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Faculdade de Educação
Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação
Introdução aos Estudos da Educação I
São Paulo
2019
Fichamento do texto “Uma ciência que perturba”, de Pierre Bourdieu.
Entrevista a Pierre Thuillier. In Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco
Zero, 1980. pp 16-20.
O texto “Os três estados do capital cultural” nos apresenta uma série de
conceitos e definições dos diferentes tipos de capitais presentes no processo de
socialização do indivíduo segundo a teoria proposta por Bourdieu. Assim,
através dos três estados de capital cultural – incorporado, objetivado e
institucionalizado – e da noção de habitus, o sociólogo busca compreender de
que maneira se articulam os mecanismos ocultos de dominação e desigualdade
presentes no meio social.
Uma vez que uma acumulação plena de capital cultural exige capital
econômico e um contexto prévio rico em capital cultural, percebe-se como esta
transmissão é segregada. Como não possuem dificuldades financeiras, há uma
tendência que os grupos hierarquicamente superiores possam acumular e
incorporar capital cultural durante todo seu processo de socialização, ao passo
que agentes menos favorecidos possuem preocupações economicas que os
atrasam no processo de incoroporação. O ciclo vicioso parece sempre beneficiar
aqueles que já possuem capital cultural e econômico para que possuam ainda
mais – assim se distinguem também pelo prestígio da raridade e prestígio.
A leitura dos dois textos de Pierre Bourdieu, neste momento inicial, parece
ter sido de grande importância na estipulação de conceitos chave para uma
investigação sociológica e de entendimento do processo de socialização dos
indivíduos. Uma vez que ambos os textos se complementam, a união de ambos
em um único fichamento parece ser a solução mais prática e adequada. As
bases teóricas firmadas pelo sociólogo são úteis na medida em que nos
permitem definir com mais precisão quais os objetos de estudo da sociologia e
os conceitos que nos auxiliarão na investigação. Definindo a sociologia como
ciência Bourdieu nos ensina um método confiável e responsável de análise; os
três estados de capital cultural proporcionam com clareza as formas que o capital
cultural assume e insere os mesmos frente as outras espécies de capital –
econômico, simbólico e social. A leitura dos textos proporciona criticidade capaz
de nos fazer perceber de que formas (muitas vezes ocultas) grupos
hierarquicamente superiores buscam se manter no poder – e como o processo
de socialização tem papel fundamental nisso.