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Boa Vista – RR
2016
DHEFERSON SANTOS DE SANTANA
Boa Vista – RR
2016
DHEFERSON SANTOS DE SANTANA
_____________________________________________________________
Prof.ª Drª. Ingrid Cardoso Caldas
Orientadora / Curso de Ciências Econômicas - UFRR
_____________________________________________________________
Prof. Msc. Aaron Jonathan Edwards
Docente / Curso de Ciências Econômicas - UFRR
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Prof. Dr. Romanul de Souza Bispo
Docente / Curso de Ciências Econômicas – UFRR
À Deus, por ter me dado essa oportunidade e por ter estado junto nas noites
quando estava estudando, não me deixando desistir deste sonho. A minha família
por ter me ajudado ao longo dos meus estudos e que sempre apoiou nas minhas
escolhas.
À minha mãe Amarilda dos Santos e ao meu pai Altemar Santana por ter me
dado apoio e por ter acreditado nesse sonho. A minha irmã Géssica Santana que
todos os dias me buscava na universidade.
À Professora Dr. Ingrid Cardoso Caldas pela orientação dada e que sempre
me passou tranquilidade, além de ter estimulado minha independência e
autodeterminação em todo esse processo e aos conhecimentos passados durante o
período em que trabalhamos juntos.
À minha namorada e amiga de curso Geslane Silva que sempre me ajudou
nas minhas conquistas, que me deu força e foi meu braço direito na construção
desde trabalho que sempre ficava me incentivando a melhorar e das noites que
perdeu para me ajudar ao longo do curso.
À minha amiga Luciete Silva pelas orientações e aos amigos do curso,
Francisco Halison, Jorge Luiz, Nêmora Santos, Willian Souza, Antônio Brasil,
Weliton Lima, Paulo Henrique e José Nélio, juntos compartilhamos alegrias e
sufocos. Todos que sempre estiveram por perto fazendo parte dessa conquista.
Posso todas as coisas
naquele que me fortalece (Fp. 4:13)
RESUMO
Esta Monografia tem como objeto de estudo a revolução industrial, o qual tem como
objetivo analisar a revolução industrial brasileira no período de 1930 até 1956,
descrevendo a historicidade da economia brasileira e destacando os maiores
acontecimentos neste período. Para alcance deste, se fez necessário dividir o
arcabouço teórico em três capítulos: o primeiro consiste em relatar a economia
brasileira antes da revolução industrial; o segundo vem contextualizar a revolução
industrial, buscando apresentar o que foi a revolução industrial, os seus benefícios,
malefícios e ainda busca fazer menção da economia pós revolução industrial; o
terceiro capítulo propõe fazer uma análise dos dados econômicos durante a
revolução industrial. A metodologia utilizada na presente pesquisa deu-se com
abordagem qualitativa, classificada como pura, no que se refere aos objetivos foi
descritiva, quanto aos procedimentos foram bibliográficas e documental, sendo
elaboradas de materiais publicados e por documentos que não receberam
tratamento analítico. Após construção do desenvolvimento da pesquisa realizou-se
as considerações finais sobre o que emergiu durante o trabalho de pesquisa.
This Monograph has as study object the industrial revolution, which aims to analyze
the Brazilian industrial revolution in the period from 1930 until 1956, describing the
historicity of the Brazilian economy and highlighting the major events in this period.
To reach this, it was necessary to divide the theoretical framework into three
chapters: the first is to report the Brazilian economy before the industrial revolution;
the second is to contextualize the industrial revolution, seeking to present what was
the industrial revolution, its benefits, harms and also seeks to make mention of the
post industrial revolution economy; the third chapter proposes to analyze the
economic data during the industrial revolution. The methodology used in this study
was given a qualitative approach, classified as pure, as regards the objectives was
descriptive, as the procedures were bibliographical and documentary being prepared
in published materials and documents that have not received analytical treatment.
After construction of the research development was held the final thoughts on what
emerged during the research.
