Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E EXECUÇÃO, NOVAS 81
JAN-MAR
2016
ALTERNATIVAS E PERSPECTIVAS ISSN 1809-7197
www.ibracon.org.br
DE APLICAÇÃO
Fundada em 1972, seu objetivo é promover e divulgar conhecimento sobre a tecnologia do concreto e de
seus sistemas construtivos para a cadeia produtiva do concreto, por meio de publicações técnicas, eventos
técnico-científicos, cursos de atualização profissional, certificação de pessoal, reuniões técnicas e premiações.
Receba gratuitamente as quatro edições anuais Descontos nos eventos promovidos e apoiados
da revista CONCRETO & Construções pelo IBRACON, inclusive o Congresso Brasileiro
Tenha descontos de até 50% nas publicações do Concreto
técnicas do IBRACON e de até 20% nas Oportunidade de participar de Comitês Técnicos,
publicações do American Concrete Institute intercambiando conhecimentos e fazendo valer
(ACI) suas opiniões técnicas
seções
& Construções & Construções
7 Editorial
8 Coluna Institucional REVISTA OFICIAL DO IBRACON
PAVIMENTOS DE CONCRETO Instituto Brasileiro do Concreto
PAVIMENTOS DE CONCRETO Instituto Brasileiro do Concreto
81 81
9 Converse com IBRACON
E EXECUÇÃO, NOVAS JAN-MAR
gico e informativoEXECUÇÃO,
E NOVAS EDITORIAL
para o setor produ- JAN-MAR
2016 2016
ALTERNATIVAS E PERSPECTIVAS ISSN 1809-7197 ALTERNATIVAS E PERSPECTIVAS
tivo da construção civil, para o ensino à Guilherme Parsekian ISSN 1809-7197
11 Encontros e Notícias
www.ibracon.org.br www.ibracon.org.br
DE APLICAÇÃO DE APLICAÇÃO
e para a pesquisa em concreto. (alvenaria estrutural)
VENCEDORES DO PRÊMIO
SAINT GOBAIN DE ARQUITETURA
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
CAA EM REGIÕES
COSTEIRAS QUENTES
112 Acontece nas Regionais PERSONALIDADE ENTREVISTADA
à Ercio Thomas
CAA EM REGIÕES
COSTEIRAS QUENTES
24
à Helena Carasek
Sistema Pavimento Industrial ASSINATURA E ATENDIMENTO
(argamassas)
office@ibracon.org.br à Hugo Rodrigues
(cimento e comunicação)
GRÁFICA
27
à Inês L. da Silva Battagin
Evolução e alternativas em pisos industriais Ipsis Gráfica e Editora
(normalização)
Preço: R$ 12,00
à Íria Lícia Oliva Doniak
(pré-fabricados)
33
As ideias emitidas pelos entre-
Os dez mandamentos do pavimento de concreto vistados ou em artigos assinados
à José Martins Laginha Neto
(projeto estrutural)
são de responsabilidade de seus
à José Tadeu Balbo
autores e não expressam, neces-
sariamente, a opinião do Instituto. (pavimentação)
46
Todos os direitos de reprodução
Projeto de pavimento de concreto protendido reservados. Esta revista e suas (arquitetura)
à Paulo Helene
para terminal de contêineres partes não podem ser reproduzidas
nem copiadas, em nenhuma forma (concreto, reabilitação)
à Selmo Chapira Kuperman
55
de impressão mecânica, eletrônica,
Low noise concrete pavements ou qualquer outra, sem o consen- (barragens)
timento por escrito dos autores à Andréa Arantes Severi
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Instituto Brasileiro do Concreto
90
Bernardo Tutikian
Pista experimental da USP em pavimento de 11/11/1980
Declarado de Utilidade
de concreto com armadura contínua Pública Federal | Decreto
DIRETORA TÉCNICA
Inês Laranjeira
95
86871 de 25/01/1982
Concreto autoadensável em regiões costeiras da Silva Battagin
107
DIRETOR DE PUBLICAÇÕES
Avanço na normalização técnica brasileira DIRETOR 2º VICE-PRESIDENTE E DIVULGAÇÃO TÉCNICA
de concreto e construções Luiz Prado Vieira Junior Eduardo Barros Millen
N
este primeiro editorial como presidente do u Manter, incentivar e
IBRACON, não poderia inicialmente deixar de agra- promover uma nova
decer ao Conselho Diretor pela confiança deposita- estratégia de Marke-
da. A responsabilidade é grande, mas, com o apoio ting para nossa insti-
da Diretoria e do Conselho Diretor do IBRACON, tuição, que reconhe-
tenho a certeza que iremos levar a frente o Instituto, não obstan- cidamente é a mais importante entidade técnica nacional
te os tempos difíceis que estamos vivendo. voltada à cadeia produtiva do Concreto;
Com relação à nova Diretoria, ressalto que já está em plena u Fortalecer e ampliar os Comitês Técnicos, inserindo-os nos
atividade, com reuniões mensais na sede da ABCP. Objetivan- eventos do IBRACON e de entidades parceiras, promo-
do-se atingir resultados mais eficazes, pretendemos implemen- vendo ainda workshops no sentido de apresentar os resul-
tar uma reestruturação no método de trabalho, com reuniões tados obtidos;
semanais setorizadas com Diretores, de acordo com o assunto u Estreitar e aumentar o relacionamento com entidades
que se pretenda discutir. Pretendemos, com isso, proporcionar parceiras;
maior flexibilidade na rotina dos Diretores, atingindo mais rapida- u Não obstante o Congresso Brasileiro do Concreto (CBC) já
mente os resultados esperados. ter reconhecimento da Comunidade Técnica, pretende-se
A boa receptividade da nova Diretoria demonstrou o quanto se colocar na sua grade sessões técnicas com temas práticos
quer fazer pelo desenvolvimento do Concreto no Brasil, dando e de interesse de Construtoras, atraindo novamente este im-
ênfase a todas as ações que beneficiem os sócios. portante participante da Cadeia Produtiva do Concreto;
Em relação ao plano de ações desta gestão, não obstante ser- u Fortalecer as atividades estudantis, com a criação da di-
mos sempre otimistas com o nosso maravilhoso país, os dias retoria de Atividades Estudantis e sedimentando os Con-
atuais recomendam cautela, pés no chão e sem “reinventar a cursos promovidos durante os eventos do IBRACON e de
roda”. Dizem que o mais difícil de ser executado são sempre outras entidades;
as ações mais simples!! Por isso, transcrevo a seguir a missão u Viabilizar, técnica e economicamente, o processo de Certifi-
do IBRACON que consta em nossos Estatutos, para tomar- cação, mediante sua reestruturação, iniciando, pela Diretoria
mos isto como o nosso plano de ações. de Cursos, o treinamento de potenciais candidatos ao pro-
“O IBRACON tem por missão criar, divulgar e defender o cesso de Certificação;
correto conhecimento sobre materiais, projeto, construção, u Manter, promover e incentivar o lançamento de livros,
uso e manutenção de obras de concreto, desenvolvendo publicações e periódicos, que tanto interesse atraem em
o seu mercado, articulando seus agentes e agindo em nossos associados.
benefício dos consumidores e da sociedade em harmonia Finalizando, não poderia deixar de destacar o 57º CBC recen-
com o meio ambiente” temente realizado em Bonito/MS. O retorno dos cerca de oito-
Para que fazer conjecturas e projetos irreais e inalcançáveis? centos presentes no evento, através da pesquisa respondida por
Vamos implementar ações simples, que atendam à filosofia eles, demonstra que o evento superou as expectativas, seja pelo
contida em nossa missão. tema principal escolhido, seja pelo alto nível técnico das palestras
Inúmeras ações já estão em curso por todas as Diretorias, sem proferidas, destacando-se, ainda, sua perfeita organização.
exceção, sempre com foco na missão do IBRACON, poden- Desejamos que o início desta nova gestão à frente do IBRACON
do-se destacar: coincida com o começo de um ciclo de crescimento para o setor,
u Fortalecimento das Regionais, incentivando-as a promo- com resultados mais positivos para as empresas, criando meios
ver eventos e workshops, dando o suporte técnico e ma- para que essas possam reinvestir em tecnologia e treinamento.
terial necessário;
u Reestruturação no relacionamento com as Regionais, moti- JÚLIO TIMERMAN
vando-as a atrair mais sócios locais; Presidente do IBRACON | Instituto Brasileiro do Concreto
A
ssim prenunciam os seu mercado, articulando seus
arautos do apoca- agentes e agindo em benefício
lipse. Economistas dos consumidores e da socie-
de grandes corpo- dade em harmonia com o meio
rações, diretores de ambiente, assim o IBRACON
empresas, agências de classifica- continuará sua rota, agora sob
ção de risco indicam um ano com a presidência do eng. Julio Ti-
sérias dificuldades econômicas merman e sua nova diretoria, da
para o Brasil em geral e também qual orgulhosamente, por seu
com sérias dificuldades políticas convite, passo a fazer parte.
para os políticos em particular. Como instituição e com o intuito
Estamos vivendo tempos nunca de não nos abatermos por previ-
antes acontecidos. Não podemos sões ruins, vamos continuar a ter
dizer que já vimos este filme, por- nas publicações um dos veículos
que presidentes e altos executivos principais de divulgação, educa-
de grandes construtoras e políti- ção, informação e boas notícias.
cos sendo presos é uma novida- Só assim e com cada um cum-
de. Juízes corajosos para fazer a prindo com sua função, conse-
justiça prevalecer, um ministério guiremos superar o ano com me-
público atuante e a polícia federal nos dificuldades, até voltarmos a
cumprindo seu dever com a determinação de agora, é ter crescimento e desenvolvimento para todos.
algo inusitado. Peço especial atenção aos leitores, para conferirem os
E isso não é para todos se animarem na suposição de participantes do Comitê Editorial desta revista, sob a pre-
que os ladrões, corruptos, desonestos, efetivamente pa- sidência do prof. Dr. Guilherme Parsekian, com a equipe
garão pelos seus crimes? E daí o medo, que antes não completada com mais profissionais, todos do mais alto
existia, de ir parar atrás das grades não irá impedir novos nível técnico. Com essa equipe, sem dúvida, teremos óti-
delitos? Pois era essa a razão dos crimes: ninguém ia mas edições pela frente!
para a cadeia a não ser o ladrão de maçã da feira. O planejamento geral do ano já está feito, com os temas
Sim, acredito que devemos mais nos animar com o que de capa definidos e com a disposição e comprometimen-
está acontecendo, vendo as coisas boas que estão por to já declarados de todos os integrantes do Comitê em
aí, do que ficarmos nos lamentando atrás das previsões trabalhar em prol dos objetivos do Instituto.
de mau agouro. Um agradecimento que não podemos deixar de fazer, ao
Devemos nos engajar na luta pela decência, honestidade, nosso incansável e competente editor Fábio Luís Pedro-
eficiência, competência. Só assim haverá progresso. so, pessoa sem a qual esta publicação não seria possível.
Com essa visão e com o propósito de cumprir os ob- Acreditemos no futuro, vamos pensar positivo e cumprir
jetivos pelos quais foi criado, quais sejam, atuar na nossas obrigações. O IBRACON continua ao lado de
defesa e valorização da engenharia civil, com objetivo nossa engenharia.
de divulgar a tecnologia do concreto e seus sistemas Feliz 2016 a todos.
construtivos, criar, divulgar e defender o correto co-
nhecimento sobre materiais, projeto, construção, uso ENG. EDUARDO BARROS MILLEN
e manutenção de obras de concreto, desenvolvendo D iretor de publicações técnicas do IBRACON
Qual a especificação e o controle apro- verticais sejam resistidos pelo uniforme que se altere o mínimo
priados para o concreto aplicado a fun- atrito lateral e apenas 20% pelo possível durante o lançamento;
dações, considerando lançamento de fuste comprimido. Muito difícil u para conseguir isso, simplisti-
grande altura em meio fluido (polímero que o fuste suporte tensões atu- camente falando, é preciso de
ou bentonita), ou ainda a concretagem antes superiores a 6MPa. Fiz um uns 450kg de finos por m3, ou
contra o solo, mais especificamente no estudo de uma estaca tipo hélice seja material de Dmax inferior a
caso de estacas escavadas de grande de 22m de profundidade e as ten- 0,150mm que pode ser cimento
diâmetro, com fluido estabilizante, ou sões no concreto, máximas, não (mas seria contra a sustentabi-
estacas hélice-contínua monitoradas? chegaram nem a 3MPa; lidade do planeta) ou areia fina,
CLOVIS SALIONI JUNIOR u nas paredes diafragma o limitador argila, silte, pó calcário, escória
D iretor Presidente da ABEF em geral é o tamanho dos equipa- moída, fly ash, metacaulim, silica
mentos que fazem que as espes- ativa, cal hidratada, certos aditi-
Segundo a norma atual de fundações suras mínimas sejam da ordem de vos espessadores, etc.;
ABNT NBR 6122, o concreto deve ter 30cm (Clam Shell) e 60cm (Hidro- u claro que se for realizado um estu-
consumo mínimo de 400kg por m3 e fresa) até1,40m, creio eu. A resis- do adequado de dosagem é possí-
f ck ≥ 20MPa. Como essa especifica- tência à compressão do concreto vel melhorar ainda mais o concreto
ção contém em si uma incoerência em peças fletidas (paredes dia- usando conceitos de granulometria
técnica grave é preciso atualizar. fragma), em geral, tem pequena contínua, densificação da massa, e
Por um lado essa especificação é importância frente à disposição e outros que reduziriam ainnda mais
falava de sustentabilidade do plane- u em sapatas e tubulões as tensões Portanto porque usar cimento se é
ta, se empregava agregados naturais no concreto ficam limitadas pelas possível usar outros materiais que
(areia grossa lavada de rio e seixo ro- tensões resistentes do solo, ou não poluem a atmosfera ou já a po-
lado) e não existia aditivos e adições. seja, algo sempre inferior a 2MPa, luíram anteriormente durante a fabri-
Por outro lado é muito ruim espe- em geral. Óbvio que no topo, no cação (resíduos industriais) e hoje
cificar o que não se pode medir, e encontro sapata-pilar ou encontro seriam considerados entulhos polui-
até hoje não existe no Brasil nem no sapata-bloco de fundação, onde dores também?
mundo, um método para medir con- pode haver momentos e até tra- Concluindo a idéia é usar da ordem
sumo de cimento no recebimento do ção, pode ser necessário tensões de 200kg de cimento e o restante ou-
Portanto o ideal é especificar pro- Resumindo pode-se dizer, que nos Hoje, com o advento da norma de
priedades mensuráveis e deixar por casos gerais, fck= 20MPa é mais que concreto autoadensável ABNT NBR
conta do produtor do concreto quais suficiente para a maioria dos casos 15823, há total possibilidade de es-
Considerações sobre tensões de Considerações sobre procedimento tacas e paredes diafragma (concreta-
Fabiana, antes do grauteamento é 018:600.04-001 (Alvenaria de blocos UFSCar e presidente do Comitê Editorial
Alvenaria Estrutural:
cálculo, detalhamento
e comportamento
O livro objetiva esclarecer
dois importantes efeitos
relacionados às paredes de al-
ência profissional em projeto
e execução de edificações em
alvenaria estrutural.
venaria estrutural e que devem Destina-se a engenheiros, ar-
ser considerados nos cálculos quitetos e projetistas de es-
das edificações: o efeito de trutura e de fundações, bem
arco e os esforços resultantes como aos estudantes que
da ação do vento. desejam conhecer mais sobre
Seu autor, José Luiz Pereira, esse sistema construtivo.
é engenheiro civil pela Escola
Politécnica da Universidade de à Informações:
São Paulo, com larga experi- www.piniweb.com.br
O mestre da arte de
resolver estruturas
O jornalista
Oliveira
Nildo
lançou
Carlos
recen-
temente o livro “O mestre da
de Arte Contemporânea do Rio
de Janeiro e de outros impor-
tantes marcos da arquitetura e
arte de resolver estruturas: a engenharia brasileiras.
história do engenheiro Bruno Com 200 páginas, o livro traz
Contarini”, pela editora Joseph ainda soluções estruturais
Young Editorial. adotadas por Bruno Contari-
O livro, patrocinado pela ni em suas obras, no Brasil e
Arcelor Mittal, conta a vida des- no exterior.
te engenheiro, que foi um dos
responsáveis pela construção à Informações:
da ponte Rio-Niterói, do Museu www.revistaoempreiteiro.com.br
IABMAS 2016
A 8ª Conferência Internacional so-
bre Manutenção, Segurança e
Gerenciamento de Pontes (IABMAS
2016) será realizada em Foz do Igua-
çu, no Brasil, de 26 a 30 de junho
de 2016, sendo organizada pela As-
sociação Internacional para Manu-
tenção e Segurança de Pontes (IA-
BMAS, na sigla em inglês), tendo o pontes, reabilitação e manutenção pontes, reforço de pontes com con-
apoio da Universidade de São Paulo de pontes, aspectos geotécnicos e creto ultra-alto desempenho, entre
(USP). O evento é coordenado pelo estruturais das fundações de pon- outros temas, também vão integrar a
vice-presidente do IBRACON, Prof. tes, entre outros. 17 Sessões espe- Conferência. Nela estarão presentes
Tulio Bittencourt. ciais sobre desafios impostos aos os diretores do IBRACON, professo-
A Conferência será composta por proprietários e operadores pelo en- res Bernardo Tutikian, Enio Pazini,
18 simpósios, que discutirão temas, velhecimento da infraestrutura, co- Luiz Carlos Pinto e Paulo Helene.
como avaliação do ciclo de vida de lapsos repentinos e não esperados, As inscrições para a Conferência es-
pontes em ambientes agressivos normalização da qualidade para pon- tão abertas e a preços promocionais.
com base em seu desempenho, tes rodoviárias, uso de tecnologias Informações:
à
modelagem e monitoramento de da informação pela engenharia de www.iabmas2016.org
José Tadeu
Balbo
J
osé Tadeu Balbo é engenheiro civil formado em restauração e drenagem da Avenida dos Bandeirantes,
1984, com mestrado e doutorado em Engenharia da Rodovia Régis Bittencourt, dos helipontos dos Palácios
dos Transportes, pela Escola Politécnica da dos Bandeirantes e Boa Vista, dentre inúmeros outros.
Universidade de São Paulo (USP). É Livre
Docente em Projeto e Construção de Optou por seguir a carreira acadêmica, ambiente que lhe
Pavimentos pela USP desde 1999. proporciona buscar, segundo ele, novos paradigmas para
enfrentar os problemas da Engenharia de Transportes,
Em sua carreira profissional, atuou nas empresas sendo atualmente professor da USP e chefe do
Sondotécnica, Setepla e Etep, como engenheiro e Departamento de Engenharia de Transportes
coordenador de projetos, e fundou com colegas a da Escola Politécnica. Como pesquisador, é coordenador
Tecnacon, empresa de consultoria em projetos, que de um projeto de uma pista experimental em concreto
possuía laboratório para ensaios de solos e asfaltos, que continuamente armado, recentemente inaugurada, cujos
prestou serviços para diversas empresas de projeto em resultados devem servir para a normalização e o projeto
São Paulo, além de executar projetos viários, como a estrutural desse tipo de pavimento em nosso país.
IBRACON – Em sua carreira a área de transporte; e, por fim, a optar José Tadeu Balbo – A origem de meu
profissional, logo após se graduar em por seguir a carreira acadêmica, depois interesse por engenharia civil e por
engenharia civil (1984), você optou pela de ter sido engenheiro de projetos infraestrutura de transportes remonta
área da engenharia dos transportes na em empresas como a Sondotécnica, ao início da construção da rodovia
pós-graduação. Conte-nos as razões que Setepla e Etep, considerando ainda sua Castelo Branco em meados dos anos
o motivaram a escolher a profissão de experiência em ter sido sócio-fundador e 1960. Meu saudoso pai era grande
engenheiro civil; em seguida, a preferir diretor técnico da Tecnacon. entusiasta de rodovias e se maravilhava
IBRACON – A propósito: quais foram Quanto à atuação em parceria entre a desde o início de suas pesquisas
as principais lições aprendidas pelo indústria e a academia, sou plenamente científicas. O que são os pavimentos
pesquisador das experiências adquiridas favorável e entusiasta desse tipo rígidos e os pavimentos semirrígidos?
nessas empresas? Quais projetos de iniciativa, assunto sobre o qual Por que o estudo científico desses
“
O PROJETO EXPERIMENTAL DE UMA PISTA DE CONCRETO
“
CONTINUAMENTE ARMADO, EXECUTADO EM JANEIRO NO CAMPUS
DA USP, É FRUTO DE DOIS ANOS DE ENTENDIMENTO COM VÁRIOS
ENTES DA INDÚSTRIA E DA CONSTRUÇÃO CIVIL
“
[PAVIMENTOS RÍGIDOS, HÍBRIDOS E SEMIRRÍGIDOS] PARA AS
CONDIÇÕES BRASILEIRAS É FUNDAMENTAL PARA TERMOS
RODOVIAS DE MELHOR DURABILIDADE
pavimentos é importante? Quais são suas semirrígidos são aqueles que possuem que podemos fazer para melhorá-las
principais aplicações? revestimento asfáltico e base ou sub- e termos resultados mais positivos no
José Tadeu Balbo – Tradicionalmente, base, ou ambas, com algum material futuro próximo. As aplicações desses
os engenheiros rodoviários entendem estabilizado com ligante hidráulico, tipos de pavimentos são amplas em
por pavimentos rígidos aqueles que não é concreto. O estudo e rodovias, vias urbanas e BRT (Bus
que possuem revestimento em desenvolvimento dessas soluções para Rapid Transit) graças à evolução da
concreto; isso não é completamente as condições brasileiras é fundamental tecnologia de misturas asfálticas de
justificável, pois os blocos de concreto para termos rodovias de melhor elevado desempenho para suportar
intertravados sobre bases granulares durabilidade. Para o tráfego pesado tráfego pesado.
são flexíveis, para exemplificar. temos de pensar em pavimentos de
Prefiro chamá-los de pavimentos concreto ou em pavimentos híbridos. IBRACON – Recentemente tem se
de concreto quando esse material Para situações de médio volume de dedicado ao pavimento de concreto
é seu revestimento. Quando a base tráfego, os pavimentos semirrígidos continuamente armado, com a recém-
situações de implantação?
“
PARA SE CHEGAR A UM GUIA DE PROJETO NACIONAL PARA O
“
PAVIMENTO DE CONCRETO CONTINUAMENTE ARMADO, TEREMOS UM
TRABALHO DE PESQUISA QUE TOMA AO MENOS DE 5 A 10 ANOS,
PODENDO OCORRER ANTES POR FORÇA DE CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
de retração?
“
O POTENCIAL ECONÔMICO DE RECICLAGEM DE PAVIMENTOS
“
DE CONCRETO NO BRASIL PRATICAMENTE NÃO JUSTIFICA A
IMPORTAÇÃO DE RECICLADORAS IN SITU DE ALTA TECNOLOGIA
E CAPACIDADE PRODUTIVA
“
EM CONCRETO NO BRASIL. COMEÇA PELO FATO DE NÃO TERMOS
CONSOLIDADO, EM NÍVEL FEDERAL E ESTADUAL, NORMA DE
PROJETO ADEQUADA ÀS CONDIÇÕES DO BRASIL
permeáveis e stone matrix asphalt. de concreto simples até 20 m ou mas não atendem tecnicamente nem
É conveniente notar que essas mais. Contudo, se o controle de ao tráfego circulante nem às condições
tecnologias já saíram dos laboratórios cura não for rígido o suficiente, extremas de temperatura na região
e estão em uso em pista, agradando pode se configurar a fissura de Nordeste. Há trechos construídos nos
os motoristas por mais que eles retração nessas placas longas, o que quais, após três a quatro anos, há
sejam amantes do concreto. Os afetaria bastante o desempenho do intensa fissuração por fadiga. Na fase
microrrevestimentos asfálticos têm sido sistema. Ademais, elas mesmas têm de construção os maiores problemas se
muito empregados em serviços de sua serventia na fase inicial para o atêm à retração plástica e de secagem,
manutenção. Há intensa normalização controle de fissuras de retração. como era de se imaginar ainda para
na área de pavimentação asfáltica, as condições do litoral do Nordeste.
em especial do DNIT (Departamento IBRACON – Sua intensa participação Também ocorrem casos de juntas e
Nacional de Infraestrutura dos em pesquisas e projetos de recuperação seus componentes não atenderem
Transportes), abrangendo os mais de pavimentos de concreto confere-lhe às especificações de projeto. Muitos
amplos aspectos, como projeto, uma posição privilegiada para fazer um engenheiros do setor rodoviário me
métodos de ensaio, especificações diagnóstico sobre as principais causas da confidenciaram que o pós-venda do
de serviços e de equipamentos, deterioração em pavimentos de concreto, pavimento de concreto é um dos
métodos de avaliação estrutural e bem como um prognóstico das medidas piores e que não há o que fazer. Eu,
funcional, critérios de decisão para técnicas mais promissoras na solução particularmente, acredito que há o
manutenção. Ocorre que na área do dos problemas. Qual é seu diagnóstico que fazer e que podemos alterar
pavimento de concreto a normalização e seu prognóstico em relação aos esse estado de coisas: normalização,
é mínima, estranhamente, para um pavimentos de concreto no país? certificação da mão de obra,
sistema construtivo que apresenta e José Tadeu Balbo – Tenho atendido treinamento adequado de engenheiros
requer inúmeros detalhes e cuidados ao Exército Brasileiro (com CGU - de obra e de projetistas, mudança
construtivos, o que faz, em muitos Controladoria Geral da União, TCU de enfoque para a durabilidade e a
momentos, o engenheiro de obras – Tribunal de Contas da União e visão social do problema (rodovias
ou de projetos, órfão. Temos muita PF – Polícia Federal envolvidos) em são as artérias dos brasileiros),
coisa importante e urgente para fazer, alguns casos de rodovias federais pesquisa, experimentação, busca de
mas já estou convencido a esta altura em concreto no Nordeste Brasileiro. tecnologias alternativas.
que as mudanças trazem receios de Também tenho atendido ao DNIT em
várias naturezas. São razões para a outros trechos da BR-101. Há também IBRACON – Recentemente, você
paralisação que nós encontramos nosso envolvimento com empresas coordenou uma Conferência
nesse aspecto. em alguns trechos, mas em geral Internacional em Melhores Práticas
As macrofibras entraram bastante somos mobilizados após a “maionese para Pavimentos de Concreto, que
forte no mercado de pisos industriais desandar”, razão pela qual conheço trouxe as pesquisas e as tecnologias em
apresentados no Reino Unido e nos razões para deterioração precoce são desenvolvimento de ponta no mundo. O
EUA comprovam que, para certos recorrentes. Placas de concreto simples que a Conferência apontou em termos
consumos do material, podem ser de 210 a 230 mm de espessura podem de novidades e de melhores práticas em
espaçadas as juntas dos pavimentos viabilizar economicamente a solução, pavimentação em concreto? De que forma
“
NORMALIZAÇÃO É MÍNIMA, PARA UM SISTEMA CONSTRUTIVO
QUE REQUER INÚMEROS DETALHES E CUIDADOS CONSTRUTIVOS,
O QUE FAZ O ENGENHEIRO DE OBRAS OU DE PROJETOS, ÓRFÃO
o Brasil poderá se beneficiar do emprego Comissão? Em sua opinião, o que poderia até o quarto ano. Fizemos isso com
dessas novidades e práticas? ser melhorado no currículo das escolas uma redução média de 18% da carga
José Tadeu Balbo – Para o meio de engenharia em relação a informações horária anteriormente dada, para que o
viário urbano a conferência teve muita sobre pavimentos de concreto? estudante de engenharia conseguisse
informação sobre os pavimentos de José Tadeu Balbo – As alterações na a formação básica até o quarto ano.
concreto permeáveis. Além disso, grade de ensino de engenharia da Durante os quatro anos iniciais os
muito se discutiu sobre as ciclovias Escola Politécnica da USP (EPUSP) estudantes devem selecionar nove
e os materiais atinentes a essa foram uma grande paixão no meu disciplinas optativas que podem ser
modalidade de transporte. Reciclagem trabalho acadêmico recentemente. cursadas a livre escolha, inclusive em
também entrou na temática, bem Aprimoramos o Ciclo Básico dos qualquer outro curso de graduação
como as melhorias que se tem engenheirandos, que possui sua última da USP, permitindo uma mobilidade
buscado na Europa em termos do disciplina no terceiro ano do curso. Em altamente salutar do estudante, que
emprego dos pavimentos de concreto contrapartida, os engenheiros, e não agora pode adquirir conhecimentos em
continuamente armados. somente os civis, já têm contato com ao Direito, em Marketing, em Biologia, em
menos uma disciplina de habilitação a Climatologia, onde desejar. O quinto
IBRACON – Como membro da partir do primeiro ano. Há um bloco de ano é um ano de especialização. Nesse
Comissão de Modernização do Curso disciplinas de Ciências de Engenharia último ano o estudante cumpre um
de Graduação em Engenharia Civil e (Mecânica, Fluidos, Geomecânica, bloco de disciplinas fechado que lhe
do Ciclo Básico de Engenharia, quais Ambiente, etc.), que segue até o terceiro permite especializar-se em Construção
têm sido suas principais propostas na ano. As disciplinas de habilitação vão Civil, em Hidráulica, em Estruturas, em
CRÉDITO: ARQUIVO PESSOAL DE J. T. BALBO Transportes e, além disso, o estudante
poderá escolher um quinto ano
especializado, por exemplo, em Energia
(oferecido pela Engenharia Elétrica) ou
em Produção (oferecido pela Engenharia
de Produção), para exemplificar. Isso
nos dá uma perspectiva de termos
egressos com visão mais ampla sobre
sua profissão, sua área, sua cidade,
seus problemas, seu país, seu mundo,
e se quisermos, sobre o Universo para
aqueles que optarem por fazer uma
disciplina em Cosmologia ou Astrofísica.
