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Apostila de Drenagem Pluvial PDF
Apostila de Drenagem Pluvial PDF
Introdução
Terminologia Básica
Greide - é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da superfície livre da via
pública.
Guia - também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de separação do passeio com
o leito viário, constituindo-se geralmente de peças de granito argamassadas.
Sarjetões - canal de seção triangular situado nos pontos baixos ou nos encontros dos leitos
viários das vias públicas, destinados a conectar sarjetas ou encaminhar efluentes destas para
os pontos de coleta (Figura 1.2).
Bocas coletoras - também denominadas de bocas de lobo, são estruturas hidráulicas para
captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas e sarjetões; em geral situam-se
sob o passeio ou sob a sarjeta (Figura 1.3).
Galerias - são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas bocas coletoras até
os pontos de lançamento; tecnicamente denominada de galerias tendo em vista serem
construídas com diâmetro mínimo de 400mm.
Trecho de galeria - é a parte da galeria situada entre dois poços de visita consecutivos.
Objetivos
Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um plano de drenagem
urbana, visando delimitar as áreas mais baixas potencialmente inundáveis a fim de
diagnosticar a viabilidade ou não da ocupação destas áreas de ponto de vista de expansão
dos serviços públicos.
Um adequado sistema de drenagem, quer de águas superficiais ou subterrâneas, onde esta
drenagem for viável, proporcionará uma série de benefícios, tais como:
Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das
precipitações;
Drenagem no Brasil
Quanto a sua extensão não se dispõe de dados confiáveis em relação à drenagem urbana.
Estima-se que a cobertura deste serviço - em especial a microdrenagem - atinja patamar
superior ao da coleta de esgotos sanitários.
2. CHUVAS
2.1 Introdução
São três os tipos de chuvas para a Hidrologia: chuvas convectivas, chuvas orográficas e
chuvas frontais.
Dois aparelhos são comumente empregados nas medições das chuvas. São eles o
pluviômetro e o pluviógrafo. O pluviômetro é mais utilizado devido a simplicidade de suas
instalações e operação, sendo facilmente encontrados, principalmente nas sedes municipais.
No pluviômetro é lido a altura total de água precipitada, ou seja, a lâmina acumulada
durante a precipitação, sendo que seus registros são sempre fornecidos em milímetros por
dia ou em milímetros por chuva, com anotação da mesma dependendo da capacidade e do
capricho do operador (Figura 2.1).
Para projetos de galerias pluviais devem ser conhecidos as variações da altura de chuva com
o tempo. Isto só é possível através de medições via pluviógrafos.
Durante uma precipitação sobre o receptor a água escorre por um funil metálico 2, até o
cilindro de acumulação 3. Neste cilindro encontra-se instalado um flutuador 4 ligado por
uma haste vertical 6 a um suporte horizontal 9, que por sua vez possui em sua extremidade
uma pena 8 que imprime sobre o papel do cilindro de gravação 5 a altura acumulada de
água no cilindro de acumulação 3. Deste último, também parte um sifão 11 que servirá para
esgotamento da água quando esta atingir uma altura máxima, despejando o volume
sifonado em um vasilhame 10 localizado na parte inferior da instalação. Essa altura máxima
é função da capacidade de registro vertical no papel, ou seja, quando a pena atinge a
margem limite do papel, imediatamente ocorre o esgotamento, possibilitando que a pena
volte a margem inicial continuando o registro acumulado.
Para localidades onde ainda não foi definida ou estudada a relação citada, o procedimento
prático é adotar-se, com as devidas reservas, equações já determinadas para regiões
similares climatologicamente.
1) i = a / ( t + b ),
2) i = c / tm,
3) i = a .T n/ ( t + b )r,
onde
i - intensidade média em milímetros por minutos ou milímetros por hora;
i - mm/min e t - min
i = a/(t+b), i - mm/min e com os valores de "a" e "b" variando com o tempo de recorrência
pretendido:
T (anos) a b
5 23 2,4
10 29 3,9
15 48 8,6
20 95 16,5
3.1. Generalidades
Denomina-se deflúvio superficial direto o volume de água que escoa da superfície de uma
determinada área devido a ocorrência de uma chuva torrencial sobre aquela área. A
determinação precisa deste volume de água acarretará, consequentemente, condições para
que sejam projetadas obras dimensionadas adequadamente, alcançando-se os objetivos
pretendidos com a implantação de qualquer sistema de drenagem indicado para a área. Para
determinação desse volume, vários métodos são conhecidos, os quais podem ser
classificados nos grupos abaixo:
a) Medições diretas;
b) Processos comparativos;
c) Métodos analíticos;
d) Fórmulas empíricas.
