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Fichamento de Citação

JARDIM, Eduardo. A Brasilidade Modernista Sua Dimensão Filosófica. Ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Ed. PUC-Rio; Ponteio, 2016.

“A fortuna crítica do modernismo brasileiro é muito extensa e consistente. Ainda que


numerosa, e apresentando notáveis resultados de pesquisa, ela tem manifestado um interesse
restrito, que se volta em geral para a analise dos seguintes índices das artes dos anos 1920: as
técnicas de vanguardas europeias e a formulação da identidade nacional.”(p.11).

“De maneira geral, não parece incorreto afirmar que a critica e a historia do modernismo
literário se resumem aos planos criativos de Mário de Andrade e de Oswald de Andrade. As
dissidências desses dois tipos de modernismo receberam pouca atenção, o que sem duvida
alguma subtrai a relevância de algumas tendências fortes da época, uma das quais – o verde-
amarelismo – estaria muito presente no futuro político autoritário do Brasil.”(p.11).

“No entanto, lançado em 1978, A brasilidade modernista, de Eduardo Jardim, preencheu de


modo significativo algumas lacunas [...] resulta de uma estratégia investigativa até então
inédita: discutir a problemática da brasilidade modernista a partir de um panorama de reflexão
filosófica desenvolvida no Brasil.”(p.12).

“A dimensão filosófica explorada neste livro resulta do entendimento de que os índices


artísticos e literários do modernismo são insuficientes para abordar a sua orientação
nacionalista, concernente a uma nova brasilidade.”(p.12).

“De certa maneira, a crítica e a história da literatura modernista se desenvolveram à sombra


das considerações dos vanguardistas que, depois do momento inicial de embate, se
desvincularam de Graça Aranha (...)”(p.12).

“(...) a divisão do modernismo em duas fases: a primeira – combativa, de renovação estética –


vigora da exposição de Anita Malfatti, em 1917, até 1924, quando foi publicado o Manifesto da
poesia pau-brasil, de Oswald de Andrade, que inicia o segundo ciclo – da problemática da
brasilidade - , o qual chegará ao fim em 1928, com o Manifesto antropófago, também de
Oswald de Andrade.”(p.13).

“Ele busca mostrar que a “problemática da brasilidade, em sua versão modernista, tem suas
raízes em uma linhagem do pensamento brasileiro que se estende desde o final do século XIX”,
isto é, desde o romantismo de José de Alencar (...)”(p.14).

“Este livro traz à cena, portanto, a figura de um modernismo composto de muitos


modernismos, com seus pontos de comunhão e dissidências (...)”(p.15).

“(...) o movimento modernista precisaria ser considerado em uma dimensão muito mais
ampla. Suas manifestações se fizeram sentir no quadro geral da cultura brasileira, inclusive o
filosófico.”(p.17).

“(...) na década de 1940, apresenta um balanço negativo. As razoes da desvalorização foram,


em primeiro lugar, de ordem ideológica. Os autores dessa época opuseram suas preocupações
de natureza politica a uma visão do modernismo como um movimento despolitizado. Ele foi
identificado ao formalismo estético, e sua contribuição foi recusada (...).”(p.19).

“O crítico e historiador Antonio Candido antecipou a mudança de atitude, em um artigo sobre


Oswald de Andrade, de 1944. O artigo sugeria que se superasse a perspectiva polêmica
presente nos juízos habituais sobre o escritor e se estabelecesse um contato direto com sua
obra, para se chegar a uma avaliação isenta de partidarismos (...).”(p.20).

“Esse trabalho, em que se destacou o Instituto de Estudos Brasileiros, da Universidade de São


Paulo, possibilitou o surgimento de novas análises, mais pormenorizadas, dos diversos
aspectos do movimento.”(p.20).

“(...) o modernismo se tornou uma força viva no debate cultural dos anos 1960 e 1970. O
concretismo na poesia e o tropicalismo na música, no teatro e no cinema representaram
momentos de apropriação das propostas modernistas. Pode-se dizer que essa foi uma terceira
fase de aproximação com o movimento (...).”(p.20).

“A primeira desloca a discussão para a análise dos movimentos vanguardistas franceses e


ignora a necessidade de se elaborar uma teoria da dependência cultural, sem a qual o
problema é resolvido de forma mecânica e insuficiente. A segunda, ao referir o nacionalismo
modernista à realidade política do período, por não esclarecer as questões relativas à
problemática da articulação da produção cultural com a esfera política, resulta em uma
abordagem externa do assunto.”(p.21).

“A eclosão da questão da brasilidade, em 1924, inaugurou uma visão nova do tema do caráter
nacional [...] novamente aparecido no contexto modernista, possivelmente estabelecendo
vínculos com as discussões a respeito do primitivismo na arte europeia e expressando as
mudanças na vida política, não dispensa o exame de sua relação com outros momentos de sua
formulação.”(p.21).

“A obra de Graça Aranha constitui um dos momentos da historia cultural com que o
movimento renovador manteve um contato complexo e muito rico.”(p.22).

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