Essa nova estrutura de cursos,
acreditamos, não apenas coloca um
engenheiro mais aberto para o mercado,
como também aumentará a busca por
vagas na EPUSP. Acredito que essas
Prof. Balbo aponta junta em pavimento de concreto da BR 101 PE mudanças serão baliza futura para
“
PLACAS DE CONCRETO SIMPLES DE 210 A 230mm DE ESPESSURA
“
PODEM VIABILIZAR ECONOMICAMENTE A SOLUÇÃO, MAS NÃO ATENDEM
TECNICAMENTE NEM AO TRÁFEGO CIRCULANTE NEM ÀS CONDIÇÕES
EXTREMAS DE TEMPERATURA NA REGIÃO NORDESTE
O sistema
Pavimento Industrial
LEVON HAGOP HOVAGHIMIAN
PÚBLIO PENNA FIRME RODRIGUES
Associação Nacional de Pisos e
Revestimentos de Alto Desempenho (Anapre)
A
s pessoas têm enorme ou quando vemos uma fissura de problemas específicos, como uma
facilidade de julgar as ordem estrutural, como uma quebra drenagem subsuperficial, camada de
coisas pelo seu exterior de canto de placa, automaticamente bloqueio, etc. e, outras vezes, algu-
e quando se trata de pavimentos o projetista é o alvo das críticas. mas são suprimidas, como o subleito
industriais essa avaliação subjetiva Mas a realidade é outra: o piso de um piso estaqueado. Finalmente,
é ainda mais fácil, pois o que está industrial é um elemento estrutural para completar, temos que olhar o
à mostra é apenas a sua superfície: bastante complexo, composto por piso sob o ponto de vista horizontal
por exemplo, um piso com o RAD diversas camadas superpostas, com- para então vermos outro componente
(Revestimentos de Alto Desempe- postas por materiais bastante dis- muito importante: as juntas.
nho) solto quem é imediatamente tintos, como podemos ver na Figura A falha de um desses componen-
rotulado é o aplicador, quando na 1 e que geralmente é composto de: tes estruturais não é necessariamen-
realidade podem haver outros fa- subleito, sub-base (ou base), barreira te compensada por outro; assim, se
tores importantes que conduzem a de vapor, placa de concreto e reves- o subleito é mal compactado, uma
essa patologia, sem que seja ne- timento. Muitas vezes, outras cama- placa de concreto bem dimensio-
cessariamente culpa da aplicação, das são introduzidas para resolver nada pode romper com carga mui-
tas vezes bem abaixo da prevista
em projeto e, embora o defeito se
apresente de forma estrutural, na
realidade foi causado por uma falha
executiva.
Neste artigo, vamos fazer uma
breve introdução dos principais
componentes do sistema piso
industrial.
SUBLEITO
O subleito é composto pelo ter-
reno de fundação do piso, sendo,
portanto, o solo local. Em países
u Figura 1 de clima quente e úmido como o
Sistema de um piso industrial
Brasil e, portanto, de grande
BARREIRA DE VAPOR
As barreiras de vapor, formadas
por camadas impermeáveis, como
lonas plásticas ou imprimações im- u Figura 3
Lona plástica – barreira de vapor
permeabilizantes, são geralmente
u Figura 4
Construção do piso
JUNTAS
As juntas são elementos introdu-
zidos para o controle das variações
higrotérmicas do concreto além de
servirem como elementos auxiliares
na execução. Devem apresentar a ca-
racterística de permitir a continuidade u Figura 6
RAD
estrutural do piso, mas, mesmo assim,
O
s pisos industriais, tam- e controle do pavimento industrial, gaard, limitando-se à máxima tensão
bém conhecidos como abordando o conceito do sistema de tração na flexão na placa de con-
pavimentos industriais, piso, constituído pelo terreno de fun- creto. Westergaard foi o pioneiro no
apresentaram enorme progresso nas dação, base ou sub-base, placa de estudo das placas rígidas apoiadas
últimas décadas e essa evolução de- concreto e, eventualmente, revesti- em meio elástico e, embora para os
ve-se muito à mudança do ponto de mento, e que, se um dos elementos outros tipos de reforços não se em-
vista do usuário sobre o que de fato desse sistema falhar, o todo ficará pregue mais seus modelos, toda a
é um piso industrial. comprometido. conceituação teórica continua calca-
Pode-se defini-lo como sendo o da em seus estudos.
componente da edificação que in- 2. TIPOS DE PISOS As principais vantagens do piso
terfere diretamente no processo in- Pode-se qualificar os pisos quan- de concreto simples são:
dustrial, ou seja, é como fosse um to à fundação – direta ou estaqueado u facilidade de execução;
equipamento, que se não atender às – e ao tipo de reforço estrutural. Nes- u rigidez elevada;
necessidades de uso, irá interferir na te texto, será tratado apenas o piso u dosagem do concreto mais
produtividade da indústria. em fundação direta, abordando os simples.
O mercado de pisos industriais no tipos estruturais: concreto simples, Como desvantagem, pode-se
Brasil em 2011 era de 42 milhões de armado, protendido, reforçado com citar:
metros quadrados, sendo que 60 % fibras e concreto de retração com- u placas de pequenas dimensões,
foram executados sem formalização pensada, apresentando as principais variando de 4 x 4 m a 5 x 5 m;
técnica, isto é, sem que houvesse particularidades de cada tipo, pontos eventualmente, pode ser em-
projeto ou especificação técnica, positivos e negativos. pregada armadura superior para
enquanto 40% foi com formalização controle de retração do concreto,
técnica. 2.1 Concreto simples sem função estrutural,permitindo
Quando se considera apenas os placas de maiores dimensões;
pisos executados com formalização Largamente empregado no pas- u quantidade elevada de juntas,
técnica, cerca de 68% foram com sado no Brasil e ainda muito popu- variando de 0,4 a 0,5 metros de
tela soldada, 19% com fibras de aço, lar nos países da América do Norte, junta por m² de piso;
10% com macrofibras e 3% protendi- é um sistema que emprega apenas u menor controle de fissuração.
dos. Analisando o mercado de 2014 e o concreto como material estrutu-
2015, observa-se uma tendência no ral e, como consequência, o piso é 2.2 Concreto armado
aumento do uso de fibras e proten- mais espesso em relação a outras
dido em detrimento da tela soldada. soluções. Os pisos de concreto armado fo-
Em artigo na edição 45 desta Re- Seu dimensionamento é feito no ram desenvolvidos de maneira inde-
vista, foram apresentados os princi- modelo elástico, com o emprego das pendente por dois engenheiros sue-
3. CONCLUSÃO
Embora seja possível considerar
os diversos tipos de pisos industriais
como equivalentes, existem aplica-
ções que podem ser mais adequa-
das para uma solução e não tão boa
u Figure 6 para outras.
Barras de aço sendo posicionadas com o avanço da concretagem
O Quadro 1 procura orientar,
As vantagens do piso com con- u excelente controle de fissuração sem a intenção de ser assertivo e
u execução de placas de grandes u juntas com pequena abertura; usos mais adequados para cada
Macrofibra Retração
Tela Fibra metálica Protendido
polimérica compensada
Garagem corporativa ++ ++ +++ x x
Garagem residencial ++ x +++ x x
Cargas elevadas +++ ++ + +++ ++
Industrial +++ ++ ++ x ++
Logística ++ +++ +++ +++ +++
Supermercados +++ + +++ ++ +++
+++ Excelente; ++ Bom; + Razoável; x Baixa viabilidade.
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] ANAPRE: O Mercado de Pisos Industriais no Brasil. Associação Nacional de Pisos e Revestimentos. São Paulo, 2012.
[02] Rodrigues, P. P. F.: Pisos industriais: conceitos e execução. CONCRETO & Construções, Ano XXXIX, nº 45. IBRACON, São Paulo, 2007
[03] Rodrigues, P. P. F.: Pisos industriais protendidos com cordoalha engraxada. CONCRETO & Construções, Ano XLIII, nº 78. IBRACON, São Paulo, 2015
[04] Rodrigues, P. P. F.: Manual de Pisos Industriais: fibras de aço e protendido. Ed. PINI, São Paulo, 2010.
[05] ACI 360R-06: Design of Slabs on Grade. American Concrete Institute Committee 360, EUA 2006.
[06] ACI 223R-10: Guide for the Use of Shrinkage-Compensating Concrete . American Concrete Institute Committee 223, USA 2010.
Os dez mandamentos do
pavimento de concreto
MARCOS DUTRA DE CARVALHO – Engenheiro
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
A
partir da experiência nacio- a boa técnica da pavimentação rígida, quência ou uma lista de procedimentos
nal e internacional adquirida podendo ser despretensiosamente e atitudes sem os quais o bom resulta-
desde a execução do pri- chamados de “Os dez mandamentos do esperado, sem dúvida, não será al-
meiro pavimento de concreto, em Bel- do pavimento de concreto”. cançado. E tudo depende de pessoas,
lefontaine, Ohio (EUA), em 1893, além Os passos necessários e funda- ou melhor, de profissionais compromis-
da visão específica e da experiência da mentais para que se obtenha o sucesso sados, conforme descrito a seguir.
ABCP sobre o assunto, destacam-se desejado nas obras de pavimentação
aqui os princípios básicos que regem de concreto é traduzido como uma se- 1º MANDAMENTO
10º MANDAMENTO
* Trabalho extraído, atualizado e editado da Prática Recomendada PR-5 da ABCP, da série Pavimento de Concreto, de título “Os Dez Mandamentos da
40 | CONCRETO & Construções Pavimentação Rígida”, de autoria do engenheiro Marcos Dutra de Carvalho, especialista em projeto e tecnologia do pavimento de concreto e responsável
pelo Núcleo de Especialistas em Pavimentação da ABCP
u estruturas em detalhes
A
evolução do concre- restrito número de laboratórios ca- estrutural com o uso do CRF. No
to reforçado com fibras pacitados para a realização de en- entanto, isto vem atrelado, necessa-
(CRF) no Brasil ainda está saios específicos de caracterização riamente, a um maior rigor no nível
aquém do nível técnico das aplica- do CRF. Outro problema é a carên- de controle de qualidade do material
ções observadas em outros países. cia de normas nacionais focando o estrutural.
Na Europa, o CRF já é utilizado há CRF. Nesta situação, as inovações
algum tempo para lajes ou pavimen- obtidas recentemente se restringem 2. NOVO CÓDIGO MODELO fib
tos elevados tendo as fibras como à disponibilização de novas fibras Na concepção do Código Modelo
único material de reforço. No Brasil, no mercado. Mesmo assim, devido fib 2010 (FIB, 2013) o foco de análise
a principal aplicação ainda são os à insuficiência de controle tecnoló- do comportamento básico do CRF
pavimentos industriais apoiados em gico, as novidades que surgem vêm está na capacidade de absorção de
solo. Esta solução é sempre vincu- acompanhadas de dúvidas quanto esforços pós-fissuração. São previs-
lada de alguma forma às facilidades ao seu real desempenho estrutural. tos dois tipos de comportamento bá-
executivas que o uso do CRF pos- No sentido de mitigar este pro- sico. No primeiro, chamado de amo-
sibilita, como o fato de dispensar o blema, ocorreu recentemente a lecimento ou softening, associado a
processo de instalação da armadura instalação de um Comitê Técnico um volume de fibras abaixo do volu-
convencional. Além disso, o uso do CT303 IBRACON/ABECE: Uso de me crítico, a resistência pós-fissura-
CRF permite a entrada de caminhões Materiais não convencionais para ção do material é inferior à resistên-
betoneira para o lançamento direto Estruturas de Concreto, Fibras e cia da matriz. Por consequência, a
do concreto no local de aplicação. Concreto Reforçado com Fibras. capacidade de absorção de esforços
Um problema frequente relacio- Este comitê foi iniciado pela ABE- diminui com a fissuração da matriz e
nado ao uso do CRF para pavimen- CE (Associação Brasileira de Enge- o aumento da abertura da fissura (Fi-
tos está no controle reduzido ou nharia e Consultoria Estrutural) que gura 1a). Nesta condição ocorre ape-
nulo das características estruturais publicou uma recomendação de nas uma fissura no compósito uma
do material. Apesar do reduzido ní- projeto para aplicações estruturais. vez que a tensão no material diminui
vel de demanda estrutural dos pa- Esta recomendação foi baseada nas com o seu surgimento e ampliação.