3. 2. Métodos Analíticos
Como métodos analíticos são conhecidos os três seguintes: Método Racional, Método do
Hidrograma Unitário e a Análise Estatística.
A Análise Estatística é recomendada para cursos de águas de maior porte, onde a área de
contribuição seja superior a 20 km², servindo essencialmente para previsão dos volumes de
cheias. A limitação do método está na exigência de um grande número de observações bem
como na sua alteração presente ou futura das características da área contribuinte, pois os
dados obtidos anteriormente tornar-se-iam obsoletos.
Sendo assim conclui-se que o Método Racional deva ser objeto de estudo mais detalhado a
seguir, por ser este o indicado para projetos de micro-drenagem em geral.
3.3.1. Aplicação
3.3.2. Fórmula
Q = 166,67. C. i. A,
onde:
3.3.3. Limitações
Do ponto de vista analítico, ainda se pode comentar que o método, embora tenha como
equação característica uma expressão racional, não pode ser considerado efetivamente
como tal, visto que no cálculo são empregados coeficientes eminentemente empíricos.
Concluindo tem-se que a experiência mostrou que o emprego do método deve-se limitar a
obras de drenagem onde o sistema de galerias não coleta em um só conduto vazões
provenientes de áreas superiores a 100 ha. Nestes termos, o método racional apresenta-se
como bastante razoável para o cálculo de sistemas de microdrenagem superficial, fato este
comprovado, ao longo dos anos, após sua criação.
O tempo de percurso, como o próprio conceito mostra, tem cálculo puramente hidráulico,
visto que o mesmo é função das velocidades nos trechos de montante, enquanto que o
tempo de entrada depende essencialmente da conformação superficial da bacia, variando
inversamente com a intensidade de chuva. Deve-se observar também que o escoamento
superficial torna-se mais veloz a medida que se aproxima dos pontos de coleta ou em
superfícies impermeabilizadas.
Este coeficiente exprime a relação entre o volume de escoamento livre superficial e o total
precipitado. É por definição a grandeza, no método racional, que requer maior acuidade na
sua determinação, tendo em vista o grande número de variáveis que influem no volume
escoado, tais como infiltração, armazenamento, evaporação, detenção, etc, tornando
necessariamente, uma adoção empírica do valor adequado. A Tabela 3.1 relaciona diversos
tipos de superfícies de escoamento com valores de coeficiente "C" respectivos, para
períodos de retorno de até 10 anos.
Assim a fórmula racional assume, para às unidades citadas em 3.3.2, a seguinte expressão
Q = 166,67. C.Cf . i. A.
Solução:
Solução:
C = 0,22 x 0,95 + 0,08 x 0,80 + 0,36 x 0,10 + 0,34 x 0,90 = 0,615
Assim, C = 0,62, o que equivale a área adjacente ao centro.
4. SARJETAS
4.1. Definição
São canais, em geral de seção transversal triangular, situados nas laterais das ruas, entre o
leito viário e os passeios para pedestres, destinados a coletar as águas de escoamento
superficial e transportá-las até às bocas coletoras. Limitadas verticalmente pela guia do
passeio, têm seu leito em concreto ou no mesmo material de revestimento da pista de
rolamento (Fig.4.1). Em vias públicas sem pavimentação é frequente a utilização de
paralelepípedos na confecção do leito das sarjetas, sendo neste caso, conhecidas como
linhas d'água.