Figura 01 ......................................................................................................26
Figura 02 ......................................................................................................27
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 .....................................................................................................34
Tabela 02 .....................................................................................................40
Tabela 03 .....................................................................................................41
Tabela 04 .....................................................................................................43
Tabela 05 .....................................................................................................43
Tabela 06 .....................................................................................................47
LISTA DE ABREVIAÇÕES
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12
1. ECONOMIA BRASILEIRA ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .............. 14
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL .............................. 22
2.1. BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA ........... 31
2.2. ECONOMIA PÓS REVOLUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA ..................................... 33
3. ANÁLISE DOS DADOS ECONÔMICOS DURANTE A REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL (1930-1956) ............................................................................... 39
3.1. BALANÇA COMERCIAL ............................................................................................. 39
3.2. ENDIVIDAMENTO EXTERNO .................................................................................... 42
3.3. INFLAÇÃO.................................................................................................................. 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 52
12
INTRODUÇÃO
Deste modo, cabe ressaltar que em 1850, foi regulamentada a Lei nº 601 de
18 de setembro de 1850, conhecida como Lei das Terras, a qual inviabilizou os
sistemas de posses ou doações, transformando as terras em propriedades privadas
e dificultou a compra por pessoas pobres. Neste seguimento, Miralha (2006, p. 153)
relata que:
A Lei de Terras de 1850 foi uma solução encontrada pela elite brasileira
para manter inalterada a estrutura agrária, impedindo o acesso livre a terra
por parte da população pobre que era maioria, e conseguir trabalhadores
livres para as lavouras de café, pois o Estado brasileiro já estava planejando
a imigração de europeus, para substituir o trabalho escravo que estava
preste a ser abolido. Dessa maneira, se os imigrantes chegassem no Brasil
e o acesso à terra fosse livre, como no regime de sesmarias (livre para os
“puros”), eles obviamente iam preferir ter sua própria terra ao invés de
trabalhar nas lavouras de café.
Assim, a década de 1920 foi marcada pela alta nas taxas de crescimento do
Produto Interno Bruto - PIB (1919-1920, 1922-1923 e 1927-1928) e por períodos de
baixo crescimento ou crescimento negativo (1921, 1924-1926 e 1929).
Segundo Suzigan (2000), de modo geral, durante a década de 1920
aumentaram os investimentos em praticamente todos os setores industriais,
verificando-se uma maior diversificação da indústria de transformação.
O processo de industrialização de uma nação representa um avanço
singular no que diz respeito ao desenvolvimento econômico e social de seu povo. De
acordo com Vesentini (2008, p. 52):
Trata-se de um complexo processo onde há o desenvolvimento da atividade
fabril, baseada na relação de trabalho assalariada, que passa a atuar como
leme da economia, e apura as relações capitalistas, entre burguesia e o
proletariado, constituindo assim o capitalismo pleno, ou industrial. No Brasil,
este processo ocorre a partir do final do século XIX, visto que antes desta
data, o que ocorriam eram pequenos focos de indústrias e manufaturas.
Isso porque a escravidão, grande força da economia da época, não
contribuía para um desenvolvimento mais estruturado da indústria, pois
mantinha consigo grandes investimentos (compra de escravos), além do
fato de que os próprios escravos não eram habilmente capacitados para
atuar em indústrias, e nem era de interesse dos grandes barões instruí-los
para tal feito.
A industrialização Brasileira foi singular, pois pelo motivo de ter sido tardia,
não cursou todos os passos da industrialização que ocorreu na Inglaterra por
exemplo. A passagem de um estado de atividade agrícola para fabril se deu de
forma rápida, utilizando-se das modernas máquinas à eletricidade ou à combustão,
importadas da Europa.
Para Mamigonian apud Cara e França (2011, p. 03):
Só é possível compreender o processo de industrialização brasileira a partir
da organização da sociedade. De um lado o latifúndio constituía a classe
dominante da época com grande poder aquisitivo de bens importados, e do
outro o trabalhador (escravo) com baixo ou nenhum poder de compra e de
produtividade. Praticamente inexistia uma classe média do tipo europeu.
Somente os comerciantes de importação e exportação apresentavam
24
1 Karl Polanyi - A grande transformação: as origens de nossa época/ Karl Polanyi; tradução
Fonte: SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia Brasileira. – São Paulo : Pearson Education
do Brasil, 2009.
situação, ou seja, quem não mudasse a forma de encará-lo não poderia acompanhar
o rumo dos acontecimentos mundiais do pós-guerra.
