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Ética Geral e Profissional
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Sumário
PARTE 1 O QUE É ÉTICA? ............................................................................... 3
ÉTICA GERAL.................................................................................................... 3
A HISTÓRIA ....................................................................................................... 8
REFERENCIAS ................................................................................................ 49
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FACUMINAS
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PARTE 1 O QUE É ÉTICA?
ÉTICA GERAL
Etimologicamente, a palavra “ética” vem do grego Ethos que significa
morada coletiva e vida coletiva. Daí o conceito ser usado para ações que
promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Devido ao fato de que os
gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida
e o bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou a significar modo
de ser ou caráter. Enfim, um modelo de vida que deveria ser adquirido ou
conquistado pelo homem por meio da disciplina rígida que lhe formaria o caráter
e que seria transmitida aos jovens pelos adultos. Na Grécia, o homem aparece no
centro da política, da ciência, da arte e da moral, uma vez que para sua cultura até
os deuses eram humanos com seus defeitos e qualidades. O primeiro filósofo que
escreveu sobre ética foi Aristóteles. Com esse título, Aristóteles escreveu duas
obras: ética a Nicômaco (seu filho) e ética a Eudemo (seu aluno).
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valores que possam orientar a ética, surge a necessidade de uma teoria que
justifique esse novo agir, uma vez que é impossível a ação ética sem que o
agente compreenda a racionalidade dessa ação. Aqui aparecem os filósofos que
produzem uma reflexão teórica que oriente a prática ou a crítica do viver ético.
Assim, não é possível o agir ético sem uma reflexão entre o que eu devo
fazer e o que eu gostaria de fazer em um determinado momento. A ação ética
sempre deve buscar o bem comum e consiste na recusa de todas as ações que
propiciem o mal. O agir ético vai além de um conjunto de preceitos relacionados
a cultura, crenças, ideologias e tradições de uma sociedade, comunidade ou
grupo de pessoas. Muitas vezes nossa ação vai ao sentido oposto a essas
crenças, pois sendo a noção de dever seu principal valor estrutural, em algumas
ocasiões, o nosso dever é justamente indignar-se com tais crenças. Uma vez
que guiada pela razão e não pelas crenças, a ética, via de regra, está
fundamentada nas ideias de bem e virtude, que nossa civilização considera
como valores que devem ser perseguidos por todo ser humano para a promoção
da vida, da maneira e onde quer que ela se manifeste.
A ÉTICA E A MORAL
Frequentemente se confunde ética com moral e isso tem uma razão de ser.
É que a palavra “moral” vem do latim mos (singular) e mores (plural), que significa
“costumes”. E a palavra “ética” vem do grego e possui o mesmo significado, ou
seja, “costumes”. Por isso, muitos utilizam a expressão “bons costumes” como
sinônimo de moral ou moralidade. Ética e moral são sinônimos perfeitos, só
modificados semanticamente devido às diferentes línguas de origem das duas
palavras. Até o século XVIII, já que a língua oficial do saber acadêmico era o
latim, a palavra usada é moral.
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crenças religiosas. Hoje nós temos duas palavras usadas por muitos autores com o
mesmo significado: “ética” e “moral”.
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e um não vive sem o outro. Como os pilares basilares da democracia são a
liberdade pessoal, a busca da felicidade e o individualismo, não há espaço para
a vigilância constante das ações individuais numa sociedade de direitos plenos.
Tal sociedade é a única possível para o bem-estar do Capital.
Para a mentalidade moderna, ética não pode ser entendida como algo
que resulta de um poder punitivo explícito, como é o caso da Moral. A punição
que a transgressão do agir ético traz é de consciência individual, portanto,
absolutamente individual, e essa consciência é formada no processo educativo.
Se nossa consciência não considerar a apropriação da propriedade alheia, por
exemplo, como um mal e sim como uma esperteza, isto é, um bem; não haverá
como impedir que façamos uso indevido do que não é nosso.
