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Mecânica e
Resistência
dos Materiais
ME. RONAN YUZO TAKEDA VIOLIN
Híbrido
GRADUAÇÃO
Mecânica e
Resistência
dos Materiais
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Distância; VIOLIN, Ronan.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Mecânica e Resistência dos Materiais. Ronan Yuzo Takeda Violin. Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
Maringá-PR.: Unicesumar, 2019.
440 p. Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação
“Graduação - Híbridos”. e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de
Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de
1. Mecânica . 2. Resistência . 3. Materiais 4. EaD. I. Título.
Design Educacional Débora Leite; Head de
ISBN 978-85-459-2114-1 Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza
CDD - 22 ed. 620.1 Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros;
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie
Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel
F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos
Impresso por: Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão
do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de
Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães
Cripaldi; Fotos Shutterstock
O livro está dividido em três grandes partes, sendo primeira composta das
Unidades 1 e 2, as quais correspondem ao embasamento, contendo uma
revisão de assuntos já estudados em outras disciplinas e em relação às pro-
priedades de figuras planas. Você estudará como determinar o momento
estático, centroide, momento de inércia e raio de giração. Na Unidade 2,
veremos o conceito de tensão, os tipos de tensões, tensões normais, tensões
de cisalhamento e tensões em planos oblíquo ao eixo e suas aplicações que
serão extremamente importantes para o desenvolvimento do livro todo.
A segunda parte do livro é composta das Unidades 3, 4, 5, 6 e 7, em que
ocorrerá o aprendizado de diversos componentes. A Unidade 3 irá apre-
sentar o efeito do carregamento axial em relação à tensão e deformação;
aprenderemos a diferença entre material dúctil e frágil, além de compreen-
der a relação entre a deformação específica axial e a transversal. A Unidade
4 comentará sobre a torção, como determiná-la e suas tensões de cisalha-
mento, o ângulo de torção, seja para eixos circulares maciços ou vazados,
para peças com formato prismática e de parede delgada.
A Unidade 5 tem como objetivo desenvolver as equações base relacionadas
à flexão pura em barras prismáticas, que serão utilizadas nas unidades a
seguir. A Unidade 6 baseia-se em carregamentos transversais e seus efeitos
para determinar as tensões cisalhantes nas seções transversais. Na Unidade
7, estudaremos como realizar a análise das tensões e deformações e entender
o comportamento dos componentes das tensões e como se transformam
quando ocorre a rotação dos eixos de coordenadas.
A terceira parte do livro é composta da aplicação que corresponde às Uni-
dades 8 e 9, na qual a Unidade 8 nos conduzirá para quais preocupações
devemos ter para dimensionar vigas prismáticas, desde os cuidados com
a tensão normal e de cisalhamento. A Unidade 9 tem como objetivo de-
terminar a declividade e deformação em vigas prismáticas e também a sua
flecha máxima.
Assim, é composta a estrutura do livro com diversos assuntos que compõem
o embasamento de um engenheiro.
CURRÍCULO DOS PROFESSORES
13
Conceito de Tensão
69
Tensão e Deformação
– Carregamento Axial
113
Análise das Tensões
Torção
e Deformações
163 295
211 337
249 389
97 Tipo de tensões: normal,
cisalhamento e esmagamento
125 Ensaio de tração: Material dúctil
151 Coeficiente de Poisson
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Propriedades de
Figuras Planas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer e entender o momento estático e o centroide • Entender o teorema dos eixos paralelos para determinação
de figuras planas. do momento de inércia.
• Determinar o momento estático e o centroide de figuras • Determinar o momento de inércia em figuras compostas
planas com área composta. planas.
• Determinar o momento de inércia e raio de giração de
figuras planas.
Momento Estático de
uma Área e Centroide
de uma Área
UNIDADE 1 15
Observe que cada pequeno elemento partirá de uma referência, ou seja, da origem de
uma coordenada x e y. Assim, toda a figura poderá ser subdivida. Utilizando conceitos
que você já possui e que foram desenvolvidos, nas disciplinas de Cálculo Diferencial e
Integral, no assunto de Integral, você deve lembrar que, para determinar a área figura,
é necessário somar todos os elementos de área (dA), porém, quanto menor forem,
melhor a aproximação do resultado esperado.
x dA
x
C
A
y
y
X
Notamos que os momentos estáticos de área A podem ser determinados como pro-
dutos da área vezes as coordenadas de seu centroide.
Qx = y. A (Eq. 3)
Q y = x. A (Eq. 4)
x
Qy
x.dA
(Unidades em m; cm; mm) (Eq. 5)
A dA
Qx y.dA
y (Unidades em m; cm; mm) (Eq. 6)
A dA
ASSIMÉTRICAS
SIMÉTRICAS
UNIDADE 1 17
Observamos que, nas figuras simétricas, é possível determinar o centroide por meio
da divisão simétrica da figura. Esse processo, contudo, não é possível para o caso de
figuras assimétricas. Para elas, equações que determinam as coordenadas do centroide
ou centro geométrico possuem enorme importância.
Para o entendimento do próximo tópico, será desenvolvido um exercício para
entender como determinar o momento estático e o centroide da figura com formato
retangular. A linha de raciocínio empregada nesse exemplo pode ser utilizada para
figuras assimétricas, figuras com simetria em apenas um eixo e áreas delimitadas
por equações.
O b X
Figura 3 - Retângulo para determinação da posição do centroide e de suas coordenadas nos eixos x e y
Fonte: o autor.
1 EXERCÍCIO Primeiramente, devemos observar se a figura apresenta simetria. Com esta obser-
vação, é possível determinar o centroide a partir da simetria da figura e concluir
b h
que o centroide é C ( ; ). Por este motivo, deve-se atentar a esse detalhe.
2 2
E se a figura não for simétrica?
• Determinação da área da figura:
Qx y.dA
UNIDADE 1 19
Considerações: o elemento de área dA é determinado por uma pequena parte do
retângulo (parte hachurada), em que sua base recebe a nomenclatura de b, e sua
altura de dy, como na Figura 4.
dy
h
O b X
h h
Qx y.dA y.b.dy b y.dy
0 0
y 2 h
b
0 b2 . h2 02
h
Qx b. . y 2
2
0 2
bh2
Qx
2
x 2 b
h
0 2h b2 02
b
Q y h x2
2
0 2
b2 h
Qy
2
• Determinação da posição do centroide em relação ao eixo x ( x ):
b2 h
Qy b2 h 1 b2 h
x 2 ·
A bh 2 bh 2bh
b
x
2
Neste tópico, aprendemos um pouco sobre as definições de duas propriedades geo-
métricas de figuras planas: o momento estático ou momento de primeira ordem e o
centroide ou centro geométrico.
UNIDADE 1 21
Determinação do
Momento Estático
e do Centroide de
uma Área Composta
UNIDADE 1 23
Nota-se que os formatos das figuras apresentadas não são usuais. Sendo assim, é ne-
cessário determinar o seu centroide ainda na etapa de desenvolvimento do projeto,
para que se chegue aos resultados esperados.
Para podermos localizar o centroide dessas figuras planas, faz-se necessário di-
vidirmos em subfiguras conhecidas, com o intuito de facilitar a determinação dos
centroides de cada figura, porém a resposta deverá ser sempre apenas uma única
coordenada em relação ao eixo x e uma única coordenada em relação ao eixo y,
independentemente da quantidade de subfiguras que a figura principal for dividida.
A Figura 8 representa bem o que foi comentando no parágrafo anterior.
y
x C
y
A2
O X
Figura 8 - Figura geométrica composta
Fonte: o autor.
C3
A3
C1
C2
A1 A2
O X
Com a subdivisão da Figura 9 em três partes, passamos a ter três centroides e três áreas,
permitindo-nos utilizar as definições já conceituadas no Tópico 1, como determinar
o momento estático para a Figura 9.
Cálculo do momento estático Qx para Figura 9 composta:
Qx
y Qx y. A , então Qx y. A y1. A1 y 2 . A2 y 3 . A3 ,
A
logo, temos que,
Qx y i . Ai ,
i
Qy xi . Ai
X i (Eq. 7)
A Ai
i
e Q
yi . Ai (Eq. 8)
Y x i
A Ai
i
Veja, por fim, que é possível determinarmos o centroide de figuras planas compostas
por meio das somatórias das propriedades geométricas das partes ou subfiguras.
UNIDADE 1 25
Sempre que houver uma equação que apresente somatória, lembre-se da possibili-
dade de transformá-la em uma tabela. Isso certamente irá lhe ajudar na resolução
do problema.
20
60
20 40 20
Unidades em mm
OP1
Figura 10 – Figura plana em formato de T
Fonte: o autor.
60
Fig.2
20 40 20
Unidades em mm
Figura 11 - Figura plana em formato de T subdividida OP1
Fonte: o autor.
y x1 = x2 = 40
Fig.1
20 C1
C2 y1 =70
60
y2= 30
Fig.2 x
O
20 40 20
Figura 12 - Figura plana em formato de T subdividida com a indicação das distâncias dos centroides
aos eixos OP1
Fonte: o autor.
Fizemos tudo isso para podermos estruturar uma tabela que corresponde às
equações 7 e 8.
UNIDADE 1 27
A tabela terá todas as informações das equações 7 e 8, de forma discriminada e or-
ganizada passo a passo. Então, vamos lá:
Tabela 1 – Dados das equações 7 e 8
Σ A= 4.000 Σ x. A = 160.000
Fonte: o autor.
Observe que o resultado obtido foi o valor de 40 mm. Nesse caso, em particular, não
necessitamos do desenvolvimento dos cálculos realizados, já que a figura apresenta
simetria em relação ao eixo Y. Como já comentado no Tópico 1, devemos, primeira-
mente, observar a simetria da figura para, então, desenvolvermos os cálculos, mini-
mizando o tempo e a possibilidade de erros.
Vamos agora determinar o centroide Y .
Tabela 2 – Dados para determinar o centroide
Σ A= 4.000 Σ x. A = 184.000
Fonte: o autor.
Logo, temos as coordenadas do centroide C (40; 46) mm, representado na Figura 13.
y X = 40
20
60 Y = 46
x
O
20 40 20
Figura 13 - Figura plana em formato de T subdividida com a localização do Centroide da figura inteira
Fonte: o autor.
60
20
O x
20 40
Unidades em mm
Fig.1
60
C1
y1 = 40
C2 Fig.2
20
y2= 10
O x
20 40
UNIDADE 1 29
Tabela 3 - Determinação do Centroide X
Figura Área (mm2) x (mm) x. A (mm3) X (mm)
Fig. 1 (20x80) = 1.600 x1 = 10 (1.600x10) = 16.000
(48.000/2.400) = 20
Fig. 2 (40x20) = 800 x2 = 40 (800x40) = 32.000
Σ A= 2.400 Σ x. A = 48.000
Fonte: o autor.
A= 2.400 x. A = 72.000
Fonte: o autor.
60
C (20;30)
20
O x
20 40
UNIDADE 1 31
Momento de Inércia
de uma Área e
Raio de Giração
O momento de inércia de área da seção transversal de uma figura plana (caso seja
uma peça, como uma viga) seria em relação a um eixo que passe pelo seu centro de
gravidade, medindo a sua rigidez, ou seja, a sua resistência à flexão em relação a esse
eixo comentado.
x dA
y
X
O
UNIDADE 1 33
O momento de inércia da área A em relação ao eixo x é determinado por:
I x y 2 .dA (Eq. 9)
A
Entenda que para determinar a inércia em relação ao eixo x deve-se utilizar a distância
y ao quadrado, multiplicado pela área.
O momento de inércia da área A em relação ao eixo y é determinado por:
Entenda que para determinar a inércia em relação ao eixo y, deve-se utilizar a distância
x ao quadrado, multiplicado pela área.
As integrais apresentadas para determinar o momento de inércia Ix e Iy também
são conhecidas como momento de inércia retangulares por utilizar coordenadas
cartesianas.
Para complementar, existe o momento de inércia polar que baseia-se na coordenada
em relação à origem O, representado pela letra grega Rho (ρ), apresentado na Figura 19.
x dA
ρ
y
X
O
Figura 19 - Figura assimétrica situada no plano xy com a indicação da distância Rho (ρ)
Fonte: o autor.
J 0 r 2 .dA y 2 x2 .dA
A A
e
I y x2 .dA (Eq. 10),
A
Substituindo estes termos na Eq. 13, verificamos que o momento de inércia polar
pode ser determinado pela soma do momento de inércia em relação ao eixo x e o
momento de inércia em relação ao eixo y, representado pela equação 14.
J 0 I x I y (Eq. 14)
h x
O
UNIDADE 1 35
Primeiramente, devemos utilizar o conceito de integral por meio da discretização
da figura em pequenas partes, como apresentado na Figura 21, com a indicação das
medidas para determinarmos a área do pequeno elemento.
y
dy
h/2
y
h x
O
-h/2
Daremos a essa pequena área o nome de dA. Observe que a área hachurada asseme-
lha-se a um retângulo, sendo possível determiná-la multiplicando o valor da base
pela altura. Assim, temos que:
2
Utilizando a equação 9 → I x y .dA , iremos substituir o elemento de área (dA) pela
A
função encontrada. Depois, devemos substituir, na integral, os limites de integração.
Vamos lá!!!
h
2
I x y 2 .dA y 2 .(b.dy ) y 2 .(b.dy )
A A h
2
h
2
Ix b y 2 .dy
h
2
Realizando a integração:
h
3 3
y3 2 h
b h h
Ix b
3
b
y3
3
2
h
3 2 2
h 2
2
b h3 h3 b h3 h3
Ix
3 8 8 3 8 8
b 2h3 b h3 bh3
Ix
3 8 3 4 12
UNIDADE 1 37
• Cálculo do momento de inércia em relação ao eixo y:
y dx
x
h x
O
-b/2 b/2
b
Figura 22 - Discretização da Figura retangular em relação ao eixo y
Fonte: o autor.
h b3 b3 h 2b3 h b3 b3 h
Iy
3 8 8 3 8 3 4 12
Todas as vezes que precisar determinar o momento de inércia de uma figura re-
tangular, não será mais necessário realizar os cálculos por meio de integração, mas
sim utilizar os resultados das deduções que foram realizadas.
Lembre-se que para figuras planas de formato conhecido, existem tabelas com
equações para determinar os momentos de inércia. Aproveite!
Depois dessas várias páginas de cálculos, parece que acabamos o exercício; con-
tudo, fica a dica: sempre que achar que você acabou o exercício, leia o enunciado
novamente! Isso irá lhe ajudar a não esquecer de nenhum detalhe. Sendo assim, ainda
temos que calcular o momento de inércia polar.
• Cálculo do momento de inércia polar (J0)
O momento de inércia polar pode ser determinado pela equação 14, que representa
a soma dos momentos de inércia em relação ao eixo x e y.
bh3 b3 h bh 2 2
J0 I x I y
12 12 12
h b
Assim, foi finalizado o exercício exemplo 3, com os seguintes resultados:
3
bh
Momento de inércia em relação ao eixo x →I =
x
12
3
Momento de inércia em relação ao eixo y → b h
I y =
12
Momento de inércia polar →
J0 =
bh
12
(h 2
+b2 )
UNIDADE 1 39
Continuando o Tópico 3, iremos complementar o assunto com o chamado Raio de
Giração, que é outra propriedade importante para figuras planas e terá muita aplicação
em disciplinas específicas de seu curso.
Raio de giração de uma figura não tem significado físico óbvio. Podemos conside-
rá-lo como sendo a distância (do eixo de referência) em que toda a área da figura po-
deria ser concentrada e, ainda, ter o mesmo momento de inércia que a figura original.
O raio de giração de uma área A, em relação ao eixo x, é definido pela grandeza
de rx ou por ix, que satisfaz a relação apresentada na equação 17:
I x (Eq. 18)
rx =
A
Iy
ry = (Eq. 19)
A
J0
r0 = (Eq. 20)
A
h x
O
bh3
Ix 12 bh3 1 h2 h
rx
= = = = . =
A bh 12 bh 12 12
UNIDADE 1 41
• Raio de Giração em relação ao eixo y (ry):
b3 h
Iy 12 b3 h 1 b2 b
ry
= == = . =
A bh 12 bh 12 12
• Raio de Giração polar (r0):
2 2
h2 b2 h2 b2
2 2 2
r0 rx ry
12 12 12 12
h2 b2 h2 b2
r0
12 12 12
Dessa forma, finalizamos a conceituação e desenvolvemos uma linha de raciocínio
para podermos desenvolver os futuros exercícios.
UNIDADE 1 43
O teorema dos eixos paralelos é um conceito que permite determinar o momento
de inércia de um sólido ou figura plana relativo a um eixo de rotação definido pela
origem (O), nos sistemas de coordenadas cartesianas. Nesse caso, consideramos os
eixos x (abcissas) e y (ordenadas) quando conhecemos o momento de inércia rela-
tivo a um eixo paralelo, o qual passa no centroide da figura a uma distância entre os
eixos. Resumidamente, este teorema nos fornece uma relação entre o momento de
inércia relativo a um eixo centroidal e ao momento de inércia relativo a qualquer
eixo paralelo, conforme a Figura 24.
y yc
d2 dA
x
C
xc
d1
d
O
x
Observamos que o eixo x foi deslocado a uma distância d1 para o centroide da figura
exemplificada; isso também ocorreu no eixo y para uma distância d2, notamos que
os eixos passaram a ser chamados de xc e yc, que corresponde aos eixos centroidais
(tem origem no ponto C, que é centroide da figura).
Assim, podemos determinar o momento de inércia por meio da equação 22:
2
I x y d1 .dA (Eq. 22)
A
I x y d1 . y d1 .dA
A
I x y 2 2d1. y d12 .dA
A
Para o caso de os eixos x e y passarem pelo eixo centroidal, teremos que a distância
do eixo até o centroide é nula. Nesse caso, podemos considerar que o momento es-
tático é igual a zero, ou seja, não existe momento estático. Assim, podemos reduzir
equação 23, ficando com:
J o J oc d 2 . A (Eq. 26)
UNIDADE 1 45
A utilização das equações 24, 25 e 26 serve para determinar um momento de inércia.
- Para determinar o momento de inércia da figura, deve-se determinar, primeiramen-
te, a inércia centroidal, o Ixc, lembra? Você deverá determinar o centroide da figura
e, depois, calcular o momento de inércia da figura, como um todo ou por partes.
- Já conhecidos os valores do centroide e do momento de inércia, agora você poderá
determinar o momento de inércia da figura a partir da nova referência (ponto O),
com as equações 24, 25 e 26.
- Há uma distância ao quadrado (d2) que corresponde à distância entre os eixos, seja
para x, y e entre as origens, comumente conhecido como a distância entre centroi-
des, ou seja, o centroide da figura total e o centroide de cada figura da subdivisão.
4 EXERCÍCIO Determine os momentos de inércia Ix, Iy e J0 para figura retangular. Observe que a
origem (O) foi deslocada.
yc
y
h xc
O
3
bh
Momento de inércia centroidal em relação ao eixo x → Ix =
12
3
Momento de inércia centroidal em relação ao eixo y →I = b h
y
12
Momento de inércia polar centroidal
0
12 (
→ J = bh h 2+ b2
)
Área da figura → A = b .h
Tudo isso talvez tenha lhe gerado alguma dúvida, porque antes conversamos sobre
momento de inércia e, agora, as expressões são para um momento de inércia centroi-
dal. Observe que, no Tópico 3, todas as inércias foram calculadas no centroide de cada
figura. Dessa forma, foi determinado o momento de inércia centroidal. O que estamos
buscando agora é determinar o momento de inércia a partir de uma referência.
Então vamos resolver.
• Momento de inércia em relação ao eixo x (Ix), utilizando a equação 24
I x Ix c d12 . A
b.h3
Ix y 2 . b.h
12
Mas, o que é, afinal, o y? É a distância do eixo x para o eixo xc, que corresponde à
h
metade da altura, ou seja, 2 . Assim, ao substituirmos h/2 na expressão anterior, temos:
I x Ix c d12 . A
b.h3
Ix y 2 . b.h
12
2
b.h3 h
Ix . b.h
12 2
b.h3 h2
Ix . b.h
12 4
b.h3 b.h3 b.h3
Ix
12 4 3
UNIDADE 1 47
Agora, iremos determinar o momento de inércia em relação ao eixo y.
I y Iy c d22 . A
b3 .h 2
Iy x . b.h
12
2
b3 .h b
Iy . b.h
12 2
b3 .h b2
Iy . b.h
12 4
b3 .h b3 .h b3 .h
Iy
12 4 3
E para o momento de inércia polar, temos:
Jo J o c d2 . A
2
b.h 2 2
Jo h b x2 y2 . b.h
12
b.h 2 2
Jo h b x2 y 2 . b.h
12
2 2
b.h 2 2 h b
Jo h b . b.h
12 2 2
b.h 2 2 h2 b2
Jo h b . b.h
12 4 4
b.h 2 2 b.h 2 2
Jo h b h b
12 4
b.h 2 2
Jo h b
3
3
b.h
Momento de inércia em relação ao eixo x →I =
x 3
3
Momento de inércia em relação ao eixo y → I = b .h
y 3
Momento de inércia polar →
Jo = (
b.h 2 2
3
h +b )
20
60
20 40 20
Unidades em mm
OP1
Figura 26 - Figura plana em formato de T
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
Fig.1
20
60
Fig.2
20 40 20
UNIDADE 1 51
Após a subdivisão das figuras, iremos localizar as coordenadas do centroide e as
coordenadas das figuras subdivididas, utilizando como referência a origem (O),
como exemplificado na Figura 28.
y x1 = x2 = 40
X = 40
Fig.1
20 C1
y1 =70
C2
60
Y = 46
y2= 30
Fig.2
O
20 40 20 x
b.h3 80.203
Fig. 1 → IxC 1 53.333, 33 mm4
12 12
b.h3 40.603
Fig. 2 → IxC 2 720.000, 00 mm4
12 12
• Cálculo do momento de inércia centroidal em relação ao eixo y.
b3 .h 803.20
Fig. 1 → IyC 1 853.333, 33 mm4
12 12
b .h 403.60
3
Fig. 2 → IyC 2 320.000, 00 mm4
12 12
Ix Ix1 Ix2
E para,
b2 · h23 2
Ix2 IxC 2 A2 · d 2 (b2 · h2 ). y y2
12
40 · 603 2
Ix2 (40 · 60). 46 30
12
2
Ix2 720.000, 00 2400 · 16
Ix2 720.000, 00 614.400, 00 1.334.400, 00mm 4
Logo, temos que:
Ix Ix1 Ix2
Ix 974.933, 33 1.334.400, 00
Ix 2.309.333, 33 mm 4
Iy Iy1 Iy2
UNIDADE 1 53
Assim, calcularemos o Ix1 e o Ix2 para somá-los ao final.
Portanto, temos,
b13 · h1 2
Iy1 IyC1 A1 · d 2 (b1 · h1 ). x x1
12
803 · 20 2
Iy1 (80 · 20) · 40 40
12
2
Iy1 853.333, 33 1600 · 0
Iy1 853.333, 33 0, 00 853.333, 33 mm 4
E para,
2 b23 · h2 2
Iy2 IyC 2 A2 · d (b2 · h2 ). x x2
12
403 · 60 2
Iy2 (40 · 60). 40 40
12
2
Iy2 320.000, 00 2400 · 0
Iy2 320.000, 00 0, 00 320.000, 00 mm 4
Jo Ix Iy
Jo 2.309.333, 33 1.173.333, 33
Jo 3.482.666, 66 mm 4
Assim, foi finalizado o exercício exemplo 5 com os seguintes resultados:
60
20
O x
20 40
Unidades em mm
Fonte: o autor.