vimentos, a ausência de estudos novas propostas do Código Modelo O outro comportamento previsto é
de dosagem e do controle regular fib 2010 (FIB, 2013), que traz uma aquele em que o material apresenta
das características do CRF gera um concepção que possibilita maior fle- uma resistência pós-fissuração su-
caráter empírico à aplicação. Parte xibilidade aos projetistas no dimen- perior à da matriz, (Figura 1b). Esta
3. O CONTROLE DO CRF
PARA PAVIMENTOS
Os programas de controle de
qualidade do concreto deveriam ser
algo básico e de total domínio da
comunidade técnica de uma região
u Figura 3 onde se executem obras de respon-
Curva padrão para medida de resistência residual pós-fissuração no ensaio
sabilidade. Nas últimas edições do
de flexão em prismas com entalhe adotado pela norma EN14651:2007
Congresso Brasileiros do Concreto,
a obtenção das equações constitu- função da relação f R3k/f R1k. O valor do IBRACON, foram relatados traba-
tivas do material, sendo que ε ELS = de f R1k pode variar de 1 MPa a 8 lhos que demonstraram claramente
CMOD 1/l cs e ε ELU = Wu/l cs, sendo que MPa e a relação f R3k/f R1k pode se cir- o risco de baixa qualidade de en-
Wu seja considerado de modo a 1% cunscrever nos seguintes intervalos saios sendo realizados por laborató-
Há também uma classifi- u a, se 0.5 ≤ f R3k/f R1k ≤ 0.7; reduzido de laboratórios acreditados
cação do comportamento do u b, se 0.7 ≤ f R3k/f R1k ≤ 0.9; pelo INMETRO para a realização do
CRF quanto à tenacidade pre- u c, se 0.9 ≤ f R3k/f R1k ≤ 1.1; ensaio de compressão axial. Isto é
vista pelo Código Modelo. Nele u d, se 1.1 ≤ f R3k/f R1k ≤ 1.3; prejudicial para a fundamentação da
pode ser relacionado com o ELS, Além disso, é estabelecida a re- país. Se esta condição difícil ocorre
correspondente ao f R1k, através da lação mínima f R3k/f R1k ≥ 0,5 o que para um ensaio simples como o de
relação f R3k/f R1k. Ou seja, são esta- configura uma resistência residual determinação da resistência à com-
belecidas categorias de compor- mínima no ELU que é a metade da pressão, para o controle da tenaci-
tamento residual (a, b, c, d, e) em resistência residual no ELS. Dessa dade é ainda mais crítica. Estudos
anteriores demonstraram que o en-
saio de determinação da tenacidade
a b através do tradicional método JSCE
SF4:1984, realizado com o mesmo
concreto em quatro laboratórios
distintos, foi problemático em ter-
mos de reprodutibilidade. Ressalte-
-se que esse ensaio tem uma con-
cepção menos sofisticada do que o
ensaio EN14651:2007 e, principal-
mente, é muito limitado para análi-
se das capacidades resistentes no
u Figura 4 ELS e ELU. A isso se soma o fato
Gráficos representativos das equações constitutivas para o de que esse ensaio exige um siste-
dimensionamento de elementos com CRF apresentando comportamento ma fechado de controle de deforma-
de softening (a) e hardening (b) segundo o fib Model Code
(di Prisco et al., 2010) ção, ou seja, a deformação imposta
no ensaio deve ser controlada pelo
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 15530: fibras de aço para concreto. Rio de Janeiro, 2007. 7p.
[02] DI PRISCO, M.; PLIZZARI, G.; VANDEWALLE, L. Fiber reinforced concrete in the new FIB model code. Proceedings of the Third International Congress and Exhibition
Fib “Think Globally, Build locally”. In: 3° FIB INTERNATIONAL CONGRESS, 2010, Washington, p. 1-12.
[03] EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. EN 14651. Test method for metallic fibre concrete - Measuring the flexural tensile strength (limit of proportionality
residual). European Standard. 2007. 20p.
[04] ESTRADA, A. R. C.; GALOBARDES, I.; REBMANN, M. S.; MONTE, R.; FIGUEIREDO, A. D. Geometric charactarization of polymeric macrofibers. Revista IBRACON de
Estruturas e Materiais, v. 8, p. 644-668, 2015.
[05] FÉDÉRATION INTERNATIONALE DU BÉTON – FIB. Fib Model Code for Concrete Structures 2010. Switzerland, 2013. 402p.
[06] JSCE - JAPAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. Method of tests for flexural strength and flexural toughness of steel fiber reinforced concrete. JSCE-SF4. Concrete
Library of JSCE. Part III-2 Method of tests for steel fiber reinforced concrete. 1984. p.58-61.
[07] KALIL, R. Z., ESCARIZ, R. C., FIGUEIREDO, A. D. Elaboração de método de ensaio para determinação do teor de fibras em concreto endurecido. In: 52o. Congresso
Brasileiro do Concreto, 2010, Fortaleza. Instituto Brasileiro do Concreto - IBRACON, 2010.
[08] MONTE, R.; TOALDO, G. S.; FIGUEIREDO, A. D. Avaliação da tenacidade de concretos reforçados com fibras através de ensaios com sistema aberto. Matéria (UFRJ),
v. 19, p. 132-149, 2014.
[09] PUJADAS P., BLANCO A., CAVALARO S.H.P., de la FUENTE A., AGUADO A. New Analytical Model to Generalize the Barcelona Test Using Axial Displacement. Journal
of Civil Engineering and Management. Vol. 19, n. 2, 2013
Projeto de pavimento em
concreto protendido para
um terminal de contêineres
MATEUS BERWALDT SANTOS – Professor Mestre
Instituto Federal Sul-Riograndense (IFSUL)
1. INTRODUÇÃO cargas: contêineres, stackers e guin- ção de água, o que provoca a perda de
O
s pavimentos portuários dastes de pórtico sobre pneus (RTGs). partículas finas, tornando a sub-base
geralmente estão sujeitos a Os tipos de pavimentos tradicional- mais recalcável. Desse modo, a ação
cargas elevadas e o dina- mente utilizados em portos são: pedra das rodas dos veículos poderá cau-
mismo das movimentações nos portos natural, concreto compactado a rolo, sar tensões maiores no pavimento na
cria dificuldades para obras de manuten- placas de concreto, concreto armado e proximidade das juntas. Além disso, a
ção. Por isso, as soluções de pavimenta- blocos intertravados de concreto. grande intensidade das cargas em um
ção devem ter resistência e durabilidade. Os pavimentos de concreto podem terminal portuário exige placas de maior
As cargas variam em geometria fornecer excelente desempenho, sob espessura e, muitas vezes, requer o
e intensidade, conforme a finalidade grande variedade de condições opera- uso de elevada taxa de armadura.
do terminal portuário. No caso de um cionais. No entanto, as juntas de dilata- No pavimento rígido em concreto pro-
terminal de contêineres como de Rio ção relativamente próximas constituem tendido, os esforços de tração são con-
Grande, destacam- se as seguintes pontos por onde pode ocorrer infiltra- trolados pela protensão, a qual comprime
o concreto, criando nele uma reserva de
tensão que permite uma redução sensí-
vel na espessura da placa. A placa assim
comprimida se constitui num pavimento
praticamente impermeável e sem trincas.
As juntas de dilatação, maior fonte de
quebras na placa convencional, podem
ser distanciadas até 150 m uma da outra
(SCHMID, 2005).
A protensão constitui um método
eficiente para diminuir o número de jun-
tas e reduzir o risco de fissuração na
placa. Assim, a protensão prolonga a
vida útil do pavimento, além de permitir
u Figura 1
Pátio do Tecon de Rio Grande – RS a redução da espessura da placa.
Este trabalho tem como objetivo
3.1 Dados iniciais de 4.1 Dados iniciais calque do solo apresenta resultados
VASCONCELOS (1979) menos expressivos.
Tabelas de 4.1 a 4.6 – Dados iniciais
Tabelas de 3.1 a 3.6 – Dados iniciais 5. CONCLUSÕES
de VASCONCELOS (1979) 4.2 Resultados Neste artigo foi apresentado um
modelo para dimensionar pavimentos
3.2 Resultados de VASCONCELOS Tabelas de 4.7 a 4.13 – Resultados em concreto protendido, sendo que
(1979) para pavimento portuário as equações estão de acordo com a
última versão da NBR 6118. As pla-
Tabelas de 3.7 a 3.13 – Resultados 4.3 Estudos paramétricos nilhas de cálculo apresentadas per-
de VASCONCELOS (1979) mitem analisar os resultados de cada
Na figura 3 são testadas variáveis de etapa com agilidade, servindo como
3.3 Resultados do modelo projeto para avaliar a influência de cada ferramenta de auxílio para o dimen-
de cálculo uma sobre os momentos de fissuração sionamento. Além disso, foi realizado
e de serviço, ou seja, sobre o desem- um exemplo completo de dimensio-
Tabelas de 3.14 a 3.20 – Resultados penho do pavimento. Como referência namento de pavimento para o Tecon
do modelo de cálculo foi escolhida a Situação A, no meio da de Rio Grande, demonstrando que o
placa, do projeto de pavimento para o uso da protensão em pavimentos por-
4. PROJETO DE PAVIMENTO Tecon. Cada gráfico estuda a influência tuários é viável.
PORTUÁRIO de apenas uma variável, de forma que O modelo de cálculo e suas pla-
As tabelas 4.1 a 4.13 apresentam todas as demais estão de acordo com nilhas foram verificados por meio do
a aplicação do modelo de cálculo ao o dimensionamento apresentado nas projeto de pavimento para aeroporto
pátio do Tecon de Rio Grande. Após tabelas 4.1 a 4.13. apresentado na bibliografia. A veri-
uma visita ao Tecon e consultas em Os métodos mais eficientes para ficação demonstrou que o modelo
manuais de fabricantes, foi constatado ampliar a capacidade de carga do é eficiente, pois apresenta resulta-
que o veículo com a maior carga por pavimento são: aumentar a espes- dos próximos nas diferentes etapas
roda é o Stacker SWV 4531 TB6, uma sura da placa e a taxa de armadura, de cálculo.
empilhadeira produzida pela empresa os quais trazem grandes ganhos. Já A perda de protensão devi-
Konecranes. aumentar o fck ou o coeficiente de re- do ao atrito com a sub-base é
8
Área de aço de protensão (A p) [cm²/m] 5,13 Meio da A 293,70 22,4 42,80
Força inicial de prot. na extremidade [kN/m] 359,30 placa B 144,70 20,6 36,30
nc = Ecc/Ect 3,0 Ponto de A 317,90 22,7 43,90
Ponto de repouso [m] 18,00 repouso B 271,20 22,0 41,90
Alongamento dos cabos para cada lado (Dl) [m] 0,186 Raio de rigidez médio ( l ) [m] 0,48
60 60
50 55
40 50
30 45
20 40
Ap/m
(cm²/m)
10 35
14 16 18 20 22 h (cm) 2 3 4 5 6 7 8
54 56
52 54
50 52
48 50
46 48
44 46
42 k 44 fck
120 140 160 180 200 (MPa/m) 30 35 40 45 50 (MPa)
Mr [kNm/m] Mser [kNm/m] Mr [kNm/m] Mser [kNm/m]
u Figura 3
Influência de variáveis de projeto nos momentos de fissuração e de serviço
função do peso próprio do pavimen- os quais trazem grandes ganhos. Já a proposta deste artigo de um pavi-
to e do coeficiente de atrito, de modo aumentar o fck ou o coeficiente de re- mento protendido na espessura de
que a força de protensão não inter- calque do solo apresenta resultados vinte centímetros e sub-base de CCR
fere nessa perda. Portanto, quan- menos expressivos. de dez centímetros seja competitiva
to menor for a força de protensão O pavimento atual do Tecon de financeiramente. Além de trazer van-
adotada, maior será a perda percen- Rio Grande é formado por blocos in- tagens, como controle da fissuração e
tual devido ao atrito com a sub-base. tertravados de concreto de alta resis- fechamento das juntas de construção,
Os métodos mais eficientes para tência, com uma sub-base de concre- o que evita a percolação de água e
ampliar a capacidade de carga do to compactado a rolo (CCR), a qual perda de partículas finas da sub-base
pavimento são: aumentar a espes- possui espessura de quarenta centí- e do subleito, aumentando a vida útil
sura da placa e a taxa de armadura, metros. Dessa forma, é provável que do pavimento.
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento: NBR-6118 (versão corrigida). Rio de Janeiro, 2014.
[02] RODRIGUES, P. P. F.. Pavimentos industriais de concreto armado: projeto e critérios executivos. São Paulo, IBTS, 2006.
[03] SANTOS, M. B.. Utilização de concreto protendido em pavimentos portuários. Rio Grande, FURG, 2015. Dissertação de Mestrado em Engenharia Oceânica.
Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande – RS, 2015.
[04] SCHMID, M. T.. Pavimentos rígidos em concreto protendido. 2.ed. Curitiba, Rudloff, 2005.
[05] UNITED FACILITIES CRITERIA. UFC 4-152-01 with Change 1, Design: Piers and Wharves. Washington D.C., 2012.
[06] VASCONCELOS, A. C.. Documentário sobre pavimentos de concreto protendido para aeroportos e rodovias. São Paulo, IBRACON, 1979.
Low-noise
concrete pavements:
the European practice
LUC RENS – Consulting Engineer | Managing Director
FEBELCEM - EUPAVE
C
ontrolling traffic noise fic noise, it is more efficient to ad- the goal.
has become an increas- dress the problem at its source by This paper will show that concrete
ingly important priority in using quieter pavement. That is why pavements are not as noisy they are
recent decades. The European Union the development of alternative types often perceived; it will provide ex-
addressed the general issue of envi- of pavement and surface finishing amples of techniques to ensure low-
ronmental noise in a 2002 European currently remains highly relevant. noise concrete pavements and will
directive known as the “Environmen- The goal is the reduction of the tyre- look at case studies and real data
tal Noise Directive (END)”. The mem- pavement noise generated by the in- showing concrete’s performance.
ber states were asked to draw up teraction between tyres and the road
noise maps and to take steps to pre- surface, which is the primary cause 2. GENERAL INFORMATION
vent and mitigate the harmful effects of traffic noise. At the same time, it ON TRAFFIC NOISE
of the noise, with particular focus on is also important that other essential
busy roads and railways, in densely characteristics of the road structure 2.1 About sound and traffic noise
populated areas, and in proximity to and the surface are preserved, for
sensitive sites such as hospitals and example, the smoothness and skid Traffic noise encompasses sound
schools. Steps have already been resistance of the road surface, but from various types of sources, which
taken in various countries includ- also its durability. Finally, it is im- are usually divided into the following
ing the installation of noise barriers portant for a quiet pavement to re- categories:
along highways. main intact for as long as possible. u propulsion: motor, exhaust and
other components of the vehi-
cle’s drive mechanism;
u interaction tyre-road surface:
known as tyre-pavement noise;
u aerodynamic sound: caused by
the wind turbulence around the
vehicle.
