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Livro Digital

Simulado UNESP –
Filosofia

Fernando Andrade
Fernando Andrade
Resolução Provão de Bolsa

APRESENTAÇÃO
Olá, prezados alunos.
Meu nome é Fernando Andrade. Sou Bacharel em
licenciado em Filosofia, ambos obtidos na Universidade de São
Paulo (USP). Além disso, sou Mestre em Teoria Literária pela
mesma instituição. Atualmente, sou Professor de Literatura
Portuguesa em Curso de Graduação e professor de Redação e
Filosofia do Estratégia. Tenho mais de 20 anos dedicados ao
magistério, sendo 15 no tablado de algum curso pré-vestibular.

QUESTÕES 46 E 47

46.

Texto I
"Se o sábio alguma vez der assentimento a algo, às vezes opinará; mas o sábio nunca tem
opiniões; portanto, o sábio não dará assentimento a nada".
(Cícero, Acadêmicos)
Texto II
“[C]omo temos em nós uma faculdade real para conhecer o verdadeiro e distingui-lo do falso
(como é possível provar pelo simples fato de possuirmos em nós as ideias do verdadeiro e do falso),
se essa faculdade não tendesse ao verdadeiro [...] não seria sem razão que Deus, que no-la
concedeu, seria tido como enganador”.
(Descartes, R. Meditações Metafísicas)
Considerando a relação entre os textos, assinale a alternativa correta.
a) Os dois textos manifestam a mesma definição do que é um sábio.
b) O texto I relaciona o sábio ao conhecimento baseado na opinião; já o texto II deixa claro
que a sabedoria advém de ir para além do senso comum.
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c) O texto I manifesta dúvida em relação à capacidade de conhecer; no texto II, percebe-se a


crença na capacidade do homem de conhecer a realidade.
d) Os textos se opõem. O primeiro desqualifica o conhecimento, pois não reconhece a fonte
divina da sabedoria, enquanto o segundo entende que, tendo Deus como fonte, não é possível errar.
e) O primeiro fragmento tem como finalidade aconselhar a como se comportar de maneira
sábia; já o segundo texto tem como finalidade fazer o infiel acreditar em Deus.
Comentário.
Alternativa "A" está incorreta. O primeiro texto manifesta desconfiança em relação à
capacidade de distinguir o verdadeiro do falso; já o segundo defende que é possível conhecer o real.
Ou seja, os textos não manifestam a mesma ideia.
Alternativa "B" está incorreta. De acordo com o primeiro texto, o sábio abdica tanto da
opinião quanto do conhecimento.
Alternativa "C" está correta. Parte-se do pressuposto de que o sábio não deve opinar, porque
não pode distinguir o verdadeiro do falso; já no texto II, de Descartes, afirma-se o contrário, o
homem é capaz de produzir proposições verdadeiras sobre o mundo.
Alternativa "D" está incorreta. No fragmento I, não se discute Deus como fonte ou não do
conhecimento, portanto, é falsa a afirmação de que o “primeiro (texto) desqualifica o
conhecimento, pois não reconhece a fonte divina da sabedoria”.
Alternativa "E" está incorreta. O texto de Descartes não procura fazer proselitismo, o apelo a
Deus faz-se necessário como prova de que é possível chegar à verdade.
Gabarito: C

47.
“(...) mencionei a banalidade do mal. Não quis, com a expressão, referir-me a teoria ou
doutrina de qualquer espécie, mas antes a algo bastante factual, o fenômeno dos atos maus,
cometidos em proporções gigantescas – atos cuja raiz não iremos encontrar em uma especial
maldade, patologia ou convicção ideológica do agente; sua personalidade destacava-se unicamente
por uma extraordinária superficialidade.”
(Arendt, Hannah. A dignidade da política: ensaios e conferências.1993).
Assinale a alternativa que comenta apropriadamente esse fragmento de Hannah Arendt.
a) A filósofa, com o conceito de banalidade do mal, retoma a ideia socrática de que o mal está
na não-reflexão sobre os próprios atos.
b) Hannah Arendt retoma a ideia de Platão para quem o mal está presente no mundo sensível,
dada a precariedade e superficialidade do mundo em que vivemos.
c) A autora acredita que o mal está no fato de as pessoas afirmarem uma ideia como verdade
e acreditarem piamente nela, tornando-a um dogma.

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d) A autora acredita que o mal está associado a crenças que não levam em conta e
experiência.
e) Hannah Arendt defende a ideia de que a banalidade do mal é mera aparência, pois o mal
em si tem um fundamento metafísico.
Comentário.
Alternativa "A" está correta. No fragmento dado, a autora relaciona a banalidade do mal a
qualquer personalidade que se destaca “unicamente por uma extraordinária superficialidade”, ou
seja, pela incapacidade de reflexão.
Alternativa "B" está incorreta. A autora fala da precariedade ou da superficialidade dos
indivíduos e não do mundo. Na alternativa, discute-se o mal associado ao mundo sensível.
Alternativa "C" está incorreta. A autora fala do mal como a falta de reflexão, e não do mal
como verdade dogmática.
Alternativa "D" está incorreta. Esse pressuposto de crenças sem levar em conta a experiência
é uma discussão da epistemologia; Hannah Arendt discute ética, comportamento e, no limite,
política.
Alternativa "E" está incorreta. Acreditar no mal como fundamento metafísico significa atribuir
valor religioso ao mal e isso não seria nada banal; ela discute o mal como algo cotidiano desvinculado
das teorias salvacionistas.
Gabarito: A

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Coloco-me à disposição de vocês para sanar eventuais e possíveis dúvidas.


Temos a meta de responder ao Fórum de Dúvidas, com a qualidade e profundidade exigidas,
assim como podem me encontrar em redes sociais.

Professor Fernando Andrade

@filosofia.do.portuga Redaçao e Filosofia

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