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LIVRO PROFÉTICO NT

APOCALIPSE
Livro Profético NT
LIVRO PROFÉTICO DO NT

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................... 2

CAPÍTULO I – Considerações Preliminares


Pano de Fundo .................................................................................2
Literatura Apocalíptica .....................................................................3
Simbologia Apocalíptica ...................................................................3
Métodos de Interpretação .................................................................4
Autoria do Livro ...............................................................................5
Data da Escrita .................................................................................5
Lugar de Escrita ...............................................................................5
Ocasião da Escrita ............................................................................6
Destinatários do Livro ......................................................................6
Propósito do Livro ...........................................................................6

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Tema do Livro ..................................................................................7
Características do Livro ...................................................................7
Estilo do Livro ................................................................................ 7

CAPÍTULO II – Sinopse do Livro


Capítulo Um ..........................................................................................8
Capítulo Dois/Três ............................................................................... 9
Capítulo Quatro .................................................................................. 11
Capítulo Cinco .....................................................................................12
Capítulo Seis ....................................................................................... 12
Capítulo Sete ...................................................................................... 14
Capítulo Oito/Nove .............................................................................17
Capítulo Dez ...................................................................................... 17
Capítulo Onze .................................................................................... 17
Capítulo Doze .................................................................................... 18
Capítulo Treze .....................................................................................18
Capitulo Catorze .................................................................................19
Capítulo Quinze/Dezesseis ..................................................................19
Capítulo Dezessete ............................................................................. 21
Capítulo Dezoito ................................................................................ 22
Capítulo Dezenove ..............................................................................22
Capítulo Vinte .....................................................................................22
Capítulo Vinte e Um/Vinte e Dois ......................................................24

CAPÍTULO III – Esboço do Livro


Esboço do Livro..............................................................................25
Conclusão .......................................................................................27
Bibliografia ................................................................................... 28

1
Livro Profético NT
INTRODUÇÃO

O Apocalipse tem a fama de livro obscuro, misterioso e enigmático, impossível de ser explicado.
Não bastasse isso, muita gente associa a palavra com coisas sinistras, destrutivas e fatalistas. Fala-se, por
exemplo, do Apocalipse como sinônimo de destruição mundial por um holocausto nuclear.
Contudo, o próprio nome dado a suas inspiradas páginas e exarado no versículo inicial — ―Revelação
de Jesus Cristo‖ — contradiz a afirmação de que é um livro encoberto. Uma revelação é alguma coisa que
foi revelada, descoberta, que deu-se a conhecer. O propósito principal do livro é, portanto, revelar, e não
esconder; é dar esperança, e não desesperar. Na realidade o livro foi escrito para guiar e confortar os filhos
de Deus desde que foi escrito até o fim do mundo.
Algumas pessoas, até evitam o Apocalipse por entenderem que o livro é fechado, misterioso, não pode
ser compreendido. Suas páginas são recheadas com alazões de guerra, seres alados, dragões e demônios. Mas
qual a mensagem central do Apocalipse? E que figura mais se destaca?
O Apocalipse é a consumação da obra do Redentor (Cristo). O santuário é o palco da cena, e Jesus o
Cordeiro, é apresentado como protetor, Rei dos reis, e Senhor dos senhores.
As cenas são o desfecho final do milenar conflito cósmico entre o bem o mal, Miguel (Cristo) e o
Dragão (Satanás) (Apoc. 12:7-9), com Miguel como vencedor absoluto.
O mundo é apresentado, como apodrecido embaixo dos pés dos seres humanos, prestes a explodir

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canceroso, recebendo avisos sismográficos que prenunciam catástrofes horríveis a quem se afasta de Deus.
As mensagens deste livro são advertências aos seres humanos de todas as épocas.

CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

PANO DE FUNDO

Definição e Nome
Último volume da Bíblia segundo a disposição da maioria das traduções, o ―Apocalipse‖ é o único
livro profético do Novo Testamento e trata da divina revelação profética do futuro dada ao apóstolo são João
por Jesus Cristo.
Seu nome deriva da palavra grega Apokalupsis, que significa ―revelação‖, ―descoberta‖,
‖desvelamento‖. Nos manuscritos gregos mais antigos o título reza simplesmente Apokalupsis Ioµannou,
―Apocalipse de João‖. Os títulos mais elaborados procedem de séculos posteriores.

Importância do Livro
O livro do Apocalipse torna compreensível e consuma muitos grandes temas proféticos da Bíblia. É de
capital importância no sentido de que supre força e visão espirituais para os que se achegam a Deus e sua
Palavra. Nele todos os livros da Bíblia se encontram e se cumprem. Aí está o complemento do livro de
Daniel. Um é profecia; o outro, revelação. Encontramos destacados nele o interesse de Deus nos períodos da
igreja cristã e o seu estrito e amoroso cuidado com os que viveram e vivem guiados pelas Escrituras
Sagradas. Jesus sabe exatamente que condições prevalecem e o que tem de ser feito. Isto se manifesta
especialmente nos três primeiros capítulos.
Na revelação contida em Apocalipse também são desdobradas cena após cena de empolgante interesse
na experiência dos adoradores do Cordeiro (Jesus); e a história da igreja é desvelada até o fim dos séculos.
Em figuras e símbolos, assuntos de vasta importância são apresentados a João para que os relate, a fim de
que o povo do seu século e dos séculos futuros tenha inteligente compreensão dos perigos e conflitos diante
deles.1 No Apocalipse são pintadas as coisas profundas de Deus.

LITERATURA APOCALÍPTICA

1
Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 583.
2
Livro Profético NT

O Apocalipse difere bastante dos demais livros do NT. É único por muitas razões. Uma das mais
importantes consiste em ser ele o único livro do Novo Testamento inteiramente dedicado à profecia. Situa-se
na classe da literatura apocalíptica. A literatura apocalíptica era geralmente produzida em épocas de
perseguição e opressão para encorajar aqueles que sofriam por sua fé. Caracterizava-se por: 1) intenso
desespero com respeito às circunstâncias contemporâneas e por uma esperança igualmente intensa na
intervenção divina no futuro; 2) emprego de linguagem simbólica, sonhos e visões; 3) introdução de
potestades celestes e demoníacas como mensageiros e agentes no progresso do propósito de Deus; 4)
predição de castigos catastróficos para os ímpios e livramento sobrenatural para os justos; e 5) atribuição
pseudônima da obra a uma personagem eminente da história bíblica.
O livro de Apocalipse ostenta a maior parte destas características, exceto que o autor revela o seu nome
e parte do princípio de que é conhecido, não como celebridade do passado, mas como participante atual dos
assuntos relativos àqueles a quem se dirigia.2

SIMBOLOGIA APOCALÍPTICA

Por que o Apocalipse usa linguagem simbólica? O modo de Deus ao mesmo tempo, se ocultar e se
revelar, é a linguagem figurada. Algumas verdades são profundas demais para a linguagem pragmática e

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racionalista. São mais bem explicadas empregando-se a polivalência da metáfora e do símbolo. Os
contemporâneos de João estavam mais familiarizados com esse tipo de escrito do que os leitores ocidentais
dos nossos dias. Devemos ler o Apocalipse tentando enfatizar com a cultura e os valores judaicos do
primeiro século.

Os Sete Setes do Apocalipse

1. Sete Igrejas (2:1—3:22)


2. Sete Selos (6:1—9:1)
3. Sete Trombetas (8:2—11:19)
4. Sete Trovões (10:1-7)
5. Sete Personagens (12:1—13:18)
a) A mulher (12:1-2)
b) O dragão (12:3-4)
c) O menino (12:5)
d) O arcanjo Miguel (12:7)
e) O remanescente (12:17)
f) A besta marítima (13:1-8)
g) A besta terrestre (13:11-18)
6. Sete Taças (15:1—16:21)
7. As sete coisas novas (21:1—22:21)
a) Novos Céus (21:1)
b) Nova Terra (21:1)
c) Nova cidade (21:9-23)
d) Novas nações (21:24-27)
e) Novo rio (22:1)
f) Nova árvore (22:2)
g) Novo Trono (22:3-5)

MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE

Os variados métodos de interpretação aplicados às profecias do Apocalipse pelos expositores modernos


encaixam-se em quatro padrões básicos: o alegórico, o preterista, o futurista e o histórico.
1. Método Alegórico ou Idealista. Este método hermenêutico adota a abordagem mística e
alegórica para a maior parte do livro. Minimiza o significado histórico do livro e tira dele todo o valor

2
Merril C. Tenney, O Novo Testamento: Sua Origem e Análise, pág. 409.
3
Livro Profético NT
predito, espiritualizando-o. Vê o livro apenas como uma apresentação simbólica da luta constante entre o
bem e o mal, ou entre o cristianismo e o paganismo anticristão. Clemente de Alexandria, Origines e
posteriormente Agostinho e Jerônimo seguiram este método. Recentes intérpretes que aceitaram este método
concluem que o livro trata basicamente da luta geral entre a igreja e o mal através dos séculos, e por meio
disso concede estímulos aos santos provados. Tal interpretação falha, contudo, em dar ao livro uma
exposição significativa e praticamente ignora seus reclamos de natureza profética (1:3; 10:11; 22:7, 10, 18-
19). Deixa de reconhecer a chave interpretativa do livro (1:19) e o enfoque do Apocalipse no segundo
advento, que inclui os climáticos eventos que se segue (1;&; 3:11; 16:15; 22:7, 12).
2. Método Preterista. Esta escola interpretativa sustenta que as profecias do livro já foram quase
todas cumpridas. Vê Apocalipse como descrevendo apenas os acontecimentos históricos ocorridos no
primeiro século. É a opinião da maioria dos comentadores liberais, como R. H. Charles e C. C. Torrey. O
ponto de vista preterista mais antigo mantinha que o livro se cumpriu na derrota dos inimigos judaicos da
primeira igreja e no reinado de Nero (cap. 6-11), os capítulos restantes estão vagamente no futuro. Desde o
século dezessete em diante, os preteristas acreditam que é descrito o conflito do cristianismo com o judaísmo
(cap. 4-11) e com o paganismo (cap. 12-19). Os capítulos 20-22 descrevem o presente triunfo. Essa posição
ignora a chave interpretativa de 1:19, dá significados arbitrários aos símbolos encontrados no livro e falha
em dar satisfações às indicações de um breve período de tempo que cobre os eventos dos caps. 4-19 que
precedem o segundo advento.

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3. Método Futurista. Esta escola vê a maior parte do livro como estando ainda no futuro, no final
dos tempos. Apenas os três primeiros capítulos do livro estão no passado. Fundamentam essa crença na
interpretação de profecias do AT, tais como as que se relacionam com o Dia do Senhor (Isa. 2:10-22; 4:1-6;
34:1-17), o reino (Isa. 35:1-10) e o segundo advento de Cristo (Zac. 14). As profecias do NT que se referem
à volta de Cristo são correlacionadas com os eventos registrados em Apocalipse (e.g., Mat. 24-25; Mar. 13;
Luc. 21. São expositores futuristas J. A. Seiss, C. I. Scofield, A. G. Gaebelein, H. A. Ironside e outros.
4. Método Histórico ou Historicista. Os que adotam este ponto de vista mantém que o Apocalipse
é uma espécie de calendário profético que cobre toda a amplitude da história da igreja desde o tempo de João
até o fim do mundo. Apresenta em forma simbólica o curso da história do mundo desde os dias do NT até o
retorno de Cristo. A posição tem sido popular desde o tempo de Berengaud (séc. IX) e Joaquim (séc. XII).
Wycliffe, Lutrero, José mede, Isaque Newton, Bengel, Barnes e outros o defenderam. Adotaremos nesta obra
a posição historicista por ser a que nos parece mais sensata de acordo com 1:19.

SIMBOLISMO NUMÉRICO NO APOCALIPSE


Número Significado
2 Confirmação de um assunto (Apoc. 11:3-4)
3 Ênfase e intensidade (Apoc. 4:8; 8:13; 16:13, 19)
4 Universalidade ou quadrangulação em simetria
6 Imperfeição, anormalidade, monstruosidade
7 Inteireza, perfeição espiritual, divina
10 Totalidade ou inteireza física, terrena
12 Organização divina mente constituída
24 Arranjo organizacional dobrado
AUT
ORIA DO LIVRO

O autor do Livro de Apocalipse identifica-se como João quatro ou cinco vezes (1:1; 4:9; 22:8; 21:12).
Intitula-se servo de Cristo (1:1) e irmão e companheiro na tribulação (1:9). Declara que estava na ilha de
Patmos por causa do testemunho de Jesus (1:9). Clemente de Alexandria, Eusébio e Irineu escreveram que o
apóstolo João foi exilado para esta ilha penal de serviços forçados pelo imperador romano Domiciano por
volta de 95 d.C. É mais provável, portanto, que o autor do Apocalipse seja o apóstolo João.
Pais da igreja como Justino Mártir, Irineu, Tertuliano, Hipólito, Clemente de Alexandria e Orígenes
reconheceram a autenticidade e autoria joanina do Apocalipse. O livro foi incluído no Cânon Muratoriano (c.
170 d.C.). Também foi citado no Didaquê (10:3; 16:4) e no Pastor de Hermas (Visão 4.2.1). Papias aceitou a
autoridade do Apocalipse, que também foi citado por Dionísio de Corinto.

