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Livro Eletrônico

Aula 08

Direito Penal p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com Videoaulas

Renan Araujo, Time Renan Araujo

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Renan Araujo, Time Renan Araujo
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CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL, CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO,
CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E O RESPEITO AOS MORTOS E CRIMES CONTRA A
FAMÍLIA.

1! DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL .................................................. 3!


2! DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E O RESPEITO AOS MORTOS ........ 6!
2.1! Crimes contra o sentimento religioso ...................................................................................... 7!
1145952
2.2! Crimes contra o respeito aos mortos ....................................................................................... 8!
3! DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA ............................................................................. 8!
3.1! Dos crimes contra o casamento ............................................................................................... 8!
3.2! Dos crimes contra o estado de filiação .................................................................................... 9!
3.3! Dos crimes contra a assistência familiar ................................................................................ 10!
3.4! Dos crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela .............................................................. 12!
4! DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................... 13!
4.1! Atentado contra a liberdade de trabalho ............................................................................... 13!
4.2! Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta ...................... 13!
4.3! Atentado contra a liberdade de associação ........................................................................... 15!
4.4! Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem ............................. 15!
4.5! Paralisação de trabalho de interesse coletivo ........................................................................ 16!
4.6! Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem .......................... 16!
4.7! Frustração de direito assegurado por lei trabalhista ............................................................. 17!
4.8! Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho ............................................................ 18!
4.9! Exercício de atividade com infração de decisão administrativa ............................................. 18!
4.10! Aliciamento para o fim de emigração .................................................................................... 19!
4.11! Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional ....................... 20!
4.12! Tópicos importantes aplicáveis aos crimes contra a organização do trabalho ...................... 21!
5! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................................... 23!
6! SÚMULAS PERTINENTES ........................................................................................ 30!


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6.1! Súmulas do STJ ....................................................................................................................... 30!


7! JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ............................................................................... 31!
8! RESUMO ................................................................................................................ 32!
9! EXERCÍCIOS PARA PRATICAR .................................................................................. 36!
10! EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................................... 42!
11! GABARITO ............................................................................................................. 54!


Olá, meus amigos!

A aula de hoje trata de diversos crimes em espécie, previstos na parte especial do CP, como
os crimes contra a organização do trabalho, a família e outros.
Estes crimes são pouco explorados, de forma que serão tratados com menos profundidade
que os demais. Além disso, teremos de utilizar questões de Bancas variadas, para não ficarmos com
uma preparação defasada.
Considerando que o tempo é um elemento escasso, vamos dar mais ênfase ao que mais
importa, e menos ênfase ao que menos importa.

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo












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1! DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL


Os crimes contra a propriedade imaterial estão previstos no Título III do Livro II do Código
Penal, abarcando os tipos penais previstos nos arts. 184 a 196, divididos em 04 capítulos.
No entanto, apenas o capítulo I permanece em vigor, já que os três capítulos seguintes foram
REVOGADOS pela 9.279/96.
O único capítulo restante, o capítulo I, trata dos crimes contra a propriedade intelectual, e
possui apenas um único tipo penal, que é o de “Violação de direitos autorais”, previsto no art. 184.
Anteriormente, o art. 185 também previa um tipo penal, o de usurpação de nome ou pseudônimo
(apelido) alheio, mas este artigo fora revogado pela Lei 10.695/03, que, por sua vez, deu a redação
atual do artigo 184, o último dos moicanos.
Vamos estudá-lo?
O art. 184 do CP possui a seguinte redação:
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


Esse tipo é o tipo penal base, ou seja, os demais parágrafos dele derivam.
A conduta consiste em “violar direitos de autor”. Porém, quais seriam os direitos do autor? Os
direitos do autor são o conjunto de direitos e prerrogativas que a Lei confere ao criador de
determinada obra (seja ela qual for).
A matéria está tratada, inclusive, a nível constitucional. Vejamos a redação do art. 5º, XVII:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;


A matéria, em nível infraconstitucional, é tratada atualmente pela Lei 9.610/98. No entanto,
fugiria ao nosso trabalho adentrar ao estudo daquela Lei. Basta que vocês saibam que a violação
dos direitos conferidos pela Lei ao autor é CRIME PREVISTO NO ART. 184 DO CP.
Veja você, caro aluno, que a reprodução não autorizada desta obra que você está lendo agora,
pode caracterizar a prática de um delito, de forma que é bastante recomendável evitar a sua prática.

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo, portanto, um CRIME COMUM.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a forma culposa, por não haver
previsão legal nesse sentido. Aqui não há finalidade de obtenção de lucro.
Apenas para que vocês saibam, a lei não protege por tempo indeterminado os direitos
patrimoniais do autor sobre sua obra. Nos termos do art. 41 da Lei 9.610/98, eles duram por 70
anos, contados de 1º de janeiro do ano subsequente ao do falecimento do autor, ou seja, enquanto


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vivo o autor, o direito patrimonial existe e, após sua morte, caso haja herdeiros, permanece por mais
70 anos.
Após esse prazo, ou falecendo o autor sem deixar sucessores, a obra cai no chamado “domínio
público”. Assim, é possível imaginar, por exemplo, que alguém incorra em erro de tipo, acreditando
que a obra que está reproduzindo já está em domínio público, quando não está. Fica aí um exemplo!
A consumação se dá de formas variadas a depender da espécie de obra que se está violando.
Em sendo obra literária, se dá com a reprodução indevida. Em caso de peça artística, com a
reprodução pública indevida, e por aí vai. Admite-se plenamente a TENTATIVA.
Se a violação se der com o INTUITO DE LUCRO, a pena será a prevista no §1º do art. 184, que
traz uma qualificadora:
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer
meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do
autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Redação
dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


A conduta do §1º do art. 184 é aquela de quem realiza a reprodução ilegal com intuito de lucro.
Mas, e quem vende ou expõe à venda o produto falsificado? Neste caso, responde nos termos
do art. 184, §2º do CP. Ou seja, o §2º do art. 184 se aplica àquele que, apesar de não reproduzir o
material com violação dos direitos autorais, contribui para esta violação com fins lucrativos, tendo
em depósito, alugando, expondo à venda, etc. Vejamos:
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à
venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do
direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a
expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de
1º.7.2003)

CUIDADO! Como podemos perceber, os §§1º e 2º do art. 184 exigem que o delito seja
praticado COM O INTUITO DE LUCRO, no que temos, aqui, um elemento subjetivo
específico ou, em outros termos, dolo específico (também chamado de especial fim de
agir). Não se exige, entretanto, que o agente tenha efetivo lucro, bastando que ele tenha
a INTENÇÃO de obter lucro.


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CUIDADO MASTER! Muito já se discutiu a respeito da tipificação da conduta de quem vende ou


expõe à venda CDs e DVDs piratas. Parte da Doutrina chegou a sustentar a atipicidade material da
conduta, sob o fundamento de que haveria “adequação social”.
Contudo, o STJ não seguiu este entendimento. O STJ já consolidou entendimento no sentido de que
tal conduta é TÍPICA, e não há que se falar em aplicação, aqui, do princípio da adequação social,
tendo sumulado a questão:
Súmula 502 do STJ

Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a
conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.



O §3º prevê outra forma de realização do delito, mas cuja pena é idêntica à prevista nos §§1º
e 2º. Trata-se, basicamente, de oferecer ao público, mediante sistema de distribuição (diversos
tipos) em massa, a obra artística protegida. Vejamos:
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer
outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e
lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem
autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de
fonograma, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


Dentro dessa conduta se insere, por exemplo, quem cria um blog e hospeda diversos materiais
protegidos por direitos autorais e cobra uma quantia para que os usuários possam fazer o download
dos materiais. CRIME!
O §4º traz uma hipótese de EXCLUSÃO DA TIPICIDADE, relativa aos delitos das formas
qualificadas (§§1º a 3º), silenciando sobre o caput, mas a Doutrina entende que se estende também
a este. Vejamos:
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou
os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a
cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro
direto ou indireto. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


Mas o que seria exceção ou limitação ao direito de autor? São as disposições legais permissivas, ou
seja, aquelas regras previstas na lei, admitindo a reprodução da obra em determinados casos
específicos, respeitadas todos os requisitos estabelecidos. Nesses casos, não haverá crime.
O art. 186 trata da ação penal nos crimes previstos no art. 184 e §§. Vejamos:
Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
I - queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


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II - ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; (Incluído pela Lei nº
10.695, de 1º.7.2003)
III - ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído
pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
IV - ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184. (Incluído pela
Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


Portanto, se a conduta praticada for a do caput, temos um crime de ação penal privada. No
caso da distribuição lucrativa e sua forma equiparada (§§1º e 2º), temos AÇÃO PENAL PÚBLICA
INCONDICIONADA (em razão da maior gravidade). Esta também é a modalidade prevista quando o
sujeito passivo (titular do direito violado) for entidade de direito público, empresa pública ou
sociedade de economia mista. No caso do oferecimento mediante sistema de distribuição em massa
(§3º), temos um meio termo em questão de gravidade, por isso a ação penal pública condicionada
à representação da vítima.

2! DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E O


RESPEITO AOS MORTOS
CAPÍTULO I
CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar
cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.


Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente
à violência.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária


Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente
à violência.
Violação de sepultura


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Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:


Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.


Como podemos ver, o título se divide em dois capítulos. O primeiro é referente aos delitos (ou
melhor, ao único delito) contra o sentimento religioso; já o segundo nos traz os crimes contra o
respeito aos mortos.

2.1! CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Como podemos ver, temos aqui apenas um delito. Trata-se de crime comum, ou seja, pode ser
praticado por qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade que compartilha deste sentimento religioso, podendo,
ainda, ser a pessoa efetivamente privada de seu culto religioso ou zombada (na hipótese de se tratar
de escárnio).
A conduta somente é punida a título doloso, não se admitindo a forma culposa.
A tentativa é admissível em todas as hipóteses, salvo nas manifestações verbais (escárnio,
vilipêndio verbal, etc.), que não admitem fracionamento da conduta e, portanto, não admitem
tentativa.
A ação penal será pública incondicionada em qualquer caso.


