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NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA

NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA


Uma Introdução à Neuropsicologia para Curiosos

Organizadores:
Bruno Santos Souza
Camila Nogueira Marchetti

>> Versão 1.4 <<

Para consultar qual versão atual e


demais informações acesse:
www.neuropsicologia.com.br
Sobre os Autores
Bruno Santos Souza
Apaixonado por ciências desde que se entende por gente. Até
hoje uma "criança" curiosa, apesar de ter caminhado pela química
e um meio mestrado em engenharia, foram as neurociências que
arrebataram esse coração! É o maluco por trás da ideia desse
projeto

Camila Nogueira Marchetti


Diz a lenda que a primeira palavra que ela aprendeu a ler foi
matemática. Apaixonada pelo ensino, com mais de 15 anos de
sala de aula. Atualmente nadando em meio a seu mestrado em
química focado ao ensino. É a pessoa que aguenta o maluco de
cima e o ajuda a organizar as ideias.

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Avisos Legais
IMPORTANTE

Esse e-book serve como referência básica para o início das discussões.
Materiais complementares, aprofundamentos e demais interações serão
disponibilizados na plataforma de membros e grupos fechados.

Toda e qualquer informação aqui contida pode e deve ser replicada, distribuída e
espalhada!

Acreditamos que conhecimento deve ser compartilhado e divulgado! Como


educadores não poderíamos pensar diferente.

Pensamos que toda e qualquer contribuição, seja ela monetária ou não, deve ser
espontânea e fazer com que aquele que contribua se sinta melhor depois do que
antes.

Apenas pedimos que sejam mantidas as referências aqui usadas e que a presente
“obra” seja creditada sendo esse o caso.

Lembrando que as informações aqui contidas resultam de alguns anos de estudos


e quando não referenciadas ou fáticas refletem um misto de entendimento e opinião
dos autores, nesse último caso, portanto, não precisam ser levadas muito a sério.

Toda e qualquer sugestão de revisão ou melhoria será analisada com carinho.

NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA


Índice

6 | Prólogo

8 | Prefácio

9 | Introdução

10 | Regras do Jogo

12 | Desdizendo Bobagens

17 | Um Pouquinho de História

24 | Separando as Peças

30 | Sistema Nervoso

43 | Neuropsicologia , Cognição e Inteligência

53 | Neuropsicologia, Atenção e Funções Executivas

64 | Neuropsicologia e Memória

77 | Neuropsicologia e Aprendizado

80 | Neuropsicologia e Emoções

95 | Neuropatologias

110 | Posfácio

112 | Conclusão

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Prólogo
Fala galera!

Em primeiro lugar vocês perceberão que a proposta desse material não é a de ser
algo exaustivo, maçante e tampouco a de cobrir a enorme gama da neuropsicologia.

Pretendo aqui justamente o contrário! De uma forma leve e descontraída, sem


aquele peso acadêmico, guiar o início da caminhada. Em suma, pretendo deixar aqui o
que gostaria de ter encontrado alguns anos atrás quando iniciei minha própria
caminhada. Escrevo para vocês da forma que escreveria para um “eu” do passado,
aquele que mal fazia ideia por onde começar.

Tomando o cuidado, porém, de não prejudicar a correta compreensão, em especial


de alguns conceitos e termos chaves para a construção de uma base sólida. Ajudando
como puder no início dessa caminhada por um território, que apesar de já bastante
explorado, mostra-se infindo a cada passo.

O ritmo será de um bate papo, portanto, fique à vontade para seguir da forma que
preferir. Sem neuras nem encanações, percorra as páginas como bem quiser para a
frente ou para trás.

O passeio é livre! Revisite os tópicos quantas vezes quiser ou precisar.

O projeto foi pensado como uma experiência ativa e dinâmica, para isso teremos
nossa comunidade em grupos fechados do whatsapp/telegram e facebook. Poderemos,
assim, escalar o conhecimento em conjunto.

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IMPORTANTE: Esse material é constantemente atualizado, de acordo com a
dinâmica entre os participantes, portanto, caso você tenha “pescado” esse E-Book no
“marzão” da internet é muito provável que esteja desatualizado.

Para conferir a versão atual visite o site www.neuropsicologia.com.br caso o que


encontrar “tocar seu coração” fica o convite para engrossar nossa comunidade e
participar ativamente das discussões e futuras atualizações, o acesso aos grupos e às
atualizações desse material serão vitalícios e exclusivos aos participantes. Enquanto
estivermos nesse mundão estaremos em contato.

Coloco-me aqui apenas como mais um nessa caminhada, somos todos iguais e
buscamos as mesmas coisas, sou apenas mais um curioso assim como você que está
do outro lado, prefiro ser amigo antes de qualquer outro rótulo! Podem contar comigo
assim como espero contar com vocês.

