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CAMINHO PARA O TUDO

Edição do Autor
1ª Edição

Copyright © 2010 por Edgar Alexandroni


Depósito legal na Fundação Biblioteca Nacional – Decreto 1825 – dezembro de 1907
FBN - Registro no. 503.345 - L. 953 - Fl. 61
Todos os direitos reservados e amparados pela Lei nº 9.610 de 19/02/98.

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ser reproduzido, sob qualquer forma, ou por quaisquer meios, inclusive mecânico,
eletrônico, fotocópia, gravação, ou outros, nem objeto de apropriação ou estocagem
em sistema de banco de dados, sem autorização prévia, por escrito, do Autor.

Citações bíblicas extraídas da co-edição especial da Editora Maltese Ltda. e Editora EP Ltda.
Citações breves dos livros:
Os Três Princípios da Essência Divina – Jacob Boehme – Polar Editorial & Comercial
A Aurora Nascente – Jacob Boehme – Editora Paulus
História da Filosofia – Editora Nova Cultural Ltda.

Autoria e Ilustração – Edgar Alexandroni

CAMINHO PARA O TUDO

Metafísica – Theosophia – Cosmosofia – Cosmografia

Capítulo Página Nome


1 4 Em busca de Sophia
2 15 A Geração Cósmica e a Evolução
3 19 A Inversão de Raciocínios e de Valores
4 21 Ciências e Denominações Teológicas
5 22 Conhecimentos Racionais e Essenciais
6 26 A Filosofia, a Teologia e a Theosophia
7 29 O Confronto entre a Theosophia e a Razão
8 36 Revelações nos Pensadores da Humanidade
9 53 O Jardim do Éden
10 56 O Caminho para o Tudo
11 69 Um Telegrama para a Nação Racional
12 76 O Livre Arbítrio da Razão e a Obra Prima da Razão
13 78 A Odisséia do Homo Habilis
14 93 Para os Humanistas
15 94 Para os Naturalistas
16 95 Para os Geômetras
17 96 Para os Físicos Teóricos
18 97 Para as Crianças e para os Adultos

Perguntas:
1- Quem sou Eu? 2- De onde Eu vim? 3- Por que Eu estou aqui? 4- O que Eu devo fazer aqui?
5- Por onde Eu devo começar? 6- Para onde Eu irei? 7- Por que Eu posso fazer essas perguntas?
8- Qual é a origem das cores? 9- O que é a “radiação de fundo”? 10- A matéria encurva a geometria do Espaço?
11- Por que há a “incerteza” relacionada à posição e velocidade das partículas?
12- Quais são a origem e a definição da força da gravidade? 13- o Universo está se expandindo?
14- Como se explica a “Conjetura” de Henry Poincaré? 15- O que dizer do “fora”, do “vazio” e do “nada”?
16- O que é a Luz? 17- Como Eu posso ver Deus? 18- Mas, afinal, onde está Deus?
19- Onde está o erro, na Teoria da Relatividade Geral ou na Mecânica Quântica?
20- Por que Filosofia, Teologia e Ciência não se entendem?
21- Que nível de escolha Deus teria tido ao construir o Universo?
22- É possível fazer o casamento da Ciência e da Religião?
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Dedicatória
À Virgem SOPHIA que saiu da boca do Altíssimo.
Ela é a primogênita de todas as criaturas e fez com que nascesse nos céus uma LUZ
que nunca falta e como névoa ela cobriu toda a terra. Como videira, lançou flores de agradável cheiro
e suas flores são frutos de honra e de honestidade.
Ela é a Mãe do Amor Formoso, e do temor, e do conhecimento, e da santa esperança.
Nela, há toda Graça do Caminho e da Verdade, e também, toda a esperança da Vida e da Virtude.
Porque o seu Espírito é mais doce que o mel e a sua herança vence em doçura o mel e o favo.

À minha Família
Meus Pais Pedro e Virgínia (in memoriam)
Minha Esposa Diva
Meus Filhos Sandra e Edgar Jr.
Meu Genro Alexandre
Minhas Netas Tamy e Sophia

Agradecimentos
Ao Alexandre e ao Edgar Jr.
Pelo suporte técnico e pela colaboração na execução deste trabalho.

Ao Américo Sommerman
que a Providência colocou em meu caminho, especificamente para apresentar-me o
extraordinário Teósofo alemão Jacob Boehme, para certificar e complementar os frutos
dos desígnios do Senhor, concernentes à elaboração deste trabalho e ao cumprimento da missão.
Deus os abençoe a todos.

A Missão de Ezequiel
“Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da
minha parte.

Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se insurgiram contra mim; eles e seus
pais prevaricaram contra mim, até precisamente ao dia de hoje. Os filhos são de duro semblante, e obstinados de
coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus. Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir, porque
são casa rebelde, hão de saber que esteve no meio deles um profeta. Tu, ó filho do homem, não os temas, nem
temas as suas palavras, ainda que haja sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões; não temas
as suas palavras, nem te assustes com os seus rostos, porque são casa rebelde. Mas tu lhes dirás as minhas
palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.

Tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não te insurjas como a casa rebelde; abre a boca, e come o que eu
te dou. Então vi, e eis que certa mão se estendia para mim, e nela se achava o rolo de um livro. Estendeu-o diante
de mim, e estava escrito por dentro e por fora; nele estavam escritas lamentações, suspiros e ais. Ainda me disse:
Filho do homem, come o que achares: come este rolo, vai e fala à casa de Israel. Então abri a boca, e ele me deu
a comer o rolo. E me disse: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo que
eu te dou. Eu o comi, e na boca me era doce como o mel. Disse-me ainda: Filho do homem, vai, entra na casa de
Israel, e dize-lhe as minhas palavras. Porque tu não és enviado a um povo de estranho falar nem de língua difícil,
mas à casa de Israel. Nem a muitos povos de estranho falar, e de língua difícil, cujas palavras não possam
entender; se eu aos tais te enviasse, certamente te dariam ouvidos.

Mas a casa de Israel não te dará ouvidos, porque não me quer dar ouvidos a mim; pois toda a casa de Israel é de
fronte obstinada e dura de coração. Eis que fiz duro o teu rosto contra os seus rostos, e dura a tua fronte contra a
sua fronte. Fiz a tua fronte como o diamante, mais dura do que pederneira; não os temas pois, nem te assustes
com os seus rostos, porque são casa rebelde.

Ainda me disse mais: Filho do homem, mete no teu coração todas as minhas palavras que te hei de falar, e ouve-
as com os teus ouvidos. Eia pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e, quer ouçam quer deixem de ouvir,
fala com eles, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus. Levantou-me o Espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de
grande estrondo, que, levantando-se do seu lugar, dizia:

Bendita seja a glória do Senhor”


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INTRODUÇÃO

A Ciência Natural exibe orgulhosamente o “ver para crer”, símbolo preferido dos Cientistas, e a verdadeira Religião
se fundamenta no “conhecer para saber”, um requisito básico, que tem origem na Theosophia que está inserida no
cerne da Religião, e que é a contraposição à racionalidade científica. A Religião pode ter vários nomes, mas um só
Deus. Ela é essencialmente pessoal, e também é Ciência; a primeira delas. Ambas, Ciência e Religião serão
agora, objetos de reflexões, antecipando ao Leitor, uma pequena amostragem do “Caminho Para o Tudo”.

A Ciência de que se trata aqui, é a que diz respeito aos Naturalistas, voltada para as questões relativas ao
Universo, tanto sob o aspecto das micro-estruturas, como sob o das macro-estruturas. Começamos no ano de 340
a.C., quando Aristóteles já sabia que a Terra era redonda, mas assim como Ptolomeu no século II, ele acreditava
que a Terra era o centro do Universo, em volta da qual giravam os outros corpos celestes. Esse modelo foi
adotado pela igreja católica, como adequado às Escrituras, pois permitia o espaço suficiente para acomodar o céu
e o inferno, permitindo-lhes continuar vendendo o seu “peixe” sem maiores problemas. Mas, a evolução, racional e
espiritual, comanda o desenvolvimento da Geração Cósmica e, surgiu Nicolau Copérnico em 1514, com o Sol no
centro; Galileu Galilei em 1609, já com o telescópio, desconfiando dessa importância da Terra, e também
Johannes Kepler com o movimento elíptico dos corpos celestes; em 1687 surgiu Isaac Newton com a Lei da
Gravitação Universal, e em 1905, Albert Einstein com a sua famosa Teoria da Relatividade. Quase todos eles,
como grandes expoentes dos Naturalistas, construíram as bases da Ciência Natural, facilitando o caminho dos
seus predecessores. Cabe indagar, onde essas pessoas foram buscar esses conhecimentos? Quem os ensinou?
Qual Universidade eles freqüentaram? Quem foram seus professores? Isaac Newton disse que concebeu a idéia
da gravidade quando estava sentado, contemplativamente, sendo surpreendido pela queda de uma maçã, e Albert
Einstein era um funcionário público, um tanto avesso aos estudos. Vale lembrar, que estes dois últimos, são as
principais colunas de sustentação da Ciência Natural. Com a palavra, os empolgados adeptos do “ver para crer”.