4
Livro Profético NT
Embora o estilo e o vocabulário do Apocalipse difira de alguma forma dos outros escritos de João, há
muitas similaridades, particularmente entre o Apocalipse e o Evangelho de João. Ambos os livros enfocam a
divindade e a obra de Cristo. O fato de as sete cartas do capítulos 2 e 3 focalizarem a província da Ásia e
começarem com a carta a Éfeso, indica que o João Revelador é o mesmo João Apóstolo, a quem a tradição
coloca como residindo e escrevendo em Éfeso durante as últimas décadas do primeiro século da era cristã. A
proximidade da ilha de Patmos com a Ásia e a cidade de Éfeso também provê suporte para esta identificação.

DATA DA ESCRITA

O Livro de Apocalipse foi provavelmente escrito perto do fim do reinado do imperador Domiciano —
por volta de 95-96 d.C. João declara haver recebido (e provavelmente escrito) as visões registradas no livro
enquanto estava na ilha de Patmos, aparentemente exilado por pregar o evangelho de Cristo (cf. 1:9). Visto
que diversos escritores primitivos declaram que João foi exilado para Patmos por Domiciano durante a
perseguição que este imperador moveu contra os cristãos (95-96 d.C.), é razoável concluir que João esteve
naquela ilha penal por volta de 95-96 d.C. e escreveu o livro durante sua permanência ali. A tradição declara
que após a morte de Domiciano (96 d.C.), João foi anistiado e voltou para Éfeso.

LUGAR DA ESCRITA

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João declara ter recebido suas visões e ordem para registrá-las por escrito durante sua estada em
Patmos, ilha do Mar Egeu a cerca de sessenta milhas de Éfeso (1:9, 11; 19:9; 22:9, 10, 18, 19).
Segundo o comentarista Uriah Smith, ―Patmos é uma ilha pequena e estéril perto da costa ocidental da
Ásia Menor, entre a ilha de Içaria e o promontório de Mileto. . . . Tem cerca de dezesseis quilômetros de
comprimento, e uns dez de largura máxima. Seu nome atual é Patmos. A costa é escarpada, e consta de uma
sucessão de cabos, que formam muitos portos. O único usado até hoje é uma profunda baía protegida por
altos montes de todos os lados exceto de um, onde é protegida por um promontório. A povoação ligada a este
porto está situada num monte escarpado e rochoso, sobranceiro ao mar, e é o único local habitado da ilha. A
cerca de meio caminho do monte em que está construída esta povoação, existe uma gruta natural na rocha,
onde, segundo a tradição, João teve a sua visão e escreveu o Apocalipse. Devido ao seu caráter agreste e
isolado, esta ilha era usada, durante o império romano, como lugar de exílio, o que explica o fato de João ter
sido banido para ali.‖3

OCASIÃO DA ESCRITA

Como último apóstolo sobrevivente, João foi exilado para Patmos ao que parece durante a perseguição
dos cristãos pelo imperador romano Domiciano (81-96 d.C.) no ano de 95 d.C. Enquanto esteve no exílio,
Jesus por meio de um anjo deu ao apóstolo amado uma revelação de sua própria pessoa e de seu programa
profético para a Terra.

DESTINATÁRIOS DO LIVRO

Jesus disse para João escrever num livro o que viu e enviar para as sete igrejas da província da Ásia
(Ásia Menor Ocidental): Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (1:11). As sete
cartas escritas individualmente para estas sete igrejas nos capítulos 2 e 3 também dão indicação de que os
destinatários originais do Apocalipse eram os crentes destas sete igrejas. A tradição declara que João exercia
supervisão espiritual dessas igrejas enquanto residia em Éfeso durante as últimas décadas do primeiro século.
A ordem em que as igrejas são mencionadas formam um semicírculo começando a oeste de Éfeso,
estendendo depois para o norte de Pérgamo e posteriormente para o sul de Laodicéia. É óbvio, portanto, que
o Apocalipse foi inicialmente enviado como carta-circular primeiro para Éfeso e a partir daí para toda a
província.
Se bem que o livro do Apocalipse tenha sido, a princípio, dirigido a sete igrejas literais da Ásia, foi
endereçado também a toda a igreja cristã desde o seu estabelecimento até o fim do mundo, pois os
acontecimentos aí revelados deveriam ocorrer por todo esse tempo. O número ―sete‖ significa perfeição ou
totalidade, e indica que as mensagens às igrejas se estendem até à consumação dos séculos. Os nomes usados

3
Uriah Smith, Profecias do Apocalipse, pág. 17.
5
Livro Profético NT
e as condições descritas em relação às sete igrejas são simbólicos do estado do povo de Deus na sua
totalidade, durante sete períodos da era cristã, desde o estabelecimento da igreja apostólica até a consumação
dos séculos.

PROPÓSITO DO LIVRO

Vários propósitos podem ser detectados no Livro de Apocalipse. (1) Primeiro, foi escrito para encorajar
os crentes a suportar a perseguição e a perseverar em meio ao sofrimento, sabendo que a vitória de Cristo
sobre o mundo e o diabo era garantida e certa. (2) Em segundo lugar, o livro foi escrito para mostrar como
todas as profecias focalizam Jesus Cristo — sua Pessoa e seu programa para o mundo. (3) Em terceiro lugar,
o livro procurar unir todas as variadas linhas de profecia bíblica (tanto do Antigo como do Novo Testamento)
e mostrar como elas convergem para a segunda vinda de Cristo a fim de governar a Terra em seu reino
messiânico. (4) Em quarto lugar, o livro procura corrigir alguns problemas morais e doutrinários que
existiam (e a ainda existem) nas igrejas, e instruir os cristãos em coisas como salvação, profecia, cristologia e
vida cristã. E em quinto e último lugar, o livro talvez seja uma polêmica contra o paganismo e a adoração ao
imperador romano, particularmente contra o imperador Domiciano e sua perseguição aos cristãos; há no livro
diversas referências veladas à natureza e atividades anticristãs de Roma.

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TEMA DO LIVRO

O tema de Apocalipse pode ser declarado nestes termos: A Revelação da pessoa de Jesus Cristo e de
seu programa profético. A figura principal é o próprio Cristo como Rei dos reis.

CARACTERÍSTICAS DO LIVRO

O título português ―Apocalipse‖ vem da primeira palavra do livro no original grego (1:1). A palavra
grega apokalypsis, que significa revelação, desvendamento ou exposição de algo previamente escondido,
vendado ou encoberto. Em Apocalipse tanto Jesus como Seu programa eterno são revelados, de modo que o
livro fornece um clímax apropriado para a revelação do Novo Testamento.
O Apocalipse é apocalíptico na forma, ou seja, é principalmente escatológico (profético). Foi escrito
durante um tempo de perseguição. É repleto de visões, e o estilo é geralmente figurativo e simbólico. O livro
é cheio de símbolos e sinais, tais como números, cores, animais, pedras, pessoas, grupos, lugares e ações.
Alguns símbolos são interpretados no próprio texto (e.g., 1:20). Já outros precisam ser interpretados à luz do
Antigo Testamento (e.g., 11:4). Já outros não aparentam nenhuma conexão, e apresentam alguns problemas
de interpretação. É possível que o uso da palavra semaino (―indicar por meio de símbolos‖) em 1:1 indique
que a maior parte da Revelação do livro ocorrerá por meio do emprego de simbologias.
O Apocalipse tem duas grandes porções: Histórica (cap. 1-14) e Escatológica (cap. 15-22). A porção
histórica têm três cenas que acontecem no lugar Santo do santuário celestial (sete igrejas, sete selos e sete
trombetas) e uma que ocorre no lugar santíssimo (o grande conflito). A porção escatológica tem uma só cena,
externa ao templo: as sete últimas pragas.
O número sete é muito saliente no livro. Há sete igrejas, sete candeeiros, sete estrelas, sete cartas, sete
espíritos, sete selos, sete trombetas, sete trovões, sete cabeça e coroas, sete anjos, sete taças, sete montanhas
e sete bênçãos. Os números ―quatro‖ e ―doze‖ também parece ter significado especial no Apocalipse.
O livro de Apocalipse é construído em grande parte sobre o Livro de Daniel do AT. Muitos símbolos
introduzidos em Daniel são repetidos e posteriormente esclarecidos em Apocalipse. Uma plena compreensão
do Apocalipse é impossível sem um acurado entendimento das profecias de Daniel.
Jesus, antes de sua morte, antecipou o livro de Apocalipse quando declarou que o Espírito Santo
anunciaria aos discípulos ―as coisas que hão de vir‖. João 16:13. Isto foi iniciado através dos ensinos
escatológicos de Paulo e de Pedro, embora tenha se cumprido de modo mais ostensivo por intermédio do
apóstolo João em Patmos. A frase: ―E eu vi‖, ocorre mais de quarenta vezes no Apocalipse, e é comum a
declaração ―achei-me em espírito‖. Doze vezes no livro, João recebe instruções para escrever o que está
vendo.

ESTILO DO LIVRO

6
Livro Profético NT
O livro está escrito em forma de carta, pormenorizando uma série de visões apresentadas em ordem
apropriada, em progressão regular, atingindo por fim uma visão culminante. Fornece uma conclusão
adequada para a Bíblia inteira.
A estrutura do livro se funda sobre quatro grandes visões, cada uma delas principiando com a frase ―no
espírito‖, e contendo algum aspecto da pessoa de Cristo e sua suprema capacidade como juiz do mundo.
Cada visão aparece numa cena diferente e cada qual avança mais um passo no desenvolvimento da idéia
central do livro.‖4
O livro parece estar elaborado à base duma série de grupos de sete. A abertura de sete selos leva ao
toque de sete trombetas, daí a sete pragas. Há sete castiçais, sete estrelas, sete trovões, e muitas outras coisas
em grupos de sete, evidentemente porque o número sete representa inteireza, e o livro trata da conclusão do
segredo de Deus (Apoc. 10:7).5

CAPÍTULO II
SINOPSE DO LIVRO

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CAPÍTULO UM
Prólogo. João introduz o livro com um prólogo no qual apresenta o título, o autor e o assunto do livro
que está prestes a escrever (1:1-18). Apresenta o livro como uma ―revelação (apocalypse) de Jesus Cristo‖,
comunicada a Ele pelo Pai, e notificada ao profeta por intermédio do anjo de Cristo — Gabriel (Dan. 10:21;
Judas 9; 1 Tess. 4:16; João 5:28). O propósito do registro é mostrar aos servos de Deus os eventos futuros (v.
1). O centro do livro é Cristo, aquele que, além de ser o Redentor da humanidade, é o Controlador da história
e Restaurador do mundo.
Bênção e Saudação. Há uma tríplice bênção especial para os que lêem, ouvem e obedecem às palavras
do livro (1:3). A seguir vem uma saudação às sete igrejas da Ásia em nome das três Pessoas da Trindade
(1:4-5a). Nesta saudação João tributa glória a Cristo pelo que Ele fez e fará (1:5b-6), menciona
especificamente quatro descrições proféticas da segunda vinda de Cristo (1:7) e enfatiza a soberania e
eternidade de Deus. Cristo se intitula o alfa e o ômega, a primeira e a última letra do alfabeto grego, modo
simbólico de Ele referir-se a sua posição como Senhor absoluto da História, do princípio ao fim (1:8).
Visão de Cristo. Depois João descreve em detalhe uma visão de Cristo que o Senhor lhe deu quando o
convidou a escrever este livro (1:9-20). Ao descrever o cenário (1:9-11) para a revelação, João se identifica
como o escritor (1:9a); a Ilha de Patmos, lugar de seu desterro, como o lugar da revelação (1:9b); o tempo
em que teve as visões como ―o dia do Senhor‖, isto é, o sábado (1:10; cf. Gên. 2:1-3; Êxo. 20:8-11; Isa. 58:3;
Mar. 2:28) e finalmente relata, que uma voz lhe disse para assentar por escrito o que ele estava prestes a ver e
a ouvir, e enviar o que escreveu às sete igrejas da província da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira,
Sardes, Filadélfia e Laodicéia (1:11).
Em seguida João passa a descrever a visão que teve (1:12-18). Vê Cristo glorificado na forma humana
ressurrecta. Sua descrição de Cristo é a de um Juiz avaliando o serviço de sua igreja na Terra e
comunicando-lhe Sua graça mantenedora (1:12-16). Cristo encontra-Se a andar no meio de sete candeeiros
de ouro, e aparece com glória, fogo e poder (João 8:12). Seu cabelo branco (v. 14a) indica eternidade; os
olhos flamejantes (v. 14b), olhar onisciente (cf. 19:12); os pés como latão (v. 15a); a voz marulhante (v.
15b), pronunciamento terrível; a espada que lhe saía da boca, indica que julga segundo a Palavra de Deus
(Efés. 6:17; Heb. 4:12); o rosto como o Sol, a glória eterna (cf. Mat. 17:2).
Esmagado sob o peso de glória desta visão, João cai prostrado aos pés de Cristo. Ele coloca a mão
direita sobre o profeta e, afirmando Sua eternidade e vida inerente, conforta-o e fortifica-o com a declaração
de que possui autoridade de acesso à morte e à sepultura (1:17-18). A seguir instrui João a escrever três
coisas: (1) as coisas que viu, ou seja, a visão de Cristo (cap. 1); (2) as coisas que são, ou seja, as condições
das igrejas contemporâneas e as promessas e advertências que Cristo vai apresentar (cap. 2 e 3); e (3) as
coisas que sucederão, ou seja, os juízos, o retorno de Cristo, o reino messiânico e o estado eterno dos
redimidos, foco principal do livro (cap. 4-22).