Minha missão aqui é a de levar, mesmo que superficialmente, uma noção geral que
sirva de ponto de partida para a construção de um conhecimento maior,
eventualmente especializado. Mas esse primeiro momento será para construção de
uma base generalista que sustente a caminhada futura.

Inicialmente percorreremos um pouco da história para compreendermos como e


quando as neurociências começam a ganhar importância. Seguindo ainda a linha
histórica, em muitos momentos “invocarei” tópicos que remontam a teoria da evolução,
a meu ver, é uma forma de facilitar a compreensão do funcionamento de nossas
estruturas do sistema nervoso ao entender como elas evoluíram até tal ponto.

Tentarei ser o mais didático e breve. Em alguns momentos, porém, não haverá
como fugir de alguns conceitos importantes que estarão sempre presentes, mas não
se preocupe que a própria recorrência deles ajudará na fixação dos mesmos.

Lembrando, mais uma vez, que a meta ao final dessa leitura é conseguir delinear,
em linhas gerais, a forma como nosso sistema nervoso atua nos bastidores do nosso
comportamento. Sem entrar, porém, em tópicos avançados. Os quais ficarão
reservados para continuidade desse projeto.

Espero que no decorrer dessas páginas você, amigo leitor, tenha o mesmo
entusiasmo que eu tenho agora ao escrevê-las.

Por hora, deixo o convite de embarcar nessa aventura rumo ao “desbravamento” do


que rola na nossa “caixola”.

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Prefácio
Inevitavelmente, a neuropsicologia com seu caráter interdisciplinar, cada vez mais,
esbarrará nas mais diversas áreas do conhecimento e o domínio, ao menos mínimo,
das competências dessa disciplina faz-se indispensável para uma atuação coerente,
atualizada e integrativa seja qual for a sua área principal de trabalho.

Nos dias atuais, aquele que atua em qualquer área onde exista alguma relação com
outro ser humano necessita, ainda que de forma superficial, possuir algum domínio em
relação à neuropsicologia, seja ele um educador físico ou um economista.

Com o fervente crescimento das neurociências, em seu amplo espectro, não dá mais
para ficar de fora daquilo que sem dúvida é o expoente das ciências na atualidade.
Muito se engana quem pensa que essa “explosão” se dá apenas no conjunto das
ciências biológicas, muito pelo contrário, todas as áreas do conhecimento, desde a
filosofia à física aplicada, passando pelas ciências sociais e históricas, bebem e
alimentam esse grande poço de conhecimento que só se alarga. Bem-vindos às
neurociências!

Professores, terapeutas, comunicadores, gestores, vendedores e toda a infinidade


daqueles que lidam com comportamento podem e devem buscar uma melhor
compreensão das neurociências, seja como forma de suporte profissional, seja
simplesmente como conhecimento e satisfação pessoal.

Sendo esse, portanto, o pano de fundo onde irá se desenrolar a nossa querida
neuropsicologia, apesar do foco maior ser dado aos componentes neurobiológicos em
certos pontos da caminhada teremos que fazer, ainda que breve, uma apresentação de
alguns carinhas famosos aí na história das psicologias (escrevo assim, pois, entendo
que não existe A psicologia e sim várias escolas que em conjunto compõe o estudo das
psicologias) para depois amarrá-los à neuropsicologia (essa sim coloco como grande
aliada na busca de uma unificação como ciência).

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Introdução
Para facilitar a leitura daqui para a frente deixarei um panorama geral, tipo um
trailer dos melhores momentos da nossa aventura.

Começaremos “acertando os ponteiros”, a ideia nesse momento será desfazer


alguns “mal-entendidos”. A lista, obviamente, não será exaustiva. Muita coisa surgirá
pelo caminho, mas listarei algumas “correções” que julgo as principais.

Feito isso, passaremos para os conceitos básicos do sistema nervoso, começando


da menor parte para a maior - do micro para o macro - entendendo um pouquinho da
química, depois da bioquímica, chegando à biologia, por fim desaguando no mar da
neuroanatomia e neurofisiologia encerrando com o ponto alto do show, o
comportamento e a cognição!

Como todo bom filme ou livro não espere que ao final tudo esteja resolvido, muito
pelo contrário, ficará um gostinho de quero mais! Aquela sensação: Acabou, e agora?

Por isso convoco a todos, mais uma vez, pois a continuidade dessa brincadeira
depende de vocês. Uma comunidade dinâmica não se cria sozinha!

Até o presente momento, em que escrevo essa página, o futuro desse projeto está
em branco, possivelmente tomará o rumo que vocês decidirem. A experiência rolará ao
estilo você decide. Aliás, será que existe o livre arbítrio? Deixarei essa para os
próximos episódios!

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Regras do Jogo
Sempre que surgir uma palavra esquisita vou deixar uma cola no rodapé e
glossário ao final do livro.

