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Direito do Consumidor
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Responsabilidade civil
São três conceitos que sustentam a responsabilidade civil. Qual é este tripé
que forma a responsabilidade civil? Por ora podemos colocar a conduta, o nexo de
causalidade e o dano.
Hoje vamos trabalhar até menos com Direito do Consumidor e mais com
responsabilidade civil propriamente dita porque, se não passarmos esses conceitos
básicos do instituto, ficará difícil entrar no tema da responsabilidade civil na
relação de consumo. Vamos abordar, de forma suscita, porque isto é matéria para
ser trabalhada durante um semestre. Em uma aula é difícil. Vamos aprender de
forma resumida, para então entrar pesado na responsabilidade civil nas relações
de consumo.
A conduta
Temos que ver agora um outro par de conceitos: fato social e fato jurídico.
Pergunta básica: todo fato social é um fato jurídico? Sabemos que não. E
todo fato jurídico é um fato social? Sim. Então o fato social engloba o jurídico. Fato
jurídico é uma espécie de fato social.
Existem determinados atos e fatos que não têm relevância para o mundo
jurídico, que o legislador não elegeu como fatos ou atos importantes. Tendo em
vista essa falta de relevância em determinados fatos, por mais que esses fatos
constituam fatos sociais, eles não serão fatos jurídicos, e não existe uma norma
regulamentando esses fatos ou atos. Como exatamente?
Vamos lá. Você vai sair na rua com seu cachorro. Você anda na rua
segurando a coleira, simples assim. Você chamaria isso de um fato jurídico? Existe
uma norma específica? Aliás, é bom tirar o cachorro da jogada, porque ele suscita
questões. Então, você está caminhando sozinho. Existe norma jurídica
regulamentando a forma como você deve caminhar, quando caminhar, como
caminhar, para onde rumar, e quando parar? Especificamente nesse caso? Não.
Você vai para a igreja, ou para o cinema. Não têm relevância esses fatos
para o mundo jurídico.
Pois bem.
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Mas essa norma está prevista onde? Na lei. Só na lei? A norma que impõe
dever jurídico originário está somente na lei? Não! Também pode estar prevista
num contrato. A diferença é que existe uma imposição pelo legislador do Estado
na lei, enquanto no contrato existe um acordo de vontades. Mas o contrato faz lei
entre as partes! Significa que a responsabilidade civil, que é o dever jurídico
sucessivo, pode decorrer da violação a uma norma estabelecida na lei ou a uma
norma estabelecida no contrato. São dois tipos de responsabilidade civil que
temos, portanto. Uma responsabilidade civil que podemos chamar de legal ou
derivada da lei, e outra chamada contratual, derivada da violação a um contrato.
Também podemos chamar de responsabilidade civil extracontratual ou
responsabilidade civil contratual, respectivamente. O sujeito que atropelou a Dona
Clotilde não tinha nenhum contrato com ela; mas o motorista tem um dever
jurídico sucessivo, dever jurídico de indenizar decorrente da violação a uma lei,
portanto, extracontratual.
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Mas como isso é possível? Estou parado, imóvel, e isso pode gerar o dever
de fazer algo? Existirá o dever de indenizar quando aquele que não praticou a
conduta tinha o dever de agir. Significa que só responde por conduta omissiva
quem tem o dever de agir. Trazendo para o campo do Código de Defesa do
Consumidor novamente, será que o fornecedor tem o dever de agir? Claro que
tem.
A conduta, por sua vez, também pode ser culposa ou não culposa. A
conduta culposa, latu sensu, engloba o dolo e a culpa strictu sensu. Conduta
culposa latu sensu = conduta culposa strictu sensu ou dolo. Dolo é a vontade e
conduta com um fim predeterminado. Quando alguém age querendo prejudicar,
querendo causar dano, existe dolo (não é “dôlo”). E a culpa strictu sensu? Existe
vontade nela? Existe! É um desvio de caminho, um resultado não desejado. Existe
vontade de praticar o ato, mas o fim, apesar de previsível, não é desejado. Existe
um desvio na conduta do agente. A pessoa tem a vontade de praticar o ato, quer
praticar o ato, mas não deseja o resultado. Como funciona esse desvio na conduta:
não há um fim desejado. Não há o dano desejado, o prejuízo desejado.
Por negligência;
Por imprudência; ou
Por imperícia.
Negligência, por sua vez, ocorre quando o sujeito deixa de fazer alguma
coisa. Responderá por conduta culposa em virtude de negligência. A imprudência
implica um agir.
Dolo e culpa
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