The type of vehicle and its speed
play an important role. For passen-
ger cars, the tyre-pavement noise
will outweigh the propulsion sound
u Figure 1
once a speed has been reached of
Examples of noise barriers along highways
around 30 km/h. For trucks, this
u Figure 3
Noise measurement with from left to right: SPB – CPX – OBSI (HAIDER (2010); AWV, Belgium;
RASMUSSEN (2008)).)
u Figure 6
Two slipform pavers laying a
u Figure 5 double-layered jointed plain
Coarse concrete 0/40 or 0/32, left, based on porphyry aggregates, concrete pavement on the A1,
and right, based on crushed gravel near Vienna
5.2 Micro-milling
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] M. Briessinck (AWV), L. Rens (FEBELCEM). Oppervlakkenmerken van hedendaagse betonverhardingen (Surface characteristics of today’s concrete pavements).
Paper at the Belgian Road Congress, Gent, Belgium, September 2009.
[02] C. Caestecker (AWV, Belgium). Test sections of noiseless cement concrete pavements. Conclusions, Vilvoorde, Belgium, 1999.
[03] M. Haider (Austrian Institute of Technology, Vienna, Austria). Investigation and classification of low-noise concrete roads. Paper at the 11th International Symposium
on Concrete Roads, Seville, 13-15 October 2010.
[04] R.O. Rasmussen, R.J. Bernhard, U. Sandberg, E.P. Mun. The little book of quieter pavements. The Transtec Group, Report n° FHWA-IF-08-004, July 2007.
[05] R.O. Rasmussen (The Transtec Group, U.S.), T.R. Ferragut (TDC Partners ), P.D. Wiegand (National Concrete Pavement Technology Center). Comparative
measurements of tire/pavement noise in Europe and the United States : NITE II. Paper at the 37th International Congress and Exposition on Noise Control
Engineering, Shanghai, China, October 2008.
[06] S. Riffel (Heidelberg Cement AG, Leimen, Germany). CRCP with ground texture – Experiences and results of the „Geseke access road“ pilot project. Paper at the
12th International Symposium on Concrete Roads, Prague, 23-26 September 2014.
[07] L. Scofield (ACPA). Development and implementation of the Next Generation Concrete Surface. Final Report, March 2011.
[08] G. van Blokland, B. Peeters (M+P Consulting engineers, The Netherlands). Modelling the noise emission of road vehicles and results of recent experiments. Paper
at the Inter-Noise 2009 Conference, Ottawa, Canada, 23-26 August 2009.
[09] P.E. van Hinthem (Breijn bv.), N. v Deurzen (BetonSon bv.). Denken in modulair bouwen (Thinking in modular construction). Paper at the CROW Infradays, The
Netherlands, 2012.
Pervious concrete
pavements: materials,
drainage characteristics
and structural issues
MATTHEW OFFENBERG
W. R. Grace
1. INTRODUCTION Kingdom in 1852 [ACI 522R-10 - Re- today in North America. Since the
W
ith the convergence of port on Pervious Concrete], it wasn’t 1970’s it has been used for pavement
sustainable construction, used in North America until the fol- applications. In 1975, a patent was is-
increasing stormwater lowing century (Figure 1). The old- sued for this application in the United
regulation, and developing technology, est known pervious concrete in North States [MEDICO, J. Porous Pavement.
pervious concrete is experiencing signif- America dates back to about 1928 United States Patent 3870422 A.
icant growth as a pavement material in [SEEGEBRECHT, G. Reinforcing Steel USPTO. Washington, DC, USA. Mar
the United States (US). Now, since the in Pervious Concrete. Concrete Interna- 11, 1975]. This has been extended to
development of new test methods spe- tional. Farmington Hills, MI, USA, 2015] include sidewalks, parking lots, and
cifically for pervious concrete, we can at the Rosehill Cemetery in Chicago, Il- nature trails in current applications.
better characterize the performance of linois where it was used in decorative The construction methods for per-
the finished product through several cri- walls around the property. Interestingly, vious concrete are somewhat different
teria. This paper will examine how those much of this pervious concrete that is from those employed in the construc-
test methods can help a concrete pro- still standing contains reinforcing steel. tion of ordinary concrete flatwork [OF-
ducer select the optimal raw materials. Later, as documented in Engineering FENBERG, M.. Producing Pervious
Additionally, drainage properties will be News Record in 1939 [ENGINEERING Pavements. Concrete International.
discussed with respect to construction NEWS RECORD (ENR). A Low-Cost Farmington Hills, MI, USA. March 2005,
technique and maintenance. Structural Concrete Building], pervious concrete Vol. 27, No. 3. pp 50-54. 2005]. With
issues will further be examined with a was again used in structural wall con- this material, it must be compacted af-
focus on testing. Rather than present- struction, but this application was for a ter placement to improve the ultimate
ing new research, this paper will review building that was to serve as a plumb- strength and raveling resistance; how-
the literature and discuss the state of ing and electric shop in Washington ever, too much compaction will tighten
the technology and industry. State. Pervious concrete was selected the voids thus slowing the flow of storm-
to reduce the risk of fire, as opposed to water through the section. Critical to
1.1 History of pervious concrete a wood-framed building, and reduced achieving success in pervious concrete,
in North America formwork requirements. then, is optimizing the density – that is
No longer used for vertical con- finding a balance between strength and
While there is evidence of pervious struction or structural applications, permeability. As compaction increases,
concrete construction in the United pervious concrete is used for flatwork the strength of the pavement increases
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] CHOPRA, M., WANIELISTA, M., STUART, E., HARDIN, M., UJU, I.. Pervious Pavements – Installation, Operations and Strength Part 1: Pervious Concrete. Stormwater
Management Academy, University of Central Florida. Orlando, FL, USA. 2011.
[02] HASELBACH, L. AND FREEMAN, R. Vertical Porosity Distributions in Pervious Concrete Pavement. ACI Materials Journal. Farmington Hills, MI, USA. November 1,
2006. Volume 103, Issue 6. pp 452-458. 2006.
[03] MONTES, F. AND HASELBACH, L. M.. Measuring Hydraulic Conductivity in Pervious Concrete. Environmental Engineering Science. November, 2006.
[04] MONTES, F., VALAVALA, S., AND HASELBACH, L. M.. A New Test Method For Porosity Measurements Of Portland Cement Pervious Concrete. Journal of ASTM
International, January 2005. Vol. 2, No. 1. 2005.
[05] NEITHALATH, N., WEISS, W. J., AND OLEK, J.. Development Of Quiet And Durable Porous Portland Cement Concrete Paving Materials. Final Report, The Institute for
Safe, Quiet, and Durable Highways. 179 pp. 2003.
[06] OFFENBERG, M., FREW, J., SEAMAN, S. RAFALKO, L., LEE, R.. Laboratory Evaluation of Coal Combustion By-Products on Raveling Potential of Pervious Concrete.
Presentation. Proceedings of the 2011 International Concrete Sustainability Conference, Boston, MA, USA. 14PP. 2011.
[07] OFFENBERG, M.. Development of a New Test Method for Assessing the Potential Raveling Resistance of Pervious Concrete, ASTM International, STP-1551, West
Conshohocken, PA, USA. pp 80-96. 2011a.
[08] OFFENBERG, M.. Is Pervious Concrete Ready for Structural Applications?. Structure, Reedsburg, WI, USA. February 2008, Vol. 15 No. 2. pp 48-49. 2008.
[09] TAMAI, M., MITZUGUCHI, H., HATANAKA, S., KATAHIRA, H., MAKAZAWA, T., YANAGIBASHI, K., AND KUNIEDA, M.. Design, Construction, and Recent Applications
of Porous Concrete in Japan, Proceedings of the JCI Symposium on Design, Construction, and Recent Applications of Porous Concrete, Japan Concrete Institute,
Tokyo, Japan. 2004.
A
Rodovia dos Imigrantes te elevado, contendo um percentual através de seu programa de conces-
(SP 160) interliga a re- expressivo de caminhões. sões, delegou a administração da Ro-
gião metropolitana de São Originalmente, a Rodovia dos Imi- dovia dos Imigrantes por um prazo de
Paulo ao Porto de Santos, o maior e grantes foi aberta ao tráfego em 1976 20 anos à Ecovias, um grupo empre-
mais importante da América do Sul, com as três faixas da pista norte, sarial privado.
passando, também, pelas indústrias construídas em concreto de cimento Um ano mais tarde, em 1999, as
petroquímicas de Cubatão. A rodovia Portland (CCP) no trecho da Serra. faixas da pista sul no trecho da Serra
u Figura 1
Segmento estudado da rodovia SP 160 - Subida da Serra (fonte: Google Earth®)
2. PROJETO DE PAVIMENTO
Considerando-se o ambiente em
que a rodovia e seus diversos túneis
foram implantados, com um subleito
bastante fraco e um elevado volume
de precipitação (em média 4.000 mm/
ano, com umidade média do ar próxi-
ma a 80%), a solução técnica mais vi-
ável foi a construção de um pavimen-
to de concreto de cimento Portland.
O projeto se baseou no método da
PCA (Portland Cement Association)
de 1966 e seus parâmetros básicos
são os apresentados a seguir:
u Índice de suporte do subleito:
CBR=4%;
u Módulo de reação do subleito:
k=6,6 kgf/cm2/cm (66 MPa/m);
u Fator de segurança de carga: u Figura 2
FS=1,2; Tabela de dimensionamento original, preparada pela DERSA (Pitta, 1976)
u Espessura das placas de concre-
to: 22,5cm; u Sub-base 1: 10cm de espessura, dovia dos Imigrantes foi concedida
u Resistência à tração na flexão: tratada com cimento e resistência e passou a ser administrada pela
4,5MPa; à compressão de 4,5MPa; Ecovias.
u Dimensões das placas: 6,0 x 3,5 m; u Sub-base 2: 7cm de camada A Figura 2 mostra a tabela de di-
u Reforço das juntas: Barras Dowel granular; mensionamento, parte integrante da
de 1” (0.50m de comprimento a u Ano de abertura ao tráfego: 1976; documentação original sobre a cons-
cada 0,35m); Barras de conexão u O percentual de fadiga para o ele- trução da rodovia dos Imigrantes,
de 1/2” (0,70m de comprimento a vado tráfego projetado foi de 45%, preparada pela Dersa (Pitta, 1976).
cada 0,70m); na época. A Figura 3 mostra a distribuição
u Membrana plástica entre a superfície A rodovia foi construída pela Der- percentual da infraestrutura do pavi-
da placa e a sub-base para evitar sa, uma empresa pública/privada e mento (terraplenagem, túneis ou pon-
aderência (Polietileno flexível, com esteve sob sua administração até tes) para o segmento estudado da
espessura entre 0,2 mm e 0,3 mm); 1998. A partir desse ponto a Ro- rodovia (km 59 até o km 41).
u Figura 3
Extensões por tipo de
infraestrutura abaixo do
pavimento (km 59 ao km 41,
Pista Norte - SP 160)
3. PROJETO DE REABILITAÇÃO
O segmento em estudo, com- c d
posto por pavimento de concreto de
cimento Portland, passou por duas
u Figura 4
grandes intervenções de reabilitação/ Serviços de reabilitação realizados: (a) selagem de trincas com grouting;
conservação especial, tal como ilustra (b) reparo localizado; (c) e (d) reconstrução de placas
a Tabela 1.
Os dois serviços de conservação ros: reconstrução de placas. A Figura 6 ilustra a variação sa-
especial consistiram das seguintes A Figura 4 exemplifica algumas das zonal do VDMc na pista norte ao lon-
soluções: técnicas de reabilitação utilizadas. go dos meses e anos de operação
u Placas com fissuras de retra- da Concessionária desde o ano de
ção plástica e fissuras lineares 4. TRÁFEGO 2004, quando foi iniciado o processo
com médio e alto grau de seve- No início das contagens automá- de contagem automatizada por laços
ridade: selagem de trincas com ticas realizadas por laços contado- contadores.
“grouting”; res, no ano de 2004, o volume diário A Figura 7, por sua vez, ilustra a
u Placas com degrau de junta, pe- médio de veículos comerciais (VDMc) variação horária do VHM (volume ho-
quenos reparos, quebras localiza- era da ordem de 3.700 veículos na rário médio) de veículos comerciais
das, quebra de canto e esborci- pista norte da Rodovia dos Imigran- referente ao ano de 2014 e a Figura
namento de juntas: execução de tes. Atualmente, o VDMc é da ordem 8 ilustra a variação sazonal dos vo-
reparos localizados; de 5.500 veículos (referente ao ano lumes de tráfego. Verifica-se a maior
u Placas bailarinas e grandes repa- de 2014). incidência de veículos comerciais
Executada em
Rodovia Item de serviço Investimento
Início Fim
Recapeamento/restauração pista
SP 160 05011001 Descendente/ascendente – km 40+000 ao km 60+000 01/04/2003 23/12/2003
São Bernardo do Campo / São Vicente – 1ª Intervenção
Recapeamento/Restauração pista
SP 160 05011002 Descendente/ascendente – km 40+000 ao km 60+000 26/05/2006 22/12/2008
São Bernardo do Campo / São Vicente – 2ª Intervenção
u Figura 6
Variação sazonal (mês a mês) do VDM comercial na pista norte – SP 160
u Figura 7
Variação horária média dos volumes de veículos comerciais – Pista Norte – SP 160
u Figura 8
Variação semanal média dos volumes horários de veículos comerciais – Pista Norte – SP 160
u Figura 9
Dados provenientes da estação de pesagem do km 56
A comparação entre o tráfego acu- ponível, a taxa de crescimento estima- avaliado através de levantamentos
mulado real e o tráfego estimado no da para o tráfego foi de 4% ao ano. anuais de IRI – International Roughness
projeto original é ilustrada na Figura 10. Index (ASTM, 2008) e o índice de
Durante os anos em que a contagem 5. DESEMPENHO DO PAVIMENTO condição de pavimentos (Pavement
automática de veículos não estava dis- O desempenho do pavimento foi Condition Index PCI).
u Figura 10
Tráfego acumulado durante o período de operação
u Figura 11
Evolução do IRI por segmento homogêneo – Faixas 1, 2 and 3, respectivamente
u Figura 12
Evolução estatística do IRI – Faixas 1, 2 and 3, respectivamente
a b
u Figura 13
Evolução estatística do IRI por infraestrutura do pavimento: (a) faixa 1; (b) faixa 3
u Figura 14
Evolução do PCI por segmento homogêneo – Faixas 1, 2 e 3, respectivamente
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E1926 - 08 Standard Practice for Computing International Roughness Index of Roads from Longitudinal
Profile Measurements. West Conshohocken, PA, 2008.
