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Cinesiologia - A Importância dos Movimentos

Texto elaborado pelos alunos do Prof. Pablo Flores Dias.

A cinesiologia é a ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos do corpo humano.
O nome Cinesiologia vem do grego kínesis = movimento + logos = tratado, estudo. A finalidade
da Cinesiologia é compreender as forças que atuam sobre o corpo humano e manipular estas
forças em procedimentos de tratamento tais que o desempenho humano possa ser melhorado e
lesão adicional possa ser prevenida. Embora os humanos tenham sempre sido capazes de ver e
sentir as suas posturas e movimentos, as forças que afetam os movimentos (gravidade, tensão
muscular, resistência externa e atrito) nunca são vistas e raramente são sentidas. Conhecer
onde essas forças atuam, em relação a posições e movimentos do corpo no espaço, é
fundamental para a capacidade de produzir movimento humano e modificá-lo.

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A Cinesiologia é a ciência que estuda os movimentos humanos. A própria respiração demanda


cinética muscular através da contrações das hemicúpulas diafragmáticas , mas temos outros
exemplos de movimento, como bombear sangue através do corpo, ou mesmo movimentar o bolo
alimentar e fecal. Nossos movimentos são possíveis pela ação muscular. É através da contração
dos músculos que o ser humano é capaz de realizar façanhas extraordinárias, como saltar 2,45
metros de altura, pular mais de 8 metros de distância, correr 100 metros em menos de 10
segundos, terminar uma maratona em pouco mais de 2 horas, levantar mais que o próprio peso
corporal no halterofilismo, realizar vários giros no ar na ginástica, saltos ornamentais ou no
skate. Acariciar alguém, pintar um quadro, dançar uma valsa, também são exemplos desse
magnífico controle que temos sobre os músculos. Ações inconscientes, como controlar o fluxo
sanguíneo para nossos órgãos, arrepiar os pêlos ao sentir frio, regular o foco da visão, ou
simplesmente sorrir são possibilitadas pela ação dos nossos músculos.

O corpo precisa do movimento.

O movimento musculoesquelético, é de suma importância para a manutenção da saúde.


Pacientes portadores de patologias graves das articulações e do sistema nervoso ou sistema
musculoesquelético, apresentam em geral severos comprometimentos.Pacientes que
permanecem por tempo muito prolongado em decúbito ou em sedestação, apresentam
complicações funcionais , como as respiratórias. No decúbito ou na sedestação a
expansibilidade pulmonar não é plena e muitas vezes este fator pode prejudicar a função e a
higiene deste órgão, podendo agravar os quadros de infecção respiratória. Os membros em
desuso permanente sofrem involução funcional, como atrofia, degeneração ou encurtamento que
prejudicam a amplitude de movimento das articulações que diminuem inclusive sua
lubrificação. A pele comprimida pelo corpo, pode gerar déficits circulatórios,que potencialmente
evoluem para ulcerações conhecidas como escaras. A circulação periférica no repouso
excessivo, pode manifestar ou agravar distúrbios, como trombose e o baixo gasto energético de
um indivíduo restrito ao leito, pode gerar obesidade que enfim trará mais complicações .

TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES

Existem três tipos de fibras musculares: tipo I; tipo IIA; tipo IIB. Todas estas estão presentes no
músculo esquelético, porém em proporções maiores ou menores dependendo do músculo. O
tipo I (de contração lenta ou oxidativo lento) é de cor escura devido a grande quantidade de

