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RELATÓRIO DE INSPEÇÃO

UNIDADE LUCAS DO RIO VERDE


SETOR DE INDUSTRIALIZADOS

A/C: Érico Gritti – PCM INDUSTRIALIZADOS


Sumário

1. Introdução 01
2. Objetivo 01
3. Custo do Vapor 02
4. Distribuição 03
4.1. Drenagem de linhas 03
4.2. Perdas por vazamento 05
5. Alimentação de Vapor e Retorno de Condensado 06
6. Inspeção 07
6.1. Parâmetros de Análise 07
6.2. Panorama Geral 08
6.3. Válvulas de Segurança 09
7. Conclusão 10
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1. Introdução

Nos dias atuais, a competitividade é condição determinante para que uma empresa
possua sustentabilidade no mercado. Esta competitividade pode ser traduzida por vezes
por sua produtividade: capacidade de fazer mais com contenção de recursos. Seja tempo
de produção, como emprego de capital. A produtividade por sua vez está associada à
melhoria do desempenho operacional dos processos, e tem como um dos seus pilares a
máxima eficiência energética das unidades produtivas, além de ações que visem à
eliminação de desperdícios de energia e outros insumos.
Através de Engenharia de Aplicação (ENGAP), a SPIRAX SARCO desenvolve
projetos, com foco em conservação de energia e adequação operacional, a partir do
uso eficiente do vapor e outros fluidos industriais como ar comprimido, água, gás
natural, gases do ar, etc.
O serviço consiste de consultoria técnica realizada a partir de levantamento de
campo com utilização de recursos para avaliações qualitativas e quantitativas, além
de validações técnicas; apresentação de relatório técnico contendo identificação dos
pontos de desperdícios de energia, recomendações para adequação, com
especificações completas e projeto básico das alterações e sistemas propostos, e
estudo de viabilidade econômica.

2. Objetivo

O objetivo desta avaliação é analisar as instalações de vapor e de retorno de


condensado da área de industrializados, visando sempre à conservação de energia e
aumento de produtividade.
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3. Custo do Vapor

Podemos calcular o custo do vapor através da fórmula:

Onde:

Ct = Calor total do vapor à pressão de trabalho (Kcal/Kg)

Cs = Calor sensível da água de alimentação (Kcal/Kg)

PCI = Poder calorífico inferior do combustível (Kcal/Kg ou Kcal/m³)

Temos para o processo os seguintes dados:

Custo do cavaco: R$ 40,00/m3


Densidade do cavaco: 400 kg/m3
Logo chegamos ao valor de R$ 0,10/kg.

Ct: 664,7 kcal/kg (pressão relativa de 11 kgf/cm2)


Cságua: 70 kcal/kg (Considerando a temperatura da água de alimentação 70 °C)
PCIcavaco: 2500 kcal/kg
Rendimento da Caldeira: 80%

Pela fórmula temos:


664,7−70
Custo = 2500 .0,80 .1000 (0,10) → Custo = R$ 30,00/ton
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4. Distribuição

4.1. Drenagem de linhas

Uma boa distribuição de vapor irá permitir que fosse garantida a qualidade e
eficiência da troca térmica nos pontos de consumo. As drenagens ao longo da linha
de distribuição devem ocorrer a cada 30 a 50 metros conforme mostra a figura 01.

FIGURA 01 – Intervalo para drenagens de linha

Desta forma, será garantida uma boa drenagem de condensado, prevenindo-


se, assim, a ocorrência de golpes de aríete (Figura 02). Este fenômeno ocorre quando
o vapor a altas pressões, atinge bolsões de condensado ao longo da linha, formando
um martelete de água a alta velocidade que causa danos às tubulações e
principalmente aos acessórios como válvulas e purgadores, bem como os
equipamentos de troca térmica.

FIGURA 02 – Formação do Golpe de Aríete na tubulação


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A eficiência da drenagem depende da correta aplicação do purgador e também


do lay out. Para esta aplicação, o purgador recomendado é o termodinâmico que é
extremamente robusto, o que lhe confere resistência a altas pressões e possíveis
golpes de aríete (figura 03).

FIGURA 03 – Purgador termodinâmico tds52 com filtro incorporado

Os finais de linha devem receber especial atenção, pois além da drenagem do


condensado é necessário estar provido de eliminação de ar (figura 04).