Os Naturalistas estão “patinando” há mais de um século, na incompatibilidade entre os fundamentos dos seus
conhecimentos relativos às macro-estruturas e os relativos às micro-estruturas, ou, entre a Teoria da Relatividade
e a Mecânica Quântica. Sonham em torná-los compatíveis e em promover a elaboração de uma teoria unificada,
que reúna as suas teorias parciais. Não aceitam, entretanto, as idéias do seu colega, o marquês de Laplace,
relativas à sua Teoria do Determinismo Científico, baseado em leis precisas e determinantes, atinentes à evolução
do Universo, porque suas idéias não esclarecem como essas leis foram escolhidas e também não especificam a
configuração inicial do Universo, como se os outros cientistas fornecessem essas informações. Em contraposição,
eles aceitam o Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg e o Princípio da Exclusão de Wolfgang Pauli, sem
que estes tenham esclarecido porque as partículas têm o comportamento que tornam válidos esses Princípios.

Quanto à Religião, ela é pessoal, e independe do nome que se lhe der, (Budismo, Cristianismo, Hinduísmo,
Islamismo, judaísmo), pois todas têm um único Deus. O vocábulo Religião é uma derivação do verbo ligar,
significando uma nova ligação, que diz respeito ao Reino Angélico, do qual fomos desligados, quando o homem
(Adão) foi “expulso do paraíso”.

A Religião Cristã fundamenta-se na Bíblia, nos dois Testamentos e a sua propagação se fez através dos Profetas
primitivos que, nos seus escritos, registraram as suas profecias. Após o desaparecimento desses Profetas,
desapareceu também a Religião, restando aos que assumiram o lugar deles, apenas o mérito de haverem reunido
os seus escritos, de forma que pudessem ser repassados às gerações posteriores, se bem que os seus objetivos
verdadeiros possam não ter sido tão nobres.

Os registros dos Profetas primitivos, baseados em suas inspirações espirituais, foram habilmente executados, de
forma a camuflar o seu verdadeiro sentido, oculto e subjacente às histórias, fábulas e genealogias, que o Apóstolo
Paulo denomina de “véu de Moisés”, que somente poderá ser ultrapassado, mediante inspirações semelhantes
àquelas dos Profetas que as registraram. A parte mais fácil de ser compreendida refere-se aos conhecimentos
espirituais básicos, ou “os princípios elementares da palavra de Deus”, que Paulo compara ao “leite”, o alimento
básico das “crianças”, e a mais difícil, é onde oculto, se encontra o “alimento sólido” para os “adultos” no espírito.

A grande questão que se apresenta, é que A Ciência e a verdadeira Religião, embora por caminhos diferentes e
com objetivos também diferentes, estão procurando, de fato, a mesma coisa: a explicação ou a resposta àquelas
complexas indagações, que acompanham todos os homens, e a resposta é uma só. A resposta é a realização do
sonho maior dos Naturalistas: a unificação das suas teorias parciais, na “Teoria do Tudo”, que repousa nas Leis do
Tudo, e também a realização do sonho da Religião, que está em saber: Quem somos nós? De onde viemos? O
que estamos fazendo aqui? Para onde iremos? Essa resposta para todos esses sonhos pode ser pressentida com
facilidade, mas para compreendê-la, é preciso entrar com disposição, no “Caminho Para o Tudo”. Boa viagem!
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1 - EM BUSCA DE SOPHIA

Sophia se expõe, se define, convida, promete e ensina:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”.

“Esclarecida é a Sabedoria, e tal que nunca se murcha, e facilmente é vista por aqueles que a amam, e achada
pelos que a buscam.
“Ela se antecipa aos que a cobiçam, de tal sorte que se lhes patenteia primeiro. Aquele que vigia desde a manhã
para a possuir não terá trabalho, porque ele a achará assentada à sua porta.
“Porque ela mesma anda de roda, buscando aos que são dignos de a acharem, e alegremente se lhes mostra nos
caminhos, e por meio de toda a providência se faz encontradiça com eles.
“E se alguém deseja a profundidade da ciência, ela é a que sabe o passado e que julga do futuro; conhece as
sutilezas dos discursos e as soluções dos argumentos; sabe os sinais e os prodígios antes que eles apareçam, e o
que tem de acontecer no decurso dos tempos e dos séculos.
“E eu te darei documentos de equidade, e manifestar-te-ei os arcanos da Sabedoria; e está atento às minhas
palavras em teu coração, e já daqui te digo com retidão de espírito as virtudes que desde o princípio tem Deus
feito reluzir nas suas obras, e te declaro em verdade a sua ciência.
“Eu sou a Mãe do Amor Formoso, e do temor, e do conhecimento, e da santa esperança. Em mim há toda a Graça
do caminho e da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude. Passai-vos a mim todos os que me
cobiçais, enchei-vos dos meus frutos.
“Eu fiz com que nascesse nos céus uma Luz que nunca falta, e como névoa cobri toda a terra.
“Eu espalharei ainda uma doutrina como profecia, e deixá-la-ei aos que andam em busca da Sabedoria, e não
cessarei de a derramar pela descendência deles até o século santo.
“Tudo isto é o livro da vida, e o Testamento do Altíssimo, e o conhecimento da verdade”.

O Homem, os movimentos e os limites da racionalidade.

A racionalidade é uma peculiaridade, um atributo, uma prerrogativa exclusiva do Homem e também, o único
instrumento que o diferencia de todos os outros animais do Planeta. Na sua racionalidade se encontra a sua
avantajada inteligência e a sua extraordinária capacidade de estruturar raciocínios e reflexões, submetendo-os a
experiências, promovendo associações e conexões entre esses recursos, os quais possibilitam um
desenvolvimento em cadeia de novos conhecimentos, que se interagem e geram outros conhecimentos, e assim
sucessivamente.

Baseado no conjunto da sua capacidade cognitiva, o Homem armazena e organiza as suas experiências e os
seus conhecimentos, ordenando-os num sistema de classificação, de modo a facilitar o acesso a eles, sempre que
for necessário. Em todas as tarefas a que se dedicar, ele recorrerá às ferramentas mais indicadas e,
automaticamente, procurará executá-las numa seqüência pré-estabelecida e que lhe exija o menor esforço,
mesmo sem recorrer aos arquivos dos conhecimentos. Todo esse conjunto pode ser inserido na chamada
logística, que compreende sistemas de ações conjugadas, mediante uma coordenação planejada, visando
alcançar um ou mais objetivos pré-determinados, com a melhor eficiência, que se reflete na melhor qualidade, na
maior rapidez, no menor custo, no esforço mínimo e no maior lucro. Todavia, como o orgulho, a cobiça, a inveja e
a cólera, com os seus desdobramentos, são características permanentes do Homem, elas estimulam e
direcionam-no na utilização desses conhecimentos, de forma a atender as suas exigências, permanecendo
subjacentes a todas as atividades do Homem, que as obedece totalmente, colocando a satisfação dessas
exigências acima de tudo. (Eclesiastes 4;4- Então vi que todo trabalho, e toda destreza em obras, provém da
inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento).

Podemos imaginar essa racionalidade aprisionada num círculo, cujas paredes, na medida em que o Homem
evolui, ele tenta romper, tentando ultrapassar suas fronteiras, em direção a um estágio incerto, desconhecido, que
inquieta o seu intelecto e que suscita dúvidas até sobre a possível existência ou não desse estágio. Mesmo neste
espaço subjetivo, o Homem, a partir de um determinado momento, baseando-se nos conhecimentos mais
primitivos e autênticos dos primeiros Profetas, promoveu a sua deturpação e imprimiu-lhes conotações
compatíveis com expectativas e anseios inseridos nas suas quatro características permanentes. Essa deturpação,
executada sobre os conhecimentos constantes das Sagradas Escrituras, entretanto, foi limitada por uma barreira
intransponível pelos sofistas, porquanto esses conhecimentos foram habilmente registrados, mesclando uma
planejada ocultação sob o véu de Moisés, subjacente a um sentido literal às vezes com validade, outras vezes
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embaralhado com histórias, fábulas e genealogias, que bloqueiam o acesso ao seu real conteúdo, cujo véu
somente se desvanece mediante o novo nascimento, proporcionado exclusivamente, pela unção espiritual.

Mas há algo mais, que atormenta a racionalidade, instalado na Mente do Homem e isto se manifesta quando ele
formula complexas indagações, para as quais não consegue encontrar respostas que o satisfaçam, nem como
construções dentro do seu próprio intelecto e muito menos através dos seus semelhantes.

(Eclesiastes 8;7-Porque este não sabe o que há de suceder, e como há de ser, ninguém há que lho
declare).(Eclesiastes 1;13- Apliquei o coração a esquadrinhar, e a informar-me com Sabedoria de tudo quanto
sucede debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir).
(Provérbios 16;1- O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor).

Essa postura mais contemplativa do Homem acelera a sua inquietude intelectual, que por sua vez, reclama por
explicações sobre o ambiente mais próximo que o envolve, sobre o Universo imensurável, e sobre si mesmo,
quanto à sua origem, o sentido da sua existência e ainda o seu destino final. Nesse cenário, o espírito do Homem
viaja por todos os meandros do labirinto onde estamos todos, tentando extrapolar os seus limites, encetando uma
frenética busca por um conhecimento que ele não sabe onde se encontra. Nós o chamamos de Conhecimento
Essencial, e ele se encontra na Theosophia, portanto, esse Conhecimento está na própria Sabedoria Divina.