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mitocôndrias e mioglobia (hemoglobina muscular que armazena oxigênio) presentes em sua
estrutura. Apresentam grande quantidade de enzimas oxidativas, associadas ao metabolismo
aeróbico – O2. O tipo IIA (de contração rápida ou glicolíticas rápidas), por ter menos
mitocôndrias e mioglobinas em sua estrutura, é mais pálido. Apresentam grande quantidade de
enzimas glicolíticas, associadas ao metabolismo anaeróbico – sem O2. Devido ao seu diâmetro
maior, desenvolvem maior força de contração, e produzem uma contração em menos tempo que
as fibras musculares tipo I, mas no entanto, as fibras tipo IIA fadigam mais rapidamente que as
fibras tipo I, que são mais resistentes à fadiga. O tipo IIB (oxidativo rápido-glicolítico) é
intermediário em características como cor, quantidade de mitocôndrias, tamanho, velocidade de
contração e velocidade de fadiga. Como dito anteriormente, os três tipos de fibras estão
presentes na maioria dos músculos esqueléticos, porém sua quantidade varia de indivíduo para
indivíduo, e varia em determinadas partes do corpo. Por exemplo: no músculo sóleo da perna há
grande quantidade de fibras tipo I, de contração lenta, porém, no orbicular do olho a quantidade
destas é muito baixa. Em geral, todos os músculos que apresentam como características
contração intensa e baixa resistência à fadiga têm em sua estrutura maiôs quantidade de fibras
tipo IIA.

Hipertrofia, Atrofia e Hipotrofia


A hipertrofia ocorre quando há aumento no calibre das fibras musculares*. O aumento é devido à
contração repetitiva com forças submáximas e máximas. Ao contrair a musculatura há o
aumento da velocidade da síntese das proteínas contráteis, o que resulta em um aumento do
número de filamentos de actina e miosina nas miofibrilas, sendo que estas últimas sofrem
aumento no seu diâmetro. Por outro lado quando o músculo não é utilizado ocorre degradação
das proteínas contráteis ocorrendo o processo inverso: reduzem o número de miofibrilas e do
calibre das fibras, o que chamamos de hipotrofia muscular. Isso ocorre em casos de imobilização
devido a fraturas ou algumas patologias neurológicas, levando até ao quadro de atrofia, que se
caracteriza por uma hipotrofia acentuada e irreversível.
Quando ocorre a Hipotrofia

Foto acima demonstrando hipotrofia muscular da coxa direita de um paciente no pós operatório
de fratura de fêmur. O paciente apresentava uma circunferência média de 3 cm menor na coxa
direita em relação a esquerda . Foto cedida pelo Prof. Pablo Flôres Dias.

Texto elaborado pelos alunos do Prof. Pablo Flores Dias


Quando ocorre a atrofia muscular ?

Foto acima demonstrando atrofia da musculatura intrínseca da mão, em um paciente 2 anos


após lesão neural no antebraço por ferimento a faca. Foto cedida pelo Prof. Pablo Flôres Dias.

Atrofia Muscular: Figura acima

Quando ocorre a Hipertrofia ? Ocorre quando há atividade muscular excessiva ou


forçada, culminando, a médio ou a longo prazo, num aumento do tamanho do músculo.
Não aumenta o número de células (fibras musculares). Aumento do volume através do
aumento do número de componentes filamentares, protéicos , como miofilamentos e
miofibrilas.

Texto elaborado pelos alunos do Prof. Pablo Flores Dias


Foto demonstrando hipertrofia

Hiperplasia Muscular:
• Aumento do número de células (fibras musculares).
• Não ocorre no treinamento normal.
• É estimulado pelo uso de anabolisantes esteroidais, com associação a um treino
avançado, mesmo assim ocorrendo com um percentual muito baixo.
• Conceito controverso,pois muitos autores que a hiperplasia muscular nada mais é do
que a segmentação de uma parte de um miócito que contêm núcleo celular,
considerando que uma célula muscular contém vários núcleos. ( Formação de células
satélites).

