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Programa de Pós-Graduação em Educação/Mestrado

Prof. Dr. Regilson Borges


Financiamento: CAPES
2018
INTRODUÇÃO
▪ A pesquisa se insere no campo das políticas de avaliação educacional,
campo que vem se consolidando no Brasil desde os anos 1990, resultado
da centralidade que a avaliação adquiriu nas políticas educacionais
desse período(ROTHEN; BARREYRO, 2011).
▪ Foi também durante os anos 90 que a temática da Avaliação Institucional
da Educação Superior ganhou amplitude e consistência no país, tendo
recebido importantes contribuições de algumas experiências pioneiras de
avaliações desenvolvidas por Universidades brasileiras.
▪ Segundo Dias Sobrinho e Balzan (1995) essas experiências serviram de
inspiração e cimento da construção de um modelo de avaliação de
instituições de ensino superior, o PAIUB/1993.
JUSTIFICATIVA
▪ A justificativa para se investigar a temática no Estágio Pós-
Doutoral, a teoria e prática de avaliação decorrente das
experiências pioneiras de avaliação institucional de quatro
Universidades brasileiras, é apontada por Gama (2012, p.
257) ao mencionar que:
“não obstante sua pequena existência temporal no
Brasil, essa teoria passou a nortear as políticas públicas
de avaliação institucional a partir da mesma época”,
assim como “as intenções que contêm essa teoria de
igual modo não foram ainda trazidas à luz, nem a sua
especificidade e a forma histórica de sua existência”.
OBJETIVO
▪ Analisar os processos pioneiros de avaliação institucional
desenvolvidos em quatro Universidades brasileiras
(Unicamp, UFSC, UnB e PUC-Campinas).
▪ A partir disso buscou-se verificar os desdobramentos dessas
experiências:
▪ nas políticas de avaliação da educação superior (PAIUB/1993;
ENC/Provão/1995; Sinaes/2004);
▪ na produção de conhecimento sobre o tema da avaliação
institucional; e
▪ nas experiências avaliativas de outras Instituições de Ensino
Superior brasileiras.
MATERIAL E MÉTODOS
▪ Estudo bibliográfico associado às técnicas de entrevistas e a análise de
conteúdo, que foi desenvolvido obedecendo-se quatro etapas principais:
1. Levantamento bibliográfico;
2. Organização do material e entrevistas;
3. Análise e interpretação dos dados; e
4. Apresentação do relatório final da pesquisa.
▪ O levantamento da produção se deu em bases indexadoras de periódicos
científicos utilizando-se para isso os descritores “Avaliação Institucional”,
“Avaliação da Educação Superior” e “Avaliação do Ensino Superior”.
▪ As entrevistas estruturadas foram realizadas junto a dois autores que
estiveram envolvidos com as experiências de avaliação institucional
analisadas.
RESULTADOS Periódico
Avaliação: Revista da Avaliação da Educação
Quantidade de artigos
157
Superior (UNICAMP/UNISO)

▪ Foram encontrados 276 artigos sobre a Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação 35
(Cesgranrio)
temática pesquisada, distribuídos em 21 Estudos em Avaliação Educacional (FCC) 29
periódicos da área da educação. Pro-Posições (Unicamp) 11
Diálogo Educacional (PUC-PR) 5
▪ Do total de 21 periódicos listados na Educação e Sociedade (UNICAMP) 5
Revista Brasileira de Administração da Educação 4
Tabela 1, a maioria dos trabalhos foi (ANPAE)
publicado em três revistas : Avaliação; Educação: teoria e Prática (UNESP) 4

Ensaio; e Estudos em Avaliação Linhas Críticas (UNB) 3


Revista de Educação Brasileira (CRUB) 3
Educacional. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (INEP) 3

▪ Tratam-se de “revistas pioneiras – Educar em Revista (UFPR) 3


Revista de Educação da PUC-Campinas 2
criadas na década de 1990, Meta: Avaliação (Cesgranrio) 2
ininterruptas, consolidadas, vigentes, de Educação e Pesquisa (USP) 2
Educação (UFSM) 2
elevado impacto e em contínuo Revista Brasileira de Educação (ANPED) 1
processo de crescimento” (CALDERÓN; Cadernos CEDES 1
Cadernos de Pesquisa (FCC) 1
BORGES, 2013, p. 171). Revista de Educação Pública (UFMT) 1
Educação (PUC-RS) 1
Educação (UNISINOS) 1
Total 276
RESULTADOS
▪ Principais temáticas abordadas Temática
1) “Experiências institucionais de avaliação”
Quantidade de artigos
67