“Abandone a busca por Deus... em vez disso, procure por Ele tomando a si mesmo como ponto de partida”. (Sábio
gnóstico Monoimus)

Lucas 17;20- Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o
reino de Deus com visível aparência,
21- Nem dirão: Ei-lo aqui! ou Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós.

Os homens de negócios perceberam essa generalizada e aguda necessidade do intelecto, e habilmente foram
estruturando através dos tempos, uma instituição que constitui atualmente o maior e mais poderoso império
econômico-financeiro e político da face da Terra, que, em função de sucessivas divergências internas, se
desdobrou em muitas outras instituições de menor expressão econômica e política, mas que, juntas, representam
uma extraordinária base de poder, não só econômico-financeiro e político, como social num sentido mais amplo,
com grande influência sobre a opinião pública no Planeta. Nessas instituições, que são as denominações
teológicas, não se consegue encontrar Sophia, porquanto elas operam sob o véu de Moisés e se enredam na
literalidade da Palavra, repetindo exaustivamente as histórias, fábulas e genealogias que, os apóstolos Pedro e
Paulo, além de não enfatizá-las, nos advertiram para que não nos ocupássemos delas.

II Pedro 1;16- Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo
fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade.

I Timóteo 1;3 - Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Êfeso para
admoestares a certas pessoas a fim de que não ensinem outra doutrina.
4- Nem se ocupem com fábulas e genealogias, sem fim, que antes promovem discussões do que o serviço de
Deus, na fé.
5- Ora, o intuito da presente admoestação visa o amor que procede de coração puro e de consciência boa e de fé
sem hipocrisia.
6- Desviando-se algumas pessoas destas cousas perderam-se em loquacidade frívola.
7- Pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre
os quais fazem ousadas asseverações.

Ousados que são eles, se intitulam a si próprios de “pai” (papa e padre); de “pastor” (guia) e de “mestres”.

Mateus 23;6- Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas.
7- As saudações nas praças, e o serem chamados mestres pelos homens.
8- Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos.
9- A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está no céu.
10- Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo.

A pioneira e maior dessas denominações, conseguiu a incrível façanha de fazer com que muitas pessoas
reverenciem a ídolos inertes, fabricados de metais, madeira, cimento, pedra, cerâmica e outros materiais.
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Isaías 44;14- Um homem corta para si cedros, toma um cipreste ou um carvalho, fazendo escolha entre as árvores
do bosque; planta um pinheiro, e a chuva o faz crescer.
15- Tais árvores servem ao homem para queimar; com parte de sua madeira se aquenta, e coze o pão, e também
faz um deus e se prostra diante dele, esculpe uma imagem e se ajoelha diante dela.
17- Então de resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se, e lhe dirige a sua
oração, dizendo: Livra-me, porque tu és o meu deus.

Ainda na parte histórica, devemos compreender que a “cidade”, ora Jerusalém ora Babilônia, ora com outros
nomes, é o Planeta Terra e que o povo que “vagou” pelo “deserto” por “70 anos” é toda a Humanidade, que
continua a sua jornada pelo “deserto”, agora sim, às vésperas da sua conclusão. Os inimigos continuam nos
perseguindo e são eles, aqueles quatro atributos que carregamos conosco, oriundos do Mal, e a passagem pelo
Mar Vermelho está no novo nascimento, que ocorre na Misericórdia do Pai, no Amor e na Graça do Filho e na
Unção do Espírito Santo. O campo viçoso e o pasto verdejante estão aguardando as “ovelhas” no Reino Angélico
de Cristo, e o corpo de Luz é o galardão. (Jeremias 25;11,12 e 29;10) (Daniel 12;3) (Filipenses 3;20,21)

Os egípcios, portanto, podem tirar dos seus ombros a culpa pela perseguição ao “povo escravo que o servia”,
assim como os israelenses podem ignorar a sua culpa pela “crucificação” de Cristo, como veremos. Resta saber,
quanto à segunda proposição, se haverá interesse em submeter-se à verdade, que talvez muitos já conhecessem,
pois ela contraria grandes interesses do mundo dos negócios, tanto no Oriente quanto principalmente no
Ocidente. Com relação ao “deserto”, ele é o Planeta Terra e o povo escravo somos todos nós, a Humanidade, que
está no “cativeiro” do Terceiro Princípio para ser purificada e, a “passagem pelo Mar Vermelho” é o novo
nascimento como já dissemos. Quanto a Cristo, Ele foi sim moído, porém, lá nas alturas insondáveis, quando teve
que assumir o Trono Angélico desocupado, para nos purificar, (Vide Isaías 53;5,10) e (Romanos 8;32) cujo Trono
era antes ocupado pelo Príncipe insubordinado, que se tornou o Príncipe das Trevas, o verdadeiro responsável
pela nossa contaminação e que também foi confinado no mesmo “cativeiro”. Ele está aqui conosco, nos
atormentando incessantemente todos os dias.

É fácil compreender que Deus não seria injusto, discriminando e rejeitando todos os povos, mediante a seleção e
escolha de apenas um povo, assim como Jesus Cristo também não seria injusto de “viver” apenas 3 anos,
convivendo com uma privilegiada e pequena parte de apenas uma geração humana e depois “desaparecer”.
Teríamos então, que consignar ao Pai e ao Filho, a injustiça de haverem abandonado todas as gerações humanas
dos dois últimos milênios. Ora, uma racionalidade equilibrada, coerente e despojada de quaisquer vínculos com
corporativismos baseados em crenças e superstições da ignorância, e também sem vínculos comerciais com esse
perverso “Sistema”, pode perceber que alguma coisa acontece e algo existe que desfigura o ordenamento lógico
desse conjunto histórico e genealógico que integra o “véu de Moisés”. Existe mesmo, e literalmente expresso.

Mateus 13;10- Então se aproximaram os discípulos, e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas?
11- Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não
lhes é isso concedido.
12- Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado,
13- Por isso lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem entendem.
14- De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos, e de nenhum modo entendereis;
vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis.
34- Todas estas cousas disse Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia;
35- Para que se cumprisse o que foi dito por intermédio do profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei
cousas ocultas desde a criação do mundo.

II Coríntios 3;13- E não somos como Moisés que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não
atentassem na terminação do que se desvanecia.
14- Mas os sentidos deles se embotaram, pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o
mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que em Cristo é removido.
15- Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
16- Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.
17- Ora o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade.

II Coríntios 4;2- Pelo contrário, rejeitamos as cousas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia,
nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de
Deus, pela manifestação da verdade.
3- Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto.
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4- Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
5- Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos
servos por amor de Jesus.

A própria inteligência do Homem, na sua evolução, foi desenvolvendo derivações, como a astúcia, o sofisma, a
ilusão, a injustiça, a artimanha, o engodo, o estratagema, a malícia e outros, ao mesmo tempo em que ele
percebia que, assim como ele próprio, os seus semelhantes tinham uma infinidade de necessidades, as quais se
multiplicavam com o passar dos tempos, acompanhando a evolução dos conhecimentos, o crescimento da
população e a formação de grandes ajuntamentos humanos, sendo acrescentadas às suas necessidades básicas
de se alimentar, se vestir e habitar ao abrigo das intempéries e dos perigos em geral.

O Homem desenvolveu também aspectos positivos, como a amizade, a solidariedade, a piedade, a honestidade e
até o amor, entre outros, derivações estas, entretanto, de muito menor expressão no contexto social da
Humanidade, exercitadas apenas por minorias que são marginalizadas, pois os seus procedimentos contrariam os
interesses da maioria, porquanto essas derivações não alimentam o “Sistema”.

Esse grande conjunto de necessidades, muitas das quais supérfluas e outras originadas das deformações
humanas, provocou o explosivo fomento dos componentes fundamentais dessas deformações estruturais do
Homem – o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera -- que se constituem nos propulsores das atividades do Homem,
para a satisfação dessas necessidades, de modo especial a cobiça, um dos seus mais poderosos atributos. Essas
deformações invadem também o terreno onde se encontra a inquietude intelectual do Homem. Essa inquietude
intelectual conduz o Homem às investigações científicas, no campo da sua racionalidade objetiva, e às
investigações espirituais, onde ele perscruta com o seu espírito, sobre a sua origem, sobre o sentido da sua vida,
sobre o seu destino final e sobre a existência ou não de outro tipo de vida, após a sua morte, no campo da sua
racionalidade subjetiva. Neste campo, incluem-se todas as crenças e superstições dos Homens, que também
geram necessidades, sobre as quais se concentrou com intensa voracidade, o interesse comercial dos sofistas.

Aqueles comerciantes que estruturaram rendosos negócios, sofismando sobre a literalidade das Sagradas
Escrituras, e sobre essas necessidades subjetivas do Homem, passam ao largo dos textos que não conseguem
compreender, dos que não conseguem subverter o sentido e daqueles que poderão expor as suas falcatruas e
comprometê-los diante das ingênuas “ovelhas”. Assim procedem, evitando discorrer sobre os textos que lhe são
inconvenientes, os quais nunca são mencionados em suas enfadonhas e sonolentas cantilenas, que chamam de
“pregações”. Quando o fazem, subvertem o sentido das palavras submetendo-as ao sofisma e à sua astúcia,
dizendo o que as pessoas gostam de ouvir, porque essas palavras lhes são agradáveis. (Vide Isaías 30;9,10)

Eclesiástico 18;32- Não te comprazas de ir às assembléias de grande tumulto, nem ainda às pequenas, porque ali
são freqüentes os pecados que se cometem.