Conforme o exposto no capítulo anterior, é imprescindível destacar que a
política econômica da República Velha dedicou-se a proteger os interesses do setor
cafeeiro, e, na tentativa de conter a queda nos preços do café, foram realizados
empréstimos internos e externos para comprar os excedentes da produção e esta
atitude trouxe consequências e Souza (2009, p.196-197) diz que “as consequências
amargas para o País eram o aumento do endividamento externo e a expansão da
base monetária, com a consequente inflação”.
Fonte: SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia Brasileira. – São Paulo : Pearson Education do Brasil,
2009.
Nos piores momentos de descontrole, entre 1923 e1924, o país chegou a
experimentar taxas de inflação. Conforme a figura 02, em 1930 o Brasil devia aos
credores 04 (quatro) vezes mais do que exportavam em um ano. Neste sentido
Souza (2009, p. 197) relata que:
A pedido do governo brasileiro, o Bank of England enviou ao país um alto
funcionário, sir Otto Niemeyer, para estudar uma negociação. Escaldados
com as moratórias de 1898 e 1914, os ingleses em conceder um novo
fundigloan (empréstimo de consolidação), alegando que “o homem que
afunda três vezes em geral se afoga”. Mas, a medida que os reflexos da
quebra da bolsa nova-iorquina chegavam também a Europa, os credores se
convenceram de que não havia alternativa para o país latino-americano.
Assim, em 1931, o Brasil entrou em sua terceira moratória.
28
2Oswaldo Aranha criou o Esquema Aranha destinado a evitar o aumento da dívida externa e
que possibilitou uma redução real da dívida. Durante os quatro anos do esquema, o país pagou 33,6
milhões de libras, quando deveria ter pago 90,7 milhões de libras, o que proporcionou um ganho real,
considerada a redução real dos pagamentos de juros e o adiamento dos pagamentos dos fundos de
amortização, de 57,1 milhões de libras (MESQUITA, 2008).
29
3
Reforma Cambial Com o propósito de simplificar o sistema de taxas múltiplas de câmbio – vigente
desde 1953 -, bem como de implantar um sistema de proteção especifica por produtos da mesma categoria-, o
sistema cambial brasileiro foi parcialmente reorganizado, por meio da reforma cambial de agosto de 1957 (pela
Lei nº 3.244 de 14/08/1957), chamada nova lei de tarifas. (TREVISAN, 2004, p. 103-104).
30
longo de todos esses anos o Brasil não conseguisse sair da condição de país de
economia retardatária.
Vale ressaltar que no artigo, Subdesenvolvimento e dependência: um debate
entre o pensamento da Cepal dos anos 50 e a Teoria da Dependência, Coelho relata
que a CEPAL:
[...] é detentora de um dos pensamentos mais originais já criados nos
trópicos e parte da ideia de que é necessária uma compreensão própria e
original para empreender o desenvolvimento periférico (países
subdesenvolvidos), que não é de mesmo tipo que o desenvolvimento
realizado pelos países do capitalismo central (países desenvolvidos).
Como pode ser observado, no tópico anterior, foi apresentado o que foi a
Revolução Industrial e quais as consequências que este acontecimento trouxe para
a economia brasileira. Embora já tenha sido abordado anteriormente, mas, para o
alcance do proposto, faz-se necessário aludir ainda algumas consequências da
Revolução Industrial que podem ser considerados cruciais para a economia
brasileira pós revolução.
Uma das consequências da Revolução Industrial foi o endividamento
externo. Após o colapso que se alastrou no setor cafeeiro, empréstimos internos e
externos foram feitos para comprar os excedentes da produção, buscando evitar a
queda dos preços e assim, proteger os interesses desse setor.
Gremaud (1997, p. 126) destaca que tudo começou com a crise de 29 e a
Grande Depressão e descreve que:
Seu impacto mais imediato deu-se sobre o valor das exportações de café,
reduzindo drasticamente a receita de divisas. Houve, igualmente, redução
das importações nos anos que se seguem a crise. Convém notar que o
volume das exportações manteve-se praticamente constante, ao passo que
o das importações reduziu-se drasticamente.
