Você está na página 1de 6

- Quando tiver dúvidas, reler p.

8, 9, 10

- É preciso considerar o poema em função das condições de produção: quem o


escreveu? Quando? Com qual finalidade? Dirigido a qual interlocutor? A leitura que fazemos
hoje é a mesma ou se alterou?

O compasso dos versos

Es-TA-va à -TO-a -na VI-(da)


O- MEU- a-MOR- me- cha-MOU
Pra- VER- a- BAN-da- pas-SAR
Can-TAN-do- COI-as- de a-MOR
- jogo da alternância entre sílabas fortes e fracas, faz a cadência do poema.
- observar a repetição de letras

Estudar Figuras de Linguagem

O ritmo como criação do poeta

- “O ritmo é formado pela sucessão, no verso, de unidades rítmicas resultantes da


alternância entre sílabas acentuadas (fortes) e não-acentuadas (fracas).” p. 17
- “Verso livre, inovação modernista que não segue nenhuma regra métrica,
apresentando um ritmo novo, liberado e imprevisível.” p. 18. (Os acentos podem variar a cada
leitura, pois a acentuação não obedece às regras métricas, isto é, os acentos não são fixos, com
exceção do da última sílaba)
- “Cada verso ocupa uma linha, marcada por um ritmo específico. Um conjunto de
versos compõe a estrofe, dentro da qual pode surgir outro postulado métrico: a rima, ou seja, a
semelhança sonora no final de diferentes versos.” p. 18.
- “O ritmo pode decorrer da métrica, ou seja, do tipo de verso escolhido pelo poeta.
Ele pode resultar ainda de uma série de efeitos sonoros ou jogo de repetições.” p. 18.
- “Não basta analisar o ritmo, é preciso associá-lo, sempre, aos demais aspectos do
texto.” p. 25.
Ritmos

“O ritmo, componente do poema, deve ter alguma relação com a época ou a situação
em que é produzido.” p. 20.
Ex: E.R.10 (6-10). -bipartição em dois segmentos rítmicos / quando tem acento menos
forte E.R.10 ([4]-6-10)

Sistemas de metrificação

“[...] critério de intensidade, isto é, à alternância entre sílabas acentuadas e não-


acentuadas.” p.27.
“é a cadência do verso lido em voz alta que realmente indica alternância de sílabas
fortes e fracas. São as regras de versificação ou de metrificação que estabelecem onde deve
cair o acento tônico em cada tipo de verso. Na mesma posição da sílaba forte, ocorre a cesura,
pausa que, geralmente divide o verso em partes ou segmentos rítmicos.” p. 28.

Quando o acento recai ora em uma sílaba ora em outra “temos a tensão rítmica, que
resulta da dupla possibilidade de leitura. Colocado em evidencia pela tensão rítmica, o verso
deve merecer atenção especial. Neste caso, trata-se da ambiguidade da casa. p. 32

Versos brancos – obedecem às regras métricas de versificação ou acentuação, mas não


apresentam rimas
Versos polimétricos – versos regulares de tamanhos diferentes e tem as silabas fortes
geralmente localizadas nas posições indicadas pelas regras métricas tradicionais.

Versos livres – não obedecem a nenhuma regra preestabelecida quando ao metro, à


posição das sílabas fortes, nem à presença ou regularidade de rimas.
Ritmo irregular cujo efeito dá uma espécie de vertigem
Rimas
“repetições de sons semelhantes, ora no final de versos diferentes, ora no interior do
mesmo verso, ora em posições variadas, criando um parentesco fônico entre palavras
presentes em dois ou mais versos.” p. 57.

Rima interna e rima externa


A rima externa ocorre quando se repetem sons semelhantes no final de diferentes
versos.
A rima interna ocorre quando há rima entre a palavra final de um verso e outra do
interior do verso seguinte.

Rima consoante e rima toante


A rima pode ser consoante e toante. Rima consoante é aquela que apresenta
semelhança de consoante e vogais, (desde a vogal ou ditongo do acento tônico até o último
fonema.)