CUIDADO! Se o infrator escarnece, impede ou perturba a realização de algum ato religioso, rito ou
cerimônia INDÍGENA, não pratica o delito do art. 208 do CP, mas o do art. 58 da Lei 6.001/73
(Estatuto do Índio), por se tratar de norma especial, que afasta a aplicação da norma de caráter
geral.


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2.2! CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Todos os delitos são COMUNS, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa.
O sujeito passivo NÃO SERÁ O MORTO, pois não é sujeito de direitos, mas a coletividade e, em
especial, os familiares e demais pessoas que guardam qualquer relação de afinidade com a pessoa
falecida.
As condutas somente são punidas a título doloso, não se admitindo a forma culposa.
A tentativa é admissível em todas as hipóteses, salvo nas manifestações verbais (escárnio,
vilipêndio verbal, etc.), que não admitem fracionamento da conduta e, portanto, não admitem
tentativa.
A ação penal será pública incondicionada em qualquer caso.
==117c60==

3! DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

3.1! DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Neste capítulo o CP prevê alguns tipos penais cujo bem jurídico tutelado é a Instituição do
Casamento. Vejamos:
CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO


Bigamia

Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é
punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-
se inexistente o crime.
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento
que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão
depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Conhecimento prévio de impedimento
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:


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Pena - detenção, de três meses a um ano.


Simulação de autoridade para celebração de casamento
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.


Todos os tipos penais aqui descritos são CRIMES COMUNS, podendo ser praticados por
qualquer pessoa. A exceção fica por conta do delito de bigamia, que somente pode ser praticado
pela pessoa que possui a qualidade de já ser casada, sendo, portanto, CRIME PRÓPRIO.
O sujeito passivo é, primariamente, o Estado e, secundariamente, eventual particular lesado,
geralmente o outro cônjuge, ou até ambos os cônjuges, como no caso do art. 238 do CP.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se punindo as condutas culposas.
A tentativa é possível em todos os casos. No caso do crime de bigamia, a Doutrina se divide,
mas majoritariamente entende que também é possível.


CUIDADO! No crime de bigamia, se o indivíduo contrai novo casamento após o trânsito em julgado
de sentença de divórcio, não há crime, pois com o trânsito em julgado da sentença de divórcio fica
definitivamente rompida a sociedade conjugal.

3.2! DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
Registro de nascimento inexistente

Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:


Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido


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Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou
substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898,
de 1981)
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898,
de 1981)

Sonegação de estado de filiação


Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe
a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.


Todos os delitos podem ser praticados por qualquer pessoa, sendo, portanto, CRIMES
COMUNS. Contudo, o crime é PRÓPRIO nos seguintes casos:
¥! No caso do tipo penal do art. 242 – Na conduta de “dar parto alheio como próprio”.
Nessa conduta, só a mulher pode praticar o delito.
¥! No caso do tipo penal do art. 243 – Se a conduta é praticada contra filho “próprio”, só
o pai ou mãe podem praticar o delito.

O sujeito passivo é o Estado, e secundariamente, a pessoa prejudicada com a ação (como o
filho, no caso do art. 243 do CP).
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se punindo a forma culposa. No entanto, no crime
do art. 243 do CP não é suficiente o dolo genérico, exigindo-se o especial fim de agir, consistente
na intenção de prejudicar direito inerente ao estado civil.
A tentativa é sempre admissível.

3.3! DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos
ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação
dada pela Lei nº 10.741, de 2003)


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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no
País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive
por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada,
fixada ou majorada. (Incluído pela Lei nº 5.478, de 1968)
Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o
menor fica moral ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor
é enviado para o exterior. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984)
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material,
auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela
Lei nº 7.251, de 1984)
Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual
natureza;
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:


Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.


Os delitos deste capítulo possuem como bem jurídico tutelado a assistência familiar, de forma
que o sujeito passivo primário, em todos eles, é o ESTADO, figurando como sujeito passivo
secundário o parente que ficou ao desamparo (ascendente, descendente, etc.).
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não sendo exigido nenhum especial fim de agir.
A tentativa é admissível, salvo nos crimes de abandono material e abandono intelectual, eis
que são crimes omissivos próprios, de forma que não se pode fracionar a conduta do agente e,
portanto, não se admite a tentativa.


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CUIDADO! A Doutrina entende que, no caso do abandono material, o crime só estará configurado
se o incapaz, de fato, ficar “ao relento”, ou seja, se ele ficar numa situação periclitante. Se por acaso,
ele é acolhido por outra pessoa (parente ou não), e não chega a estar numa situação de abandono,
o crime não estará configurado.

3.4! DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA E CURATELA

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de
quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai,
do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a
quem legitimamente o reclame:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído
ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.

§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode
deixar de aplicar pena.


Os delitos aqui possuem como sujeitos passivos os responsáveis pelos incapazes submetidos
às situações descritas nos tipos penais. Secundariamente, figuram como sujeitos passivos os
próprios incapazes.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo CRIME COMUM.
Só se admite a conduta dolosa, não se admitindo a forma culposa.
A tentativa é plenamente admissível, em ambos os crimes, salvo no caso do art. 248 quando
for praticado na modalidade de “deixar, sem justa causa, de entrega-lo...”, por se tratar, neste caso,
de CRIME OMISSIVO PRÓPRIO.


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4! DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


Os crimes contra a Organização do Trabalho estão descritos nos arts. 197 a 207 do CP,
totalizando 11 tipos penais diferentes, além de suas variantes. Vejamos cada um deles:

4.1! ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho


Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo
período ou em determinados dias:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;

II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade


econômica:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.


Aqui temos dois tipos penais com a mesma lógica, a mesma identidade, mas penas distintas,
pois ambos são espécies de constrangimento ilegal. No primeiro caso (inciso I) temos o
constrangimento ilegal cuja finalidade é obrigar alguém a exercer ou deixar de exercer determinada
profissão ou a exercê-la ou não a exercer em determinados dias.
No segundo caso, trata-se de um constrangimento ilegal voltado à compelir alguém a abrir ou
fechar seu estabelecimento de trabalho ou aderir a algum movimento trabalhista (greve, piquete,
etc.).
Ambas as condutas podem ser praticadas por qualquer pessoa, sendo, portanto, CRIME
COMUM. O elemento exigido é o dolo, não se exigindo nenhuma finalidade especial de agir.
O crime é MATERIAL, pois só se consuma quando a vítima cede ao constrangimento do
infrator. Caso contrário, teremos apenas um crime na modalidade tentada.

4.2! ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta

Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não
fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.


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Trata-se de crime COMUM, pois pode ser praticado por qualquer pessoa. É crime MATERIAL,
pois exige que a vítima ceda ao constrangimento do infrator para que o crime se consume. A
tentativa é ADMITIDA.1
O elemento subjetivo exigido é o dolo.
Além disso, temos duas condutas distintas:
§! Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de
trabalho
§! Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a não fornecer a outrem ou
não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:


CUIDADO! Temos aqui o que se chama de tipo misto cumulativo, ou seja, o tipo penal prevê mais
de uma conduta (tipo misto), e a prática de mais de uma dessas condutas descritas no núcleo do
tipo configura mais de um crime, e não crime único (tipo misto cumulativo).

EXEMPLO: Imagine que José, mediante grave ameça, obrigue Maria a celebrar contrato
de trabalho com ele. Na mesma oportunidade, José constrange Maria a não fornecer
matéria-prima para Paulo. Neste caso, José responde por DOIS crimes (atentado contra a
liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta).



⇒! Mas, e a conduta daquele que OBRIGA alguém a NÃO celebrar contrato de trabalho? Tal
conduta não se amolda ao tipo penal do art. 198 do CP (temos aqui uma falha legislativa). Neste
caso, a solução será:
§! A depender do caso, enquadrar a conduta como crime contra a liberdade trabalho (art. 197,
I)
§! Em não sendo possível tal enquadramento, considerar como constrangimento ilegal (art. 146
do CP)

Mas, e a conduta daquele que OBRIGA alguém a FORNECER ou AQUIRIR de outrem matéria-prima
ou produto industrial ou agrícola? Também não está prevista no tipo penal do art. 198, podendo
configurar constrangimento ilegal (art. 146 do CP).


1
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7º edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 401


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4.3! ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO

Atentado contra a liberdade de associação


Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de
determinado sindicato ou associação profissional:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.


Aqui temos mais um delito de constrangimento ilegal, só que com a finalidade de compelir
alguém a associar-se ou deixar de associar-se a determinado sindicato ou associação profissional.
Temos mais um crime COMUM, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, embora em
regra seja cometido por integrantes dos sindicatos.
Trata-se de crime MATERIAL, só se consumando se a vítima, efetivamente, praticar a conduta
pretendida pelo infrator (associar ou não se associar). A tentativa é admitida, e o elemento
subjetivo é o DOLO, apenas.

4.4! PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem


Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou
contra coisa:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.


Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo
menos, três empregados.


Aqui não temos um delito de constrangimento ilegal, mas um delito que é praticado
necessariamente com violência à pessoa ou contra COISA.

CUIDADO COM ISSO! Aqui a violência apenas contra COISA também caracteriza o delito.


O crime é de concurso necessário, pois, nos termos do § único do art. 200, pelo menos três
empregados devem participar da paralisação, embora não seja necessário que todos pratiquem a
violência. No entanto, é óbvio que somente aqueles que praticarem a violência é que serão
responsabilizados por este delito.
O crime se consuma com o emprego da violência, desde que realizada durante paralisação ou
suspensão do trabalho (mínimo de três empregados). A TENTATIVA É ADMITIDA.


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4.5! PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO

Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública
ou serviço de interesse coletivo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.


