Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
A definição de QVRS neste estudo caracteriza-se como sendo um constructo complexo, multidimensional, que
permite atribuição de valor positivo ou negativo às suas dimensões, bem como decorre da subjetividade de cada
sujeito investigado, por conceber que a realidade só adquire significado pela percepção, portanto no processo de
interpretação da realidade (FLECK et al, 1999a).
de histórico de defasagem idade série e reprovação, de trabalho e renda (KERBER,
2015).
Teve como objetivo geral compreender a associação do perfil de escolarização
e de acesso ao mercado de trabalho de alunos de 14 a 16 anos matriculados na rede
municipal de ensino de um município de pequeno porte do Vale dos Sinos com as
dimensões da QVRS.
Com base na análise univariada destes dados verificou-se associações
significativas entre as características de sexo, idade, histórico de reprovação e
inserção no mercado de trabalho com a percepção de qualidade de vida enquanto
indicador de impacto das políticas públicas de proteção integral ao adolescente no
contexto investigado (KERBER, 2015), o que determina a opção por analisar esta
dimensão da dissertação no presente artigo.
Pensar a relação escola e trabalho no campo das políticas públicas de
educação e trabalho oportuniza refletir sobre os processos de exclusão-inclusão
presentes em cada uma destas dimensões e nas formas de (des)integração entre as
mesmas. Outro aspecto importante a desvelar com este ensaio são das diferentes
formas de participação e articulação dos atores sociais envolvidos direta ou
indiretamente no estudo, com ênfase na percepção dos jovens enquanto sujeitos de
direitos e entendendo-os como um espelho (NOVAES, 2013) ou metáfora social
(MELUCCI, 1997).
METODOLOGIA
Observa-se que a maioria nunca trabalhou (53,4%), sendo que 16,7% nunca
trabalhou, mas está procurando a inserção do mercado de trabalho, totalizando 70,1%
sem qualquer experiência laboral. Um grupo 42(12,5%) já fez sua primeira experiência
profissional, mas no decorrer da coleta de dados não estava trabalhando.
Efetivamente, relataram algum tipo de atuação profissional 3,9% com algum tipo de
vínculo formal de trabalho e 13,4% atuam na informalidade e com maior
vulnerabilidade laboral.
Avançando nas reflexões que esta pesquisa oportuniza a quem se lança a
desvendar as percepções de qualidade de vida de um grupo de jovens em um
contexto cultural particular, é necessário investir mais na compreensão da
multiplicidade das experiências e comportamentos juvenis, em especial em centros
urbanos no Brasil.
Para tanto, três pilares sustentam a abordagem feita por um coletivo de autores
da área das Ciências Sociais que empreenderam diversos estudos na compreensão
desta nova forma de ser e estar no mundo: a busca de si e o papel das
expressividades e performances, os modos de conceber e lidar com a ideia de futuro
e as possibilidades de inserção e reconhecimento social (PAIS, 2006).
Nessa última categoria, referente às possibilidades de inserção e
reconhecimento social, desponta como essencial as reflexões sobre a relação do
jovem com a educação e o mercado de trabalho, em uma perspectiva de atribuição
de significados ao processo presente na adolescência do contexto investigado.
Abordando as formas percebidas de ingresso no mercado de trabalho, mostra-
se pertinente buscar apoio no Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual refere que
a condição de trabalhador somente pode ser assumida pela legislação trabalhista aos
16 anos; e a de menor aprendiz aos 14 anos com a finalidade específica de promover
complementação da aprendizagem ou formação profissional, devendo ser
flexibilizadas as exigências e horários para priorizar as atividades escolares e a
aprendizagem (BRASIL, 1990).
Para caracterizar o trabalho realizado pelos jovens, são apresentados dados
referentes à carga horária semanal, atividade profissional desenvolvida, turnos de
trabalho e renda pessoal dos jovens. Observa-se, que a maioria dos jovens inseridos
no mercado de trabalho realizam jornadas semanais inferiores a 20 horas semanais
englobando 31 (53,5%) e 14 (24,1%) trabalham até 30 horas sendo compatíveis com
o compartilhamento do tempo com as atividades escolares do grupo investigado.
Verificou-se ainda que 05 (8,6%) indivíduos extrapolam a carga de 30 horas
semanais e que 7(12,1%) trabalham mais de 40 horas, sendo um fator de exclusão
para permanência na escola e qualidade de aprendizado pela sobrecarga de trabalho.
Dentre as atividades profissionais desempenhadas, observa-se uma grande
diversidade com maior atuação nos setores de prestação de serviços. Em
contraponto, observou-se que 4(6,9%) trabalham como auxiliares de produção no
setor de calçado e fabril, 3(5,2%) como ajudantes de mecânico, 3(5,2%) agricultores,
2(3,4%) carregadores/abastecedores de fruteiras, que envolvem riscos ambientais ou
sobrecarga física no contexto laboral mais elevado.
