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ENTRE RIOS E FLORESTAS: OS FATORES AMAZÔNICOS E OS DESAFIOS DOS

EDUCADORES DO CETAM PARA FORMAR NOVOS PROFISSIONAIS


TÉCNICOS NO INTERIOR DO AMAZONAS
Aluna: Aurilene de Sales Pantoja Starlinga
Orientadora: Mestra Simone Helen Drumond Ischkanianb
a
Universidade Estadual do Amazonas
b
Centro de Educação Tecnológica do Amazonas - CETAM

ARTI CLE INF O RESUMO

Entre rios e florestas: os fatores amazônicos e os desafios dos


Palavras chave: educadores do CETAM para formar novos profissionais Técnicos
Palavra 1; Desafios da Educação no interior do Amazonas, este artigo evidencia a formação
Palavra 2; Municípios do Amazonas profissional sustentada na direção social da profissão e as
Palavra 3; Cursos Técnicos
demandas do mercado de trabalho, trazendo os desafios
vivenciados pelos egressos no interior do Estado do Amazonas. A
E-mail: pesquisa foi bibliográfica, documental e de campo, revelando a
ª email do autor a predominância do ensino. Os dados apresentados têm o intuito de
aurilene.eng@gmail.com auxiliar nossas políticas públicas a reconhecerem uma realidade
complexa, mas não impossível da educação longínqua da capital
b
email do autor b de Manaus. Salientamos a importância do investimento em
simone_drumond@hotmail.com pesquisas para a construção de estratégias educacionais mais
humanas e eficientes. Quanto mais os problemas são conhecidos, 1
Eixo Temático:
mais claras se tornam as soluções. Muitos outros estudos devem
Tecnologia e Educação se somar a esse para que seja possível construir um panorama
ainda mais aprofundado da educação dentro da floresta
amazônica.

1 INTRODUÇÃO
Este buscou trazer à público dados e atilamentos sobre a educação de uma das
realidades menos conhecidas e mais diversas do Brasil, a educação técnica profissionalizante
entre rios e florestas do Amazonas. As metodologias empregadas no artigo permitiram
compreender a educação de localidades do interior do Amazonas, onde o CETAM atual. Sob
uma ótica tanto quantitativa quanto qualitativa, criando um diálogo entre as duas formas de
análise e aprofundando a discussão sobre as questões educacionais mais relevantes. Sendo
assim, foi possível trazer à tona dados sobre a situação da educação das comunidades
visitadas e ao mesmo tempo, apresentar percepções dos mais diversos atores educacionais
desde estudantes até presidentes de comunidade, sobre os que vivem e o que querem,
construindo um cenário mais fiel à realidade. Muitos outros estudos devem se somar a esse
para que seja possível construir um panorama ainda mais aprofundado da educação dentro da
floresta amazônica.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E/OU TRABALHOS RELACIONADOS
No debate sobre a formação profissional dialogando com o que os egressos dos cursos
técnicos nos municípios, os alunos vivenciam as dificuldades de comunicação para as
atualizações constantes acerca do mercado de trabalho do curso técnico que estão
desempenhando. A comunicação e falta de recursos modernos fica a critérios dos diversos
olhares e apreciação dos avanços e retrocessos da educação técnica do Estado do Amazonas.
Conforme Iamamoto (2015), as diversas formas de trabalho passam a exigir que os
trabalhadores estejam submetidos à racionalidade técnica e econômica na nova lógica capital
vigente. O mercado de trabalho passa a exigir da classe trabalhadora mais qualificação,
ofertando vagas de trabalho cada vez mais precarizadas com vínculos empregatícios mais
fragilizados, o que exclui o número expressivo de trabalhadores do mercado formal. A
redução do número de vagas, aliada à retração do Estado sobre as políticas públicas, faz com
que a pobreza e a miséria disparem, comprometendo os direitos sociais em todos os âmbitos 2
(IAMAMOTO, 2015).
Para Amaral e Cezar (2009), no contexto no qual o Estado opta por políticas sociais
focalizadas no sistema de proteção social surgem diversas frentes de trabalhos, caracterizadas
pela subcontratação, contratos temporários, terceirização e crescimento do voluntariado,
incidindo no fazer profissional. No caso da intervenção na área das empresas, o objetivo
volta-se para a preservação da força de trabalho, com vista a preservar os conflitos que
surgem na relação capital-trabalho (AMARAL e CEZAR, 2009). Dentre as respostas mais
decorrentes entre os entrevistados está a falta de oportunidade na área de formação e a falta de
concurso na área, fazendo com que o profissional opte pela estabilidade do emprego no qual
já estava concursado. Nesse sentido, a fala dos egressos volta-se também para a baixa
remuneração do mercado no âmbito na iniciativa privada, não atraindo os novos profissionais.