Aqui temos um crime que pode ser praticado pelos empregados ou pelo empregador. Se
praticado pelo empregador, na modalidade de suspensão coletiva de trabalho (lockout), o crime é
unissubjetivo, ou seja, pode ser praticado por apenas uma pessoa. No entanto, quando praticado
pelos empregados (abandono coletivo de trabalho), o crime é considerado pela Doutrina como
PLURISSUBJETIVO, ou seja, de concurso necessário, pois não há como realizar abandono COLETIVO
de trabalho sozinho.
É necessário, ainda, que seja provocada a interrupção de obra pública ou serviço de interesse
coletivo, independentemente de haver, ou não, no caso concreto, efetivo prejuízo à sociedade, pois
o prejuízo é presumido (CRIME FORMAL).
A tentativa é admitida, e o elemento subjetivo é o DOLO, apenas.

4.6! INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem


Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele
existentes ou delas dispor:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


Aqui temos a conduta de “invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola,
ou danificar o estabelecimento ou as coisas nele existente, ou delas se desfazer”. Essa conduta pode
ser praticada por qualquer pessoa, sendo CRIME COMUM.
O elemento subjetivo é o DOLO, exigindo-se a finalidade especial de agir, consistente na
intenção de IMPEDIR OU EMBARAÇAR O CURSO NORMAL DO TRABALHO. Caso ausente essa
finalidade específica, poderemos ter o crime de invasão de domicílio, furto ou dano, a depender da
situação, mas nunca o crime do art. 202 do CP.
O crime se consuma com a mera realização da conduta (invadir, danificar, etc.),
independentemente de a intenção do infrator ser alcançada (perturbar o trabalho). A tentativa é
admissível.


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4.7! FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela
Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o
desligamento do serviço em virtude de dívida; (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção
de seus documentos pessoais ou contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena
ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)


O crime deste artigo se caracteriza pela frustração (evitar a efetivação) de um direito
trabalhista. Isso pode se dar mediante VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA.
EXEMPLO: O empregador que ameaça de demissão o empregado que pretende gozar suas
férias já vencidas.
Embora o exemplo dado trate do empregador, o crime é COMUM, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
O crime é MATERIAL, só se consumando se o direito trabalhista é, efetivamente, frustrado,
não sendo suficiente para a consumação apenas a realização da conduta (violência ou grave
ameaça).
O elemento subjetivo é o DOLO, apenas.
O §1º, I e II, traz uma cláusula de equiparação, punindo também, e pela mesma pena, aquele
que coage alguém a consumir mercadoria de determinado estabelecimento, PARA IMPOSSIBILITAR
O DESLIGAMENTO DO TRABALHO EM RAZÃO DA DÍVIDA, bem como aquele que impede alguém
de se desligar de serviço mediante COAÇÃO ou RETENÇÃO DE SEUS DOCUMENTOS.
No primeiro caso, devemos lembrar que há a chamada FINALIDADE ESPECIAL DE AGIR, não
bastando o dolo genérico. O agente deve realizar a coação COM A FINALIDADE DE IMPOSSIBILITAR
O DESLIGAMENTO EM RAZÃO DA DÍVIDA.


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No entanto, caso o agente pratique algum ato de privação da liberdade de locomoção do trabalhador
em razão da dívida eventualmente contraída, poderemos estar diante do crime previsto no art. 149
do CP, que é o de REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO. Vejamos:
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de
11.12.2003)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei
nº 10.803, de 11.12.2003)

CUIDADO COM ISSO!




O §2º, por fim, traz uma causa especial de aumento de pena (aumento de 1/6 a 1/3), caso a
vítima seja:
⇒! Menor de dezoito anos;
⇒! Idosa
⇒! Gestante
⇒! Indígena
⇒! Portadora de deficiência física ou mental

4.8! FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho


Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.


O crime em tela, segundo MAIORIA DA DOUTRINA, não foi recepcionado pela Constituição de
1988, já que tinha a finalidade de proteger o mercado de trabalho nacional, punindo aqueles que
admitissem estrangeiros em detrimento de brasileiros, conforme as leis da época em que foi
promulgado o CP.
Como a CRFB/88 proibiu a distinção entre brasileiros e estrangeiros para este fim, a DOUTRINA
MAJORITÁRIA entende que este crime não foi recepcionado pela Constituição.

4.9! EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa


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Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.


A conduta aqui é bem simples, e consiste no exercício de atividade de que o agente está
impedido de exercer por decisão administrativa.
Trata-se de CRIME PRÓPRIO, pois somente aquela pessoa que foi impedida de exercer
determinada atividade, por decisão administrativa, é que pode praticar o crime.
EXEMPLO: Advogado que exerce a advocacia após ter sua inscrição suspensa em razão de
incompatibilidade por exercício de determinado cargo público.


Mas, e o médico que exerce a medicina após ter seu registro cassado? Responde por este crime
ou pelo crime do art. 282 (exercício ilegal da medicina)? O STF entende que, neste caso, o médico
responde por este crime e não por exercício ilegal da medicina!
E caso o agente descumpra uma decisão JUDICIAL e não administrativa? Nesse caso, pratica um
crime contra a administração da Justiça, previsto no art. 359 do CP2:
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão
judicial:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.



O elemento subjetivo é o DOLO, e o crime se consuma com o exercício, segundo maioria da
Doutrina, HABITUAL da atividade da qual está impedido.

CUIDADO! A habitualidade do delito não é tema pacífico, havendo quem defenda que o
crime não é habitual, sendo suficiente a prática de um ato para a sua caracterização.

4.10!ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO

Aliciamento para o fim de emigração


2
STF - HC 74.826-SP, rel. Min. Sydney Sanches, 11.3.97. (INFORMATIVO N¼ 63 DO STF)


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Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. (Redação
dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)


O crime aqui previsto pode ser praticado por qualquer pessoa, sendo CRIME COMUM. Veja
que somente ocorrerá o crime se o aliciamento se der MEDIANTE FRAUDE, não havendo crime no
mero aliciamento de pessoas para trabalhar em outro país, desde que sem fraude.
A Doutrina exige, ainda, que o aliciamento se dê em relação A MAIS DE UMA PESSOA, pois o
tipo penal usa o termo “trabalhadores”, no plural. No entanto, alguns Doutrinadores (p.ex.
Mirabete), entendem que devem ser no mínimo TRÊS pessoas aliciadas.
O termo “trabalhadores” é mais amplo que “empregados”, abarcando quaisquer pessoas que
estejam sendo aliciadas com a promessa de trabalho, seja ele formal ou não.
O elemento subjetivo é o DOLO, além da finalidade especial consistente na intenção de levar
os trabalhadores para o exterior.
O crime é FORMAL e se consuma com a mera perpetração da FRAUDE, pouco importando se
a saída do território nacional chega a ser concluída. Admite-se a TENTATIVA.

4.11!ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional


Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:

Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro
do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não
assegurar condições do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena
ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)


O crime aqui é parecido com o anterior, só que o destino não é o exterior, mas outra
localidade do território nacional.
A forma de aliciamento também não é necessariamente a fraude, podendo ser outra que não
seja a livre vontade do trabalhador, livre de vícios de consentimento.
A Doutrina afirma, ainda, que essa outra localidade do território nacional deve ser longe (e aí
não define longe) do local de origem.
O §1º traz uma forma equiparada, que é o RECRUTAMENTO de trabalhadores fora da
localidade de execução do trabalho, que pode se dar de duas maneiras distintas. A primeira
mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador (visa a evitar a exploração


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econômica de quem pouco possui). A segunda, não assegurando as condições de retorno ao local
de origem, caso a empreitada não dê certo.
Todas as hipóteses são crimes FORMAIS, consumando-se com a mera realização da conduta,
ainda que o deslocamento não ocorra. No entanto, na segunda parte do §1º, a Doutrina ente de que
o crime se consuma no momento em que o recrutador nega ao trabalhador as condições para
retornar ao local de origem, não importando se este consegue retornar com recursos próprios.
O §2º, por sua vez, traz uma causa de aumento de pena, no caso de a vítima se enquadrar
numa das hipóteses previstas no texto do dispositivo legal.

4.12!TÓPICOS IMPORTANTES APLICÁVEIS AOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO


⇒! Todas as condutas somente são punidas na modalidade DOLOSA, não havendo previsão
de punição a título culposo;
⇒! Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada, já que a lei não diz o contrário
(segue a regra);
⇒! São, em regra, crimes FORMAIS, mas há exceções (aquelas que nós vimos);
⇒! Todos os crimes admitem a TENTATIVA, salvo as raras hipóteses em que a conduta não
pode ser fracionada (exemplo: Negar as condições para retorno, art. 207, §1º, por de
tratar de conduta omissiva).
⇒! Para quase todos os delitos é cominada pena de detenção, exceto para o crime do art.
202 (para este, a pena cominada é a de reclusão).
⇒! O crime de redução à condição análoga à de escravo não está inserido dentro dos
“crimes contra a organização do trabalho”, pois está previsto no art. 149 do CP, dentro
do capítulo referente aos crimes contra a liberdade pessoal.


Por fim, a quem compete processar e julgar tais delitos? O art. 109, VI da CF/88 assim dispõe:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

(...) VI - os crimes contra a organização do trabalho (...)


A partir daí, seria possível concluir que a competência para processar e julgar tais delitos seria
da Justiça Federal. Não é esse, contudo, o entendimento consolidado do STF e do STJ.


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Para o STJ, a competência será, a princípio, da Justiça estadual, salvo se ficar comprovado que
houve:
(i) violação a direito dos trabalhadores, considerados coletivamente; ou
(ii) violação à organização geral do trabalho.