Sempre que alguma lembrança interessante me ocorrer, criarei um tópico “Dica!!!”.

Sempre que alguma coisa curiosa pintar na minha cabeça, criarei um tópico
“Curiosidade”.

Conceitos importantes ganharão destaque como tópicos “Não Esqueça!!!”

Sim, já aviso que, eventualmente, esses tópicos aparecerão aleatoriamente, pois,


essa é a magia do processo, nunca dá para saber quando vai pipocar uma ideia.

Como já era de se esperar esse material será dinâmico, ou seja, sempre que sofrer
alguma alteração avisarei e atualizarei a galera!

Aviso final e não menos importante, a verdade absoluta é uma ilusão! Ainda mais
quando lidamos com algo tão intrinsicamente complicado e em plena ebulição. Porém,
sempre que possível, deixarei as referências e indicarei as partes que são meros
devaneios da pessoa que aqui escreve.

Que comecem os jogos!

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Nota dos Autores
Caso você esteja lendo essa página, provavelmente é um dos apoiadores iniciais
do projeto e apostou no sucesso dessa empreitada. Obrigado!

Está pagina será a demarcação do projeto “embrionário” e constará aqui enquanto


não houver o lançamento “oficial”.

Lembrando que durante a construção do material poderão aparecer imprecisões,


além de capítulos “truncados” e/ou fora de ordem. Nosso processo criativo segue mais
ou menos essa linha, primeiro lançamos as ideias no “papel” para depois formatar,
organizar e deixar tudo bonitinho.

Caso você tenha caído aqui de paraquedas e não faz ideia do que estou falando,
convido a visitar o site do projeto www.neuropsicologia.com.br e consultar o estágio
atual do projeto.

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Desdizendo Bobagens

Em primeiro lugar é chegada a hora de “desdizer" algumas bobagens.

Bobagem número 1
Brain = Cérebro
Tudo aquilo que está dentro da nossa caixola é o que chamamos de encéfalo, porém,
até hoje o termo cérebro é usado por muita gente ao se referir ao encéfalo, causando
bastante confusão.
Ao que tudo indica tudo isso começou com a tradução equivocada, lá num passado
distante, no qual o termo Brain, em inglês, que deveria ter sido traduzido como Encéfalo -
uma vez que na língua inglesa o outro termo equivalente a Brain, apesar de pouco usual,
é Encephalon – equivocadamente, foi traduzido como cérebro.
Cérebro em inglês é simplesmente Cerebrum, veja só que difícil! Então, a partir de
agora, não faremos mais confusão!
Portanto, durante nossas conversas, o que está dentro da caixola é o encéfalo e o
cérebro é apenas uma parte do encéfalo como veremos mais à frente.

Bobagem número 2
Usamos só 10% do nosso “cérebro”.
Se você já começou a sacar já vai dizer agora... encéfalo!
Essa é outra bobagem que remonta o passado obscuro das neurociências. Mais uma
vez, ao que tudo indica, esse “erro" foi propagado por um “dogma". Escrevo dogma, pois,
apesar de todo livro de Neuroanatomia, de um passado não tão distante, trazer logo no
seu início o seguinte “mantra”:
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Um Pouquinho de História

Agora é hora de voltar no tempo e pensar um pouco em como tudo começou.

Como tudo começou?


É de se imaginar que desde o primeiro momento no qual o ser humano passou a ter
alguma “consciência”* sobre a vida e a morte, deve ter sacado que o sistema nervoso tinha
lá alguma importância para manter a nossa condição de vida, a “paleoneurologia†”
encontrou muitos registros de lesões cranianas fatais, possivelmente, causadas por outro
ser humano.

Figura 2.1

*
Não entraremos, ao menos nesse momento, numa explanação profunda e filosófica. Para efeitos
práticos consideraremos consciência aqui como capacidade de perceber a relação entre uma coisa e
outra.

Ramo da paleontologia consagrado à evolução do sistema nervoso segundo os dados fornecidos polos
fósseis.
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Separando as Peças

Neurônios e Glia
Agora é hora de começar a entender as principais peças do nosso sistema nervoso, os
neurônios e a glia. Apesar de serem categorias amplas - possuindo muitos tipos de células
diferentes em estrutura, química e função - faremos uma primeira macro distinção entre
neurônios e glia.
Existem, em média, 86 bilhões de neurônios e 85 bilhões de células gliais no encéfalo
humano adulto, os neurônios são responsáveis pelo “poder de processamento” do sistema
nervoso. São eles que “sentem” o ambiente, comunicam a outros neurônios e que
comandam as respostas, mas não podemos menosprezar a glia.
As células gliais são fundamentais para o que os neurônios possam fazer seu trabalho,
são elas que garantem isolamento, sustentação, nutrição e eventualmente “reparação” dos
neurônios.
O termo glia vem lá dos gregos, da palavra grega para “cola”, portanto, é de se imaginar
que a principal função da glia seja a de manter tudo no seu devido lugar. Por exemplo:
Imaginando nosso encéfalo como um enorme panetone os neurônios seriam as frutas
cristalizadas, a glia seria a massa que preenche todos os espaços e faz com que as frutas
se mantenham em seus devidos lugares.