UNIDADE 1 55
Conhecidas as coordenadas do centroide, iremos dividir a figura em formato de “L”
em figuras simples (retângulos) para determinação dos momentos de inércia em
relação ao eixo x e y, como apresentado na Figura 30.
y x2 = 40
x1 = 10
Fig.1
60
C1
y1 = 40
C2 Fig.2
20
y2= 10
O x
20 40
Figura 30 - Figura plana em formato de L com subdivisões
Fonte: o autor.
y x2 = 40
X = 20
x1 = 10
60
C1
C (20; 30)
y1 = 40
Y = 30
C2
y2= 10
20
Fig.1 Fig.2
O x
20 40
Figura 31 - Figura plana em formato de L com subdivisões e a localização do Centroide da figura inteira
Fonte: o autor.
b.h3 20.803
Fig. 1 → Ix
=C1 = = 853.333, 33 mm 4
12 12
b.h3 40.203
Fig. 2 → Ix=
C2 = = 26.666, 67 mm 4
12 12
b3 .h 203.80
Fig. 1 → Iy
=C1 = = 53.333, 33 mm 4
12 12
b3 .h 403.20
Fig. 2 → Iy=
C2 = = 106.666, 67 mm 4
12 12
Ix Ix1 Ix2
b1 ∙ h13 2
Ix1 IxC1 A1 ∙ d 2 (b1 ∙ h1 ). y y1
12
2
Ix1 853.333, 33 (1600) ∙ 30 40
2
Ix1 853.333, 33 1600 ∙ 10
Ix1 853.333, 33 160.000, 00 1.013.333, 33 mm 4
UNIDADE 1 57
E para,
2 b2 ∙ h23 2
Ix2 IxC 2 A2 ∙ d (b2 ∙ h2 ). y y2
12
2
Ix2 26.666, 67 800. 30 10
2
Ix2 26.666, 67 800 ∙ 20
Ix2 26.666, 67 320.000, 00 346.666, 67 mm 4
Iy Iy1 Iy2
E para,
b23 ∙ h2 2
Iy2 IyC 2 A2 ∙ d 2 (b2 ∙ h2 ). x x2
12
2
Iy2 106.666, 67 800. 20 40
2
Iy2 106.666, 67 800 ∙ 20
Iy2 106.666, 67 320.000, 00 426.666, 67 mm 4
UNIDADE 1 59
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
y
180 mm 180 mm
105 mm 30 mm
15 mm
30 mm
C 90 mm
y
O x
30 mm 90 mm
30 mm
120 mm
Fonte: o autor.
60
2. Determine o momento de inércia em relação ao eixo x (Ix) e em relação ao eixo
y (Iy).
a) Ix = 109.274.062,50 mm4 / Iy = 104.565.937,50 mm4.
b) Ix = 104.565.937,50 mm4 / Iy = 109.274.062,50 mm4.
c) Ix = 104.565.937,50 mm / Iy = 141.269.062,50 mm4.
d) Ix = 109.274.062,50 mm4 / Iy = 141.269.062,50 mm4.
e) Nenhum das alternativas.
61
LIVRO
62
BOTELHO, M. H. C. Resistência dos Materiais: Para Entender e Gostar. 4. ed. São Paulo.
Blucher, 2017.
63
1. A.
Primeiramente, iremos subdividir a figura em outras figuras com propriedades conhecidas para
podermos calcular o centroide por meio da tabela apresentada no Tópico 2.
1 2
3 4
5 x
O
6 7 8
Figura Área (mm2) x (mm) y (mm) x.A (mm3) y.A (mm3) X (mm) Y (mm)
1 5.400,00 -90,00 105,00 -486.000,00 567.000,00
2 5.400,00 90,00 105,00 486.000,00 567.000,00
3 1.350,00 -7,50 45,00 -10.125,00 60.750,00
4 3.150,00 52,50 75,00 165.375,00 236.250,00
0,00 52,50
5 900,00 7,50 30,00 6.750,00 27.000,00
6 2.700,00 -60,00 -75,00 -162.000,00 -202.500,00
7 1.350,00 -7,50 -45,00 -10.125,00 -60.750,00
8 1.350,00 7,50 -45,00 10.125,00 -60.750,00
Σ = 21.600,00 Σ = 0,00 Σ = 1.134.000,00
64
2. C.
Utilizando as informações já calculadas, iremos calcular o momento de inércia como solicitado.
Para facilitar o desenvolvimento, montaremos as informações em forma de tabela e, por fim,
realizaremos as contas.
1 2
3 4
5 x
O
6 7 8
65
Diferença entre
Centroide da Centroide de Momento de inércia de cada
centroide ao
figura total cada figura figura
quadrado
Figura
X Y xi yi
(X-xi)2 (Y-yi)2 Ix (mm4) Iy (mm4)
(mm) (mm) (mm) (mm)
Σ= 104.565.937,50 141.269.062,50
3. B.
• Determinação do raio de giração em relação ao eixo x.
Ix 104.565.937, 50
rx
= = = 69, 58 mm
A 21.600, 00
Iy 141.269.062, 50
ry
= = = 80, 87 mm
A 21.600
66
67
68
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Conceito de Tensão
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE 2 71
Por barra prismática entende-se uma peça com predomínio em seu comprimento,
ou seja, o comprimento é muito maior que as outras dimensões da peça. As forças
axiais correspondem àquelas direcionadas no sentido da barra, ou seja, ao longo
do eixo da barra, resultando em esforços de tração ou compressão.
Você também observou o trem de pouso e deve ter pensado: será que lá também
tem esforço?
Utilizando o conceito de carga externa, se realizarmos uma análise somente fo-
cando o trem de pouso, o avião pode ser considerado como uma carga externa em
relação ao trem de pouso e, por consequência, gerará um esforço de compressão.
Observe que os conceitos são aplicados em diversas situações do nosso cotidiano.
72 Conceito de Tensão
Para fins de complementação dos nossos estudos, iremos considerar somente a bar-
ra do reboque da Figura 1 e isolar um pequeno pedaço (segmento) dela como um
corpo livre (Figura 2a). Quando esboçarmos esse diagrama de corpo livre, iremos
desconsiderar o peso da barra e assumirmos que as únicas forças atuantes são as
forças axiais P nas extremidades. Assim, teremos duas situações, sendo a primeira
somente a barra antes da aplicação da carga (Figura 2b) e a segunda situação após a
aplicação das cargas (Figura 2c).
Observe somente a barra (Figura 2b). Temos a barra com o comprimento L, e
após a aplicação do carregamento, a barra passou a ter o comprimento de L + δ, onde
δ (variação de comprimento) corresponde ao aumento de comprimento da barra
devido à carga aplicada.
P P
(a)
L
(b)
m
P P
n
L+
(c)
m
P P
n
d P
A
(d)
UNIDADE 2 73
Após a barra estar carregada, consideraremos uma seção imaginária mn (Figura 2c)
perpendicular ao eixo longitudinal da barra, conhecida como seção transversal, e
isolaremos a porção da barra à esquerda da seção transversal como um corpo livre
(Figura 2d). Consideraremos, também, o carregamento P aplicado na extremidade
de barra agindo com uma força distribuída e contínua sobre toda a seção transversal.
Assim, entende-se que a força está distribuída na área da seção transversal, chamada
de tensão, e denotada pela letra grega σ (sigma).
Assumindo que as tensões são uniformemente distribuídas sobre a seção trans-
versal (Figura 2d), obtemos a seguinte expressão para magnitude das tensões:
P
s= (Eq. 1)
A
Em que:
• P = Carga aplicada (N)
• A = Área da seção transversal (mm2)
• σ = Tensão normal (MPa)
74 Conceito de Tensão
Exemplificando: considerando a estrutura apresentada na Figura 3, que aparenta ser
uma “mão francesa”, com um carregamento aplicado de 30 kN, composto de duas
barras AB e BC, será que a estrutura suporta, com segurança, a carga aplicada no
ponto B?
1,5 m
A B
2m
30 kN
Figura 3 - Estrutura exemplo com carregamento para determinar as tensões nas barras
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
FBC
C
B F’BC
FAB A B F’AB
Figura 4 - Diagrama de corpo livre da estrutura exemplo com carregamento
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 2 75
Assim, para podermos afirmar o que foi questionado, iremos analisar o pino B.
Primeiramente, precisamos determinar os carregamentos aplicados em cada barra.
Para isso, devemos desenhar o diagrama corpo livre do pino B, compondo as forças
aplicadas no polígono de forças da Figura 5, para formação de um triângulo para
solução por meio de semelhança.
FBC
FBC
B
FAB 5
30 kN 3
4
FAB
30 kN
(a) (b)
Figura 5 - Diagrama de corpo livre no pino B; a) Sentido das cargas aplicadas no pino B; e b) Formação
de um triângulo pitagórico para determinadas cargas
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
FAB FBC 30
= = , resolvendo por semelhança de triângulos,
4 5 3
Não devemos comparar carga aplicada com tensão, pois são coisas diferentes.
76 Conceito de Tensão
Complementando as informações, temos que o diâmetro barra BC é de 20 mm e
possui uma tensão admissível (σadm) igual 165 Mpa. A tensão da Barra BC é calcu-
lada por meio de:
UNIDADE 2 77
Forças Axiais e
Tensões Normais
P
s= (Eq. 1)
A
Em que:
• P = Carga aplicada (N)
• A = Área da seção transversal (mm2)
• σ = Tensão normal (MPa)
Observe que, na força (P), a intensidade corresponde à resultante das forças inter-
nas que atuam na seção transversal definida pela área (A), correspondente ao valor
médio das tensões na seção transversal, e não ao valor específico da tensão em um
determinado ponto da seção transversal.
Para situações em que se é necessário determinar a tensão em um determinado
ponto, devemos considerar a mesma linha de raciocínio. Primeiramente, iremos
observar, em uma seção transversal, um ponto Q e considerar uma pequena área
∆A, como representado na Figura 6.
∆F
∆A
Q
P’
Figura 6 - Determinação de tensão normal em um ponto
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 2 79
Como estamos considerando um ponto, devemos pensar em limites. Assim, se di-
vidirmos a intensidade ∆F por ∆A, determina-se o valor médio da tensão em ∆A.
Logo, fazendo ∆A tender a zero, podemos obter a tensão no ponto Q, expressa pela
equação 2.
DF
s lim (Eq. 2)
DA0 DA
P
P’ P’ P’ P’
(a) (b) (c) (d)
80 Conceito de Tensão
Devemos compreender que, quando assumimos uma distribuição uniforme de tensões,
estamos considerando que as forças internas estão uniformemente distribuídas ao longo
da seção. Essa consideração rege os princípios da Estática, em que a resultante P das
forças internas está aplicada no centroide da seção transversal, ilustrada pela Figura 8.
P
P d
d
C M
P’ P’
(a) (b)
Figura 9 - Barras carregadas axialmente com excentricidade
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 2 81
1 EXERCÍCIO Duas barras cilíndricas maciças são soldadas no ponto B, como indicado na Figura
10. Determine a tensão normal no ponto médio de cada barra.
760 mm 75 mm
130 kN 130 kN
1000 mm 50 mm
P = 180 kN
O exercício solicita determinar a tensão média normal. Para isso, precisamos determi-
nar duas informações: os carregamentos aplicados e as áreas. Assim, primeiramente,
iremos determinar os carregamentos e, depois, as áreas.
• Carregamentos:
• Áreas:
p.d 2 p.502
AAB
= = = 1.963, 50mm2
4 4
p.d 2 p.752
ABC
= = = 4.417, 87 mm2
4 4
• Tensão média normal:
PAB 180.000
Trecho AB → s=
AB = = 91, 67 MPa
AAB 1.963, 50
PBC 80.000
Trecho BC → s BC 18, 11MPa
ABC 4.417, 86
82 Conceito de Tensão
2 EXERCÍCIO Duas barras cilíndricas maciças são soldadas no ponto B, como indicado na Figura
11. Determine a intensidade da força P para que a tensão normal seja a mesma em
ambas as barras.
P = 30 kN
A
30 mm
250 mm
40 kN
B
300 mm 50 mm
C
Figura 11 - Associação de barras para determinação do carregamento P
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
PAB P
PBC ( P 40)kN ( P 40.000) N
PAB P
Trecho AB → s=
AB =
AAB 706, 86
UNIDADE 2 83
PBC ( P 40.000)
Trecho BC → s BC
ABC 1.963, 50
Como a s AB = s BC , teremos:
σ AB σ BC
P P 40.000
706, 86 1.963, 50
1.256, 64 P 28.274.400, 00
28.274.400, 00
P 22.500N
1.256, 64
Assim, temos que a força é de P = 22.500 N = 22,50 kN. Para confirmarmos a afirma-
ção que as tensões são iguais, podemos substituir o valor de P nas expressões iniciais
da tensão. Assim, teremos que:
PAB P 22.500
Trecho AB → s AB == = = 31, 83MPa
AAB 706, 86 706, 86
PBC ( P 40.000) (22.500 40.000)
s BC
Trecho BC → ABC 1.963, 50 1.963, 50
62.500
s BC 31, 83MPa
1.963, 50
84 Conceito de Tensão
3 EXERCÍCIO Uma carga axial P é suportada por uma pequena coluna W250 x 80, de seção trans-
versal uniforme e igual a A = 10.200 mm2. A carga é transmitida a uma fundação
de concreto por uma placa quadrada de 450 mm, como mostrado na Figura 12.
Sabendo-se que a tensão normal média na coluna não pode exceder 248 MPa e que
a tensão de esmagamento média sobre a fundação de concreto não poderá exceder
13,80 MPa, determine a máxima carga P admissível.
P
450 mm 450 mm
Observe que este exercício exemplo quer que determinemos o valor da força P que
atenda tanto à tensão normal da coluna quanto à tensão de esmagamento da placa
de concreto, ou seja, terá que ser um valor seguro para as duas situações.
Primeiramente, iremos separar as informações de cada situação – a coluna de aço
e a placa de concreto – para depois iniciarmos a resolução.
• Informações do perfil W250 x 80
2
Área da seção transversal → A = 10.200mm
Limite da Tensão normal média → s Limite = 248 MPa
• Informações da placa de concreto
2
Área da seção transversal → A 450 · 450 202.500mm
Limite da Tensão normal média → s Limite = 13, 80 MPa
UNIDADE 2 85
• Cálculo da força P para o perfil
PPERFIL PPERFIL
σ PERFIL 248
A PERFIL 10.200
P 2.529.600
s=
PLACA = =
APLACA 202.500
86 Conceito de Tensão
Tensões de
Cisalhamento
UNIDADE 2 87
Tensão de Cisalhamento
A B
P’
Figura 13 - Força P (força cortante) aplicada em barra de estudo
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Com a força cortante aplicada (P), se dividirmos pela área da seção transversal, de-
terminamos a tensão média de cisalhamento para a barra em estudo, expressa pela
equação 3.
Força P
t=
média = (Eq. 3)
Área A
Em que:
• τmédia = Tensão média de cisalhamento (Pa; MPa)
• P = Força cortante aplicada (N)
• A = Área da seção transversal (mm2; m2)
A tensão média não pode ser considerada como uma distribuição de tensões na seção
transversal, da mesma forma que se é considerado em tensões normais.
88 Conceito de Tensão
O valor real da tensão de cisalhamento da superfície varia conforme a distância
da linha neutra.
C
E F
A
B E’
F’
D
Figura 14 – Ligação de chapas por meio de conector (rebite)
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 2 89
Assim, ilustrando a situação, como apresentado na Figura 15, em que o pino EG e o
pino HJ possuem duas áreas de corte, podemos expressar a tensão de cisalhamento
pela equação 3.
E H
F’ K C K’ F
B A
L D L’
G J
Figura 15 - Ligação de chapas por meio de conector (rebite) com 2 planos de corte
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
P
t média = (Eq. 4)
2A
τ
τ γ
A
(a) (b)
90 Conceito de Tensão
τ média = G.γ (Eq. 5)
Em que:
• τmédia = Tensão média de cisalhamento (Pa; MPa)
• G = Módulo de elasticidade transversal (Pa; MPa; GPa)
• γ = Distorção ou deformação específica
4 EXERCÍCIO Uma junta de um veículo, apresentada na Figura 17, é ligada por meio de parafuso
com diâmetro de 10 mm e possui uma força (P) de 30 kN aplicada. Verifique se a
ligação apresenta segurança, sendo que a tensão de cisalhamento de ruptura do
parafuso é de 150 MPa. Dica: será necessário determinar a tensão de cisalhamento
para os planos a-a e b-b.
P P
P
Nossa equação de referência é a equação 3 → t média =
A
Para desenvolvermos esse exercício, como os demais já resolvidos, primeiramente,
iremos extrair os dados apresentados no enunciado.
• Carregamento aplicado → = P 30 =kN 30.000 N
π · d 2 π · 102 π · 100
• Área da seção transversal → A 78, 54 mm2
4 4 4
P 30.000
τ média 190, 99 MPa
A 2 · 78, 54
UNIDADE 2 91
5 EXERCÍCIO Em sistemas estruturais, é comum utilizar-se, como suporte, cantoneiras metálicas,
como mostrado na Figura 18, para transmitir cargas de uma viga para os pilares. Se
a reação da viga sobre a cantoneira é de 45 kN para baixo e se os dois parafusos, com
diâmetros de 22 mm, são utilizados, determine a tensão de cisalhamento em cada
um dos dois rebites. Consideraremos que os parafusos preenchem os furos.
45 kN
π · d 2 π · 222 π · 484
• Área da seção transversal → A 380, 13mm2
4 4 4
92 Conceito de Tensão
Assim, podemos determinar a tensão média de cisalhamento dos parafusos. Logo:
P 45.000
τ média 59, 19 MPa
A 2 · 380, 13
6 EXERCÍCIO Considere uma estrutura tipo balcão, mostrada na Figura 19. O balcão horizontal
é submetido a uma carga total de 80 kN, distribuída de uma maneira radialmente
simétrica. O elemento central é um eixo de 500 mm de diâmetro. O balcão é soldado
tanto na sua parte superior quanto na sua parte inferior por cordões de solda de 10
mm de lado, como mostrado na figura. Determine a tensão de cisalhamento entre
o eixo e a solda.
80 kN
10 mm
10 mm
500 mm 500 mm
UNIDADE 2 93
=
• Carregamento aplicado → P 80
= kN 80.000 N
P 80.000
τ média 2, 55MPa
A 2 ∙ 15. 708, 00
94 Conceito de Tensão
Tensões de
Esmagamento
t C
P
A d F
F’
D
Figura 20 - Tensão de esmagamento
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
96 Conceito de Tensão
O que foi escrito pode ser representado pela
equação 6.
P P
σE (Eq. 6)
A (t ∙ d )
Em que:
• σE = Tensão de esmagamento (Pa; MPa)
• P = Carga aplicada (N; kN)
• t = Espessura da chapa ou peça (m, cm,
mm)
• d = Diâmetro do furo (m, cm, mm) Tipo de tensões: normal,
cisalhamento e esmagamento
Agora, iremos desenvolver um exercício exemplo para fixação do conteúdo, deter-
minando uma área de esmagamento.
7 EXERCÍCIO Duas chapas 22 x 300 mm, como representado na Figura 21, estão emendadas por
meio de talas com 2 x 8 parafusos, com diâmetro de 22 mm (7/8”) cada. Determine
tensão de esmagamento entre os parafusos e a chapa tracionada.
300 kN 300 kN
300
t = 22 mm
P P
σE (Eq. 6)
A (t ∙ d )
Primeiramente, precisamos saber qual área iremos utilizar. Assim, por meio da repre-
sentação na Figura 22, observaremos quais as áreas que serão consideradas.
UNIDADE 2 97
d
t
P 300.000
σE 154, 96 MPa
4 · A 4 ∙ 484
98 Conceito de Tensão
Tensões em
um Plano
Oblíquo ao Eixo
UNIDADE 2 99
Agora, iremos verificar que as forças axiais e forças transversais causam, ao mesmo
tempo, tensões normais e tensões de cisalhamento em planos que não são perpen-
diculares ao eixo da peça ou ao conector. Esse plano comentado é conhecido como
plano oblíquo.
Para deixar mais claro, é importante que você relembre um pouco de Geometria
Analítica juntamente com decomposição de vetores. Isso irá lhe auxiliar no enten-
dimento e desenvolvimento de qualquer problema sobre este assunto.
Consideremos, inicialmente, uma barra, exposta na Figura 23, sujeita ao carre-
gamento de forças axiais P e P’. Se cortarmos a barra por um plano que forma um
ângulo θ (teta) com o plano normal (seção transversal) e desenharmos o diagrama de
corpo livre da parte à esquerda da seção, veremos que as forças distribuídas, atuando
na seção, devem ser equivalentes à P (Figura 23a e 23b).
P’ P P’ P
θ
(b)
(a)
A0
A0 F
θ
P
P’ P’ τ
V
(c) (d)
Cateto Adjacente F
cos q F P.cos q (Eq. 7)
Hipotenusa P
Cateto Oposto V
senq V P.senq (Eq. 8)
Hipotenusa P
e
V P.senθ P.senθ.cos θ
=
τ = = (Eq. 12)
Aθ A0 A0
cos θ
UNIDADE 2 101
8 EXERCÍCIO Duas peças de madeira de seção transversal retangular uniforme de 80 x 120 mm são
unidas por meio de uma emenda chanfrada e simplesmente colada, como indicado
na Figura 24. Sabendo que P = 12 kN, determine as tensões normal e de cisalhamento
na referida emenda.
P’ 120 mm
80 mm 22º
P
Para resolução deste exercício exemplo, podemos partir de duas linhas de raciocínio:
1) decompor a força P e área da seção transversal A perpendicular ao eixo longitudinal
ou 2) utilizar as equações já desenvolvidas.
Iremos aplicar diretamente as equações desenvolvidas para entendermos o de-
senvolvimento e os cuidados que devemos ter.
Assim, como nos demais exercícios exemplos resolvidos, iremos separar os dados
apresentados no enunciado para podermos determinar as tensões solicitadas.
• Carregamento aplicado → = P 12 =kN 12.000 N
2
• Área da seção transversal → A0 (80 ∙ 120) 9.600mm
• Ângulo do plano oblíquo → q 90º 22º 68º
P’
127 mm
76 mm
65º
P
A0 9.652
Aq
= = = 10.649, 80mm2
cos q cos(25º )
UNIDADE 2 103
Dessa forma, teremos para tensão normal:
F 3.226.455, 72
=
σ = = 302.96kN
Aθ 10.649, 80
V 1.504.521, 01
=
τ = = 141, 27 MPa
Aθ 10.649, 80
10 EXERCÍCIO Um tubo de aço de 300 mm de diâmetro externo é fabricado com chapa de 6,35 mm
de espessura, por meio de um cordão de solda ao longo de uma hélice que forma um
ângulo de 22,5º com um plano perpendicular ao eixo do tubo. Sabendo-se que uma
força axial P, de 270 kN, é aplicada no tubo, determine as tensões normal e de cisa-
lhamento que atuam, respectivamente, nas direções normal e tangencial, ao cordão
de solda, como ilustrado na Figura 26.
P
6,35 mm
Solda
22,5 º
Finalizamos mais um tópico e mais uma unidade. Aqui foram apresentados os concei-
tos dos tipos de tensões e como desenvolvê-los. Esses conceitos deverão ser guardados
para os próximos assuntos, pois o emprego será grande.
Mantenha o foco, pois estamos no caminho certo!
UNIDADE 2 105
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
60 º
40,6 mm B
40,6 mm 5,3 kN
45 º 5,3 kN
12,7 mm
Articulação de um equipamento
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
1. As hastes AB e BC são seguras para uma tensão normal admissível de 15,00 MPa?
2. O pino B é seguro para articulação B para uma tensão de cisalhamento de 15,0 MPa?
106
LIVRO
107
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
GERE, J. M.; GOODNO, B. J.; PAIVA, L. F. de C.; TASKS, A. Mecânica dos materiais. 2. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
NASH, W. A.; POTTER, M. C. Resistência dos Materiais. 5. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2014.
108
1. Determinação da área da haste AB e BC
C. A F
Haste AB → cos(60º ) F P.cos(60º )
H P
F (10, 60) ∙ cos(60º ) 5, 30kN
F 5.300N
C. A F
Haste BC → cos( 45º ) F P.cos(5º )
H P
F (10, 60) ∙ cos( 45º ) 7, 50kN
F 7.500N
P AB 5.300
=
s AB = = 10, 28 MPa
AAB 515, 62
P BC 7.500
=
s BC = = 14, 54 MPa
ABC 515, 62
• Conclusão
Conclui-se que por as tensões normais das hastes AB e BC serem menores que a tensão normal admissível de
15,00 MPa, as hastes AB e BC apresentam segurança em relação às tensões normais.
109
2. Determinação da área do pino B
Haste BC → C. A F
cos( 45º ) F P.cos(5º )
H P
F (10, 60) ∙ cos( 45º ) 7, 50kN
F 7.500N
• Determinação da tensão de cisalhamento do pino B
P AB 5.300
τ AB 14, 60 MPa
2. AAB 2 ∙ 181, 46
P BC 7.500
τ BC 20, 67 MPa
2. ABC 2 ∙ 181, 46
• Conclusão
Conclui-se que por uma das tensões de cisalhamento ser maior que a tensão de cisalhamento admissível de
15,00 MPa, o pino não apresenta segurança em relação às tensões de cisalhamento.
110
3. Determinação da área de esmagamento das hastes AB e BC
• Conclusão
Conclui-se que pelas duas tensões de esmagamento serem maiores que a tensão de esmagamento admissível
de 15,00 MPa, as extremidades das hastes AB e BC poderá apresentar rasgamento; assim, a extremidade de
hasta AB e BC no pino B não apresenta segurança em relação às tensões de esmagamento.