Isaías 1;13- Não me continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as luas novas,
os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.
14- As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado
de sofrê-las.
15- Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; sim, quando multiplicais as
vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. (Vide Jeremias 32;34,35)

I Timóteo 4;1- Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios.
2- Pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência.
3- Que proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos, com ações
de graça, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade.

II Pedro 2;3- Também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo
lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.

Jeremias 7;17- Acaso não vês tu o que andam fazendo nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém?
18- Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para se fazerem bolos
à rainha dos céus; e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem a ira.

Jeremias 32;34- Antes puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.
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35- Edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e suas
filhas, a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente fizessem tal abominação, para fazerem
pecar a Judá.

I Coríntios 9;18- Nesse caso, qual é o meu galardão? É que evangelizando, proponha de graça o evangelho, para
não me valer do direito que ele me dá.

A evangelização primitiva se fez através de Profetas verdadeiramente ungidos pelo Espírito Santo, originando
esse maravilhoso ensino constante das Sagradas Escrituras. Não se tratava de indivíduos que decidiram, por si
mesmos, ministrar a Palavra. Esses Profetas verdadeiros, não faziam a interpretação da Palavra conforme as
suas próprias opiniões e de acordo com os seus interesses e conveniências, como fazem os sofistas, que se
atrevem até a editar Bíblias específicas inteiramente “interpretadas”, com absurdas anotações no rodapé. Isto,
sem falarmos das “pregações padronizadas”, distribuídas a todos os “pontos” da rede, nos altos das colinas.

Como se não bastassem tantos absurdos, temos ainda instituições teoricamente teológicas, se digladiando entre
si, sobre o verdadeiro nome de Deus, sobre sábados e domingos, sobre a autoria dos livros integrantes da Bíblia,
sobre rituais e solenidades, sobre dogmas e doutrinas, sobre a própria composição da Bíblia com a exclusão por
alguns de dois livros de grande importância: (Sabedoria e Eclesiástico). Isto tudo, se constitui num flagelo para o
Nosso Senhor Jesus Cristo, que resumiu tudo no exercício permanente do Amor: a Deus e ao Próximo. Os
gladiadores, devem observar (Hebreus 5;11 a 14) (Hebreus 6;1,2) e (I Coríntios 1;10 a 13 e 3;1 a 7), verificando
com atenção os textos abaixo transcritos.

Mateus 13;52- Então lhes disse: Por isso todo escriba versado no reino dos céus é semelhante a um pai de família
que tira do seu depósito cousas novas e cousas velhas.

João 15;16- Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei
para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome,
ele vo-lo conceda.

Hebreus 5;4- Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu
com Arão.

Jeremias 23;21- Não mandei esses profetas, todavia eles foram correndo; não lhes falei a eles, contudo
profetizaram.

Ezequiel 13;9- Minha mão será contra os profetas que têm visões falsas e que adivinham mentiras; não estarão no
conselho do meu povo, não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem entrarão na terra de Israel.
Sabereis que eu sou o Senhor.

Quanto ao nome, Deus é inominável e não há como defini-Lo nos restritos padrões da racionalidade. Ao tentar
transpor os limites dessa compreensão, a Razão se enreda no cipoal da sua fértil imaginação, contrariando as
recomendações das Escrituras. (Eclesiástico 3;22) O próprio Deus se denominou “Eu Sou”. Jacob Boehme, o
Príncipe dos Teósofos, chama Deus de “Sem Fundo”. O Filósofo Plotino, expoente do neo-platonismo, O chama
de “Uno”. Nós chamamos Deus de “Tudo” e também O exprimimos matematicamente na equação (1-1+1=1),
evocando a Santíssima Trindade. Poderíamos nos estender, chamando-O de “Absoluto”, ou “O Não Ser e O Ser”,
ou “O Não Fundamento e O Fundamento”. Aliás, o mesmo Boehme, com todo o respeito, diz: “... o próprio Deus
não sabe o que Ele é, pois Ele não conhece início algum de Si, nem nada que seja semelhante a Ele, nem fim
algum de Si”. E nós mesmos, com todo o respeito também, dizemos que Deus é estático, não podendo se
deslocar para outro lugar, pois Ele é o “Tudo” e o próprio lugar. Fora d’Ele não há lugar algum. Não há outro lugar
para onde Deus possa se deslocar. Todos os lugares estão dentro d’Ele!

Instituições que se confrontam constantemente, baseando-se em futilidades e que, sem o “mandato” espiritual,
especulam sobre as Escrituras, não podem ser levadas a sério por mentes mais avantajadas, mesmo ainda no
terreno da racionalidade, e muito menos pelos renascidos no Espírito Santo, que sabem muito bem que Deus não
necessita de intermediários. Só toma essa honra para si, quem for chamado, e apenas para colocar a Luz no
velador. Tudo o mais, é por conta do Guia e do Mestre, o nosso único Pastor e o único intermediário. Esse
comportamento dessas instituições, bem como os maus exemplos de algumas delas, consignados na História, e
ainda muito do que se vê atualmente, afastam da busca por Deus, muitas dessas mentes mais avantajadas, que
não conseguem engolir esse amontoado de contradições. (I Coríntios 1;10 a 13) (Mateus 23;13) (Oséias 4;6)
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Retomando as considerações sobre o “véu de Moisés”, devemos observar que a maioria dos personagens que se
encontram na construção das histórias, fábulas e genealogias da Bíblia, são figuras simbólicas, que carregam nos
ombros metáforas habilmente construídas, e como a própria Bíblia esclarece literalmente, representam esse “véu
de Moisés”, propositadamente modelado para ocultar o verdadeiro conteúdo dos ensinamentos. Essa ocultação é
para Jacó, o Homem racional, e o “véu de Moisés” se desvanece para Israel, o Homem espiritual renascido.

Jacó se concentra na sua racionalidade, da qual tanto se orgulha que chega a denominar-se “sábio”, e ele se volta
avidamente para o mundo material e para as coisas exteriores que o cercam, ou para as coisas que se vê. Esse é
o cenário onde ocorre a atuação da Lei mosaica, à qual está sujeita a racionalidade, que, em função das suas
quatro características permanentes (orgulho, cobiça, inveja e cólera) e dos seus desdobramentos, carrega, em
potência, o dolo e a culpa, que se refletem no seu comportamento e nas suas ações do cotidiano. O dolo é a
origem da predisposição em violar ou burlar os preceitos da Lei, para a obtenção de alguma vantagem,
satisfazendo uma ou outra daquelas características permanentes, enquanto que a culpa pode ocorrer
circunstancialmente, sem que haja a intenção prévia de infringir ou burlar a Lei e obter alguma vantagem. Por tudo
isso, Jacó é o alvo preferido de todo o “Sistema”, onde estão inseridas, também, as instituições “teológicas”, as
produtoras dos profetas profissionais manufaturados, que, como “papagaios”, expressam as preocupações com
coisas exteriores, como sábados e domingos, tipos de solenidades e rituais, dogmas e doutrinas, tipos de
alimentos e vestimentas, modelos e volumes de orações, nome e definições de Deus, tamanho e suntuosidade
dos seus templos, etc., e que vivem em permanente confronto entre si, em contendas inúteis sobre essas
futilidades, que não têm a menor importância e só servem para confundir as “ovelhas” mais humildes, que na
verdade estão sendo disputadas como possíveis clientes ou contribuintes, (II Pedro 2;3) que em maior número,
lhes conferem maior poder financeiro e político, satisfazendo os seus verdadeiros objetivos. (Jeremias 10;21,25)

Israel é o homem espiritual, o ex-Jacó, que lutou com Deus, até ser abençoado (Gênesis 32;28) e que certamente,
lutou muito consigo mesmo, optando pela “porta mais estreita”. Israel está concentrado nas coisas interiores, ou
nas coisas que não se vêem (II Coríntios 4;18) e assim, consegue atenuar os efeitos daquelas características
permanentes que também atuam sobre ele, e por isso, consegue se livrar do dolo, mas não da culpa, que, em
potência, é permanente em todos os homens. A Lei continua válida, porém, a sua incidência maior recai sobre
Jacó, pois Israel, ao ficar livre do dolo, escapa da eficácia da Lei no tocante à intenção de infringi-la, mas não de
uma culpa eventual, em que poderá incorrer, involuntariamente. (Romanos 2;12 a 16 e 3;9)