[02] AASHTO. American Association of state Highway and Transportation Officials. Guide For Design Of Pavement Structures. 1993.
[03] DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT 060/2004 – PRO: Pavimento Rígido – Inspeção Visual – Procedimento. Rio de Janeiro:
IPR, 2004.
[04] ______. DNIT 062/2004 – PRO: Pavimento Rígido – Avaliação Objetiva – Procedimento. Rio de Janeiro: IPR, 2004.
[05] PITTA, M. R. Os pavimentos rígidos na Rodovia dos Imigrantes – justificativa, concepção e prática de projeto e dimensionamento. 1º Seminário DERSA – Rodovia
dos Imigrantes. São Paulo,1976.
Pavimento de concreto
continuamente armado com e
sem controle ativo de fissuras
ANNE BEELDENS – Pesquisador senior LAMBERT HOUBEN – Professor adjunto LUC RENS – Engenheiro consultor
Centro de Pesquisas em Estradas Belgas DONGYA REN – Doutorando Febelcem
FERNANDO FRANÇA DE MENDONÇA FILHO
Mestrando (tradutor)
Delft Universidade de Tecnologia
E
ste trabalho aborda o com- barras da armadura longitudinal depende mm abaixo da superfície do pavimento,
portamento de fissuras de da classe do concreto e do diâmetro das o que significa que existe sempre um
pavimentos de concreto con- barras e varia de 500 mm a 700 mm. O cobrimento de concreto de pelo menos
tinuamente armados (PCCA), testados espaçamento de centro a centro das bar- 70 mm nas barras. Nas seções de tes-
em seções de duas rodovias (E17 e ras da armadura transversal é 700 mm. te na Bélgica, discutidas neste trabalho
E313) na Bélgica e uma sessão de tes- No passado, a armadura longitudi- (rodovias E17 e E313), o centro da ar-
te na rodovia A50 nos Países Baixos. nal era posicionada a uma profundida- madura longitudinal está a uma profun-
O PCCA é caracterizado pela au- de mediana da camada de concreto. didade de 90 mm abaixo da superfície
sência de juntas transversais, onde as Existe, no entanto, uma forte tendência do pavimento. No entanto, na seção
fissuras de retração são controladas pela de posicionar a armadura mais acima holandesa de teste (rodovia A50), a ar-
elevada taxa de armadura longitudinal, na camada de concreto para reduzir madura longitudinal está na metade da
criando um padrão de fissuras finas es- a abertura de fissuras na superfície do profundidade da camada de concreto.
paçadas. O diâmetro das barras de aço pavimento. As especificações do Minis- Atualmente, aplica-se uma camada
da armadura longitudinal é 20 ou 16 mm. tério dos Transportes e Meio Ambiente intermediária de concreto asfáltico en-
A Figura 1 dá um exemplo de layout da holandês, em suas especificações de tre a camada de base e a placa de con-
armadura de acordo com as especifi- 2014, determinou que o centro das creto do PCCA. Como vantagens desta
cações do Ministério dos Transportes e barras da armadura longitudinal deve camada, pode-se citar:
Meio Ambiente holandês de 2014 (DUT-
CH MINISTRY FOR TRANSPORT AND
THE ENVIRONMENT: Specifications for
design of continuously reinforced con-
crete pavements). Consiste de armadura
longitudinal e armadura transversal que é,
em sua maioria, instalada em um ângulo
de 60° com o eixo da via. Neste exem-
plo, o espaçamento de centro a centro
das barras da armadura longitudinal é
u Figura 1
180 mm e as barras mais externas são
Exemplo do layout da armadura para PCCA em mm
posicionadas a 70 mm do fim do pavi-
b
o concreto e a camada subjacente;
u as deflexões dessas vigas de con-
creto devido às cargas de tráfego
causam esmagamento da superfí-
cie da base, resultando em muitas
c partículas finas, que, então, são,
junto com água, bombeadas para
u Figura 6 fora através de fissuras transversais
Desenvolvimento do padrão de fissuras em 3 subseções de teste ou através de uma junta longitudinal
na rodovia E17
u Figura 8
Medida da abertura da fissura na superfície do PCCA por um microscópio digital (esquerda) e medida da mudança
na abertura da fissura na borda do PCCA por LVDT (centro e direita)
u Figura 9
Esquema de tensões de carregamentos de tráfego em fissuras transversais próximas (esquerda) e punchouts
(centro e direita) (KOHLER, 2005)
3.3 Aparecimento de fissuras de concreto asfáltico denso, 250 mm um espaçamento médio de fissuras de
de base granular e 250 mm de uma ca- 1,92 m, que é consideravelmente alto.
Nos Países Baixos, uma cama- mada de areia como sub-base sobre o 27% dos espaçamentos de fissura ti-
da “silenciosa” deve ser aplicada em terreno natural. nham um máximo de 0,6 m, enquanto
rodovias e, na prática, isso significa As- Em 9 de novembro de 2013, foi vis- por outro lado, 32% dos espaçamen-
falto Poroso (AP). Se a camada de AP é toriada uma seção de 100 m. A tem- tos de fissuras eram maiores que 2,4
construída no topo de um PCCA, então peratura ambiente nesse dia estava m, com máximo acima de 6 m. 15 das
existe o risco do aparecimento de fissu- em torno de 5°C. Um total de 52 fissu- 52 fissuras, ou seja, aproximadamente
ras, principalmente devido a mudanças ras foram observadas, o que significa 30% apareceram no AP (Figura 10).
na abertura de fissuras no PCCA com a
temperatura.
Normalmente, desgaste é o tipo
de defeito dominante no AP. Este, no
entanto, não foi o caso na rodovia A50
(Eindhoven); ao invés disso, surgiram
fissuras. O pavimento, construído em
2004/2005, consiste de 70 mm de
camada dupla de AP, 250 mm PCCA
(classe de concreto C35/45, 0,67% de
taxa de armadura longitudinal a meia u Figura 10
Aparecimento de fissuras no revestimento de AP na A50 em 9 de novembro
profundidade da camada de concreto),
de 2013
60 mm de uma camada intermediária
u Tabela 6 – Abertura de fissura dos 9 cilindros na A50 em 9/11/13; Em 2014 a pista de AP na A50 foi
temperatura ambiente 5°C fresada em 35 km e substituída por
uma camada intermediária para ab-
Abertura da fissura (mm) Soma do espaçamento Aparecimento sorção de esforços (SAMI – Stress
Número
de fissuras em ambos os de fissuras Absorbing Membrane Interlayer), além
do cilindro topo meio fundo lados da fissura (m) no AP
de uma camada dupla de AP.
1 0,35 0,25 0,35 5,90 sim
2 0,23 0,30 – 4,25 não
4. PADRÃO DE FISSURAS EM
3 0,29 0,10 0,25 3,85 sim
PCCA COM CONTROLE ATIVO
4 0,55 0,30 0,41 4,00 sim DE FISSURAS
5 0,35 0,30 0,30 4,00 sim Conforme apresentado anterior-
6 0,18 0,18 0,20 3,15 não mente, as fissuras muito próximas e
7 0,20 0,17 0,29 2,45 não também muito distantes em PCCA
8 – 0,28 0,34 3,25 sim podem ocasionar efeitos prejudiciais
9 0,32 0,26 0,33 – sim à durabilidade do pavimento. Medidas
para o controle do padrão de fissuras,
portanto, podem contribuir substancial-
mente para a durabilidade do PCCA.
O projeto de reconstrução da ro-
dovia E313 foi executado em 2012.
A Figura 12 mostra o layout da seção
de teste na E313, que foi construída
de acordo com as recomendações
técnicas atuais na Bélgica: PCCA de
250 mm sobre uma camada interme-
diária de 50 mm de concreto asfáltico
e uma base de concreto compactado
com rolo de 150 mm. A taxa de ar-
madura longitudinal foi de 0,75% e a
posição da armadura longitudinal é 90
mm abaixo da superfície do pavimen-
to. Além disso, devido às exigências
de redução de ruído e considerações
u Figura 11 de ordem econômicas, a placa de
Abertura de fissura em 9 cilindros na A50 em 9 de novembro de 2013 concreto foi executada em duas ca-
versus a soma de espaçamentos das fissuras em ambos os lados da fissura;
madas. A espessura da camada supe-
temperatura ambiente 5°C
rior (superfície de agregados exposta,
teste com corte de 60 mm, 78,3% das os primeiros meses com a diminuição camada superior da E313, em contras-
fissuras se localizavam nos cortes, en- de temperatura, enquanto bem poucas te com o concreto mais grosso (0-20
quanto isso esse valor é menor para cor- novas fissuras ocorreram durante meses mm) da E17.
tes de 30 mm de profundidade, 56,5%. mais quentes. Figuras 15-b e 15-c mostram o
Isso indica que o entalhe com maior pro- Em contraste com a rodovia E17 desenvolvimento da abertura de fissu-
fundidade é mais efetivo em iniciar fissu- (Figura 5), a maioria das fissuras apre- ras no tempo desde a construção do
ras nos locais designados. No entanto, é sentadas nas seções da rodovia E313 PCCA na rodovia E313. Após 20 me-
reforçado que o momento da serragem e, especialmente, as fissuras que se ses, a seção de teste com corte de
do corte de 60 mm de profundidade foi iniciaram nos cortes, na superfície, são 60 mm tem apenas 14% de fissuras
mais cedo que a serragem do corte de bem retas e perpendiculares ao eixo da próximas umas das outras e 11% de
30 mm. Em ambas as seções, fissuras via (Figura 14). Uma das razões para fissuras bem distantes. Para a seção
rapidamente se desenvolveram durante isso é o concreto fino (0-6,3 mm) na de teste com corte de 30 mm, essas
u Tabela 7 – Porcentagem de fissuras iniciada no local dos cortes na rodovia E313 na Bélgica
da construção (incluindo 2 invernos se- comparadas com a seção 1 na E17. do cada vez mais adotados quando
ras é de 1,35 m para a seção de teste 5. CONCLUSÕES mentos para vias de tráfego pesado.
com corte de 60 mm e 1,00 m para a Pavimentos de concreto continua- Considera-se essencial para um bom
– Cortes de 30 mm 29,6 65,9 4,5 0,99 drão de fissuras superior, com grande
maioria dos espaçamentos de fissuras
desempenho a longo prazo (30-50 em abertura de fissura elevada e mu- no intervalo desejável de 0,6 – 2,4 m
anos) um padrão de fissuras otimizado, danças significativas de abertura devi- e aberturas de fissura pequenas, como
o que significa não apenas aberturas de do a mudanças de temperatura). Uma um resultado da aplicação de cortes
fissura limitadas (menores que 0,4 mm), taxa de armadura longitudinal adequa- por meio de serragem parcial na su-
mas também poucas fissuras próximas da (0,70% a 0,75% da área da seção perfície, promete um bom desempenho
(que podem resultar em punchouts) e transversal) e uma camada interme- estrutural a longo prazo e, portanto, é
poucas fissuras distantes (que resultam diária de concreto asfáltico abaixo do um tipo de pavimento durável.
u Tabela 9 – Efeito da temperatura do pavimento na abertura das fissuras na superfície do pavimento nas seções de teste
na Bélgica, medidas por um microscópio óptico
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] CHEN, L.; ZOLLINGER, D.G.. Characterization of Sustainability Related Considerations for CRC Pavement Design. 8th International DUT-Workshop on Research and
Innovations for Design of Sustainable and Durable Concrete Pavements, Prague, Czech Republic, 20-21 September 2014.
[02] DUTCH MINISTRY FOR TRANSPORT AND THE ENVIRONMENT. Specifications for design of continuously reinforced concrete pavements. Delft, the Netherlands, 2014
(in Dutch).
[03] HOUBEN, L.J.M.; LEEST, A.J. van; STET, M.J.A.; FRÉNAY, J.W.; BRAAM, C.R.. The Dutch Structural Design Method for Plain and Continuously Reinforced Concrete
Pavements. International Workshop on Best Practices for Concrete Pavements. Recife, Brasil, 21-23 October 2007.
[04] KOHLER, E.R. Experimental Mechanics of Crack Width in Full-Scale Sections of Continuously Reinforced Concrete Pavements. PhD Dissertation, University of Illinois
at Urbana-Champaign, 2005.
[05] NAOKOWSKI, P.. Theory on the bond between steel and concrete to determine the crack width. Journal ‘Beton- und Stahlbetonbau’. Volume 80, 1985, nos. 7/8
(in German).
[06] NEN 6720:1995, TGB 1990. Concrete Standards – Structural requirements and calculation methods (VBC 1995), 2nd edition with revisions A2:2001 and A3:2004.
NNI, Delft, the Netherlands, 1995 (in Dutch).
[07] NEN-EN 206-1:2001. Concrete – Part 1: Specifications, properties, manufacturing and conformity. NNI, Delft, the Netherlands, 2001 (in Dutch).
[08] REN, D.; HOUBEN, L.J.M.; RENS, L.. Cracking behavior of continuously reinforced concrete pavements in Belgium. Transportation Research Record No. 2367,
Transportation Research Board, Washington, D.C., 2013.
[08] REN, D.; HOUBEN, L.J.M.; RENS, L.; BEELDENS, A.. Active Crack Control for Continuously Reinforced Concrete Pavements in Belgium through Partial Surface
Notches. Transportation Research Record No. 2456, Transportation Research Board, Washington, D.C., 2014.
[09] REN, D.; HOUBEN, L.J.M; ERKENS, S.M.J.G.; RENS, L.; BEELDENS, A.. Theoretical analysis of active crack control for continuously reinforced concrete pavement
through partial surface notches. 8th International DUT-Workshop on Research and Innovations for Design of Sustainable and Durable Concrete Pavements, Prague,
Czech Republic, 20-21 September 2014.
