Você está na página 1de 54

Impressionismo e

Pós-impressionismo
Contexto histórico
Revolução Industrial: a burguesia ascende socialmente na
França
Maior estabilidade devido ao triunfo das democracias liberais e
à consolidação da burguesia.
Cidades transformam-se no símbolo da vida moderna. A vida
noturna se intensifica devido ao advento da luz elétrica.
Entre 1875 e 1914, ocorrem algumas alterações:
• crescimento das cidades- Paris se torna protagonista;
• canalizações, esgotos, estações e mercados, bem como
parques, boulevares e edifícios públicos (ópera, Palais de
I’Industrie...)
• iluminação permite a circulação noturna- exposições podem
permanecer abertas até mais tarde
• Cafés continuam sendo centro da vida pública e das tertúlias
artísticas e literárias.
Contexto histórico
• Inovações tecnológicas- exposições para
apresentar essas inovações
(telefone, máquina fotográfica, cinema, etc).
Paris torna-se centro da vida artística e
cultural ocidental.
• Afastamento da arte do religioso e político:
tentativa de aproximação ao indivíduo
(criador e consumidor)
• Instalado mercado de arte- círculo de críticos
de arte. Revolução das técnicas e objetivos.
Definições
• O impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século
XIX que criou uma nova visão conceitual da natureza utilizando pinceladas
soltas dando ênfase na luz e no movimento. Foi o mais notório fenômeno
visual da modernidade.

• Primeira exposição aconteceu no atelier do fotógrafo Nadar, Boulevard


dês Capucines, 35, de 15 de abril a 15 de maio de 1874

• O nome do movimento se originou da obra “Impression, soleil levant”, de


Claude Monet. O jornalista Louis Leroy, como de forma desdenhosa os
nomeou assim, por terem abandonado os meios de expressão tradicionais
para traduzir melhor suas impressões visuais.

• Substituiu o enfoque conceptual da natureza (ela é o que se vê) pelo


enfoque perceptual (baseado na experiência visual de fato).
Definições
• Escolhiam pintar sobre temas cotidianos e pessoas comuns. Desejavam
ser visualmente sinceros, não distorcer as coisas que viam, e pintavam não
como as coisas pareciam ser, mas como elas realmente eram.

• Não possuíam nenhum interesse ideológico ou político comum que uniam


os jovens “ revolucionários” da arte

• Aversão pela arte acadêmica dos salons oficiais


• Orientação realista
• Total desinteresse pelo objeto- preferência pela paisagem e a natureza
morta
• Recusa dos hábitos de ateliê de dispor e iluminar os modelos, de começar
desenhando o contorno para depois passar ao chiaroscuro e à cor
• Obras passam a ser executadas ao ar livre, sem voltar para os estúdios
Café Guerbois
Café Guerbois, na avenida
Clichy de Paris, foi local de
encontro do século XIX de
grande parte dos
artistas, escritores e amantes
das artes do século XIX — os
boêmios, em contraste com
os burgueses.
Édouard Manet, Émile
Zola, Bazille, Duranty, Degas,
Monet, Renoir, Sisley, Cézann
e, Pissarro são uns dos nomes
que frequentavam o Café.
Muitos deles são associados
ao Impressionismo. Au Cafe Guerbois, Manet, 1869
Luz e sombra
• Variações de cores
• pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num
determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da
incidência da luz do sol.
• É também com isto uma pintura instantânea(captar o momento), recorrendo, inclusivamente à
fotografia.
• As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural
do quadro passando a ser a mancha/cor.
• As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O
preto jamais é usado em uma obra impressionista plena.
• Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares.
Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito
utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem
ao pontilhismo
• As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo
contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que,
ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto,
de ser técnica para se tornar óptica.
• Preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um objeto
Ênfase na natureza

A busca da imagem ao natural


O volume e solidez – pintura
tradicional
Fidelidade com o objeto

Efeitos do olhar e da mudança


de luz durante o dia:

The stroll, camille monet and her son, Monet


A fonte das
cores está nos
raios do sol.

Camille Monet at the


window, Monet
Sugestão de
felicidade e
vida
harmoniosa

O Passeio, Renoir
Mudança no ângulo

Cavalos de corrida numa paisagem, Degas


Técnicas de pintura
A importância do pincel na
formulação da obra
Frescor da obra

Noite estrelada, Van Gogh


Pinceladas
Curtas

Auto Retrato, Van Gogh


Contorno não
definido

At the theater, Degas


Musée d'Orsay, Paris

Movimento
Estação de Saint-Lazare, Monet

Fotografia
Fotografia

Tentava fixar a imagem da Modernidade.