Como Israel ficou livre do dolo, ou da predisposição de violar ou burlar a Lei, ele ficou livre da própria Lei e se
colocou sob a Graça, onde há a liberdade do espírito e onde a Lei é desnecessária. Esse esclarecimento espiritual
facultado pela Graça, que é a Luz, retira ou faz desvanecer-se o “véu de Moisés” que está posto sobre os olhos de
Jacó e o transforma em Israel, que se afasta de Moisés e se aproxima de Cristo. Sob a Luz, Israel é libertado
pelo conhecimento (Provérbios 11;9) e passa a “enxergar e a ouvir” (Jacó era cego e surdo e Jesus Cristo o curou)
e, entre tantas outras coisas de grande importância, ele aprende que não é o sábado nem o domingo, mas são os
sete dias da semana que devem ser consagrados a Deus. Aprende que todas aquelas outras futilidades são
absolutamente inúteis e que, no seu comportamento diário e ininterrupto, que se reflete nas suas ações, desde as
mais simples até as mais importantes, é onde está o “X” da questão. Aprende que o amor a Deus e o amor ao
Próximo são os fundamentos da doutrina Cristã, e não adianta fingir, disfarçar, trapacear, iludir, fazer-de-conta, ou
usar de astúcia diante do “Olho que tudo vê”, que conhece até os seus pensamentos. Aprende que não adianta
freqüentar os templos de pedra aos sábados e ou domingos e fingir consagrá-los a Deus, e ainda, dedicar os
outros cinco dias da semana à cobiça, ao orgulho, à inveja ou à cólera, que são os filhos do Demônio. .Aprende
que deve manter-se atento e vigilante, para não cair nas armadilhas daqueles que “fazem comércio de vós” e não
ceder às tentações da racionalidade, que persistem até o fim, mesmo abrandadas, e que oferecem sedutoras e
apetitosas “guloseimas”, durante toda a vida. Aprende a não idolatrar, mas a manter limpo, nos dois sentidos, o
Santuário do Espírito Santo, que é o próprio corpo. (I Pedro 2;1) (I Coríntios 6;12 a 20) (II Coríntios 7;1)

A “Terra Prometida” é o Reino Angélico de Cristo, sendo oportuno perguntar: Por que Deus não permitiu que
Moisés entrasse na “Terra Prometida”? Ora, é evidente que jamais Deus puniria alguém pelos pecados de outros,
como se observa:
Deuteronômio 1;37- Também contra mim se indignou o Senhor por causa de vós, dizendo: Também tu lá não
entrarás. (Vide também Deuteronômio 3;25,26)
Deuteronômio 32;51- Porquanto prevaricastes contra mim no meio dos filhos de Israel, nas águas de Meribá de
Cades, no deserto de Zim, pois me não santificastes no meio dos filhos de Israel.
52- Pelo que verás a terra defronte de ti, porém não entrarás nela, na terra que dou aos filhos de Israel.

Pela observância da Lei podemos chegar às fronteiras da Terra Prometida e até vislumbrá-la, mas entrar nela
jamais, porquanto a Lei não santifica, mas somente a Graça o faz. Entretanto, a Graça não é escolha, mas
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concessão. (Vide João 15;16) (II Coríntios 3;3 a 18) e (Hebreus 7;18,19) A Lei é a velha Aliança, que foi anulada
pelo mau comportamento do povo que “estava no Egito”, e substituída pela Graça, a nova e Eterna Aliança . O
fundamento daquela é Moisés que é a Lei, e o fundamento desta é Cristo, que é a Graça e o Amor em toda a sua
plenitude: a Deus e ao Próximo. A Lei continua válida e plenamente eficaz para Jacó, o homem racional. Não mais
para Israel, ao qual é desnecessária, com relação ao dolo, pois este é o homem espiritual, que nasceu
novamente, contemplado pela Misericórdia de Deus, pela Graça do Nosso Senhor Jesus Cristo na Unção do
Espírito Santo, e que, admitido na Aliança Eterna de Deus, ficou livre da peculiaridade humana, a premeditação, a
predisposição e a má-fé, deliberadas, que antecedem a ação de burlar a Lei de Deus.

O “nascimento” de Cristo é a concretização da nova Aliança, a Aliança Eterna! Eis como isto ocorre: Jeremias
31;33- Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor. Na mente
lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

Então podemos agora compreender, que Cristo “nasce” todos os dias, em todo o Planeta, como sempre foi, desde
que a evolução do Homem possibilitou que isso começasse a ocorrer em sua mente, a partir dos últimos tempos.
Porém, essencialmente, Ele “nasceu” antes da fundação do mundo, ou ainda, Ele é eterno (I Pedro 1;20). O
marco, apenas simbólico ou sob o “véu de Moisés”, do seu “nascimento”, é o episódio bíblico que todos
conhecem, e sobre o qual os sofistas e também os empresários em geral, intensificaram os seus negócios e
aqueles, edificaram as solenidades e a arte teatral, que sabem muito bem, agradam às “ovelhas” mais humildes.

A fase adulta do espírito e da mente, e o “alimento sólido”.

Os “últimos tempos”, mais duradouros, já se esgotaram e estamos agora nos últimos dias. Doravante, mediante o
que foi visto até aqui e que será complementado fartamente nos capítulos seguintes, estamos deixando o alimento
básico e primário, o leite, e passando ao alimento sólido (Hebreus 5;11a14 e 6;1a8) (I Coríntios 3;1a7), o que não
aconteceu antes, seja por meio dos Profetas antigos ou mesmo por meio do Senhor, porque não era o momento
oportuno: o nosso espírito e a nossa mente não estavam preparados, e não eram ainda os últimos dias.

João 16;12- Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
13- Quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as cousas que hão de vir.
Jeremias 23;20- Não se desviará a ira do Senhor, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos
últimos dias entendereis isso claramente.

O Apóstolo Paulo entendeu que era tempo de trocar o alimento primário, o leite, adequado para as crianças, até
certa idade, pelo alimento sólido, que constitui a alimentação básica dos adultos. Vejamos alguns trechos de
Hebreus capítulos 5 e 6.

“A esse respeito temos muitas cousas que dizer, e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em
ouvir. Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes novamente
necessidade de alguém que vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim
vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é
inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que,
pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir, não somente o bem, mas também o mal”.

“Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito,
não lançando de novo a base do arrependimento de obras mortas, e da fé em Deus. E o ensino de batismos e da
imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno”.

Assim como o tempo da Lei mosaica, foi ultrapassado pelo tempo da Graça Cristã, também o tempo do alimento
primário, o leite, foi ultrapassado pelo tempo do alimento sólido, porquanto o leite está nos preceitos da própria Lei
mosaica, também infiltrado nas histórias, fábulas e genealogias, na camada exterior ou verniz que recobre as
metáforas e até na literalidade das palavras, mantendo oculto, “sob o véu de Moisés”, o que se esconde atrás
dessas histórias, dessas palavras, e também no cerne dessas metáforas: o alimento sólido.

Paulo vai além da questão da alimentação espiritual, fazendo alusões a desvios mais graves, daqueles que
experimentaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, experimentando a boa palavra de
Deus e os poderes do mundo vindouro e, ainda assim vieram a cair. Outros não avançaram na doutrina Cristã e
permaneceram “patinando” nos seus rudimentos elementares, continuando “crianças”, quando já deveriam ser
“adultos”. Aqui, não se trata daqueles que chegaram ao limite das suas potencialidades, o que é compreensível,
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mas sim daqueles que foram negligentes no emprego dos seus talentos ou que ficaram com preguiça de “pedir
mais” ao Senhor. A propósito, conhecemos um ex-agnóstico, que logo na fase inicial da sua conversão, ao saber
que a ninguém seria concedida sabedoria, como a Salomão (I Reis 3;12), não foi nada modesto, e pediu ao
Senhor que lhe desse 99% da sabedoria de Salomão. Não sabemos se ele recebeu tudo o que pediu, mas
sabemos que ele recebeu muito mais do que merecia.

Essas questões são relevantes e da maior importância, porquanto diante das trapaças dos sofistas, das limitações
de alguns, embora compreensíveis, e da negligência e ou preguiça de outros, tanto as “ovelhas” mais humildes,
como principalmente, as “ovelhas” mais bem nutridas nos conhecimentos da racionalidade, talvez não tenham sido
seduzidas pelos trapaceiros, mas talvez também, não tenham sido convertidas pelos rudimentos elementares da
doutrina Cristã, insuficientes para despertar o seu interesse e corresponder às suas expectativas. A visibilidade
mais nítida deste cenário permite-se nos Países do chamado Primeiro Mundo, especialmente na Europa, onde a
fé em Deus praticamente desapareceu.

O maior privilégio que o homem pode obter, por concessão, é o novo nascimento, produzido, unicamente, pela
Misericórdia do Pai, pelo Amor e Graça do Filho e pela Unção e Comunhão do Espírito Santo. Esse é o verdadeiro
Batismo na “Água Viva” do Filho e no “Fogo” do Espírito Santo. Esse é o “Certificado da Salvação”, sem o qual,
ninguém entra na “Terra Prometida”. Esse novo nascimento faz conexão com as potencialidades imanentes do
homem, as espirituais e as racionais, que emergem vigorosamente, passando a se refletir nos dons e vocações,
que surgem como fontes do “pão da vida” e da “água viva”. É de fundamental importância compreender que o
“novo nascimento” é o resultado do batismo na “água viva” de Cristo e no fogo do Espírito Santo. O batismo
praticado por João Batista é o batismo da Lei, que vale apenas como um símbolo. Quando Cristo foi “batizado”,
João Batista sabia que esse “batismo” era absolutamente desnecessário para Cristo, mas Este se submeteu a ele,
apenas como um gesto de respeito à Lei, sendo imediatamente, batizado pelo Espírito Santo. (Mateus 3;13a17)
Nesse momento, expirava a validade do batismo da Lei, substituída pelo Batismo da Graça. Assim, tanto o
decálogo da Lei mosaica, como o batismo de João Batista são abolidos pela Graça de Cristo, que nos homens se
concretiza no novo nascimento. (João 3;3,5a7) A Lei, com todos os seus acessórios exteriores, é válida somente
para Jacó, que continua se alimentando do leite, e não mais para Israel, cuja alimentação se baseia no alimento
sólido. Israel é a evolução espiritual de Jacó, sendo necessário que Jacó vá diminuindo, e que Israel cresça
progressivamente (João 3;25 a 30) e que, ouvindo a voz do noivo se diga: Pois esta alegria já se cumpriu em mim.