Entendendo os Neurônios
Em primeiro lugar, vale a pena dar uma passada rápida na história de como surge o
neurônio, essa célula extremamente especializada e bastante diferente de qualquer outra
do nosso corpo.
Uns 4 bilhões de anos atrás, surgem os primeiros seres unicelulares. Nesses
organismos uma capacidade de irritabilidade geral e uniforme propicia uma onda de
excitação que se espalha de forma homogênea em todas as direções, quando são
estimulados química ou fisicamente.
Ao longo da evolução, essa propriedade de irritabilidade foi sendo gradualmente
especializada, atuando localmente e se adaptando a novos desafios ambientais. Isso
ocorreu por conta de mecanismos de condutibilidade e contratilidade, com isso apenas
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 26

Para Lembrar:

Os oligodendrócitos são encontrados apenas


no sistema nervoso central (encéfalo e medula), já
as células de Schwann são encontradas somente
no sistema nervoso periférico (partes externas ao
crânio e à coluna vertebral).

Substância Branca e Substância Cinzenta


Você já deve ter ouvido falar nas tais, substância branca e substância cinzenta.
Quando damos uma olhada no sistema nervoso, conseguimos identificar duas regiões
bastante distintas. Uma mais esbranquiçada e outra um tanto acinzentada, mas o que
será que faz essas regiões distintas? Fácil! A presença da mielina!
A substância branca é basicamente composta pelos axônios dos neurônios, portanto,
possui grande parte de suas fibras mielinizadas, o que dá o aspecto branco ao interior do
encéfalo e a parte externa da medula, enquanto a substância cinzenta é composta pelos
corpos dos neurônios, não possuindo, portanto, mielina, se localizando na parte mais
externa do encéfalo e interior da medula.

Figura 3.2 – (Fonte: Krebs, Claudia. Neurociências ilustrada. 2013. Fig. 2.6 - Adaptada)2
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Sistema Nervoso

Por dentro do neurônio


Agora que entendemos um pouco dos neurônios por fora, vamos dar uma olhada por
dentro. Entender essas benditas sinapses, neurotransmissores, coisa e tal...

Figura 4.1 - (Fonte: Hubel, 1988, p. 126.)1

O núcleo celular aparece na literatura com vários nomes: corpo celular, soma e
pericárdio, você pode escolher o que achar melhor ou mais bonito, sem problemas, eu
prefiro usar corpo celular, pois, acho mais fácil. Os “tubinhos” que saem do corpo celular
são chamados de neuritos, sendo eles os axônios e dendritos.
Começaremos pelo axônio, ele é altamente especializado nos processos de
transferência de informações, podendo cobrir distâncias enormes no sistema nervoso. Do
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 31

corpo celular, em geral, origina um único axônio, porém, os axônios frequentemente se


ramificam nas chamadas ramificações colaterais axonais. Os axônios têm um início (o
cone de implantação), o axônio propriamente dito e a parte final que é chamada de
terminação axonal, ou botão terminal. A terminação é o local onde o axônio entra em
contato com outros neurônios (ou outros tipos de células) e passa a informação para eles.
Esse ponto de contato é chamado de sinapse, uma palavra derivada do grego
para “amarrar junto”.
os dendritos atuam como as “antenas” do neurônio para receberem as sinalizações
que chegam, ou aferências.
A “transferência” de informação dos axônios para os dendritos é feita por meio de
substâncias químicas produzidas nas terminações dos axônios, denominadas
neurotransmissores. Do lado dendrítico, nas sinapses, há proteínas específicas para
cada neurotransmissor, chamadas receptores.
Existem muitos neurotransmissores e muitos receptores diferentes. Veremos alguns
daqui a pouco!

Figura 4.2

Os neurônios “recebem” terminações de axônios de muitos outros neurônios, podendo


chegar aos milhares. Mas emitem um axônio só, que se ramifica no máximo algumas
vezes. É como se os neurônios soubessem que “ouvir é melhor do que falar”: recebem
informação de muitos outros neurônios, mas a retransmitem para poucos.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 35

A direção que aponta para cima é chamada de dorsal e a direção que aponta para
baixo de ventral. Assim, a medula espinhal do rato percorre da região anterior à posterior.
O lado superior da medula espinhal é o lado dorsal, o lado inferior é o lado ventral.