Pavimento de concreto
com armadura contínua: o
experimento USP e parceiros
JOSÉ TADEU BALBO
Universidade de São Paulo
D
iversas rodovias cons- DE FORMAÇÃO DE JUNTAS DE cagem) é muito crítica para grandes áre-
truídas nas duas últimas CONTRAÇÃO E SEUS as e volumes expostos ao clima durante
décadas no Brasil, com PROBLEMAS TÍPICOS sua construção; e que não há maneira
solução em pavimento de concreto Os pavimentos de concreto simples de controlar a ocorrência de tal fenô-
simples, vem apresentando desem- são moldados in loco para a constru- meno, embora esse possa ser mitigado
penho insatisfatório, induzido por ção de rodovias, corredores de ônibus, com diversas tecnologias disponíveis,
aspectos de projeto em várias nu- pistas e pátios aeroportuários, portos, da mais simples às mais rebuscadas em
ances (tal como método de dimen- pisos industriais, estacionamentos, aspectos de química tecnológica.
sionamento inadequado), bem como dentre outras aplicações. É reconheci- A serragem de juntas nos pavimen-
por falhas construtivas, estas em sua damente uma solução de pavimenta- tos de concreto simples (PCS) constitui
maior parte relacionadas às juntas de ção de grande durabilidade especial- a técnica cabal para controle das fissu-
contração exigidas por esse tipo de mente para suportar o tráfego pesado. ras de retração. Em geral, com um ser-
solução. Esse estado de coisas tem Sua durabilidade é indiscutível, desde viço esmerado e consciente do ponto
origem em diversas fases do proces- que a obra seja resultado de um projeto de vista de engenharia, o que requer
so que até hoje parecem serem mal consciente e amadurecido, que envolva controle de qualidade do processo de
compreendidas pelos vários agentes os aspectos mecânicos que permeiam modo constante pelos engenheiros e
envolvidos. Não querendo nos furtar o comportamento dessas placas com encarregados de obras, essas juntas
aqui de esclarecimentos sobre essas juntas e barras de transferência, consi- são eficientes. É possível, todavia, que
sérias questões, a questão da pavi- deradas aí as respostas às cargas am- ao longo de anos, possam paulatina-
mentação em concreto com elimina- bientais e do tráfego. Infelizmente esse mente causar desconforto ao rolamento
ção de juntas de contração em pla- quadro se aplica muito bem à Alema- de veículos, caso ocorram escalona-
cas parece ser o aspecto mais crucial nha, por exemplo, e não tem sido re- mentos ou degraus nelas. A ausência de
para a reflexão de uma tecnologia trato das obras rodoviárias brasileiras. esclarecimento sobre a questão entre os
alternativa. Este artigo discute a con- Outra exigência para se alcançar atores das obras, que em geral não re-
cepção do projeto de pavimento de essa durabilidade, que deve ser conside- cebem treinamento e certificação, sem
concreto continuamente armado (ou rado como o aspecto mais crítico simul- eximir de responsabilidade os engenhei-
com armadura contínua), as parcerias taneamente com o processo de fadiga ros responsáveis, tem gerado mazelas
estabelecidas para a pesquisa e os do concreto, são as juntas de indução que se repetem em obras de pavimen-
aspectos executivos da pista experi- de fissuras de retração, denominadas tação rodoviária do “Oiapoque ao Chuí”.
mental construída em janeiro de 2016 simplesmente por juntas de contração. As causas mais comuns para fa-
no campus da Universidade de São Os engenheiros devem entender que lhas na construção dessas juntas, que
Paulo, na capital. essa propriedade do concreto na fase resultam na ocorrência da fissura de
u Figura 1
Seção transversal do PCCA concebido com 200 m de extensão contínua
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Salles, L. S. ; Balbo, J. T. . Análise Comparativa da Eficiência de Transferência de Cargas em Pavimentos de Concreto Simples d Continuamente Armados. Concreto
& Contrução, v. 79, p. 48-58, 2015.
Concreto autoadensável
em regiões costeiras
de clima quente
CARLOS F. A. CALADO – Doutorando | AIRES CAMÕES – Professor-Doutor
CTAC, Universidade do Minho - Portugal
O
concreto autoadensável SCC nas suas obras, o tempo dis- dade, enquanto que os superplastifi-
(CAA no Brasil e SCC in- ponível entre o início da mistura e a cantes têm efeitos sobre a dispersão
ternacionalmente) já vem conclusão do adensamento nas fôr- de partículas de cimento por meio de
sendo aplicado há aproximadamente mas, quando então se inicia a cura, repulsão estérica e/ou eletrostática,
20 anos e vem se tornando alternativa representa um importante desafio a com características de elevada redu-
tecnicamente viável para aplicação em ser atendido. O SCC, para a manu- ção de água. A adsorção do aditivo
lugar do concreto convencional vibrado tenção da autoadensabilidade, ne- pode estender a manutenção da flui-
(CC). Atualmente, constata-se que os cessita atender os requisitos de flui- dez através da dispersão das partícu-
estudos sobre o SCC avançaram muito dez, capacidade de preenchimento, las de cimento, mas a concentração
e já é possível responder a quase todas capacidade de passagem e resistên- de íons sulfato, proveniente do gipsita
as indagações acerca do comporta- cia à segregação. O tempo inicial de que controla a pega do cimento, na
mento do SCC frente ao CC, vantagens pega, juntamente com a consistência solução pode ajudar a reduzir a in-
e possíveis desvantagens nos aspectos e coesividade do concreto fresco, tensidade desse efeito estérico do
técnicos de aplicação e utilização. determinam o tempo de duração em polímero. A temperatura mais eleva-
No entanto, Rich et al [1] estuda- que a mistura permanece num perío- da provoca rápida taxa de hidratação
ram a aceitação do SCC entre os em- do de dormência, plástica e trabalhá- inicial, conduzindo a uma distribuição
presários da construção civil do Reino vel, podendo ser manuseada e aplica- não uniforme dos produtos de hidra-
Unido e concluíram que as pesqui- da no canteiro de obra. Para regiões tação dentro da pasta. Então, o con-
sas, à época, desenvolviam estudos com clima seco e temperatura mais creto aplicado e curado a alta tem-
específicos do material em questão, elevada, caso da região de Recife peratura endurece mais rápido, mas
sem apresentar outros benefícios e (Pernambuco, Brasil), o tempo dis- apresenta resistências menores em
conceitos aos construtores, a exem- ponível para aplicação do SCC fresco relação aos aplicados e curados em
plo de como, quando e onde aplicar pode ser reduzido com relação a ou- temperaturas mais baixas. [2,3,4].
SCC, importando para a tomada de tros tipos de regiões [2]. A durabilidade do concreto sofre
decisão dentro do planejamento do O CAA obtido na região de Recife influências adversas que envolvem o
processo, bem como o tempo de provém de composições que asso- transporte de fluidos e gases através
construção. Ou seja, o SCC deveria ciam conteúdo de adições minerais dos poros do concreto, além de outros
ser visto como um método e não ape- com os aditivos plastificantes. Os fatores, como relação água/cimen-
nas como mais um material. plastificantes são aditivos redutores to, temperatura, grau de hidratação,
Agulha de Vicat (AV); Resistividade bem como as diferentes temperaturas e armazenados em câmara úmida até o
elétrica em pastas (REp); Cone Mar- idades de cada uma das composições, momento de realização dos ensaios. A
sh (CM); Espalhamento (slump-flow) em cada um dos ensaios. câmara úmida foi mantida à temperatu-
(Es) e t500; Abatimento (slump) (At). A Tabela 3 apresenta as composi- ra de (27 ± 2)oC, com umidade relativa
Os ensaios aplicados aos concretos ções da pasta CAA (SCC) e dos con- do ar superior a 95%. Já os CPs CAA
endurecidos, envolvendo os temas cretos, SCC e CC, aplicados nos en- L-AP1, CAA L-AP2, CAA L-AP3, CC
de resistência e durabilidade, na tem- saios no laboratório de pesquisa (L-P) L-AP4 e CC L-AP5, foram conservados
peratura de 32 C, foram: resistência
o e no laboratório do canteiro de obra em área coberta do laboratório da obra,
da Arena Pernambuco (L-AP).
mecânica à compressão (RC); difu- protegida com uma lona para evitar a
são de íons cloreto (IC); absorção de perda de água e, 24h após a concre-
2.2 Obtenção dos corpos
água por capilaridade (AB); ascensão tagem, os CPs foram desmoldados,
de prova utilizados nos
capilar (AC); resistividade elétrica em quando então receberam a identifica-
ensaios da pesquisa
concreto (REc); índice de vazios (IV); e ção e foram conservados nos tanques
carbonatação acelerada (CA). A pasta de cura até a idade de rompimento.
Os corpos de prova (CPs) foram
de SCC e os diferentes tipos de con-
obtidos em atendimento à ABNT NBR
cretos estão indicados na Tabela 1. 2.3 Normas aplicadas para
5738:2015 quanto ao procedimento
A Tabela 2 apresenta os ensaios apli- a realização dos ensaios
para moldagem e cura. Após essa eta-
cados na pesquisa, para a pasta SCC e
pa, os CPs CAA L-P e CC L-P foram
as composições de concreto adotadas, As pastas e os concretos fres-
cos tiveram as temperaturas con- 2.4 Procedimento do ensaio raturas escolhidas. Dessa forma,
troladas, para assegurar os valores de resistividade elétrica a presente pesquisa desenvolveu
propostos de 25 C, 32 C, 38 C e
o o o
em pastas um aparato muito simples e de
45 C, seja através de resfriamento
o
fácil implementação em cantei-
ou aquecimento dos constituintes e O ensaio buscou avaliar o com- ro de obra, com objetivo de aferir
da mistura. Os concretos endureci- portamento da passagem de cor- o tempo de início de pega de um
dos foram ensaiados à temperatura rente elétrica no fluido cimentício concreto através da medida da re-
média de 32 C. A Tabela 4 expõe os
o
durante um tempo determinado, sistividade elétrica, conforme com-
experimentos realizados e as normas bem como as variações de resul- provado nos estudos de Zongjin
de referência. tados para as diferentes tempe- et al. (2007) [8]. As Figuras 3 e 4
mostram o aparato e o esquema do onde foi possível avaliar diferenças mento, abatimento e t500, respectiva-
diagrama elétrico aplicado. de trabalhabilidade entre o CAA e mente. Apresentam-se, também, as
CC (composições das Tabelas 2 e 3) perdas percentuais de desempenho
3. RESULTADOS com o aumento da temperatura, para relativamente à temperatura padrão,
A Tabela 5 apresenta os resulta- o mesmo tempo inicial de medição considerada igual a 32oC.
dos dos ensaios de Agulha de Vi- após mistura. A Tabela 6 apresenta os resultados
cat, Resistividade elétrica e Cone As Figuras 5 a 8 apresentam gráfi- dos ensaios de Resistência mecânica
de Marsh. Esses ensaios permitiram cos de resistividade elétrica da pasta à compressão (RC), e dos ensaios de
avaliar a trabalhabilidade do CAA CAA ao longo do tempo, obtidos atra- durabilidade: Difusão de íons cloreto
através do desempenho da pasta vés dos ensaios de Vicat, Resistivida- (IC), Absorção de água por capilari-
CAA (C+MK+SP+P+A) com o au- de e Cone de Marsh, nas temperatu- dade (AB), Ascensão capilar (AC), Re-
mento da temperatura e do tempo ras de 25 C, 32 C, 38 C e 45 C.
o o o o sistividade elétrica em concreto (REc),
decorrido após início da mistura. A As Figuras 9, 10 e 11 apresentam Índice de vazios (IV) e Carbonatação
Tabela 5 apresenta ainda os resulta- gráficos de perda de desempenho em acelerada (CA), para concreto endu-
dos dos ensaios de Espalhamento função da temperatura, calculados recido, conforme Tabela 2.
(slump-flow) e Abatimento (slump), a partir dos resultados de espalha- A Figura 12 apresenta o gráfico
Temperatura (ºC)
Resultados Composição Unid
25 32 38 45
Ti(V)/Tf(V) Pasta CAA (h) 6,15/8,92 5,54/8,07 3,88/5,74 3,31/4,89
Ti(R)/Tf(R) Pasta CAA (h) 3,1/4,7 2,72/3,91 2,41/3,26 2,40/3,24
T(CM) Pasta CAA (h) 2,0 1,5 1,25 1,25
V(Es) CAA (mm) 728 725 717,5 713
V(At) CC (mm) 120 118 115 112
V(t500) CAA (s) 1,80 1,78 1,72 1,69
Ti(V) = tempo de início de pega por Vicat; Tf(V) = tempo de fim de pega por Vicat; Ti(R) = tempo de início de pega por Resistividade; Tf(R) = tempo de fim de pega por Resistividade; T(CM) = tempo
de ensaio em que a pasta deixou de fluir pelo Cone Marsh; V(Es) = valor medido do espalhamento; V(At) = valor medido do abatimento; V(t500) = valor medido do tempo t500.
u Figura 7 u Figura 8
Resultados pasta CAA para 38ºC Resultados pasta CAA para 45ºC
u Figura 9 u Figura 10
Espalhamento Abatimento
Ensaios
Idade
Comp. Resist. Durabilidade
(dias)
RE (MPa) IC (Coulomb) AB (%) AC (%) REc (kΩ.cm) IV (%) CA (mm)
CAA – L-P 3 33,98 – – – 11,0 – –
CAA – L-P 7 36,19 – – – 17,8 – –
CAA – L-P 14 44,69 – – – – – –
CAA – L-P 28 45,86 900 8,22 10,7 37,3 13,07 8,75
CAA – L-P 56 51,24 – – – 53,6 – –
CAA – L-P 90 53,88 828 4,88 7,5 64,8 8,86 5,75
Ensaios
Idade
Comp. Resist. Durabilidade
(dias)
RE (MPa) IC (Coulomb) AB (%) AC (%) REc (kΩ.cm) IV (%) CA (mm)
CC – L-P 3 32,32 – – – 9,7 – –
CC – L-P 7 33,03 – – – 16,5 – –
CC – L-P 14 40,39 – – – – – –
CC – L-P 28 42,69 1517 8,36 20,0 34,2 14,97 13,97
CC – L-P 56 43,80 – – – 45,0 – –
CC – L-P 90 47,83 1250 5,85 13,3 60,4 10,24 8,87
CAA 7 40,0 – – – – – –
L-AP1 28 50,0 – 8,50 – – 8,99 –
CAA 7 39,4 – – – – – –
L-AP2 28 49,8 – – – – – –
CAA 7 41,6 – – – – – –
L-AP3 28 50,5 – – – – – –
CC 7 38,7 – – – – – –
L-AP4 28 48,6 – 8,92 – – 10,59 –
CC 7 34,2 – – – – – –
L-AP5 28 47,5 – – – – – –
indicadores de perda de trabalha- de início e fim de pega obtidos através tudo desenvolvido por Zongjin et al.
bilidade obtidos por Resistividade de Vicat com os resultados de resisti- (2007) [8].