Tipos de Contração

Contração Muscular Isométrica . Chamamos de ISOMETRIA, a caracteristica de contração


muscular onde se tem um equilibrio entre os músculos agonista e antagonista de um movimento
(contração mantida), ou seja, existe contração muscular em dois ou mais sentidos de um
articulação, mas não se nota um movimento decorrente das contrações, visto serem aplicadas
forças iguais entre agonista e antagonista de um movimento. Nesse tipo de contração, o
comprimento do músculo não se altera , não ocorre deslizamento das miofibrilas nem realização
de trabalho. O gasto de energia é menor. Não há encurtamento do sarcômero.

Contração Muscular Isotônica


• Também conhecida por contração dinâmica, é a contração muscular que provoca um
movimento articular. Há alteração do comprimento do músculo sem alterar sua tensão
máxima. Possui alto consumo calórico e geralmente é de rápida duração. A contração
isotônica divide-se em dois tipos: Concêntrica e Excêntrica.
• Isotônica Concêntrica: Contração que decorre através da ação da musculatura agonista
, gera aproximação ou encurtamento do sarcômero, pode atuar no movimento contra a
força gravitacional o na sua anulação.

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• Isotônica Excêntrica: : Contração que decorre através da ação da musculatura
antagonista , gera aproximação ou encurtamento do sarcômero, age no movimento a
favor da gravidade.

Na figura acima onde é demonstrada a articulação do cotovelo, que tem como músculo agonista
para extensão do cotovelo o tríceps o músculo agonista para a flexão do cotovelo o bíceps No
entanto de acordo com o posicionamento explicitado, o movimento se dá contra a ação da
gravidade, caracterizando contração isotônica concêntrica durante a flexão e ao mesmo tempo
na extensão, contração isotônica excêntrica, já que a extensão, é realizada pela musculatura
antagonista a extensão do cotovelo, ou seja o bíceps.

Exercício
Paciente em decúbito lateral direito, realiza a abdução da coxa esquerda.
Qual a musculatura envolvida?
A musculatura é agonista? Explique:

Termos:

Musculatura Agonista: Musculatura que exerce o movimento próprio de sua ação biomecânica
ao gerar encurtamento ou contração isotônica concêntrica.
Musculatura Antagonista: Musculatura que exerce o movimento oposto de sua ação biomecânica
ao gerar afastamento de sua inserção e origem ou contração isotônica excêntrica.
Paresia: Perda parcial e variável da motricidade ou força muscular.
Plegia: Perda total da motricidade ou força muscular
Parestesia: Dormência
Hipoestesia: Diminuição da Sensibilidade
Hemiplegia: Plegia em um lado do corpo.
Hemiparesia: Paresia em apenas um lado do corpo.
Tetraplegia/paresia: afecção de plegia/paresia em Membros Superiores e Inferiores.
Monoplegia/paresia: afecção de plegia/paresia em um dos membros do corpo.

Propriocepção

A propriocepção é a percepção que temos de nós mesmos ou seja a percepção do


posicionamento do corpo no espaço. É a captação de informação referente à localização do
corpo, sua mudança de posição através dos sistemas de sentido. Cinestesia já diz respeito à
senso-percepção dos movimentos corporais e em relação ao ambiente à sua volta. As
Alucinações Cenestésicas devem ser diferenciadas das Alucinações Cinestésicas, que não
dizem respeito à sensação tátil, mas sim aos movimentos (cine=movimento). Nas cinestesias os

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pacientes percebem as paredes movendo-se , eles próprios movendo-se no espaço ou
percepção equivocada sobre a posição de componentes corpóreos. Quando fechamos os olhos
toda nossa atenção, que comumente direcionamos para fora de nós, passa a ficar em função do
que poderíamos chamar de um aumento de propriocepção ou cinestesia.
Cinestesia é uma percepção de movimento A cinestesia relaciona-se a função de nosso ouvido
interno (labirinto) que nos dá uma sensação especial quando estamos nos
movimentando. Pode ser percebida claramente quando rodamos no mesmo lugar: nosso
labirinto continua a rodar quando paramos e ficamos com "o mundo girando",
mesmos parados. O nosso labirinto se acostuma com movimentos cíclicos e isso
também justifica o fenômeno de "pernas de marinheiro" - quando ficamos um bom
tempo em um barco, ao saltar em um cais nós sentimos a terra firme oscilando..
“O Cerebelo é a parte do encéfalo responsável pelo equilíbrio e postura corporal. É formado por
2 hemísferios - os hemisférios cerebelosos, e por uma parte central, chamada de Vermis. O
termo Cerebelo deriva do latim e significa "pequeno cérebro".”