O Apóstolo Paulo, praticamente encerra a questão sobre a Lei e a Graça, em Hebreus 7;18 e 19: “Portanto, por
um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade, pois a Lei nunca aperfeiçoou
cousa alguma e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”. Os sofistas
insistem em manter as suas exortações baseadas na Lei, nas histórias, fábulas, genealogias e nos símbolos,
portanto, nos aspectos exteriores, porque estes lhes possibilitam desenvolver os seus negócios comerciais,
totalmente estruturados sobre esse conjunto, e também, sobre o alimento primário, o leite; aqueles, mais
acessíveis às “ovelhas” mais humildes, e este, o alimento mais adequado para os que, conforme Paulo, ”são
inexperientes na palavra da justiça, porque são crianças”.

A única ação exterior, por parte de quem pode tomar essa honra para si, realmente necessária, mais do que isso,
um dever, é a exposição do “pão da vida” e da “água viva”, oferecendo-os, ou colocando-os à disposição de todos
os seus semelhantes. Essa é a verdadeira Ceia com Cristo. O “pão da vida” é a “carne” de Cristo e a “água viva”
é o Seu sangue, esses os alimentos que Cristo dava às multidões, e os cestos nunca se esvaziavam, pois o “pão
da vida” é o Conhecimento Divino e a “água viva” é a Sabedoria Divina, que nunca se acabam, os quais estão nos
talentos, que o Senhor distribui generosamente àqueles que escolhe e, junto com eles, vem a responsabilidade de
investi-los, para que produzam rendimentos e frutifiquem na videira do Senhor. Entretanto, essa responsabilidade
não é a de ensinar, mas somente de investir os talentos, colocando-os à disposição dos seus semelhantes, o
mesmo que “colocar a vela no velador”, para que a luz ilumine o ambiente. (Lucas 8;16) O que poderá ocorrer daí
em diante, é por conta do único Pastor e do único Mestre, pois Eles é que guiam e ensinam: Jesus Cristo e o
Espírito Santo. (Mateus 23;1 a 12) Todas, sem nenhuma exceção, aquelas outras formalidades, que geram
confrontos entre as denominações teológicas, como dogmas, doutrinas, batismos, sábados e domingos, modelos
e volumes de orações, tipos de solenidades e rituais, e o que mais vier, alguns como resquícios da Lei mosaica,
são procedimentos anteriores ao “nascimento” de Cristo, e apenas ações exteriores dos homens, que são inúteis e
sem nenhuma importância, assim como aquelas enfadonhas e sonolentas cantilenas dos sofistas, contadores de
histórias, fábulas e genealogias. Quando João Batista foi questionado sobre a duplicidade de batismos, dele e de
Cristo, ele respondeu: “O homem não pode receber cousa alguma se do céu não lhe for dada”. Ora, de onde vem
o batismo na “água viva” de Jesus Cristo e no fogo do Espírito Santo? E de onde vem o batismo de João Batista?
E de onde vêm o novo nascimento e a salvação? Vêm do Céu ou vêm da Terra? Se vêm da Terra, quem está
autorizado a concedê-los? Os sofistas? Ora, ora, acordem “ovelhas”!
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A “receita” resumida e simplificada, para aqueles que têm fome pelo “pão da vida” e sede pela “água viva” é esta:
1- Mergulhar dentro de si mesmos, pela meditação, pela reflexão, analisando-se e examinando o seu verdadeiro
comportamento, diante de todas as circunstâncias. 2-Livrar-se do “entulho” que eventualmente os sofistas tenham
depositado nas suas cabeças, para que fiquem como livros em branco. 3- Não se ater às questões exteriores,
sejam elas quais forem. 4- Não ler a Bíblia, mas estudá-la, orando para que Cristo ilumine suas Mentes e o
Espírito Santo lhes esclareça a Palavra. 5- Não se dedicar, inicialmente e no terreno espiritual, a qualquer outro
tipo de leitura além da Bíblia, até que perceba nitidamente, que já lhe foi conferido o poder de identificar com
facilidade, quando se trata da Palavra que vem do Espírito Santo e quando se trata da astúcia dos sofistas. Daí
em diante, pode e deve ler tudo, pois não há mais possibilidade de ser enganado, e, como disse Paulo, pode
discernir também o mal, até para combatê-lo, nos padrões cristãos

Finalmente, sugerimos àqueles que, eventualmente, tenham “enterrado” os seus talentos, quaisquer que sejam os
motivos, que os “desenterrem” agora mesmo e passem a aplicá-los rapidamente, pois estamos nos “últimos dias”
e vem aí o Senhor dos Talentos, para cobrar os seus rendimentos. É hora do “tudo ou nada”. Há que se livrar do
sistema do “faz-de-conta”, do “entra-e-sai”, e como diz o Apóstolo Paulo, “... não mais sejamos como meninos,
agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela
astúcia com que induzem ao erro”, e não negando o Filho diante dos homens, para que Ele não nos negue diante
do Pai, que está nos céus.

Estamos às vésperas da eclosão de um poderoso derramamento espiritual, sem precedentes, como nunca visto
antes na face da Terra, que varrerá o Planeta, como uma poderosa onda convergente, arrebanhando “ovelhas” de
todos os confins da Terra, as quais reconhecerão a voz do seu verdadeiro Pastor.

Isaías 55;1- Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas; e vós os que não tendes dinheiro, vinde, comprai,
e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
3- Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança
perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi
6- Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto

Um breve resumo da reunião sobre o planejamento da restauração.

E lá estavam Eles reunidos. Era uma reunião de emergência dos Arquitetos e Engenheiros, empenhados nas
operações finais do planejamento da reconstrução parcial do “Palácio das Luminárias”, que Eles mesmos, o
chamavam também de “Palácio do Esplendor”, “Palácio da Luz”, “Palácio do Amor Formoso”, “Palácio das
Maravilhas”, “Palácio da Theosophia”, enfim, “Palácio do Tudo”.

Na sala de reuniões, bem no centro do “Palácio”, entre papéis, réguas, esquadros, compassos, GPS’s, telefones
celulares, e defronte aos seus respectivos notebooks, estavam sentados à mesa, “Eu Sou”, o “Arquiteto-Chefe”, o
“Chefão”, o “Chefe dos Chefes”, sisudo e muito zeloso, mas também misericordioso e paciente; “Sophia”, a
“Arquiteta Auxiliar”, “Secretária” e “Companheira” inseparável, eficiente e dedicada, sempre radiante, gentil, suave,
exalando o perfume das essências florais; “Emanuel”, o “Engenheiro-Chefe”, amoroso e extremamente bondoso,
é o encarregado de gerenciar todos os tipos de materiais empregados na reconstrução parcial do “Palácio” e
responsável pelo esclarecimento de todas as atividades operacionais e dos seus operadores; “Sempre Fazendo”,
o “Mestre de Obras-Chefe”, super eficiente e rápido como o vento, é o responsável pela execução de todas as
operações planejadas, e de toda a comunicação com todos os operadores envolvidos na reconstrução. As idéias
do “Eu Sou” chegavam ao “Emanuel” e ao “Sempre Fazendo” através de “Sophia” e, uma vez devidamente
materializadas por “Emanuel”, eram repassadas ao “Sempre Fazendo”, que providenciava a execução da
Vontade da Mente Eterna, manifestada pelo Verbo, proferida na Palavra e difundida pelo Espírito.

Tudo, antes, correra normalmente, e as obras para a instalação de uma Luminária, estavam se desenvolvendo
absolutamente dentro do cronograma, quando essa mesma Luminária, a única entre as vinte e oito delas,
apresentou um grave problema, iniciando o processo de uma progressiva e perigosa expansão desordenada, que
poderia desencadear uma imensa explosão e danificar a estrutura do Palácio. Então, o “Arquiteto-Chefe”, o
“Chefão”, extremamente zeloso que é, imediatamente conteve a indevida expansão, envolvendo a Luminária
desastrada num imenso “cobertor” escuro, comprimindo-a ao extremo e apagando-a, reduziu-a a um amontoado
de escombros fumegantes, como um imenso braseiro sem chamas, e com a colaboração do “Engenheiro
Emanuel’, aqueles escombros foram confinados num grande compartimento específico, pois “Eu Sou” já havia
feito planos para eles. Agora, ali estavam reunidos para desenvolver esses planos e encontrar soluções para os
problemas decorrentes dessa anomalia, executando a restauração da Luminária. Vamos acompanhar a reunião.
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Eu Sou – Bem, aqui estamos para nossa “enésima” reunião, que habitualmente fazemos, antes de projetarmos
outra Geração Cósmica. Claro que vocês, Emanuel, Sempre Fazendo e Sophia, “já estão carecas” de saber tudo o
que vou falar, pois como estará no Livro, não há nada de novo debaixo do sol, ao que eu acrescento, outra vez,
também não há nada de novo acima do sol, mas como a “platéia” é a única que se renova, temos que nos reunir e
fazer com que Sophia, sempre radiante, registre nossa reunião. Portanto, vamos ao trabalho.