Segundo o STJ, a mera violação aos direitos de um ou alguns trabalhadores não desloca a
competência para a Justiça Federal. Resumidamente, para o STJ, só haverá competência da Justiça
Federal quando a conduta configurar lesão ao sistema de órgãos e instituições destinadas a
preservar a coletividade trabalhista.
O STF segue a mesma linha, ou seja, se estivermos diante de mera violação a interesses
individuais do trabalhador, não haverá competência da Justiça Federal. Contudo, o STF destaca que
a análise deverá ser muito mais ampla do que a mera configuração de lesão aos órgãos e
instituições que visem à proteção do trabalho, devendo ser analisado se houve, no caso concreto,
lesão à dignidade do ser humano, num contexto de relação de trabalho3.
Por fim, a quem cabe julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo? Embora
este seja um delito que não está inserido dentro do Título referente aos crimes contra a organização
do trabalho, o STF e o STJ possuem entendimento pacífico no sentido de que a competência será da
Justiça Federal, eis que o delito ofende gravemente a organização do trabalho, eis que, dentre outras
coisas, há violação flagrante à dignidade da pessoa humana em relação de trabalho. Vejamos o
entendimento do STF:


(...) O bem jurídico objeto de tutela pelo art. 149 do Código Penal vai além da liberdade individual, já que a
prática da conduta em questão acaba por vilipendiar outros bens jurídicos protegidos constitucionalmente
como a dignidade da pessoa humana, os direitos trabalhistas e previdenciários, indistintamente considerados.
2. A referida conduta acaba por frustrar os direitos assegurados pela lei trabalhista, atingindo, sobremodo, a
organização do trabalho, que visa exatamente a consubstanciar o sistema social trazido pela Constituição
Federal em seus arts. 7º e 8º, em conjunto com os postulados do art. 5º, cujo escopo, evidentemente, é proteger
o trabalhador em todos os sentidos, evitando a usurpação de sua força de trabalho de forma vil. 3. É dever do
Estado (lato sensu) proteger a atividade laboral do trabalhador por meio de sua organização social e trabalhista,
bem como zelar pelo respeito à dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, inciso III). 4. A conjugação harmoniosa
dessas circunstâncias se mostra hábil para atrair para a competência da Justiça Federal (CF, art. 109, inciso VI)
o processamento e o julgamento do feito. 5. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá
provimento. (RE 459510, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal
Pleno, julgado em 26/11/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-067 DIVULG 11-04-2016 PUBLIC 12-04-2016)


3
(RE 587530 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 03/05/2011, DJe-164 DIVULG 25-
08-2011 PUBLIC 26-08-2011 EMENT VOL-02574-02 PP-00432)


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No mesmo sentido, o entendimento do STJ:
(...)- Nos termos da jurisprudência firmada nesta Corte e no Supremo Tribunal Federal, compete à Justiça
Federal processar e julgar o crime de redução a condição análoga à de escravo, pois a conduta ilícita de
suprimir dos trabalhadores direitos trabalhistas constitucionalmente conferidos viola o princípio da dignidade
da pessoa humana, bem como todo o sistema de organização do trabalho e as instituições e órgãos que o
protegem.

Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do Estado de Goiás,
ora suscitado.
(CC 132.884/GO, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/05/2014, DJe 10/06/2014)

5! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES


CÓDIGO PENAL
Ä Arts. 184 a 187 do CP – Tipificam os crimes contra a propriedade imaterial:
TÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL


CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral


Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por
qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização
expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)


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§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe
à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do
direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a
expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de
1º.7.2003)
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou
qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um
tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto,
sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de
fonograma, ou de quem os represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de
autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998,
nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de
lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
Art. 185 - (Revogado pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184; (Incluído pela Lei nº
10.695, de 1º.7.2003)

III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público;(Incluído
pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3o do art. 184. (Incluído
pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)



Ä Arts. 197 a 207 do CP – Tipificam os crimes contra a organização do trabalho:
TÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA


A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Atentado contra a liberdade de trabalho

Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:


I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo
período ou em determinados dias:


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Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;


II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de
atividade econômica:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta


Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a
não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.


Atentado contra a liberdade de associação
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de
determinado sindicato ou associação profissional:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem

Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou
contra coisa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de,
pelo menos, três empregados.
Paralisação de trabalho de interesse coletivo
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra
pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem


Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou
embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele
existentes ou delas dispor:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista


Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada
pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o
desligamento do serviço em virtude de dívida; (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)


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II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da
retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho


Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa


Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração


Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.
(Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho,
dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não
assegurar condições do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)


Ä Arts. 208 a 212 do CP – Tipificam os crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos:
TÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO


RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da


correspondente à violência.


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CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:


Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da
correspondente à violência.
Violação de sepultura
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.


Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.


Ä Arts. 235 a 249 do CP – Tipificam os crimes contra a família:
TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Bigamia

Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância,
é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia,
considera-se inexistente o crime.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento


Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:


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Pena - detenção, de seis meses a dois anos.


Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão
depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Conhecimento prévio de impedimento

Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Simulação de autoridade para celebração de casamento

Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:


Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Simulação de casamento

Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:


Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Adultério

Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)



CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
Registro de nascimento inexistente
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou
substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº
6.898, de 1981)
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº
6.898, de 1981)
Sonegação de estado de filiação
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-
lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

CAPÍTULO III


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DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR


Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito)
anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes
proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente
enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente
no País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo,
inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente
acordada, fixada ou majorada. (Incluído pela Lei nº 5.478, de 1968)
Entrega de filho menor a pessoa inidônea

Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que
o menor fica moral ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o
menor é enviado para o exterior. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984)
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material,
auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela
Lei nº 7.251, de 1984)
Abandono intelectual

Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou
vigilância:
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;

II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de


igual natureza;
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA


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Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes


Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de
quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai,
do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a
quem legitimamente o reclame:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Subtração de incapazes

Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude
de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.

§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído
ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz
pode deixar de aplicar pena.

6! SÚMULAS PERTINENTES

6.1! SÚMULAS DO STJ

Ä Súmula 502 do STJ – O STJ já consolidou entendimento no sentido de que tal conduta é TÍPICA, e
não há que se falar em aplicação, aqui, do princípio da adequação social, tendo sumulado a
questão:
Sœmula 502 do STJ
Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se t’pica, em rela•‹o ao crime previsto no art. 184,
¤ 2¼, do CP, a conduta de expor ˆ venda CDs e DVDs piratas.


Ä Súmula 574 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que, para a configuração do
delito de violação de direito autoral, é suficiente a realização de perícia por amostragem, sendo
dispensável, inclusive, a identificação do titular do direito autoral violado ou de seus representantes:
Sœmula 574 do STJ - Para a configura•‹o do delito de viola•‹o de direito autoral e a comprova•‹o
de sua materialidade, Ž suficiente a per’cia realizada por amostragem do produto apreendido, nos
aspectos externos do material, e Ž desnecess‡ria a identifica•‹o dos titulares dos direitos autorais
violados ou daqueles que os representem.


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7! JURISPRUDÊNCIA CORRELATA


Ä STJ - RE 587530 AgR – O STF decidiu no sentido de que a competência da Justiça Federal para
processar e julgar os crimes contra a Organização do Trabalho estará configurada quando “houver
ofensa ao sistema de órgãos e institutos destinados a preservar, coletivamente, os direitos e deveres
dos trabalhadores”, não sendo da competência da JF quando se tratar de mera ofensa a direitos
individuais, ainda que pertencentes a um grupo de pessoas:
(...) Cumpre ˆ Justi•a Federal processar e julgar "os crimes contra a organiza•‹o do trabalho" (CR,
art. 109, inc. VI) quando "houver ofensa ao sistema de —rg‹os e institutos destinados a
preservar, coletivamente, os direitos e deveres dos trabalhadores" (EDcl no AgRg no CC
129.181/MG, Rel. Ministro Jorge Mussi, Terceira Se•‹o, julgado em 25/02/2015; Sœmula 115/TFR).
N‹o lhe compete, contudo, processar e julgar causa decorrente de rela•‹o de trabalho
relacionada ˆ viola•‹o de direitos individuais, ainda que pertencentes a um grupo
determinado de pessoas.
(...) (CC 131.319/SP, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/SC), TERCEIRA SE‚ÌO, julgado em 26/08/2015, DJe 11/09/2015)


Ä STF - RE 587530 AgR – O STF decidiu no sentido de que a análise, para fins de competência da
Justiça Federal em relação aos crimes contra a Organização do Trabalho, deverá ser muito mais
ampla do que a mera configuração de lesão aos órgãos e instituições que visem à proteção do
trabalho, devendo ser analisado se houve, no caso concreto, lesão à dignidade do ser humano, num
contexto de relação de trabalho:
(...) ƒ da mais recente jurisprud•ncia desta Suprema Corte, o entendimento de que, para fins de
fixa•‹o da compet•ncia da justi•a federal, o enquadramento na categoria de crimes contra a
organiza•‹o do trabalho, vai alŽm de condutas ofensivas ao sistema de —rg‹os e institui•›es
que visam a prote•‹o dos trabalhadores. A dignidade do homem, protegida amplamente
pela Constitui•‹o da Repœblica, n‹o pode ser olvidada, devendo ser atrelada ˆquele
componente org‰nico (RE n¼ 398.041/PA, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Joaquim Barbosa,
DJe de 19/12/08). 2. Restando superada a quest‹o preliminar de incompet•ncia, deve o Tribunal
Regional Federal da 4» Regi‹o prosseguir na an‡lise das demais quest›es levadas ˆ sua aprecia•‹o
nos autos do writ ali impetrado. 3. Agravo regimental parcialmente provido.
(RE 587530 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 03/05/2011, DJe-
164 DIVULG 25-08-2011 PUBLIC 26-08-2011 EMENT VOL-02574-02 PP-00432)


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8! RESUMO


CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
Violação de direito autoral
Conduta do caput (art. 184)
Conduta - A conduta consiste em “violar direitos de autor”. Os direitos do autor são o conjunto de
direitos e prerrogativas que a Lei confere ao criador de determinada obra (seja ela qual for).
Sujeitos e elemento subjetivo - O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo, portanto, um
CRIME COMUM. O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a forma culposa, por não
haver previsão legal nesse sentido. Aqui não há finalidade de obtenção de lucro.
Consumação e tentativa - A consumação se dá de formas variadas a depender da espécie de obra
que se está violando. Em sendo obra literária, se dá com a reprodução indevida. Em caso de peça
artística, com a reprodução pública indevida. Admite-se plenamente a TENTATIVA.