4
“Análise do Apocalipse”, na Bíblia Shedd.
5
Wayne A. Brindle, New Testament Introduction, págs. 348-356.
7
Livro Profético NT
Esta tríplice divisão esquemática do livro é a chave para a correta compreensão das visões. Finalmente,
Cristo interpreta para João o significado das sete igrejas às quais o livro é endereçado. Explica que as sete
estrelas que Cristo traz na mão direita (proteção e honra) são representativas dos anjos (mestres religiosos)
das sete igrejas e que os sete candeeiros representam as sete igrejas, símbolo apropriado para quem tem a
missão de iluminar um mundo tenebroso (1:20). Essa visão de João sobre Jesus é muito parecida com a que
teve Daniel (Dan. 10:4-21).

CAPÍTULO DOIS/TRÊS
Nos capítulos 2 e 3 Cristo dita a João sete cartas para as sete igrejas a que o livro é endereçado. Os
nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em sete diferentes e sucessivos períodos da era cristã. O
número sete indica plenitude, e simboliza o fato de que as mensagens se estendem até o fim do tempo. As
mensagens de cada carta, refletem a condição correspondente da igreja nos diversos períodos da história do
mundo. As cartas são dirigidas especificamente ao anjo de cada igreja, ou seja, aos líderes humanos ou
ministros de Cristo durante o período abrangido pela igreja desse período. Eles serviam de ―mensageiro‖ de
Deus (o sentido da palavra anjo)
A Estrutura das Cartas. O modelo do conselho emitido em cada carta, segue um padrão bem definido:
(1) primeiro ele apresenta sua autoridade para dar o conselho; (2) faz um elogio introdutório; (3) identifica
claramente a condição/problema daquela igreja; (4) dá a correção/encorajamento; (5) apresenta ao vencedor

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a recompensa.
Igreja de Éfeso (2:1-7). Cristo se apresenta aos efésios como aquele que tem na mão direita as sete
estrelas (pastores das sete igrejas) e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro (acompanha sua igreja
através do tempo) (2:1). Elogia Éfeso (igreja cristã na fase apostólica - 31 d.C. a 100 d.C.) por suas boas
obras e perseverança, mas nota que ela abandonou o primeiro amor, isto é, sua devoção a Cristo e entusiasmo
pela verdade (2:2-4). Insiste com ela para que se lembre de seu estado anterior, arrependa-se de sua
degradação e volte à prática de suas antigas devoções, sob a ameaça de remover-lhe o candeeiro, ou seja, a
luz e os privilégios do Evangelho. Elogia-a por odiar os nicolaítas, seguidores de Nicolau de Antioquia,
herege que ensinava a imoralidade. Se ela atender ao conselho a recompensa é alimentar-se da árvore da vida
na Nova Jerusalém (2:7).
Igreja de Esmirna (2:8-11). Cristo se apresenta as esmirnenses como o primeiro e o último, o
conquistador da morte. Elogia Esmirna (igreja cristã na fase da perseguição romana até Constantino - de 100
a 313) por sua paciência na tribulação (2:9). Não a critica, mas a estimula a não temer o sofrimento por que
deveria passar em dez dias-anos de martírio e perseguição (de fevereiro de 303 a fevereiro de 313 d.C. sob
Diocleciano), e promete-lhe a coroa da vida se for fiel até o fim (2:10). Nota, porém, que ela abandonou o
primeiro amor, isto é, sua devoção a Cristo e entusiasmo pela verdade (2:2-4). Se ela atender ao conselho, a
recompensa é imunidade à segunda morte, isto é, a punição eterna no lago de fogo, em contraposição à mera
morte física (2:11; cf. 20:6-15; 21:8).
Igreja de Pérgamo (2:12-17). Cristo se apresenta aos pergamotas como o que empunha a espada afiada
de dois gumes, isto é, a Bíblia. Elogia Pérgamo (igreja cristã na fase da grande apostasia que culmina no
papado - de 313-538) por suas obras e fidelidade, mesmo habitando em meio a um ambiente satânico e pagão
(2:13). Lembra que a igreja se manteve firme em ocasiões anteriores, ao mencionar Antipas, mártir cristão
morto dessa fase. Acusa, porém, a igreja de ter em seu seio alguns que sustentam a doutrina de Balaão, isto é,
uma doutrina que divide e arruína a igreja confundindo assuntos espirituais com interesses materiais e
permitindo a imoralidade (2:14-15). Cristo insiste com ela para que se arrependa, senão a castigará com a
espada da sua boca (2:16). Se ela atender ao conselho a recompensa será comer do maná escondido (vida
eterna) e receber uma pedra branca, (honra especial) com um novo nome gravado nela (novo caráter) (2:17).
Igreja de Tiatira (2:18-29). Em quarto lugar, Cristo Se apresenta aos tiatirenses como o Filho de Deus,
de olhos como chama de fogo (onividência) e pés como o bronze polido. Elogia Tiatira (igreja cristã na fase
da supremacia papal desde Justiniano até a Reforma - de 538-1517) por suas obras, amor, serviço, fé e
perseverança (2:19). Acusa-a, porém, de tolerar Jezebel, isto é, de permitir que falsos profetas conduzam
muitos a prostituição, feitiçaria, idolatria. Os que estão envolvidos nessas práticas devem arrepender-se
(2:20-23). Os que são fiéis são exortados a permanecer fiéis até a volta de Cristo (2:25). Quem não atender,
será visitado com castigos (2:22-23). Promete alívio aos que por 1.260 anos suportaram o peso da opressão
romana. Se eles atenderem ao conselho, a recompensa é ter autoridade sobre as nações e a posse da estrela da
manhã, símbolo de Cristo, personificação da esperança do mundo (2:26-28).
Igreja de Sardes (3:1-6). Em quinto lugar, Cristo se apresenta aos sardos como aquele que tem os sete
espíritos de Deus (multiplicidade de funções do Espírito Santo) e as sete estrelas. Condena Sardes (igreja

8
Livro Profético NT
cristã na fase das igrejas reformadas e depois - de 1517-1798) por sua falta de integridade (3:1-2) e insiste
com eles para que sejam vigilantes e se arrependam (3:3). Os poucos que permanecem fiéis são chamados
dignos e andarão com Cristo com vestes brancas, isto é, em justiça (3:4). Se eles atenderem ao conselho a
recompensa é ser vestido de vestiduras brancas, ter o nome confirmado no Livro da Vida (relação de todos
quanto aceitam a Jesus e hão de receber a vida eterna) e ter seu nome confessado por Cristo diante do Pai
Celestial e dos anjos (3:5).
Igreja de Filadélfia (3:7-13). Em sexto lugar, Cristo se apresenta aos filadelfianos como o santo e
verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, isto é, jurisdição sobre a igreja (3:7). Elogia Filadélfia (igreja
cristã na fase do movimento do advento no século XIX - 1798-1844) por sua fidelidade e perseverança (3:8-
9). Dá a esta igreja a preciosa promessa de guardá-la da hora (tempo) da provação que virá sobre toda a Terra
antes do segundo advento (3:10) — ao que parece uma referência ao período das pragas. Promete ainda vir
sem demora, e insiste com a igreja para que persevere em fidelidade para que ninguém tome a sua coroa, isto
é, para que ninguém a induza a abandonar a verdade fazendo-a assim perder sua recompensa (3:11). Se eles
atenderem ao conselho a recompensa é ser feito coluna (permanência na presença de Deus) para sempre no
santuário de Deus e ter sobre si gravado o nome de Deus, da cidade de Deus e o novo nome de Cristo (3:12).
Igreja de Laodicéia (3:14-22). Em sétimo lugar, Cristo se apresenta aos laodiceanos como o Amém
(Deus da Verdade, Isa. 65:16), a Testemunha fiel e verdadeira (plena confiabilidade e veracidade), o
princípio (origem) da criação de Deus (3:14). Censura Laodicéia (igreja cristã na fase atual, que vai de 1844

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até a segunda vinda de Jesus) por sua mornidão espiritual (3:15-16). Eles não têm consciência de sua
condição espiritual precária (3:17). Cristo insiste com eles para que se arrependam e se convertam (3:18-19).
Aconselha-lhe a comprarem dEle ouro puro (fé e amor), vestiduras brancas (atos de justiça) e colírio
(discernimento espiritual) (3:18). Convida-a para abrir a porta do coração para que Ele entre e tenha
comunhão com ela (3:20). Se ela atender ao conselho a recompensa é sentar-se com Cristo em seu trono
(3:21).

IGREJA NOME SIGNIFICADO PERÍODO CONDIÇÃO DURAÇÃO


Primeira Éfeso ―Desejável‖ 27-100 d.C. Pura 73 anos
Segunda Esmirna ―Mirra‖ ou 100-323 Perseguida 223 anos
―Perfume suave‖
Terceira Pérgamo ―Altura‖ ou 323-538 Popular e 215 anos
―Elevação‖ Mundana
Quarta Tiatira ―Perfume suave de 538-1517 Política 1.260 anos
labor‖ ou
―Sacrifício de
contrição‖
Quinta Sardes ―Cântico de 1517-1798 Desmazelada 316 anos
alegria‖ ou ―o
resto‖
Sexta Filadélfia ―Amor fraternal‖ 1798-1844 Missionária 11 anos
Sétima Laodicéia ―julgamento do 1844 até o Morna Indeterminada
povo‖ fim

CAPÍTULO QUATRO

Visão de Deus em Seu Trono (cf. Eze. 1:26-28). João tem agora a visão do trono de Deus dentro do
santuário celestial. O céu é aberto perante ele. O profeta vê Deus Pai assentado no trono. Sua aparência,
ainda que em termos humanos, é indescritível. Não podendo contemplar a Deus diretamente, pois Ele está
circundado por um brilho muito intenso, simboliza seu esplendor em termos de gemas preciosas (cf. Eze.
1:26-28; 1 João 1:5): vestes da cor de jaspe (vermelho) e sardônica (escuro-alaranjado). Ao redor do trono
um arco-íris (símbolo da misericórdia divina) esverdeado (esmeralda) garante a fidelidade de Deus e reforça
a grandeza da cena. (4:1-5)
24 Anciãos. Deus Pai está acompanhado de dois tipos de seres, que incluem 24 líderes, vestidos de
branco, com coroas de ouro na cabeça e sentados em 24 tronos; e quatro ―seres viventes‖ com rosto de leão,
novilho, homem e águia, cheios de olhos e com seis asas. Ambos estão empenhados em adorar a Deus

9
Livro Profético NT
continuamente. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono ardem sete tochas de fogo, que
são os sete espíritos de Deus. Há diante do trono um ―mar de vidro‖ cristalino (4:9-11).
Os anciãos são 24 ―ajudantes‖ que assistem a Deus na administração do Universo. Trata-se
possivelmente de seres humanos redimidos que representam os santos do Antigo e do Novo Testamento.
Suas vestes brancas e seu número indicam que são sacerdotes (1 Crôn. 24:6-9; Luc. 1:5, 8, 9; 1 Ped. 2:9); as
coroas são emblema de sua vitória; os tronos, a autoridade para reinar ou julgar.
Quatro Seres Viventes. Os quatro seres viventes são uma ordem especial de seres criados, associados
ao trono de Deus e aparentemente combinando características de querubins (anjos da glória governamental
divina) e serafins (anjos da santidade divina) (cf. Eze. 1; Isa. 6). O primeiro é semelhante a leão (soberania),
o segundo é semelhante a novilho (força)... O terem esses seres muitos olhos, deve ser entendido como
símbolo de incessante vigilância dos seres celestiais. As asas são indicativas da rapidez, com que as criaturas
celestiais, executam as ordens divinas (cf. Heb. 1:14). Três pares de asas representam velocidade triplicada.
Sete Espíritos. Devido à Sua associação com o Pai e Cristo, os sete espíritos de Deus parecem
representar o Espírito Santo em sua perfeição e multiplicidade de dons (1 Cor. 12:4-11; cf. Apoc. 3:1).