Figura 4.3

Com poucas exceções, as estruturas do sistema nervoso são pares, uma do lado
direito, e a outra, do esquerdo. A linha imaginária que divide ao meio o sistema nervoso é
chamada de linha medial. As estruturas que estão mais próximas à linha média são
mediais, as estruturas afastadas da linha média são laterais. Por exemplo, o nariz situa-
se medialmente em relação aos olhos, os olhos são mediais em relação aos ouvidos, e
assim por diante.
A partir de agora quando você ler algo do tipo córtex pré-frontal dorsolateral já fica mais
fácil sacar em que pedaço do encéfalo deve estar esse “cara”.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 36

Vejamos agora na nossa caixola:

Figura 4.4

Figura 4.5
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 39

Entendendo o Encéfalo
Vamos dar início ao detalhamento do encéfalo, então como diria o Jack, vamos,
literalmente, por partes.
Vimos que o encéfalo se divide em cérebro, tronco encefálico e cerebelo. Nesse
primeiro momento vamos nos concentrar nas 5 grandes divisões que definem do cérebro.
Talvez você já tenha escutado falar nos tais dos lobos cerebrais, eles são as 5 grandes
regiões em que dividimos o cérebro.
Para entendermos melhor como se dá essa divisão, vale a pena falarmos um pouco
sobre os sulcos e giros. Vocês já devem ter percebido que o cérebro é todo “enrugado”,
essa foi uma “solução” que a evolução arrumou para conseguir “enfiar” mais neurônios
num volume que é razoavelmente limitado.
Esse “enrugamento” é fruto da grande expansão da área da superfície do córtex*, a fina
camada de células sob a superfície do cérebro durante o desenvolvimento fetal humano.
Como consequência desse “enrugamento” temos os giros (essas partes que parecem
gomos de linguiça) e os sulcos (que são os “cortes” entre os gomos). Existem sulcos que
são bem conhecidos e servem para delimitar certas “porções”. Entre eles o mais importante
e que a partir de agora não deve ser esquecido, é o sulco central.

Figura 4.9

*
Córtex - A palavra córtex vem do latim para "casca"corresponde à camada mais externa do cérebro dos
vertebrados
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Neuropsicologia,
Cognição e Inteligência

Cognição
Para as neurociências em geral, incluindo a neuropsicologia, a palavra “cognição”
envolve mais do que apenas o pensamento, envolve todo o conjunto de processos
realizados pela mente enquanto ela está em atividade como, por exemplo, a percepção, a
atenção, a associação, a memória, o raciocínio, o planejamento, a linguagem, a
imaginação e assim por diante. As funções cognitivas nada mais são do que expressões
do funcionamento de regiões e circuitos cognitivos complexos.
Não podemos nos iludir, porém, na busca de um “fatiamento cirúrgico” entre essas
funções, pois, os processos e estruturas do sistema cognitivo são interdependentes. Por
exemplo, enquanto você lê este livro, está aprendendo, mas vários outros processos
também estão em andamento. A percepção visual na “captura” das palavras, a atenção
para não se perder entre as linhas. Você deve dominar também habilidades linguísticas,
além de possuir um “repertório” relevante na memória de longo prazo. Os elementos de
resolução de problema são “ativados” quando alguma bobagem que eu escrevo aqui
entra em conflito com alguma outra bobagem que você já leu em algum outro lugar.
E o que dizer em relação ao estado emocional, o qual, para complicar mais um pouco,
“corre em paralelo” modulando tudo isso. Se você estiver com fome, ou brigado com
alguém um pouco antes de se sentar para ler essas páginas, existem grandes chances de
seu aproveitamento ser péssimo. Por fim, quando você resolve contar tudo que aprendeu
aqui, para seu amiguinho favorito, toda essa informação deve ser recuperada e
conscientemente avaliada para montar a sua explanação.
Resumo da ópera! Cada processo depende de outros processos e estruturas, portanto,
cada vez mais, pensar no conjunto da obra se torna mais produtivo.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 44

Estudaremos as funções cognitivas


mais importantes para a Neuropsicologia,
a começar pela inteligência.

Figura 5.1

Inteligência e Psicometria
Pessoal, essa é uma das partes que pensei bastante antes de incluir no presente
material, pelo fato de ser notavelmente polêmico. Porém não poderia deixar de lado,
mesmo que brevemente, uma noção de como a neuropsicologia encara esse assunto.
Inegavelmente, percebemos diferenças entre pessoas, tanto facilidades quanto
dificuldades. Um Einstein não passaria despercebido!

Você sabia?

v O encéfalo de Einstein era menor que um


encéfalo médio de um homem adulto. Pesava
1
“apenas” 1.230g, porém possuía inúmeras
peculiaridades que foram analisadas por
diversos pesquisadores em busca do
“segredo” de sua genialidade¹.