2) “Histórico da avaliação da educação superior 47


no Brasil”
3) “Considerações teóricas sobre o tema” 43
4) “Sistema Nacional de Avaliação da Educação 36
Superior (SINAES)”
5) “Exame Nacional de Cursos (ENC/Provão)” 26

6) “Avaliação de curso” 23
7) “Avaliação do desempenho docente” 17
8) “Exame Nacional de Desempenho dos 15
Estudantes (ENADE)”
9) “Sugestões para avaliação da educação 14
superior”
10) “Programa de Avaliação Institucional das 12
Universidades Brasileiras (PAIUB)”;
11) “Avaliação da extensão” 7
12) “Meta-avaliação” 4
RESULTADOS
▪ Nas entrevistas buscou-se compreender dos dois sujeitos a aceitação da
avaliação pela comunidade acadêmica e as contribuições e as reações dessas
experiências de avaliação institucional para os processos e sistemas de
avaliação existentes na década de 1990.
▪ Os entrevistados mencionam que as experiências de avaliação das suas
instituições se configuraram em “processos novos”, cuja principal característica
“foi a percepção do caráter pedagógico do processo”.
▪ As metodologias e indicadores desenvolvidos no interior dessas iniciativas de
avaliação acabaram sendo absorvidas no que veio a ser o Programa de
Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), em 1993.
▪ Os membros responsáveis pelas avaliações dessas instituições (comissões e
pró-reitorias) eram procurados por profissionais de outras instituições para a
troca de experiências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
▪ Os dados mostram que a produções sobre o tema da avaliação institucional da
educação superior no Brasil se concentram em três periódicos especializados
na área da avaliação educacional (Revista Avaliação, Ensaio e Estudos em
Avaliação Educacional).
▪ Em linhas gerias, as entrevistas confirmam o pioneirismo das experiências de
avaliação analisadas e como suas ideias influenciaram a primeira proposta de
avaliação para a educação superior brasileira, configurada no Paiub/1993,
sendo mais tarde materializadas nas dez dimensões que compõem o
Sinaes/2004 (1. Missão e o PDI; 2. Política de Ensino, Pesquisa e Extensão; 3.
Políticas de pessoal e condições de trabalho; 4. Organização e gestão; 5.
Infraestrutura física; 6. Comunicação com a sociedade; 7. Política de
atendimento aos estudantes; 8. Responsabilidade social da IES; 9.
Planejamento e avaliação; 10. Sustentabilidade financeira).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
▪ A avaliação institucional vai além de práticas avaliativas pontuais e
fragmentadas, não se trata apenas de uma tarefa técnico-burocrática
que é exigida por lei, tampouco se resume em medidas de punição
ou premiação para os atores institucionais que fazem a
Universidade.
▪ Brandalise (2010, p. 318) defende que:
“A avaliação institucional [...] tem que identificar aspectos concretos,
formais e informais, explícitos ou não, internos e externos, que
viabilizam a realização dos objetivos e fins educacionais propostos
num projeto institucional. Há, portanto, que se considerar toda a
dinâmica institucional para captar o espírito da instituição avaliada.
[...]”.
REFERÊNCIAS
BRANDALISE, M. A. T. Avaliação institucional da escola: conceitos, contextos e
práticas. Olhar de professor, Ponta Grossa, v. 13, n. 2, p. 315-330, 2010.
CALDERÓN, Adolfo Ignacio; BORGES, Regilson Maciel. Avaliação Educacional:
Uma abordagem à luz das revistas científicas brasileiras. Revista Iberoamericana
de Evaluación Educativa, Madrid, v. 6, p. 167-183, 2013.
DIAS SOBRINHO, José; BALZAN, Newton César. Introdução. In: BALZAN, Newton
César; DIAS SOBRINHO, José. (Orgs.). Avaliação Institucional: teoria e
experiências. São Paulo: Cortez, 1995, p.7-13.
ROTHEN, José Carlos; BARREYRO, Gladys Beatriz. Avaliação da educação. In:
______; ______. Avaliação da educação: diferentes abordagens críticas. São
Paulo: Xamã, 2011. p. 11-16.

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