3 METODOLOGIA
As metodologias empregadas neste permitiram compreender a educação de locali-
dades no interior do Amazonas sob uma ótica tanto quantitativa quanto qualitativa, criando
um diálogo entre as duas formas de análise e aprofundando a discussão sobre as questões
educacionais mais relevantes. Sendo assim, foi possível trazer à tona dados sobre a situação
da educação das comunidades visitadas e ao mesmo tempo, apresentar percepções dos mais
diversos atores educacionais.

4 ESTRATÉGIAS
Os dados apresentados têm o intuito de auxiliar a sociedade a reconhecer a diversidade
e os desafios intrínsecos à região Amazônica é um dos primeiros passos para começar a adotar
medidas que ajudem de forma coletiva e participativa a superar os mesmos.
POPULAÇÃO COLETA DE DADOS ANALISE DOS DADOS
Professores Questionário Agrupamento das questões
Estudantes Semiestruturado Tabulação dos dados
Amostra com 221 alunos Gráfico
Figura 1 - Representa as fases da metodologia da pesquisa.
Fonte: Starling & Ischkanian (2019). 3

Grafico1: Preferências dos estudantes na disciplina (%)


Fonte: Starling & Ischkanian (2019).
4.1.1 Resultados positivos e abrangentes do projeto

Os esforços empregados na compreensão desses desafios são pequenos quando


comparados à complexidade do tema e explicam, em parte, a ausência de políticas públicas
que levem em consideração os principais entraves da educação na região.

Figura 2 – A informação e o conhecimento mostrou que podemos transformar a vidas apesar dos
desafios e dificuldade encontrados.
Fonte: Aurilene de Sales Pantoja Starling

ATIVIDADE ANO 2019


Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Elaboração da justificativa, questões
norteadoras e objetivos.
Produção da fundamentação teórica e
metodológica das praticas.
Apresentação do pré-projeto de pesquisa
Pesquisa de campo e coleta de dados
Defesa TCC
Produção do artigo e banner
Apresentação final dos trabalhos
Tabela 1 – A pesquisa é de caráter descritivo com abordagem qualitativa
Fonte: Resultados da pesquisa (própria autora), 2019
5 CONCLUSÃO
O processo de escuta qualificada é essencial para a construção de políticas públicas
educacionais que levem em consideração a diversidade de percepções e necessidades dos
atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem na região amazônica. A escuta torna
possível compreender a complexidade dos desafios presentes no contexto amazônico, além de
fortalecer o desenvolvimento de intervenções mais eficientes e eficazes para os problemas
educacionais vividos no interior do estado do Amazonas. Só a partir da centralidade dos
problemas aqui apresentados poderão lançar holísticas de superações.
Os resultados das pesquisas demonstram a urgência da necessidade dos agentes pú-
blicos compreenderem a educação da região, a partir das especificidades do território,
contextualizando as práticas pedagógicas, gerenciais e administrativas às realidades
amazônicas. Não considerar estes elementos nas políticas públicas e nas práticas educacionais
dificultam a implementação de uma educação de qualidade e tem efeitos negativos na apren-
dizagem dos estudantes. Na tentativa de buscar estratégias adequadas à realidade amazônica e 5

discutir temáticas relevantes à estas localidades é importante evidenciar a existência de


iniciativas que vêm sendo implementadas levando em consideração tais princípios.
Alguns avanços recentes no sentido da universalização do acesso à educação
realmente levaram escolas, formações, cursos técnicos e professores à locais remotos da
floresta amazônica. No entanto, deve-se ter clareza que o acesso à educação ainda não é
universal na região do Amazonas e que a qualidade da educação oferecida ainda tem muito a
avançar. Isto porque o Amazonas propõe desafios singulares à gestão da educação. Dessa
forma, este levantamento teve a intenção de contribuir na coleta de informações sobre a
educação no interior do Amazonas, salientando a importância do investimento em pesquisas
para a construção de estratégias educacionais mais humanas e eficientes.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Ângela Santana do. CEZAR, Mônica de Jesus. O trabalho do assistente social nas
empresas capitalistas. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009.

ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Serviço Social e Educação. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen
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CARVALHO, Clarice da Costa. Serviço Social e privatização do ensino: a precarização do


trabalho docente nas instituições privadas de ensino superior na Zona da Mata mineira. 2009.
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2009.

CFESS. Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1993.

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FALEIROS, Vicente de Paula. Saber profissional e o poder institucional. 5. ed. São Paulo:
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6
GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. 10. ed. São Paulo: Cortez,
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IAMAMOTO, Marilda Villela. A formação acadêmico-profissional no Serviço Social


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IAMAMOTO, Marilda Villela; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no
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PEREIRA, Larissa Dahmer. Expansão dos cursos de Serviço Social na modalidade EAD no
Brasil: análise da tendência à desqualificação profissional. In: PEREIRA, Larissa Dahmer;

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