111
112
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Tensão e Deformação
– Carregamento Axial
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Discutir as deformações de um membro estrutural. • Entender como determinar problemas cujas reações de
• Entender o diagrama de tensão-deformação, Lei de Hooke apoio e as forças internas não podem ser determinadas
e Módulo de Elasticidade. apenas pela Estática.
• Compreender as deformações de barras sujeitas a cargas • Compreender a relação entre deformação específica axial
axiais. e a transversal.
Deformação Específica
Normal Sob
Carregamento Axial
Quando uma força é aplicada a um corpo, este tende a mudar de forma e de tamanho.
Tais mudanças são conhecidas como deformações e podem ser facilmente visíveis ou
praticamente imperceptíveis se não forem utilizados instrumentos específicos para
medição (HIBBELER; MARQUES, 2010).
Podemos exemplificar este fato com uma tira de borracha, que sofrerá uma grande
deformação quanto esticada; por outro lado, elementos estruturais de um edifício
sofrem apenas leves deformações quando há carregamento ocorrendo sobre eles,
como passagem de veículos em subsolos. Não só a aplicação de carregamento oca-
siona deformação, mas a variação de temperatura também. Um exemplo clássico é a
expansão ou a contração térmica de um telhado causadas pelas condições atmosféricas
(HIBBELER; MARQUES, 2010).
De certa forma, a deformação de um corpo não será uniforme em todo o seu vo-
lume e, portanto, a variação geométrica de um segmento de reta no interior do corpo
pode variar ao longo de seu comprimento. Por exemplo, uma parte da reta pode se
alongar, enquanto a outra parte pode se contrair.
O conceito de deformação pode ser descrito pela deformação por meio de mu-
danças de comprimento de segmentos de reta e nos ângulos entre eles relacionados
com as cargas aplicadas ou as tensões que agem no interior do corpo (HIBBELER;
MARQUES, 2010).
UNIDADE 3 115
Deformação Específica Normal
B
Δs B’
A
Δs’
A’
t n
θ’
C’ B’
π
2 B
C
A’
A
Podemos verificar que isso ocorre considerando os segmentos de reta AB e AC, que
se originaram do mesmo ponto A de um corpo e estão direcionados ao longo dos
eixos perpendiculares n e t.
Seguindo o raciocínio da deformação normal específica, após a deformação, as
extremidades das retas são deslocadas, e as próprias retas transformam-se em cur-
vas, de modo que o ângulo entre elas em A é θ’ (Figura 2b). Assim, definimos que a
deformação por cisalhamento é expressa pela equação 3.
nt lim ' (Eq. 3)
2 CB A ao longo de n
A ao longo de t
UNIDADE 3 117
O assunto de deformação não se limita somente à deformação específica normal
e deformação por cisalhamento. É importante complementar os estudos com os
componentes cartesianos da deformação.
Para este aprofundamento no conteúdo, busque, no livro Resistência dos Materiais,
do Prof. Hibbeler, o capítulo sobre Deformação e Transformação da deformação.
Após toda essa conceituação, nada melhor que algumas aplicações para fixar os
conceitos e entender para que servem. Iremos, na sequência, desenvolver alguns
exercícios exemplificativos.
1 EXERCÍCIO Uma haste muito fina é apresentada na Figura 3. Ela é submetida a um aumento de
temperatura ao longo do seu eixo, o que cria uma deformação normal específica (ε)
3
na haste de 40 10 . Assim, pode-se determinar o deslocamento da extremidade
B da haste devido ao aumento da temperatura e comprimento final da haste após a
deformação.
200 mm
∙L 40 10 3 mm ∙ 200mm 8mm
L mm
L L0 200 8 208mm
2 EXERCÍCIO Uma força que atua na empunhadura do cabo da alavanca mostrada na Figura 4
provoca uma rotação nos cabos da alavanca de θ = 0,002 rad, em sentido horário.
Determine a deformação normal específica desenvolvida no cabo BC.
C B
1m
0,5m
UNIDADE 3 119
Essa variação será determinada por meio da rotação da alavanca, mediante relações
trigonométricas. Essas relações são verificáveis devido à formação de um triângulo
retângulo, conforme ilustrado na Figura 5.
1m
C B B’
θ
0,5m
BB ' 0, 001m
CB 0, 001 m m
LCB LCB 1m
25mm
0,167 mm mm
L 150mm
4 EXERCÍCIO O comprimento de uma fita elástica delgada não esticada é 375 mm. A fita é estica-
da ao redor de um tubo de diâmetro externo de 125 mm. Determine a deformação
específica normal na fita.
Neste exemplo, primeiramente, determinaremos o comprimento final da fita
elástica que corresponde ao comprimento da circunferência do tubo. Depois, de-
terminaremos a variação de comprimento para poder encontrar a deformação es-
pecifica normal. Esta será a nossa linha de raciocínio para desenvolver o exercício.
Então vamos lá:
• Comprimento da circunferência do tubo:
Diâmetro 125mm
Raio 62, 5mm
2 2
17, 6990mm
0, 0472 mm mm
L 375mm
Assim, aplicamos os conceitos para entendermos para que eles servem. A maioria
dos projetos de Engenharia envolve aplicações para as quais são permitidas somente
pequenas deformações. Assim, podemos exemplificar:
• Estruturas e máquinas parecem ser rígidas, porém as deformações ocorrem
durante a utilização e são dificilmente percebidas.
• O material que compõe a peça, que pode estar submetido a deformações
pequenas quando a deflexão em uma chapa fina ou uma haste delgada for,
aparentemente, grande.
UNIDADE 3 121
Diagrama de Tensão-
Deformação, Lei de
Hooke e Módulo
de Elasticidade
Material Dúctil
σ
σu
σR
σe
Escoamento εR ε
Recuperação
Estricção
UNIDADE 3 123
Para o entendimento deste diagrama, iremos comentar cada informação contida.
Podemos começar pela:
• σu → corresponde à tensão última, ou seja, a máxima tensão que se atinge.
• σR → corresponde à tensão de ruptura, ou seja, a tensão que provoca a ruptura
do material.
• σe → corresponde à tensão de escoamento do material, ou seja, permite defi-
nir, no diagrama, quando um material dúctil, seu comportamento elástico e
o comportamento plástico.
• εR → corresponde à deformação de ruptura, ou seja, a deformação que, se
atingida, provoca a ruptura do material.
Nos eixos, são apresentados o símbolo grego σ (sigma) e ε (épsilon), que corresponde
ao eixo dos valores da tensões e das deformações.
O diagrama possui as fases de evolução, que correspondem:
1. Ao aumento lento do comprimento com pequena deformação e diretamente
proporcional a um grande carregamento aplicado que, no diagrama, repre-
senta o trecho reto da origem até a tensão de escoamento (σe), com grande
coeficiente angular, que se determina corresponde ao módulo de elasticidade
longitudinal (E).
2. Após ultrapassar a tensão de escoamento, apresenta característica de longa
deformação com pouco aumento de carregamento; logo, haverá pequena
variação da tensão.
3. Após o material ultrapassar o escoamento, o material começa a apresentar
uma recuperação em relação ao suporte de tensão, assim ocorre o aumento
da deformação proporcional ao aumento do carregamento aplicado, ou seja,
o aumento da tensão que irá atingir o seu valor máximo, conhecido como
tensão última (σu).
4. Após o material ou a amostra atingir a tensão última, apresentará a diminui-
ção do diâmetro do corpo, no caso de uma barra, conhecida como estricção,
de forma que com a diminuição da seção transversal do material e com o
carregamento aplicado, o material irá manter a deformação até a ruptura (σR).
Material Frágil
σ
σu = σR
εR ε
Figura 7 - Diagrama de tensão-deformação para materiais frágeis
Fonte: adaptada de Beer, Pereira e Johnston (2006).
UNIDADE 3 125
Não se deve associar um material frágil à baixa resistência; observe que ferro fundido, vidro e pedra
apresentam enorme resistência a determinados tipos de esforços. A denominação do material frágil
está associada à forma de ruptura do material.
Para o entendimento deste diagrama, iremos comentar cada informação contida nele. Dessa forma,
podemos começar por:
• σu → corresponde à tensão última, ou seja, a máxima tensão que se atinge.
• σR → corresponde à tensão de ruptura, ou seja, a tensão que provoca a ruptura do material.
• εR → corresponde à deformação de ruptura, ou seja, a deformação que, se atingida, provoca a
ruptura do material.
Se você realizou a comparação entre as explicações dos dois diagramas, deve ter percebido que eles
possuem a mesma descrição. Isto significa que os conceitos de tensão e deformação são os mesmos
para os dois tipos de materiais.
O diagrama possui as fases de evolução, as quais correspondem ao aumento da deformação pro-
porcional ao aumento do carregamento aplicado até que se atinja a deformação de ruptura (εR), cor-
respondente à tensão de ruptura (σR) que possui o mesmo valor da tensão última (σu).
Entendemos que um material frágil apresenta característica de baixa deformação, isso também
acontece em alguns materiais imperceptíveis sem a instrumentação por sensores. Com essa situação,
este tipo de material em peças ou componentes que envolvem quesitos de segurança não possui grande
empregabilidade.
E (Eq. 4)
Onde:
• σ = Tensão (Pa; MPa)
• E = Módulo de elasticidade longitudinal (Pa, MPa, GPa)
• ε = Deformação específica normal
UNIDADE 3 127
5 EXERCÍCIO Em um ensaio de tração para um aço-liga resultou no diagrama tensão-deformação
mostrado na Figura 8. Dessa forma, vamos determinar o módulo de elasticidade, o
limite de escoamento com base em uma deformação residual de 0,2% e identificar
a tensão última e de ruptura.
σ (MPa)
800
745,2 B
700
621
600 C
500 A’ A’
469
400
345 A
300
E E
200
100
rup = 0,23
(mm/mm)
O 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24
0,0008 0,0016 0,0024
0,0004 0,0012 0,0020
0,2%
UNIDADE 3 129
Deformações de
Barras Sujeitas a
Cargas Axiais
P
(Eq. 5)
A
(Eq. 1)
L
E (Eq. 4)
L (Eq. 6)
L
P P
E E (Eq. 7)
A AE
UNIDADE 3 131
Substituindo a equação 6 na equação 7, temos a equação 8:
PL
L (Eq. 8)
AE
Onde:
• δ = Variação de comprimento (m; cm; mm)
• P = Carregamento axial aplicado (N; kN)
• L = Comprimento inicial (m; cm; mm)
• A = Área da seção transversal (m2, cm2, mm2)
• E = Módulo de elasticidade longitudinal (Pa, MPa, GPa)
6 EXERCÍCIO A associação de duas barras cilíndricas de aço fixadas em apoio rígido e indeformável
apresentam características conforme indicado na Figura 9, com o módulo de elasti-
cidade de 200 GPa. Determine a variação de comprimento total da peça.
PL
i i i
Ai Ei
A B C D
1 3
2 200 kN
500 kN 300 kN
P3
200 kN
C D
P2
200 kN
300 kN
B C D
P1
200 kN
500 kN 300 kN
UNIDADE 3 133
Adotando, por convenção, que o esforço de tração no trecho é positivo e o esforço
de compressão é negativo e, também, lembrando que em cada trecho, temos que:
P3 200kN 200.000 N
P2 200 300 100kN 100.000 N
P1 200 300 500 400kN 400.000 N
P1 L1 P2 L2 P3 L3
PEÇA
A1 E1 A2 E2 A3 E3
PEÇA 1, 00 0, 25 2, 00
PEÇA 2, 75mm
P
,
A
P
A
9N
=A = 2, 61mm 2
3, 45MPa
Logo, como é um fio, sua seção transversal é de formato circular, assim temos que:
.d 2 .d 2
A 2, 61
4 4
2, 61 ∙ 4
d 1, 83mm
UNIDADE 3 135
P.L .L 40 MPa.L
A.E E 3, 45 x103 MPa
Linicial
% variação do comprimento 1 ∙ 100
Lincial
Linicial
% variação do comprimento 1 ∙ 100
Lincial 12, 6984 x10 3.Linicial
Linicial
% variação do comprimento 1 ∙ 100
1, 01269.Lincial
P
; .E
A
P .E . A
UNIDADE 3 137
Problemas envolvendo variação de temperatura
Onde:
• δ = Variação de comprimento (m; cm; mm)
• α = Coeficiente de dilatação térmica (Constante característica do material)
(/ºC; /ºF)
• ∆t = Variação de temperatura (Temperatura final menos Temperatura inicial)
(/ºC; /ºF)
• L = Comprimento inicial (m; cm; mm)
Assim, finalizamos mais um tópico desta unidade, na qual foi visto como determinar
a variação de comprimento devido a carregamentos, a deformação especifica normal
e algumas aplicações, sejam para determinar a próxima variação ou carregamentos
devido à deformação, além dos conceitos de deformação e variação de comprimento
devido à temperatura.
A
A = 250 mm2 D 150 mm
300 kN 150 mm
C
A = 400 mm2 K 150 mm
600 kN
150 mm
B
Para resolução desse tipo de exercício, devemos partir do princípio dos métodos das
superposições, como exposto na Figura 13.
A A A
A = 250 mm2 D 150 mm A = 250 mm2 A = 250 mm2 150 mm
D 150 mm D
300 kN 150 mm 300 kN 150 mm 150 mm
C C C
A = 400 mm2 K 150 mm A = 400 mm2 A = 400 mm2 150 mm
K 150 mm
K
600 kN 600 kN
150 mm 150 mm 150 mm
B B B
δ CARGAS δ REAÇÃO
RB
Assim, podemos traduzir a Figura 13, em uma equação (Eq. 11), que será:
Agora, iremos retirar as informações do problema para, depois, utilizar a equação 11.
UNIDADE 3 141
• Determinação dos dados para a variação de comprimento para as cargas aplicadas
(δCARGAS)
• Trecho BK
= PBK 0=, 00kN 0, 00 N
LBK = 150mm
ABK = 400mm 2
EBK = E
• Trecho KC
=PKC 600
= , 00kN 600.000, 00 N
LKC = 150mm
AKC = 400mm 2
EKC = E
• Trecho CD
= PCD 600
= , 00kN 600.000, 00 N
LCD = 150mm
ACD = 250mm 2
ECD = E
• Trecho DA
=PDA 900
= , 00kN 900.000, 00 N
LDA = 150mm
ADA = 250mm 2
EDA = E
1.125.000, 00
CARGAS
E
• Trecho CD
PCD RB
LCD 150mm
ACD 250mm 2
ECD E
• Trecho DA
PDA RB
LDA 150mm
ADA 250mm 2
EDA E
2, 35 ∙ RB
REAÇÃO
E
UNIDADE 3 143
Com as informações obtidas das situações quando sem o apoio B e com uma reação
em B, podemos iniciar a resolução com a equação 11, assim temos:
BARRA CARGAS REAÇÃO
1.125.000, 00 2, 35 ∙ RB
BARRA
E E
Questionando você, estudante: a barra, quando fixada nas duas extremidades, pode
haver variação de comprimento?
Então, qual o valor da variação de comprimento se não pode haver?
Essa consideração de não haver a variação de comprimento permite afirmar que
o BARRA 0mm , temos:
1.125.000, 00 2, 35 ∙ RB
BARRA
E E
1.125.000, 00 2, 35 ∙ RB
0
E E
2, 35 ∙ RB 1.125.000, 00
E E
1.125.000, 00 ∙ E
RB
2, 35 ∙ E
A = 800 mm2
A = 400 mm2
C B
A
300 mm 300 mm
UNIDADE 3 145
A = 800 mm2
A = 400 mm2
C B
A
ESTRUTURA
REAL
300 mm 300 mm
A = 800 mm2
A = 400 mm2
C B
A
ESTRUTURA
APOIO LIVRE
A = 800 mm2
A = 400 mm2
C B
A
ESTRUTURA RB
DE REAÇÃO
Assim, podemos traduzir a Figura 15, em uma equação (Eq. 12), que será:
Agora, iremos retirar as informações do problema para, depois, utilizar a equação 12.
Determinação dos dados para a variação de temperatura
( VARIAÇÃO TEMPERATURA (t ).L )
• Trecho BC
12 x106 /º C
t t f ti 50 25 75º C
LBC 300mm
• Trecho CA
12 x106 /º C
t t f ti 50 25 75º C
LCA 300mm
• Trecho CA
PCA RB
LCA 300mm
ACA 400mm 2
ECA 200GPa 200 x103 MPa
RB ∙ 300 RB ∙ 300
REAÇÃO
800 ∙ 200 x103 400 ∙ 200 x103
REAÇÃO
1, 875 x10 6 ∙ RB 3, 750 x10 6 ∙ RB
REAÇÃO
5, 625 x10 6 ∙ RB
UNIDADE 3 147
Com as informações obtidas das situações quando sem o apoio B e com uma reação
em B, podemos iniciar a resolução com a equação 12, assim temos:
REAL VARIAÇÃO TEMPERATURA REAÇÃO
Questionando você, estudante, novamente: quando a barra é fixada nas duas extre-
midades, pode haver variação de comprimento?
Então, qual o valor da variação de comprimento se não pode haver?
Essa consideração de não haver a variação de comprimento, permite afirmar que
o REAL 0mm , temos:
0, 54
RB
5, 625 x106
RB 96.000 N 96kN
RA RB 0
RA RB 96kN
P 96.000 N
Tensão AC → AC 240 MPa
AAC 400mm 2
P 96.000 N
Tensão CB → CB 120 MPa
ACB 800mm 2
UNIDADE 3 149
Coeficiente
de Poisson
Em que: Deformação lateral (εlat): é determinada pela divisão entre a variação de di-
mensão do diâmetro e a dimensão do diâmetro inicial; também pode ser determinado
por meio da divisão entre a variação da dimensão do raio e a dimensão do raio inicial.
Deformação axial ou Longitudinal (εlong): é determinada pela razão entre a variação
do comprimento pelo comprimento inicial.
A equação de como determinar a deformação específica foi estudada no Tópico I
desta unidade, então, é importante consultar em caso de dúvida ou mesmo para revisar.
Essa expressão tem sinal negativo porque o alongamento longitudinal (deformação
positiva) provoca uma contração lateral, ou seja, irá reduzir as dimensões (deformação
negativa) e vice-versa.
Observe que essa deformação lateral é a mesma em todas as direções laterais
(ou radiais); além disso, as deformações causadas pelas forças axiais não ocasionam
tensões e forças na direção lateral de forma a deformar o material.
UNIDADE 3 151
O coeficiente de Poisson é adimensional e a grande maioria dos valores estão entre
0,25 e 0,33. Um material ideal que não irá apresentar nenhum movimento lateral
quando alongado terá ν = 0,0.
Os valores dos coeficiente de Poisson possuem um intervalo de 0 ≤ ν ≤ 0,5, na
Tabela 1.
Tabela 1 - Coeficiente de Poisson
Concreto 0,15
Chumbo 0,43
Vidro 0,24
A borracha é o material que apresenta maior valor com 0,50, e a cortiça o menor
valor aproximado a 0,0.
Para melhor entendermos o coeficiente de Poisson e sua importância, serão de-
senvolvidos exercícios exemplos.
50 mm
1,5 m x
P = 80 kN
100 mm
z
Para a resolução desse exercício exemplo, devemos observar que há dois eixos a serem
determinados: a variação de comprimento ou, como o exercício diz, a mudança das
dimensões da seção transversal.
Utilizando os conceitos aprendidos em relação ao coeficiente de Poisson, sabemos
que ele não depende do eixo, ou seja, é um único coeficiente para qualquer eixo;
assim, consultando a Tabela 1, podemos obter que o valor do coeficiente de Poisson
(ν) para o Aço A36 = 0,32.
Para iniciarmos a resolução do exercício, primeiramente, precisamos saber a tensão
normal da barra, assim, podemos determinar por meio:
P 80 · 103N
z 16 MPa
A (100 · 50)mm 2
16 MPa
z
z
8 · 10 5 mm mm
Eaço 200 · 103M Pa
UNIDADE 3 153
Conhecida a deformação específica em relação ao eixo Z, podemos determinar a
deformação específica em relação ao eixo X e Y para, no próximo passo, determinar
as variações. Então, iremos determinar a deformação específica primeiramente.
Temos que o coeficiente de Poisson é uma razão entre:
Deformação Lateral
aço x
Deformação Axial (Longitudinal) z
Assim,
5
x y aço . z 0, 32.8 · 10 25, 6 · 10 6 mm mm
.d 2 .162
A 201, 06mm 2
4 4
P 12 · 103N
59, 68MPa
A 201, 06mm 2
long 0, 30mm
long 0, 0006
Linicial 500mm
0, 024mm
lat
lat
0, 00015
Linicial 16mm
Conhecida a deformação específica, podemos determinar o módulo de elasticidade
(E); utilizaremos a deformação especifica longitudinal, pois o carregamento aplicado
é longitudinal; assim, temos por meio dos conceitos da Lei de Hooke:
59, 68MPa
long .E E 99.466, 67 MPa 99, 50GPa .
long 0, 0006
Deformação Lateral
lat
Deformação Axial (Longitudinal) long
0, 00015
0, 25
0, 00060
Chegamos ao final de mais uma unidade, em que aprendemos um pouco sobre de-
formação específica normal com sua variação de dimensão, além de saber a diferença
entre materiais dúcteis e materiais frágeis. Esse estudo complementou as situações que
precisamos determinar as reações de apoios devido a variações de comprimento. Por
fim, vimos a razão entre as deformações, conhecida como coeficiente de Poisson.
UNIDADE 3 155
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
Figura 1 Figura 2
156
2. Em estudos de diagramas de tensão-deformação, podem-se determinar pro-
priedades importantes, tais como o Módulo de Elasticidade, se o material é
dúctil ou frágil e as deformações na amostra com comportamento elástico
ou plástico. Assim, por meio do diagrama de tensão-deformação da Figura 3,
pode-se afirmar que:
σ
σ’ƒ
σu
σƒ
σe
σlp
I II III IV
A B
Figura 3
( ) Para este diagrama de tensão-deformação, pode-se considerar um diagrama
de material dúctil.
( ) Para este diagrama de tensão-deformação, pode-se considerar um diagrama
de material frágil.
( ) A região A pode-se afirmar que o comportamento é plástico.
( ) A região B pode-se afirmar que o comportamento é elástico.
( ) A região I afirma-se que há um ganho de resistência com a diminuição da seção
transversal da amostra.
( ) Na região II apresenta o escoamento da amostra.
( ) A região III apresenta o endurecimento da amostra devido à deformação até
atingir tensão de ruptura.
( ) Na região IV determina-se a tensão máxima.
157
3. Se um material é submetido a um carregamento numa direção, impedindo
qualquer deformação nas direções normais ao carregamento, à relação entre
a tensão aplicada e a deformação correspondente dá-se o nome de:
158
LIVRO
WEB
159
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
HIBBELER, R. C.; MARQUES, A. S. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
160
1. E.
2. C.
3. B.
161
162
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Torção
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
T
T’
Círculos continuam
circulares
T
Linhas
T longitudinais
ficam torcidas
Linhas radiais
continuam retas
Antes da deformação Depois da deformação
(a) (b)
Figura 2 - (a) Barra antes de aplicação do carregamento de torção; (b) Barra carregada e com apre-
sentação de deformação
Fonte: adaptada de Hibbeler e Marques (2010).
UNIDADE 4 165
Quando o momento de torção é aplicado, os círculos e as retas longitudinais da
grade, marcados originalmente no eixo, tendem a se distorcer seguindo o padrão
apresentado na Figura 2b.
Observando a Figura 3a, se cortarmos o eixo por uma seção perpendicular ao
eixo longitudinal em um ponto qualquer C, obteremos o diagrama de corpo livre da
parte BC, o qual possui as forças elementares de cisalhamento dF perpendiculares
ao raio do eixo, em que a parte AC exerce sobre a parte BC quando o eixo é torcido,
ilustrado na Figura 3b. Assim, para ocorrer o equilibro da parte BC, o conjunto de
forças elementares deve produzir um momento de torção interno T igual e contrário
a T’, conforme Figura 3c.
B
C dF
B
ρ
C T’
T (b)
T’ B
A
T
C
(a) T’
(c)
Agora, iremos entender a Figura 3b na seção transversal, em que temos uma dis-
tância do centro da peça até a força elementar (dF) que será denominada de ρ. Para
expressar que a soma dos momentos das forças dF em relação ao centro tem a mesma
intensidade do momento de torção, podemos escrever
dF T
F dF
e, utilizando os conceitos de tensão de cisalhamento, na qual ou, ainda, ,
A dA
e isolando dF, temos que dF dA , logo
( dA) T (Eq. 1)
166 Torção
As deformações nos eixos circulares podem ser exemplificadas supondo que um
eixo circular está fixado a um suporte indeslocável por uma de suas pontas, e a outra
extremidade está livre e com um momento de torção T aplicado ao seu eixo de giro,
ilustrado pela Figura 4.