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CAPÍTULO CINCO

O Livro Setuplamente Selado. O capítulo 5 é introduzido com João vendo na mão direita de Deus um
livro selado com sete selos (selado perfeitamente). Um anjo pergunta quem é digno de desatar os selos e
abrir o livro. Não havendo ninguém que se habilite, o profeta começa a chorar. Mas um dos anciãos conforta-
o dizendo que existe alguém que pode fazer isso porque é vencedor. Jesus é o único capaz de desatar esses
selos e abrir o rolo, por que é o Leão da Tribo de Judá (Gên. 49:9), a Raiz de Davi (Isa. 11:10) e o Cordeiro
(João 21:15), símbolos bíblicos do Messias. O Cordeiro possui sete chifres (onipotência) e sete olhos
(onisciência).
O Cordeiro. Jesus aparece sob a figura de um cordeiro no meio do trono. Aproxima-se do Pai e toma o
livro. Os quatro seres viventes e os 24 anciãos tendo nas mãos harpas e taças de ouro cheias de incenso
entoam um novo cântico de louvor a Cristo. Bilhões de anjos se unem ao cântico com grande voz. Uma
terceira classe engrossa o louvor: toda criatura celestial, terrestre, marítima e subterrânea.
Adoração Universal. Ele é pronunciado digno de abrir os selos. Cristo é então adorado (5:8-14) pelos
seres viventes e pelos 24 anciãos, pelos anjos e por todas as coisas criadas no Universo, porque o Cordeiro
foi morto para redimir o mundo do pecado (5:9). A abertura dos sete selos é descrita no capítulo 6.

CAPÍTULO SEIS
Abertura dos Selos. Cristo, postado diante da mesa dos pães da proposição celestial, abre os selos.
Embora a história da igreja cristã se ache predita no quadro profético das sete igrejas (cap. 2 e 3), o quadro
profético dos sete selos apresenta a mesma história sob outro aspecto. A cada selo aberto (fases sucessivas da
história da igreja), a atenção do apóstolo é chamada para as cenas que ocorrem sob cada selo.
Primeiro Selo. Ao abrir Cristo o primeiro selo, João vê um cavalo branco e um cavaleiro sobre ele tinha
um arco, cena anunciada pelo primeiro ser vivente. Foi coroado e saiu vitorioso (6:1-2). Este cavalo branco
representa a igreja no período apostólico (31-100 d.C.). A cor branca simboliza a pureza da fé e o zelo dos
primitivos cristãos. A investida vitoriosa do cavaleiro (arco e coroa) representa os triunfos e rápido progresso
do evangelho durante o primeiro século desta dispensação.
Segundo Selo. Ao abrir Cristo o segundo selo, João vê um cavalo vermelho sair, cena anunciada pelo
segundo ser vivente. O cavaleiro recebe uma grande espada e tira a paz da Terra (6:3-4). Temos aqui uma
descrição da igreja no período da perseguição desencadeada pelos césares romanos até Constantino (100-
313). A cor vermelha simboliza tanto o derramamento de sangue ocorrido na violenta perseguição de Roma
pagã contra os cristãos (Isa. 1:18) como a corrupção da fé pela introdução de diversas heresias. A espada
representa o espírito de contenda (Mat. 10:34-35) entre os poucos fiéis e a maioria propensa a sacrificar os
princípios da fé cristã.
Terceiro Selo. Ao abrir Cristo o terceiro selo, João vê um cavalo preto, cena anunciada pelo terceiro ser
vivente. Seu cavaleiro tinha uma balança. Uma voz anuncia o preço astronômico do trigo e da cevada.

10
Livro Profético NT
Também pede para não danificar o azeite e vinho (6:5-6). Isto nos leva ao período de Pérgamo. A cor preta
do cavalo simboliza derrota espiritual e corrupção da fé, que traz trevas espirituais para a igreja. A balança
simboliza inflação e fome espirituais. Desaparece a fartura do conhecimento bíblico existente no tempo de
Cristo e dos apóstolos. A Palavra de Deus é agora distribuída em pequenas doses. Significa também que a
religião e o poder civil se haviam de unir numa só pessoa. Isto aconteceu no quarto século com a união da
igreja cristã com o estado romano.6 Vinho é símbolo de doutrina e o óleo representa o Espírito Santo e seus
dons (Isa. 55:1; Zac. 4:1-6). Essas coisas corriam o risco de ser danificadas sob a influência de tão grande
espírito mundano. O terceiro selo aplica-se a grande apostasia que culmina no papado desenvolvida entre
313-538.
Quarto Selo. Ao abrir Cristo o quarto selo, João vê um cavalo amarelo. Seu cavaleiro se chama Morte,
e é seguido pela sepultura. Ele recebe poder para matar a quarta parte da Terra com espada, fome, peste e
animais ferozes (6:7-8). Estes versículos descrevem o período de supremacia papal desde Justiniano até a
Reforma do século dezesseis (538-1517). A cor amarela simboliza morte ou pestilência. E de fato a morte
estendeu sua mortalha sobre a quarta parte da Terra, ou seja, o território sobre o domínio do poder religioso
personificado pela morte — Roma Papal foi um período escuro, quando a igreja se achou no direito de
decidir quem devia morrer e quem devia viver de acordo com os pontos de crença do indivíduo. A espada, a
fome, a peste e as feras (instrumentos de suplício) foram os meios empregados para levar à morte mais de
cinqüenta milhões de cristãos fiéis.

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Quinto Selo. Ao abrir Cristo o quinto selo, João vê debaixo do altar de sacrifício o sangue dos mártires
cristãos clamando por justiça. Eles foram mortos como holocausto para Deus durante a grande tribulação
(Mat. 24:21). Cada um recebe uma veste branca comprida e lhes é dito que tenham paciência até completar-
se o número total dos mártires (6:9-11). O quinto selo abrange a era da Reforma protestante. Vai de 1517 a
1755. Descreve o martírio dos santos de Deus durante a Idade Média sob o altar da perseguição católica.
Vestes brancas longas (gr. stole) aqui significam vitória.
Sexto Selo. Ao abrir Cristo o sexto selo, João vê grandes fenômenos naturais acontecendo: um grande
terremoto, o escurecimento do Sol e da Lua e a queda das estrelas-cadentes (ver Mat. 24:29). Logo depois
disso a Terra se subverte, e os habitantes dela são tomados de súbito pavor. O sexto selo abrange o período
que se estende a era moderna, desde 1755 até a vinda de Cristo. Seu início foi assinalado com o grande
terremoto de Lisboa (1° de novembro de 1755). Depois, em 19 de maio de 1780, veio o escurecimento do
Sol e da Lua. Em seguida, a chuva de meteoros em 13 de novembro de 1833. Resta ainda aguardar o céu
retirar-se como um livro e as ilhas e montes se removerem de seus lugares por ocasião da vinda de Cristo. Ao
fim desta série de coisas, o povo da Terra reconhece que Deus está julgando o mundo (6:16-17).
Sétimo Selo. O sétimo selo não é descrito até o capítulo oito. Ao abrir Cristo o sétimo selo, faz-se
silêncio no céu por quase meia hora (8:1). Aplica-se este selo ao segundo advento de Cristo (Mat. 24:29). Ao
ausentar-se do Céu a hoste Angélica para acompanhar Cristo a Terra (Mat. 25:31), haverá silêncio ali por
quase meia hora. Como em profecia, um dia equivale a um ano (Núm. 14:34; Eze. 4:6), meia hora equivale a
aproximadamente uma semana.

SELOS NOME SIGNIFICADO PERÍODO DURAÇÃO


Primeiro Cavalo Branco Pureza da fé 27-100 d.C. 73 anos
Segundo Cavalo Perseguição sangrenta 100-323 223 anos
Vermelho
Terceiro Cavalo Preto União entre Igreja e Estado 323-538 215 anos
Quarto Cavalo Amarelo Morte Espiritual 538-1798 1.260 anos
Quinta Almas debaixo Sangue justo dos mártires
do altar
Sexta Fenômenos Sinais do tempo do fim
Sétima Volta de Jesus Indeterminada

CAPÍTULO SETE
O capítulo sete é um capítulo parentético inserido aqui para descrever o selamento (confirmação na
verdade e preservação) dos servos de Deus que vivem no período compreendido entre o sexto selo e a volta
de Cristo.

6
William Miller, Evidence From Scripture and History of the Second Coming of Christ, pág. 176.
11
Livro Profético NT
Primeiro João nota que quatro anjos estão posicionados nos quatro cantos da Terra (pontos cardeais)
para deter os ventos, isto é, as forças do mal, até que a obra de Deus nos corações humanos esteja completa e
o povo de Deus esteja selado na fronte.
Um anjo sai do oriente com a missão específica de marcar a fronte dos servos de Deus com o selo do
Deus vivo. Qual é este selo? Não é uma marca literal, como se poderia facilmente supor, mas uma instituição
que serve de sinal distintivo entre os adoradores de Deus e os adoradores da besta. (Êxo. 20:8-11; cf. Eze.
20:12, 20).
Quantas pessoas serão seladas com este selo? 144.000 de todas as tribos do Israel espiritual (7:4) em
adição a uma grande e inumerável multidão de redimidos (7:9). João vê, portanto, duas classes de salvos:
(1) a grande e incontável multidão, que será constituída de pessoas fiéis e sinceras de todo o mundo,
desde o princípio até o início do juízo investigativo em 1844 e dos que dessa data para cá se acham dentro ou
fora das diferentes denominações religiosas que não tiveram o privilégio de ouvir a verdade a respeito do
sábado, mas que viveram em obediência à luz que possuíam. Estão vestidos de branco (vitória) e têm palmas
(vitória) nas mãos (7:9).
(2) Os cento e quarenta e quatro mil, que serão seladas com o selo de Deus (7:1-8), contados desde
1844 até o fim do tempo da graça e que constituem um grupo especial e privilegiado de salvos. Representam
os que do século dezenove em diante creram na mensagem do terceiro anjo.
No verso 11 a atenção do profeta volta novamente para o trono de Deus, diante do qual anjos, anciãos e

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seres viventes se prostram em atitude de adoração. Um dos anciãos pergunta quem são os vestidos de branco
e de onde vêm. João responde que eles vêm da grande tribulação e estão vestidos de branco porque lavaram
suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro (Cristo). Do verso 15 ao 17 apresenta as recompensas:
ficam constantemente diante do trono, jamais terão fome, sede ou calor, serão apascentados por Cristo que os
guiará para as fontes da água da vida e Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.

CAPÍTULO OITO/NOVE

Os capítulos 8 e 9 introduzem mais uma das cadeias proféticas do Apocalipse. As Sete Trombetas
apresentam em miniatura os eventos militares e políticos que ocasionaram o esfacelamento do Império
Romano em dez partes, dando origem à Europa. Trata-se, portanto, de um esboço complementar de Daniel
cap. 2 e 7. As quatro primeiras são interpretadas como os juízos de Deus sobre Império Roma Ocidental; a
quinta e a sexta, a dissolução de Roma Oriental; e a sétima, o fim de todos os reinos do mundo e o raiar de
uma nova era.
Sete Trombetas. João vê sete anjos em pé diante de Deus. Eles recebem sete trombetas para anunciarem
vindouros juízos divinos. Trombetas são símbolos de guerra (Jer. 4:19-21; 1 Cor. 14:8). Cada um tocará por
vez trazendo sucessivas cenas proféticas. Um oitavo anjo balança seu incensário de ouro diante do altar de
ouro que fica defronte ao trono de Deus e oferece junto com o incenso as orações dos santos. A cena é
simbólica da ministração de Cristo em favor do seu povo. De repente a cena muda. O anjo pára de interceder
(fim do tempo de graça), enche o incensário de fogo retirado do altar e o atira a Terra. Há trovões, vozes,
relâmpagos e terremotos (descrição dos eventos da sétima trombeta). As trombetas são tocadas diante do
altar de incenso no santuário celestial.
Primeira Trombeta (8:7). Ao tocar o primeiro anjo sua trombeta, saraiva e fogo misturados com sangue
são atirados a Terra. Isto queima a terça parte da Terra, das árvores e toda erva verde (8:7). O flagelo
descreve de maneira singular a invasão da ―terça parte‖ (grande parte) do Império Romano pelos visigodos
liderados por Alarico entre 396 d.C. a 410 d.C. Esta foi a primeira das incursões teutônicas no Império
Romano que desempenharam papel importante em sua derrocada final. Os invasores são representados pela
―saraiva‖, pois vinham das regiões gélidas do norte da Europa. Pelo ―fogo‖ fizeram grandes devastações,
tanto nas cidades, como nos campos e bosques, e derramaram muito ―sangue‖.
Segunda Trombeta (8:8-9). Ao tocar o segundo anjo sua trombeta, uma coisa parecida com um grande
monte ardendo é lançada no mar. Torna-se em sangue a terça parte do mar. Morre a terça parte das criaturas
marinhas e perde-se a terça parte das naus. A catástrofe anunciada pela segunda trombeta tem seu
cumprimento na segunda grande invasão que abalou os alicerces do império romano realizada pelos
vândalos, sob Genserico, entre 428 a 476 d.C. Esses bárbaros migraram através da Espanha para a África do
Norte e estabeleceram seu reinado em Cartago. Dali dominaram o lado ocidental do Mediterrâneo e fizeram