Cinestesia e Propriocepção

Na maioria das condições, uma pessoa é capaz de saber conscientemente a posição das várias
partes do corpo em relação a todas as outras partes, e se uma parte está-se movendo ou
parada. O conhecimento é designado cinestesia (do grego Kinen, mover, mais aisthesis,
percepção) e sentido de posição. Os dois termos são muitas vezes tratados como sinônimos e
são usados frequentemente para cobrir todos os aspectos desta percepção, quer estática quer
dinâmica. Estritamente falando, no entanto, o termo sentido de posição refere-se ao
conhecimento da posição estática e o termo cinestesia ao conhecimento do movimento
dinâmico articular. Os sinais cinestésicos são gerados em vários tipos de receptores sensitivos
que residem nos músculos, tendões e articulações em resposta aos movimentos do corpo e
à tensão dentro dos tendões. Os impulsos reproduzidos são transmitidos predominantemente
pelas fibras aferentes grupo II à medula espinhal, cerebelo e núcleos sensitivos. Assim, outros
centros sensitivos motores no SNC são “informados”das localizações exatas das diferentes parte
do corpo em cada instante para ajudar no controle da postura e movimento.
A propriocepção (do latim próprio, de si mesmo, mais ceptive, receber) é um termo mais
abrangente do que cinestesia e refere-se ao uso do imput sensitivo a partir de receptores nos
fusos musculares, tendões e articulações para discriminar a posição articular e o
movimento articular, incluindo direção amplitude e velocidade, bem como a tensão relativa
dentro dos tendões. Alguns neurofisiologistas incluem os receptores vestibulares em cada
ouvido interno como parte do sistema proprioceptivo, porque o output do aparelho vestibular
fornece conhecimento consciente da orientação e movimento da cabeça. Os impulsos
proprioceptivos são transmitidos predominantemente através das fibras aferentes grupo I e são
integrados em vários centros sensitivas motores para regular automaticamente os ajustamentos
nas contrações dos músculos posturais desse modo mantendo o equilíbrio postural.
Diversos tipos de imputs somatossensitivos ( do grego soma, corpo, mais latim, sensorius,
pertinente a sensação) também são importantes para a manutenção do equilíbrio. Por exemplo,
as sensações de pressão das plantas dos pés fornecem informações acerca da distribuição de
carga entre os dois pés e se o peso esta mais para frente ou pra trás sobre os pés. Imagens
visuais da localização do corpo e de partes do corpo em relação a pontos de referência no
ambiente imediato fornecem informações complementar para a manutenção do equilíbrio. De
fato, o imput visual algumas vezes serve como o meio principal de manutenção do equilíbrio
quando o sistema da propriocepção está prejudicado. A importância do equilíbrio é observado

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não apenas durante as atividades cotidianas mas também ao praticar vários esportes ou quando
avaliando comprometimentos do equilíbrio e sugerindo soluções para problemas de equilíbrio.

