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FALANDO f ■
DE PONCIÁ VICÊNCIO...
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Por ocasião de uma palestra, iniciei minha fala afir
mando que gostava de meus parentes; aipns eu
gostava mais, de outros, menos. Nos primeiros ins m ::: , ! -
tantes, a audiência se surpreendeu, percebi movi
mentos tradutores do incômodo que minhas primei
ras palavras causaram. A palestrante iria falar sobre ' '
PONClA VICÈNaO
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CONCQÇAO EVARISTO
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PONClA VICÉNCIO
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PONCIÁ VICÈNCIO
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^ mulh ^^^'bava de entrar em^ cas^ y^-
N beira do rio, se olhando nas águas, como se
estivesse diante de um espelho, a chamar por
si própria, ela não guardava ainda muitas tristezas
A janela. Olhou paf^^.s ^ /
parecia lerda. Gastai 19
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PONCIÁ VICÈNCIO
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conceição EVARisro 'i?
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argila n *^0$ de barro. A menina hu obra de Ponciá Vicêncio, para ela mesma. Nada que
ha f pudesse ser dado ou vendido. Voltou às costas à fi
também A para assar num forno gs, lha e entre os dentes resmungou para a mulher, que
cuTto f:de quebrar. saíam então duras, ft>t não sabia por que ela se assustava tanto.
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a disfarçar fui crescendo e aprenden que o filho crescera, este era o primeiro gesto rasp- M'/, — - 1
e também'^ dentro vinha. Não cho' do de carinho da mãe. Ela apertava a mao do filho,
fazia, se descont^"^^ ^^^ ° ^ ° máximo como se tivesse medo de ele fugir também. Chamou
baixinho e com resmungar, mas ta^ a menina e disse-lhe que o pai não voltaria mais. - .-■ ■"■•'. ■A.:'' ;. '■
fungos caíam abios tão cerrados, que os r^s Ele havia feito a grande viagem. Poncia primeiro
funda e nula. Ptóprio, numa discordânc»^ experimentou um sentimento de raiva. Como o
pai poderia ter feito aquilo? Ela conhecia pessoas
^ uuma tarde da que tinham feito a derradeira viagem mas que fi
^uuiens trabalLl? ° cozinhava a terra e ^ cavam muito tempo fazendo a despedida. Experi
^utoavam cantigas ^ *^®lheita, enquanto todo mentavam antes as garrafadas de Nengua Kamda.
^^"^Po na função ^ movimento ào E só depois de todos se acostumarem com a ideia
D0J 0 soueqjn sopn}S0 0p boiuoj}0|0 bjsiab^ PonciáViefe°í'^^balho, naquela tarde, o da partida, e elas próprias também, e que se despe
da música m '^"''^ando, se curvando a" diam. Ponciá ficou muito tempo, anos talvez, espe
rando que o pai pudesse surgir, retornar a qualquer
snodojjd mei' a
ferem '°®da, escuta'"
^J^°®P^nheiros entretid"
momento depois, ij,
hora e por qualquer motivo. A mãe talvez partilhas
se desta mesma sensação, pois sempre conservou
as coisas do homem no mesmo Itipr. E, nos dias
tado
tadr» ', os
os 5^1 tom, um acento ^i;
um tom, um acento . em que o filho regressava do trabalho, ela esperava
^'que ° cor^o 1°^ ««tão de Ponciá d^'' por ele na soleira da porta e, depois que o abençoa
que«borcarn
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m ''hão do°pa°
"^hão. Q;
Di/. «tava de
de bruÇ®!
«tenino '^omou m ' quase um mês após, C' va, caminhava para a frente cinco passos e com um
tar à *,i'
COrar»,.-. , '■ gesto longo e firme. abraçavaJl-raziC. A mulher nao
ivr avistou n ^ ^ ^^uiã o si ir à casa e co acreditava que seu homem tivesse apartado de vez.
filho '^
^ ^oknem ' desespera^
ubraçando^"^!^ ^^taçou o^ ^azio
^udo.Kíg ^ êuém,
^ "menino e depois
como se estive^ .onciá Vicêncio deitou na cama imunda ao lado
do homem e de barriga para cima ficou com o
^^^^va de vezes com o olhar encontrando o nada. Veio-lhe a imagem de
-ra ^o)! ^«sto dele. Ora porcos no chiqueiro que comem e dormem para se •' 1- . *11 ■ ■'■'
etn q ^^^gavg 3 1. ° "^f^apéu tão afunda rem sacrificados um dia. Seria isto vida, meu Deus?
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