FIGURA 04 - Drenagem de final de linha com eliminação de ar


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4.2. Perdas por vazamentos

Um fator importante para eficiência energética de uma planta de vapor são as


perdas por vazamento. Devemos estar atentos para eliminarmos tanto quanto
possível tais perdas, pois o montante pode ser muito significativo. Apenas para
ilustrar, apresentamos a seguir as perdas encontradas para diversos diâmetros de
orifício (quadro 1).

Quadro 1 - Perdas de Vapor por orifícios

(Para dados mais conservadores, convencionamos essas perdas por vazamentos


evidentes como sendo causadas por furos pequenos (com diâmetro do orifício de
passagem = 1,6 mm).

Exemplo: Furo de 1,6 mm a 4 kgf/cm² perda = 4,5 Kg/h de vapor vivo.

Perda monetária = R$ 84,24/mês, apenas por vazamento em 01 furo


pequeno.
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5. Reaproveitamento energético de Vapor e Retorno de Condensado nas


estufas:

5.1 Analise geral das estufas:

A área de industrializados conta basicamente com as estufas de cozimento e


outros equipamentos para pasteurização dos produtos e lavagem de caixas.
Foram analisadas as estações redutoras de pressão, finais de linha e as
drenagens (figuras 06 e 07).

FIGURA 06 – Alimentação e Drenagem das Estufas

FIGURA 07 – Estação Redutora de Pressão


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Sendo que seu dimensional na entrada de cada sepertina de aquecimento esta


com uma estação redutora de pressão que coloca uma pressão de aquecimento ideal
de 3 bar(g) no sistema, segue ilustração dos dados de processo:

Observação: dados de rendimento de acordo com os dados de processo e dados do


fabricante do equipamento.

Sendo que seu processo de drenagem esta sendo realizado por uma estação
de drenagem de purgador de boia de 1” para o sistema.
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5.2 Analise geral de reaproveitamento energético das estufas:

Sendo que seu processo de drenagem dos 13 estufas estava com uma vazão
media de todos os pontos de drenagem de condensado com um valor de 18 m3/hora,
sendo que para atender o processo todo com maior eficiência na recuperação
energética os sistemas foram divididos em 2 partes para demanda desta necessidade
de uma vazão 9 m3/hora.

Figura 08- Estação de recuperação energética do sistema.

Sendo que o condensado gerado nas sepertinas de aquecimento serão


coletados um sistema de tanque flash de vapor com uma pressão media de 1 bar(g)
sendo que o mesmo será reaproveitado para o consumo de injeção direta de vapor
das estufas, gerando economia direta de vapor consumido e recuperação energética
do sistema antes perdida nas tubulações de retorno de condensado.
A seguir será exposto os cálculos dos dois sistemas ofertados a serem
realizados na recuperação energética do setor, sendo expostos seus cálculos de
recuperação energética e calculo de pay back dos sistemas, lembrando-se que para
atender toda a vazão de processo será necessários dois sistemas de recuperação
sendo calculados com a mesma vazão media de processo como calculo dos
sistemas.
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Estudo do retorno de condensado:

Figura 09- Estação de bombeamento de retorno de condensado Spirax Sarco.


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Figura 10- Figura ilustrativa sistema de bombeamento de retorno de condensado Spirax Sarco
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5.3 Analise detalhada de reaproveitamento energético das estufas:


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5.4 Analise de Pay Back de reaproveitamento energético das estufas:

Observação: os cálculos foram realizados para os dois sistemas de


recuperação energética de acordo com o melhor custo beneficiam e estudo de
reaproveitamento dos sistemas, tendo como base de calculo 20 horas de trabalhos
diários e 26 dias mensais. Sendo que cada sistema apresentara um skid de
recuperação energética completo contendo sistema de tanque flash completo de
acordo com as normas ASME VIII e NR13 e com seu respectivo sistema de
bombeamento de condensado.