A’
A
ф
T
Figura 4 - Eixo circular fixado em suporte indeslocável B com momento de torção T aplicado em A
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
T’ T
T’
T
(a) (b)
Figura 5 - (a) Deformação da seção transversal para eixo circulares; (b) Deformação da seção trans-
versal para eixos prismáticos
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 4 167
Nota-se que, enquanto as várias seções transversais ao longo do eixo apresentam ângulos
de torção diferentes, cada seção gira como uma placa rígida na Figura 5a.
Tomando, agora, um eixo circular de comprimento “L” e raio “c”, que foi torcido em um
ângulo de torção “Φ”, passamos à determinação da distribuição de tensões de cisalhamento
na seção transversal, conforme a Figura 6a. Retiramos do interior do eixo um cilindro de
raio “ρ”, marcando, na superfície deste, um elemento de área formado por dois círculos
adjacentes e duas geratrizes muito próximas, ilustradas na Figura 6b. Com a aplicação do
momento de torção, o elemento se transforma em um losango, observado na Figura 6c.
A Figura 6c nos mostra que quando a deformação de cisalhamento “γ” é pequena,
podemos expressar o comprimento do arco AA´ por AA’ =L.γ. Ao mesmo tempo,
quando a seção transversal é extrema, a deformação é AA’=ρ.Φ. Portanto podemos
igualar L. γ =ρ.Φ, ou
(Eq. 2)
L
Em que:
• γ é a ângulo da deformação de cisalhamento em radianos (rad).
• ρ é raio do cilindro.
• Φ é o ângulo de torção em radianos (rad).
• L é o comprimento do cilindro.
Assim, temos que a deformação de cisalhamento em uma barra circular, seja maciça
ou vazada, varia linearmente com a distância ao eixo da barra.
c
O
ф
L
(a)
A O
ρ
L
(b)
B γ
A’ ρ
A O
ф
L
(c)
Figura 6 - Deformação de cisalhamento
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
168 Torção
Para determinamos a deformação de cisalhamento máximo na superfície da barra
circular, devemos considerar que ρ = c (raio). Logo
c
máx (Eq. 3)
L
G
Em que:
• τ é tensão de cisalhamento [Pa; MPa].
• γ é deformação de cisalhamento [rad].
• G: é o módulo de elasticidade transversal [Pa; MPa].
τ=0 X
UNIDADE 4 169
Utilizando a equação 4 e multiplicando por G, temos que
G G máx , logo temos
c
máx (Eq. 5)
c
T dA (Eq. 01)
e máx (Eq. 5)
c
T máx dA máx 2 dA
c c
máx J
T
c
Isolando a tensão de cisalhamento, temos
Tc
máx (Eq. 6)
J
O momento de inércia polar para uma barra de seção circular é determinado por:
π .D 4
J=
32
No caso de eixo circular de seção vazada, com diâmetro interno d1 e diâmetro
externo d2, o Momento Polar de Inércia (J) será dado por:
π . ( d 24 − d14 )
J=
32
170 Torção
1 EXERCÍCIO Um eixo circular vazado de aço tem comprimento (L) de 1,5 m, diâmetro interno de
40 mm e diâmetro externo de 60 mm, conforme Figura 8. A tensão de cisalhamento
máximo de 120 MPa.
T
60 mm
1,5 m 40 mm
Qual o maior momento de torção que pode ser aplicado ao eixo? Qual o valor mínimo
da tensão de cisalhamento para esse eixo circular?
Primeiramente, para desenvolvimento deste exercício exemplo, iremos separar
a resolução em duas partes, como o próprio enunciado apresenta. Então, teremos:
a) Momento de torção máximo
Para determinar o momento de torção, devemos utilizar a equação 6. Assim temos:
máx .J
T
c
.d ext
4
.dinterno
4
J J externo J interno
32 32
.604 .404
J 1.272.345, 02 251.327, 41 1.021.017, 61mm 4
32 32
UNIDADE 4 171
b) Tensão de cisalhamento mínima no eixo circular
Para determinar a tensão de cisalhamento mínima, devemos lembrar do gráfico
de distribuição das tensões de cisalhamento em peças circulares (Figura 7). Notamos
que, na extremidade da peça, tem-se a maior tensão, e quando aproximamos do eixo
da circunferência, a tensão diminui. Logo, precisamos determinar a tensão para o
diâmetro interno do eixo.
Podemos utilizar a relação entre as tensões de cisalhamento. Sendo assim, temos,
por meio da equação 5, que
20mm
∙ 120 MPa 80 MPa
máx
c 30mm
172 Torção
2 EXERCÍCIO Uma peça cilíndrica maciça tem um torque de 1,75 kN.m aplicado, conforme Figura
9. Nesta peça cilíndrica, pede-se para determinar a máxima tensão de cisalhamento
e o percentual de torque absorvido pelo núcleo de diâmetro 25 mm.
50 mm
25 mm
1,75 kN . m
Figura 9 - Peça cilíndrica maciça
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
.d 4 .504
J 613.592, 32mm 4 , e
32 32
1000 N 1000mm
T 1, 75kN .m ∙ ∙ 1, 75 x106 N .mm
1kN 1m
T .c 1, 75 x106 N. mm ∙ 25mm
máx 71, 30 MPa
J 613.5952, 32mm 4
25mm
máx ∙ 71, 30 MPa 35, 65MPa
c 50mm
UNIDADE 4 173
Agora, o próximo passo será determinar ao momento de inércia, considerando como
sendo para uma peça vazada. Logo
.d ext
4
.dint4
J J externo J interno
32 32
.504 .254
J 5775.242, 80mm 4
32 32
1.640.592, 45 x100
1.640.592,x45x100 93, 75%
x 1.750
93.,00
75,%
00
1.750.00, 00
174 Torção
Ângulo de Torção
no Regime Elástico
c
máx (Eq. 3)
L
γ máx
c
ф
L T
Tc
máx Tc
máx J (Eq. 7)
G G JG
176 Torção
Igualando equação 3 com a equação 7, a fim de isolar o ângulo de torção “Φ”, temos
c Tc
máx máx
L JG
TL
(Eq. 8)
JG
em que:
• Φ é o ângulo de torção em radianos (rad).
• T é o momento de torção (N.m; N.mm).
• L é o comprimento da peça (m; mm).
• J é o momento de inércia polar (m4; mm4).
• G é o modulo de elasticidade transversal (Pa; MPa).
O ângulo de torção pode ser desenvolvido para um único eixo, como demonstrado
até agora, mas também pode ser desenvolvido quando há associação de vários eixos,
por meio de uma expressão somatória, como apresentado na equação 9.
Ti Li
(Eq. 9)
i J i Gi
UNIDADE 4 177
Após termos estudado os conceitos, agora desenvolveremos alguns exercícios exemplo
para melhor entendimento e fixação.
T
60 mm
1,5 m 40 mm
Para a resolução do exercício, iremos nos basear na equação 8, porém algumas ade-
quações nas informações fornecidas serão necessárias. Assim, relembrando a Equação
8, temos que:
TL
(Eq. 8)
JG
Primeiramente, iremos adequar o ângulo de 2º (dois graus) para radianos, que fica
da seguinte forma
180º rad
180º rad 2º x
2º x
2
2 x 0, 0349 rad
x 0, 0349 rad 180º
180º
178 Torção
Outra informação a ser adequada é o comprimento de metros (m) para milímetros
(mm). Assim, L = 1.500 mm. Por fim, determinamos o momento de inércia polar
(J). Logo:
.d ext
4
.dint4
J J externo J interno
32 32
.604 .404
J 1..272.345, 02 251.327, 41
32 32
J 1.021.017, 61mm 4
Assim, substituindo as informações encontradas na equação 8, temos que:
TL T ∙ 1500mm
0, 0349 rad
JG 1.021.017, 61mm 4 ∙ 80 · 103M Pa
T 1.900.454,11N .mm
UNIDADE 4 179
Eixos Estaticamente
Indeterminados
UNIDADE 4 181
Para facilitar o entendimento, iremos chamar a barra sólida e o tubo, juntamente
com as suas propriedades, pelos números 1 e 2, respectivamente. Outra observação
é que existe uma pequena folga entre a barra e o tubo e, por isso, o diâmetro interno
do tubo é ligeiramente maior do que o diâmetro d1 da barra.
Quando o torque “T” é aplicado à barra composta, a placa da extremidade B ro-
taciona por meio de um pequeno ângulo “Φ” e os torques T1 e T2 são desenvolvidos
na barra sólida e no tubo, respectivamente (Figuras 12d e 12e). Assim, por meio das
equações de equilíbrio, sabemos que a somas dos torques é igual ao carregamento
aplicado. Logo, a nossa equação de equilibro é:
T T1 T2
Observamos que temos duas incógnitas: T1 e T2. Logo, reconhecemos que a barra
composta é um problema estaticamente indeterminado. Precisamos, então, desen-
volver o raciocínio para encontrar outra equação com as mesmas incógnitas para
montarmos um sistema de equações e determinarmos os resultados.
Para determinar a outra equação, precisamos relacionar os deslocamentos de rota-
ção tanto da barra sólida quando do tubo. Assim, notamos que o ângulo de torção da
barra sólida “Φ1” (Figura 12d) e o ângulo de torção do tubo “Φ2” (Figura 12e) devem
ser iguais porque a barra e o tubo estão unidos à placa na extremidade A e rotacio-
nados juntamente. Dessa forma, determinamos a equação de compatibilidade. Logo:
1 2
T1 T2
G1 J1 G2 J 2
Equação de equilíbrio → T T1 T2
T1 T
Equação de compatibilidade → = 2
G1 J1 G2 J 2
182 Torção
Isolando T1, temos:
T1 T T1 T (G1 J1 ) T1 (G1 J1 )
T1
G1 J1 G2 J 2 G2 J 2 G2 J 2
T (G1 J1 )
(G1 J1 ) T (G1 J1 ) G2 J 2
T1 1 T1
G2 J 2 G2 J 2 (G1 J1 )
1
G2 J 2
1
T (G2 J 2 )
T2
G1 J1 G2 J 2
UNIDADE 4 183
125 mm
125 mm
120 N . m
B
Ao realizar a leitura do exercício, observamos que uma parte no enunciado nos conduz
à forma de resolução do exercício, quando nos informa que as extremidades estão
engastadas. O exercício também pede para determinar as reações de apoio. Essas
condições caracterizam que o exercício será um caso estaticamente indeterminado.
Dessa forma, primeiramente, iremos determinar as equações de equilíbrio, que,
para esse caso, são descritas como
Após isso, determinaremos a equação de compatibilidade, que pode ser escrita como
AC CB
Contudo, sabemos que o eixo com as extremidades engastadas não apresentará ne-
nhuma rotação. Assim, podemos afirmar que 0 . Logo, temos que:
AC CB 0 ( II )
TA L1 TB L2
AC CB 0
J1G J 2G
184 Torção
Para tanto, determinaremos
• L=1 L=2 125mm
.d 4 .204
• J1 15.707, 96 mm 4
32 32
.d ext
4
.dint4 .204 .164
• J 2 15.707, 96 6.433, 98 9.273, 98mm 4
32 32 32 32
TA ∙ 125 TB ∙ 125
0
15.707, 96 ∙ G 9.273,998 ∙ G
0, 9549
TB 3
44, 55 N .m
21, 4357 x10
UNIDADE 4 185
Por fim, substituindo TB = 44,55 N.m na Equação (I), encontramos:
Neste tópico, unimos os conceitos dos Tópico I e Tópico II, a fim determinar os esfor-
ços internos (torques) ou reações de apoio em situações nas quais as extremidades do
eixo em estudo estejam confinadas por meio das equações de equilíbrio e equações
de compatibilidade.
186 Torção
Torção em
Seções Prismáticas
UNIDADE 4 187
Neste tópico, todas as deduções já realizadas nos Tópicos I, II e III para determinação
das tensões e distribuição das deformações provocadas por carregamento de torção
são válidas apenas para eixos de seção circulares. Foi estabelecido que as seções
transversais permanecem planas após a deformação e mantêm sua forma.
Essa hipótese depende da axissimetria da barra. Quer dizer, depende do fato de
que a aparência da barra é a mesma quando ela é observada de certo ponto e sofre
uma rotação em torno do seu eixo, de qualquer ângulo.
Uma barra de seção quadrada, por sua vez, mantém a mesma aparência somente
se girar 90º ou 180º, suportando que um eixo quadrado seja rotacionado. Podemos
mostrar que as diagonais da seção transversal da barra, bem como as linhas que ligam
os pontos médios dos lados, conservam-se em linhas retas, porém qualquer outra linha
se deformará quando a barra for torcida, devido à falta de axissimetria, e a própria
seção transversal sairá do seu plano original. Este fato é representado pela Figura 14.
T’
T
Figura 14 - Seção quadrada com aplicação de momentos de torção em suas extremidades
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
188 Torção
τ máx
τ máx
T’
T
Figura 15 - Momento de torção aplicada em uma barra de borracha para aferição das deformação e
tensão de cisalhamento
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
T’ τ máx
a
T
b
TL
(Eq. 11)
c2 ab3G
UNIDADE 4 189
Os coeficientes “c1” e “c2” são fornecidos pela Tabela 1. Eles dependem somente da
relação a/b e são válidos apenas em regime elástico.
Tabela 1 - Coeficientes para torção de barras prismáticas
Relação a/b c1 c2
∞ 0,333 0,333
b a
a b a b
Com toda essa teoria, agora precisamos aplicar esses conceitos no exercício exemplo.
190 Torção
5 EXERCÍCIO Uma barra de alumínio de formato retangular tem tensão de cisalhamento admissível
de 120 MPa e módulo de elasticidade transversal de 28 GPa, com seção de 25 mm x
70 mm e comprimento de 1 metro. Essa peça em estudo precisa ser validada e, para
isso, é necessário determinar o ângulo de torção e o maior momento de torção que
pode ser aplicado. A Figura 18 ilustra as dimensões da peça.
L = 1,00 m
70 mm
25 mm
Figura 18 - Tubo de alumínio de seção retangular
Fonte: o autor.
T
máx (Eq. 10)
c1ab 2
TL
e (Eq. 11)
c2 ab3G
Assim, iremos determinar as informações das equações para, depois, resolvê-las. Logo:
• máx 120MPa
• =L 1,=
0m 1000mm
• G 28
= =GPa 28 x103 MPa
• a = 70mm
• b = 25mm
a
• = = 2, 80
70
b 25
UNIDADE 4 191
Observamos que não foram determinados os valores de C1 e C2, pois se consultarmos
a Tabela 1, não encontraremos para a razão a/b, em questão, os valores corresponden-
tes. Dessa forma, precisaremos determinar os valores por meio de uma interpolação
linear, que é muito semelhante a uma regra de três, porém em relação a um intervalo
entre os valores. Esse procedimento será demonstrado a seguir:
a/b c1 c2
2,8 C1 C2
3, 0 2, 5 3, 0 2, 8 0, 5 0, 2
0, 267 0, 258 0, 267 C1 0, 009 0, 267 C1
0,1317
C1 0, 263
0, 5
E para determinar c2
3, 0 2, 5 3, 0 2, 8 0, 5 0, 2
0, 263 0, 249 0, 263 C2 0, 014 0, 263 C2
0,1287
C1 0, 257
0, 5
192 Torção
Logo:
a/b c1 c2
T c ab 2
máx 1 120 ∙ 0, 263 ∙ 70 ∙ 252
T 1.380.750N .mm
• Ângulo de torção:
TL 1.380.750 ∙ 1000
c2 ab3G 0, 257 ∙ 70 ∙ 253 ∙ 28 x103
0,1748rad
Neste tópico, foi necessário desenvolvermos novamente aspectos conceituais, pois,
em peças prismáticas ou de seção não circular, alguns conceitos já anteriormente
trabalhados não se aplicam aqui, como a variação linear da tensão de cisalhamento.
Entretanto, conseguimos entender os conceitos e verificamos a necessidade de ter-
minar os coeficientes “c1” e “c2” para terminar as tensões de cisalhamento e o ângulo
de torção para eixos prismáticos.
UNIDADE 4 193
Torção em Eixos
Vazados de
Paredes Finas
194 Torção
espaciais, automóveis de competição, utilizam membros tubulares de paredes finas
com seções transversais não circulares, exigindo resistência à torção. Neste tópico,
iremos estudar esses membros estruturais.
Para podermos generalizar as equações a várias formas, iremos considerar um tubo
de parede fina de seção transversal arbitrária, como na Figura 19. O tubo é cilíndrico
em forma, isto é, todas as seções transversais são idênticas. O eixo longitudinal é uma
linha reta possuindo espessura “t” da parede, que não é necessariamente constante,
mas pode variar ao redor da seção transversal. O tubo é carregado com um momento
de torção “T” atuante em suas extremidades.
y
t
a b
T d c T
O x
z x dx
L
(a)
a b
T d c T
dx
(b)
UNIDADE 4 195
T
(Eq. 12)
2t
Em que:
• τ é tensão de cisalhamento (Obs.: atente-se se houve variação de espessura).
• T é o momento torçor aplicado.
• t é a espessura da parede em estudo.
• A é área delimitada pela linha média da espessura da parede.
TL . s
(Eq. 13)
2 2G t
Em que:
• Φ é ângulo de torção (Obs.: atente-se se houve variação de espessura).
• T é o momento de torção aplicado.
• L é o comprimento do eixo em estudo.
• A é área delimitada pela linha média da espessura da parede.
• G é módulo de elasticidade transversal.
• t é a espessura da parede em estudo.
• s é o perímetro da linha média.
196 Torção
6 EXERCÍCIO Um tubo de alumínio de seção retangular de 60 x 100 mm foi fabricado por extru-
são. Determine a tensão de cisalhamento em cada uma das quatro paredes do tubo,
quando este fica submetido a um momento de torção de 3 kN.m.
• Situação 1: a espessura da parede é constante com 4 mm, conforme Figura 21a.
• Situação 2: a espessura das paredes apresenta variação, devido um defeito no
processo de fabricação, onde as paredes AB e AC são de 3 mm de espessura,
e as paredes BD e CD são de 5 mm, confirme Figura 21b.
100 mm 100 mm
A B A B
4 mm 3 mm
60 mm 60 mm
4 mm 5 mm
C D C D
(a) (b)
T
(Eq. 12)
2t
Determinaremos as informações para podermos resolver a equação 12. Assim, temos que:
1000 N 1000mm
• T 3kN .m ∙ ∙ 3 x106 N. mm
1kN 1m
• t = 4mm
A área delimitada pela linha média da espessura deve-se descontar a metade da cada
espessura de cada lado para podermos formar um retângulo e determinarmos a área
a ser utilizada, como apresentado na Figura 22.
UNIDADE 4 197
96 mm
A B
56 mm t = 4 mm
t = 4 mm
C D
Figura 22 - Área delimitada pela linha média com espessura constante
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
T 3 x106 N .mm
69, 75MPa
2t 2 ∙ 4mm ∙ 5376mm 2
• tAB
= tAC
= 3mm
• tBD
= tCD
= 5mm
3 5
b 100 100 4 96mm 2
2 2
3 5
h 60 60 4 56mm 2
2 2
A b * h 96, 00mm * 56, 00mm 5376mm 2
198 Torção
Conhecidos os valores, é possível determinar a tensão de cisalhamento por meio da
equação 12. Logo:
T 3 x106 N .mm
AB AC 93, 01MPa
2t 2 ∙ 3mm ∙ 5376mm 2
T 3 x106 N .mm
BD CD 55, 80 MPa
2t 2 ∙ 5mm ∙ 5376mm 2
UNIDADE 4 199
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
(1) T = 50 N.m
(2)
A
x
B
1.800 mm C
800 mm
200
2. Ao apertar um parafuso de roda para trocar um pneu, um motorista aplica forças
de 80 N nas extremidades dos braços de uma chave de roda. A chave é feita de
aço com G = 78 GPa. Cada braço da chave tem 200 mm de comprimento e uma
seção transversal sólida de diâmetro d = 10 mm. Calcule a máxima tensão de
cisalhamento no braço que está girando o parafuso (braço A).
80 N
200 mm
A
200 mm
80 N
d = 10 mm
201
3. Cada uma das duas barras de alumínio mostradas na Figura está sujeita a um
torque de intensidade T = 1800 N.m. Sabendo-se que G = 26 GPa, determinar
para cada barra a máxima tensão de cisalhamento e o ângulo de torção em B.
A
60 mm
(a)
60 mm B
A
38 mm T
(b)
95 mm B
T
300 mm
202
LIVRO
203
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
GERE, J. M.; GOODNO, B. J.; PAIVA, L. F. de C.; TASKS, A. Mecânica dos materiais. 2. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
HIBBELER, R. C.; MARQUES, A. S. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
204
1. Informações comuns aos dois segmentos:
• T 50
= = N .m 50.000 N .mm
• A 3º 0, 0524 rad
Eixo 1:
• d1 = 32mm
• G1 37
= =GPa 37 x103 MPa
• L1 = 1800mm
Eixo 2:
• d 2 = ???
• G2 26
= =GPa 26 x103 MPa
• L1 = 800mm
205
Temos que:
T1 L1 T2 L2
A 1 2 A
J1G1 J 2G2
90.000.000, 00 40.000.000, 00
0, 0524
3.808.917.199, 00 J 2 ∙ 26000
1.538, 46
0, 0524 0, 0236
J2
1.538, 46
0, 0524 0, 0236
J2
1.538, 46
0, 0288
J2
1.538, 46
J2 53.472, 21mm 4
0, 0288
Logo, como
∙ d24 ∙ d24
J2 53.472, 21
32 32
53.472, 21 ∙ 32
d24
53.472, 21 ∙ 32
d2 4 27,17 mm
206
2. Temos uma força de 80 N aplicada em cada braço da chave de roda, assim precisamos determinar o mo-
mento de torção, logo
• T 1800
= = N .m 1800 x103 N .mm
• G 26
= =GPa 26 x103 MPa
• L = 300mm
a) Figura a)
Informações da figura:
• a = 60mm
• b = 60mm
a 60
• 1 C1 0, 208 e C2 0,1406
b 60
Logo,
T 1800 x103
40, 06 MPa
c1.a.b 2 0, 208 ∙ 60 ∙ 602
T .L 1800 x103 ∙ 300
0, 0114rad
c2 .a.b3 .G 0,1406 ∙ 60 ∙ 603 ∙ 26 x103
207
b) Figura b)
Informações da figura:
• a = 95mm
• b = 38mm
a 95
• 2, 5 C1 0, 258 e C2 0, 249
b 38
Logo,
T 1800 x103
50, 86 MPa
c1.a.b 2 0, 258 ∙ 95 ∙ 382
208
209
210
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Flexão Pura
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Analisar barras prismáticas sujeitas a momentos, iguais • Determinar as tensões normais e o raio de curvatura para
e de sentidos opostos, atuando no mesmo plano membros em flexão pura dentro do regime elástico.
longitudinal. • Determinar se as seções transversais permanecem planas
• Analisar as tensões e deformações que existem em durante as deformações de flexão.
membros homogêneos com um plano de simetria. • Estudar as tensões e as deformações em membros
compostos por mais de um material.
Barras Prismáticas
em Flexão Pura
M
A
B
Figura 1 - Conjugados iguais aplicados nas extremidades da barra
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
M’ M’
M M
A dF A
C C
(a) (b)
Figura 2 - Corte da seção transversal da barra AB com os conjugados dos esforços internos
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 5 213
Exemplificando o que estamos comentando,
30 kN 30 kN
1,2 m 1,2 m podemos ilustrar na Figura 3, a qual apresenta
uma situação de uma viga bi apoiada com duas
cargas concentradas aplicadas a uma distância
B C dos apoios A e D de 1,20 m, representado pela
A D
Figura 3a.
Nota-se que a porção BC da viga está subme-
8m
tida à flexão pura. Cortando a viga por uma seção
(a)
qualquer E, entre B e C, e estudando os diagramas
30 kN 30 kN de corpo livre de AD e AE, vistos na Figura 3b e 3c,
verificamos que os esforços internos em qualquer
seção transversal localizada entre B e C devem ser
B C equivalentes a um conjugado de 36 kN.m.