Conduta do art. 184, §1º
Conduta - A conduta é aquela de quem realiza a reprodução ilegal com intuito de lucro.
Sujeitos e elemento subjetivo - O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo, portanto, um
CRIME COMUM. O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a forma culposa, por não
haver previsão legal nesse sentido. Aqui há finalidade de obtenção de lucro (elemento subjetivo
específico).
Consumação e tentativa - A consumação se dá com a reprodução indevida, com fim de lucro.
Admite-se plenamente a TENTATIVA.

Conduta do art. 184, §2º
Conduta - A conduta é a daquela pessoa que não realiza a reprodução ilegal, mas, com o intuito de
lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta,
tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido de forma ilegal.
Sujeitos e elemento subjetivo - O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo, portanto, um
CRIME COMUM. O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a forma culposa, por não
haver previsão legal nesse sentido. Aqui há finalidade de obtenção de lucro (elemento subjetivo
específico).
Consumação e tentativa - A consumação se dá com a prática de qualquer das condutas descritas no
tipo (distribuir, expor à venda, ter em depósito, etc.), ainda que o agente não consiga o lucro
pretendido. Admite-se plenamente a TENTATIVA.


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OBS.: A conduta de comercializar CDs e DVDs piratas é CRIME, configurando o delito do art. 184,
§2º, não havendo que se falar em “adequação social” (STJ – Súmula 502).

Ação penal nos crimes contra a propriedade imaterial
Ação penal privada – Conduta do art. 184, caput.
Ação penal pública condicionada à representação da vítima - Oferecimento mediante sistema de
distribuição em massa (art. 184, §3º)
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – Demais casos

CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Sujeito ativo - Crime comum. Sujeito passivo é a coletividade que compartilha deste sentimento
religioso, podendo, ainda, ser a pessoa efetivamente privada de seu culto religioso ou zombada
Elemento subjetivo - Dolo
Tentativa - A tentativa é admissível em todas as hipóteses, salvo nas manifestações verbais
(escárnio, vilipêndio verbal, etc.).

CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Sujeitos - Todos os delitos são COMUNS. O sujeito passivo NÃO SERÁ O MORTO, pois não é sujeito
de direitos, mas a coletividade e, em especial, os familiares e demais pessoas que guardam qualquer
relação de afinidade com a pessoa falecida.
Elemento subjetivo - Dolo
Tentativa - A tentativa é admissível em todas as hipóteses, salvo nas manifestações verbais
(escárnio, vilipêndio verbal, etc.).

CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
Crimes contra o casamento
Sujeitos - CRIMES COMUNS. EXCEÇÃO: Bigamia, que somente pode ser praticado pela pessoa que
possui a qualidade de já ser casada, sendo, portanto, CRIME PRÓPRIO. O sujeito passivo é,
primariamente, o Estado e, secundariamente, eventual particular lesado.
Elemento subjetivo - Dolo
Tentativa – A tentativa é possível em todos os casos. No caso do crime de bigamia, a Doutrina se
divide, mas majoritariamente entende que também é possível.

Crimes contra o estado de filiação
Sujeitos - CRIMES COMUNS. EXCEÇÕES:


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¥! No caso do tipo penal do art. 242 – Na conduta de “dar parto alheio como próprio”.
Nessa conduta, só a mulher pode praticar o delito.
¥! No caso do tipo penal do art. 243 – Se a conduta é praticada contra filho “próprio”, só
o pai ou mãe podem praticar o delito.
O sujeito passivo é o Estado, e secundariamente, a pessoa prejudicada com a ação.
Elemento subjetivo – Dolo. EXCEÇÃO: No crime do art. 243 do CP não é suficiente o dolo genérico,
exigindo-se o especial fim de agir, consistente na intenção de prejudicar direito inerente ao estado
civil.
Tentativa – A tentativa é possível em todos os casos.

Crimes contra a assistência familiar
Sujeitos – Crimes próprios, pois somente podem ser praticados por aqueles que possuam as
qualidades exigidas nos tipos penais (pai, mãe, responsável, etc.). O sujeito passivo primário, em
todos eles, é o ESTADO, figurando como sujeito passivo secundário o parente que ficou ao
desamparo (ascendente, descendente, etc.).
Elemento subjetivo - Dolo
Tentativa - A tentativa é admissível, salvo nos crimes de abandono material e abandono intelectual,
eis que são crimes omissivos próprios.

Dos crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Sujeitos – O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo crimes comuns. Sujeitos passivos são os
responsáveis pelos incapazes submetidos às situações descritas nos tipos penais. Secundariamente,
figuram como sujeitos passivos os próprios incapazes.
Elemento subjetivo – Dolo
Tentativa - A tentativa é admissível, exceto no caso do art. 248 quando for praticado na modalidade
de “deixar, sem justa causa, de entrega-lo...”, por se tratar, neste caso, de CRIME OMISSIVO
PRÓPRIO.

CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Ø! Boicotagem violenta - Tipo misto cumulativo, ou seja, o tipo penal prevê mais de uma
conduta (tipo misto), e a prática de mais de uma dessas condutas descritas no núcleo do tipo
configura mais de um crime, e não crime único (tipo misto cumulativo).
OBS.: As condutas de obrigar alguém a NÃO celebrar contrato de trabalho e obrigar alguém a
FORNECER ou AQUIRIR de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola NÃO constituem
crime de boicotagem violenta (não estão previstas no tipo).
Ø! Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem - Aqui a violência
apenas contra COISA caracteriza o delito. Pelo menos três empregados devem participar
(concurso necessário).


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Ø! Frustração de direito assegurado por lei trabalhista - O crime se caracteriza pela frustração
(evitar a efetivação) de um direito trabalhista. Isso pode se dar mediante VIOLÊNCIA OU
GRAVE AMEAÇA. OBS.: Cláusula de equiparação: conduta daquele que COAGE o empregado
a consumir mercadoria de determinado estabelecimento, PARA IMPOSSIBILITAR O
DESLIGAMENTO DO TRABALHO EM RAZÃO DA DÍVIDA, bem como aquele que impede alguém
de se desligar de serviço mediante COAÇÃO ou RETENÇÃO DE SEUS DOCUMENTOS. OBS.: Se
há privação da liberdade de locomoção = crime de redução à condição análoga à de escravo.
Ø! Exercício de atividade com infração de decisão administrativa – Se o agente exerce a
atividade em descumprimento à decisão JUDICIAL não pratica este delito, mas o delito do art.
359 do CP. Médico com registro cassado pratica este delito? Sim, pratica este delito, e não
o crime de exercício ilegal da medicina.

Tópicos importantes
Ø! Todas as condutas somente são punidas na modalidade DOLOSA.
Ø! Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada.
Ø! São, em regra, crimes FORMAIS, mas há exceções
Ø! Todos os crimes admitem a TENTATIVA, salvo as raras hipóteses em que a conduta não pode
ser fracionada (exemplo: Negar as condições para retorno, art. 207, §1º, por de tratar de
conduta omissiva).
Ø! Para quase todos os delitos é cominada pena de detenção, exceto para o crime do art. 202
(para este, a pena cominada é a de reclusão).
Ø! O crime de redução à condição análoga à de escravo não está inserido dentro dos “crimes
contra a organização do trabalho”, pois está previsto no art. 149 do CP, dentro do capítulo
referente aos crimes contra a liberdade pessoal.

Competência para processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho
REGRA - Para o STJ, a competência será, a princípio, da Justiça estadual, salvo se ficar comprovado
que houve:
§! violação a direito dos trabalhadores, considerados coletivamente; ou
§! violação à organização geral do trabalho.

OBS.: Assim, a mera violação aos direitos de um ou alguns trabalhadores não desloca a competência
para a Justiça Federal.
OBS.: O STF destaca que a análise deverá ser muito mais ampla do que a mera configuração de
lesão aos órgãos e instituições que visem à proteção do trabalho, devendo ser analisado se houve,
no caso concreto, lesão à dignidade do ser humano, num contexto de relação de trabalho.
OBS.: Competência para julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo = Justiça Federal
(STF e STJ) – Ofende gravemente a organização do trabalho, eis que, dentre outras coisas, há
violação flagrante à dignidade da pessoa humana em relação de trabalho.


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_______
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

9! EXERCÍCIOS PARA PRATICAR


01.! (TRT2 – 2016 – TRT2 – JUIZ DO TRABALHO)
Em relação aos crimes contra a organização do trabalho, cujos tipos penais estão enunciados no
Título IV da Parte Especial do Código Penal, segundo a tipologia especificamente adotada por este
Código, são condutas típicas que, em tese, caracterizam crime contra a organização do trabalho:
I- “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.
II- “Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional”.
III- “Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa
ou contra coisa".
IV- “Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa”.
V - “Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional”.
Responda:
a) Somente as proposições l,ll e IV estão corretas.
b) Somente as proposições l,ll e V estão corretas.
c) Somente as proposições II,III e V estão corretas.
d) Somente as proposições III,IV e V estão corretas .
e) Todas as proposições estão corretas.

02.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA)
A conduta de vender ou expor à venda CDs ou DVDs contendo gravações de músicas, filmes ou shows
não configura crime de violação de direito autoral, por ser prática amplamente tolerada e estimulada
pela procura dos consumidores desses produtos.

03.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA)


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No crime de aliciamento para o fim de emigração, pune-se a conduta de recrutar trabalhadores,


mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro, como forma de se garantir a
proteção à organização do trabalho.

04.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO)
Em relação aos crimes contra a organização do trabalho, assinale a opção correta.
a) Para a configuração do crime de participação de abandono coletivo de trabalho com violência
contra a pessoa, é indispensável o concurso de pelo menos três empregados.
b) Consiste em infração penal violadora da liberdade individual, e não em crime contra a organização
do trabalho, a conduta do agente que impede alguém de se desligar de serviços de qualquer
natureza, mediante a retenção de seus documentos pessoais.
c) No crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional, o
recrutador que não assegurar condições de retorno do trabalhador ao local de origem estará sujeito
a causa específica de aumento de pena.
d) O Código Penal prevê, para todos os crimes contra a organização do trabalho, como causa de
aumento de pena o fato de a vítima ser menor de dezoito anos de idade, idosa, gestante, indígena
ou portadora de deficiência física ou mental.
e) Processam-se esses crimes por ação penal pública incondicionada, estando o autor de qualquer
um deles sujeito à pena de detenção, além da pena correspondente à violência empregada, quando
for o caso.