Mas como identificar o que faz com que essas pessoas sejam diferentes?
Atualmente é o uso da análise fatorial* que permite uma classificação geral das
capacidades cognitivas. Buscando correlacionar causas e consequências, cognição e
comportamento. Nos estudos psicométricos da inteligência, analisa-se a correlações entre

*
A principal função das diferentes técnicas de análise fatorial é reduzir uma grande quantidade de
variáveis observadas a um número reduzido de fatores.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 53

Neuropsicologia, Atenção
e Funções Executivas

Atenção!
Será que conseguimos prestar atenção em tudo que nos rodeia? Provavelmente você
responderá, claro que não! Então será que, ao menos, prestamos atenção à grande
maioria das informações que recebemos a todo momento? Agora ficou mais difícil
responder!
Vamos a um teste rápido de atenção e memória! Responda rápido! Qual o ícone de
aplicativo que está no canto inferior direito da sua primeira tela do celular?

Figura 6.1

Pronto! Agora pegue seu celular e confira! Acertou?


Muito bem!
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 58

Funções Executivas
Já parou para pensar quais funções cognitivas podem estar por trás de habilidades
como, a tomada de decisões, a flexibilidade, o controle emocional, a administração da
rotina, o planejamento e a resolução de problemas? Serão essas habilidades fruto somente
da nossa inteligência? O que poderia estar por trás, por exemplo, daquela “repassada”
matinal, ainda mentalmente, pelas tarefas que teremos que encarar no dia, categorizando
e priorizando as mais urgentes e deixando outras atividades de lado. Eu, por exemplo,
estou aqui escrevendo enquanto poderia estar no clube curtindo uma piscina!
As funções executivas são processos mentais, responsáveis pelo controle,
monitoramento e regulação das nossas ações, pensamentos e emoções. Graças a estas
funções nós conseguimos direcionar o nosso comportamento a metas; flexibilizar
estratégias e formas de pensar para alcançar objetivos; controlar os nossos impulsos e
adequar as nossas ações às regras sociais; tomar decisões baseadas nos objetivos
pretendidos; realizar planos e solucionar problemas e, tudo isso, ao mesmo tempo em que
nos auto monitoramos para verificar a eficácia das estratégias que estamos utilizando.
Mas você pode estar se perguntando: Qual a razão de habilidades tão distintas estarem
colocadas no mesmo “balaio”? Simples! Ao que tudo indica, elas estão relacionadas a um
mesmo agrupamento de regiões cerebrais.
Apesar dessas funções também
serem comuns a outros animais,
elas atingiram o máximo do seu
desenvolvimento em nossa
espécie. Em relação aos aspectos
neuroanatômicos, as funções
executivas ficam, de forma
predominante, no nosso lobo
frontal, mais especificamente, no
córtex pré-frontal, que é uma
região especialmente desenvolvida
no ser humano.
Figura 6.5

Assim como a inteligência, as funções executivas, também podem ser consideradas um


conceito “guarda-chuva”, pois abriga diversas habilidades e domínios ao mesmo tempo.
Porém, diferente da inteligência, ainda não existe um modelo teórico, universalmente
aceito, que explique quais são todas as essas habilidades. Usualmente elas são divididas
em 3 principais componentes:
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 59

Inibição (ou controle inibitório): é a capacidade de controlar impulsos, emoções ou


respostas automáticas inapropriadas à situação. Ela envolve os processos de atenção e o
pensamento, pois para responder de acordo com a situação, precisamos estar atentos ao
contexto, ignorar estímulos internos e externos que sejam irrelevantes para aquele
momento e pensar antes de emitir uma resposta.
Como se pode ver, a inibição está
diretamente relacionada com ter
disciplina, habilidades sociais e com se
comportar de forma adaptativa algumas
evidências sugerem que a capacidade
de inibição começa a se desenvolver
por volta dos 12 meses de idade. Mas,
o seu maior pronunciamento acontece
entre os 3 e 5 anos, atingindo o auge de
desenvolvimento na adolescência,
quando passa a ter nível equivalente ao
do adulto. Sabidamente a última região
encefálica a estar plenamente
desenvolvida é o córtex pré-frontal, em
termos neuroanatomicos ele atinge seu
tamanho final por volta dos 17-18 anos.
Figura 6.6

Memória de trabalho (ou memória operacional): é a habilidade de sustentar uma


informação em mente pelo tempo suficiente de utilizá-la na solução de algum problema, ou
para fazer relações de ideias ou integra-la à outras informações presentes na memória de
longo prazo, a memória de trabalho “faz o meio de campo”, ela sustenta a informação para
que as outras funções possam acontecer. Por exemplo, imaginar qual posição
possivelmente fará com que aquele sofá enorme passe pela porta minúscula (manipulação
de informação visuoespacial); fazer cálculos matemáticos de cabeça; integrar informações
nova, tal como não esquecer o telefone que você conseguiu na festa e não teve onde
anotar; ler um texto do início ao fim, sem esquecer o que leu no início; lembrar-se do que
iria falar depois de uma distração e por aí vai...