Ao investigar o turno de trabalho dos jovens trabalhadores, verificou-se, uma
frequência maior de atuação no turno da tarde com 32(55,2%) em função de que a
maioria dos alunos estuda no turno da manhã; seguido 11(19%) trabalham nos turnos
da manhã e tarde, estudando à noite na modalidade Educação de Jovens e Adultos
(EJA)
No que ser refere ao trabalho noturno, apenas 3(5,2) indivíduos trabalham
somente à noite, enquanto 3(5,2%) trabalham à tarde e à noite; 1(1,7%) relata
trabalhar nos três turnos. Nesse caso, o adolescente trabalha mais de 40 horas
realizando trabalhos nos finais de semanas e à noite para integralizar a carga horária
semanal, considerando que 20h são dispendidas na escola.
Cabe destacar que a legislação proíbe o trabalho noturno, perigoso ou
insalubre para menores de 18 anos e qualquer trabalho para menores de 16 anos,
salvo nas condições de aprendiz, a partir de 14 anos. Além desse aspecto da
ilegalidade desse tipo de trabalho, agrega-se o pressuposto de que para o “menor
aprendiz”, é prevista carga horária de até 30 horas semanais com 6 horas diárias,
incluindo o tempo destinado a atividades de educação profissional obrigatórias fora
do local de atuação profissional, conforme Art. 428 da CLT (BRASIL, 1943) e Lei
10.097 de 19 de dezembro de 2000 (BRASIL, 2000).
No que se refere à renda dos jovens proveniente dessa atuação profissional,
na Tabela 3 identificou-se que a maioria representada por 38(65,5%) recebe menos
de 1 salário mínimo; 6(10,3%) entre 1 e 2 salários mínimos e somente um adolescente
declarou receber 2 a 4 salários mínimos.
Um grupo razoável composto por 12(20,7%) jovens não quis informar seu
rendimento e um indivíduo não respondeu a questão, deixando-a em branco. Esse
fato pode levar-nos a crer que existe um receio de expor a precariedade das relações
de trabalho estabelecidas ou preocupação com o sigilo e uso dessas informações,
conforme relatado no processo de coleta e registrado no diário de campo do
pesquisador.
Tabela 3 - Perfil de renda pessoal dos jovens.
n %
Até 1 salário mínimo 38 65,5
Entre 1 e 2 salários mínimos 6 10,3
Entre 2 e 4 salários mínimos 1 1,7
Não quis informar 12 20,7
Não respondeu 1 1,7
Total 58 100,0
Fonte: elaborado pelo pesquisador.
Fruto das desigualdades sociais existentes no Brasil, foi verificado por Oliveira
et al.(2003) que existe um apelo de que a relação trabalho-escola está estruturada em
uma relação de contradição. Como conclusão, os autores constataram que, apesar
do trabalho representar um risco para a escolarização, é legitimado pelas
representações dos próprios jovens, ora justificando-o pela condição de boa parte da
população dependente do complemento de renda pelos filhos, ora legitimando-o,
como forma de adquirir autonomia e prestígio em uma sociedade de consumo.
A essas considerações, acrescenta-se a compreensão de Zucchetti (2003) ao
entender a juventude como uma metáfora social alinhada aos estudos de Melucci
(1997) e Morin (1973). Conceito que carrega o simbólico das angústias da sociedade
atual, preocupada com a vulnerabilidade das relações de trabalho, com laços sociais
frágeis, com a possibilidade de um novo universalismo centrado nos critérios de justiça
e liberdade, alicerçada no mito vitalista jovem e progressista, no individualismo e na
competição em uma ótica evolucionista (ZUCCHETTI, 2003).
Todos esses elementos orbitam um ideário que justifica o prolongamento da
escolarização como especialização e preparação para o mercado de trabalho, que
paradoxalmente mostra-se cada vez mais inseguro, incerto, baseado em uma
democratização consumista, niveladora, excludente que por saturação na acepção de
Maffesoli (1997) vão embasando a cultura juvenil. Cultura que dá especial importância
à forma como o jovem se relaciona com as experiências e com o tempo; experiências
que têm cada vez mais uma concepção múltipla, descontínua, de caráter cultural e
centradas no tempo presente e vivido.
Essa condição de ser e estar no mundo, ao dissolver as oposições entre
passado e futuro já que vive no presente, traz como resultado a possibilidade de
atenuação dos conflitos geracionais percebidos, no momento em que o jovem é
reconhecido e valorizado como potencial de futuro no presente e assim passa a se
reconhecer. Representa um potencial de movimento e ambivalência entre ordem e
desordem ao longo da história, e mais ainda na modernidade líquida e nas sociedades
complexas (MORIN, 2003; BAUMAN; 1999).