Tono muscular ( Tônus Muscular)


Os músculos dos indivíduos com seu sistema neuromusculoesquelético intacto exibem uma
firmeza à palpação, denominada tono muscular. A firmeza presente nos músculos é observada
em repouso, mesmo nos músculos de indivíduos bem relaxados. A firmeza, no entanto, esta
prejudicada se o nervo motor que supre o músculo não estiver intacto. As músculos relaxados
exibem pelo menos uma quantidade palpável de tono muscular, mas os investigadores não
lograram detectar quaisquer potenciais de ação musculares para responsabilizar-se por este
tono (Clemmeson, 1951; Basmajian, 1952; Ralston e Libet, 1953). Assim, o tono dos músculos
relaxados em pessoas com sistema neuromusculoesquelético intacto parece constituir o
resultado de propriedades físicas básicas do músculo, tais com elasticidade, viscosidade e
plasticidade.
Termo postural é um termo usado para descrever o desenvolvimento de tensão muscular em
músculos particulares que estão ativamente engajados em manter diferentes partes do esqueleto
em relação apropriadas para manter posturas particulares. O tono postural é acompanhado por
atividade elétrica registrável a partir da unidade motora ativa. Os músculos usados mais
frequentemente para manter o corpo em uma posição ereta são designados músculos
antigravitacionais. De maneira geral, os músculos do tronco, os músculos flexores das
extremidades superiores e os músculos extensores das extremidades inferiores são
considerados músculos antigravitacionais.
Os centros motores fornecem impulsos nervosos que influenciam a excitabilidade dos
neurônios motores inferiores nos segmentos da medula espinhal que suprem os músculos
antigravitacionais. Os centros motores incluem áreas motoras no córtex cerebral, gânglios
basais, centros facilitadores e inibidores no mesencéfalo, formação reticular do bulbo e o
cerebelo. O tono postural é um fenômeno reflexivo (involuntário) que é influenciado por impulsos
aferentes a partir dos receptores sensitivos e por mecanismos eferentes a partir dos neurônios.
Clinicamente falando, o tono muscular postural normal foi criado como “suficientemente alto
para manter a cabeça, corpo e extremidades contra a gravidade, todavia suficientemente baixo
para possibilitar movimento” (De Mauro, 1994). A quantidade apropriada de tono muscular
assegura que o músculo esteja pronto para resistir qualquer alteração em comprimento, desse
modo ajudando a manter a postura. Em pessoas com um sistema neuromusculoesquelético
intacto, os tratos motores descendentes do tronco cerebral (particularmente a partir dos tratos
reticulo espinhal e vestíbulo espinhal) fornecem seqüências de baixa freqüência de impulsos aos
neurônios motores espinhais seja diretamente seja indiretamente através de interneurônios.
Assim, em qualquer instante dado, muitas respostas pós-sinápticas locais (despolarização
sublimiares) ocorrem em locais amplamente espalhados nos dendritos e corpo celular da célula
pós-sinápticas locais possam não ser suficientemente densas para provocar despolarização
completa e disparo da célula, elas servem para manter o neurônio em um estado levemente
oscilante de alta excitabilidade. Pronto para responder a imput pré-sináptico mais concentrado. O
tono muscular também assegura que o músculo esteja pronto para contrair-se ou relaxar-se
prontamente quando sinais de controle apropriado atingir os neurônios motores para produzir
movimento coordenado. O tono pode ser influenciado por doença ou lesão em vários níveis do
sistema nervoso e desse modo causar sintomas de tono muscular insuficiente ( tono baixo,
hipotonia) ou tono muscular excessivo (tono alto, hipertonia).

Tônus
• Grau de contração permanente encontrado na musculatura.

Texto elaborado pelos alunos do Prof. Pablo Flores Dias


• Estado reflexo
• Controle baseado na fisiologia do sistema nervoso periférico , medula , Gânglios da
Base, Cerebelo e Sistema Labiríntico

• Fuso Neuro-muscular

É composto de fibras musculares especializadas, as fibras intra-fusais. Nelas, os


filamentos contráteis estão presentes apenas nos pólos da célula, de modo que,
ao se contraírem, essas fibras têm a sua porção central distendida. Ao detectar
alongamento passivo do músculo, o fuso neuro-muscular produz impulsos
elétricos que atingirão a medula. Esta retorna sinais ao músculo, fazendo com
que ele mantenha um certo nível de contração muscular, denominado tônus
muscular.