05.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO)
Acerca do crime de que trata o art. 198 do CP — atentado contra a liberdade de trabalho e
boicotagem violenta —, assinale a opção correta.
a) A competência para o processamento de ação que envolva a prática desse crime é da justiça
federal, independentemente de se tratar de interesse individual do trabalhador ou coletivo.
b) A conduta de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a adquirir de outrem
matéria-prima ou produto industrial agrícola configura o crime previsto no referido artigo.
c) Cometerá o referido crime aquele que constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
a não celebrar contrato de trabalho.
d) Haverá concurso de crimes se o agente praticar mais de uma das condutas previstas no art. 198
do CP.
e) O referido crime classifica-se como crime próprio.

06.! (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA)
Não constitui crime vilipendiar as cinzas de um cadáver, sendo tal conduta atípica por ausência de
previsão legal.


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07.! (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA)


Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo a existência de
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou relativa.

08.! (CESPE – 2015 – DPE-RN – DEFENSOR PÚBLICO)
Vanessa foi presa em flagrante enquanto vendia e expunha à venda cerca de duzentos DVDs piratas,
falsificados, de filmes e séries de televisão. Realizada a devida perícia, foi confirmada a falsidade dos
objetos. Incapaz de apresentar autorização para a comercialização dos produtos, Vanessa alegou em
sua defesa que desconhecia a ilicitude de sua conduta.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dominante
dos tribunais superiores.
a) Vanessa é isenta de culpabilidade, pois incidiu em erro de proibição.
b) O MP deve comprovar que os detentores dos direitos autorais das obras falsificadas sofreram real
prejuízo para que a conduta de Vanessa seja criminosa.
c) A conduta de Vanessa ofende o direito constitucional que protege a autoria de obras intelectuais
e configura crime de violação de direito autoral.
d) A conduta de vender e expor à venda DVDs falsificados é atípica em razão da incidência do
princípio da adequação social.
e) A conduta de vender e expor à venda DVDs falsificados é atípica em razão da incidência do
princípio da insignificância.

09.! (FCC – 2015 – TRT23 – JUIZ DO TRABALHO)
Paulo, industrial do ramo de plásticos, mediante promessa de mal futuro, sério e verossímil,
constrangeu Pedro, proprietário de empresa concorrente, a não adquirir de Antônio matéria-prima
necessária para a fabricação de seus produtos. No caso, Paulo cometeu o crime de
a) atentado contra a liberdade de contrato de trabalho.
b) constrangimento ilegal.
c) atentado contra a liberdade de trabalho.
d) sabotagem.
e) boicotagem violenta.

10.! (MPT – 2015 – MPT – PROCURADOR DO TRABALHO)
Acerca do crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista é INCORRETO afirmar:
a) Admite tentativa.
b) Pode ser executado por meio de violência.
c) Trata-se de norma penal em branco.
d) Não pode ser classificado como crime permanente.


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e) Não respondida.

11.! (FCC – 2015 – TRT6 – JUIZ DO TRABALHO)
No delito de paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem,
a) o sujeito ativo só pode ser o empregado.
b) punível a suspensão de trabalho.
c) a violência deve ser dirigida, necessariamente, contra pessoa.
d) o abandono de trabalho pode ser individual.
e) punível, apenas, o abandono de trabalho.

12.! (FCC – 2014 – TRT24 – JUIZ DO TRABALHO)
NÃO constitui crime contra a organização do trabalho
a) redução a condição análoga à de escravo.
b) boicotagem violenta.
c) atentado contra a liberdade de associação.
d) exercício de atividade com infração de decisão administrativa.
e) aliciamento para o fim de emigração.

13.! (FCC – 2014 – TRT1 – JUIZ DO TRABALHO)
Em 20/10/2012 empresário é surpreendido pela fiscalização frustrando direito assegurado pela
legislação do trabalho em razão da jornada exaustiva imposta aos empregados, tendo ficado
caracterizada a condição análoga à de escravo. No curso da ação penal, comprovou-se que o
empregador lançou falsas anotações nas carteiras de trabalho dos empregados e que, em
05/05/2010, fora condenado em outro processo, pela prática de apropriação indébita de
contribuições previdenciárias.
No que tange à tipicidade penal, o crime praticado pelo empresário em 20/10/2012 tem por objeto
jurídico
a) o abuso de autoridade.
b) o atentado contra o contrato de trabalho.
c) a saúde do trabalhador.
d) a organização do trabalho.
e) a liberdade pessoal do trabalhador.

14.! (VUNESP – 2012 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL)
Em relação ao crime de bigamia, pode-se afirmar que se caracteriza quando:
I. contrai alguém, sendo casado, novo casamento;


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II. contrai alguém, sendo divorciado, por sentença ainda não transitada em julgado, novo casamento;
III. contrai alguém, sendo divorciado, por sentença transitada em julgado, mas não averbada à
margem do assento de casamento, novo enlace.
São corretas as afirmativas
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.

15.! (VUNESP – 2012 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL)
No tocante aos crimes quanto ao estado de filiação:
I. são considerados atos criminosos a promoção no registro civil da inscrição de nascimento
inexistente, o fato de dar parto alheio como próprio e, ainda, registrar como seu filho de outrem;
II. o ato de dar parto alheio como próprio pode ser considerado apenas infração administrativa, se
reconhecido por sentença judicial que praticado por motivo de reconhecida nobreza;
III. o ato de promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente pode deixar de ser
apenado, desde que reconhecido por sentença judicial que praticado por motivo de reconhecida
nobreza.
É correto o que se afirma apenas em
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.

16.! (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL)
Registrar como seu o filho de outrem constitui crime cujo bem jurídico precípuo é
a) a administração da Justiça.
b) o patrimônio.
c) a propriedade imaterial.
d) a família.
e) a Administração Pública em geral.

17.! (VUNESP – 2011 – TJ-SP – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS)
Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente
a) tipifica conduta penal de registro de nascimento inexistente.
b) tipifica conduta penal de sonegação de estado de filiação.


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c) tipifica conduta penal de parto suposto, supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil
de recém-nascido.
d) não configura ilícito penal.

18.! (INSTITUTO CIDADES – 2010 – DPE-GO – DEFENSOR PÚBLICO)
Romeu e Julieta se apaixonaram quando se conheceram. Mas a vida de casados desgastou a relação
e o casal separou-se de fato quando seu único filho, Romeuzinho, completou sete anos. Julieta,
então, com dedicação e trabalho, passou a sustentar sozinha o filho, cuidando para que nada lhe
faltasse. Completados dois anos dessa situação, uma vizinha noticiou o fato na Delegacia de Polícia
e Romeu foi preso em flagrante pelo crime de abandono material ( CP, art. 244: deixar, sem justa
causa, de prover a subsistência de filho menor de 18 anos, não lhe proporcionando os recursos
necessários). Penalmente, está correto a defesa técnica alegar que o crime de abandono material
a) é de ação penal privada, logo a persecução penal não poderia ter sido iniciada pela vizinha.
b) não foi recepcionado pela Constituição Federal, pois cria obstáculo intransponível para a
reconciliação do casal e preservação da família.
c) não se configurou, porque a vítima efetivamente não ficou ao desamparo, uma vez que a
assistência foi prestada por sua mãe.
d) não se configurou, porque não houve pensão alimentícia judicialmente acordada.
e) não é permanente, mas unissubsistente, logo não admite prisão em flagrante.

19.! (ESAF - AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – 2010)
Carlos e Mário, isoladamente, abandonam o seu trabalho (greve) destruindo a porta do escritório e
batendo no chefe Beltrão. À luz do previsto dos Crimes contra a Organização do Trabalho na parte
especial do Código Penal, julgue os itens abaixo, assinalando o correto.
a) Carlos e Mário devem responder pelo delito tentado de paralisação de trabalho, seguida de
violência ou perturbação da ordem.
b) Carlos e Mário não devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência
ou perturbação da ordem.
c) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência ou
perturbação da ordem na sua forma culposa.
d) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência ou
perturbação da ordem.
e) Só Carlos deve responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência ou
perturbação da ordem.

20.! (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – 2009)
Paulo, dirigente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, constrange Márcia, metalúrgica não
filiada, a participar do sindicato dos metalúrgicos, ameaçando-a de ser demitida caso não se associe


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imediatamente. Tal ameaça foi presenciada por policial que se encontrava casualmente ao lado de
Márcia. À luz do Código Penal, julgue os itens abaixo assinalando o correto.
a) Márcia não tem direito de se opor à filiação, desse modo a conduta de Paulo é lícita.
b) Paulo cometeu o crime de atentado contra a liberdade de trabalho.
c) Paulo cometeu o crime de atentado contra a liberdade de associação.
d) Caso Paulo seja preso em flagrante, este deverá ser preso junto com os outros detentos até que
seja paga fiança ou decretada a sua liberdade provisória.
e) Paulo estará sujeito a advertência administrativa, não tendo cometido nenhum delito.

21.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)
No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo prescricional.

22.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)
As cinzas humanas não podem ser objeto material do crime de vilipêndio a cadáver.

10!EXERCÍCIOS COMENTADOS


01.! (TRT2 – 2016 – TRT2 – JUIZ DO TRABALHO)
Em relação aos crimes contra a organização do trabalho, cujos tipos penais estão enunciados no
Título IV da Parte Especial do Código Penal, segundo a tipologia especificamente adotada por este
Código, são condutas típicas que, em tese, caracterizam crime contra a organização do trabalho:
I- “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou
a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo,
por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.
II- “Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
e forma legal ou convencional”.
III- “Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa
ou contra coisa".
IV- “Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa”.
V - “Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território
nacional”.