12
Livro Profético NT
pilhagem na Espanha, na Itália e mesmo na Grécia. O ponto alto de suas depredações foi em 455 d.C.,
quando por duas semanas saquearam e pilharam a cidade de Roma. Monte em profecia representa reino (Jer.
51:24-25; Zac. 4:7; Dan. 2:35, 45). As conquistas dos vândalos foram principalmente navais.
Terceira Trombeta (8:10-11). Ao tocar o terceiro anjo sua trombeta, cai do céu uma grande estrela
ardendo como uma tocha sobre a terça parte das massas de água doce. O nome da estrela é Absinto. A terça
parte das águas fica amarga e envenena muitas pessoas. Descreve-se aqui a invasão dos hunos sob o
comando de seu rei Átila no século V. Como um meteoro ele se arremete contra Roma. O ―absinto‖
representa adequadamente as amargas conseqüências de sua invasão.
Quarta Trombeta (8:12-13). Ao tocar o quarto anjo sua trombeta, a terça parte do Sol, da Lua e das
estrelas é ferida para que se escureça e não brilhe a terça parte do dia. Em 476 d.C., Odoacro, à frente dos
hérulos, tomou posse de Roma. Caiu então, a parte ocidental do Império Romano. Sol, Lua e estrelas — os
grandes luminares do governo romano ocidental — seus imperadores, senadores e cônsules, deixaram de
brilhar.
Quinta Trombeta (9:1-12). Ao tocar o quinto anjo sua trombeta, uma estrela cai na Terra. Ela recebe a
chave do poço do abismo. Abre-o e dele sobe grande quantidade de fumaça que escurece o Sol e o ar. Da
fumaça saem gafanhotos que descem a Terra e recebem poder como o poder dos escorpiões (9:1-3). Na
seqüência de juízos enviados por Deus para castigar o cristianismo apostatado, a quinta trombeta aplica-se à
invasão do Império Romano Oriental pelos sarracenos. Maomé é a estrela caída do céu que recebe a chave (o

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poder) sobre o poço do abismo (os vastos e quase desabitados desertos da Arábia). A fumaça são as doutrinas
do Alcorão. Os gafanhotos voadores parecidos com cavalos são os exércitos islâmicos em sua primeira fase
de conquista, a fase árabe. Relva e árvores verdes são o povo de Deus, a quem os muçulmanos poupam. As
pessoas que têm o selo de Deus na testa são os cristãos observadores do sábado que sobreviveram na
Armênia e na Etiópia. Cinco meses profético de tormento, à base de trinta dias por mês, resulta num total de
aproximadamente 150 dias-anos decorridos a partir de dia 27 de julho de 1299 até ao dia 27 de julho de
1449, quando findou o período de supremacia otomana. Emite-se o primeiro ai.
Sexta Trombeta (9:13-21). Ao tocar o sexto anjo sua trombeta, recebe ordens para soltar os quatro
anjos atados ao rio Eufrates. Os quatro anjos representam líderes islâmicos. O Eufrates é o termo genérico
para Mesopotâmica. Os 200 milhões de cavaleiros são os exércitos islâmicos posteriores, denominados pelos
turcos, em especial os otomanos. Fogo, fumaça e enxofre simboliza o uso de armas que empregavam pólvora
pelos otomanos. A terça parte dos homens que morreu foi o Império Bizantino que caiu diante dos turcos
otomanos em 1453. Emite-se o segundo ai.
Sétima Trombeta (11:15-19). Ao tocar o sétimo anjo sua trombeta, ouvem-se grandes vozes no Céu
anunciando que os reinos do mundo se tornaram de Cristo. Os 24 anciãos se prostram e adoram a Deus.
Abre-se o santuário de Deus no Céu e é vista a arca da aliança, dentro da qual se encontra as tábuas da lei.
Isto indica que se abriu a segunda e última fase do ministério celestial de Cristo, por analogia com o dia
típico da expiação. Pode-se fixar o início do toque da sétima trombeta em 1844 (ver Dan. 8:14) quando se
iniciou o movimento do advento em todo o mundo e começou-se a proclamar o tempo do fim. Os
relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada devem ocorrer sob a sétima praga (16:18-21).
Emite-se o terceiro ai.

TROMBETAS CENA SIGNIFICADO DATA


Primeira Saraiva, sangue e fogo Visigodos (Alarico) 410 d.C.
Segunda Montanha cai no mar Vândalos (Genserico) 455 d.C.
Terceira Estrela cai nos massas de Hunos (Átila) 451 d.C.
água doce
Quarta Sol, Lua, estrelas Queda de Roma 476 d.C.
Ocidental pelos
hérulos (Odoacro)
Quinta Estrela cai, fumaça, Maomé 622 d.C.
gafanhotos
Sexta Quatro anjos soltos Quatro sultanatos:
Icônio, Alepo, Bagdá e
Hora, dia, mês e ano Damasco
27/7/1449 391 anos e
15 dias 11/8/1840

13
Livro Profético NT
Sétima Grandes vozes, adoração, Reino do mundo se 1844 ...
Ira de Deus e galardão torna do Senhor e do
seu Cristo

CAPÍTULO DEZ
Outra vez é interpolado um capítulo parentético (10:10—11:13), desta vez entre a sexta e a sétima
trombeta. Os eventos aí descritos aplicam-se em grande parte à era moderna. Um poderoso anjo (Cristo, cf.
5:2; 8:3) traz um pequeno livro (livro de Daniel) e jura que não haverá mais demora para o estabelecimento
do reino messiânico de Cristo. Sete trovões dão testemunho da veracidade desta declaração (10:1-7). O anjo
entrega o livro a João e lhe dá ordens para comer o livro (compreender e assimilar plenamente a mensagem
dele), o qual se torna doce na sua boca, mas amargo no seu estômago (10:8-11).

CAPÍTULO ONZE
O capítulo 11 se inicia com João recebendo instruções para medir o templo, o altar e os que nele
adoram (11:1-2). Esta cena indica que Deus está medindo, pesando e aferindo o caráter dos cristãos, fazendo
uma investigação minuciosa para ver quem de sua igreja terrena é digno de ser levado para a igreja celestial.
O quadro sugere uma obra de julgamento.
As Duas Testemunhas. A cena, porém, muda. Dos versos 2 a 13 encontramos mais um diagrama

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profético. Trata-se da história da proibição da Bíblia e da feroz perseguição desencadeada contra seus leitores
durante a Idade Média.
A ―cidade santa‖ que seria pisada durante 42 meses (v. 2) representa a igreja verdadeira de Deus que
seria perseguida por 1260 dias-anos, durante o período da supremacia papal. Esses 42 meses proféticos
iniciaram-se em 538 quando o papa Virgílio foi revestido de poder secular e terminaram em 1798, quando o
papa Pio VI foi exilado por ordem de Napoleão Bonaparte.
Durante esse longo período de perseguição dos santos, duas testemunhas haviam de profetizar vestidas
de saco. Quem são essas duas testemunhas, também chamadas de ―duas oliveiras‖ e ―dois candeeiros‖
(11:4)? Elas representam a Bíblia: Antigo e Novo Testamentos e a vicissitudes pelas quais tiveram que
passar (ver Sal. 119:105; João 5:39). Ficaram vestidas de saco (luto) porque foram proibidas ao povo sob
pena de morte durante o tenebroso período de 1260 anos e porque a tradição eclesiástica teve nesta época
ascendência sobre a verdade bíblica e depois por causa do ateísmo durante a Revolução Francesa.
Quando essas duas testemunhas (a Bíblia) terminam o seu luto (1798), uma besta (poder) faz guerra
contra elas e as mata. Essa besta que sobe do abismo representa o ateísmo ou anarquismo. O país
simbolizado por este poder é a França, única nação que, por decreto da Assembléia Legislativa, declarou não
haver Deus.7 As duas testemunhas deviam jazer mortas por três dias e meio proféticos (Núm. 14:34; Eze.
4:6-7). O cumprimento foi exato. A Convenção Nacional aboliu toda religião, na França, em 26 de novembro
de 1793, mas restabeleceu-a em 17 de junho de 1797, ou seja, três anos e meio depois.
Desde então, as duas testemunhas têm sido honradas (11:12) como nunca dantes. ―Subir ao céu‖ é
símbolo de exaltação. A partir do século dezenove surgiram as sociedades bíblicas, publicando as Escrituras
em milhares de língua e dialetos.

CAPÍTULO DOZE
A partir do capítulo 12 inicia-se uma nova linha escatológica que continua até o fim do livro. A seção
apresenta a igreja de Deus em conflito com os poderes do mal, e definitivo triunfo da igreja sobre eles.
A Mulher. João vê no céu uma mulher vestida do Sol com a Lua sob os pés e uma coroa de doze
estrelas na cabeça. Está grávida e grita com as dores de parto (12:1-2).
Mulher na profecia é símbolo de igreja (Isa. 54:5, 6; Jer. 6:2). Mulher pura = igreja verdadeira; mulher
corrupta = igreja falsa (Jer. 3:20; Eze. 23:2–4; 2 Cor. 11:2; Efés. 5:25–32; Apoc. 17:1–3). A mulher de Apoc.
12 representa a verdadeira igreja de Deus. O fato de estar vestida do Sol representa a glória divina revelada
no Evangelho. Estar sobre a Lua representa o sistema de leis cerimoniais do AT eclipsados pela maior
revelação de Cristo. As doze estrelas aplicam-se aos 12 apóstolos.
O Dragão Vermelho. João vê em seguida outro prodígio: um dragão grande, vermelho, com sete
cabeças, dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda do animal arrasta a terça parte das estrelas do céu.
Depois fica esperando a mulher dar a luz para devorar-lhe o Filho. Quando nasce a criança, é arrebatada para
Deus. E a mãe do menino foge para o deserto onde fica 1.260 dias (12:3-6).

7
Blackwood’s Magazine, novembro de 1870.
14
Livro Profético NT
O dragão vermelho é símbolo de Satanás operando por intermédio de Roma pagã, o poder vigente
quando Jesus nasceu. Vermelho (―cor de fogo‖) significa perseguição e destruição. As sete cabeças com os
respectivos diademas ou coroas são sete formas de governo por que Roma passou: 1) Reis; 2) Cônsules; 3)
Ditadores; 4) Decênviros militares; 5) Tribunos; 6) Imperadores; 7) Papado. Os dez chifres representam as
dez divisões do Império Romano ocidental, a partir de 476.
O ato do dragão esperar o nascimento da criança para devorá-la, representa Satanás em sua tentativa de
destruir o menino Jesus através de Herodes (Mat. 2:16). Nisto, porém, não obteve êxito. O Messias cresceu,
cumpriu sua missão, morreu, ressuscitou e ascendeu ao Céu.
Guerra no Céu. Os versos 7-9 deixam claro que este dragão vermelho é o mesmo príncipe angélico
Lúcifer, que depois de ter seduzido a terça parte dos anjos celestiais, foi expulso do Céu por Miguel (Cristo)
e os anjos leais, e tornou-se o Diabo e Satanás. Depois da derrota na batalha, ele desceu a Terra com seus
anjos (demônios) e sob a forma de uma serpente enganou Adão e Eva, tornando-se, por usurpação, o príncipe
deste mundo.
Os versos 13-18 relatam que desde então, Satanás e seus demônios têm perseguido o povo de Deus. No
caso específico em tela, não conseguindo atingir o Filho de Deus, a fera voltou-se então para a mãe dEle. A
mãe de Cristo simbólica, representada aqui pela igreja cristã, teve que fugir para o deserto, ou seja, para uma
condição de proteção divina de obscuridade e clandestinidade durante os anos tenebrosos (538-1798).
Durante a Reforma Protestante, a ―terra‖ (lugar pouco povoado em contraste com mares) que socorreu a

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mulher são as terras do Novo Mundo (América), para onde fugiram os perseguidos no Velho Mundo
(Europa, Ásia e África). O restante da descendência da mulher é a verdadeira igreja de Deus na atualidade,
cuja principal característica é a observância dos mandamentos de Jesus e a posse do testemunho de Jesus,
que é o Espírito de Profecia.

CAPÍTULO TREZE
No capítulo 13 João contempla duas bestas: uma que sobe do mar e outra que sobe da Terra.
Uma besta :
‖ Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra ( Daniel 7:17)‖.
Aqui encontramos a chave para decifrarmos o significado das bestas (animais). Tanto Daniel quanto o
Apocalipse são livros proféticos cheios de simbolismo. Aqui, no capitulo treze, encontramos algo assustador.
Uma besta que surge do mar. O ―mar‖ é e a ―besta‖ são simbólicos. De acordo com Daniel, bestas (ou
animais) simbolizam reis ou reinos da terra, poder político/religioso, governos. Esta besta tem sido
interpretada como sendo o poder exercido pelos Imperadores Romanos e até mesmo pelo poder exercido
pelos papas ao longo da história. Talvez porque ambos os poderes citados possuam características comuns,
identificadas na profecia.

Besta Marítima. A cena da besta marítima é descrita dos versos 1-10. A atenção do profeta é
deslocada para o mar, de onde vê emergir uma besta de sete cabeças nas quais havia nomes de blasfêmia e
dez chifres com diademas. Tem a aparência de um leopardo, mas possui pés de urso e boca de leão. O dragão
vermelho transfere para esta besta seu poder, trono e autoridade. Uma de suas cabeças é golpeada de morte,
mas alguém cura a ferida. E todos se maravilham e seguem a besta, adorando a ela e o dragão que lhe
patrocina. A besta se envaidece e começa a proferir arrogâncias e blasfêmias.

Arrogâncias e blasfêmias:

A Bíblia define blasfêmia como a tentativa humana de exercer atributos ou prerrogativas divinas. Jesus
foi considerado um blasfemo porque dizia possuir o poder de perdoar pecados, uma prerrogativa pertencente
somente a Deus. Veja Luca 5:20 e 21.

É bastante conhecido pela história, que vários Imperadores Romanos arrogaram-se divinos, dignos de
adoração. O culto ao imperador era a principal religião do império até a chegada do cristianismo. Isto era
visto como uma blasfêmia pelos cristãos. Daí porque muitos foram martirizados. Preferindo a morte à
traírem sua fé.

Alguns intérpretes também fazem alusão ao fato que os papas também usaram títulos blasfemos e
pretenderam exercer poder e autoridade que competia unicamente ao criador. Neste caso, o poder exercido
pelos papas coincide com o poder exercido pela besta.

15
Livro Profético NT

No quinto concilio de Ladrão, em 1512, Foi dito do papa Júlio II: ―Tú és o Pastor, Tú és o médico, tu és o
governador, Tu és o esposo e, finalmente, Tu és outro Deus na Terra”.

Alphonsus de Liguori, escritor católico, explicando a visão católica do sacerdócio diz:

―O sacerdote assume o lugar do próprio salvador quando, ao dizer: “Eu te absolvo. Ele absolve o
pecado. Perdoar um simples pecado requer toda a onipotência de Deus. Por isso o sacerdote pode, de uma
certa maneira, ser chamado o criador do criador.” - Alphonsus de Liguori, Dignity and Duties of the
Priests, pág. 32 e 33.

Perseguição

A besta arroga-se autoridade para agir por 42 meses (1260 anos), durante os quais persegue o povo de
Deus.

Apoc. 13:7 diz : ―Foi-lhe dado, também , que peleja-se contra os santos ao vencesse‖.

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Este poder representado pelo primeiro animal, emerge do mar, isto é, surge de regiões populosas da Terra
(Apoc. 17:15). Muitos interpretes tem aplicado ao Império Romano, florescido na Europa, em suas duas
fases: pagã e papal. As sete cabeças representam as sete formas de governo pelas quais Roma passou desde a
sua fundação em 753 a.C. Pode-se referir também às sete colinas sobre as quais a cidade está edificada. Os
dez chifres representam as divisões do Império Romano apartir de 476 d.C. Os diademas simbolizam poder
para reinar ou governar reivindicado pelas respectivas cabeças (2 Reis 11:12; Eze. 21:26-27).

Em sua segunda fase, a papal, Roma perseguiu protestantes por 42 meses ou 1.260 dias (com base no
princípio dia ano aplicado a algumas profecias de tempo, onde cada dia profético equivale a um ano literal),
desde 538 a 1798, quando o general napoleônico Berthier entrou em Roma, declarou extinto o governo
político do papado e aprisionou o papa Pio VI na França, onde faleceu.

A Nova Enciclopédia Católica diz:

―Vista pelos padrões contemporâneo, a Inquisição, especialmente da maneira como ocorreu na


Espanha, já no final da idade Média, pode ser classificada somente como um dos mais negros capítulos da
historia da igreja.

Sob a influência dos costumes e conceitos germânicos, a tortura foi pouco usada do século 9 até o
século 12... Em 1252, o papa Inocêncio IV sancionou a ampliação de tortura por autoridades civis a
hereges, e a tortura veio a ter um lugar reconhecido nos procedimentos das cortes inquisitórias.”

A Besta Terrestre. A cena da besta terrestre (ou falso profeta) é descrita dos versos 11-18. João vê subir
da terra uma besta que possui dois chifres. Parece um cordeiro, mas fala como leão. Ela exerce a autoridade
da primeira besta diante dela. Obriga os habitantes do mundo a adorarem a primeira besta cuja ferida mortal
foi curada. Quem adora recebe o sinal dessa besta na testa e na mão, e não é perseguido. Mas quem não
aceita, padece perseguições. O número humano da besta é 666.

Este poder representado pelo segundo animal emerge da terra, isto é, surge de regiões despovoadas da
Terra — do Novo Mundo. Simboliza os EUA, única nação que preenche as especificações da profecia. Os
dois chifres simbolizam os dois aspectos notáveis do sistema americano: republicanismo (liberdade civil) e
protestantismo (liberdade religiosa). É semelhante ao cordeiro porque aparentemente é uma nação cristã e
gentil no trato. A aparência, porém, contradiz as ações (fala como dragão).

CAPÍTULO CATORZE

16
Livro Profético NT
O capítulo 14 descreve em maiores detalhes o programa de Deus para este período. Os 144.000
mencionados no capítulo 7 são vistos por antecipação no Monte Sião com Cristo e devidamente identificados
seu caráter e destino (14:1-5). São descritos como os que obtiveram vitória sobre a besta e sua imagem.
A Tríplice Mensagem Angélica. Começa uma nova cena. Três anjos são comissionados por Deus para
anunciar três mensagens muito importantes aos moradores da Terra. A primeira mensagem pede para temer a
Deus e anuncia o início do juízo final (14:6-7). A segunda mensagem anuncia a queda de Babilônia (14:8). A
terceira mensagem diz que quem adorar a besta ou a sua imagem e receber sua marca sofrerá os juízos de
Deus e irá para o lago de fogo e enxofre. Os vencedores são mencionados como tendo as seguintes
características: guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. (14:9-12).
Duas Colheitas. Na terceira cena deste capítulo, João contempla Jesus voltando numa nuvem branca. O
Senhor tem uma coroa (realeza) na cabeça e uma foice (julgamento) afiada na mão. Vem a Terra na
qualidade de Rei e Juiz. O mundo é comparado a uma plantação moral que está madura para a colheita. A
primeira colheita ou a ceifa dos cereais representa a colheita dos justos (14:14-16; ver Mat. 13:38). A
segunda colheita, ou vindima, representa a colheita dos ímpios. Os justos são recolhidos e levados para o
Céu. Os ímpios, recolhidos e lançados no lagar da cólera de Deus, para serem pisados (14:17-20).

CAPÍTULOS QUINZE/DEZESSEIS
Os capítulo 15 a 19 focalizam os acontecimentos que se seguem ao término do tempo de graça humano

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e levam ao segundo advento de Cristo
Os 144.000. O capítulo 15 forma uma espécie prefácio para as pragas, uma série de castigos divinos
contra os impenitentes. Logo no início do capítulo João vê no céu sete anjos cada um com uma taça e dentro
delas os últimos flagelos ou pragas que Deus enviará ao mundo. Mas do verso 2 até o 4, sua atenção é
desviada para os crentes que foram vencedores da besta e da sua imagem. Eles se encontram sobre o mar de
vidro (diante do trono de Deus) com as harpas. Adoram a Deus, cantando o cântico de Moisés (que celebra a
libertação da tirania babilônica, assim como o hino de Êxo. 15:1-21 celebrava o livramento da opressão
egípcia) e o cântico do Cordeiro (louvor Àquele que os libertou).
As Pragas. A cena dos flagelos retorna. Os sete anjos, vestido de linho puro e cintos de ouro, recebem
ordem para cumprir sua tarefa. Um dos quatro seres viventes entrega a cada anjo a sua taça de ouro cheio de
castigo. O santuário celestial se enche de fumaça, indicando que o tempo de intercessão já passou; ninguém
pode ter acesso à misericórdia. O tempo da preparação acabou. Começa agora a fase dos juízos de Deus.
Primeira Praga — Úlceras. Ao derramar o primeiro anjo sua taça na Terra, as pessoas portadoras da
marca da besta foram atacados de úlceras malignas e dolorosas (16:1-2). É literal, mas não tem extensão
universal.
Segunda Praga — Mar em Sangue. Ao derramar o segundo anjo sua taça no mar, as águas ficaram
como o sangue humano coagulado, e morreram todos os seres vivos do mar. Deus obstrui assim o comércio
marítimo, o turismo litorâneo e as viagens internacionais (16:3). É literal, mas não tem extensão universal.
Terceira Praga — Água Doce em Sangue. Ao derramar o terceiro anjo sua taça nas massas de água
doce da Terra, e elas viraram sangue. E os ímpios vão beber sangue por terem derramado o sangue do povo
de Deus e dos profetas como paga de seus crimes (16:4-7). Será impossível a bebida, o banho e a irrigação. É
literal, mas não tem extensão universal.
Quarta Praga — Sol Abrasador. Ao derramar o quarto anjo sua taça sobre o Sol, as pessoas se
queimam com o intenso calor. Sofrem queimaduras dolorosas causadas por esse fogo e amaldiçoam o nome
de Deus, que tem autoridade sobre essas pragas. Mas não se arrependem dos seus pecados nem louvam a
glória de Deus. (16:8-9). É literal, mas não tem extensão universal.
Quinta Praga — Trevas. Ao derramar o quinto anjo sua taça sobre o trono da besta, cujo reino ficou na
escuridão, e as pessoas mordiam a língua de dor e, por causa das suas dores e feridas, amaldiçoavam o Deus
do céu. Porém não abandonaram as coisas más que faziam (16:10-11). É literal e tem extensão universal.
Sexta Praga — A Batalha do Armagedom. Ao derramar o sexto anjo sua taça sobre o grande rio
Eufrates, que secou a fim de se abrir um caminho para os reis que vêm do Oriente. A linguagem aqui é
simbólica. Eufrates representa as pessoas sobre as quais a Babilônia mística se apóia. A trindade satânica
compõe-se do dragão, da besta e do falso profeta. Da boca destes saem três espíritos imundos parecidos com
rãs. Esses espíritos imundos são as doutrinas errôneas (vinho de Babilônia, 16:14; 17:2, 6) proclamadas ao
mundo por esta tríplice união religiosa. Eles conseguem convencer os chefes de estado do mundo inteiro,
mediante milagres que aparentemente autenticam seu poder, a organizar um exército internacional para
batalhar contra Deus e seu povo.

17
Livro Profético NT
Os ―reis do oriente‖ representam Cristo e Seus anjos. Há entre esses dois grupos uma batalha num lugar
chamado Armagedom, na planície de Esdrelom. É a derradeira e decisiva batalha do grande conflito
cósmico. Cristo vence. Assim como Ciro no passado, vindo do ―oriente‖, secou o rio Eufrates e conquistou a
Babilônia literal, assim Cristo e Seus anjos fazem secar os patrocinadores da Babilônia mística e a destrói
(16:12-16). É simbólica e tem extensão universal. O verso 15 menciona uma bem-aventurança para os que
não se deixam seduzir por esse engano nem vacilam na fé durante esse período.
Sétima Praga — Natureza em Convulsão. Ao derramar o sétimo anjo sua taça pelo ar, uma voz do
santuário brada que está feito, isto é, foi desmascarado completamente o mistério da iniqüidade. Há
relâmpagos, estrondos, trovões e o mais violento terremoto da história humana que fratura a grande cidade
(Babilônia mística) em três partes, desbaratando a tríplice união (romanismo, espiritismo e protestantismo
apostatado, cf. Isa. 28:14-22). As cidades de todos os países são destruídas. As ilhas desaparecem, e somem
todos os montes. Caem do céu sobre as pessoas chuva de pedras com mais de 130 quilos (16:17-21). A praga
é literal e universal.