Figura 9: Desenho
esquemático da malha de controle que envolve músculo, tendão, fuso muscular e fibras
nervosas.

Figura 7: Desenho esquemático do fuso neuro-muscular.

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Fusos Musculares: Capta variações de tensão no ventre muscular, levando esta informação ao
sistema nervoso central

• Órgão Tendinoso de Golgi

O órgão tendinoso de Golgi (OTG) é um receptor de tensão muscular, e fica localizado no tendão
do músculo esquelético. Quando a tensão no tendão atinge um certo limiar, o OTG dispara
potenciais de ação nas fibras aferentes (que vão para a medula), e através de conexões com
interneurônios inibitórios, produz inibição do músculo homônimo, que se relaxa, aliviando a
tensão excessiva. Trata-se de um medidor de um sistema realimentado, com rápida resposta.
Percebe-se a ação dessa malha de controle quando estamos carregando um objeto muito
pesado e, de repente, o soltamos, como se nosso músculo tivesse sido "desligado"
abruptamente. O também chamado aparelho tendinoso de Golgi também impede que
danifiquemos nosso próprio tecido esquelético ou muscular com contrações exageradamente
fortes.
Órgão de Golgi: Capta variações de tensão no tendão, levando esta informação ao sistema
nervoso central.

PRINCIPAIS PRORIOCEPTORES:

Texto elaborado pelos alunos do Prof. Pablo Flores Dias


• Receptores articulares : Muitos receptores sensoriais são encontrados nas estruturas
articulares e estes emitem vários potenciais de ação por segundo. Esses receptores são
estimulados através da deformação que dependem diretamente do estímulo gerado e
localização desses receptores.

• Receptores de Rufini: São chamados também de estatorreceptores e estão situados nas


cápsulas articulares, nas camadas superficiais e, em maior quantidade, nas articulações
proximais.

Esses receptores possuem baixo limiar mecânico, são de adaptação lenta e ativados quando
mobilizamos passivamente uma articulação em determinados ângulos de ativação, em torno de
15 a 30º, sendo característica de cada receptor e estando a articulação em repouso.

• Corpúsculo de Pacini: São encontrados nas camadas profundas das articulações e


coxins adiposos e são ativados em movimentos articulares rápidos, considerados como
receptores de aceleração. São numerosos nas articulações distais, inativos em repouso.

• Corpúsculo de Golgi: Estão situados nos ligamentos, sendo um mecanorreceptor


dinâmico, assinalando essencialmente a posição e a direção dos movimentos,
principalmente quando as articulações atingem graus extremos. ( SALGADO,A. S.I. -
1995).

Receptores Articulares

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Tipos de receptores articulares:

Existe, em Inglês, o termo "synesthetics" que foi traduzido por "cinestesia".


Mas a tradução correta é "sinestesia", com o significado de "intropercepção",
sentidos internos. São nossas sensações internas, do próprio corpo, reações
fisiológicas tais como as de "estômago embrulhado",
retesamento muscular, tensão, relaxamento etc. O termo correto, em Fisiologia,
seria propriocepção. Muitos autores entendem que cinestesia, como é um tipo de propriocepção
(sensação de movimento corporal) poderia também ser estendida para todo tipo de sensação
corporal, incluindo as viscerais, musculares, esqueléticas e neurológicas.
Cinestesia quer dizer "tudo o que é percebido fisiologicamente, exceto o sentido
da visão e audição". Os sentidos subjetivos
podem ser também visuais, auditivos ou cinestésicos.