A D Demonstrado pelo conceito de momento
E
fletor que define M F .d .sen( ) , realizando a
30 kN 30 kN análise para uma seção em E, temos
(b)
M E 0
30 kN M E 30 ∙ x 30 ∙ ( x 1, 2) 0
1,2 m
M E 30 x 30 x 36 0
M E 36 0
B M = 36 kN . m ME 36kN .m
A E
As situações de flexão pura não são muito comuns
nas aplicações práticas, porém as conclusões e
30 kN
(c) deduções que fizermos aqui podem ser aplicadas
à análise de outros tipos de solicitações das peças
Figura 3 - Viga bi apoiada com carga concentrada
estruturais, como caso de cargas transversais e o
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006). caso de cargas normais excêntricas.
P d
d
C M
P’ P’
(a) (a)
Figura 4 - Carga aplicada no centroide com peça excentricidade
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 5 215
(a) P
L
C
A C
(b) P
x
C
M
A
P’
Figura 5 - Viga em balanço com carregamento concentrado
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
y
y
τxy dA
M
τxz dA
z X X
z σxdA z
y
Fx 0 x dA 0 (Eq. 1)
M y 0 z y dA 0 (Eq. 2)
M z M ( y x ) dA M (Eq. 3)
UNIDADE 5 217
Deformações em
uma Barra Simétrica
na Flexão Pura
M’ M
B
A
B’
D
Figura 7 - Barra prismática flexionada
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Agora, iremos analisar as deformações que aparecem em uma barra prismática que
contém um plano de simetria. Assim, aplicam-se o conjugados M e M’, que atuam no
plano de simetria, com mesma intensidade e sentidos opostos para termos a flexão
pura. A barra flexionada sob a ação do carregamento M e M’ permanece simétrica
em relação ao plano, e o momento fletor M é igual em qualquer seção da barra, ou
seja, a barra é flexionada de maneira uniforme.
Nota-se que a linha AB, que era, antes do carregamento, uma linha reta, transfor-
ma-se em um arco de circunferência de centro C, do mesmo modo que a linha A’B’,
na face inferior da barra. Com isso, concluímos que a linha AB diminui o seu com-
primento quando a barra flexiona da maneira indicada, ou seja, quando o momento
fletor M for positivo. Como consequência, a linha A’B’ se alonga.
Complementando o assunto, a Figura 8 nos mostra que mesmo a barra prismática
sendo flexionada, qualquer seção transversal plana perpendicular ao eixo da barra
será plana.
UNIDADE 5 219
D
A B E E’
E E’
(a)
C
M’ M
A B
D
EE’
(b)
Figura 8 - Seção plana perpendicular ao eixo da barra sobre flexão
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
M’
M’ M
A B x
A’ B’
x z M
(a) (b)
Seção vertical longitudinal Seção horizontal longitudinal
UNIDADE 5 221
Receberá o nome de ρ o raio do arco da circunferência DE (Figura 10a), e de θ o
ângulo central correspondente a DE. Podemos, assim, determinar o comprimento
de DE (L) da barra indeformada, por meio de
L (Eq. 4)
L ' ( y ) (Eq. 5)
L ' L (Eq. 6)
L ' L y
(Eq. 7)
y
y
Dessa forma, conseguimos determinar a deformação específica ( ε x )
y
x
L
y
x (Eq. 8)
c
m (Eq. 9)
y
x m (Eq. 10)
c
UNIDADE 5 223
Tensões e Deformações
no Regime Elástico
x E x (Eq. 11)
y
E x E m
c
e, assim teremos
y
x m (Eq. 12)
c
Na equação 12, entendemos que, no regime elástico, a tensão normal varia linear-
mente com a distância à superfície neutra. Essa afirmação é expressada na Figura
11, a qual será muito utilizada não só no nosso assunto, mas também em outras
disciplinas específicas.
y
σm
σx
Superfície neutra
UNIDADE 5 225
Agora, chegamos a uma parte do nosso conteúdo em que iremos unir todos os as-
suntos vistos nesta unidade.
Determinaremos a posição da superfície neutra e o valor máximo da tensão nor-
mal σ m . Assim, utilizando as equações 1 e 3 e substituindo, na equação 1, o valor de
σ m obtido pela equação 12, teremos
y
x dA m dA m
c c ydA 0
y
x dA m dA m
c c ydA 0
Da última igualdade, deduzimos que:
y x dA M (Eq. 3)
Logo, o eixo horizontal arbitrário z coincide com a linha neutra da seção transver-
sal. Substituindo, na equação 3, o valor da σ x da equação 12, podemos escrever:
y
y c m dA M
m 2
c
y dA M (Eq. 14)
nha neutra, como já visto na Unidade 1. Dessa forma, iremos substituir a integral na
equação 14 pelo momento de inércia I . Assim, podemos calcular o valor da tensão
máxima σ m encontrado por:
m
I M
c
Mc
m (Eq. 15)
I
My
x (Eq. 16)
I
I
W (Módulo resistente) = (Eq. 17)
c
Logo, substituindo a equação 17 na equação 15, podemos escrever a tensão máxima como
M
m (Eq. 18)
W
UNIDADE 5 227
A deformação da barra submetida à flexão é medida por meio da curvatura da
superfície neutra. A curvatura é definida como o inverso do raio da curvatura ρ e
pode ser calculada se utilizarmos a equação 9, em termos de 1 ρ . Assim, temos que:
1 m
(Eq. 19)
c
1 m 1 Mc
Ec Ec I
1 M
(Eq. 20)
EI
1 EXERCÍCIO Considerando uma barra de aço de seção prismática retangular com dimensões 20
x 60 mm, carregado com dois momentos fletores aplicados em sua extremidade de
mesma intensidade e sentido contrário que agem em um plano vertical de simetria
da barra, ilustrado na Figura 12, determine o momento fletor M que provoca o es-
coamento no material da barra. Sabe-se que a tensão de escoamento é de 250 MPa.
20 mm
M’ M
60 mm
Mc
m (Eq. 15)
I
Mc I
m M m
I c
N
250 ∙ 360. 000mm 4
mm 2 90.000.000, 00 Nmm 2
M
30mm 30mm
1kN 1m
M 3.000.000 N .mm ∙ ∙ 3kN. m
1000 N 1000mm
Nesse tópico, tivemos várias deduções de equações. Foi um pouco pesado, não é?
Porém, veja de outras perspectivas: esse conteúdo é de enorme importância, pois será
utilizado e necessário em diversas aplicações ao longo de seu curso de Engenharia.
Sendo assim, se você ficou com dúvida, realize uma revisão para não perder nada.
Com o conteúdo estudado, será possível determinar as tensões e deformações devido
a carregamentos e o formato da seção transversal por meio do momento de inércia.
UNIDADE 5 229
Deformações em
uma Seção Transversal
y z
z x
ou pela equação 21
y y
y z
y y
y z 21)
(Eq.
Entendemos, na equação 21, que quando o valor de y é maior que zero (0), os ele-
mentos situados acima da superfície neutra apresentam uma expansão nas direções
do eixos y e z ; quando o valor de y é menor que zero (0), ou seja, negativo, os
elementos situados abaixo da superfície neutra apresentam contração nas direções
do eixos y e z .
Sendo a seção transversal retangular, essa expansão e contração nos vários elemen-
tos, na direção vertical, será compensada, assim não haverá mudanças na dimensão
vertical da seção; porém, na direção horizontal, a expansão dos elementos acima da
superfície neutra juntamente com a contração dos elementos abaixo dessa superfície
provocam um encurvamento das linhas horizontais da seção transversal. Assim, são
transformadas em arcos de circunferência, em situação semelhante à observada para
seção longitudinal da barra, conforme a Figura 13.
UNIDADE 5 231
y
C
ρ
Superfície ρ
neutra
x
z
Linha neutra da
seção transversal
ρ’ = ρ/ν
C’
Figura 13 - Deformação transversal da seção
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
A seção transversal se encurvará até se transformar em um arco de raio ' ,
como deduzido na equação 21 e 08.
Quando o momento fletor é positivo, o centro C do arco de circunferência se loca-
liza abaixo do superfície neutra, e do lado oposto ao centro da curvatura C da barra,
assim ficando como o inverso do raio de curvatura ρ ' representada a curvatura da
seção transversal e é conhecido como curvatura anticlástica, definida por
1
Curvatura anticlástica (Eq. 22)
'
M’ M
UNIDADE 5 233
Flexão de Barras
Constituídas por
Vários Materiais
1
M
y
x (Eq. 8)
Outra situação que devemos nos atentar é que a linha neutra não passa pelo centroide
da seção transversal, e um dos nossos objetivos é determinar a localização desta linha.
UNIDADE 5 235
Como há dois materiais diferentes, cada material terá a sua tensão, pois cada um
apresenta módulo de elasticidade diferente, ou seja, E1 e E2. Assim, por meio da Lei
de Hooke, temos
E1 y
Material 1 1 E1 x
E2 y
Material 2 2 E2 x (Eq. 23)
y E1y
εx = σ1 =
ρ ρ
1
L.N. εx σx
E2y
2 σ2 = ρ
Da equação 23, segue que a força dF1, exercida em um elemento de área dA da parte
superior da seção transversal, é
E1 y
dF1 1dA dA (Eq. 24)
E2 y
dF2 2 dA dA (Eq. 25)
nE1 y dA E1 y
dF2 ndA (Eq. 26)
dA ndA
b nb
Figura 17 - Seção transformada da barra
Fonte: adaptada de Beer, Pereira e Johnston Jr. (2006).
Como a seção transformada representa a seção transversal de uma barra feita de ma-
terial homogêneo com módulo de elasticidade E1, o método desenvolvido no Tópico
3 pode ser aplicado para a determinação da posição da linha neutra, bem como para
determinação da tensão normal.
A linha neutra será desenhada no centroide da seção transformada (Figura 18),
e a tensão σ x em qualquer ponto da seção fictícia, será obtida pela equação 16
My
x (Eq. 16)
I
UNIDADE 5 237
y y
My
σx =
l
N.A.
C σx
1 M
E1 I
10 mm
5 mm 5 mm
40 mm
Aço
Latão Latão
Eaço 200GPa
=n = =2
Elatão 100GPa
UNIDADE 5 239
5 mm 20 mm 5 mm
c = 20 mm
40 mm
L.N.
Seção de latão
equivalente
a de aço
30 mm
40.000.000, 00 N .mm 2
m 250 MPa
160.000, 00mm 4
latãomáx 250MPa
Uma peça de uma máquina de ferro fundido fica submetida à ação de carrega-
mento de momento fletor de 3 kN.m. Sabemos que o módulo de elasticidade
é de 165 GPa, e desprezando o efeito da curvatura das arestas do perfil, a peça
possui perfil semelhante a um “T”, ilustrado na Figura a seguir.
90 mm
20 mm
40 mm
30 mm
M = 3 kN . m
241
LIVRO
242
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
243
1. Determine as propriedades de figuras planas da seção transversal.
90 mm
1 20 mm
y1 = 50 mm C X’
40 mm Y
2
X
.
y2 = 20 mm 30 mm
Centróide
yA 114.000, 00
y 38mm
A 3.000, 00
Ix Ix1 Ix2
90 ∙ 203
Ix1 I Ad y2 (90 ∙ 20) ∙ (38 50) 2 319.200, 00mm 4
12
30 ∙ 403
Ix2 I Ad y2 (40 ∙ 30) ∙ (38 20) 2 548.800, 00mm 4
12
244
Portanto
Ix Ix1 Ix2
Ix 319.200, 00 548.800, 00
Ix 868.000, 00mm 4
2. Determine as máximas tensões de tração e compressão no perfil.
Ccompressão = 38mm
1 M 3 · 106 N .mm
EI 165 x103 MPa ∙ 868. 000, 00mm 4
1
2, 09 x10 5 mm 1
1
47.740, 00mm 47, 74m
2, 09 x10 5 mm 1
245
246
247
248
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Carregamento Transversal
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Determinar as forças cisalhantes atuando nas seções ho- • Analisar a intensidade e a distribuição das tensões de
rizontais de uma viga. cisalhamento em vigas de seção transversal retangular e
• Determinar o fluxo cisalhante e as tensões de cisalhamen- vigas compostas.
to horizontais em vigas. • Determinar as tensões de cisalhamento em um ponto
• Determinar as tensões de cisalhamento sobre seções qualquer de membros simétricos com parede fina.
transversais.
Carregamento Transversal
em Barras Prismáticas
A B A B
(a) (b)
Figura 1 - Tipos de carregamentos em vigas
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
A C B
P L
(a)
A C
M
V
P
(b)
UNIDADE 6 251
Para expressar as forças elementares, normais e cortantes que atuam na seção, são
consideradas equivalentes à força V e ao momento M. Sendo assim, podemos escrever
suas equações. Três das seis equações envolvem apenas esforços normais já obtidos
por meio da Unidade 5. No caso de carregamento transversal, o momento fletor M
varia com a localização da seção considerada, sendo outras três equações relacionadas
às forças cortantes elementares τ xy dA e τ xz dA . Uma dessas três equações envolve
os momentos dos esforços cortantes elementares em relação ao eixo x, sendo essa
equação, neste momento, desprezada, uma vez que a peça é simétrica em relação ao
plano xy. Com relação às outras duas, envolvem as componentes nas direções y e z
das forças elementares, sendo que:
Fy V : xy dA V (Eq. 1)
Fy 0 : xz dA 0 (Eq. 2)
τxy <0
σx
(a)
(b)
(c)
Nota-se que, na Figura 4b, há uma força transversal P aplicada na extremidade livre
da viga. Observamos que as lâminas deslizam uma sobre a outra; porém em uma
viga feita de material homogêneo e coesivo, o deslizamento não ocorre de fato, mas
verifica-se uma tendência a ocorrer, pela existência de tensões atuando em planos
horizontais na direção longitudinal, juntamente com as tensões atuantes nos planos
verticais transversais.
Caso as lâminas sejam submetidas ao efeito de um momento M aplicado na
extremidade livre, elas irão se deformar como arcos de circunferência concêntricos
e não sofrerão deslizamento relativo, apresentado pela Figura 4c. Assim, é possível
compreender porque não ocorrem tensões de cisalhamento em vigas sujeitas à flexão
pura, como visto na unidade anterior.
UNIDADE 6 253
Para o desenvolvimento deste conceito sobre distribuição de tensões normais em uma
seção transversal, iremos adotar a hipótese que “a distribuição de tensões normais
em uma certa seção transversal não fica afetada pelas deformações provocadas pelas
tensões de cisalhamento” (BEER; JOHNSTON JR., 2006).
A distribuição de tensões normais em uma seção transversal deve ser a mesma
quando a viga está submetida à carga transversal P (Figura 5a) ou quando está car-
regada com o momento M = P.x (Figura 5b). Assim, os carregamentos aplicados
levam ao mesmo momento fletor na seção estudada, apesar de os valores do esforço
cortante serem diferentes, considerando a mesma distribuição de tensões normais.
A C
(a) M = Px
V=P
P
A C
(b) M = Px
M = Px
V=0
My Pxy
x (Eq. 3)
I I
A C B
P
y σx
X Z
O
B’’
X
UNIDADE 6 255
Determinação da
Tensão de Cisalhamento
em um Plano Horizontal
(a) (b)
Quando realizamos uma seção horizontal A’C’ que passa pela distância y1 acima da
linha neutra e pela seção transversal CC’ que passa a uma distância x da extremidade
livre da viga, determina-se a região ACC’A’.
Os carregamentos que atuarão na região ACC’A’, indicados na Figura 8, incluem
uma parte de P’ da força P aplicada à viga, a força cortante V’ na seção CC”, os esforços
normais σ x dA que também agem nessa seção e a resultante das forças horizontais
devido à tensão de cisalhamento na face inferior do corpo livre, que terá o nome de
H. Por meio da equação 3, temos:
Pxy
x dA dA
I
V’ y
x dA
A C y1 C
P’ σx dA c
A’ y
H C’ C’
z
(a) (b)
Pxy
Fx 0 : H dA 0
I
UNIDADE 6 257
Observa-se que a integral apresentada na equação 4 corresponde ao momento estático
de uma área (neste caso, acima da linha y = y 1 em relação à linha neutra). Sendo
assim, temos que:
y c
Q ydA (Eq. 5)
y y1
Relembrando que:
Q = Ay (Eq. 5a)
PQ
H= x (Eq. 6)
I
Note que a equação 6 mostra que a força horizontal H é determinada pelas tensões
de cisalhamento na face inferior da porção ACC’A’, proporcionais ao comprimento
x dessa região. Como para um certo valor de y1 o esforço cisalhante horizontal por
unidade de comprimento ( H x ) é constante e igual a PQ I , o esforço horizontal
por unidade de comprimento é denominado como fluxo de cisalhamento e expresso
por q. Assim, podemos escrever
PQ
q= (Eq. 7)
I
Contudo, será que essa condição seria válida, caso tivéssemos realizado este estudo
na região inferior da viga? Sim, os resultados obtidos seriam os mesmos para a região
A’C’C’’A’’. A Figura 9 representa a região.
y
V’’
A C y1
H C’ C’
A’
P’’ z
A’’ σx dA
C’’ C’’
(a) (b)
(a)
wa P1
C’ M
V
RA
(b)
VQ
q= (Eq. 8)
I
UNIDADE 6 259
em que Q é o momento estático em relação à linha neutra, seja para área localizada
acima ou abaixo do ponto C’, e I é o momento de inércia de toda área de seção trans-
versal em relação ao eixo centroidal.
Nota-se que o fluxo de cisalhamento (q) é constante, pois os carregamentos su-
cessivos também são constantes. Dessa forma, concluímos que uma viga submetida
à flexão pura produzida apenas por dois conjugados iguais e de sentidos opostos
à força cortante V e à força horizontal por unidade de comprimento (q) são nulas.
O que estudamos neste tópico pode ser exemplificado pelo exercício exemplo 1.
1 EXERCÍCIO Uma viga de madeira é constituída por três peças de 20 por 100 mm de seção trans-
versal, que são pregadas umas às outras, formando a seção I. O espaçamento entre
os pregos é de 25 mm. Sabendo-se que a viga está submetida a uma força cortante V
de 500 N, determine a força cortante em cada prego.
O desenvolvimento desse exercício passa pela interpretação do enunciado e a
visualização da seção I, realizada pela união das três peças de madeiras pregadas,
representada pela Figura 11.
100 mm
20 mm
100 mm
20 mm
20 mm
VQ
q= (Eq. 8)
I
Começaremos determinando:
• Momento estático (Q)
Q = A. y
=
Área da seção transversal da peça pregada (A) → A 100
= x 20 2000mm 2
Centroide da figura → y = 60mm (devido à simetria)
Portanto,
VQ
q=
I
VQ 500 N ∙ 120. 000mm3 N
q 4
3, 704
I 16.200.000mm mm
UNIDADE 6 261
N
F d .q 25mm ∙ 3, 704
mm
F 92, 60 N
UNIDADE 6 263
Para desenvolvermos este tópico, iremos imaginar uma viga com plano vertical de
simetria carregada com uma carga distribuída ou concentrada neste plano. Esta seção
é a mesma situação desenvolvida no Tópico 2, que mostrou que se a força cortante
V é vertical em qualquer seção transversal, a força horizontal de cisalhamento por
unidade de comprimento ou fluxo de cisalhamento (q), em um ponto C’ dessa seção, é
VQ
q= (Eq. 8)
I
VQ
H q.x .x (Eq. 9)
I
ΔA
ΔH
C’
t
ΔX
H VQ x
méd .
A I t.x
VQ
méd (Eq. 10)
It
τméd
τxy C’’2
C’’1
τxy = 0
τxy = 0
τyx = 0
UNIDADE 6 265
Outra situação que observamos é que o momento estático Q é o máximo para y = 0.
Não podemos, no entanto, afirmar que a tensão de cisalhamento média ( τ méd ) é
máxima ao longo da linha neutra, pois a tensão média depende também da largura
t da seção.
Quando a largura da viga se mantém pequena em comparação à altura da seção,
as tensões de cisalhamento variam muito pouco ao longo da linha C1C2 (Figura 13),
' '
1h
2
.
L.N C2
1h C1 τmax
2
b
Figura 15 - Seção retangular com a tensão de cisalhamento C1 e C2
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Para seções que não apresentam a relação de b h < 1 4 , o valor da tensão τ méd cal-
culado ao longo da linha neutra pode ser bem menor que a tensão máxima em C1 e
C2, como indicado na Tabela 1.
Tabela 1 – Valores de C1 e C2
τ máx τméd 1,008 1,033 1,126 1,396 1,988 2,582 3,770 6,740 15,65
τ mín τméd 0,996 0,983 0,856 0,805 0,800 0,800 0,800 0,800 0,800
UNIDADE 6 267
Tensões de Cisalhamento
τ xy em Vigas de Seções
Transversais Usuais
VQ
xy (Eq. 11)
It
C
y c = 1h
2
y
z
c = 1h
2
b
Figura 16 - Indicação dos componentes em uma seção transversal para determinação da tensão de
cisalhamento
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
1
Q A' y b c y c y
2
1
Q b c2 y 2
2
(Eq. 12)
UNIDADE 6 269
bh3 2 3
Sabendo que=I = bc , podemos escrever que
12 3
b c2 y2
V∙ V ∙ b c2 y2
VQ 2 3
xy 3
∙
Ib 2bc 2 2b 2 c3
∙b
3
3 c2 y 2
xy V
4 bc3
3 c2 y 2 3V c 2 y 2 3V c 2 y 2
xy V
4 bc 3 2 2bcc 2 2 A c 2
3V y2
xy 1 (Eq. 13)
2 A c2
3V
máx (Eq. 14)
2A
+c
τ
O τmáx
-c
VQ
méd (Eq. 10)
It
t y
A B
a a’
D E F G b E F b’
C y
c c’ c c’
t τméd
D’ E’ F’ G’ E’ F’
A’ B’
(a) (b) (c)
UNIDADE 6 271
Observa-se, na Figura 18c, que a curva obtida é descontínua nos pontos em que
' ' ' '
ocorrem diferenças no valor t (quando se passa das abas ABGD e A B G D para
' '
a alma EFF E do perfil). No caso da alma do perfil, a tensão de cisalhamento varia
muito pouco ao longo da seção bb' , e pode ser considerada igual ao valor médio
τ méd . No entanto, para as abas, o comportamento é diferente.
Para exemplificar, podemos considerar uma linha horizontal DEFG . Iremos
observar que a tensão τ xy é nula entre D e E e também entre F e G , uma vez que
esses dois segmentos fazem parte da superfície livre do perfil, porém entre E e F
o valor da τ xy é dado pela equação 10, em que t = EF .
Em casos práticos, consideramos que todo esforço cortante é absorvido pela alma,
e que uma boa aproximação do valor máximo da tensão de cisalhamento se obtém
quando se divide V pela área da seção transversal da alma.
Uma observação importante é que, apesar de podermos desprezar as tensões τ xy
nas abas do perfil, não poderemos fazer o mesmo com a componente horizontal τ xz ,
que tem um valor considerável.
Neste tópico, estudamos como ocorre o comportamento das tensões de cisalha-
mento τ xy em vigas de seções transversais usuais. Por meio da conceituação, determi-
namos a equação para a tensão máxima τ xy e elaboramos um gráfico de distribuição
das tensões de cisalhamento.
UNIDADE 6 273
Este tópico finaliza os nossos estudos relacionados a carregamentos transversais, e
não poderíamos deixar de estudar as tensões de cisalhamento em barras de paredes
finas, pois a utilização de vigas com paredes finas é muito comum e atendem a di-
versas situações do nosso cotidiano.
Nos tópicos anteriores, estudamos a equação 08, que pode ser utilizada para de-
terminação do fluxo de cisalhamento (q) em qualquer seção longitudinal de barras
submetidas a carregamento vertical atuante no plano de simetria. Com o mesmo
raciocínio, poderíamos utilizar a equação 10, tensão média de cisalhamento.
Exemplificando pela Figura 19 – um segmento de comprimento ∆ x de um per-
fil de abas largas (Figura 19a), submetido a uma força cortante vertical V na seção
' '
transversal indicada – pela região ABB A da aba superior do perfil, notamos que é
possível determinar a força horizontal ∆ H na seção cortada, por meio da equação 15,
VQ
méd (Eq. 10)
It
y Δx
B B
B’ A B’ A
A’ ΔH
t A’
(b)
z x
V
Δx (a)
Figura 19 - Perfil de abas largas com simetria
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
τzx τxz
x
Figura 20 - Seção ilustrando que zx xz
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
y y
t t
τxz
τxy
z z
L.N. L.N.
t
(a) (b)
UNIDADE 6 275
A equação 10 pode ser utilizada em diversas barras de parede delgadas para deter-
minação da tensão de cisalhamento, como exemplo em vigas-caixão e vigas de seção
semicircular, desde que as cargas sejam aplicadas em um plano de simetria da barra,
como representado na Figuras 22 e 23.
y y
t t
τxz τxz
τxy τxy
z z
L.N. L.N.
t
(a) (b)
Figura 22 - Viga-caixão
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
τ
z
L.N. C
t
Em cada situação, o corte deve ser perpendicular à superfície da barra para que a
equação 10 nos forneça a componente da tensão de cisalhamento na direção tan-
gencial à superfície.