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cada um (a pressão é interna). Está estruturada em valores de conduta. É
sempre civilizatória.
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A outra maneira de compreender valor é como os pensadores que buscam
refletir sobre a ética entendem o conceito. Para eles, valor é sempre coletivo,
uma vez que valores são construções mentais elaboradas pela visão de mundo
de nossa cultura, podem ser ensinados e formam nossos juízos de bem, mal,
justo, injusto, belo e feio.
A HISTÓRIA
Para muitos autores a experiência ética fundamental ocorre quando
sentimos que o agir das pessoas está desconectado dos valores caros à
civilização. É a experiência de ‘estranhamento’ frente à realidade, de sentir-se
estranho (fora da normalidade) diante do modo como funciona a sociedade, ou
até mesmo em relação ao modo de ser e agir de outrem. Cada vez que a sede
de justiça, o que deveria ser ou o que se deveria fazer para buscar o
funcionamento justo da sociedade, se estabelece, há um avanço da ética.
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uma identidade perfeita entre o bem comum e o bem individual tão arraigada na
mente grega que talvez tal reflexão não fosse necessária ou sequer capaz de
ser concebida. Só a dissociação entre bem comum e bem individual (o público e
o privado), que começa a ocorrer durante o período da decadência grega, é que
justifica a necessidade de alguma teoria que explicasse esta dualidade.
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deveria aspirar à coragem e os desejos deveriam ser controlados para atingir a
temperança. Cada uma das partes da alma, com suas respectivas virtudes,
estaria relacionada com uma parte do corpo. A razão manifestara-se na cabeça,
a vontade, no peito, e o desejo, no baixo-ventre. Somente quando as três partes
do homem pudessem agir como um todo é que teríamos o indivíduo harmônico.
A harmonia entre essas virtudes constituiria uma quarta virtude, a justiça.
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Os principais filósofos organizadores da ética cristã são: Santo Agostinho
em A cidade de Deus e Confissões, e São Tomás de Aquino em Suma teológica.
Durante a Idade Média, o cristianismo se estabelece como teoria no campo
filosófico; a representação ocidental do “divino” não é mais a natureza e passa a
encarnar uma pessoa: Jesus Cristo. Essa nova visão dos logos provoca
mudanças profundas na compreensão do que é o bem e, portanto, da ética. O
cristianismo traz uma concepção revolucionária que cristaliza até nossos dias: a
nova concepção de amor. A moral passa a ser entendida como a busca da
perfeição “à imitação de Cristo” como característica de cada ser humano Essa
nova concepção da pessoa humana, do indivíduo, é o próprio cerne do processo
civilizador ocidental, resultando em todos os direitos da pessoa humana;
contudo, é na compreensão do que é a liberdade que o cristianismo vai promover
uma revolução, se comparada ao conceito da Antiguidade Clássica.
Uma vez que todos são livres e iguais porque filhos do mesmo Deus e
com direito à salvação vinda de Cristo, logo, toda a humanidade é composta por
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irmãos, fraternos entre si. Essa nova noção de fraternidade era desconhecida
pelos antigos. No cristianismo a noção de responsabilidade individual é ao
mesmo tempo universal e faz surgir uma virtude também desconhecida pelos
antigos que é a caridade, ou seja, a responsabilidade pela salvação do outro,
material e espiritual, seja o outro quem for. O amor passa de uma noção pessoal
e carnal, o amor paixão, para um amor de compaixão, o amor ao próximo, sendo
o próximo o outro em geral, já que todos são irmãos. A compaixão, a
benevolência, a solicitude, para com os outros, até mesmo com outras formas
de vida, passam a ser regras de comportamento ético.
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promovem o surgimento do capitalismo. Para Weber, tais valores são
incorporados na ética ocidental como estrutura da confiança, valor essencial à
manutenção da sociedade do contrato, que é a sociedade burguesa.