Figura 4.1- Sarjeta triangular
Definindo como
Q - (= V/A)equação da continuidade,
R - raio hidráulico,
R = y.dx / dx = y,
dA = y.dx,
e dx/dy = z ou dx z.dy,
logo,
ou
de onde
resultando
Calcula-se como se fossem duas sarjetas independentes e da soma desse cálculo subtrai-se a
vazão correspondente a que escoaria pela parte da seção que lhes é comum, ou seja,
Q = Qa+ Qb - Q aÇ b
Essa margem de segurança é conseguida pelo emprego do "fator de redução F", o qual pode
ser obtido pela leitura da Figura 4.7. Neste caso, quando se calcula a capacidade máxima de
projeto a expressão deduzida em 4.2.1 assuma o seguinte aspecto:
Superfície "n"
- sarjeta em concreto com bom acabamento 0,012
- revestimento de asfalto
a) textura lisa 0,013
b) textura áspera 0,016
- revestimento em argamassa de cimento
a) acabamento com espalhadeira 0,014
b) acabamento manual alisado 0,016
c) acabamento manual áspero 0,02
-revestimento com paralelepípedos argamassados 0,02
-sarjetas com pequenas declividades longitudinais (até 2% )
sujeitas a assoreamento "n" correspondente a superfície + 0,002 n
a 0,005
Além da recomendação de que as entradas de veículos devam ficar para dentro da guia, uma
série de recomendações práticas devem ser observadas na definição dos perfis longitudinais
e transversais das pistas de rolamento, para escoamento superficial e a sua condução e
captação sejam facilitadas. A Tabela IV.2 expõe uma série de valores limites e usuais que
devem ser observados quando da elaboração de projetos de vias públicas.
Solução:
Sendo Q = C.i.A para "i" em l/s.ha, a equação de "i" para estas unidades aparecerá
multiplicada pelo fator 2,78 e assim
Solução:
yo= {143 / [ 375 x (16/0,016) x 0,011/2]}3/8 = 0,12m, que por ser menor que 13cm é
teoricamente aceitável !
Sendo yo = 13cm, I = 0,01 m/m, z = 16 e n = 0,016 tem-se, pela Figura IV.7, F = 0,80, então
5. BOCAS COLETORAS
5.1. Definição
É uma estrutura hidráulica destinada a interceptar as águas pluviais que escoam pela
sarjetas para, em seguida, encaminhá-las às canalizações subterrâneas. São também
frequentemente denominadas de bocas-de-lobo.
5.2. Classificação
Combinada;
Múltipla.
Intermediárias;
De cruzamentos;
De pontos baixos.
c) quanto ao funcionamento
Livre;
Afogada.
Comentários:
a) quanto à localização
as intermediárias são aquelas que situam-se em pontos ao longo das sarjetas onde a
capacidade destas atingem o limite máximo admissível;
Presença de detritos.
Pontos baixos;
Como providência inicial no dimensionamento das bocas coletoras deve-se observar que as
de ponto baixo devem ser dimensionadas com uma folga adicional, considerando a
possibilidade de obstruções em bocas coletoras situadas à montante, caso existam, nas
sarjetas contribuintes.
Ainda se sua localização for em pontos onde não houver cruzamento de ruas a unidade
deverá captar obrigatoriamente 100% das vazões afluentes.
São bocas coletoras situadas sob passeios e com cobertura na guia, em geral dotadas de
depressão como mostrado a Figura 5.1. De posse da vazão de projeto a ser captada e da
lâmina de água junto à guia, procura-se uma vazão, por metro linear, para uma depressão
adequada, de modo que o comprimento da abertura não seja inferior a 0,60 m e nem
superior a 1,50 m.
Método Hsiung-Li
Para bocas coletoras padrões com dimensões em função da depressão "a", conforme
mostrado na Figura 5.5, onde
Calculada a extensão pode-se agora verificar que tipo de gradeamento pode ou deve ser
utilizado. Para isto empregam-se as seguintes equações:
onde,
b) se Lo' menor que L calculado, barras transversais também poderão ser empregadas na
construção da grade.
Estas bocas podem ser calculadas para funcionamento afogadas ou mesmo que não o sejam,
poderão vir a funcionar como tal, contribuindo para isto tormentas excessivas ou
entupimentos de bocas coletoras a montante por motivos imprevistos no projeto.
tem-se que
a) para cargas correspondentes a "y £ h", o funcionamento é tido como de vertedor e
dimensiona-se através da expressão
c) para a razão 1,0 < y/h < 2,0 o funcionamento da boca é indefinido cabendo ao projetista
avaliar o comportamento como vertedor ou como orifício afogado.
tem-se que
onde, em ambos os casos deve-se tomar um coeficiente de segurança igual a 2,00, ou seja,
uma folga sobre a capacidade teórica de uma vez mais.
c) se 12 < y < 42 cm, a situação é dita de transição entre vertedor e orifício ficando o
projetista com a opção de escolher e justificar a hipótese de cálculo que o mesmo julgar
mais adequada.
Figura 5.8 - Perímetro e Área de uma B.C. com grades
Como toda obra de engenharia a boca coletora não deve ser dimensionada para
funcionamento com sua capacidade de captação limite igual a vazão de chegada, isto é, a
vazão de definição de suas dimensões deve ser um pouco superior a vazão de projeto da
sarjeta que a abastecerá. Alguns fatores podem ser citados como arrazoados para este
procedimento, tais como:
Calcular uma boca coletora intermediária com depressão a = 10,5 cm, sob as seguintes
condições:
w = 8a = 84 cm
z = ( tg q o ) = 12
I = 2,5%
n = 0,016
Solução:
b) Vazão de projeto
Qp = 64 x 1,25 = 80 l/s
d) vo e yo
yo= {80 / [375 x (112 / 0,016) x 0,0251/2]}3/8= 0,093 m
e) Energia "E"
f) Valor de "y"
g) F2 e tgqo
F2 = 2 x [(32/13) - 1] = 2,92
h) Parcela "C"
A expressão de M exige um valor para "L" e como este ainda não é conhecido admite-se L =
1,0 m (= 100 cm) como valor inicial para posteriormente ser feita uma verificação deste
valor. Assim, para L=1 tem-se:
que é um resultado insatisfatório porque, como foi admitido L=1m haveria excesso de mais
de 10% da vazão de projeto a ultrapassar a boca coletora em dimensionamento, o que
implica em L>1,0m.
Dimensionar uma grade para coletar uma vazão de projeto igual a 80 l/s, tomando-se como
largura máxima de gradeamento 0,60 m. São conhecidas ainda I = 0,04 m/m, n = 0,020 e z =
20.
Solução:
a) cálculo de L
- cálculo de yo
- cálculo de wo
- cálculo de L
L = 0,326x(20x0,041/2/0,02)3/4x[0,081/2(1,60-0,60)/20]1/2 = 2,0 m
b) escolha da grade
vo = 0,08 / ( 0,082 x 20 /2 ) = 1,25, então Lo= 4x1,25x( 0,08/9,81)1/2 = 0,45m < L = 2,00m,
Então podem ser usadas barras longitudinais;
Lo' = 2Lo = 0,90 m < 2,00m, também indicando que barras transversais poderão ser utilizadas
para a grade da situação.
6. GALERIAS
6.1 Definições
Nos sistemas de microdrenagem são adotados como chuvas de projeto, aquelas com
frequência de 2, 5 e 10 anos, de acordo com a ocupação da área a ser drenada. Para obras
de macrodrenagem o período de retorno é de 100 anos e é mais conhecido como tempo de
retorno de chuvas intensas.
Para projetos de galerias pluviais de microdrenagem os valores básicos de períodos de
retorno a adotar são os indicados na Tabela 6.1.
que é conhecida como teorema de Bernouilli (Daniel Bernouilli, cientista suíço criador da
Física Matemática, 1700-1782) para fluidos reais, onde
P = pressão, Kgf/m²
hf= perda de energia entre as seções em estudo, devido a turbulência, atritos, etc,
denominada de perda de carga, m
a = fator de correção de energia cinética devido as variações de velocidade na seção, igual a
2,0 no fluxo laminar e 1,01 a 1,10 no hidráulico ou turbulento, embora nesta situação, na
prática, sempre se tome igual a 1,00.
Sendo "a" e "b" duas seções distintas de uma mesma calha, distanciadas de "L", onde "a"
situa-se a montante de "b" e, tendo em vista a condição de escoamento livre, pa = pb = patm e
va= vb. A perda de carga unitária "hf /L" pode ser considerada igual a própria declividade "l"
de projeto para cada trecho de galeria, a medida que se admita regime permanente e
uniforme na determinação das dimensões deste trecho. No Brasil, em geral emprega-se a
fórmula de Chèzy com coeficiente de Manning, ou seja,
6.3.2. Formas
As seções circulares são as mais empregadas por sua maior capacidade de escoamento e
pela facilidade de obtenção de tubos pré-moldados de concreto para confecção dos
condutos.
O diâmetro mínimo recomendado para galerias pluviais é de 400 mm. No entanto, é comum,
principalmente em projetos de baixo custo, o emprego do diâmetro de 300 mm em trechos
iniciais e em condutos de ligação.
As dimensões das galerias são sempre crescentes para jusante não sendo permitida a
redução da seção no trecho seguinte mesmo que, por um acréscimo da declividade natural
do terreno, o diâmetro até então indicado passe a funcionar superdimensionado.
Nos condutos circulares a capacidade máxima é calculada pela seção plena e nos
retangulares recomenda-se uma folga superior mínima de 0,10m.
6.3.4. Velocidades
Para que não haja sedimentação natural do material sólido em suspensão na água,
principalmente areia, no interior das canalizações, a velocidade de escoamento mínima é de
0,75 m/s para que as condições de autolimpeza sejam assim preservadas.
Por outro lado, grandes velocidades acarretariam danos às galerias, tanto pelo grande valor
de energia cinética como poder abrasivo do material sólido em suspensão. O valor limite de
velocidade máxima é função do material de revestimento das paredes internas dos
condutos. Em geral, velocidades de escoamento superiores a 4,0 m/s carecem de
informações técnicas adicionais, justificando sua adoção pelo projetista.
6.3.5. Declividade
Hidraulicamente tem-se que quanto maior a declividade das galerias maior será a velocidade
de escoamento e quanto maior as dimensões transversais dos condutos menor será a
declividade necessária.
Esta situação encontra-se esquematizada na Figura 6.2 onde "b" é a corda, "y" a altura
(lâmina líquida),"do" o diâmetro da seção e "â" o ângulo central "molhado". Logo,
geometricamente,
R (raio hidráulico) = [1 - ],
V/Vo = [ 1 - ] 2/3
Estas relações estão mostradas na Figura VI.3. Estas curvas poderão ser desenhadas a partir
das expressões
6.4. Exemplos
1) Encontrar um diâmetro capaz de transportar uma vazão de esgotos de 500l/s, sob uma
declividade de 0,007m/m (n = 0,015)?
Solução:
a) pela Figura VI.4, onde se tem diâmetros e velocidades a seção plena em função da vazão e
da declividade do trecho, D = 700 mm;
b) analítica ( Q = A.V )
Solução:
7. POÇOS DE VISITA
7.1. Definição
Poço de vista é uma câmara visitável através de uma abertura existente na sua parte
superior, ao nível do terreno, destinado a permitir a reunião de dois ou mais trechos
consecutivos e a execução dos trabalhos de manutenção nos trechos a ele ligados (Figura
7.1).
Um poço de visita convencional possui dois compartimentos distintos que são a chaminé e o
balão, construídos de tal forma a permitir fácil entrada e saída do operador e espaço
suficiente para este operador executar as manobras necessárias ao desempenho das
funções para as que a câmara foi projetada.
O movimento de entrada e saída dos operadores, é feito através de uma escada de ligas
metálicas inoxidáveis, tipo marinheiro afixada degrau em degrau, na parede do poço ou,
opcionalmente, através de escadas móveis para poços de pequenas profundidades.
As calhas do fundo do poço são dispostas de modo a guiar as correntes líquidas desde as
entradas no poço até o início do trecho de jusante do coletor principal que atravessa o poço,
e de tal maneira a assegurar um mínimo de turbilhonamento e retenção do material em
suspensão, devendo suas arestas superiores serem niveladas com a geratriz superior do
trecho de saída.
7.3. Localização
Nas mudanças de direção dos coletores (todo trecho tem que ser reto);
8. PROJETO HIDRÁULICO
Para que o projetista tenha condições de optar por uma concepção de rede de galerias e
efetuar o cálculo do sistema, faz-se necessário que inicialmente o mesmo tenha em mãos
uma série de levantamentos de dados inerentes a área em estudo. Este material
basicamente é constituído dos seguintes documentos:
Planta da área a ser drenada na escala 1:500 ou 1:1000, com curvas de níveis
desenhadas de 0,5 em 0,5 ou de 1,0 em 1,0 m;
Informações adicionais sempre são pedidas após os projetistas visitarem o local da obra.