Senta-te nesta cadeira


e aceita nosso jantar
tranquilo: em casa mineira
nunca faltou um lugar

Rima toante
É a que só apresenta semelhança na vogal tônica

Sobre um fruto cheiroso e bravo


Todo pintado de vermelho vivo
Uma lagarta verde dorme
O silêncio quente ao meio-dia
Respira como o papo de uma ave. No ar alvo
A asa de uma cigarra risca um silvo

Rima cruzadas, emparelhadas, interpoladas, misturadas.


Rima cruzada ou alternada: aquela em que os versos rimam alternadamente, no
esquema ABAB.
Rima emparelhada: a que ocorre no fim de dois versos consecutivos. AABB
Rimas interpoladas: a que ocorre em dois versos que tem de permeio um ou mais
versos diferentes, no esquema AABCCD.

Rima entrelaçada ou intercalada: o primeiro verso rima com o quarto e os dois


interiores entre si, ABBA.

Rima órfã ou rima perdida: só tem ela.

Rimas agudas (masculinas): formadas por palavras agudas ou oxítonas (última sílaba
tônica)

Rimas graves (feminina): formadas por palavras graves ou paroxítonas (penúltima


silaba tônica)

Rimas esdrúxula: formadas por palavras esdrúxulas ou proparoxítonas (antepenúltima


sílaba tônica)

Rima pobre: realizada com homofonias fáceis de encontrar entre palavras de idêntica
classe gramatical. / identidade da vogal tônica em diante

Rima rica: homofonias raras e entre palavras gramaticalmente diferentes / identidade


desde a consoante que vem antes da vogal tônica.

Rima completa: quando a homofonia é, ao mesmo tempo, vocálica e consonântica ou


só vocálica se não houver consoantes. (madeira/deixa).

Rima incompleta: quando é vocálica (homofonia apenas em sons vocálicos) ou


consonância.

Rima imperfeita: quando há pequena diferença dos sons vocálico (quero-desespero),


ou dos sons consonantais (alguma/reúna) ou entre os dois (desencontro/outro), ou ainda
quando há diferença no número de sílabas (palavra aguda com grave).
Rima encadeada – a que se verifica entre uma palavra do final de um verso e outra do
inicio do seguinte ou, mais ou menos, do meio do verso seguinte: Já serena desce a tarde/ Já
não arde.

Figuras de efeito sonoro


Aliteração: é a repetição da mesma consoante ao longo da estrofe

Assonância: coincidência apenas das vogais depois do último acento tônico.

Repetição de palavras
Anáfora: Repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim,
um efeito de reforço e de coerência.

Onomatopeia
O Som da letra que se repete lembra o som produzido pelo objeto nomeado.

Níveis do poema
“O vocabulário do texto revela um nível de linguagem: culto ou coloquial.
“Em seguida, deve-se pesquisar as categorias gramaticais presentes no poema, qual
delas predomina e como são empregadas no texto. A preponderância de verbos de ação,
conforme o sentido do texto, costuma indicar bastante dinamismo; o de verbo de estado,
dependendo do sentido do poema, sugeriria pouco dinamismo. A ausência de verbos é índice
de estaticidade. Os substantivos abstratos indicariam generalização, os concretos
particularização. Procede-se a um levantamento dos adjetivos, locuções adjetivas e orações
adjetivas, ou seja, dos caracterizadores em geral. Deve-se sempre relacionar o substantivo ao
adjetivo que o acompanha, buscando verificar que associoaççoes estabelecem um com o
outro.
Além do levantamento das categorias gramaticais, convém verificar como o autor as
utiliza: é o emprego usual? O que sugere cada termo, isoladamente? E em conjunto no verso,
na estrofe, no poema?
Quantos aos verbos, recomenda-se pesquisar o tempo e o modo verbal. Conforme a
significação dos versos, o tempo verbal pode apontar proximidade (presente) ou
distanciamento (passado/ futuro), o modo representaria a realidade (indicativo) ou a
possibilidade, o desejo (subjuntivo)

Você também pode gostar