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que exista em nós. E Kant dá um exemplo: se um tirano obriga alguém a
testemunhar de modo falso contra um inocente, ele pode ceder e dizer o que é
falso; mas depois teria remorso, pois algo em nós nos orienta para o bem que é
a voz da razão. Isto demonstra que a testemunha sabia que podia dizer a
verdade: sabia, devia, podia. E sabia por que seria irracional, uma vez que num
mundo em que todos dissessem o que é falso, seria impossível viver, sendo,
portanto, para nossa razão, obrigatório dizer a verdade. Essa é a prova da
universalidade e necessidade da norma ética.
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absoluta, os homens não poderiam ser tratados como meios usados para
objetivos pretensamente superiores, ou seja, o fim absoluto digno de respeito
absoluto: o centro do universo é a humanidade.
Kant propõe um valor absoluto para servir como fundamento objetivo dos
imperativos. E esse valor absoluto é a pessoa humana. O objeto de nossos
desejos tem valor relativo, é apenas um meio de alcançar nossos objetivos, pois
só o homem tem valor absoluto. Sob dois prismas as pessoas diferem dos
demais seres. Primeiro, uma vez que as pessoas têm desejos e objetivos, as
outras coisas têm valor para elas em relação aos seus projetos, as meras coisas,
e isto inclui os animais, que não são humanos, considerados por Kant incapazes
de desejos e objetivos conscientes. Segundo, e ainda mais importante, os seres
humanos têm um valor intrínseco, isto é, dignidade, porque são agentes
racionais, ou seja, agentes livres com capacidade para tomar as suas próprias
decisões, estabelecer os seus próprios objetivos e guiar a sua conduta pela
razão. Uma vez que a lei moral é a lei da razão, os seres racionais são as
encarnações da lei moral em si. E a única forma de bondade moral poder existir
são as criaturas racionais apreenderem o que devem fazer e, agindo a partir de
um sentido de dever, fazê-lo.
Kant deixou para o Ocidente a ideia de que o ser humano é a única coisa
com valor moral; assim, se não existissem seres racionais a dimensão moral do
mundo simplesmente desapareceria. Tal reflexão foi essencial para que a
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humanidade deixasse de considerar seres humanos como coisa e abandonasse
a ideia da escravidão de outros seres humanos como direito de propriedade,
além de estruturar teoricamente a luta por direitos iguais, independentemente de
diferenças físicas, psicológicas, culturais e étnicas. E como são os seres cujas
ações são sempre conscientes? Kant conclui que o seu valor tem de ser
absoluto, e não comparável com o valor de qualquer outra coisa. Se o seu valor
está acima de qualquer preço, segue-se que os seres racionais têm de ser
tratados sempre como um fim e nunca como um meio para atingir um
determinado fim. Lança, aqui, numa construção racional, a ideia cristã da
igualdade entre os homens e que será o núcleo do Estado democrático.
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definir um novo centro que permitiria o surgimento de uma razão prática com
pretensões ao universal no campo ético. Ou seja, há que se viver de acordo com
um conjunto de valores expressos por deveres ou imperativos que nos pedem
respeito pelo outro, sem o qual uma vida pacífica é impossível.
TEORIAS ÉTICAS
Antiga Grécia
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b) A sociedade devia ser reorganizada, sendo o poder confiado aos
sábios, de modo a evitar que as almas fossem corrompidas pela maioria
composta por homens ignorantes e dominadas por instintos ou paixões.
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Bertrand Russell marcou uma mudança de rumos no pensamento ético
das últimas décadas. Reivindicou a ideia de que os juízos morais expressam
desejos individuais ou hábitos aceitos. A seu ver, seres humanos completos são
os que participam plenamente da vida social e expressa tudo o que faz parte de
sua natureza.
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Para Baruch Spinoza, a razão humana é o critério para uma conduta
correta e só as necessidades e interesses do homem determinam o que pode
ser considerado bom e mau, o bem e o mal.
Céticos (Pirro, Sexto Empírico) – defendem que nada sabemos, que nada
podemos afirmar com certeza. Em face dessa posição de princípio, a felicidade
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só pode ser obtida través do alheamento do que se passa a nossa volta,
cultivando o equilíbrio interior.
