
C = 0, 9975 − .
ReD01,5
O tubo de Venturi
O tubo de Venturi, mostrado na Figura 4.12, é fabricado por
usinagem, com tolerâncias mais apertadas, de modo a reproduzir
o desempenho projeto-padrão. Esse tipo de medidor é pesado,
volumoso, caro, no entanto fornece uma ótima recuperação de
pressão, fazendo a perda de carga ser baixa.
Assimile
Pesquise mais
m real = KA2 2r ( p1 − p2 ) .
2
Como At A1 = (Dt D1 ) = b 2 , então:
m real = K β 2 A1 2ρ ( p1 − p2 )
ou
m real ρQ Q ρ
Kβ2 = = = .
A1 2ρ ( p1 − p2 ) A1 2ρ ( p1 − p2 ) A1 2 ( p1 − p2 )
p1 − p2 = rágua g ∆h
Portanto,
Q ρ
Kβ2 =
A1 2ρágua g ∆h
12
m3 4 1 1 2
m3 1
Kβ2 = 1 × ×1, 23 kg × s × ×
s π (0, 25m)2 2 m 3
9, 81m 999 kg 0, 30 m
0, 295
Kb 2 = 0, 295 ou K = .
b2
4 m3 s 1
ReD1 = ×1 × −5 2
× = 3, 49 ×105
p s 1, 46 ×10 m 0, 25 m
Por se tratar de um cálculo iterativo, precisamos de um valor
inicial. Portanto, utilizaremos b = 0, 75 como “chute” inicial. Da
Figura 4.9, K deve ser 0,72. Calculando K , obtemos:
0, 295 0, 295
K= = = 0, 524.
b2 0, 752
Assim, nossa primeira estimativa para b é grande demais.
Façamos agora b = 0, 70 . Da Figura 4.9, K deve ser 0,69. Calculando
novamente K , obtemos:
0, 295 0, 295
K= = = 0, 602.
b2 0, 702
A nossa nova estimativa para b continua grande demais.
Façamos agora b = 0, 65 . Da Figura 4.9, K deve ser 0,67. Calculando
mais uma vez o valor de K , obtemos:
0, 295 0, 295
K= = = 0, 698 .
b2 0, 652
Continuando com as iterações, existe uma concordância
satisfatória com b = 0, 66 .
Dessa forma,
Dt
= b → Dt = b D1 = 0, 66 (0, 25m) = 0,165 m .
D1
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
CA2 CA2
m real = 2ρ ( p1 − p2 ) = 2ρ ∆p .
4
1− β 1− β 4
Dt 76mm
b= = = 0, 5.
D1 152mm
Além disso,
m real CA2
Q= = 2ρH 2O (13, 6ρH 2O g ∆h) =
ρH 2O ρH 2O 1− β 4
πCD22
= 2 (13, 6g ∆h)
4 1− β 4
p0, 99 m m3
2 13, 6 × 9, 81 2 × 0, 305m = 0,0
2
Q= ×(0, 076m) 0418 .
4 1− 0, 5 4 s s
Consequentemente:
Q 4Q 4 m3 1 m
V= = 2
= × 0, 0418 × = 2, 3 .
A1 pD1 p s (0,152m)2 s
VD1 m s
ReD1 = = 2, 3 × 0,152 m × = 1, 62 ×102 .
n s 8, 96 ×10−7 m 2
Em uma placa plana, verifica-se que, para Rex < 5 ×105 , sendo
Rex o número de Reynolds calculado para a distância x a partir do
bordo de ataque da placa, o regime do escoamento no interior da
camada limite é laminar. Quando ultrapassamos esse valor, o
escoamento passa a ser turbulento, sendo o ponto de transição
chamado de ponto crítico, xcr , conforme ilustra a Figura 4.15.
Portanto, para o escoamento de um determinado fluido, com uma
dada velocidade U , o ponto xcr em que ocorre a transição do
regime laminar para o turbulento é calculado pela equação:
ρUxcr
Rex ,cr = 5 ×105 = .