Manutenção da Postura
Existem muitos fatores que se inter-relacionam para controlar a postura do corpo. As
contrações musculares para ajustar uma posição são geradas em resposta à entrada sensorial
por mecanismos reflexos complexos. Os receptores sensoriais que retransmitem as alterações
na posição do corpo estão situados em vários tecidos dentro do corpo e são relacionados para
resposta necessária na atividade postural normal.
1. Receptores cutâneos, particularmente os de toque e pressão, respondem ao contato
entre o corpo e outra superfície. São particularmente importantes nos pés, respondendo a
variações de pressão e textura de superfícies em partes diferentes dos pés.
2. Os receptores articulares reagem a alterações na posição da articulação. As terminações
do tipo 1, que são receptores de adaptação lenta nas estruturas capsulares, parecem ser
importantes no sentido posicional estático e, portanto, no controle da postura.
3. Os órgãos neurotendinosos de Golgi respondem ao estiramento passivo dos tendões.

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4. Olhos - os estímulos aferentes dos olhos passam para o cérebro para se integrarem com
a informação recebida de outras fontes.
5. Labirintos dos ouvidos (canais semicirculares) - impulsos aferentes relativos à posição da
cabeça são retransmitidos para o cérebro.
6. Fusos musculares - anteriormente, se pensava que os fusos musculares
desempenhavam um papel importante no controle postural, mas agora parece provável que eles
não estão envolvidos na apreciação da posição dos membros e estão mais relacionados com a
monitorização da extensão da contração muscular.
Em certo tempo, pensava-se que não havia relaxamento completo de todas as unidades
motoras em um músculo e que sempre havia uma atividade rotacional de algumas unidades
motoras que resulta no "tono muscular". Contudo, agora foi demonstrado por estudos
eletromiográficos que um músculo pode ficar completamente relaxado sem nenhuma atividade
motora. No entanto, um músculo normal tem resistência à deformação, conferida por suas
propriedades elásticas e viscosas e isso pode dar o chamado "tono", que é diferentes da textura
de um músculo flácido.
É importante compreender que uma pessoa pode ser diferente em um dos sentidos que
contribuem para o controle da postura e ainda ser capaz de manter uma postura normal. Isso
requer a adaptação dos outros sentidos para compensar a perda. A eficiência dessa
compensação varia de um indivíduo para outro.

CONSCIENTIZAÇÃO POSTURAL
A imagem que cada um tem de seu próprio corpo e de seu movimento é modificada sem
cessar, à medida que ela se exerce e que o corpo se modifica com o tempo. O momento
essencial para a estruturação espacial é aquele em que essa imagem se forma.
Inicialmente, a imagem orientada é global, ela se diferencia e se torna precisa
progressivamente, com a maturação e a experimentação.
A maturidade e a experimentação permitem cada vez mais dissociação, velocidade de
reequilíbrio, tensão. O aumento da tensão seria conseqüência da aceleração que permite ao
homem uma concentração cada vez mais importante, o que possibilitaria estruturas cada vez
mais evoluídas e eventuais sínteses que permitem mudar certos estados em função da escolha
e da reflexão.
Temos três planos para refletir: o mecânico, o espaço-tempo, a relação com o outro.
Se formos levados a considerá-los como solidários, é por experimentação. Na realidade, é
fácil entender o aspecto global do movimento no recém-nascido, pois ela não diferencia "si
próprio" e sua "mãe" e nem o objeto que seu reflexo de preensão lhe permite manter. No
entanto, na reeducação de casos graves, no estágio em que o indivíduo não é mais capaz de
constituir compensações que teriam sido imperceptíveis para nós, somos levados a perceber
que a deterioração de um desses aspectos também deteriora os dois outros.
Postura é o termo usado para denotar o alinhamento dos segmentos corporais entre si e
geralmente refere-se à posição em pé. No entanto, pode ser igualmente importante que o
fisioterapeuta considere a "postura" na posição sentada e deitada, pois ela também podem
apresentar diferenças do normal. Em certos casos, a postura anormal em pé pode não ser
aparente quando o individuo está sentado ou deitado e isso pode indicar deformidade postural e
não estrutural. É difícil prescrever uma postura normal, pois duas pessoas não têm as mesmas
medidas em todas as dimensões dos braços, pernas e tronco. As pessoas da mesma estatura
podem Ter variações no comprimento dos membros inferiores e do tronco. Além disso, há
variações nas quantidades de tecido adiposo e sua distribuição, no volume muscular e em seu