Revelou aos artistas aspectos desconhecidos do
mundo: ângulos desconhecidos, primeiros
planos, decomposição de movimentos. A ela
pode-se atribuir em parte o gosto disseminado
da época pela figura pintada ao ar livre.
Self-portrait

Sarah Bernhardt - 1862


Artistas
Claude Monet (14/11/1840 - 05/12/1926)
• Pintor pariesiense;
• O começo de sua carreira artística foi marcado
por dificuldades financeiras;
• Na década de 1870, começou a obter sucesso;
• Trabalhava de forma harmônica as cores e
luzes, criando imagens belas e fortes;
Auto Retrato
Vale a pena
destacar
também as
obras de arte
com temas
aquáticos
como, por
exemplo, os
murais que
realizou no
Museu
A luminosidade de Monet – Catedral de Rouen
Edgar Degas (19 /07/1834 - 27/07/1917)
• Pintor parisiense;
• Nunca adotou o leque de cores típico dos impressionistas;
• Estilo impressionista - inspirado em Manet - com inspirações
conservadoras, com bases assentes na Renascença Italiana e
no Realismo francês;
• Ficou conhecido por pintar bailarinas, cavalos, retratos de
família, cenas do quotidiano parisiense e cenas
domésticas, paisagens e a burguesia de Nova Orleans.
Todavia, durante algum tempo Degas aplicou-se a pintar as
tensões maritais, entre homem e mulher.
Auto retrato
A banheira, 1886
Cavalo de Corridas diante das
tribunas,1879
Pierre-Auguste Renoir
(25/02/1841 – 03/12/1919)
• Pintor francês, nascido em
Limoges;
• Seu 1 º contato com a arte foi em
uma fábrica de porcelana dos
Irmãos Lévy onde pintava buquês
e flores em artigos de porcelana.
• È influenciado pelo sensualismo e
pela elegância do rococó;
• Possui 3 períodos.
Período
Impressionista –
O
camarote, 1874
Período Seco - As grandes banhistas, 1887
Período Iridescente – O
julgamento de Páris, 1908
Neo-impressionismo
• Surge em França por volta de 1880 .
• Tem origem no estudo científico da cor.
• Os pintores mais representativos são: Paul Signac e Georges Seurat.
• Os artistas procuraram dar uma sensação de imagens pulverizadas no espaço.
• Tem como característica a colocação das cores puras umas ao lado das outras,
diretamente na tela para que produzam sensações ópticas de novas cores.
• Pontilhismo: Técnica que consiste de decomposição dos tons, justapondo
pequenas pinceladas sob a forma de pontos, em vez de misturar as cores na
palheta. Os neo-impressionistas nomeavam essa técnica de divisionismo.
• Esses pontos de cores em estado primário, quando observados numa distância
calculada, deveriam apresentar o máximo de luminosidade, realidade de cores e
brilho.
• Temas: Vida cotidiana, paisagens marítimas e das diversões, tratados em grandes
telas, e executados no atelier a partir de estudos realizados ao ar livre.
Artistas
Paul Signac (1863-1935)

• Pertenceu ao grupo de artistas designado por Grupo dos XX.

• Como era amante de barcos, possuiu ao longo da sua vida cerca


de 30 barcos. Isso permitiu-lhe fazer diversas viagens que o inspiraram
no uso de novos tons, porque a claridade das paisagens é diferente de
região para região.

• Em 1899 Signac publicou a obra De Eugène Delacroix ao Neo-


impressionismo. Em 1908 foi eleito presidente da Sociedade dos
Artistas Independentes, tendo mantido esse cargo até 1935, ano em
que faleceu.
Georges Seurat (1859-1891)
• Inventou um método a que deu o nome “pintura óptica”, também conhecida como
divisionismo, neo-impressionismo ou pontilhismo, no qual as pinceladas
colocadas lado a lado parecem fundir-se ao olhar do observador.

• Seurat acreditava que esses pontos de cor intensa, dispostos


rigorosamente, imitavam os efeitos da luz com maior fidelidade que a prática
intuitiva e mais aleatória dos impressionistas.

• Em vez de misturar tintas na paleta, ele pintava aplicando pinceladas ínfimas e


regulares de cor pura, as quais, quando vistas à distância, criavam uma ilusão
óptica.

• Se determinadas cores fossem colocadas muito próximas uma das outras, elas
realçavam-se mutuamente e proporcionavam iridescência (produção das cores do
arco-iris) e profundidade à pintura.

• Suas obras e princípios mais tarde exerceriam grande influência sobre os


movimentos modernistas do século XX. Artistas como Picasso e Braque foram
“impressionados” pelos seus trabalhos.
Simbolismo
Definição:
• Corrente artística de timbre espiritualista que floresce na
França, nas décadas de 1880 e 1890, opondo-se ao Naturtalismo e ao
Realismo.