B A B’
q q
C C’
L.N.
D E D’
UNIDADE 6 277
Exemplificamos, na Figura 25, um perfil de abas largas, em que os valores do fluxo de
cisalhamento q nas regiões superiores AB e A’B se distribuem de maneira simétrica.
q1 q2
B
A A’
q = q1 + q2
C
N.A.
q D
E E’
q1 q2
Figura 25 - Variação do fluxo de cisalhamento q em um perfil de abas largas
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Nota-se que, no ponto B, os valores do fluxo de cisalhamento q das duas meias abas
devem ser somados para obtermos o valor do fluxo de cisalhamento q na alma. O
valor máximo do fluxo de cisalhamento q ocorre em C, na altura da linha neutra.
Descendo para D, novamente se divide em duas partes iguais para cada meia aba
inferior.
O conceito de fluxo cisalhante que estamos utilizando para descrever o esforço
de cisalhamento por unidade de comprimento assemelha-se ao movimento de um
fluido em uma tubulação.
As seções transversais estudadas até agora foram seções simétricas e os carre-
gamentos aplicados no plano de simetria das barras. Em situações em que peças
estruturais apresentam dois planos de simetria, como o perfil de abas largas ou a
viga-caixão, qualquer força aplicada no centro geométrico da seção transversal deverá
ser decomposta na direção dos dois eixos de simetria, sendo que cada componente
resultante da decomposição irá provocar a flexão na barra em um plano de simetria
e a sua correspondente na tensão de cisalhamento.
UNIDADE 6 279
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
Uma viga AB é constituída por três peças coladas umas às outras e está subme-
tida a dois carregamentos de 1,5 kN, localizados a 0,4 m dos apoios A e B, res-
pectivamente (Figura a), que atua em seu plano de simetria. Sabemos que as
peças coladas formam um perfil I, com largura de 20 mm cada junta colada
(Figura b). Ainda na Figura b, está indicada a localização do centroide da seção
−6 4
transversal e o momento de inércia da seção I é 8,63x10 m .
280
1. Uma peça de um equipamento em forma de perfil T está submetida a uma força
atuante no seu plano de simetria, conforme a Figura a seguir.
6,7 kN n
300 mm
n
380 mm
100 mm
10 mm
50 mm
10 mm
281
2. Três tábuas, cada uma com uma seção transversal retangular de 40 x 90 mm,
são pregadas juntas para formar uma viga que é submetida a uma força cortante
vertical de 1,1 kN. Sabendo-se que o espaçamento entre cada um dos pares de
pregos é de 60 mm, determine a força cortante em cada prego.
60 mm
60 mm
60 mm
40 mm
40 mm
40 mm
90 mm
Tábuas pregadas
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
282
LIVRO
283
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
284
1. a) A tensão de cisalhamento média na seção n-n da viga.
Primeiramente, iremos deixar a viga AB em equilíbrio. Notamos que devido à simetria as reações de apoio em
A e B correspondem a 1,5 kN.
1,5 kN 1,5 kN
A n B
A = 1,5 kN B = 1,5 kN
Por meio das condições de equilíbrio, determinaremos a força cortante atuante na seção n-n da viga.
Fy 0 : 1, 5 V 0 V 1, 5kN
M
V
A = 1,5 kN
E a área da seção transversal é
V 1.500, 00 N
méd 0, 27 MPa
A 5.600, 00mm 2
285
b) A tensão de cisalhamento nas juntas coladas.
Assim,
=V 1,=
5kN 1500 N
0,100 m
0,020 m
a y1 = 0,0417 m
Linha neutra a x’
I 8, 63 x106 m 4 .
• Largura (t):
t = 0, 020m .
286
Logo
méd 0, 72MPa
VQ
méd
It
Assim,
=V 1,=
5kN 1500 N
Linha neutra C x’
b b y2 = 0,0583 m
0,020 m
0,060 m
287
Momento de inércia (I):
I 8, 63 x106 m 4 .
• Largura (t):
t = 0, 020m .
Logo
méd 0, 61MPa
100 mm
5 mm
b b
C
25 mm
Y
25 mm d
10 mm
288
• Centroide
Ix Ix1 Ix2
100 ∙ 103
Ix1 Ixc Ad 2 (100 ∙ 10) ∙ (45 55) 2 108.333, 33mm 4
12
10 ∙ 503
Ix2 Ixc Ad 2 (10 ∙ 50) ∙ (45 25) 2 304.166, 67 mm 4
12
289
• Máxima tensão de compressão na seção n-n.
Mc
m
I
VQ
m
It
=
Força cortante V , 70kN 6.700, 00 N
6=
45
Momento estático Q A. y 45 ∙ 10 ∙ 10.125mm3
2
Largura t = 10mm
VQ 6.700 N ∙ 10.125mm3
m 16, 45MPa
It 412.500mm 4 ∙ 10mm
290
3. Observa-se o prego unindo a peça superior com a peça vertical e a peça inferior com a peça vertical. Nesse
caso, a determinação da força no preço superior e inferior será a mesma devido uma propriedade impor-
tante que é a simetria.
Assim, para determinar a força cortante atuante no prego, será necessário determinar o fluxo de cisalha-
mento primeiro.
VQ
q=
I
Q = A. y
=
Área da seção transversal da peça pregada A =
120 x90 10.800mm 2
Portanto
bh3 90 ∙ 1203
ISeção 12.960.000, 00mm 4
12 12
291
Logo, o fluxo de cisalhamento é:
VQ
q=
I
VQ 1100 N ∙ 648. 000mm3 N
q 4
55, 00
I 12.960.000mm mm
Conhecido o fluxo de cisalhamento, é possível determinar a força cortante em cada par de pregos, pois já é
conhecida a distância entre os pares de pregos de 60 mm. Logo, temos que
N
Fpar de pregos d .q 60mm ∙ 55, 00 3.300, 00 N
mm
3.300, 00 N
=Fprego = 1.650 N
2
292
293
294
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Determinar como as componentes de tensão se trans- • Analisar um estado plano de tensões em seu estado mais
formam quando ocorre uma rotação dos eixos das coor- geral e a transformação de tensões associadas a uma
denadas. rotação de eixos.
• Determinar as tensões principais e tensões de cisalha- • Aplicar o Círculo de Mohr com a análise tridimensional
mento máximas. de tensões
• Determinar as tensões principais e tensões de cisalha-
mento máximas por meio do Círculo de Mohr.
Estados Planos
de Tensões
σy
σy’
τ x’y’ x’
τ xy
σx’ θ
Q x Q x
σx
z
z’ = z
(a) (b)
Figura 1 – a) cubo elementar submetido a um estado plano de tensões. b) cubo elementar submetido
a um estado plano de tensões com rotação
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Iremos iniciar determinando as tensões que atuam na face perpendicular do eixo x '
– que são a tensão normal σ x ' e a tensão de cisalhamento τ x ' y ' –, considerando um
prisma elementar de faces perpendiculares ao eixos x , y , e x ' , conforme a Figura 2a.
y’ y
y’ y
(a) (b)
τ x’y’ ΔA
σx’ ΔA x’
x’ σx (ΔA cos θ) θ
θ x x
ΔA cos θ θ
τ xy (ΔA cos θ)
ΔA
z
τ xy (ΔA sen θ)
ΔA sen θ
σy (ΔA sen θ)
Figura 2 – a) prisma elementar com tensões em suas faces. b) forças elementares que atuam nos planos
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 7 297
Após a identificação dos componentes apresentados na Figura 2b, é importante deixar
o sistema em equilíbrio (somatório de forças igual a zero), o que será desenvolvido
por meio das equações de equilíbrio em relação aos eixos x ' e y ' . Logo, teremos que:
Fx ' 0 :
x ' A x A cos cos xy A cos sen y Asen sen xy Asen cos 0
Fy ' 0 :
x ' y ' A x A cos sen xy A cos cos y Asen cos xy Asen sen 0
x ' y ' A x A cos sen xy A cos cos y Asen cos xy Asen sen
x ' y ' x cos sen xy cos cos y sen cos xy sen sen
1 cos 2 1 cos 2
x' x y xy sen 2
2 2
ou
y x y
x' x cos 2 xy sen 2 (Eq. 5)
2 2
Da mesma forma, podemos reescrever a equação 2 utilizando as relações trigono-
métricas. Assim:
y
x' y' x sen 2 xy cos 2 (Eq. 6)
2
Para determinarmos a expressão da componente σ y ' , iremos substituir a equação
5 por um ângulo θ de 90º , que corresponde ao ângulo formado por y ' e x .
Assim passamos a ter:
y x y
y' x cos 2 xy sen 2 (Eq. 7)
2 2
Somando membro a membro as equações 6 e 7, obtemos:
UNIDADE 7 299
Tensões Principais
e Tensões de
Cisalhamento Máximas
x y x y
2 2
x' x' y' xy
2 2
2 2 (Eq. 9)
UNIDADE 7 301
τ x’y’
σx’
D
σmín M
R
C τ x’y’
O B A σx’
σméd
E
σmáx
τ x’y’
σméd
C σx’
O τ x’y’
R
N
σx’
2 xy
tg 2 p (Eq. 12)
x y
y’ y
σmín
θp
σmáx x’
θp
Q x
σmáx
σmín
UNIDADE 7 303
O valor de p na equação 12 foi determinado quando x ' y ' 0 , na qual conclui-se
que não ocorrem tensões de cisalhamento nos planos principais.
x y x y
2
máx, mín xy
2
(Eq. 14)
2 2
Mediante essa verificação, é possível dizer qual dos dois planos principais está sub-
metido a σ máx e qual está submetido a σ mín . Para isso, é preciso substituir um dos
valores de θ p na equação 5 para determinarmos qual dos dois planos terá o maior
valor da tensão normal.
Novamente, voltando a analisar a Figura 3, conseguimos observar que os pontos
D e E correspondem ao maior valor da tensão de cisalhamento τ x ' y ' . Os pontos D
e E possuem a mesma abcissa da tensão média média x y 2 , e os valo-
res de θ c do parâmetro θ correspondem aos pontos que podem ser obtidos por
x ' x y 2 na equação 5. Por meio dessa consideração, é possível somar os
dois últimos termos da equação que terá o resultado zero. Assim, para c , temos
x y
cos 2 c xy sen 2 c 0
2
ou
x y
tg 2 c (Eq. 15)
2 xy
σ’
σ’ θc
τ máx
Q x
τ máx θc
σ’
x’
σ’
x y
2
2
Como comentado anteriormente, a tensão normal que corresponde à condição de
tensão máxima de cisalhamento é
x y
' média (Eq. 17)
2
Com todas equações apresentadas até aqui, comparamos as equações 12 e 15, e no-
tamos que a tg 2θ c é o inverso negativo da tg 2θ p . Isso significa que os ângulos θ c e
2θ p apresentam diferença de 90º, e, portanto, os ângulos θ c e θ p possuem diferença
de 45º. Assim, os planos de máxima tensão de cisalhamento formam ângulos de 45º
com os planos principais.
Para entender melhor as equações apresentadas e sua forma de utilização, iremos
desenvolver o exercício exemplo 1.
UNIDADE 7 305
O que estudamos até agora é a análise de transformação das tensões no estado
plano limitado a rotações no plano de tensões de um cubo elementar em torno do
eixo z. Caso o giro seja em torno de um eixo diferem de z, podem ocorrem tensões
de cisalhamento maiores do que as determinadas pela equação 16.
10 MPa
40 MPa
50 MPa
a) Os planos principais.
b) As tensões principais.
c) A máxima tensão de cisalhamento e a correspondente tensão normal.
2 xy
tg 2 p (Eq. 12)
x y
2 xy 2 40 80 4
tg 2 p
x y 50 10 60 3
4
2 p tg 1 53,11º
3
53,13º
p 26, 6º e p 26, 57 º 90º 116, 6º
2
b) Tensões principais
x y x y
2
máx, mín xy
2
(Eq. 14)
2 2
50 10 50 10
2
máx, mín 40
2
2 2
máx, mín 20 30 40
2 2
20 2500 20 50
UNIDADE 7 307
σmín = 30 MPa
B σmáx = 70 MPa
A θp = 26,6°
x
C
x y
2
(Eq. 16)
máx xy
2
2
50 10
2
máx 30 40
2 2
40 2500
2
2
máx 50 MPa
UNIDADE 7 309
Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões
(a) b τ
(b)
σmáx
y σmín
a Y(σy’ + τxy )
B A
σy σmáx σmáx σ
τ xy O C 2θp τxy
θp X (σx’ τxy )
O σx x σmín
σmín
1 (σx’ σy )
2
b
τ
y σmín
a Y’ (σy’ + τxy )
σy σmáx Y
τxy
O x σ
σx O B C A
θ y’
σy 2θ X
σx
(a) x’ (b)
Figura 10 – a) Cubo elementar no estado plano de tensões σ x ' , σ y ' e τ x ' y ' . b) Localização das
coordenadas X ' e Y '
Fonte: adaptada de Beer Johnston Jr. (2006).
Na Figura 10b, localizamos o ponto X ' com coordenadas σ x ' e x ' y ' , e ponto Y '
com coordenadas σ y ' e x ' y ' , que estão localizados no círculo de Mohr. O novo ân-
gulo X ' CA é o dobro do ângulo x ' Oa da Figura 10a. Como sabemos que o XCA
é o dobro do ângulo xOa , vemos que o ângulo XCX ' é o dobro do ângulo xOx '.
Por meio dessas considerações, o diâmetro X ' Y ' define as tensões normais σ x ' ,
σ y ' e de cisalhamento τ x ' y ' , que podem ser obtidas pela rotação do diâmetro XY
de uma ângulo igual ao dobro do ângulo θ formado pelos eixos x e x ' , observado
na Figura 10a. Também observamos que a rotação que leva o diâmetro XY coincide
com o diâmetro X ' Y ' na Figura 10b, e tem o mesmo sentido da rotação que leva os
eixos xy a coincidirem com os eixos x ' y ' da Figura 10a.
UNIDADE 7 311
Os estudos realizados neste tópico permitiram formularmos uma propriedade que
pode ser utilizada para os planos de tensão máxima de cisalhamento que formam
ângulos de 45º com os planos principais. Assim, na Figura 11b, notamos que no
círculo de Mohr, os pontos D e E correspondem aos planos de tensão máxima de
cisalhamento, enquanto os pontos A e B correspondem aos planos principais de
tensão. Os diâmetros AB e DE, rotacionados em 90º, correspondem aos ângulos de
45º entre as faces dos elementos (Figura 11a).
d
e τ
σ’
σ’
τ máx σ’= σméd
b D
τ máx
90°
σmín 45°
a O B C A σ
O σmáx X
(a) (b)
Figura 11 – a) Cubo elementar no estado plano de tensões de cisalhamento máxima. b) Localização
das coordenadas para determinação da tensão de cisalhamento máxima
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
τ τ
σ τ σ
τ
σ σ
10 MPa
40 MPa
50 MPa
UNIDADE 7 313
x y 50 10
méd 20 MPa
2 2
Definido esse valor, devemos desenhar o eixo x que corresponde ao eixo da tensão
normal σ e o eixo y que corresponde ao eixo da tensão de cisalhamento τ , além da
intersecção entre os eixos e origem O .
Assim, localizamos esse valor da tensão média sobre o eixo σ , a partir da origem O .
Após marcado o centro C, devemos determinar o raio R , por meio de
50 10
2
x y
2
R xy 30 40
2 2
40 2500 50MPa
2 2
2 2
10
Y
40
G C F A σ(MPa)
B O
20 R 40
x
50
τ
Figura 13 – Círculo de Mohr em desenvolvimento do exercício exemplo 2
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
σ’ = σméd = 20
D
Y
τmáx= 50
90°
B A
O C σ (MPa)
2θp = 53,1°
x
E R = 50
σmáx= 70
σmín = -30
τ
Figura 14 - Círculo de Mohr do exercício exemplo 2
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 7 315
a) Planos principal
O plano principal é determinado por uma relação trigonométrica. Podemos
escrever que:
FX 40
tg 2 p
CF 30
40
2 p tg 1 53,1º
30
p 26, 6º
b) Tensões principais
Observando o círculo de Mohr, temos que
máx OA OC CA 20 50 70 MPa
mín OB OC BC 20 50 30MPa
máx R 50 MPa
UNIDADE 7 317
Estado mais geral de tensões
z x z x
(a) z’ (b)
(ΔA)λx (ΔA)λz
Q
A
C (ΔA)λy
x
O
z
Figura 16 - Tetraedro com faces paralelas aos planos de coordenadas
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
y τzy ΔAλz
Já as faces QBC , QCA e QAB estão em direção contrária à orientação dos eixos x ,
y e z . Assim, as forças que agem nessas faces devem ter sentido negativo.
Utilizando o mesmo raciocínio para estado mais geral de tensões aplicado para
estado plano de tensões do tópico I, iremos determinar o equilíbrio do tetraedro
igualando a zero a somatória de componentes de todas as forças na direção QN .
Para determinamos a componente na direção QN de uma força paralela a x ,
iremos multiplicar a intensidade da força pelo cosseno diretor λx ; também multipli-
caremos as componentes na direção QN , de forças paralelas aos eixos y e z , pelos
seus respectivos cossenos diretores. Dessa forma, podemos escrever
Fn 0 :
UNIDADE 7 319
Dividindo por ∆ A, temos
σb
σc
a
σa
Q
σa
σc σb
c
Figura 18 - Eixos principais de tensão
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 7 321
Aplicação do Círculo
de Mohr à Análise
Tridimensional
de Tensões
σy σx a
σc
c
Figura 19 - Rotação em torno do eixo c
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 7 323
τ
τ máx
C B A
O σ
σmín
σmáx
1
máx máx mín (Eq. 20)
2
onde σ máx e σ mín representam os valores algébricos das tensões máximas e mínimas
no ponto Q.
Se recordarmos os casos particulares que estudamos do Tópico I até o Tópico III
do estado plano de tensões, observamos os eixos x e y . No plano de tensões, tínha-
mos que z zx zy 0 . Isso significa que o eixo z é perpendicular ao plano de
tensões e é um dos eixos principais de tensão. Representado no círculo de Mohr, esse
eixo corresponde à origem O , onde a tensão de normal e de cisalhamento é zero. Os
outros dois eixos principais vão corresponder aos pontos A e B , onde o círculo
referente ao plano xy intercepta o eixo σ .
Caso os pontos A e B fiquem opostos em relação a origem O , as tensões princi-
pais correspondentes representarão a tensão normal máxima e mínima em Q , con-
forme a Figura 21, enquanto que a tensão de cisalhamento máxima será igual a tensão
de cisalhamento máxima que corresponde aos pontos D e E do círculo de Mohr.
τ máx
B Z=O A
σ
E
σmín σmáx
b b
σb σb
a a
σa σa
Q Q
σa σa
σb σb
z z
(a) (b)
UNIDADE 7 325
3 EXERCÍCIO Determine, para o estado de tensões indicado (Figura 22).
14 MPa
12 MPa
Q 24 MPa
x
24 MPa
X
12 MPa
C
O B F A σ
Y
14 MPa
τ
Figura 24 - Representação do círculo de Mohr para o exercício
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
x y 24 14
méd 19 MPa
2 2
Observando círculo de Mohr (Figura 24), e por meio do triângulo retângulo CFX ,
temos que CF 24 19 5MPa e FX = 12 MPa . Logo, o raio do círculo é
R CX 5 12 13MPa
2 2
a OA OC CA 19 13 32 MPa
b OB OC BC 19 13 6MPa
FX 12
tg 2 p
CF 5
12
2 p tg 1 67, 4º (horário)
5
67, 4º
p 33, 7 º (horário)
2
UNIDADE 7 327
b) Tensão de cisalhamento máxima
1
máx máx mín (Eq. 20)
2
1 1
máx a 32 16MPa
2 2
x
O A σ
θp
32 MPa
z 6 MPa E’
a σa = 32 MPa
Neste tópico, estudamos como elaborar o círculo de Mohr para rotação de um ele-
mento cúbico em torno de cada um dos eixos principais de tensão, e determinarmos
as correspondentes transformações de tensão que podem ser descritas por três di-
ferentes círculos de Mohr.
80 MPa
25 MPa
40 MPa
a) Os planos principais.
b) As tensões principais.
30 MPa
150 MPa
80 MPa
329
80 MPa
25 MPa
40 MPa
330
LIVRO
331
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
332
1. a) Os planos principais.
2 xy 2. 25 50
tg 2 p
x y 40 80 120
50
2 p tg 1 22, 62º
120
22, 62º
p 11, 31º e p 11, 31º 90º 78, 69º
2
b) As tensões principais.
x y y
2
40 80 40 80
2
máx, mín x xy 25
2 2
2 2 2 2
máx, míín 20 65
x y 150 30
tg 2 c 1,125
2 xy 2 80
2 c tg 1 1,125 48, 37 º
48, 37 º
c 24,18º e c 24,18º 45º 69,18º
2
333
b) A tensão de cisalhamento máximo.
y
2
150 30
2
2 2
x y 150 30
méd 90 MPa
2 2
3. a) Os planos principais.
x y 40 80
méd 20 MPa C
2 2
y
2
40 80
2
R x xy 25 65MPa
2 2
2 2
334
τ τmáx
80 Y
σmín 130
25
22,64°
2θ p
A C 85 σ
25 O B
σmáx
40 20 65
X
22, 62º
p 11, 31º e p 11, 31º 90 78, 69º
2
b) As tensões principais.
máx 20 65 85MPa
mín 20 65 45MPa
máx R 65MPa
335
336
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
Projeto de Vigas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Escolher o material e as dimensões da seção transversal • Elaborar os diagramas de esforço cortante e momento
de uma viga. fletor por meio de desenvolvimento analítico.
• Determinar os valores máximos absolutos da força cor- • Verificar a segurança de uma viga em relação às tensões
tante e do momento fletor. normais, tensões de cisalhamento e carregamentos.
• Entender as relações entre carregamentos, força cortante
e momento fletor.
Considerações Básicas
para o Projeto de
Vigas Prismáticas
M C
m máx
(Eq. 1)
I
A tensão normal pode ser correspondente à tração, como ilustrado na Figura 1, como
também pode ser à compressão.
w
y
L.N.
σm σm c
A y= c
B
L L
2 2
Figura 1 – Viga prismática com carregamento distribuído para determinação da tensão devido à flexão
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 8 339
Iremos estudar mais à frente, nesta unidade, como determinar o momento máximo
de uma viga biapoiada, com carregamento distribuído uniforme, verificando que o
momento máximo estará localizado no meio do vão (Figura 1).
Quando estudamos o tópico de Carregamento Transversal, vimos vigas de formas
usuais como vigas de seção retangulares; perfis I e perfis de abas largas; como deter-
minar a tensão de cisalhamento τ xy em qualquer seção transversal e onde apresentar
o seu valor máximo na linha neutra, bem como, que a tensão de cisalhamento τ xy
depende do valor da força cortante V na seção. O seu valor máximo irá ocorrer na
linha neutra da seção onde a força cortante V for máxima, seja de sinal positivo
ou negativo. Assim, se substituirmos a força cortante máxima V máx no lugar de V
na equação para determinarmos a tensão de cisalhamento devido a carregamentos
transversais, teremos a tensão de cisalhamento máxima τ xy , apresentado por τ m . Logo:
V Q
m máx
(Eq. 2)
It
W
y
L.N.
A B
Figura 2 – Viga prismática com carregamento distribuído para determinação da tensão devido à
força cortante
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
τ máx
σm σm
σ’
(a) (b)
Figura 3 – a) Ruptura da seção transversal em materiais frágeis. b) Ruptura em planos de tensão de
cisalhamento máximo em materiais dúcteis
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 8 341
τm σ’
σ’
(a) (b)
Figura 4 – a) Ruptura da seção transversal em um ponto localizado na linha neutra da seção trans-
versal. b) Ruptura da seção transversal de um corpo de prova quando submetido a um teste de torção
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Entende-se, pelo que foi comentado anteriormente, que o projeto de uma viga deve
ser iniciado pela determinação das seções críticas da viga, em que ocorre a força
cortante máxima V máx e momento fletor máximo M máx .
A verificação dos locais de uma viga com os valores máximos é melhor entendida
e simplificada quando representada por gráficos onde são marcados os valores da
força cortante V ou do momento fletor M para várias seções, em relação a uma
referência, a qual iremos utilizar a distância x .