Portanto, foi a partir dos anos 1930 que houve o declínio alcantilado das
exportações e esse declínio se estendeu até o fim da década, mantendo-se em
níveis entre 30 a 40% do valor registrado em 1928. Sobre o exposto Gremaud
(1997, p. 127) comenta que em 1928:
[...] as exportações brasileiras ascenderam a 97 milhões de libras esterlinas,
ao passo que a média para o período 1931-1939 foi de apenas 38 milhões
de libras esterlinas. O impacto desta redução sobre uma economia que se
articulava em torno das atividades exportadoras tinha de ser profundo. Esse
impacto não se manifestou de início, como vimos, sobre o saldo da balança
comercial: as importações também se reduziram brutalmente, permitindo a
manutenção de saldo comercial, ainda que de dimensões cada vez
menores.
Portanto, para elucidar, o Brasil tinha uma enorme dívida externa que
precisava ser financiada com as vendas do café, ou seja, o país era fortemente
dependente das exportações de café e o bom desempenho estava condicionado ao
comportamento do mercado internacional. No ano 1929, além da forte queda nos
preços internacionais, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no
mundo todo, prejudicando ainda mais as vendas de café.
Assim, todos estes fatos fizeram com que o governo interviesse comprando
e estocando café e desvalorizando o câmbio. Essa intervenção não tinha apenas o
35
para aumentar ainda mais o desemprego. E assim, havia população, mas não
mercado (população com poder aquisitivo para adquirir os produtos industriais).
Assim sendo, o Processo de Substituição de Importações, alcançou não só
pontos positivos para a economia brasileira, já que o seu desenvolvimento e
expansão apresentaram consequências que afetaram a dinâmica econômica do
país.
Outra consequência foi a inflação. Apesar das intenções governamentais,
nos primeiros anos do Estado Novo a economia desacelerou seu ritmo de
crescimento, principalmente entre 1939 e 1942, quando cresceu apenas 0,4% e a
indústria 1,6%. As dificuldades de importação, decorrentes da guerra, são apontadas
geralmente como causa. E Fonseca (2009, p. 26) relata que:
Apesar das intenções governamentais, nos primeiros anos do Estado Novo
a economia desacelerou seu ritmo de crescimento, principalmente entre
1939 e 1942, quando cresceu apenas 0,4% e a indústria 1,6%. As
dificuldades de importação, decorrentes da guerra, são apontadas
geralmente como causa.
4
Instrução nº 70 da SUMOC, baseada em três objetivos: a) manter formalmente o acordo de Bretton
Woods (Paridade Cambial); b) manter o peço externo do café, que ainda estava obtendo altas cotações no
mercado internacional; c) combater a inflação (TREVISAN, 2004, p.84).
38
5
Ágio – Termo de origem italiana usado antigamente em Veneza para designar a diferença entre
moedas depreciadas e o metal do qual eram constituídas. De forma genérica, ágio significa um prêmio
resultante da troca de um valor (moedas, ações, títulos etc.) por outro. No comércio internacional de moedas é
a diferença entre o valor nominal e o real da moeda negociada (SANDRONI, 1999, p. 17).
39
6
Exportações, Importações e Balança Comercial: 1901-2000 (US$ milhões) Os dados até
1939 foram originalmente reportados em libras-ouro e em moeda nacional. De 1930 a 1946, os
valores são do IBGE (1990), e a partir de 1947, os dados são do Banco Central do Brasil. No caso
das importações, os valores CIF (cost, insurance and freight) foram transformados para valores FOB
(free on board), utilizando as informações publicadas em IBGE (1961). Os valores das importações
também sofreram ajustes relativos ao superfaturamento de importações provenientes da Alemanha
sob o regime de marcos de compensação no período 1934-1938. Os valores aqui reproduzem os
publicados em Abreu (1990) até 1929, os do IBGE (1990), de 1930 a 1946, e os do Banco Central do
Brasil, a partir de 1947.