Esses elementos auxiliam na compreensão dos achados quanto à avaliação
positiva nas dimensões D3 EEMO e D4 APER de QVRS, associadas aos jovens que
atuam em sua maioria sem vínculo trabalhista ou que nunca trabalharam, livres para
realizar múltiplas experiências no tempo presente, com suas prioridades. Incluem-se
na sociedade aqueles que trabalham pela possibilidade de consumo muito mais pelo
status que antigamente o trabalho trazia pela maturidade e estabilidade profissional
em termos de segurança, há muito desconstruída nas relações de trabalho (BAUMAN,
2008). Aqueles que não trabalham incluem-se socialmente pela fruição da
pseudoliberdade de realização do exercício da vivência do tempo presente em
múltiplas expressividades e identidades juvenis (PAIS, 2006).
Finalizando essa reflexão, retomamos o resultado verificado de que jovens que
trabalham reportam melhor percepção de QVRS na dimensão D7 aspectos
financeiros, comparados aos demais estratos quanto à inserção no mercado de
trabalho. Esse resultado denota a associação da representação de trabalho dos
jovens trabalhadores deste estudo com a percepção da autonomia para a satisfação
de suas necessidades materiais de consumo e do seu grupo de pertença.
Moreira (2012), pesquisou 316 jovens entre 13 e 19 anos de Salvador quanto
a percepção de QVRS. Uma das categorias de análise foram as representações
quanto ao trabalho e outra quanto à renda. Para os jovens pesquisados, maior renda
representa melhor condição de aquisição de bens para satisfazer suas necessidades
e adotar um estilo mais saudável, gerando melhoria na sua qualidade de vida.
Fica evidente e reforça os achados do presente estudo a ambivalência entre a
independência financeira e a possibilidade de explorar experiências de satisfação
pessoal com o reconhecimento da necessidade de contribuir nas despesas
domésticas, mas associada ao poder e status à condição atribuída (CROMACK,
BURSZTYN, TURRA, 2009). Isso alimenta uma melhora na auto-percepção, estado
emocional e percepção quanto à satisfação com a vida. Contudo, deve-se considerar
que todo esse potencial de realização é acompanhado por aspectos negativos, tais
como a redução de tempo para atividades escolares, sono, convivência com a família,
lazer, acidentes de trabalho (OLIVEIRA et al.,2001; 2005; 2010).
Dando seguimento à análise da percepção de QVRS, não podemos dissociar
o contexto educacional com o seu potencial de promoção da saúde e empoderamento
do jovens para o exercício da cidadania e assunção da condição de sujeito de direitos
(RIFIOTIS, 2007). Para tanto, deve-se pensar no potencial da educação não como
mero discurso que justifique a escola, mas como território de emancipação para
realização do potencial humano, já associado à condição e categoria “juventudes”,
com a inserção no mercado de trabalho e acesso ao mínimo social.
Até o presente momento cresceram as políticas públicas para a juventude como
instrumento de controle, em especial pelo mecanismo de controle social através da
institucionalização da educação (ENNE, 2010), a qual deve ser considerada na
análise das representações atribuídas à escola e à educação pelos jovens.
Considerando-se o impacto dos processos de exclusão escolar adotando o
marcador reprovação e defasagem idade séria, apresentou-se no presente estudo um
indicador singular e exótico, pois os jovens com histórico de reprovação destacaram-
se por apresentar postos médios superiores aos jovens sem reprovação nas
dimensões D4 APER (p=0,014), D5 ATLIV (p=0,010) e D6 FAM (p=0,009). Esse
padrão de diferenciação entre os estratos amostrais foi observado também nas
dimensões D1 SAF, D2 SENT, D8 APS, D10 BUL, ET%; contudo, não se obteve o
nível de significância estatístico previsto para este estudo. Somente nas dimensões
D3 EEMO, D7 AFIN, D9 AESC, os jovens sem histórico de reprovação expressaram
melhor percepção de QVRS.
Esse fato foi confirmado ao cruzar a associação entre histórico de reprovação
e perfil de ingresso no mercado, indicando que indivíduos que nunca trabalharam
foram menos suscetíveis a reprovações (ANGELUCCI et al., 2004). Entretanto,
verificou-se maior suscetibilidade a eventos de reprovação em jovens que estão
trabalhando formalmente, seguido de jovens que trabalham sem vínculo profissional.
Fischer et al. (2003); Oliveira et al. (2005) ao analisar as repercussões do
trabalho na infância e adolescência, sinalizou o impacto negativo à saúde associado
à redução das horas de sono e exposição a riscos ocupacionais na vida escolar dos
jovens, o que também foi observado no presente estudo.
Quanto aos escores mais elevados nas Dimensões D4 APER, D5 ATLIV e D6
FAM em alunos com histórico de reprovação, pode-se sinalizar a necessidade de
explorar adicionalmente variáveis decorrentes das relações da rede de apoio a esses
jovens, considerando o âmbito familiar e o vínculo de amigos tanto dentro da escola
como fora dela. Tal inferência justifica-se ao considerar os resultados de estudos
sobre resiliência e mecanismos de proteção, conforme apontado por Amparo et
al.(2008). As dimensões associadas a esses fatores foram as que apresentaram
melhores escores no grupo com histórico de reprovação.
Um aspecto que corrobora este resultado importante verificado no contexto da
pesquisa foi o elevado suporte familiar declarado tanto pelos alunos como pelos
familiares sinalizado pelo acompanhamento das atividades escolares. Batista,
Mantovani e Nascimento(2015), afirmam quanto a este aspecto ser importante o
envolvimento e diálogo; “na e com” a família, dos processos de ensino e aprendizagem
de forma sistemática e contínua, tanto quantitativamente quanto qualitativamente.
Tal inferência decorre do consenso na área educacional que uma conduta
familiar de apoio social e suporte as atividades escolares, envolvendo demonstração
de interesse, carinho, atenção, diálogo, autonomia, contribuem com o aumento da
percepção da competência social e ajustamento escolar e psicossocial
(MARTURANO, 2006). Estas condutas também mostram-se responsáveis pela
atribuição de valor e importância as atividades escolares favorecendo a elevação do
rendimento escolar (DESSEN; POLONIA, 2007).
Quanto a relação QVRS e histórico de fracasso escolar neste estudo,
percebeu-se que os alunos com histórico de fracasso escolar, apesar dos aspectos
positivos assinalados na comparação com os sem histórico de reprovação sinalizam
escores inferiores na dimensão D3 Estado Emocional, D7 Aspectos financeiros e D9
Ambiente escolar. Este achado merece atenção de estudos futuros no intuito de
verificar qualitativamente como o aluno percebe as situações de fracasso escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
BAUMAN, Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro:
Zahar, 2008.
ENNE, A. L.. Juventude como espírito do tempo, faixa etária e estilo de vida: processos constitutivos
de uma categoria-chave da modernidade. Comunicação Mídia e Consumo, v. 7, n. 20, p. 13-35, 2010.
KERBER, L. E.. Qualidade de vida relacionada à saúde de adolescentes de 14 a 16 anos da rede
municipal de ensino de uma cidade do Vale do Sinos, RS. 2015. Dissertação - Feevale, Novo
Hamburgo-RS, 2015
MARTINS, J. S. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes
sociais. Petrópolis, Rio de janeiro: Vozes, 2008.
MELUCCI, A. Juventude, tempo e movimentos sociais. Revista Brasileira de Educação, v. 5, n. 6, p.
5-14, 1997.
MOREIRA, R. M. Qualidade de vida e saúde de adolescentes: um estudo de representações sociais.
2012. 130f. Dissertação - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Jequié, Bahia, 2012.
MORIN, E. Meus Demônios. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
NOVAES, R.. Juventude e sociedade: jogos de espelhos, sentimentos, percepções e demandas por
direitos e políticas públicas.. Comunidade Virtual de Antropologia. 2013, Edição 38.
OLIVEIRA, D. D.; FISCHER, F. M.; TEIXEIRA, M. C. T. V.; SÁ, C. P.; GOMES, A. M. T.
Representações sociais do trabalho: uma análise comparativa entre jovens trabalhadores e não
trabalhadores. Ciênc Saúde Coletiva, v. 15, p. 763-73, 2010.
PAIS, J.M. Buscas de si: expressividades e identidades juvenis. In: ALMEIDA, M. I. M; EUGÊNIO, F.
Culturas jovens: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 2006.
RIFIOTIS, T. Direitos humanos: sujeito de direitos e direitos dos sujeitos. In: SILVEIRA, Rosa Maria
Godoy(org). Educação em direitos humanos: fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa:
Editora Universitária, 2007.
SANTOS, B.S. A gramática do tempo. Para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.
THE KIDSCREEN GROUP EUROPE. The KIDSCREEN Questionnaires.Quality of life
questionnaires for children and adolescents. Handbook. Lengerich: Pabst Science Publishers, 2006.
ZUCCHETTI, Dinorá Tereza. Jovens: a educação, o cuidado e o trabalho como éticas de ser e estar
no mundo. Novo Hamburgo, RS: Feevale, 2003.