De posse dos dados básicos necessários citados anteriormente, deve-se elaborar diversos
esquemas alternativos e sobre eles questionar as vantagens e desvantagens de cada um,
definindo-se por aquele que se apresentar mais viável no aspecto funcional e de acordo com
os recursos disponíveis. De um modo geral, este trabalho compreende as seguintes etapas:
1º- identifica-se os diversos divisores naturais de água delimitando-se todas as bacias e sub-
bacias da área, em função dos pontos de lançamento final (sugestão : traço + dois pontos);
3º- identifica-se as áreas de contribuição para cada trecho de sarjeta (traço + ponto);
4º- define-se as posições das primeiras bocas coletoras e as demais de jusante (pequenos
retângulos);
5º- lança-se um traçado de galerias (linha dupla descontínua) e loca-se os poços de visita
onde se fizerem necessários (pequenos círculos);
7º- numeram-se os poços de visita no sentido crescente das vazões (algarismos arábicos);
Neste ponto tem-se na planta todos os dados necessários identificados e/ou determinados,
para o cálculo de cada trecho de galeria (diâmetro "D", declividade "I" e profundidade "h").
Alguns elementos, no entanto, são indispensáveis a uma boa planilha, tais como designação,
extensão, declividade, dimensão da secção, vazão transportada, profundidade, velocidade
de projeto e cotas do terreno de cada trecho. Especialmente para projetos de esgotos
pluviais, são indispensáveis ainda na planilha, informações sobre áreas de contribuição,
coeficiente de escoamento superficial, tempo de detenção, intensidade de chuva e
frequência das precipitações.
Cada projetista logicamente tem seu modelo de concepção para um trabalho dentro das
normas existentes e do seu ponto de vista. Isto torna-se mais notável quando se trata de
precauções próprias quanto a segurança e eficiência do projeto implantado. Dentre os
procedimentos práticos frequentemente usados em um cálculo de sistemas de galerias
pluviais podem ser citados:
a) em cada poço de visita nenhuma galeria de entrada poderá ter seu topo em cota inferior
ao topo da galeria de saída;
b) no interior de cada poço de visita admite-se uma queda mínima de 0,10 m na linha
piezométrica;
c) os poços de visita não deverão receber mais que quatro condutos de ligação;
d) as caixas de ligação não deverão receber mais que dois condutos de ligação;
f) os condutos de ligação deverão ser executados com uma declividade mínima de 1%.
OBS.: Quando uma determinada caixa de ligação destinar-se a reunir tubos de ligação
provenientes das bocas coletoras para em seguida encaminhar a vazão reunida para o poço
de visita mais próximo, através de uma outra tubulação de ligação, esta caixa poderá
receber até três afluentes de bocas coletoras.
Dimensionar um coletor pluvial para um trecho da AVENIDA 1º. DE MAIO, cujo traçado
encontra-se esquematizado na Figura 8.2, situada em uma área essencialmente comercial. A
equação de chuva para a localidade está representada na Figura 8.1.
Figura 8.1 – Equação de Chuva da Localidade
Solução:
a) determinações auxiliares
1) primeira boca coletora - independente da lâmina máxima de água na sarjeta ser atingida,
há de existir bocas coletoras a montante do quarteirão da escola; partindo desta
consideração prática, verifica-se a lâmina na sarjeta mais desfavorável, pois pode se tornar
necessário a localização de unidades coletoras antes do cruzamento de montante citado;
sendo assim se tem para a sarjeta em estudo:
Extensão: L = 170 m
z = 20 e n = 0,016 (adotados!)
Tempo de concentração para L = 170 m, I = 1,4% e C = 0,80, pela Figura III.1,
encontra-se tc = 12 minutos
vazão de projeto (pela Figura IV.6, para I = 1,4% encontra-se F = 0,80 logo Qadm = Qo/F =
108,74 / 0,80 = 136 l/s
Assim ymáx = [136 / ( 375 x 20 x 0,0141/2 / 0,016 )]3/8 donde 0,105 m < 13 cm !
1) trecho 1-2
diâmetro: para I1-2 = 0,0187 m/m, n = 0,015 e Q1-2 = 259,15 l/s e D1-2 = 500 mm
(Figura 8.4)
2) trecho 2-3
Calcular a capacidade máxima admissível na seção de jusante para a sarjeta cuja seção típica
é apresentada na figura a seguir. São dados ainda: z = 20, I = 0,02m/m, yo = 13 cm, y' = 5 cm.