Emanuel, como você sabe, eu sou muito zeloso por este “Palácio” e por todo o material que ele contém,
especialmente por essas maravilhosas Luminárias. Os escombros que confinamos estão irremediavelmente
contaminados, mas sei que a terça parte deles poderá ser recuperada, mediante uma purificação progressiva, por
etapas, mas para isso, eu preciso de você, para executar essa purificação. Entretanto, de antemão, asseguro-lhe
que essa purificação terá que ser feita por um processo muito doloroso para mim e muito mais doloroso para você,
requerendo um elemento que não precisamos aqui, mas que, para esse processo de purificação estabeleceremos
com o nome de tempo. Emanuel, meu Coração ficará literalmente em pedaços, desfigurado mesmo, pois terei que
moê-lo meu Filho querido, para que você se desloque, parcialmente, e assuma o lugar daquela infeliz Luminária,
ali à minha direita, no centro da nova expansão e disposição do material danificado, que faremos juntos, nós três.
Então você passará a executar, progressivamente, a limpeza, desinfecção e purificação desses escombros mal
cheirosos e, para isso, o Sempre Fazendo e a Sophia estarão em “tempo integral” com você nessa jornada.

O agente que provocou esse desastre com a Luminária e o conseqüente caos sobre aqueles escombros, como
vocês sabem, era um dos nossos, e ele está lá escondido no meio desses escombros, e tentará, a todo custo,
retomar os seus perversos planos que foram frustrados. Por isso, os nossos planos de recuperação serão
absolutamente sigilosos e os executaremos por etapas distintas e compatíveis com a progressão evolutiva das
nossas essências que estão naqueles escombros, e que irão assumindo, cada uma a seu tempo, por seu
intermédio Emanuel e configuradas por Sempre Fazendo, o caráter de espécies individuais definidas, com
características próprias, potencialidades específicas e numa grande diversidade, resultando numa produção de
utilidades recíprocas entre as espécies, de forma que se transformem progressiva e evolutivamente, até que a
purificação seja consolidada, através de você. Essas serão as minhas manifestações, que serão traduzidas pela
orientação que se irradia por intermédio de Sophia, chegando a você e ao Sempre Fazendo, que concretizarão
essas manifestações emanadas da minha Mente Eterna. Instalaremos uma linda Casa para a morada e o
desenvolvimento de muitas das espécies, cuja administração, a partir de certo momento, será assumida com
exclusividade, por uma dessas espécies, que será chamada de espécie humana, composta de homens.

Essa espécie, a dos seres humanos, formada pelos homens, como tudo, evoluirá por etapas, sendo a primeira
delas, a etapa da ignorância absoluta, onde ele ainda estará constituído quase que totalmente das essências
contaminadas e apenas ínfimas migalhas do “pão da vida” e gotas da “água viva”, que ficaram mescladas nos
escombros, mas que, também progressiva e evolutivamente, você colocará à disposição deles, para “comerem” e
“beberem” à vontade, cujo início dessa “alimentação” se dará a partir do seu sacrifício, ou do primeiro momento da
primeira etapa, a etapa do Homem Primitivo. Nessa etapa, a espécie em questão, ainda não terá consciência da
sua purificação em andamento, que também não poderia mesmo compreender, por isso, nessa ocasião, lhes
enviarei um mensageiro meu, que chamarei de Moisés, que lhes ensinará sobre Leis que lhes prescreverei, para
orientar sua conduta durante a sua vida, antes que você Emanuel, venha a “nascer” em suas Mentes. Para todas
as etapas se cumprirem, estabeleci um prazo de setenta “N’lhões” de anos, que chamo de “peregrinação pelo
deserto” e adianto-lhes, que na conclusão da etapa final, na convivência entre “Jacó” e “Israel”, o número dos
homens não atingirá a casa dos sete bilhões. Quanto à conscientização, ela deverá ocorrer a partir do seu
“nascimento” Emanuel, na mente individual de cada ser da espécie. Quando isso ocorrer, a espécie estará
adentrando a segunda etapa, etapa intermediária, a do Homem Habilidoso, que já passará a fazer o uso mais
intenso da sua racionalidade, proporcionado pelo crescimento da sua capacidade cognitiva. Na verdade, alguns
homens, os Profetas, escolhidos por mim e esclarecidos por você Emanuel e por você Sempre Fazendo, serão
levados a conhecer Sophia, muito antes de grande número deles, para que venham a nos ajudar na tarefa de
esclarecer cada vez mais o Homem Habilidoso, preparando o caminho, ao mesmo tempo em que esses
escolhidos, servirão como testemunho perante os demais, mesmo muito tempo depois de já não estarem mais
entre os homens, no calendário deles é claro.

Os escolhidos profetizarão inspirados por Sophia e ensinados por vocês dois, e suas profecias serão confirmadas
por mim. Aqui, tenho que incluir uma desagradável observação: surgirão muitos “malandros” que, fazendo-se
passar por “profetas”, ou com quaisquer outros nomes, enganarão muitas “ovelhas”, especialmente as mais
humildes, ganhando muito dinheiro, por conta das suas trapaças, mas, como estará escrito no Livro, “Eu mesmo
apascentarei as minhas ovelhas, mas a gorda e a forte destruirei”. Essa segunda etapa, bem mais curta que a
anterior, chamarei de últimos tempos, e durará pouco mais de dois mil anos, no calendário dos homens. Então,
entraremos na terceira e última etapa, onde vocês três deverão atuar com todas as suas forças, Vocês receberão,
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nessa etapa, orientação para retirar o “véu de Moisés”, que terá sido utilizado, até então, para ocultar a Luz ao
Demônio, o destruidor de Luminárias, que do contrário, seria fortalecido para melhor fundamentar a sua astúcia e
enganar até as “ovelhas” mais esclarecidas. Nesta etapa, ele ficará mais exposto e mais ativo, mas não terá
tempo suficiente para uma reação eficaz e abrangente, mesmo porque, vocês três também estarão bem mais
ativos. Assim, poderemos “abrir a torneira” dos conhecimentos essenciais, atraindo as “ovelhas” mais teimosas e
mais resistentes, para que eu possa completar o número que tenho aqui comigo estabelecido. Por isso, vocês se
darão, assim como farei eu também, a conhecer-se plenamente pelos homens, como último esforço para
podermos completar aquela terça parte, que retornará ao nosso “Palácio”, incorporando-se às demais Luminárias.
(Daniel 12;3) Essa etapa, mais curta ainda, chamarei de últimos dias, quando os homens entenderão mais
claramente as coisas a nosso respeito, cuja duração corresponderá a pouco menos de 0,3% da etapa anterior.
Aliás, já um leão subiu da sua ramada; ele já partiu, já deixou o seu lugar, (Jeremias 4;7) e todos os homens
sentirão, cada vez mais ardente, o calor do seu hálito. (Daniel 3;17,18) Então, eles verão a sua Glória Emanuel !

Os homens serão preguiçosos para meditar e arrogantes para aceitar reflexões baseadas no que não poderão
ver, que serão manifestadas por meus mensageiros, os Profetas. Eles não conseguirão entender que o Universo
Sou Eu, e que o Terceiro Princípio, o resultado desta reunião, será uma pequena parte de Mim mesmo, que
compreenderá apenas uma Geração, a qual será como um rolo de filme, onde, todos os eventos da existência
deles e de tudo, já estarão gravados, inclusive aqueles que acontecerão no que, para eles, então, ainda seria o
futuro. Na verdade, todos eles serão atores desse filme, mas sempre com o seu livre-arbítrio, que Eu sei, por
antecipação é claro, como eles irão utilizá-lo. O Terceiro Princípio é a única parte de Mim, onde existe o tempo,
que é ilusório, pois o futuro já se encontra embutido nesse tempo, e esse futuro é tão imutável quanto o próprio
passado, que antes, também era futuro, conforme o resumo que será feito por Sophia, no Livro que vocês três
providenciarão, através das suas inspirações aos Profetas, em (Eclesiastes 1;9 a 11 e 3;15). Os homens acabarão
por compreender, que o destino realmente existe e saberão que o nome do filme é Geração Cósmica.

Em linhas gerais, esses são os meus planos, que ora coloco diante de vocês, como pauta desta reunião, para
traçarmos as linhas da sua execução, sem muita demora, pois os escombros já estão cheirando mal e precisamos
por mãos à obra para o saneamento desta “massa”, que era pura e una conosco e foi tornada suja e mista, para
promovermos a sua purificação e a reunificação da parte restaurada. Antes de passarmos ao segundo item da
pauta, quero adiantar-lhes, que as duas terças partes que não poderemos recuperar, ou seja, 66,6 que é número
de homens, eu mesmo cuidarei delas e as dissolverei no meu zelo. Ah... Antes que me esqueça, Sophia está
anotando tudo e lhes fornecerá uma cópia da Ata desta reunião. A Palavra está com vocês.