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Responda:
a) Somente as proposições l,ll e IV estão corretas.
b) Somente as proposições l,ll e V estão corretas.
c) Somente as proposições II,III e V estão corretas.
d) Somente as proposições III,IV e V estão corretas .
e) Todas as proposições estão corretas.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: O crime de redução à condição análoga à de escravo não é crime contra a organização
do trabalho! Trata-se de crime previsto no art. 149 do CP, sendo crime contra a liberdade pessoal.
II – ERRADA: Também não temos aqui um crime contra a organização do trabalho, mas um crime
contra o patrimônio, que é o crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A do
CP.
III – CORRETA: Item correto, pois este é um crime contra a organização do trabalho, previsto no art.
200 do CP.
IV – CORRETA: Item correto, pois este também é um crime contra a organização do trabalho, previsto
no art. 205 do CP.
V - CORRETA: Item correto, pois este também é um crime contra a organização do trabalho, previsto
no art. 207 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

02.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA)
A conduta de vender ou expor à venda CDs ou DVDs contendo gravações de músicas, filmes ou
shows não configura crime de violação de direito autoral, por ser prática amplamente tolerada e
estimulada pela procura dos consumidores desses produtos.
COMENTÁRIOS: A conduta do agente se amolda ao tipo penal do art. 184, §2º do CP:
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
(...)
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda,
aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor
de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos
titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
O STJ já consolidou entendimento no sentido de que não há que se falar em aplicação, aqui, do
princípio da adequação social, tendo sumulado a questão (súmula 502 do STJ).
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTÁ ERRADA.


03.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADAPTADA)


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No crime de aliciamento para o fim de emigração, pune-se a conduta de recrutar trabalhadores,


mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro, como forma de se garantir a
proteção à organização do trabalho.
COMENTÁRIOS: Item correto, pois esta é a exata previsão da conduta típica prevista no art. 206 do
CP, que trata do crime de “aliciamento para o fim de emigração”.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

04.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO)
Em relação aos crimes contra a organização do trabalho, assinale a opção correta.
a) Para a configuração do crime de participação de abandono coletivo de trabalho com violência
contra a pessoa, é indispensável o concurso de pelo menos três empregados.
b) Consiste em infração penal violadora da liberdade individual, e não em crime contra a
organização do trabalho, a conduta do agente que impede alguém de se desligar de serviços de
qualquer natureza, mediante a retenção de seus documentos pessoais.
c) No crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional, o
recrutador que não assegurar condições de retorno do trabalhador ao local de origem estará
sujeito a causa específica de aumento de pena.
d) O Código Penal prevê, para todos os crimes contra a organização do trabalho, como causa de
aumento de pena o fato de a vítima ser menor de dezoito anos de idade, idosa, gestante, indígena
ou portadora de deficiência física ou mental.
e) Processam-se esses crimes por ação penal pública incondicionada, estando o autor de qualquer
um deles sujeito à pena de detenção, além da pena correspondente à violência empregada,
quando for o caso.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Esta é a exata previsão contida no § único do art. 200 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois esta conduta configura crime contra a organização do trabalho,
previsto no art. 203, §1º, II do CP:
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei
nº 9.777, de 1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
(...) II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção
de seus documentos pessoais ou contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso o agente responderá pelo delito do art. 207, §1º do CP, que
possui a mesma pena prevista para a conduta do caput do art. 207, não havendo causa de aumento
de pena.
d) ERRADA: Item errado, pois tal causa de aumento de pena só é prevista para os delitos do art. 203
e 207 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois para o delito do art. 202 é cominada pena de RECLUSÃO:


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Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem


Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar
o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas
dispor:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

05.! (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Acerca do crime de que trata o art. 198 do CP — atentado contra a liberdade de trabalho e
boicotagem violenta —, assinale a opção correta.
a) A competência para o processamento de ação que envolva a prática desse crime é da justiça
federal, independentemente de se tratar de interesse individual do trabalhador ou coletivo.
b) A conduta de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a adquirir de outrem
matéria-prima ou produto industrial agrícola configura o crime previsto no referido artigo.
c) Cometerá o referido crime aquele que constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a não celebrar contrato de trabalho.
d) Haverá concurso de crimes se o agente praticar mais de uma das condutas previstas no art. 198
do CP.
e) O referido crime classifica-se como crime próprio.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois a competência será, a princípio, da Justiça estadual, salvo se ficar
comprovado que houve: (i) violação a direito dos trabalhadores, considerados coletivamente; ou (ii)
violação à organização geral do trabalho.
b) ERRADA: Item errado, pois tal conduta não se amolda ao tipo penal do art. 198 do CP, que
criminaliza a conduta de quem obriga alguém a NÃO FORNECER a outra pessoa ou NÃO ADQUIRIR
de outra pessoa matéria-prima ou produto industrial ou agrícola.
c) ERRADA: Item errado, pois a conduta criminalizada (dentre outras) é a de constranger alguém a
CELEBRAR contrato de trabalho, nos termos do art. 198 do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois temos aqui o que se chama de tipo misto cumulativo, ou seja, a
prática de mais de uma das condutas descritas no núcleo do tipo configura mais de um crime, e não
crime único.
e) ERRADA: Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

06.! (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA)
Não constitui crime vilipendiar as cinzas de um cadáver, sendo tal conduta atípica por ausência de
previsão legal.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois tal conduta é criminalizada pelo art. 212 do CP:
Vilipêndio a cadáver


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Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:


Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

07.! (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA)
Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo a existência de
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou relativa.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o crime do art. 237 do CP só se aplica se o agente contrai
casamento sabendo da existência de impedimento que cause nulidade ABSOLUTA, nos termos do
art. 237 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

08.! (CESPE – 2015 – DPE-RN – DEFENSOR PÚBLICO)
Vanessa foi presa em flagrante enquanto vendia e expunha à venda cerca de duzentos DVDs
piratas, falsificados, de filmes e séries de televisão. Realizada a devida perícia, foi confirmada a
falsidade dos objetos. Incapaz de apresentar autorização para a comercialização dos produtos,
Vanessa alegou em sua defesa que desconhecia a ilicitude de sua conduta.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dominante
dos tribunais superiores.
a) Vanessa é isenta de culpabilidade, pois incidiu em erro de proibição.
b) O MP deve comprovar que os detentores dos direitos autorais das obras falsificadas sofreram
real prejuízo para que a conduta de Vanessa seja criminosa.
c) A conduta de Vanessa ofende o direito constitucional que protege a autoria de obras
intelectuais e configura crime de violação de direito autoral.
d) A conduta de vender e expor à venda DVDs falsificados é atípica em razão da incidência do
princípio da adequação social.
e) A conduta de vender e expor à venda DVDs falsificados é atípica em razão da incidência do
princípio da insignificância.
COMENTÁRIOS: A conduta do agente se amolda ao tipo penal do art. 184, §2º do CP:
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
(...)
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda,
aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor
de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos
titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
O STJ já consolidou entendimento no sentido de que não há que se falar em aplicação, aqui, do
princípio da adequação social, tendo sumulado a questão (súmula 502 do STJ).


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Não se exige, ainda, comprovação de que tenha havido efetivo prejuízo, eis que se trata de crime
formal. Além disso, incabível sustentar a ocorrência de erro de proibição, eis que se trata de conduta
amplamente divulgada como ilícita.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

09.! (FCC – 2015 – TRT23 – JUIZ DO TRABALHO)
Paulo, industrial do ramo de plásticos, mediante promessa de mal futuro, sério e verossímil,
constrangeu Pedro, proprietário de empresa concorrente, a não adquirir de Antônio matéria-
prima necessária para a fabricação de seus produtos. No caso, Paulo cometeu o crime de
a) atentado contra a liberdade de contrato de trabalho.
b) constrangimento ilegal.
c) atentado contra a liberdade de trabalho.
d) sabotagem.
e) boicotagem violenta.
COMENTÁRIOS: Neste caso, paulo cometeu o crime de BOICOTAGEM VIOLENTA, previsto no art.
198 do CP, segunda parte:
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não
fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

10.! (MPT – 2015 – MPT – PROCURADOR DO TRABALHO)
Acerca do crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista é INCORRETO afirmar:
a) Admite tentativa.
b) Pode ser executado por meio de violência.
c) Trata-se de norma penal em branco.
d) Não pode ser classificado como crime permanente.
e) Não respondida.
COMENTÁRIOS: Tal delito admite tentativa, pois é crime plurissubsistente. Além disso, é crime que
pode ser praticado mediante fraude ou violência. Trata-se, ainda, de norma penal em branco, já que
depende de complementação pelas normas que regulam as relações trabalhistas. Por fim, trata-se
de crime que pode ser praticado de forma permanente quando, por exemplo, praticado na
modalidade do art. 203, §1º, II. Neste caso, o crime estará sendo praticado enquanto persistir o
impedimento (crime permanente).
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA D.