5.5 Investimento do setor:


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6. Inspeção geral das linhas de vapor saturado

6.1 Panorama Geral

Segue a relação completa de todos os purgadores contendo as seguintes


informações:

RPV
FOLHA RESUMO - PURGADORES Rev.:00 - Data: 26/06/2015
Empresa: BRF - LUCAS DO RIO VERDE (MT) Responsável técnico: ENS
Aplicação: (Todas) Avaliação: (Todas) Recomendação: (Todas) Período: Jun/2015

PANORAMA GERAL

30
26
25

20
16
15

10
6
5 4 4

0 0
0
OK Vazando Represando Parado Bloqueado Desativado (Não avaliado)
(Não avaliado)
Represando

Desativado
Bloqueado

Perda Perda
ÁREA
Vazando

horária mensal
Parado

TOTAL
OK

(kg vapor / h) (ton vap. / mês)


DESCONG_PRODUTO 0 1 0 0 1 0 0 2 4% - -
ESTAÇÃO REDUTORA 0 2 0 0 0 0 0 2 4% 12,53 7,82
ESTUFAS 4 3 0 6 0 0 0 13 23% 25,43 15,87
FINAL DE LINHA 02 1 1 0 0 0 0 0 2 4% - -
FINAL DE LINHA_01 4 5 0 0 0 0 4 13 23% 20,07 12,52
REDUTORAS ESTUFAS 2 11 0 0 0 0 0 13 23% 57,17 35,67
SALSICHA 5 1 0 0 3 0 0 9 16% - -
TÚNEL MIBO 0 2 0 0 0 0 0 2 4% 6,84 4,27
16 26 0 6 4 0 4 56 122,04 76,15
29% 46% 0% 11% 7% 0% 7%

TERMINOLOGIA
OK Purgador encontra-se em condições normais de funcionamento
Vazando Além do condensado formado, o purgador está permitindo a passagem de vapor.
Todo o processo encontra-se em situação normal, porém o purgador não está drenando o condensado formado e a temperatura montante é
Represando
baixa.
Parado O equipamento ou linha no qual o purgador está instalado não está em operação.
Bloqueado O equipamento ou linha no qual o purgador está instalado está em operação, porém a válvula montante do purgador está fechada.
Desativado O purgador está instalado fisicamente na linha, porém o equipamento não é mais utilizado.
(Não avaliado) Ponto não foi avaliado.

CONCLUSÃO / ECONOMIA
1) Custo do Vapor R$ 30,00 / ton
2) Perda total com perdas de vapor R$ 2.284,51 / mês
3) Investimento Total Previsto R$ -
4) Retorno do investimento - Pay-back - meses
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Os dados acima revelam desperdício de 76,15 ton/mês (vapor) que representa


prejuízo mensal de R$ 2284,51. Totalizando assim, uma perda anual de R$
27.414,12.
O investimento para a adequação dos vazamentos segue abaixo:

Sendo o retorno do investimento de 10 meses.

6.2. Válvulas de Segurança

Um assunto importante que não podemos deixar de destacar, são as válvulas de


segurança e alívio de uma planta. Estes equipamentos são fortemente regidos pela NR-
13 (Norma Regulamentadora do MTE) e necessitam preencher requisitos para que não
incorram em risco grave e iminente conforme a norma.
É importante um controle rígido da correta aplicação destes dispositivos de acordo
com o código de projeto (Ex.: ASME I, ASME VIII, etc.) e também no tocante às inspeções
anuais impostas. Nosso objetivo é o de orientar quanto à irregularidades apresentas por
estes dispositivos.
Foram encontradas válvulas com vazamento sendo apresentadas na (figura 11) a
seguir, sendo que a Spirax Sarco no presente relatorio de inspeção geral nas linhas de
vapor saturado esta salientando a necessidade de reforma e manutenção nas valvulas de
segurança, ou ate mudança das mesmas para garantir as normas de segurança do setor.
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FIGURA 11 – Vazamento de Válvulas de Segurança recém inspecionadas nas estufas

7. Conclusão

Esperamos que este trabalho tenha atingido todos os objetivos de levantamento de


oportunidades para otimização energética e aumento de produtividade. Tais
oportunidades estão suportadas por uma análise técnica acompanhada de um estudo de
viabilidade econômica. Esperamos atender a expectativa da BRF LRV para avançarmos
em todos os assuntos tratados neste relatório, consolidando a relação proposta de
negócios entre ambas as empresas.

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