Os gráficos são conhecidos como Diagramas de Forças Cortantes ou Diagrama
de Esforço Cortante (DEC) e Diagrama de Momento Fletor (DMF), que serão
estudados nos próximos tópicos abordando como elaborar os diagramas.
Outra forma de determinarmos os valores máximos do momento fletor e da força
cortante é por meio do uso de funções singulares, que também serão estudadas nos
próximos tópicos.
Em alguns casos que dependem do formato da seção transversal e da força cor-
tante V aplicada na seção, no momento fletor M = M máx pode ocorrer que o valor
máximo da tensão normal não seja em y c , mas em outro ponto da seção. Essa
situação ocorre quando há uma combinação de valores altos da σ x e τ xy , próximo
à junção da alma e da aba de perfis I ou em perfis de abas largas, podendo resultar
em um valor σ máx em um dos planos principais maior que o valor σ m , determinado
por meio da equação 1, apresentado na Figura 5.
UNIDADE 8 343
Diagramas de Momento
Fletor e Força Cortante
1 V
P
2
L x
1
L
2 1
P
2
c) Diagrama de Momento Fletor (DMF ou M)
M
1
PL
4
x
1 L
L
2
UNIDADE 8 345
A apresentação da viga e seus respectivos diagramas é para que possamos observar
o que iremos desenvolver neste tópico, ou seja, agora sabemos qual será a nossa
conclusão: a elaboração dos desenhos dos diagramas.
A obtenção dos valores para elaboração dos diagramas será realizada de forma
usual, por meio dos métodos das seções, na qual iremos passar uma seção no ponto
onde iremos determinar os esforços, considerando o equilíbrio da parte da viga lo-
calizada à esquerda ou à direita da seção, conforme a Figura 7.
P1 W P2
C
A B
x
(a)
P1 W
A C
M
V (b)
RA
P2
V’
B
M’
C
RB
Figura 7 - Viga biapoiada com vários carregamentos para determinação dos esforços internos por
meio de seções
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
M’
V
(a) Esforços intertnos
(força cortante e momento fletor positivos)
UNIDADE 8 347
1 EXERCÍCIO Uma viga biapoiada tem uma carga concentrada aplicada no seu ponto médio. Elabore
os diagramas de força cortante e momento fletor, como ilustra a Figura 11.
1 P 1
L L
2 2
C
A B
Fy 0 RA P RB 0
RA RB P
Por meio da equação de equilíbrio do momento, temos
L
MA 0 (sentido anti-horário) P∙ VB ∙ L 0
2
PL
2 P
VB
L 2
Logo,
VA VB P VA P VB
P P
VA P
2 2
Determinamos as reações de apoio utilizando as equações de equilíbrio para que
possamos utilizar em qualquer situação, porém observando a localização da carga
em relação à viga, vemos que ela está centrada na viga. Sendo assim, por simetria, é
possível afirmar que a reação corresponde à metade da carga aplicada, como com-
provamos por meio das equações de equilíbrio.
UNIDADE 8 349
P
Os resultados obtidos foram que o esforço cortante na seção é 2 , o mesmo que foi
gerado pela reação de apoio RA . Assim, podemos concluir que é constante esse trecho
do diagrama entre A e C, e que o momento fletor irá variar linearmente em função da
distância x , a partir de A . Sabemos que quando estivermos sobre o ponto A, x = 0 .
Assim, o momento fletor sobre o apoio é M = 0 . Quando estivermos no ponto C ,
L Px PL
x = . Portanto, M = = . Com os resultados obtidos, podemos marcar esses
2 2 4
pontos nas distâncias determinadas (eixo x ) com os resultados no eixo y .
Agora, iremos repetir o mesmo raciocínio para uma seção após o ponto C , para
observarmos a influência do carregamento P nos diagramas.
P V
C E
A M
RA = 1 P M’ B
2
V’ E
x L x
RB = 1 P
V (c) 2
Notamos que o esforço cortante agora é negativo. Isso significa que houve a mudan-
ça de eixo. Logo, devemos deslocar o diagrama para a parte inferior da viga, sendo
esta variação a influência da carga P, que também apresenta sentido oposto à reação
de apoio em B .
1 V
P
2
L x
1
L
2 1
P
2
x
1 L
L
2
UNIDADE 8 351
2 EXERCÍCIO Esboce os diagramas de esforço cortante e momento fletor para uma viga, em balan-
ço AB de vão L , que suporta um carregamento uniformemente distribuído ( w ).
w
A B
L
Neste exemplo, iremos ser mais objetivos na resolução, que terá a seguinte sequência
de raciocínio:
• Primeiramente, determinar as reações de apoio.
• Realizar uma seção para verificar o comportamento do carregamento.
• Esboçar o diagrama de esforço cortante (DEC ou V).
• Esboçar o diagrama de momento fletor (DMF ou M).
R = w.l
w
MB
A B HB
L
RB
Fx 0 H B 0
HB 0
• Eixo y:
Fy 0 R RB 0
RB R wL
• Momento fletor:
L
M B 0 (sentido anti-horário) R. MB 0
2
L w.L2
M B R.
2 2
• Seção no ponto C (distância x em relação ao ponto A )
wx 1
x
2
w
M
A
C
x V
Teremos as equações:
• Esforço Cortante
Fy 0 wx V 0
V wx
• Momento fletor
1
M C 0 (sentido anti-horário) wx. x M 0
2
w.x 2
M
2
UNIDADE 8 353
• Diagrama de esforço cortante (DEC ou V)
Teremos:
x0 V wx w.0 0
xL V wx w.L
V
L
B x
A
VB = wL
M
L
B x
A
1 2
MB = wL
2
UNIDADE 8 355
Relações entre
Carregamento,
Força Cortante e
Momento Fletor
A B
C C’ D
x Δx
(b) w Δx
1
Δx
2
w
V
M M + ΔM
C C’ V + ΔV
Δx
Figura 12 - Viga biapoiada com carregamento uniforme
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 8 357
Relações entre o carregamento e a força cortante
Fy 0 : V (V V ) wx 0
V wx
dV
w (Eq. 3)
dx
É possível compreender, na equação 3, que para a viga indicada (Figura 12), o car-
regamento indica uma declividade dV dx da curva (lembrando, do Cálculo, que,
graficamente, a derivada de um ponto representa o coeficiente angular ou declividade
da curva neste ponto em questão), que representa a variação da força cortante negativa.
Assim, o resultado numérico do declive em qualquer ponto é igual ao carregamento
por unidade de comprimento naquele ponto.
Iremos integrar a equação 3 no intervalo entre os pontos C e D . Logo
xD
VD VC wdx (Eq. 4)
xC
dM
=V (Eq. 5)
dx
xD
M D M C Vdx (Eq. 6)
xC
A área sob a curva de força cortante deve ser considerada positiva quando a força
cortante é positiva e negativa para os pontos onde a força cortante é negativa.
As equações 6 e 6’ são válidas, sejam para carregamentos distribuídos ou que haja
cargas concentradas aplicadas no intervalo C e D , desde que o diagrama de esforço
cortante seja desenhando de forma correta.
As equações 6 e 6’ não serão válidas quando houve um conjugado, ou seja, quando
houver uma carga binária (momento) aplicada no intervalo C e D , uma vez que
as equações não consideram a mudança brusca do diagrama de momento fletor
provocada por um conjugado.
UNIDADE 8 359
Agora, iremos transformar a nossa teoria estudada em um exercício exemplo para
entendermos a aplicação.
3 EXERCÍCIO Elabore os diagramas de esforço cortante e momento fletor para uma viga com car-
regamento indicado na figura a seguir. Além do diagrama, identifique também a)
força cortante máxima, b) o momento fletor máximo e c) momento fletor mínimo.
100 kN 60 kN 20 kN/m
A E
B C D
L
1,8 m 2,4 m 3,0 m 2,4 m
1,2 m 48 kN
100 kN 60 kN
Ax A
E
B C
Ay D
1,8 m 2,4 m 3,0 m 2,4 m
Fx 0: Ax 0
Fy 0: Ay 100 60 D 48 0
Ay D 208
MA 0: 100 ∙ 1, 8 60 ∙ 4, 2 D ∙ 7, 2 48 ∙ 8, 4 0
180 250 7, 2 D 403, 2 0
833, 2 7, 2 D 0
7, 2 D 833, 2
D 115, 72 116kN
Com esses dados, podemos representar o diagrama de corpo livre para a viga
• Diagrama de Esforço Cortante (DEC ou V)
100 kN 60 kN 20 kN/m
A
E
B 1 C D
92 kN 116 kN
Tudo que será comentando a seguir deve ser observado juntamente com o
diagrama de esforço cortante. Isso facilitará e auxiliará no entendimento.
V (kN)
+92
(+165,6) +48 (+57,6)
(-19,2)
-8 x
(-204)
-68
UNIDADE 8 361
Para o desenho do diagrama de esforço cortante, iremos seguir o sentido dos ve-
tores perpendiculares à viga em estudo.
Assim, o traçado iniciará, pelo ponto A, que há uma reação de apoio solicitando
para subir 92 kN, como não há carga entre A e B, mantém-se constante o valor de
92 kN até o ponto B.
No ponto B, há uma carga de 100 kN com sentido para baixo, logo iremos nos
deslocar do 92 kN positivo para -8 kN, ou seja, descontamos o valor da carga
aplicada de 100 kN do 92 kN.
Do ponto B até C, mantém-se constante com o valor de -8 kN, e no ponto C, há
uma carga de 60 kN com indicação para baixo, logo, iremos somar o valor de – 8
kN mais -60 kN, passando a ter o valor de -68 kN.
Do ponto C até D, não há carga aplicada, assim, será constante o valor no
diagrama de -68 kN. Quando chegamos ao ponto D, há uma carga de 116 kN no
sentido para cima (positivo), assim somamos os valores de -68 kN mais +116 kN,
teremos o valor de +48 kN, desenhado na parte superior da viga. Notem que os
carregamentos concentrados são representados de forma brusca no diagrama de
esforço cortante.
Entre o ponto D e E, há um carregamento distribuído no sentido para baixo,
nota-se que corresponde a 20 kN/m, isso significa que a cada metro deslocado,
devemos descer 20 kN, assim, se deslocarmos os 2,40 m do trecho D e E, teremos
que descer 48 kN até o ponto E, que corresponde a uma reta com inclinação.
• Diagrama de Momento Fletor (DMF ou M)
Para elaboração do diagrama de momento fletor, iremos observar o diagra-
ma de corpo livre. Sabemos que, nos pontos A e E, o momento fletor é nulo.
Sabemos também que, por meio da área do diagrama do esforço cortante
nos trechos, é possível elaborar este diagrama.
Temos, portanto, que:
M A 0, 0
M B M A 165, 6 M B 165, 6kN .m
M C M B 19, 2 M c 146, 4kN .m
M D M C 20, 4 M D 57, 6kN .m
M E M D 57, 6 M E 0, 0
x
-57,6
Analisando os diagramas de esforço cortante e momento fletor, podemos responder:
UNIDADE 8 363
Utilização das Funções
Singulares para Determinar
a Força Cortante e Momento
Fletor de uma Viga
w0
C
A B
a a
w0 a 1
a
2
w0
C
A B
2a
RA RB
Figura 14 - Diagrama de corpo livre para uma viga biapoiada com carregamento uniforme do ponto
médio ao ponto B
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 8 365
As reações de apoio são:
1
MB 0 (sentido anti-horário): w0 ∙ a ∙ a RA ∙ 2 a 0
2
1
RA ∙ w0 ∙ a
4
x
D
A M1
V1
RA = 1 w0a
4
Figura 15 – Diagrama de corpo livre para uma viga biapoiada com carregamento uniforme entre AD
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Fy 0: RA V1 x 0
1
V1 x RA ∙ w0 ∙ a
4
1
V1 x ∙ w0 ∙ a
4
e
M1 0 (sentido anti-horário): RA ∙ x M 1 ( x ) 0
1
M 1 ( x) RA ∙ x ∙ w0 ∙ a ∙ x
4
1
M 1 ( x) ∙ w0 ∙ a ∙ x
4
A C
M2
E
a V2
x-a
x
RA = 1 w0a
4
Figura 16 - Diagrama de corpo livre para uma viga biapoiada com carregamento uniforme entre AE
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Fy 0: RA w0 ( x a ) V2 x 0
V2 x RA w0 ( x a )
1
V2 x ∙ w0 ∙ a w0 ( x a )
4
e
1
M2 0 (sentido anti-horário): RA ∙ x w0 ( x a ) ∙ x a M 2 ( x) 0
2
1
M 2 ( x) RA ∙ x w0 ( x a ) ∙ x a
2
1 1 2
M 2 ( x) w0 ax w0 x a
4 2
UNIDADE 8 367
Como observamos, a força cortante e o momento fletor são representados por dife-
rentes funções de x , dependendo somente se x for menor ou maior que a , devido
à descontinuidade do carregamento da viga. Assim, as funções V1 ( x) e V2 ( x) podem
ser representadas por uma única expressão:
1
V x w0 a w0 x a (Eq. 7)
4
1 1
M ( x) w0 ax w0 x a
2
(Eq. 8)
4 2
como nos parênteses usuais. Isso significa que, em vez de calcularmos o momento
fletor pelo diagrama de corpo livre, é possível integrar a expressão da força cortante
V ( x) para obter a expressão do momento fletor M ( x) , conforme demonstrado a
seguir
x x 1 x1
M ( x) M (0) V ( x)dx w0 adx w0 x a dx
0 0 4 0 4
1 1
M ( x) w0 ax w0 x a
2
4 2
w( x) w0 x a
0
(Eq. 9)
1
V ( x) w0 a w0 x a
1
1
V ( x) w0 a w0 x a
4
As expressões x − a , x − a , x − a
0 1 2
são conhecidas como funções singulares
e, por definição, temos que para n ≥ 0 :
n x a n quando x a
xa (Eq. 10)
0 quando x a
Notamos que sempre que a quantidade entre chaves for positiva ou zero, as chaves
poderão ser substituídas pelos parênteses usuais, e sempre que a quantidade for
negativa, estas chaves se anulam.
Com as definições das funções singulares, fica claro que
n 1 n 1
x a dx
n 1
xa para n 0 (Eq. 11)
d n n 1
xa n xa para n 1 (Eq. 12)
dx
UNIDADE 8 369
Carregamento Força Cortante Momento Fletor
V M
a
a a
O x O x O x
M0 - M0
(a) M (x) = - M0 < x - a >0
a P V M
O x a a
O x O x
(b) -P
V (x) = - P < x - a >0 M (x) = - P < x - a >1
w
a w0
V M
x a a
O O x O x
UNIDADE 8 371
O dimensionamento correto de uma viga deve considerar todos os itens que foram
estudados e, ao mesmo tempo, também deve ser o mais econômico e seguro possível.
Isso significa que, entre vigas do mesmo material, quando outros dados coincidem,
devemos escolher aquela de menor peso por unidade de comprimento (ou seja, de
menor seção transversal).
O procedimento para o dimensionamento de uma viga deve incluir os seguintes
passos:
a) Determinarmos os valores da σ adm e τ adm do material de uma tabela de
propriedades de materiais ou de especificações do projeto ou do fornecedor
do material. Também devemos determinar os valores da σ U e τ U com os
coeficientes de segurança apropriados.
b) Com as condições de carregamento realizadas, desenhar os diagramas de
esforço cortante e momento fletor para determinarmos os valores máximos
absolutos V máx e M máx .
c) Assumindo que o dimensionamento da viga é determinado pelo valor da
tensão normal no ponto y c na seção transversal de máximo momento
fletor, deveremos determinar o menor valor admissível do módulo resistente
W = I c . Adequando a equação 1 e utilizando σ adm no lugar de σ m , temos
M
Wmín máx
(Eq. 13)
adm
V Q
m máx
(Eq. 14)
It
3 V máx
m (Eq. 15)
2 A
UNIDADE 8 373
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
20 kN 40 kN
B
A D
C
2,5 m 3m 2m
Viga biapoiada com carregamento concentrado
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
20 kN/m
A C
B
6m 3m
Viga biapoiada com carregamento distribuído
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
374
3. Você foi contratado para especificar um perfil de abas largas para suportar uma
força de 67 kN, como indicado na Figura a seguir. Sabe-se que a tensão normal
admissível é de 165 MPa e a tensão de cisalhamento admissível é de 100 MPa
para o aço utilizado.
67 kN
2,4 m
A B
375
LIVRO
WEB
Para te auxiliar nos estudos, indico o material em pdf a seguir para que você
possa ter acesso à tabela de bitolas de perfis estruturais de fabricantes de aço.
376
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
377
1. Cálculo das Reações de apoio
Fx 0: HB 0
Fy 0: RB RD 20 40 0
RB RD 60
MB 0 (sentido antii-horário): 20 ∙ 2, 5 40 ∙ 3 RD ∙ 5 0
50 120 5 ∙ RD 0
5 ∙ RD 70
RD 14kN RA 46kN
Fy 0: 20 V1 0
V1 20kN
M1 0 (sentido anti-horário): 20 ∙ 0 M 1 0
M1 0
M2 0 (sentido anti-horário): 20 ∙ 2, 5 M 2 0
M2 50kN .m
378
• Seção 3 após o Ponto B
Fy 0: 20 46 V3 0
V3 26kN
M3 0 (sentido anti-horário): 20 ∙ 2, 5 46 ∙ 9 M 3 0
M3 50kN .m
Fy 0: 20 46 V4 0
V4 26kN
M4 0 (sentido anti-horário): 20 ∙ 5, 5 46 ∙ 3 M 4 0
M4 28kN .m
M5 0 (sentido anti-horário): 20 ∙ 5, 5 46 ∙ 3 40 ∙ 0 M 5 0
M5 28kN .m
• Seção 6 no Ponto D
Fy 0: 20 46 40 14 V6 0
V5 14kN
M6 0 (sentido anti-horário)): 20 ∙ 7, 5 46 ∙ 5 40 ∙ 2 M 6 0
M6 0
379
• Representação das seções
20 kN
M1
V1
20 kN
M2
V2
20 kN
M3
46 kN V3
20 kN
M4
46 kN V4
20 kN 40 kN
M5
46 kN V5
20 kN 40 kN
M6
46 kN V6
40 kN
M’4
V’4 14 kN
Marcação dos valores encontrados nas seções para desenho dos diagramas
V
+26 kN
x
20 kN 14 kN
380
• Diagrama de Momento Fletor (DMF ou M)
M
+28 kN . m
50 kN . m
2. Cálculo das Reações de apoio
Fx 0: HA 0
Fy 0: RA RC 120 0
RA RC 120
O diagrama de esforço cortante pode ser desenvolvido por meio da observação dos carregamentos,
tais como:
determinação da variação de esforço no diagrama de força cortante entre A e B, é possível pela de-
terminação da diferença de esforços cortantes entre o ponto B e A, cuja corresponde a resultante do
carregamento aplicado (área da representação da figura do carregamento). Assim, temos que:
kN
VB VA ( 20 ∙ 6m) 120kN
m
VB 120 VA 120 80 40kN
O diagrama de força cortante entre os pontos A e B é representado por um linha reta, pois o declivi-
dade dV w é constante entre esses dois pontos.
dx
381
→ Entre B e C, a área sob o diagrama de carregamento é nula. Assim
VC VB 0 VC VB 40kN
e a força cortante é constante entre B e C.
A (+160) D B C x
x ( 120)
( 40) 40 kN
b c
– Diagrama de Momento Fletor (DMF ou M)
→ Observa-se que os momentos flores das seções extremas (A e C) são iguais a zero.
→ O momento fletor máximo é observado no diagrama de esforço cortante quando ocorre a inversão do
eixo no ponto D, ou seja, quando V = 0. Assim, precisamos determinar o valor x até D. Iremos utilizar
como referência o ponto A e, por meio de semelhança de triângulo, determinaremos o valor de x.
x 6 x
x 4m
80kN 40kN
382
→ Iremos calcular as áreas das várias partes do diagrama de esforço cortante, que vão ser marcadas
em parênteses no próprio diagrama, sendo a área do diagrama de força cortante entre dois pontos
iguais à variação do momento fletor entre esses pontos, logo
80 ∙ 4
Área triangular aAD = 160kN .m
2
40 ∙ 2
Área triangular DBb = 40kN .m
2
Área retangular BbcC = 40∙3 = 120kN .m
M D M A 160kN .m M D 160 0 160kN .m
M B M D 40kN .m M B 40 160 120kN .m
M C M B 120kN .m M C 120 120 0
x = 4m
160 kN . m
M 120 kN . m
A
x
M máx M D 160kN .m
V M
– Força cortante máxima máx e Momento Fletor Máximo máx
V máx
V 67 kN
M máx
67 ∙ 2, 4 160, 8kN .m
383
– Determinação do módulo resistente mínimo para seção
M 160, 8 ∙ 103 N .m
Wmín máx
0, 975 ∙ 10 3 m3 975 ∙ 103 mm3
adm 165 ∙ 103 N m 2
Recorrendo a catálogos técnicos (em anexo ao material) de fabricantes de perfis metálicos, verificamos
que os perfis possíveis são W530x66; W460x74; W410x60; W360x64; W310x74; W250x80, porém o que
apresentou módulo resistente mais próximo foi o perfil W410x60, que também apresentou menor peso
por comprimento.
O perfil W410x60 apresenta 7,7 mm de espessura de alma com uma seção de 407 mm de altura e área
da alma de 3134 mm2. Assim, temos que
V 67 ∙ 103 N
m
máx
21, 38MPa
Aalma 3134 ∙ 10 6 m 2
Deve-se verificar se a tensão normal máxima, em um ponto imediatamente inferior à aba superior da
seção de momento fletor máximo, excede a tensão normal admissível.
407
y 12, 8 203, 5 12, 8 190, 7 mm
2
O momento de inércia do perfil W410x60 em relação à linha neutra é de I 216 x106 mm 4 . Assim
384
385
386
387
388
Me. Ronan Yuzo Takeda Violin
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Determinar a deformação de uma viga com carregamento • Compreender e determinar a deformação em vigas
transversal. estaticamente indeterminadas.
• Entender como determinar a equação da linha elástica. • Determinar a deflexão por meio do método de
• Determinar a equação da linha elástica a partir de superposição.
carregamento distribuído aplicado.
Deformação de uma Viga
Sujeita a Carregamento
Transversal
1 M
(Eq. 1)
EI
1 M x
(Eq. 2)
EI
Exemplificando o que foi comentado, temos uma viga AB em balanço, de vão L, sub-
metida à força P aplicada na sua extremidade livre A (na ponta do balanço), conforme
a Figura 1. Temos, também, que o momento fletor na viga tem a variação em função
de x – a distância da extremidade A até uma determinada seção de estudo. Sabendo
que M P.x , substituindo na equação 2, obteremos
1 M ( x) Px
EI EI
B
A x
L
UNIDADE 9 391
A equação determinada para o exemplo apresenta a curvatura da superfície neutra que
varia, linearmente, de zero no ponto A – onde o próprio ρ A é infinito – até −PL EI ,
que encontra-se no ponto B – onde B EI PL , ilustrado pela Figura 2.
P
B
A
ρA = ∞
ρB
x
Figura 2 - Curvatura da superfície neutra da viga em balanço com carregamento concentrado
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
4 kN 2 kN
3m 3m 3m
A D
B C
Por meio do diagrama de corpo livre da viga (Figura 4), calculou-se as reações dos
apoios e obtivemos os resultados de RA = 1 kN e RC = 5 kN , respectivamente.
3m 3m 3m
A D
B C
R A = 1 kN R C = 5 kN
Figura 4 - Diagrama de corpo livre de viga biapoiada com carregamento concentrado e balanço
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
M
3 kN . m
E C D x
A B
4m
6 kN . m
Figura 5 - Diagrama de Momento Fletor de viga biapoiada com carregamento concentrado e balanço
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Entre A e E, o momento fletor é positivo e a viga tem concavidade voltada para cima,
e entre E e D o momento fletor é negativo e a viga tem concavidade voltada para
baixo. Essa situação é ilustrada pela Figura 6. É importante observar que o maior
valor da curvatura, isto é, o menor valor do raio de curvatura, ocorre no ponto C,
onde encontra-se o momento máximo.
4 kN 2 kN
C
A
D
B E
UNIDADE 9 393
O que foi comentado até agora permite que tenhamos uma boa ideia da forma da
viga deformada por meio das informações obtidas de sua curvatura; porém, para um
projeto de uma viga, são necessárias informações mais precisas sobre a deformação
e a declividade da viga em vários pontos. A deformação transversal da viga em um
ponto é chamada de flecha.