11.! (FCC – 2015 – TRT6 – JUIZ DO TRABALHO)


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No delito de paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem,


a) o sujeito ativo só pode ser o empregado.
b) punível a suspensão de trabalho.
c) a violência deve ser dirigida, necessariamente, contra pessoa.
d) o abandono de trabalho pode ser individual.
e) punível, apenas, o abandono de trabalho.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: O particular também pode ser sujeito ativo do crime, desde que em concurso de agentes
com um empregado.
b) CORRETA: Não só o abandono, mas também a suspensão coletiva de trabalho, mediante violência
ou grave ameaça, configura o delito do art. 200 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois a violência, aqui, pode ser contra pessoa ou contra coisa.
d) ERRADA: Item errado, pois o abandono só pode ser coletivo, e exige a presença de pelo menos
três empregados, na forma do art. 200, parágrafo único do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois a suspensão coletiva de trabalho, mediante violência ou grave ameaça,
também configura o delito do art. 200 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

12.! (FCC – 2014 – TRT24 – JUIZ DO TRABALHO)
NÃO constitui crime contra a organização do trabalho
a) redução a condição análoga à de escravo.
b) boicotagem violenta.
c) atentado contra a liberdade de associação.
d) exercício de atividade com infração de decisão administrativa.
e) aliciamento para o fim de emigração.
COMENTÁRIOS: A despeito de o STF e o STJ entenderem que o delito de “redução à condição
análoga à de escravo” (art. 149 do CP) afeta a organização do trabalho, por violar direitos
fundamentais relacionados às relações trabalhistas, tal delito não está inserido dentro do Título
previsto para os crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 a 207 do CP), motivo pelo qual,
pela literalidade da Lei, não se trata de crime contra a organização do trabalho, mas crime contra a
liberdade pessoal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

13.! (FCC – 2014 – TRT1 – JUIZ DO TRABALHO)
Em 20/10/2012 empresário é surpreendido pela fiscalização frustrando direito assegurado pela
legislação do trabalho em razão da jornada exaustiva imposta aos empregados, tendo ficado
caracterizada a condição análoga à de escravo. No curso da ação penal, comprovou-se que o


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empregador lançou falsas anotações nas carteiras de trabalho dos empregados e que, em
05/05/2010, fora condenado em outro processo, pela prática de apropriação indébita de
contribuições previdenciárias.
No que tange à tipicidade penal, o crime praticado pelo empresário em 20/10/2012 tem por objeto
jurídico
a) o abuso de autoridade.
b) o atentado contra o contrato de trabalho.
c) a saúde do trabalhador.
d) a organização do trabalho.
e) a liberdade pessoal do trabalhador.
COMENTÁRIOS: A despeito de o STF e o STJ entenderem que o delito de “redução à condição
análoga à de escravo” (art. 149 do CP) afeta a organização do trabalho, por violar direitos
fundamentais relacionados às relações trabalhistas, tal delito não está inserido dentro do Título
previsto para os crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 a 207 do CP), motivo pelo qual,
pela literalidade da Lei, não se trata de crime contra a organização do trabalho, mas crime contra a
liberdade pessoal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

14.! (VUNESP – 2012 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL)
Em relação ao crime de bigamia, pode-se afirmar que se caracteriza quando:
I. contrai alguém, sendo casado, novo casamento;
II. contrai alguém, sendo divorciado, por sentença ainda não transitada em julgado, novo
casamento;
III. contrai alguém, sendo divorciado, por sentença transitada em julgado, mas não averbada à
margem do assento de casamento, novo enlace.
São corretas as afirmativas
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 235 do CP.
II – CORRETA: Item correto, pois se ainda não houve o trânsito em julgado da sentença de divórcio,
a pessoa ainda está casada.
III – ERRADA: Item errado, pois o que marca a ruptura definitiva do laço conjugal é o trânsito em
julgado da sentença de divórcio. A averbação do divórcio no registro de casamento é irrelevante
para estes fins.


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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.



15.! (VUNESP – 2012 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL)
No tocante aos crimes quanto ao estado de filiação:
I. são considerados atos criminosos a promoção no registro civil da inscrição de nascimento
inexistente, o fato de dar parto alheio como próprio e, ainda, registrar como seu filho de outrem;
II. o ato de dar parto alheio como próprio pode ser considerado apenas infração administrativa,
se reconhecido por sentença judicial que praticado por motivo de reconhecida nobreza;
III. o ato de promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente pode deixar de ser
apenado, desde que reconhecido por sentença judicial que praticado por motivo de reconhecida
nobreza.
É correto o que se afirma apenas em
a) I.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Tais condutas configuram crime contra o estado de filiação, nos termos do art. 241 e
242 do CP.
II – ERRADA: Neste caso não teremos mera infração administrativa, mas crime em sua forma
privilegiada, nos termos do art. 242, § único do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois não há tal previsão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

16.! (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL)
Registrar como seu o filho de outrem constitui crime cujo bem jurídico precípuo é
a) a administração da Justiça.
b) o patrimônio.
c) a propriedade imaterial.
d) a família.
e) a Administração Pública em geral.
COMENTÁRIOS: Tal conduta constitui o crime previsto no art. 242 do CP, e é um crime que atenta
contra a família.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

17.! (VUNESP – 2011 – TJ-SP – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS)


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Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente


a) tipifica conduta penal de registro de nascimento inexistente.
b) tipifica conduta penal de sonegação de estado de filiação.
c) tipifica conduta penal de parto suposto, supressão ou alteração de direito inerente ao estado
civil de recém-nascido.
d) não configura ilícito penal.
COMENTÁRIOS: Tal conduta configura o delito previsto no art. 241 do CP:
Registro de nascimento inexistente
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

18.! (INSTITUTO CIDADES – 2010 – DPE-GO – DEFENSOR PÚBLICO)
Romeu e Julieta se apaixonaram quando se conheceram. Mas a vida de casados desgastou a
relação e o casal separou-se de fato quando seu único filho, Romeuzinho, completou sete anos.
Julieta, então, com dedicação e trabalho, passou a sustentar sozinha o filho, cuidando para que
nada lhe faltasse. Completados dois anos dessa situação, uma vizinha noticiou o fato na Delegacia
de Polícia e Romeu foi preso em flagrante pelo crime de abandono material ( CP, art. 244: deixar,
sem justa causa, de prover a subsistência de filho menor de 18 anos, não lhe proporcionando os
recursos necessários). Penalmente, está correto a defesa técnica alegar que o crime de abandono
material
a) é de ação penal privada, logo a persecução penal não poderia ter sido iniciada pela vizinha.
b) não foi recepcionado pela Constituição Federal, pois cria obstáculo intransponível para a
reconciliação do casal e preservação da família.
c) não se configurou, porque a vítima efetivamente não ficou ao desamparo, uma vez que a
assistência foi prestada por sua mãe.
d) não se configurou, porque não houve pensão alimentícia judicialmente acordada.
e) não é permanente, mas unissubsistente, logo não admite prisão em flagrante.
COMENTÁRIOS: O delito em questão é o do art. 244 do CP:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou
inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada;
deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela
Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
(Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por
abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada. (Incluído pela Lei nº 5.478, de 1968)


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No caso em tela, o delito não se verificou, pois a Doutrina entende que a vítima deverá, de fato, ficar
ao desamparo, o que não ocorreu, eis que sua mãe proveu-lhe a subsistência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19.! (ESAF - AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – 2010)
Carlos e Mário, isoladamente, abandonam o seu trabalho (greve) destruindo a porta do escritório
e batendo no chefe Beltrão. À luz do previsto dos Crimes contra a Organização do Trabalho na
parte especial do Código Penal, julgue os itens abaixo, assinalando o correto.
a) Carlos e Mário devem responder pelo delito tentado de paralisação de trabalho, seguida de
violência ou perturbação da ordem.
b) Carlos e Mário não devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de
violência ou perturbação da ordem.
c) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência
ou perturbação da ordem na sua forma culposa.
d) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência
ou perturbação da ordem.
e) Só Carlos deve responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de violência ou
perturbação da ordem.
COMENTÁRIOS: O crime de paralisação de trabalho seguido de violência ou perturbação da ordem
está previsto no art. 200 do CP. Vejamos:
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra
coisa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

No entanto, a conduta deve ser praticada por, ao menos, TRÊS, empregados, nos termos do § único
do art. 200 do CP:

Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos,
três empregados.

Desta forma, no caso concreto, Carlos e Mário não devem responder pelo crime, já que não restou
caracterizado o requisito da “suspensão ou abandono coletivo de trabalho” mediante o concurso
mínimo de três pessoas.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

20.! (ESAF - AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – 2009)
Paulo, dirigente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, constrange Márcia, metalúrgica
não filiada, a participar do sindicato dos metalúrgicos, ameaçando-a de ser demitida caso não se
associe imediatamente. Tal ameaça foi presenciada por policial que se encontrava casualmente
ao lado de Márcia. À luz do Código Penal, julgue os itens abaixo assinalando o correto.


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a) Márcia não tem direito de se opor à filiação, desse modo a conduta de Paulo é lícita.
b) Paulo cometeu o crime de atentado contra a liberdade de trabalho.
c) Paulo cometeu o crime de atentado contra a liberdade de associação.
d) Caso Paulo seja preso em flagrante, este deverá ser preso junto com os outros detentos até que
seja paga fiança ou decretada a sua liberdade provisória.
e) Paulo estará sujeito a advertência administrativa, não tendo cometido nenhum delito.
COMENTÁRIOS: O crime de atentado à liberdade de associação se caracteriza quando alguém
constrange outrem, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de
determinada associação profissional ou sindicado, nos termos do art. 199 do CP, caracterizando-se
como crime contra a Organização do Trabalho. Vejamos:

Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de
determinado sindicato ou associação profissional:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

No caso em tela a conduta de Paulo se amolda perfeitamente a este tipo penal, devendo ele ser
responsabilizado pelo crime de atentado à liberdade de associação.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

21.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)
No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo prescricional.
COMENTÁRIOS: O termo inicial, neste caso, é a data em que o fato se tornou conhecido, por força
do art. 111, IV do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

22.! (CESPE – 2014 – TJ/CE – AJAJ – ADAPTADA)
As cinzas humanas não podem ser objeto material do crime de vilipêndio a cadáver.
COMENTÁRIOS: O art. 212 do CP é expresso em sentido contrário:
Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.


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11!GABARITO


1.! ALTERNATIVA D
2.! ERRADA
3.! CORRETA
4.! ALTERNATIVA A
5.! ALTERNATIVA D
6.! ERRADA
7.! ERRADA
8.! ALTERNATIVA C
9.! ALTERNATIVA E
10.! ALTERNATIVA D
11.! ALTERNATIVA B
12.! ALTERNATIVA A
13.! ALTERNATIVA E
14.! ALTERNATIVA A
15.! ALTERNATIVA A
16.! ALTERNATIVA D
17.! ALTERNATIVA A
18.! ALTERNATIVA C
19.! ALTERNATIVA B
20.! ALTERNATIVA C
21.! ERRADA
22.! ERRADA



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