CAPÍTULOS DEZESSETE
A Mulher Sentada Sobre Águas. O capítulo 17 abre com um dos sete anjos que derramaram as sete

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pragas mostrando a João como vai ser castigada Babilônia. Esse grande sistema falso de religião é
apresentado sob a figura de uma famosa meretriz que se prostituiu com os reis da Terra e que embriagou os
povos do mundo com o vinho da sua devassidão. É descrita como estando sentada sobre muitas águas (17:1-
2).
Mulher em profecia é símbolo de igreja. Uma mulher pura representa a igreja de Deus; uma meretriz
representa uma igreja apostatada. Babilônia, portanto, é representada no Apocalipse por uma organização ou
sistema religioso apóstata. Essa igreja está sentada sobre muitas águas, isto é, exerce seu governo despótico
sobre muitos ―povos‖ e ―nações‖ (17:15). O fato de ela se prostituir com os reis da Terra indica que há união
ilícita entre Igreja e Estado.
A Meretriz Assentada Sobre a Besta Escarlate. O Espírito de Deus leva João em espírito a um deserto.
Ali ele vê uma mulher montada numa besta escarlate. Há muitas blasfêmias escritas nesse animal, que possui
sete cabeças e dez chifres. A mulher usa um vestido cor de púrpura e vermelho vivo e está coberta de
enfeites de ouro, de pedras preciosas e pérolas. Na mão ela segura uma taça de ouro cheia de coisas
indecentes e imundas, resultado da sua imoralidade. Tem na testa escrito um nome de significado secreto:
"Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes e das abominações da Terra." A mulher estava embriagada com o
sangue do povo de Deus. João fica espantado. O anjo começa a explicar a simbologia.
A meretriz assentada sobre muitas águas e a mulher cavalgando a besta escarlate são a mesma pessoa.
A besta escarlate representa o poderio político do mundo. O estar a mulher assentada sobre a besta indica que
essa igreja apóstata exerce controle direto sobre o Estado. A besta é escarlate, e a mulher está vestida de
púrpura e escarlate, cores que para o mundo simboliza realeza (Mat. 27:28), posição que tanto o poder civil
como a igreja apóstata se arroga possuir. Na Bíblia, porém, escarlate é a cor do pecado (Isa. 1:18) e está
associado a Satanás (Apoc. 12:1-3). O estar repleta de nomes de blasfêmia sugere que a besta opõe-se contra
Deus de maneira completa e irrevogável.
A mulher tem o cálice de ouro na mão. Ouro nas Escrituras é símbolo de fé e amor (Tia. 2:5; Gál. 5:6).
Isto significa que a igreja apostatada professa pureza de fé, no entanto está corrompida. Dentro do cálice há
vinho de prostituição e imundícia. Que é esse vinho? O vinho do erro, composto de doutrinas falsas.8

CAPÍTULOS DEZOITO
O capítulo 18 não descreve um julgamento diferente do mencionado nos capítulos 16 e 17. Trata-se
apenas de uma descrição mais elaborada e figurativa dos derradeiros juízos de Deus sobre Babilônia, a
grande; tendo nos vs. 1-4 o último apelo divino (conectado a tríplice mensagem Angélica) para os sinceros
filhos de Deus separarem-se de Babilônia.
O Quarto Anjo. Um quarto anjo desce do Céu para unir-se ao terceiro anjo do cap. 14:9-11 na
proclamação da última mensagem divina ao mundo. Este anjo representa um segundo Pentecostes, o
derramamento do Espírito Santo em grande medida sobre o povo de Deus a fim de capacitar-lhe a pregar o
evangelho sob a forma de um alto clamor. A mensagem deste movimento não é nova. É a repetição

8
Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros, págs. 61-62.
18
Livro Profético NT
intensificada da mensagem do segundo anjo do cap. 14:8 — anuncia queda (ou destruição) de Babilônia. A
razão desta queda é apresentada:

1) Perversão da verdade
2) Pecados em excesso
3) Luxúria
4) Soberba
5) Comércio ilícito
6) Crueldade com o povo de Deus
7) Feitiçaria e demonismo.

Depois disso uma voz convida os sinceros que ainda estão dentro desta organização religiosa a saírem
de lá para não serem cúmplices de seus pecados nem incorrerem no seu castigo — as pragas. (Mais detalhes
no livro O Grande Conflito, cap. ―O Último Convite Divino‖.)

CAPÍTULOS DEZENOVE
O capítulo 19 discute o retorno de Cristo a Terra, ponto de convergência de todo o livro. Outras
passagens correlatas dentro do livro sobre o mesmo assunto são cap. 6:14-17; 11:15-19 e 14:14-20.

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Regozijo e Bodas. O capítulo começa com grande alegria no Céu pela condenação da meretriz —
Babilônia, a grande (19:1-6). Há antífonas de louvor a Deus onde são exaltados seus feitos e qualidades. É
feito o anúncio das bodas do Cordeiro, e convoca-se a reunião para a grande e escatológica ceia das bodas do
Cordeiro, ou seja, o casamento espiritual de Cristo com sua igreja (19:7-10). Como nos casamentos orientais,
o Noivo (Cristo) vai buscar sua noiva (Sua Igreja) na casa dela (na Terra) e a leva para a casa dele (o Céu)
(ver. Mat. 25:1-13; Efés. 5:25-27).
A Batalha do Armagedom. Mas muda-se a cena. João vê agora a descrição da batalha do Armagedom,
que acontecerá no segundo advento (19:11-21). Cristo montado num cavalo branco, os olhos como chama de
fogo (onisciência) e na cabeça muitos diademas (Rei dos reis). Seu manto está tinto de sangue, seu próprio
sangue expiatório que Ele derramou na cruz (Isa. 63:1-6). É chamado de o Verbo de Deus. Um exército
angélico (Sal. 148:2), também montado em cavalos brancos, segue de perto seu general na invasão a este
planeta (Mat. 24:31; 25:31). Cristo usará a espada afiada que sai da sua boca para ferir as nações, ou seja, o
mesmo instrumento (Palavra de Deus, Heb. 4:12) que foi usado para criar o mundo (Sal. 33:6, 9), será usado
para destruí-lo (2 Tess. 2:8; Apoc. 19:21). Em seu manto está escrito na altura da coxa o título ―Rei dos reis e
Senhor dos senhores‖.
Um Estranho Banquete. Então um anjo posto em pé no Sol convida as aves de rapina para comerem a
carne dos cadáveres que resultarão da batalha prestes a ser travada. É a grande ceia de Deus. Uma ceia
inversa, em que os homens, e não os animais, serão o cardápio. Os ímpios na Terra aceitam o desafio do
anjo. A besta, os reis da Terra e seus exércitos se unem para guerrear contra o exército de Cristo. Mas a besta
e o falso profeta são aprisionados e lançados vivos dentro do lago de fogo intenso. E os reis da Terra e seus
exércitos são mortos pela palavra de Cristo, e as aves e os animais de rapina se fartam das suas carnes. Que
contraste com a ceia das bodas do Cordeiro! Uma representa bendita comunhão e glorioso destino; a outra
simboliza terrível separação e destruição catastrófica.

CAPÍTULO VINTE
O capítulo 20 descreve o milênio e a seqüência de eventos a ele associada. O milênio, segundo a Bíblia,
é um período de mil anos literais que sucedem a segunda volta de Cristo a este mundo. Estes mil anos são
literais. Têm lugar logo após os seis mil anos de pecado da história humana. Há vários acontecimentos
importantes que marcam o início deste período, ocorrem durante ele e o finalizam. Ei-los em seqüência
cronológica:

A. No Início do Milênio
1. Jesus volta segunda vez à Terra
2. Justos mortos ressuscitam (1 Tes. 4:16; João 5:28; Apoc. 20:6; 1 Cor. 15:52)
3. Justos vivos são glorificados (1 Cor. 15:51-52).
4. Ambas as classes de justos ascendem ao Céu (1 Tess. 4:17; Mat. 24:31).
5. Ímpios mortos continuam mortos (Apoc. 20:5a)
6. Ímpios vivos são destruídos (2 Tess. 2:8; Apoc. 6:15-17).

19
Livro Profético NT
7. Animais e aves de rapina devoram-lhes a carne (Eze. 39:17-24; Apoc. 19:17-18).
8. Satanás é preso (Apoc. 20:2-3; Isa. 24:21-22).
9. Bodas do Cordeiro (Apoc. 19:1-9).
B. Durante o Milênio
1. Santos reinam com Cristo no Céu (Dan. 7:27; Apoc. 2:4c).
2. Santos julgam no Céu os ímpios e os anjos maus (Dan. 7:22; 1 Cor. 6:2-3
3. Satanás e os demônios solitários na Terra
4. A Terra está desolada e vazia (Isa. 24:1, 17-22; Jer. 4:23-27).
C. No Fim do Milênio
1. Jesus volta terceira vez à Terra (João 5:29c; Apoc. 20:5)
2. Nova Jerusalém desce sobre o Monte das Oliveiras (Zac. 14:4; Apoc. 21:2-3)
3. Ímpios ressuscitam (Satanás é solto) (Apoc. 20:7).
4. Ímpios cercam a cidade para tomá-la chefiados por Satanás (Apoc. 20:8-9).
5. Satanás, demônios e ímpios são destruídos para sempre (Apoc. 20:9; 19:20, 22; 2 Ped.
3:10; Mal. 4:1).
7. A Terra é restaurada (Apoc. 21:1-5; 22:1-5).

Logo no início do capítulo João vê descer do Céu à Terra um anjo que tem na mão a chave do abismo e

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uma grande corrente. Com a corrente segura Satanás e o restringe por mil anos no abismo. A chave é
simbólica. Mostra que o céu tem controle absoluto dos acontecimentos. A prisão de Satanás também é
simbólica. Consiste em não ter ele a quem tentar durante o milênio. O abismo em que ele é lançado não é um
lugar subterrâneo, mas uma condição: significa estar confinado e solitário na terra desolada.
Grupos de Santos. A atenção do profeta é dirigida para o Céu durante este período. Ele vê os santos
sentados em tronos. Entre os santos de todas as eras presentes ali, ressuscitados da morte ou glorificados em
vida, destaque especial é dado os mártires do evangelho e aos vencedores da besta e de sua imagem (20:4).
Trono é símbolo de autoridade para reinar como rei (cap. 13:2) ou como juiz (Mat. 19:28). Os santos,
portanto, recebem autoridade para reinar com Cristo no Céu e julgar (krima, ―darem a sentença‖) os ímpios.
O trabalho envolve uma cuidadosa investigação dos registros dos ímpios para que todos fiquem convencidos
da justiça de Deus em destruí-los.9
A primeira ressurreição, que é para a vida, precede o milênio; mas a segunda ressurreição, que é a para
a condenação, só ocorre depois que se completam os mil anos. Os que participam da primeira ressurreição
são bem-aventurados, pois sobre eles a segunda morte não tem poder. Pelo contrário são regentes e
sacerdotes de Deus por mil anos (20:5-6). A segunda morte é a morte eterna, aniquilação, no lago de fogo. A
primeira morte é a física e supõe uma ressurreição, mas a segunda é anímica e não implica ressurreição (Mat.
10:28).
Derrota de Satanás. Ao terminarem os mil anos, Cristo volta pela terceira vez a Terra. Ocorre a
segunda grande ressurreição. O confinamento a que Satanás estava sujeito pela ausência de seres humanos
vivos na Terra acaba, pois agora ele tem a quem tentar. Isso é o que significa Satanás ser solto de sua prisão.
Agora está livre para organizar os ímpios ressuscitados. E de fato os reúne num exército inumerável
composto por Gogue e Magoge, isto é, simbolicamente falando, todos os inimigos Deus de todas as eras
(Eze. 38-39). Marcham contra a Jerusalém celestial que desceu a Terra no fim do milênio e dentro da qual
estão os salvos. Mas desce fogo do Céu e os consome. O diabo é lançado dentro do lago de fogo e enxofre,
onde já se encontram a besta e o falso profeta desde a segunda vinda de Cristo, para serem atormentados
(20:7-10).
O Juízo de Deus. Do versículo 11 ao 15 João descreve com detalhes o juízo retributivo de Deus
ocorrido na hora em que os ímpios investem contra a cidade santa. Ele vê um grande trono branco, onde
Deus e Cristo estão assentados. ―Trono‖ é símbolo de autoridade, neste caso autoridade para sentenciar. O
trono é ―branco‖ provavelmente para representar a pureza e justiça das decisões tomadas ali. É ―grande‖
porque descreve decisões momentosas. Ficam diante do trono Satanás, seus demônios e todos os ímpios.
Abrem-se os livros contendo os registros contábeis de suas vidas perversas, como prova e testemunho de que
merecem morrer. Uma prova adicional é que os nomes deles não constam no livro da Vida. Para que
ninguém escape a este juízo final, a segunda ressurreição exige todos os mortos, os sepultados e os
insepultos, na terra ou no mar. Junto com os condenados, são lançadas também no lago de fogo a morte e a

9
Desejado de Todas as Nações, pág. 58. Ver Grande Conflito, págs. 660-661.
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Livro Profético NT
sepultura personificadas, ou seja, a própria morte é morta. Essa é a última vez em que alguém irá morrer
neste planeta.