42
Para dar início a esse tópico, será abordado o que é a dívida externa. Sendo
assim, Sandroni (1999, p. 180) diz que a dívida externa é:
Somatório dos débitos de um país, garantidos por seu governo, resultantes
de empréstimos e financiamentos contraídos com residentes no exterior. Os
débitos podem ter origem no próprio governo, em empresas estatais e em
empresas privadas. Neste último caso, isso ocorre com aval do governo
para o fornecimento das divisas que servirão às amortizações e ao
pagamento dos juros. Os residentes no exterior que forneçam os
empréstimos e financiamentos podem ser governos, entidades financeiras
internacionais, como o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial,
bancos e empresas privadas. Os empréstimos são geralmente realizados
em moeda estrangeira, desvinculados de programas e projetos de
investimento específicos, ao contrário dos financiamentos, que na maior
proporção de seu montante requerem a aprovação de um projeto
(construção de estradas, hidrelétricas etc.) para serem liberados. A dívida
externa registra apenas aqueles empréstimos e financiamentos cujo prazo
de vencimento é superior a um ano; os recursos cujo prazo de vencimento é
inferior a um ano — os capitais de curto prazo — não são registrados no
montante da dívida externa. A dívida externa pode ser considerada dívida
externa bruta quando dela não são subtraídas as reservas, e dívida externa
líquida quando resultante da dívida externa bruta menos as reservas.
Sabe-se que a dívida externa tem origem no período colonial, no qual, desde
os séculos XVI e XVII, alguns governadores da Colônia faziam empréstimos. Os
empréstimos desse período confundiam-se com empréstimos pessoais dos
governantes, além disso, no período colonial tudo era desconhecido: o tamanho da
dívida, a finalidade do empréstimo, as condições em que esse era feito e etc. (NETO
1980).
A história da dívida externa apresenta que as crises de balanço de
pagamento a partir da década de 1890 foram determinantes nesse período da
história da dívida externa brasileira, marcado por uma sucessão de empréstimos de
consolidação, em 1898, 1914 e 1931 (ABREU, 1999).
Em análise da evolução da dívida externa brasileira, destaca-se os eventos:
empréstimos de consolidação e acordo permanente. Observe as tabelas a seguir:
43
É importante ressaltar que Sousa Costa, em 1940, fez uma proposta aos
representantes dos credores. Essa proposta consistia em realizar o pagamento
temporariamente 50% do previsto no esquema Aranha. E no início do ano de 1943,
Sousa Costa percebeu que as exportações do Brasil possivelmente teriam
problemas para se ajustar à competição em um mercado mundial normalizado
depois da guerra, e ainda, que haveria fortes pressões sobre as reservas cambiais
existentes para a importação de bens de capital essenciais. Assim, resolveu acelerar
as negociações relativas à dívida externa.
Neste sentido, Abreu (2001, p. 22) diz que:
Após longas negociações, chegou-se a um acordo permanente que
ofereceria aos detentores de títulos duas opções. Deixava de haver
classificação de empréstimos por categorias, o que era uma forma de
disfarçar o dano causado aos empréstimos em libras. A opção A
envolveria pagamentos anuais de £7,7 milhões (dos quais £5,2 milhões) se
todos os detentores de títulos a escolhessem. A opção B, também se
escolhida por todos, envolveria pagamentos anuais de £8,4 milhões (dos
quais £4,9 milhões) sobre os novos títulos federais de 3,75%, bem como
pagamentos imediatos de £22,9 milhões pelo resgate de títulos com valor
de face de £79 milhões ao preço médio de 29%. Os antigos empréstimos da
categoria 8 seriam resgatados a 12% do valor do principal em circulação, e
o grosso dos atrasados de juros - os da moratória de 1937-40 - seriam
liquidados a 25% das taxas do acordo de 1940 (ou seja, na "melhor" das
hipóteses a 12,5% da taxa de juros contratual). As condições do acordo
implicaram em redução de 50% do valor da dívida em circulação da ordem
de £ 220 milhões.
46
3.3. INFLAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
relevante para o campo acadêmico, podendo ser utilizado como referência para
futuras pesquisas.
E por fim, após concluir as pesquisas, sugere como nova linha de estudo,
“Endividamento externo no Brasil e Inflação: Origens e consequências”.
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS