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TEORIA E PRÁTICA

APOSTILA
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
TEMA 02

CARGA HORÁRIA 30H


PROFESSOR DIOGO DE CALASANS MELO ANDRADE
Jouberto Uchôa de Mendonça Alexandre Meneses Chagas
Reitor Supervisor

Amélia Maria Cerqueira Uchôa Caroline Gomes Oliveira


Vice-Reitora Designer Gráfico

Jouberto Uchôa de Mendonça Júnior Marcio Carvalho da Silva


Superintendente Geral Corretor

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e Mercado Edivan Santos Guimarães
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Shirley Jacy Santos Gomes
Jucimara Roesler Ilustradores
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Flávia dos Santos Menezes Antonielle Menezes Souza
Gerente de Operações Lígia de Goes Costa
Assessoras Pedagógicas
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente de Ensino

Lucas Cerqueira do Vale Shutterstock


Gerente de Tecnologias Educacionais Banco de Imagens

Milena Almeida Nunes Pinto


Designer Instrucional
APRESENTAÇÃO

Olá!

Esta é a apostila do curso de Atualização em Direito Civil: Teoria


e Prática. Nela, você encontrará o conteúdo do tema Dos Defeitos do
Negócio Jurídico que servirá como material de apoio para você apro-
fundar o conhecimento no assunto, tirar dúvidas, realizar as atividades
de aprendizagem e resolver os exercícios.
O objetivo deste tema é lhe permitir conhecer e diferenciar os
defeitos do negócio jurídico, explicando tanto a teoria quando a prática,
com exemplos e decisões dos Tribunais Superiores. Dentre os assun-
tos estudaremos o erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude
contra credores.
Estudando estes conteúdos, você terá a oportunidade de adqui-
rir novos conhecimentos e, com isso, aprimorar-se profissionalmente.
Por isso, é fundamental que estude os materiais e realize as atividades
disponíveis no o curso.

Bom estudo!
SUMÁRIO

ERRO ................................................................................ 07
 
Do Dolo ................................................................................................. 07
Da Coação ........................................................................................... 08
Do Estado de Perigo ........................................................................08
Da Lesão .............................................................................................. 08
Da Fraude Contra Credores ..........................................................09
Da Invalidade do Negócio Jurídico .............................................09

CONCLUSÃO .................................................................... 11
BIBLIOGRAFIA ................................................................ 12
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ERRO

Código Civil trouxe vários vícios do consentimento ou da von-


tade, tornando o negócio jurídico anulável e o primeiro deles é o erro
substancial que surge quando poderia ser percebido por uma pessoa
de diligência normal, em razão das circunstâncias do negócio. Segun-
do o art. 139 do Código Civil o erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declara-
ção, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a


quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído
nesta de modo relevante;

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for


o motivo único ou principal do negócio jurídico.

Já o falso motivo só vicia a declaração de vontade quando ex-


presso como razão determinante. Por outro lado, a transmissão errô-
nea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos
em que o é a declaração direta.
Além de mais, o erro de cálculo apenas autoriza a retificação da
declaração de vontade. E por fim, o erro não prejudica a validade do
negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade
se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real
do manifestante.

 
Do Dolo

Nosso segundo vício do consentimento é o dolo que tornará


anulável o negócio quando este for sua causa. Existe o dolo acidental
que só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Já o dolo de terceiro pode também ser causa de anular o negócio
jurídico, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhe-
cimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o ter-
ceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
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Da Coação

O vício de consentimento coação tem como requisito fundado te-


mor de dano iminente e considerável a pessoa, a família ou aos bens.
O julgador, diante de um negócio jurídico anulável, deve apreciar o
sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas
as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Por outro lado, o exercício regular de um direito não se considera
coação nem o simples temor reverencial. Existe também a coação exer-
cida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a
que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas
e danos.

Do Estado de Perigo

O Estado de Perigo não existia no Código Civil de 1916, conside-


rado pela doutrina uma inovação sua inserção no novo código, e a Lei
traz quais são seus requisitos: configura-se o estado de perigo quando
alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famí-
lia, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação exces-
sivamente onerosa.
Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o
juiz decidirá segundo as circunstâncias. Como, por exemplo, a solicitação
do cheque caução da recepção de hospitais.

 Da Lesão

Também é uma novidade da nova Lei a Lesão que difere do Estado


de Perigo porque neste não há a necessidade da ciência da outra parte
e foi inserida a inexperiência, como, por exemplo, o deferimento de um
financiamento para um aposentado sem informar os juros e o valor da
prestação exorbitante.
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Da Fraude Contra Credores

Já a Fraude contra Credores difere da Fraude à Execução quanto


ao momento, uma vez que a primeira ocorre quando nem existe uma
ação de execução e ocorre a fraude, já a segunda é configurada quando
existindo um processo de execução detecta-se a fraude.
A ação pauliana será intentada contra o devedor insolvente, a
pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta,
ou terceiros adquirentes.
Existe presunção de fraude dos outros credores as garantias
de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. Após a
anulação dos negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá
em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

Da Invalidade do Negócio Jurídico

Quanto à nulidade do negócio jurídico o art. 166 determina que


seja nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

IV - não revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial


para a sua validade;

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática,


sem cominar sanção.
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Em relação ao negócio jurídico simulado a lei considera nulo, mas


subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas da-
quelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não ver-


dadeira;

III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-data-


dos.

O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem con-


valesce pelo decurso do tempo. Se, porém, o negócio jurídico nulo con-
tiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam
às partes permitir supor que o teriam querido se houvessem previsto a
nulidade.
Já os casos de anulabilidade estão no art. 171, senão vejamos: “I -
por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.” Esse negó-
cio pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. O ato de
confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade
expressa de mantê-lo.
Não é necessária a confirmação expressa, quando o negócio já foi
cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava. Essa ex-
pressa, ou a execução voluntária de negócio anulável importa a extinção
de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
Em relação à falta de autorização de terceiro, será validado se este
a der posteriormente. Quanto aos efeitos à anulabilidade não tem efeito
antes de julgada por sentença (ex nunc), nem se pronuncia de ofício; só
os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a
alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
O prazo para ação anulatória é de quatro anos e de decadência
para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado, segundo o art.
178 do Código Civil:
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I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou


lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Em regra é de 2 anos o prazo quando a lei dispuser que determi-


nado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
a contar da data da conclusão do ato. Para o menor, entre dezesseis e
dezoito anos, entende-se que não pode, para eximir-se de uma obri-
gação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido
pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Quanto ao incapaz, ninguém pode reclamar o que, por uma obri-
gação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em
proveito dele a importância paga. De mais a mais, anulado o negócio
jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se acha-
vam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equi-
valente. Além disso, a invalidade do instrumento não induz a do negócio
jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.
Por fim, tratando-se de invalidade parcial, deve-se respeitar a in-
tenção das partes, e esse negócio jurídico não o prejudicará na parte
válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica
a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação
principal.

CONCLUSÃO

Por isso, podemos concluir que existe uma diferença entre vícios
da vontade e os sociais, uma vez que nos primeiros o prejudicado é um
dos contratantes, pois há manifestação da vontade sem corresponder
com o seu íntimo e verdadeiro querer, já nos segundos consubstan-
ciam-se em atos contrários à boa fé ou à lei, prejudicando terceiro. As-
sim, são vícios da vontade: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e
a lesão; e vícios sociais: a fraude contra credores e a simulação.
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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Código Civil. 2002. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br>.


Acesso em: 06 out. 2015.

______. Superior Tribunal de Justiça [Homepage]. Disponível em: <http://


www.stj.jus.br>. Acesso em: 06 out. 2015.

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