µ
δ 30µ 5, 48
= = ,
x ρUx Rex
Força de arrasto
O arrasto é a componente da força sobre um corpo que atua
paralelamente à direção do movimento relativo entre o corpo e o
fluido e pode ser interpretado como uma força de resistência ao
avanço do corpo. A força de arrasto pode ser decomposta em dois
tipos, o arrasto de atrito e o arrasto de pressão, sendo o arrasto total
a soma de ambos.
Arrasto de atrito puro
Esse tipo de arrasto ocorre em escoamentos sobre uma placa
plana paralela ao escoamento, conforme mostra a Figura 4.18(a).
1 2
FD = CD rV A ,
2
em que CD é o coeficiente de arrasto (o termo “arrasto” vem do
inglês drag), que é uma função apenas do número de Reynolds; r
é a massa específica do fluido; V é a velocidade de corrente livre;
A é a área total da superfície em contato com o fluido (chamada de
área molhada).
Figura 4.18 | Escoamento sobre (a) uma placa plana paralela ao escoamento;
(b) uma placa plana normal ao escoamento; (c) um cilindro
0, 0742
CD = , válida para 5 ×105 < ReL < 107 ,
ReL1 5
ou
0, 455
CD = 2,58
, válida para 5 ×105 < ReL < 109 .
(log ReL )
0, 0742 1740
CD = − , válida para 5 ×105 < ReL < 107 ,
ReL1 5 ReL
ou, ainda:
0, 455 1610
CD = 2,58
− , válida para 5 ×105 < ReL < 109 .
(log ReL ) ReL
Figura 4.22 | Escoamento sobre uma esfera lisa, com (a) Re = 15.000 e
(b) Re = 30.000
[...]
Em inúmeras situações de escoamentos reais, ocorrem
interações com objetos ou superfícies vizinhas. O arrasto pode
ser reduzido significativamente quando dois ou mais objetos,
movendo-se um atrás do outro, interagem. Este fenômeno
é bem conhecido dos adeptos do ciclismo e das corridas de
automóvel, em que “seguir no vácuo” é uma prática comum.
Reduções de arrasto de 80% podem ser alcançadas por
meio de espaçamento ótimo [...]. O arrasto também pode ser
aumentado significativamente quando o espaçamento não é
ótimo [...] (Fox et al., 2014, p. 455).
Exemplificando
Caro aluno, por que existem pequenas cavidades em uma bola de
golfe? Essas pequenas cavidades existem para dissipar a camada-limite
laminar, garantindo escoamento da camada-limite turbulenta por toda
a esfera, de modo a reduzir o coeficiente de arrasto. De fato, uma
bola de golfe pode atingir um alcance médio de quase duas vezes o
alcance médio de uma esfera lisa.
Força de sustentação
A sustentação é a componente da força sobre um corpo que
atua perpendicularmente à direção do movimento relativo entre o
corpo e o fluido. Esse tipo de força é extremamente importante no
estudo da dinâmica do escoamento em aerofólios automotivos e
em asas de aeronaves. O coeficiente de sustentação, CL (o termo
“sustentação” vem do inglês lift), é definido como:
FL
CL = ,
1 2
rV Ap
2
Reflita
A potência correspondente é:
m
Ρ = FDU = 1, 45 ×106 N × 6, 69
s
Ρ = 9, 70 MW .
Concluindo a análise, notamos que a potência requerida é muito
grande, porque, embora o coeficiente de arrasto seja pequeno, a
tensão de atrito age sobre uma área muito grande.
Com base nessa análise, um relatório completo será encaminhado
ao cliente, cumprindo, assim, com sucesso, seu objetivo neste projeto.
Avançando na prática
Cálculo do tempo de desaceleração de um veículo
utilizando um paraquedas de arrasto
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
dV
−FD = ma = m .
dt
A força de arrasto FD é:
1 2
FD = CD rV A ,
2
1 2 dV
−CD rV A = m .
2 dt
1 A t Vf 1
− CD r ∫ dt = ∫ dV
2 m 0 V0 V 2
1 A 1 1 V − Vf
− CD r t = − − = − 0 .
2 m
Vf V0 Vf V0
Portanto, obtemos t = 4, 76 s.