(mudança acentuada de declividade vidade elétrica em pasta, usando um As Figuras 5 e 6 mostraram que,
da curva nos gráficos das Figuras 5 aparato original e simples, passível de para as temperaturas de 25 e 32oC
a 8) e Cone de Marsh (tempo T(CM), aplicação em laboratório de canteiro respectivamente, os indicadores de
onde a pasta deixou de fluir) para as de obra, mostrou-se compatível com fluidez por Marsh e início de pega por
temperaturas mais elevadas, de 38 e os demais resultados de ensaios em Resistividade aconteceram quando a
45 C. O indicador de desempenho do
o
pasta, a exemplo do Cone de Marsh. pasta ainda não havia manifestado a
Cone de Marsh foi o de menor tempo Dessa forma, comprovou-se o es- alteração marcante na mudança de
com relação aos indicadores de Vicat
e Resistividade para as quatro tempe-
raturas ensaiadas. O segundo menor
tempo foi obtido pelos indicadores
de Resistividade, ficando por último
os indicadores de Vicat. Os tempos
de início e fim de pega do ensaio de
Agulha de Vicat são referenciados
para pastas de consistência normal,
cimento e água. A presença dos adi-
tivos químicos demonstrou que esses
tempos são afetados, o que foi con-
firmado pelos indicadores de Resisti-
vidade e Cone de Marsh. Ressalte-se u Figura 13
Correlação entre resistividade elétrica e resistência à compressão
que a correlação entre os resultados
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[01] RICH, D., WILLIAMS, D., GLASS, J., GIBB, A. and GOODIER, C., To SCC or Not To SCC? UK Contractor’s Views. Theme: Production and Placement of SCC - 6th
International RILEM Symposium on Self-Compacting Concrete and the 4th North American Conference on the Design and Use of SCC, 26 to 29 September, 2010,
Montreal, Canada. (Pg. 669 – 676).
[02] Soroka, I. (2004) Concrete in Hot Environments, Published by E & FN Spon, an imprint of Chapman & Hall, 2-6 Boundary Row, London SE1 8HN, UK, pp. 179-200.
[03] Camões, A. (2005) Influência da presença de adições minerais no comportamento do betão fresco em composições com incorporação de superplastificantes.
Revista de Engenharia Civil-Universidade do Minho, N. 23, pp. 19-30.
[04] Ghafoori, N.; Diawara, H. (2010) Influence of temperature on fresh performance of self-consolidating concrete. Construction and Building Materials, N. 24, pp.
946-955.
[05] De Schutter, G. (2012). Durability. Proc. of Joint IBRACON-RILEM Course on SCC. 54o IBRACON, Maceió, Brazil, October.
[06] Pade, C.; Kaasgaard, M.; Jönsson, U.; Munch-Petersen, C. (2013) Comparison of durability parameters of self-compacting concrete and conventional slump
concrete designed for marine environment. Proc. of Fifth North American Conference on the Design and Use of Self-Consolidating Concrete, Illinois, USA, May
12-15.
[07] Boggio, A. J. (2007) Estudo Comparativo de Métodos de Dosagem de Concretos de Cimento Portland. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: PPGE/UFRGS.
[08] Zongjin, L.; Xiao, L.; Wei, X. Determination of Concrete Setting Time Using Electrical Resistivity Measurement. Journal of Materials in Civil Engineering 2007.19:423-
427.
[09] Tutikian, Bernardo & Dal Molin, Denise. CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL. São Paulo, Pini, 2008, ISBN 978-85-7266-211–6, catálogo remissivo 08-08836CDD-
620.136, código engenharia: 620.136.
Prêmio Saint-Gobain de
Arquitetura – Habitat
Sustentável anuncia vencedores
E
m sua terceira edição, Criada em 2013, a premiação de construção para estimular a
o Prêmio Saint-Gobain reconhece os trabalhos de maior criatividade e as possibilidades
de Arquitetura – Habitat destaque que focam aspectos técnicas dos profissionais do se-
Sustentável anunciou os melhores econômicos, sociais e ambien- tor em desenvolver projetos que
projetos em arquitetura, urbanis- tais, constituindo-se em soluções combinam eficiência energética,
mo, design de interiores, enge- e práticas inovadoras. “Esta pre- consumo responsável de recursos
nharia e tecnologia da construção, miação reforça para o merca- naturais, assim como o bem-estar
entre os 796 projetos inscritos. do a importância dos materiais e conforto dos seus usuários”,
u Categoria Profissional/
Arquitetura de Interiores
CRÉDITO: DIVULGAÇÃO
u Categoria Profissional/
u Categoria Profissional/ Modalidade Residencial
Modalidade Empresarial
1º lugar
1º lugar e Melhor dos Melhores Projeto: Habitação Estudantil
Projeto: Aliah Hotel Profissional: Marcelo Consiglio Barbosa
Profissional: João Paulo Payar Escritório: Barbosa & Corbucci Arquitetos
Escritório: Arkiz Associados
2º lugar 2º lugar
Projeto: Complexo Multiuso Projeto: Habitat Belagua 1º lugar
Profissional: Celso Rayol Profissional: Christian Renato D’Abruzzo Projeto: Reforma Residência Urbana
Escritório: Cité Arquitetura Escritório: Intrio Arquitetos Sustentável Manduri
Profissional: Lucas Buitoni
2º lugar
Projeto: Restaurante Olga Nur
Profissional: Paula Zasnicoff Cardoso
Avanços na Normalização
Técnica Brasileira de Concreto
e Construções
ENGª INÊS BATTAGIN
Superintendente do ABNT/CB-18 e diretora técnica do IBRACON
N
esta primeira edição de
2016 da Revista Concreto e
Construções do IBRACON
apresenta-se um resumo dos trabalhos
de normalização concluídos em 2015
e o estágio de desenvolvimento de al-
guns projetos de normas de interesse.
Vale sempre lembrar que as Normas
Técnicas são elaboradas pela socieda-
de para uso dessa mesma sociedade,
consistindo em valiosas ferramentas
de trabalho, pois textos de normas pa-
dronizam procedimentos, facilitam a
verificação de requisitos, diminuem a
variabilidade, promovem a segurança e Teste de permeabilidade de bloco de concreto
uso em laboratórios, em todo o territó- outros países e normas brasileiras que concreto para segurança no tráfego.
rio nacional. estabelecem critérios de durabilidade O Projeto ABNT NBR 14885 faz
das estruturas de concreto. parte de um conjunto maior de docu-
2. PROJETOS DE NORMAS A partir do cadastro inicial da obra de mentos, relacionados na ABNT NBR
EM DESENVOLVIMENTO arte de engenharia (OAE) foi estabelecido 15486 (Segurança no tráfego – Dispo-
um roteiro para o acompanhamento de sitivos de contenção viária – Diretrizes
Projeto ABNT NBR 9452 sua vida útil, com inspeções rotineiras que de projeto e ensaios de impacto), que
Inspeção de pontes, viadutos visam possibilitar a realização de interven- está em fase final de aprovação no âm-
e passarelas de concreto – ções para correção de processos degene- bito do ABNT/CB-16 (Comitê Brasileiro
Já aprovado para ser publicado casos de ações extraordinárias. mas de outros países (especialmente
como Norma Brasileira, este Projeto foi O aumento da vida útil das estru- Comunidade Europeia, Estados Unidos
elaborado pela ABNT/CEE 169 (Comis- turas e a redução dos custos de ma- e Chile), estando alinhada às premissas
são de Estudo Especial de Inspeções de nutenção corretiva são alguns dos internacionais de construção e implan-
Estruturas de Concreto), com o apoio benefícios que certamente virão da im- tação de barreiras de concreto e aten-
do ABNT/CB-18 (Comitê Brasileiro de plementação dos procedimentos pre- de às exigências de segurança impos-
Cimento, Concreto e Agregados), e es- vistos neste documento. tas pelos órgãos brasileiros.
nais que realizam a inspeção das es- mínimos exigíveis para o projeto cons- A revisão da ABNT NBR 9062
Projeto 18:600.04-001
estabelece os requisitos para o pro- rede dupla. Esse Projeto está em
Alvenaria de blocos de concreto –
jeto, a execução e o controle de es- Consulta Nacional (http://www.abnt
Métodos de ensaio
truturas de concreto pré-moldado, online.com.br/consultanacional/).
armado ou protendido e se aplica
Este Projeto de Norma estabele-
também às estruturas mistas ou Projeto ABNT NBR 15116 ce o procedimento de preparo e os
compostas. Distingue os elementos Agregados reciclados de resíduos métodos de ensaio de elementos em
pré-moldados dos pré-fabricados,
sólidos da construção civil – alvenaria construídos com blocos de
estabelecendo condições específi-
Utilização em pavimentação e concreto (prisma, pequena parede e
cas de projeto, produção e controle
preparo de concreto sem função parede), submetidos a esforços de
de execução. O Projeto de Revisão
estrutural – Requisitos
está em Processo de Consulta Na-
cional (http://www.abntonline.com.
A necessária atualização do conte-
br/consultanacional/).
údo desta Norma, em função da nova
bem como pesquisadores interessados Perspectivas do uso de fibras de vidro Fábio Saráo
para reforço do concreto OWENS CORNING
no CRF. Veja programação na tabela 1.
Perspectivas do uso de fibras de aço Gelmo Chiari
O evento é gratuito e as ins- para reforço do concreto BELGO BEKAERT
crições devem ser feitas no site Horizontes da normalização do CRF no Brasil Mesa-redonda
www.abece.com.br .
Atividades na Bahia
A Regional do IBRACON na Bahia vai
realizar, por meio do Laboratório de
Argamassas da Escola Politécnica da Uni-
tecnológico do concreto com vistas a as-
segurar a qualidade, resistência e durabili-
dade das estruturas de concreto armado.
tência, cujo objetivo é testar a habilida-
de dos competidores na preparação de
concretos coloridos e resistentes.
versidade Federal da Bahia, de 16 a 20 de No evento será promovido um con- Na Regional está programado tam-
maio, a 4ª Semana “Pensando em Concre- curso entre estudantes de Engenharia bém o 6º Seminário de Materiais de
to”, que vai discutir e divulgar as pesquisas Civil na Bahia nos moldes do Concurso Construção da Escola de Engenharia
relacionadas à tecnologia do concreto, Técnico COCAR do IBRACON – Con- da Universidade Católica de Salvador
com ênfase na especificação e no controle curso Concreto Colorido de Alta Resis- (UCSAL), que objetiva divulgar aos es-
tudantes e profissionais a importância
da correta e sustentável aplicação dos
materiais de construção, bem como
disseminar o conhecimento de normas
técnicas relacionadas.
O local do 6º Seminário será no
campus Pituaçu da UCSAL. A data
será em breve divulgada.
Os eventos são voltados para em-
presários e profissionais de Engenharia
Civil e Arquitetura, técnicos e estudan-
tes da área.
votorantimcimentos.com.br/mapadaobra
CONCRETO & Construções | 113
Concursos Técnicos IBRACON
O Instituto Brasileiro do Concreto -
IBRACON organiza anualmente
Concursos Técnicos para os estudan-
competição saudável entre os cursos
de engenharia do Brasil e do exterior.
Em breve serão disponibilizados no site
jetória retilínea. Por sua vez, o Cocar
testa a habilidade dos competidores
na preparação de concretos resisten-
tes de Arquitetura, Engenharia Civil e www.ibracon.org.br os Regulamentos tes e coloridos de corpos de prova
Tecnologia. Seu objetivo é incentivar os do 23º Concurso Aparato de Proteção cúbicos com 10 cm de aresta. Por
alunos a pôr em prática o que aprende- ao Ovo (APO), 13º Concrebol, 3º Con- fim, o Ousadia provoca os estudantes
ram nas salas de aula por meio de uma curso Colorido de Alta Resistência (Co- a elaborarem um projeto básico de
car) e 9º Concurso Ousadia. uma obra que seja um marco arqui-
O APO desafia o estudante a tetônico para a região onde acontece
projetar e construir um pórtico as edições do Congresso Brasileiro
de concreto armado, que seja do Concreto, fórum nacional de de-
capaz de resistir ao impacto bate sobre a tecnologia do concreto e
vertical de uma carga dinâmi- seus sistemas construtivos.
ca crescente. Já, o Concrebol A premiação dos vencedores neste
espera que os alunos constru- ano vai acontecer no Minascentro, em
am uma bola (esfera) de con- Belo Horizonte, no Jantar de Confra-
creto leve, com dimensões ternização do 58º Congresso Brasileiro
pré-estabelecidas, resistente, do Concreto, que ocorrerá de 11 a 14
homogênea e que role em tra- de outubro.
à Data: 18 a 20 de maio
à Local: Rio de Janeiro – RJ
à Realização: Abece/ABPE
6ª Brazil Road Expo
à Informações: www.abece.org.br
à Data: 29 a 31 de março
à Local: São Paulo Expo Exhibition
à Realização: Clarion
Construction Expo 2016
à Informações: www.brazilroadexpo.com.br
à Data: 15 a 17 de junho
à Local: São Paulo Expo Exhibition
à Realização: Sobratema
Feicon Batimat 2016
à Informações: www.sobratema.org.br
à Data: 12 a 16 de abril
à Local: Anhembi – São Paulo
à Realização: Reed Exhibitions Alcantara Machado
7º Congresso Brasileiro do Cimento
à Informações: www.feicon.com.br
à Data: 20 a 22 de junho
à Local: Maksoud Plaza – São Paulo
88º Encontro Nacional da Indústria à Realização: ABCP/SNIC
à Data: 11 a 13 de maio
à Local: Foz do Iguaçu – PR 8ª Conferência Internacional sobre
à Realização: CBIC
Manutenção, Segurança e Gerenciamento
à Informações: www.cbic.org.br/enic
de Pontes
à Data: 26 a 30 de junho
à Local: Foz do Iguaçu – PR
2º Congresso Brasileiro de Patologia à Realização: IABMAS
à Data: 18 a 20 de abril
à Local: Belém – Pará
à Realização: Alconpat Brasil
International Conference on
à Informações: http://alconpat.org.br/cbpat2016/ alkali-aggregate reaction
à Data: 3 a 7 de julho
à Local: São Paulo – SP
à Realização: IBRACON
à Informações: http://ibracon.org.br/icaar/
Informações e prazos para submissão Sobre os Planos de Investimento, informe-se: Tel. (11) 3735-0202 ou e-mail:
www.ibracon.org.br arlene@ibracon.org.br
R E A L I Z A Ç Ã O