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razão regula a sociedade e está conforme a reta razão. A vida, a dignidade
humana e a propriedade são um direito natural e não podem, portanto, ser
negadas a nenhum ser humano.
John Locke mais tarde afirmará que a lei da natureza é a lei da razão. Foi
só no século XVIII que o conceito “direitos naturais” foi substituído por “direitos
humanos”. Essa designação surgiu pela primeira vez na obra de Thomas Paine,
intitulada “Rigts of Man” (Direitos do Homem), 1791-1792.
Buda acusava a ignorância como a causa dos erros e admitia que esta se
operava quando se excluía a ação da consciência. Em síntese, há necessidade
de suprimir a forte emoção do desejo, substituindo-a por uma consciência
inteligente.
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Immanuel Kant – alemão cuja teoria partiu do pressuposto de que a razão
guia a moral e que três são os pilares em que se sustenta: Deus, liberdade e
imortalidade. Ele adverte que a simples inclinação para o cumprimento da lei por
respeito, não é o exercício de uma vontade para si. Sem liberdade, não pode
haver virtude e, sem esta, não existe a moral, nem pode haver felicidade dos
povos, porque também não pode haver justiça.
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A filosofia e a ética a todo o momento precisam rever os conceitos de
sabedoria/prudência e de normas.
OS TIPOS DE ÉTICA
A ciência dos valores admite várias classificações, porque existem muitas
escolas, ideologias ou correntes de pensamento. Quanto mais as sociedades se
tornam complexas e as redes de comunicação permitem um contato entre as
diversas culturas e visões de mundo, maior é o número de concepções sobre ética.
Ética empírica
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visões de ética que são opostas ao conceito grego original – defesa da vida
comunitária. É possível assim dividir as teorias éticas nascidas da ética empírica:
Ética utilitarista
Ética ceticista
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Aqui cabe, mesmo que sucintamente, distinguir entre dúvida metódica e
dúvida sistemática. Dúvida metódica é a utilizada como método filosófico de
busca da verdade última das coisas. Duvidar como instrumento metódico leva a
um saber que se aproxima da ausência do erro. Por exemplo, a máxima de
Sócrates, “só sei que nada sei”, sustenta que algo se sabe com certeza: sabe-
se, ao menos, que nada se sabe. Esse é o primeiro passo no caminho do
conhecimento. Sócrates compreendeu o valor da dúvida como método dialético
(método de discussão). Já a dúvida sistemática, própria dos ceticistas, é aquela
em que se põe em dúvida tudo e de forma permanente. Eles declaram não crer
em coisa alguma e aqui, segundo alguns filósofos, está seu primeiro e mais
profundo erro, pois se fossem realmente céticos, duvidariam até mesmo da sua
afirmação de que em nada creem.
Ética formal
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internamente está em acordo com a lei moral e possui valor moral pleno; por
isso, seu agir é ético.
Ética valorativa
É a ética que pressupõe que os valores devam ser ensinados, pois seus
teóricos defendem a ideia de que basta saber o que é a bondade para ser bom.
O construtor dessa teoria foi Sócrates, segundo o qual basta conhecer a
bondade para ser bom. Para nós, que vivemos no século XXI, tal ideia pode
parecer ingenuidade, uma vez que já está profundamente gravado na nossa
mente que só algum grau de coerção é capaz de evitar que o homem seja mau.
Na sua época, era uma noção perfeitamente coerente com o pensamento, ainda
que não com a prática da sociedade grega. Essa ideia é a base que orientará a
ética ocidental.
A ética contemporânea
Desde a época em que Galileu afirmou que a terra não era o centro do
universo, desafiando os postulados éticos religiosos da cristandade medieval
são comuns os conflitos éticos gerados pelo progresso da ciência,
especialmente na sociedade industrializada do século XX.
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As decisões que se tomam no dia a dia fazem com que se corra o risco
de perder os valores éticos baseados nos valores morais, prejudicando seus
semelhantes, tanto consciente, como “inconscientemente”. Por exemplo, a
frustração, a raiva, o ódio, a disputa e privações fazem parte do aprendizado
de uma criança, tanto quanto, o amor, a atenção, o carinho e a afetividade
que ela receber.
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ao questionamento é permitir ter uma perspectiva ética. O que for moral oferece
normas de como agir em direção do bem. Para cada situação ou realidade,
novas perguntas devem ser feitas, pois a moral não se questiona, mas a ética,
sim. Ela é dinâmica no tempo e nas circunstâncias.
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Em outras palavras, alguém que assistiu a repetidas cenas fictícias de
estupro, de assaltos, de corrupção, tende a ficar mais insensível diante de outras
cenas semelhantes.
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Liderança educacional porque, além de ser um exemplo, deve dialogar
com os que ela lidera, de modo a ampliar a sua consciência política e a fazê-los
crescer na cidadania.
“O homem nem sempre pode o que quer, nem quer sempre o que pode.
Ademais, sua vontade e seu poder não concordam com seu saber. Quase
sempre as circunstâncias externas determinam a sua sorte.” (D’HONDT, 1966,
p. 105).
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A ética é aplicada no campo das atividades profissionais. Assim, a ética
profissional é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o
fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à
eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão.
O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que
deve assumir no desempenho de sua profissão. O estudo e o conhecimento da
Deontologia (do grego deontos = dever e logos = tratado) se voltam para a
ciência dos deveres, no âmbito de cada profissão.
A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma
forma de garantir o seu bem-viver. Independe das fronteiras geográficas e
garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam
este mesmo referencial moral comum.
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Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão
deve iniciar bem antes da prática profissional. A fase da escolha profissional,
ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser permeada por esta
reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto
de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você é
jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está
prestes a assumir, tornando-se parte daquela categoria.
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no local destinado para colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião que
confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia; a
atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa após
ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que não
maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais
indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma
eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ou aquilo
que, alguém vendo, não saberá quem fez.
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verdadeiras, responsabilidade, confiança e outras formam composições para um
comportamento eticamente adequado.
Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria
ter força simbólica para tal. Embora um código de ética possa prever sanções
para os descumprimentos de seus dispositivos, estas dependerão sempre
da existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela
limitado. Por essa limitação, o código de ética é um instrumento frágil de
regulação dos comportamentos de seus membros.
Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma convicção
que venha do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo
de elaboração do código de ética, para que ele tenha a força da legitimidade.
Quanto mais democrático e participativo esse processo, maiores as chances de
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identificação dos membros do grupo com seu código de ética e,
em consequência, maiores as chances de sua eficácia.
Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria
ter força simbólica para tal. Embora um código de ética possa prever sanções
para os descumprimentos de seus dispositivos, estas dependerão sempre
da existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela
limitado. Por essa limitação, o código de ética é um instrumento frágil de
regulação dos comportamentos de seus membros.
Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma convicção
que venha do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo
de elaboração do código de ética, para que ele tenha a força da legitimidade.
Quanto mais democrático e participativo esse processo, maiores as chances de
identificação dos membros do grupo com seu código de ética e,
em consequência, maiores as chances de sua eficácia.
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fundamento dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua
liberdade (possibilidade) de viver plenamente.
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barbáries e fundamentalismo de toda ordem, daí a necessidade de um princípio
holístico que seja baseado numa totalidade simplificante.
Sob esta ótica, como é possível que seres humanos consigam concordar
até de cultura para cultura quanto à variedade de princípios morais e legais? E,
mais importante, como é possível que sistemas legais e morais evoluam, ao
longo dos séculos, na ausência do próprio fundamento racional ou teológico
que os filósofos modernos tão eficientemente estão destruindo.
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solidariedade profissionais evitando críticas levianas, competição e concorrência
desleal, sem descambar, naturalmente para o acobertamento
de qualquer ação dos colegas, sem nunca ferir a verdade, a justiça ou a
moral, fugindo de toda “máfia, de pactos de silêncio e de sociedades
secretas”, pois não são necessárias.
A remuneração justa – nunca por motivo algum, deve ser excessiva. Nada
impede que se prestem serviços a menor preço ou mesmo gratuitamente,
em casos de necessidade financeira do usuário.
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CODIGOS DE ÉTICA
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industrial, política e social vive na “UTI”, cuidando das sequelas históricas das
corrupções e da apropriação da liberdade humana.
Sob esse ângulo, novos rótulos de ideias antigas vão surgindo com uma
proposta de resgate da ética do Estado. O eixo perimetral da ética social e
as aspirações de conduta humana para a prática do bem são formas de se
buscarem novas relações.
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O grande Filósofo E. Kant proclama a “pessoa humana como um valor
absoluto” e, a partir desse momento, desenvolvem-se outros valores, normas e
leis universais. A prova está consagrada na Declaração de Independência dos
Estados Unidos, em 1776, e na Assembleia Constituinte Francesa, de 1793,
quando surge a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
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de oficina, loja, fábrica, laboratório e escola, isto é, uma profissão, de forma que
a profissão vai proporcionar ao indivíduo ser útil á sua comunidade pela prática
da solidariedade fazendo parte do tecido orgânico social.
DEVERES DO PROFISSIONAL
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É preciso que o sujeito e sua profissão façam um “casamento” pleno de
prazer e influxos de amor.
O dever deve fluir como um sentimento que faz bem e não como algo que
precisa ser cumprido a todo preço, para rapidamente se livrar do peso provocado
pela falta de condições essenciais de opção. A consciência é que
monitora as transgressões éticas que violentam a vontade humana e ela
mesma é responsável pela corrupção que fragmenta o ser ao longo da vida.
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profissionais, intelectuais e cognitivas necessárias para que o exigível seja algo
natural e sem traumas.
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Pela profissão exercida, abrem-se as dimensões dos “saberes das
conveniências isoladas”, de grupos ou ambiências ligadas às causas e efeitos
humanos próprios, capazes de construir sucessos ou fracassos nas múltiplas
relações interpessoais e intrapessoais geradas no tempo e espaço e que,
permanentemente exigem reflexões de conduta ética.
COMPETÊNCIAS ÉTICAS
Nada pode ser mais lesivo à ética do que afirmarmos não ser verdadeiro
que a ausência de competências interpessoais e intrapessoais no exercício
profissional e o mau uso desta para o mal, não transgridam compromissos éticos
profissionais, além de ferir a premissa maior do bem, que significa não fazer nada
que prejudique a terceiros.
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Não esqueçamos: “Tudo que fazermos de ruim ou qualquer ato que seja
contrário ao bem para o outro, estaria sempre nos subtraindo diante dos
valores humanos e universais.” (LOPES, 1998:192).
A lei do “olho por olho, dente por dente” somente é válida em transplante
de órgãos. A filosofia da “remuneração” do bem, pela aplicação da justiça
contra o mal é o único caminho pelo qual será possível obter forças para vencer
a impunidade contra o vício que estimula toda a ação humana viciosa.
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A ciência hoje já aceita a ideia filosófica da associação do metafísico com
o físico, de maneira que o extra lógico já se encontra com o pensamento
lógico. Como a ciência ética tem saberes cósmicos, logo, existe porque é
necessária e não porque é obrigatória.
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é preciso ter um fundo de reserva de consciência ética formada de maneira a
qualquer momento ser possível ativá-la, se necessário.
REFERENCIAS
ALVES, R. Estória de quem gosta de ensinar. 13. ed. São Paulo: Cortez,
Autores Associados, 1989.
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ANGEL, Rodrigo Luno. Ética general. 4. ed. Eunsa Ediciones Universid de
Navarra: Editora Casa dos Livros S.A, 2001.
50
___. Ser e tempo. v. I. Petrópolis: Vozes, 1999.
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