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peso relativo e no peso dos ossos. Além dessas variações anatômicas, cada indivíduo usa o
corpo de maneira diferente, dependendo da personalidade e das reações ao meio ambiente.
Também é interessante notar as variações entre as diferenças raças e mesmo entre as pessoas
que vivem em partes diferentes do mesmo pais. A postura das pessoas que vivem em regiões
montanhosas pode ser diferente das pessoas que vivem nas cidades ou regiões planas.
Para proporcionar uma postura balanceada, a linha de gravidade deve passar pela base de
sustentação. O peso do corpo dever ser distribuído igualmente entre os dois lados da base e
também entre as partes anterior e posterior. Se isso não ocorrer, o indivíduo tem que se ajustar
para manter um equilíbrio com a distensão conseqüentes dos tecidos moles e músculo. O corpo
está em equilíbrio se uma linha se uma linha vertical através do centro de gravidade cai dentro
da base de sustentação e, quanto mais perto do centro da base, menor é a pressão sobre os
músculos e outros tecidos moles.
Uma boa postura deve ser aquela em que todas as atividades do corpo possam ser
realizadas com um mínimo de esforço e a partir da qual os sistemas do corpo (respiratório,
circulatório, digestivo, etc.) possam funcionar normalmente.
Tem havido uma tendência para dar muita importância à postura do pé, quando, de fato, o
individuo muito raramente fica parado em pé por algum período de tempo. Há um intercâmbio
continuo de atividade entre os vários grupos musculares, de acordo com as posições assumidas.
No entanto, é importante que o fisioterapeuta estude a postura na posição em pé, pois os
desvios dos parâmetros normais provocam estresse nas posições de trabalho e ineficiência nas
atividades de trabalho.
Os estudos interessantes no estudo das pessoas com relação ao trabalho que
desenvolvem ou outras atividades físicas devem consultar alguns dos livros sobre ergonomia.

A perda de uma parte do corpo, por exemplo, um braço ou perna, requer uma alteração na
postura, para trazer a linha de gravidade para dentro da base de sustentação

"Imagem Corporal é o desenho que formamos na nossa mente do nosso próprio corpo;
ou a forma como o vemos" (Shilder, 1980)

A imagem corporal é a representação mental do nosso corpo, é a forma como vemos e


pensamos o nosso corpo, também é a forma como acreditamos que os outros nos vêem.

A distorção da imagem corporal está presente na bulimia e na anorexia e representa um


aspecto de difícil abordagem no tratamento.Além disso é um fator determinante no inicio, na
manutenção, e nas possíveis recaídas posteriores. A obsessão pela magreza e/ou
perfeccionismo ligado auto-imagem, surge da necessidade de estabelecer um controle absoluto
sobre si mesma. A necessidade de emagrecer ou conseguir um “corpo perfeito“, impede que se
tenha uma consciência de si mesmo, o que leva a uma batalha interna que causa angústia e
sofrimento. Infelizmente a distorção da imagem corporal impede uma percepção real de si
mesma. Por outro lado, a pretensão por uma imagem corporal perfeita e inalcançável ( porque é
sustentada por idéias irracionais e percepções irreais ), produz graves distorções perceptivas o
que leva a uma permanente insatisfação que vai determinar alguns dos vários comportamentos
do seu distúrbio alimentar. Existe uma percepção incorreta e distorcida de determinadas áreas
corporais. "A imagem corporal é a representação interna da aparência externa" Thompson 1999

Texto elaborado pelos alunos do Prof. Pablo Flores Dias

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