CAPÍTULO VINTE E UM/VINTE E DOIS


O capítulo 21 começa descrevendo a nova ordem de coisas: a Cidade de Deus e a vida eterna. Depois
que o mar de fogo banhar este planeta destruindo os ímpios e purificando a Terra, surgirá uma Terra
renovada ou restaurada. Os oceanos atuais que isolam pessoas e estabelecem fronteiras geográficas também
serão substituídos (21:1). Tudo será novo.
A Jerusalém Celestial, a capital do Universo, será transferida para a Terra. Deus vai governar os
mundos deste planeta, onde passará a conviver com os seres humanos para sempre (21:2-7). Todos os males
decorrentes do pecado no mundo atual serão esquecidos no mundo novo (cf. 1 João 3:2). Não haverá mais
morte nem tristezas (21:4-5) nem pecadores estarão presentes (21:8).
A seguir a própria cidade celestial é descrita em pormenores (21:9-22:5). Do alto de uma montanha, um
dos sete anjos das pragas mostra a João uma vista panorâmica da cidade. Ela é bela e gloriosa, toda feita de
ouro puro, semelhante a vidro límpido. É cercada por uma grande muralha de jaspe de 64 m de altura, com
doze portões de pérolas, guardados por doze anjos. Nos portões estão escritos os nomes das doze tribos de
Israel. Há três portões de cada lado: três ao norte, três ao sul, três ao leste e três a oeste. Mas essas portas não
precisarão ser fechadas. A muralha da cidade está construída sobre doze alicerces, nos quais estavam escritos

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os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Cada alicerce é enfeitado com uma espécie de pedra preciosa:
Primeiro alicerce: jaspe
Segundo alicerce: safira
Terceiro alicerce: calcedônia
Quarto alicerce: esmeralda
Quinto alicerce:sardônio
Sexto alicerce: sárdio
Sétimo alicerce: crisólito
Oitavo alicerce: berilo
Nono alicerce: topázio
Décimo alicerce: crisópraso
Undécimo alicerce: jacinto
Duodécimo alicerce: ametista
A cidade é quadrada e mede cerca de 2.400 km de cada lado. No centro dela há uma praça de outro
puro, como vidro transparente. Não haverá ali necessidade de estrutura física visível para adoração, pois
Deus e Cristo habitarão no meio dos redimidos, que a Eles terão acesso direto. A cidade também não precisa
da luz do Sol, nem da Lua, pois a glória refulgente de Deus iluminará a cidade (Isa. 60:19-20). Ali não
haverá trevas. Mesmo de noite haverá luz.
No capítulo 22 o mesmo anjo passa a lhe mostrar o interior da cidade. Começa pelo rio da água da vida,
brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro e que passa no meio da rua principal da
cidade. Em cada lado do rio está a árvore da vida (eterna), que dá doze frutos por ano, isto é, uma por mês. E
as suas folhas servem para conservar a vitalidade e a saúde dos salvos. Nada impuro entrará ali. Os justos
redimidos, totalmente livres da culpa, da corrupção e da presença do pecado, constituirão seus habitantes.
Seus nomes estão no livro da vida do Cordeiro. O Paraíso foi restabelecido na Terra!
Testemunho do Anjo e de Cristo. O escritor conclui o livro (22:6-21) apresentando várias e importantes
questões aos leitores. Primeiro, o anjo atesta a veracidade dessas predições e dá inequívoca certeza de seu
cumprimento. A seguir Cristo promete vir sem demora. A bênção para aquele que entesoura as palavras
deste livro é repetida. João conta como caiu prostrado aos pés do anjo no final da visão esmagado pelo senso
da glória. O anjo recusa pela segunda vez sua adoração (19:10) e recomenda dirigi-la a Deus, único que a
merece. A adoração de qualquer criatura é uma afronta ao Criador. Adverte-o para não selar as palavras do
livro, diferentemente da ordem dada a Daniel (Dan. 12:4, 9). O verso 11 descreve a imutabilidade do destino
humano depois da porta da graça haver se fechado. Não há segunda oportunidade depois da morte ou depois
da volta de Cristo.
Testemunho final de Cristo. Cristo promete vir sem demora, trazendo consigo o galardão segundo as
obras. Declara ser o Alfa e o Ômega, primeiro e o último, o princípio e o fim. Bendiz os que lavam seu
caráter no sangue dele para que tenham acesso à árvore da vida e entrem na cidade pelas portas. Ficam foram
dela os cães (figura para pessoas vis e desavergonhadas, Fil. 3:2), os feiticeiros, os assassinos, os idólatras e
os mentirosos. Jesus Se apresenta como o remetente da mensagem por meio de seu anjo. Ele é a Raiz de

21
Livro Profético NT
Davi, a brilhante estrela da manhã. O Espírito e a noiva fazem um convite para quem quiser vir e beber de
graça da água da vida.
Conclusão do Livro (2:18-21). Nas admoestações finais, João declara que as palavras que escreveu são
―fiéis e verdadeiras‖, pois foi testemunha ocular e auricular dessas coisas. Faz uma advertência severa contra
acréscimos e supressões no livro, pois não deseja que essa mensagem vital seja distorcida. Mais uma vez
Cristo promete vir sem demora. João responde com uma exclamação aramaica: maranatha, que quer dizer
―vem, nosso Senhor‖ (1 Cor. 16:22). A última linha é uma bênção: ―A graça do Senhor seja com todos‖.

CAPÍTULO III

ESBOÇO DO LIVRO
I. Prólogo, 1:1–3.
II. As Cartas às Sete Igrejas, 1:4 to 3:22.
A. Saudação, 1:4–8.
B. Introdução: a Visão de Cristo, 1:9–20.

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C. A Éfeso, 2:1–7.
D. A Esmirna, 2:8–11.
E. A Pérgamo, 2:12–17.
F. A Tiatira, 2:18–29.
G. A Sardes, 3:1–6.
H. A Filadélfia, 3:7–13.
I. A Laodicéia, 3:14–22.
III. O Trono de Deus e o Livro Com os Sete Selos, 4:1 a :1.
A. O trono celestial, 4:1–11.
B. O triunfo do Cordeiro, 5:1–14.
C. Os seis primeiros selos, 6:1–17.
1. O primeiro selo: o cavalo branco, 6:1, 2.
2. O segundo selo: o cavalo vermelho, 6:3, 4.
3. O terceiro selo: o cavalo preto, 6:5, 6.
4. O quarto selo: o cavalo amarelo, 6:7, 8.
5. O quinto selo: o clamor dos mártires, 6:9–11.
6. O sexto selo: o dia da ira de Deus, 6:12–17.
D. O selamento dos 144.000, 7:1–8.
E. A grande multidão, 7:9–17.
F. O sétimo selo: fim do conflito, 8:1.
IV. Os Juízos de Deus: As Sete Trombetas, 8:2 to 11:19.
A. Introdução, 8:2–6.
B. As primeiras seis trombetas, 8:7 to 9:21.
1. A primeira trombeta: fogo, saraiva, sangue, 8:7.
2. A segunda trombeta: o monte ardendo, 8:8, 9.
3. A terceira trombeta: a estrela cadente, 8:10, 11.
4. A quarta trombeta: sol, lua e estrelas escuras, 8:12, 13.
5. A quinta trombeta: gafanhotos, 9:1–12.
6. A sexta trombeta: os anjos no Eufrates, 9:13–21.
C. O anjo com o livrinho, 10:1–11.
D. Medindo o templo, 11:1, 2.
E. As duas testemunhas, 11:3–14.
F. A sétima trombeta: o triunfo de Deus, 11:15–19.
V. A Batalha Final do Grande Conflito, 12:1 to 20:15.
A. Satanás faz guerra contra o povo remanescente, 12:1 to 13:14.
1. Antecedentes do conflito, 12:1–16.
2. Declaração de guerra de Satanás, 12:17.
3. O papel da besta marítima, 13:1–10.

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4. O papel da besta terrestre, 13:11–14.
B. Questões envolvidas no grande conflito, 13:15 to 14:20.
1. Ultimato de Satanás ao povo de Deus: a imagem e a marca da besta, 13:15–18.
2. Triunfo dos 144,000 sobre a besta, sua imagem e marca, 14:1–5.
3. Ultimato de Deus ao povo da Terra: as mensagens dos três anjos, 14:6–12.
4. Derrota dos que rejeitam o ultimo apelo divino, 14:13–20.
C. As sete últimas pragas: juízos divinos sobre os ímpios, 15:1 a 17:18.
1. Uma proclamação da justiça divina, 15:1–4.
2. Preparação para a ira de Deus, 15:5 a 16:1.
3. As sete últimas pragas, 16:2–21.
4. O julgamento de Babilônia, a grande, 17:1–18.
D. O extermínio do mal, 18:1 to 20:15.
1. Uma proclamação da misericórdia divina; último chamado para deixar Babilônia,
18:1–4.
2. O fim da oposição religiosa organizada: a desolação de Babilônia, 18:5–24.
3. A coroação de Cristo como Rei dos reis, 19:1–10.
4. O segundo advento de Cristo e a conquista da Terra, 19:11–21.
5. O milênio: o extermínio de pecado e pecadores, 20:1–15.

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VI. A Nova Terra e Seus Habitantes, 21:1 to 22:5.
A. A Nova Jerusalém, 21:1–27.
B. O rio e a árvore da vida, 22:1, 2.
C. O domínio eterno dos santos, 22:3–5.
VII. Epílogo: Admoestação e Convite, 22:6–21.
A. Recepção do livro e sua mensagem, 22:6–10.
B. Um apelo de prontidão para a vinda de Cristo, 22:11–21.

CONCLUSÃO

O livro do Apocalipse, em conexão com o de Daniel, exige especial estudo. Todo professor temente a
Deus considere como da maneira mais clara compreender e apresentar o evangelho que nosso Salvador veio
em pessoa tornar conhecido a seu servo João - "Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus Lhe deu para mostrar
aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer". Apoc. 1:1. Ninguém deve desanimar no estudo
do Apocalipse por causa de seus símbolos aparentemente místicos. "Se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto." Tia. 1:5.
No Apocalipse é encontrado conforto aos seguidores de Deus. Eles serão vencedores, com o Grande
vencedor, que saiu montado no cavalo branco, ―vencendo e para vencer‖.
Cristo é a figura principal, o santuário é o palco, e o fato do apóstolo João ver Cristo Jesus andando
entre os sete castiçais de ouro, que representam os sete períodos da igreja na era cristã (Apoc. 1:20), significa
que o Altíssimo não estar distante, está próximo e não está omisso diante de um mundo apodrecido, mas
como Guerreiro com conflito ganho, continua a lutar em defesa de seus filhos.
Quando João fora chamado a seguir o Salvador, ainda era jovem. Agora nos dias avançados de sua
idade, prisioneiro político em Patmos quebrando pedras para que os navios do imperador Dominiciano, as
levassem dali para as construções no continente, parece que conseguiu deixar o trabalho no dia semanal que
costumava repousar (sábado).
Passeando no dia do Senhor pela praia da ilha (Apoc. 1:10), o velho apóstolo estava preocupado com
seus irmãos de fé em Éfeso, perseguidos pelos soldados do imperador. Foi quando João viu um ser parecido
com homem, vestia-se como sacerdote e como rei, seus cabelos eram brancos como a lã, os seus olhos como
chama de fogo, o seu rosto como o Sol, os seus pés como lentes reluzentes, de sua boca saia uma espada
afiada de dois gumes e sua voz era semelhante a cachoeiras trovejantes. João assombrou-se. Não reconheceu
Jesus Cristo (Apoc. 1:17). Cristo disse: ―Não temas, eu sou o primeiro e o último; eu sou o que vivo, fui
morto, mas estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno (sepultura)‖ (Apoc. 1:18 e
18).
Jesus com sua presença veio contestar o cansado e solitário apóstolo. Jesus continua defendendo,
guiando e confortando todos os que se achegam a Ele.

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BIBLIOGRAFIA

GONÇÁLEZ, Vilmar E. Daniel e Apocalipse. IAENE, Cachoeira, BA.


MAXWELL, Mervyn. Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, CPB, Tatuí.
OBRAS DE ELLEN G. WHITE (CD-ROM), contendo 51 livros publicados em português. Casa Publicadora
Brasileira.
ONLINE BIBLE SOFTWARE (CD-ROM), contendo 51 versões bíblicas e dezenas de dicionários,
enciclopédias e comentários bíblicos em inglês, francês, espanhol e alemão.
SEVENTH-DAY Adventist Bible Commentary Series Software (CD-ROM) contendo o comentário, a
encyclopedia e o dicionário bíblicos.

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SMITH, Uriah. As Profecias do Apocalipse, EMVP, São Paulo
TENNEY, Merrill C. O Novo Testamento: Sua Origem e Análise, Edições Vida Nova, São Paulo, 1995.
THIELE, E. R. Apocalipse.
UNGER, Merril F. The Hodder Bible Handbook, Hodder and Stoughton, Londres, 1984.

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