Flexibilidade: é a habilidade de mudar o foco atencional, o ponto de vista, as


prioridades ou as regras para adaptar-se às demandas do ambiente. É isto o que nos
possibilita lidar com situações novas ou mudanças bruscas.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 64

Neuropsicologia e
Memória

Memória(s)
Continuando nosso bate-papo sobre as funções cognitivas o convite agora é o de
explorar o território das memórias!
Como você já deve ter percebido, nessa altura do campeonato, geralmente,
trabalhamos com conceitos amplos que abarcam “entidades” relativamente diferentes.
Com a memória não será diferente!
As memórias provêm das experiências. Por isso, é mais proveitoso falar em “memórias”
ao invés de “memória”, já que há tantas memórias quanto experiências possíveis.
É evidente que a memória da sua festa de casamento é diferente da memória de sua
casa da infância que, por sua vez, é diferente da memória de como dirigir o seu carro.
Algumas dessas memórias são adquiridas
instantaneamente como a de um cheiro ou sabor
desagradável. Não precisamos de muitas tentativas para
aprender a não repetir uma comida estragada.
Outras levam semanas ou meses como a de dirigir um
carro, outras requerem anos como o domínio de uma
profissão.

Figura 7.1

Umas são muito visuais, talvez como a casa da sua vó quando você era criança, outras
só olfativas, quem sabe aquele bolo de fubá quentinho, outras quase completamente
motoras ou musculares, como dirigir ou simplesmente andar.
Algumas dão prazer e outras são terríveis. Algumas memórias consistem em uma súbita
associação de outras memórias preexistentes, naquele momento de iluminação! Outras
não requerem qualquer conhecimento prévio, como a de um trauma após um acidente.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 70

memória até realizarmos o telefonema para, então, esquecê-lo na sequência. Desde a


invenção do celular, porém, essa prática caiu no “esquecimento”!
Inclusive, um dos testes mais usuais da memória de trabalho é justamente pedir para
que o sujeito “grave” uma sequência de números, prática conhecida como teste de span
de dígito. Espera-se que um ser humano normal e saudável consiga “reter” na memória de
trabalho, em média, 7 dígitos aleatórios, podendo variar de 5 a 9, e repeti-los na sequência
correta alguns após alguns segundos.
A memória de trabalho é processada fundamentalmente pelo córtex pré-frontal
anterolateral e órbito-frontal e suas conexões com a amígdala e o hipocampo, através do
córtex entorrinal, embaixo do lobo temporal. O córtex parietal superior e o córtex cingulado
anterior também participam dessa integração da memória de trabalho1

Figura 7.3 – Principais estruturas envolvidas na formação e evocação das memórias.

Além de modular, a amígdala também armazena memórias, principalmente quando elas


têm componentes de alerta emocional2
O córtex pré-frontal recebe axônios de regiões cerebrais vinculadas com a regulação
dos estados de ânimo, dos níveis de consciência e das emoções. Os neurotransmissores
liberados por esses axônios, que vêm de estruturas muito distantes, modulam
intensamente as células do lobo frontal que se encarregam da memória de trabalho.
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 71

Isso, possivelmente, explica o fato tão conhecido de que um estado de ânimo negativo,
por exemplo, por falta de sono, por depressão ou por simples tristeza ou desânimo,
perturba nossa memória de trabalho. Todos nós alguma vez tivemos a experiência de
quanto custa ler ou ouvir e entender algo, ou simplesmente recordar um número telefônico
por tempo suficiente para discá-lo, quando estamos distraídos, desanimados, cansados ou
sem vontade.

Para Lembrar:

Equivocadamente, ainda se encontram referências


onde memória de trabalho e memória de curta duração
são tratadas como a mesma coisa.

COLOCAR FIGURAS Elas não são!

Memória de trabalho dura, geralmente, segundos e


não deixa “rastros” neuroquímicos.

Ao passo que a memória de curta duração dura de


1 a 6 horas e possuem mecanismos próprios bastante
conhecidos.

