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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


Curso: Filosofia
Matéria: Filosofia Política
Professor: Rodrigo Alvaren
Estudantes: Alexandre Ribeiro da Silva

No livro A Razão da História (Hegel, 2004), o autor assinala que para ele
a história tem sentido e finalidade. O avanço da consciência da liberdade está
presente nesse sentido, pois a história “é o desenvolvimento do Espírito no
Tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da Ideia no Espaço” (p.
21).

O sentido da história, portanto, seria a liberdade humana, o progresso


da consciência e concretização da liberdade. Exemplificando esse
pensamento, Hegel comenta sobre a consciência e a concretização da
liberdade em algumas civilizações. Sobre os gregos e romanos, esses embora
soubessem que eram livres, sabiam que somente alguns são livres, portanto há
consciência de liberdade, mas não há concretização. Os orientais não têm a
consciência da liberdade, por conta disso não há concretização, para existir o
segundo é necessário o primeiro. Apenas o mundo cristão-germânico que tem
ambos a consciência e a concretização da liberdade.

A liberdade só pode ser alcançada com pensamento crítico e reflexão,


deste modo, de acordo com Hegel os germânicos obtiveram a consciência de
liberdade pela religião. Essa consciência para ser introduzida na população
deveria ocorrer um processo de civilização. Por conta disso, embora a
escravidão não tivesse cessado imediatamente após a aceitação da religião
cristã, houve um progresso caminhando nesse sentido relacionado a religião,
exemplificando a ideia de que o sentido da história seria a concretização da
liberdade.

A liberdade não predominou repentinamente nos Estados, nem a


razão nos governos e constituições. A aplicação do princípio às
condições seculares, toda a moldagem e interpenetração da
sociedade constituída por este princípio, é precisamente o demorado
processo da história. (HEGEL, 2004, p. 65).

Isto posto, é importante ressaltar que “a história do mundo é o avanço da


liberdade” (p. 65). Partindo desse pressuposto, o autor assinala que existem
diversos graus na consciência de liberdade. Retratando esses graus: para os
orientais apenas um é livre, os gregos e romanos alguns são livres,
caminhando nesse sentido, hoje nós sabemos que todos os homens são livres.

Hegel escreve sobre a filosofia da história, sobre ela, o autor aponta que
a Razão governa o mundo, a vontade de compreensão e conhecer, portanto o
processo da história é racional, e o fim desse processo é a liberdade, a
consciência e concretização dela. Sendo o objetivo final da Razão a liberdade,
Hegel escreve sobre à forma que esse fim ocorre na realidade. A liberdade é a
vontade subjetiva, a realidade da liberdade se movimenta com a vontade
racional, com a convergência das duas vontades surge a necessidade do
Estado, que é o que Hegel chama de ser essencial.

O Estado é a união universal que permite que o indivíduo seja Moral,


pois ele é a junção da vontade universal com a vida que existe externamente
ao indivíduo, esse que vive dentro da união precisa viver uma vida moral,
porquanto umas das finalidades do ser essencial é fazer prevalecer o material.
À vista disso, a liberdade no domínio real é pequena e limitada.

Seguindo o pensamento das limitações da liberdade por conta da vida


em coletivo e da instituição do Estado, explanarei duas notícias que
corroboram com essa ideia:

“Decreto de isolamento em Pernambuco viola liberdade religiosa,


diz Anajure”. Está noticia apresenta um acontecimento que ocorre por conta
da pandemia em que estamos enfrentando no presente momento, que é o
isolamento social. O isolamento social é necessário pois estamos vivendo em
uma sociedade coletiva, e é obrigatório via o poder do Estado. No caso
noticiado o poder público determina em cinco cidades de Pernambuco
isolamento rígido, restringindo a circulação de pessoas.
O artigo do Brasil de Fato, Agência Brasil 30 anos: censura e silêncio
reforça esse pensamento. O autor deste artigo relata que o órgão público de
notícias vem silenciando relatos e editoras, tem obsessão por manchetes
positivas e excluí críticas ao governo.

Há inúmeros relatos de restrições da liberdade por conta do Estado, o


poder da violência legitimado pelo Estado, a censura, apreensão de mercadoria
pela Receita Federal, etc. A liberdade sim nos é conferida, contudo, é uma
liberdade pequena e limitada, como o autor aponta.

Portanto, faço o questionamento, se vivemos uma história cujo a


finalidade última é a Liberdade, a humanidade alcançara um grau mais elevado
de Liberdade do que o presente? Caso sim, seria em uma civilização
Anarquista, ou o ser essencial continuaria presente em uma sociedade
emancipada? Ou talvez o progresso histórico em busca da liberdade tenha
chego em seu fim.

REFERÊNCIAS

Brasil de Fato. Agência Brasil 30 anos: censura e silencio. São Paulo, 10 de


maio de 2020. Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2020/05/10/artigo-agencia-brasil-30-anos-
censura-e-silencio

Gazeta do Povo. Decreto de isolamento em Pernambuco viola liberdade


religiosa, diz Anajure. Curitiba, 13 de maio de 2020. Disponível em :
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/decreto-de-isolamento-em-
pernambuco-viola-liberdade-religiosa-diz-anajure/

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. A Razão da na história: a / Georg Wilhelm


Friedrich Hegel; introdução de Robert S. Hartman; Tradução de Beatriz Sidou.
2º ed. São Paulo: Centauro, 2001.

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