O conhecimento da deformação máxima da viga é muito importante no dimen-
sionamento e, por meio da equação 2, iremos obter a relação entre a deformação y ,
medida em um certo ponto Q do eixo da viga e a distância x desse ponto a alguma
origem prefixada, conforme a Figura 7, como se fosse uma coordenada.
Q C
A D
Essa relação obtida é a equação da linha elástica, ou seja, a equação da curva em que se
transforma o eixo da viga ao se deformar devido ao carregamento aplicado (Figura 8).
y
P1 P2
y C
A x
D
Q
x Linha elástica
UNIDADE 9 395
Para a determinação da linha elástica, precisamos voltar ao conceito inicial para
compor o raciocínio. Inicialmente, por meio do Cálculo elementar, a expressão que
fornece a curvatura de uma curva plana em um ponto Q( x, y ) é
d2y
1
dx 2 (Eq. 3)
3
dy 2 2
1
dx
derivada da função y ( x) que representa a curva; porém, para a linha elástica de uma
viga, a declividade dy dx é muito pequena. Assim, o seu quadrado pode ser desprezado
em face da ordem de grandeza. Logo, podemos escrever que
1 d2y
(Eq. 4)
dx 2
d 2 y M ( x)
= (Eq. 5)
dx 2 EI
A equação 5 é uma equação diferencial ordinária de segunda ordem que guia o com-
portamento da linha elástica. O produto E.I é conhecido como rigidez flexional, e
caso ocorra a variação ao longo da viga, em função de variação da rigidez flexional,
devemos expressá-la como uma função de x antes de realizar a integração da equação
3. Para nossos estudos, as vigas prismáticas apresentam rigidez flexional constante e,
assim, podemos multiplicar os dois lados da equação 3 por E.I e integrar a variável
x . Dessa forma, teremos
dy x
EI M ( x)dx C1 (Eq. 6)
dx 0
dy
em que C1 é uma constante da integração. A relação da equação 6, dx , chama-
remos de θ ( x) , que é o ângulo, medido em radianos, referente à tangente à curva
elástica no ponto Q que forma com a horizontal (Figura 9). Essa consideração do
ângulo é possível, pois o ângulo de deflexão em vigas é muito pequeno. Podemos,
então, expressar que
dy
tg ( x)
dx
O x
y(x) θ(x)
Q
x
Figura 9 - Determinação do ângulo da tangente à curva elástica
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
x
EI ( x) M ( x)dx C1 (Eq. 06’)
0
EI y M ( x)dx C1 dx C2
x x
0 0
x x
EI y dx M ( x)dx C1 x C2 (Eq. 7)
0 0
UNIDADE 9 397
y
Observando as Figuras 10a e 10b, os apoios são
de primeiro e segundo gênero. Nesse caso, o
B
A x esquema da viga permite a compreensão que o
ponto A se trata de um apoio articulado fixo, e
o ponto B, de um apoio articulado móvel. Estes
[yA = 0] [yB = 0]
apoios no ponto A e B impedem que ocorra o
(a) Viga simplesmente apoiada afundamento da viga, ou seja, o deslocamento
no eixo y . Assim, temos que a flecha é nula.
y Isso significa que considerando que x = x A ,
B P
A temos que = y y= A 0 e, também, que x = xB .
x
Sabendo ainda que = y y= b 0 na equação 7,
obtemos duas equações que levam aos valores
[yA = 0] [yB = 0] de C1 e C2 .
Para a viga em balanço (Figura 10c), notamos
(b) Viga biapoiada com balanço
que, no ponto A, a flecha e a declividade devem
ser nulas, por causa do apoio de terceiro gênero
y (engaste) que não permite nem deslocamento
P em y nem a rotação. Assim, temos que x = x A
A x
e, portanto, =y y= A 0 , na equação 7; temos
B também que x = x A , A 0 na equação 6’.
[yA = 0]
Com tudo isso, iremos obter, por meio das duas
[θA = 0]
equações, os valores de C1 e C2 .
(c) Viga em balanço Para melhor compreensão, nada melhor que
Figura 10 - Condições de contorno para vigas estaticamente
um exercício exemplo.
determinadas
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
A B
L
Figura 11 - Viga em balanço com carga concentrada do exercício exemplo 1
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
A M
C
x
M Px (Eq. 8)
d2y
EI Px
dx 2
Integrando, temos
d2y x
EI Px dx
dx 2 0
dy 1
EI Px 2 C1 (Eq. 9)
dx 2
UNIDADE 9 399
Aplicando as condições de contorno para determinar o valor C1 , temos que a extre-
midade fixa B tem o valor de x = L e que o ângulo dy 0 (Figura 12). Substituindo
dx
na equação 9, temos
dy 1 2 1 2
EI Px C1 EI ∙ 0 PL C1
dx 2 2
1 2
C1 PL
2
[x = L, θ = 0]
y
[x = L, y = 0]
O B
x
yA
A
L
Figura 12 - Condições de contorno para viga em balanço
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
dy 1 1
EI Px 2 PL2 (Eq. 10)
dx 2 2
dy 1 2 1 2
x
EI dx
Px PL dx
2 0 2
1 1
EI y Px3 PL2 x C2 (Eq. 11)
6 2
1 1 1
EI y Px3 PL2 x PL3
6 2 3
P
y
6 EI
x3 3L2 x 2 L3 (Eq. 12)
2 PL3 PL3
yA
6 EI 3EI
• Declividade no ponto A → x = 0
dy 1 1 1 1
EI Px 2 PL2 P * 02 PL2
dx A 2 2 2 2
dy PL2
A
dx A 2EI
UNIDADE 9 401
Determinação da Linha
Elástica Diretamente
a Partir do Carregamento
Distribuído
d 2 y M ( x)
= (Eq. 5)
dx 2 EI
d 3 y 1 dM V ( x)
= = (Eq. 13)
dx3 EI dx EI
Assim, é possível concluir que a linha elástica de uma viga prismática com carga
distribuída w( x) é descrita por equação diferencial ordinária de 4º ordem.
d4y w( x)
(Eq. 15)
dx 4
EI
d3y
EI V ( x) w( x)dx C1
dx 3
d2y
EI M ( x) dx w(xx)dx C1 x C 2
dx 2
dy 1
EI EI ( x) dx dx w( x)dx C1 x 2 C 2 x C 3
dx 2
1 1
EI y ( x) dx dx dx w( x)dx C1 x3 C 2 x 2 C 3 x C 4
6 2
UNIDADE 9 403
Para determinação das constantes da integração C1 , C2 , C3 e C4 , é necessário a apli-
cação das condições de contorno. Dessa forma, por meio da Figura 13, podemos
observar as condições de contorno.
y y
B x
A x A
B
[yA = 0] [yB = 0] [yA = 0] [yB = 0]
[θA = 0] [MB = 0] [MA = 0] [MB = 0]
(a) Viga em balanço (b) Viga simplesmente apoiada
As equações estudadas neste tópico podem ser aplicadas diretamente a uma viga
em balanço ou a uma viga simplesmente apoiada. Em casos de vigas apoiadas com
balanço, as reações de apoio provocam a descontinuidade na força cortante (na
terceira derivada de y ), podendo ser levado em conta por meio do uso de funções
singulares. Este método é aplicável às vigas que apresentam carregamento distribuído
descontínuo, se expressarmos a carga w( x) em termos de funções singulares.
O que aprendemos nesse tópico será aplicando no exercício exemplo 2, a seguir.
A B
L
Figura 14 - Viga prismática simplesmente apoiada com carregamento distribuído
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
d4y
EI w( x)
dx 4
d3y
EI V ( x) wx C1
dx 3
d2y 1
EI M ( x) wx 2 C1 x C 2 (Eq. 17)
dx 2
2
1 1
M (0) w02 C1.0 C 2 0 w02 C1.0 C 2 C 2 0
2 2
1 1 1
M ( L) wL2 C1.L 0 0 wL2 C1.L C 1 wL
2 2 2
UNIDADE 9 405
d2y 1 1
EI wx 2 wLx
dx 2
2 2
dy 1 1
EI wx3 wLx 2 C3
dx 6 4
1 1
EI y wx 4 wLx 3 C3 x C4 (Eq. 18)
24 12
C4 0
e
1 1 1 1
EI y ( L) wL4 wL.L3 C3 L 0 EI 0 wL4 wL.L3 C3 L
24 12 24 12
1
C3 wL3
24
1 1 1
EI y ( x) wx 4 wLx 3 wL3 x (Eq. 19)
24 12 24
w
y ( x)
24 EI
x 4 2 Lx3 L3 x (Eq. 19’)
L w L L 3 L
4 3
y( ) 2 L L
2 24 EI 2 2 2
L w L L 3 L
4 3
y( )
2 L L
2 24 EI 16 8 2
L w L4 L4 L4
y( )
2 24 EI 16 4 2
L w 5 L4
y( )
2 24 EI 16
L 5wL4
y( )
2 384EI
5wL4
y máx
384 EI
Estudamos, neste tópico, como determinar a linha elástica para uma viga com carrega-
mento uniformemente distribuído, por meio de uma forma direta, sem a necessidade
de realizarmos seções. Também aprendemos como utilizar as condições de contorno
para determinarmos as constantes de integração.
UNIDADE 9 407
Vigas Estaticamente
Indeterminadas
A B
L
Figura 15 - Viga prismática estaticamente indeterminada
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Desenhando o diagrama de corpo livre (Figura 15), iremos observar que as reações
dos apoios envolvem quatro incógnitas, enquanto são disponíveis, da Estática, apenas
três equações de equilíbrio, que são
Fx 0; Fy 0; M A 0 (Eq. 20)
wL
L/2
MA
A
B
Ax
L
Ay B
Figura 16 - Diagrama de corpo livre de viga prismática estaticamente indeterminada
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
UNIDADE 9 409
Para determinação das reações dos apoios e as constantes C1 e C2 , devemos utilizar
as seis equações, sendo três equações de equilíbrio (apresentadas na equação 20), e
as três equações que descrevem as condições de contorno, ou seja, as condições que
atendem a declividade e a flecha para serem nulas em A, e a flecha que atendem as
condições para ser nula em B.
Com isso, as reações dos apoios podem ser determinadas ao mesmo tempo que
se obtém a equação da linha elástica. A Figura 17 expressa a explicação anterior.
y
w
B
A x
[x = 0, θ = 0] [x = L, y = 0]
[x = 0, y = 0]
Figura 17 - Condições de contorno para uma viga prismática estaticamente indeterminada
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
3 EXERCÍCIO Uma viga prismática com carregamento uniformemente distribuído possui apoio A
engastado e apoio B, um apoio de primeiro gênero. Determine as reações de apoio,
como ilustra a Figura 18.
A B
L
Figura 18 - Viga prismática estaticamente indeterminada para determinação das reações de apoio
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
MA
A
B
Ax
L
Ay B
Figura 19 - Diagrama de corpo livre do exercício exemplo 3
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
wx x/2
MA
A
M
Ax
C
x V
Ay
d2y 1
EI wx 2 Ay x M A
dx 2
2
UNIDADE 9 411
e, integrando
dy 1 1
EI EI wx3 Ay x 2 M A x C1 (Eq.23)
dx 6 2
1 1 1
EI y wx 4 Ay x 3 M A x 2 C1 x C2 (Eq.24)
24 6 2
1 1
EI 0 w03 Ay 02 M A 0 C1 C1 0
6 2
1 1 1
EI y 0 w04 Ay 03 M A 02 C1 0 C2 C2 0
24 6 2
1 1 1
EI y wx 4 Ay x3 M A x 2 (Eq. 25)
24 6 2
1 1 1
EI y EI 0 0 wL4 Ay L3 M A L2
24 6 2
Simplificando, temos
1
3M A Ay L wL2 0 (Eq.26)
4
Ay B wL 0
1
M A BL wL2 0
2
1
M A BL wL2
2
Igualando,
MA MA
BL 1 2 1 2
wL BL wL
3 4 2
BL 1 2 1 2
BL wL wL
3 2 4
2 BL 1 2 1 2 3 3wL
wL B wL ∙
3 4 4 2L 8
UNIDADE 9 413
Assim,
Ay B wL
3wL 5wL
Ay wL
8 8
e
1 3wL 1 3 1
M A BL wL2 L wL2 wL2 wL2
2 8 2 8 2
wL 2
MA
8
Logo, teremos as reações:
5wL wL2 3wL
=Ax 0=Ay =MA = B
8 8 8
Neste tópico, estudamos como determinar as reações de apoios para vigas estati-
camente indeterminadas. Observamos que o uso da equação da linha elástica é
importantíssimo para a determinação das reações nos apoios, juntamente com as
condições de contorno impostas pelos apoios. Essa situação de vigas estaticamente
indeterminadas é uma situação muito comum em nosso cotidiano na Engenharia.
UNIDADE 9 415
Para o melhor entendimento do assunto, iremos desenvolver o exercício exemplo 4
de forma comentada, para entendermos o princípio da superposição.
150 kN
2m
20 kN/m
A B
D
8m
Figura 21 - Viga prismática simplesmente apoiada com carregamento distribuído e concentrado
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
150 kN
150 kN
20 kN/m 2m w = 20 kN/m
A B A B
A B
D D
D x =2m
L=8m
L=8m
(a) (b) (c)
Figura 22 - Viga prismática simplesmente apoiada com deformação causada por carregamentos.
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
Fy 0: Ay 150 By 0
Ay By 150kN
Sendo assim, teremos que, por meio de uma seção no trecho entre A e D,
M 0
Ay ∙ x M AD 0
M AD ( x) Ay ∙ x 112, 5 x
d 2 y M ( x)
Utilizando a equação 5 ( = ), teremos a declividade no trecho entre A e D,
dx 2 EI
x x x2
EI AD ( x) M ( x)dx (112, 5 x)dx 112, 5 C1 56, 25 x 2 C1
0 0 2
56, 25 x 2 C1
AD ( x)
EI
188, 75 x 3 C1 x C2
y AD ( x)
EI
UNIDADE 9 417
Equação do momento fletor:
M 0
L
Ay ∙ x 150 ∙ ( x ) M DB 112, 50 x 150( x 2) M DB 0
4
112, 50 x 150 x 300 M DB 0
M DB ( x) 37, 5 x 300
Equação da declividade
x x x2
EI DB ( x) M ( x)dx (37, 5 x 300)dx 37, 5 600 x C3 18, 75 x 2 300 x C3
0 0 2
18, 75 x 2 300 x C3
DB ( x)
EI
x3 x2
x x
EI yDB ( x) ( x)dx 18, 75 x 2 300 x C3 18, 75 300 C3 x C4
0 0 3 2
6, 25 x3 150 x 2 C3 x C4
yDB ( x)
EI
y P
[x = L, y2 = 0]
A B x
[x = 0, y1 = 0]
D
1
[x = L, θ1 = θ2]
4
1
[x = L, y1 = y2]
4
18, 75 x 3 C1 x C2 18, 75 ∙ 03 C1 ∙ 0 C2
y AD ( x) 0 C2 0
EI EI
e x 8 yB 0
6, 25 x3 150 x 2 C3 x C4 6, 25 ∙ 83 150 ∙ 82 C3 ∙ 8 C4
yDB ( x) 0
EI EI
C4 8C3 6400
e x 2 AD DB
Logo,
AD DB
225 C1 525 C3
225 C1 525 C3 C1 C3 525 225
EI EI
C1 C3 300
e
x 2 y AD yDB
150 2C1
y AD (2)
EI
UNIDADE 9 419
x 2 y AD yDB
5850 6C3
yDB (2)
EI
Logo,
x 2 y AD yDB
C1 C3 300
C1 525 e C3 825
2C1 6C3 6000
Assim, temos as equações para o carregamento concentrado:
• Trecho AD
56, 25 x 2 525
Equação da declividade → AD ( x)
EI
18, 75 x3 525 x
Equação da linha elástica → y AD ( x)
EI
• Trecho DB
18, 75 x 2 300 x 825
Equação da declividade → DB ( x)
EI
6, 25 x3 150 x 2 825 x 200
Equação da linha elástica → yDB ( x)
EI
Fy 0: Ay 160 By 0
Ay By 160kN
d 2 y M ( x)
Utilizando a equação 5, 2 = , teremos a declividade no trecho entre A e B,
dx EI
x x x3 x2
EI AB ( x) M ( x)dx (80 x 10 x 2 )dx 10 80 C1
0 0 3 2
10 x3 40 x 2 C1
AB ( x)
3EI EI EI
x x 10 10 x 4 x3
EI y AB ( x) ( x)dx x 3 40 x 2 C1 40 C1 x C2
0 0
3 3 4 3
5 x 4 40 x3 C1 x C2
y AB ( x)
6 EI 3EI EI EI
UNIDADE 9 421
Aplicando as condições de contorno, temos que
x 0 y 0
5x4 40 x 2 C1 x C2 5 ∙ 04 40 ∙ 02 C1 ∙ 0 C2
y AB ( x) 0 C2 0
6 EI 3EI EI EI 6 EI 3EI EI EI
x 8 y 0
5x4 40 x 3 C1 x C2 5 ∙ 84 40 ∙ 83 C1 ∙ 8
y AB ( x) 0
6 EI 3EI EI EI 6 EI 3EI EI
10240 1280
C1
3*8 3
10 x 3 40 x 2 1280
Equação da declividade → AB ( x)
3EI EI 3EI
5 x 4 40 x3 1280 x
Equação da linha elástica → y AB ( x)
6 EI 3EI 3EI
D 3 x10 3
2, 93 x10 3
5, 93 ∙ 10 3 rad
• Flecha no ponto D:
yD yD CARGA CONCENRTADA yD CARGA DISTRIBUÍDA
yD 9 x10 3
7, 53 x10 3
16, 53 ∙ 10 3 m 16, 53mm
UNIDADE 9 423
Tipos de viga e Flecha Rotação Equação da
Linha elástica
carregamento máxima nos apolos linha elástica
1
P y
L
x PL3 PL2 y = P (x3 3Lx2)
O 3EI 2EI 6EI
ymáx
L
2
w y
L wL4 wL3 y= w (x4 4Lx3 + 6L2x2)
O x 8EI 6EI 24EI
ymáx
L
3
y
L
x
ML2 ML y= M x2
O 2EI EI 2EI
L ymáx
M
4
1L P
2
y L Para x < 1 L:
x 2
O PL3 + PL2
16EI y= P (4x3 3L2x)
48EI 48EI
1L ymáx
L 2
5
P y Para a > b: Para x < a:
L
a b
b 3/2 θA = Pb(L2 b2)
a Pb (L² b²) 6EIL Pb [x3 (L2 b2)x]
B x y = 6EIL
A B A 9 √3EIL
ymáx
θB = Pa(L2 a2)
xm xm = L2 b² 6EIL Para x = a: y = Pa²b²
L 3 3EIL
6
w
y L 5wL4 + wL3 y= w (x4 2Lx3 + L3x)
x 24EI
O 384EI 24EI
L 1L ymáx
2
7
M y L ML2 θA = + ML M (x ³ L²x)
9√3EI 6EI y=
A B B x 6EIL
O ML
L ymáx θB = 3EI
L √3
A B
L
Viga prismática simplesmente apoiada AB suporta um carregamento distribuído uniformemente
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
2. Uma viga simplesmente apoiada com balanço, ABC, tem uma carga concentrada
P na extremidade do balanço no ponto C. Para o trecho AB da viga:
a) Deduza a equação da linha elástica.
b) Determine a flexão máxima.
c) Calcular y máx para as informações:
A B
C
L a
Viga simplesmente apoiada com balanço
Fonte: adaptada de Beer e Johnston Jr. (2006).
425
3. Uma viga simplesmente apoiada AB de seção uniforme:
a) Determine a reação de apoio A.
b) Deduza equação da linha elástica.
c) Determinar a rotação do eixo no apoio A.
w0
A B
426
LIVRO
427
BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. Tradução de Celso Pinto Morais Pereira. 3. ed.
São Paulo: Pearson Makron Books, 2006.
428
1. Diagrama de corpo livre: x
wx 2
A M
D
x V
RA = 1 wL
2
• Reações de apoio:
wL wL
=RA = RB
2 2
• Equação do momento fletor:
1 1
M ( x) wLx wx 2
2 2
• Equação diferencial da linha elástica:
d2y 1 1
EI wx 2 wLx
dx 2
2 2
Integrando duas vezes com a rigidez flexional
dy 1 1
Declividade EI wx3 wLx 2 C1
dx 6 4
1 1
Linha elástica EIy wx 4 wLx3 C1 x C2
24 12
• Condições de contorno:
[x = 0, y = 0] [x = L, y = 0]
A B x
429
x 0, y 0 : Através da Eq. Linha Elástica C2 0
wL3
x L, y 0 : Atraavés da Eq. Linha Elástica C1
24
• Equação da declividade
dy 1 1
EI wx 3 wLx 2 C1
dx 6 4
1 1 1wL3
EIy wx 4 wLx3 x0
24 12 24
wx 4 wLx 3 wL3 x
EIy
24 12 24
w
y
24 EI
x 4 2 Lx3 L3 x
• Flecha máxima:
L w
x 2 , ymáx : y
24 EI
x 4 2Lx3 L3 x
w L L 3 L
5wL4
4 3
y 2 L L
24 EI 2 2 2 384 EI
430
2. Diagrama de corpo livre:
A B
C
RA RB
L a
y P
D
A M
x
a V
RA = P
L
• Reações de apoio:
Pa a
RA RB P 1
L L
• Equação do momento fletor:
a
M P x (0 x L )
L
d2y a
EI 2 P x
dx L
Integrando duas vezes com a rigidez flexional:
dy 1 a
Declividade EI P x 2 C1
dx 2 L
1 a 3
Linha elástica EIy P x C1 x C2
6 L
431
• Condições de contorno:
y y
[x = 0, y = 0] [x = L, y = 0] ymáx
E
B
A x A x
B
C C
xm
L a
PaL
x L, y 0 : Atraavés da Eq. Linha Elástica C1
6
1 a
EIy P x 3 C1 x C2
6 L
1 a PaL
EIy P x 3 x0
6 L 6
PaL 2 x x
3
y
6 EI L L
432
• Flecha máxima:
dy PaL x
2
1 3
dx 6 EL L
PaL x
2
L
0 1 3 x 0, 577 L
6 EL L 3
PaL 2 PaL 2
ymáx
6 EI
0, 577 0, 577 33
0, 0642
EI
Portanto:
ymáx 0, 0642
PaL 2
0, 0642
220 x103 N 1, 20m 4, 50m 2
EI 200 x109 N m2 301x106 m4
ymáx 5, 70 x103 m 5, 7 mm
433
3. Diagrama de corpo livre:
1 x
(w0 )x
2 L 1 x
x w = w0
3 L
A M
D
x V
RA
1 w x 2 x
M D 0 : RA x 0 M 0
2 L 3
w0 x 3
M ( x ) RA x
6L
• Equação diferencial da linha elástica:
d2y w0 x 3
EI R A x
dx 2 6L
Integrando duas vezes:
dy 1 w x4
Declividade EI EI RA x 2 0 C1
dx 2 24 L
1 wx 5
Linha Elástica EIy RA x 3 0 C1 x C2
6 120 L
434
• Condições de contorno:
y
[x = L, θ = 0]
[x = L, y = 0]
[x = 0, y = 0]
x
x 0, y 0 C2 0
1 w L3
x L, 0 RA L2 0 C1 0
2 24
1 w L4
x L, y 0 RA L3 0 C1 L C2 0
6 120
435
• Reações de Apoio em A
1 w L3
RA L2 0 C1 0 *L
2 24
1 w L4 1 w L4
RA L3 0 C1 L 0, logo C1 L RA L3 0
12 w24L4 2 24
RA L3 0 C1 L C2 0
6 120
1 w L4
RA L3 0 C1 L 0 0
6 120
1 w L4 1 w L4
RA L3 0 C1 L 0, logo C1 L RA L3 0
6 120 6 120
Portanto,
C1 L C1 L
1 w L4 1 w L4
RA L3 0 RA L3 0
2 24 6 120
1 1 w L4 w L4
RA L3 RA L3 0 0
2 6 120 24
1 w L4
RA L3 0
3 30
w0 L
RA
10
436
• Equação da linha elástica
Valor da constante c1
1 w0 L 3 w0 L4
C1 L L
2 10 24
w0 L4 w0 L4 w L3
C1 L C1 0
20 24 120
Equação da linha elástica
1w L w x 5 w L3
EIy 0 x 3 0 0 x
6 10 120 L 120
w0
y
120 EIL
x5 2 L2 x 3 L4 x
• Rotação no apoio A
dy w0
5 x 4 6 L2 x 2 L4
dx 120 EIL
x 0, temos
w0 w0 L3
A 5 ∙ 04 6 L2 ∙ 02 L4
120 EIL 120 EI
437
438
439
CONCLUSÃO