A memória de trabalho não deixa traços, diferente dos demais tipos de memória. Ela
depende, simplesmente, da atividade elétrica dos neurônios dessas regiões: há neurônios
que “disparam” seus potenciais de ação no início; outros, no meio; e outros, no fim dos
acontecimentos, sejam estes quais forem. Dessa forma muitos autores não consideram a
memória de trabalho como um verdadeiro tipo de memória, mas como um sistema
gerenciador central que mantém a informação “viva” pelo tempo suficiente para poder
eventualmente entrar ou não na memória propriamente dita.
As células que detectam o início e o fim dos acontecimentos denominam-se neurônios-
on e neurônios-off, encontrados não só no córtex pré-frontal, mas também em todas as
vias sensoriais. Alguns autores usam o termo memória sensorial, justamente por essa
“brevidade” e associação com os sistemas sensoriais.
Os neurônios-on-off são muito estudados nas vias visuais. Podemos perceber a
“persistência” da atividade elétrica desses neurônios quando olhamos fixamente uma
imagem por muito tempo, ela se “mantem” em nossa “memória visual” mesmo após
pararmos de olhar a imagem e focarmos em uma parede branca, por exemplo.
Segue uma brincadeira abaixo, fixe o olhar na imagem abaixo por uns 30 segundos e
depois olhe imediatamente para uma parede branca!
NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA 74

Figura 7.5 – Núcleo caudado e cerebelo.

Memórias Explícitas e Implícitas


Pensando na forma de aquisição das memórias, podemos dividir as memórias em
explícitas e implícitas.
As memórias de procedimentos são, em geral, adquiridas de maneira implícita, mais ou
menos automática, sem que o sujeito perceba de forma clara que as está aprendendo,
resulta diretamente da experiência. Sendo, portanto, difícil descrever de forma coerente
(explicitar) cada passo da aquisição.
Já as memórias adquiridas com plena intervenção da consciência, são chamadas de
explícitas, pois resultam de um esforço mais consciente.
Até pouco tempo atrás, consideravam-se explícitas s as memórias declarativas. Porém,
muitas memorias semânticas também são adquiridas de maneira inconsciente ou implícita,
por exemplo, sua língua materna.

Tipos de memórias de acordo com a duração:


As memórias também podem ser classificadas pela sua duração. podendo durar alguns
minutos, horas, dias, anos ou simplesmente a vida toda!
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Referências e
Sugestões de Leitura

Deixo as referências dos livros que, direta ou indiretamente, contribuíram para a


construção desse material e eventualmente não foram referenciados antes. Sendo,
portanto, uma lista sugerida para eventuais consultas e leitura.

Referências:
▪ Bear, Mark F. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4ª Ed. Porto Alegre.
Artmed. 2017
▪ Darwin, C. The Expression of the Emotions in Man and Animals. 2ª Ed. New York.
Cambridge University Press. 2009
▪ Brusca R.C.; Brusca G.J. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2007.
▪ Krebs, Claudia. Neurociências ilustrada. Porto Alegre. Artmed. 2013
▪ Eysenck, M.; Keane, M. Psicologia cognitiva: Um manual introdutório. Porto Alegre.
Artmed. 1994
▪ Izquierdo, I. Memória. 3. ed. Porto Alegre. Artmed. 2018
▪ Organizadores: Santos, F. H. dos.; Andrade, M. V.; Bueno, O. F. A. Neuropsicologia hoje.
2ª Ed. Porto Alegre. Artmed, 2015.
▪ Dalgalarrondo, P. Evolução do cérebro: sistema nervoso, psicologia e psicopatologia sob
a perspectiva evolucionista. Porto Alegre. Artmed. 2011
▪ Lent, R. Cem Bilhões de Neurônios? Conceitos Fundamentais de Neurociências. 2ª Ed.
São Paulo. Atheneu. 2010
▪ Kandel, Eric R. et al. Princípio de Neurociências. 5ª ed. Porto Alegre. Artmed. 2014
▪ Cosenza, Ramon M.; Guerra, Leonor B. Neurociência e educação: como o cérebro
aprende. Porto Alegre. Artmed. 2014
▪ Organizadores: Fuentes, D.; Malloy-Diniz, L. F.; Camargo, C. H. P. de.; Cosenza, R. M.
Neuropsicologia: teoria e prática. 2ª Ed. Porto Alegre. Artmed. 2014
▪ Herculano-Houzel, S. A Vantagem Humana. São Paulo. CIA das Letras. 2017
▪ Damásio, A. R. O Erro de Descartes. São Paulo. CIA das Letras. 2012
Conclusão
Infelizmente chegamos ao final de nossa
primeira jornada.

Esperamos, de coração, que tenha


chegado até aqui com a mesma
sensação que a nossa, de enorme
satisfação e ao mesmo tempo uma certa
melancolia.

Esperamos que a caminhada daqui para


a frente siga suave e prazerosa.
Lembrando sempre que o caminho será
percorrido em conjunto, estaremos lado
a lado e a disposição para crescermos
juntos.

Não importa qual o contexto, pensar


como comunidade é muito mais
proveitoso e construtivo do que seguir
sozinho.

Por fim, desejamos profundamente que


esses tenham sido apenas os primeiros
passos de um longa caminhada!

…Continuem participando em nossos


grupos e até a próxima atualização!!!

NEUROPSICOLOGIA SEM NEURA

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