Características:

- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;


- Caráter individualista
- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e
Naturalismo;
- Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da
música);
- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a
lógica e a razão
- Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração
(repetição de um fonema consonantal) e a assonância (repetição de
fonemas vocálicos).
Pós-impressionismo

• Pintores influenciados pelo


Impressionismo.
• Busca de melhorias para a técnica
impressionista.
• Vida dos artistas são relacionadas à sua
obra.
Vincent Van Gogh (1853 – 1890)

• Esquizofrênico
• Pinceladas esparças e
pastosas
• Cores expressam
sentimentos
• Expressionismo

Auto retrato
A Noite Estrelada – Van Gogh, 1889
Paul Gauguin (1848 – 1903)

• Filho de francês e peruana


• Isola-se para pintar
• Teorico intelectual de arte
• Artista rústico da pintura
• Formas e cores simples
• Fauvismo

Auto Retrato
Paisagem Taitiana com Montanha – Paul
Gauguin, 1893
Mulheres Taitianas – Paul Gauguin, 1891
Paul Cézanne (1839 – 1906)
• Desistiu de direito para
dedicar-se a pintura
• Sistemático
• Propôs melhorar o
Impressionismo
• Geometrizou as formas
• Cores faziam as
delimitaçãoes dos
objetos
• Cubismo
Auto Retrato
Vista de
Gardanne
– Paul
Cézanne,
1886
Monte
Sainte-
Victoire
– Paul
Cézanne
, 1906
Ligações externas
Cinema:
O impressionismo francês surge após a segunda guerra mundial, na década de 20. Contingência econômica aos
realizadores dessa nova vanguarda: realização de grandes produções em contrapartida, já que as grandes
companhias produtoras decidiram apoiar os projetos dos cineastas que se dedicavam a inovação.

Semelhanças entre impressionismo na pintura e no cinema


• - Dispensam técnicas tradicionais. No cinema, por exemplo, os impressionistas eram contra a
“boa fotografia” e o modo comportado de filmar. Na pintura, as figuras não deviam ter
contornos nítidos, pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro que
passa a ser a mancha/cor.
• - Buscam o experimentalismo. O experimentalismo pode ser identificado no momento em
que Abel Gance faz com a utilização de câmeras em pêndulos ou em dorsos de cavalos no
filme “Napoleão” (1927). Na pintura, um exemplo de experiência era pintar o efeito da luz
com rápidas pinceladas.
• - Exploração máxima da visualidade. A vanguarda cinematográfica é acima de tudo visual, se
caracterizando por várias técnicas estilisticas, e dando importância ao enquadramento e à
montagem ritmica acelerada. A pintura impressionista explora a visualidade a partir da
utilização de várias tonalidades, de contraste de luz e sombra, de cores puras.
• - Pesquisas sobre a óptica e os efeitos (ilusões) ópticas. Na pintura existe a pesquisa sobre as
tonalidades das cores e as mudanças que ocorrem dependendo da incidência da luz do sol.
No cinema sobreimpressoões, deformações ópticas são muito utilizados.
• - Presença de um olhar móvel. Essa mobilização do olhar é originada da valorização do
mundo natural, visto como palco de fenômenos atmosféricos e efêmeros. Na pintura
também há a valorização das impressões momentâneas e fugazes de seu cotidiano e o
aspecto efêmero da vida.
Música: A máxima “sinto, logo sou” de Gide
influencia os músicos na medida que as cores, as
palavras e sons servem ao artista para traduzir as
sensações experimentadas pelo homem.
Claude Debussy reconheceu a interpenetração das
diferentes formas de arte quando escreveu: “Nada é
mais musical do que um por do sol”.
Literatura: Poetas e escritores retomam os temas dos
pintores e também cantam a água, a luz, as vibrações, os
reflexos, o vento. André Gide: “O que fez minha alegria
nesse dia. Escreverei e você me compreenderá se eu lhe
disser que era a simples exaltação da luz? Estava sentado
neste jardim; não via o sol, mas o ar brilhava de luz difusa
como se o azul do céu se tornasse líquido e chovesse.” (os
frutos da terra)
Marcel Proust personifica o Impressionismo literário.
Descreve as paisagens como um quadro do
Impressionismo. (Os prazeres e os dias)
• http://www.wetcanvas.com/Museum/Impressionists/CircleFriends/Cafes/index.html
• Enciclopédia Itaú Cultural, ARTES VISUAIS.
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_
texto&cd_verbete=331
• Salão dos Recusados:
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/historia_trab/impressio
nismo.htm
• DENVIR, Bernard- O Impressionismo
• ARGAN, Giulio Carlo- A arte moderna. Companhia das Letras, 1995. São Paulo
• SERULLAZ, Maurice- O impressionismo. Editor Jorge Zahar, 1989. Rio de janeiro.
• Frascina, Blake, Garb, Fer, Harrison, Modernidade e Modernismo – A pintura Francesa do
século XIX. Editora Cosac Naify, 1998.
• Di Cavalcanti, Carlos. História das Artes. Editora Rio, Rio de Janeiro
• Francastel, Pierre. Pintura e Sociedade. Martin Fontes, São Paulo.

Você também pode gostar