Emanuel – Está tudo entendido Chefe. Quando iremos começar a executar os seus planos?

Sempre Fazendo – (esfregando as mãos) Isso mesmo Chefe. Quando começamos?

Eu Sou – Agora.

Sophia – Aqui estão as suas cópias da Ata. Vamos.

Obs. – O segundo item da pauta era: “Marcar data para o início da restauração”. Foi cancelado.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as cousas foram feitas por
intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.

Uma “semana” depois, o Terceiro Princípio estava pronto, incluindo o pequenino Sistema Solar, e assim, tinha
início mais uma Geração Cósmica, (Vide Joel 3;20) percorrendo agora, a etapa dos últimos dias. Somos realmente
privilegiados, pois, sendo os últimos, somos os primeiros a ficar sabendo quase tudo. Um pouco mais de tempo,
continuando como últimos, saberemos o que ainda resta e então, finalmente, saberemos tudo.

Ele disse: “Antes que sucedam, eu vo-las farei ouvir”. E também: “Certamente o Senhor Deus não fará cousa
alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas”. E ainda: ”Nos últimos dias entendereis
isso claramente”. “Porque todos me conhecerão”.

Prosseguindo, o Leitor possivelmente saberá o que ainda resta.

A misericórdia do Pai, o Amor e a Graça do Filho, a Unção do Espírito Santo sejam sobre todos os Leitores
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2 - A GERAÇÃO CÒSMICA E A EVOLUÇÃO

No início não era o caos, pois este pressupõe a desordem e não haveria o que pudesse ser desorganizado, pois,
se houvesse esse início, Ele estaria absolutamente só, totalmente nas trevas e integralmente no silêncio. Com Ele
estariam somente a Sua Vontade com as suas potencialidades substanciais e a Sua Sabedoria. (Sophia)

Então, o desejo obscuro e contrativo da Vontade de manifestar as idéias contempladas potencialmente em


Sophia, instigaria intensamente o Espírito da Adstringência para a mais poderosa e inimaginável ação contrativa
voltada para Si mesmo, para o seu próprio Coração, no eterno abraço Universal.

Levada às últimas conseqüências, na sua intensidade, a poderosa contração, direcionada para o seu próprio
centro, faria irromper freneticamente o movimento expansivo, oriundo da Vontade atraída e aprisionada no desejo
adstringente e geraria o Espírito do Amargor.

As forças opostas da contração e da expansão, intensificadas ao extremo no combate monumental, produziriam o


Espírito da Angústia, no poderoso movimento rotatório, que promoveria a harmonização das duas forças opostas.

O intenso atrito entre contração e expansão, resultaria no Espírito do Calor, que provocaria a relâmpago do fogo,
que por sua vez, libertaria das trevas a Vontade e introduziria a liberdade na angústia do movimento rotatório.

A liberdade abrandaria e suavizaria as três poderosas forças, que se entregariam suave e amorosamente umas ás
outras, complementando-se e unificando-se na geração do Espírito do Amor.

Libertando-se a Vontade e iluminando as severas forças contrárias, surgiria na explosão que sucede ao
relâmpago do fogo e irromperia o poderoso Espírito do Som.

Com o mais absoluto entendimento, os Espíritos em conjunto e em constante revezamento na introdução de suas
respectivas características essenciais predominantes, as imprimiriam em todas as manifestações da Vontade, as
quais transformariam as idéias em corpos substanciais, apreensíveis e não apreensíveis, que engendrariam o
Espírito Tangível.

A Vontade teria fecundado plenamente a Virgem Sophia a sua Sabedoria, que teria então absorvido os seus Sete
Espíritos -- ou Sete Essências, ou Sete Sementes, ou Sete Forças -- que seriam substancialmente sintetizadas em
Seu Filho Primogênito e Unigênito. Então Ele já não mais estaria só e grande parte das trevas teria sido iluminada
com a resplandecência da mais bela, intensa e inigualável LUZ ! (Vide Oséias 12;10)

Ele chamaria Seu Filho e Lhe diria: Tu és meu Filho. Eu hoje Te gerei. Vamos fazer uso das nossas essências que
estão sintetizadas em Você e propagar, numa vasta cadeia expansiva, essa sua magnífica e singular
resplandecência. Você é o Rei e estabeleceremos os seus Príncipes com suas legiões e todos lhe serão sujeitos.

Ele mediria, esquadrejaria e circularia as suas próprias imensidões, e definiria a Sua Vontade na Sua Sabedoria,
que seria manifestada através de Seu Filho, em vinte e quatro círculos imensos, onde seriam localizados e
circunscritos os poderosos Príncipes Angélicos com suas respectivas legiões. Além disso, Ele adornaria o átrio do
Rei, e nas suas quatro extremidades, estabeleceria os quatro Querubins, como seus guardiães exclusivos.

Todos os Príncipes Angélicos seriam simetricamente dispostos em seus devidos lugares e, com alegria e júbilo,
todos eles engendrariam e expandiriam as suas enormes legiões, observando cada um a sua posição,
respeitando integralmente os seus limites e determinando as posições e limites das suas respectivas legiões, bem
como observando seu próprio grau de resplandecência e o de todos os seus subordinados. Ou melhor, todos eles
menos UM ! aliás, um dos mais belos, que se entusiasmou com sua beleza, com sua envergadura e com o seu
poder, sendo seduzido pela sua vaidade e pela sua cobiça. Então, ele quis extrapolar os limites da sua
circunscrição e também o grau da sua resplandecência, pois ele desejou ser o Rei e até mesmo se tornar igual a
Ele, o detentor da Vontade, da Sabedoria e dos Sete Espíritos!

Assim é, assim sempre foi, assim sempre será, porém, essa seqüência desenhada, somente se relaciona ao
Terceiro Princípio, a partir da insubordinação de Lúcifer, o qual tem início e fim, a cada geração cósmica.

Mas Ele abraça tudo. Tudo está n’Ele e Ele está em tudo! Assim, Ele comprimiu ao extremo o Príncipe rebelde,
pretensioso e insubordinado, extinguiu a sua resplandecência, conglomerou todas as suas essências e as das
suas legiões, mantendo toda essa corporalidade numa só “massa” e na sua exclusiva circunscrição. Mas, o mal
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feito estava feito. Toda essa “massa” estava irreversivelmente contaminada e, apenas nessa circunscrição, o
Príncipe ou Anjo de Luz caído, provocou a instalação, de fato, do caos. Então, o Filho assumiu o núcleo dessa
circunscrição e passou a trabalhar sem interrupção, na regeneração ou purificação de toda essa “massa”
contaminada, recompondo, ou dando início à geração de um novo Princípio, o único, realmente, com começo e
fim. A partir daí, nasceu um novo elemento, de grande significação para nós: o tempo, que se relaciona
exclusivamente a esse Princípio, concebido novamente. (Joel 3;20)

Na sua longa e dolorosa evolução, esse novo Princípio, contaminado e de corporalidade mais densa, em razão da
extraordinária compressão a que foi submetido, produzirá todas as galáxias e seus integrantes, onde se
encontrará também a nossa Via Láctea, o nosso Sistema Solar, o nosso Planeta Terra e a Besta-Fera (o homem),
que na sua longa e específica evolução, se tornará a Besta-Fera Habilis, estágio esse que caracteriza o ápice da
sua racionalidade, uma vez que, por si só, ele jamais deixará de ser uma Besta-Fera, pois apenas adquirirá
maiores habilidades ou capacidades, as quais estão todas contidas, essencial e potencialmente, nos seus
conhecimentos racionais, que na sua evolução cumulativa, exibirá um desenvolvimento extremamente avantajado,
conferindo-lhe a mais absoluta supremacia sobre os outros animais.

Para avaliar essa evolução, note-se que A Besta-Fera primitiva, então ainda sem muitas habilidades, o Caim,
eliminou seu irmão Abel, talvez com um porrete, ou uma pedra, ou mesmo uma mordida na jugular, não sabemos
ao certo, enquanto a Besta-Fera Habilis consegue eliminar, e o faz, milhares de seus irmãos, simultaneamente, à
grandes distâncias, com apenas uma pequena bomba e ainda pode assistir ou contemplar, com orgulho!?, tudo
pela televisão, enquanto saboreia um apetitoso cachorro-quente e toma o seu refrigerante preferido! A única
diferença está no volume das habilidades adquiridas, pois a Besta-Fera é a mesma, assim como os motivos dos
assassinatos, -- o individual e o coletivo -- são exatamente os mesmos! Isso tudo, sem falarmos da administração
do Planeta Terra, pela aplicação nos “sistemas adotados”, das habilidades acumuladas pela poderosa, orgulhosa
e extremamente feroz Besta-Fera, que deve admitir, quer queira quer não queira, que por sua própria vontade ou
determinação, jamais evoluirá para o Homo Sapiens, o que somente poderá ocorrer mediante a Unção Espiritual,
quando ele adentra os domínios daTheosophia, a fase terminal da sua evolução. O Homo Habilis é o limite da sua
própria racionalidade, onde ele, efetivamente, adquire e acumula um admirável volume e magnífica variedade de
conhecimentos racionais e também uma impressionante falta de sabedoria! O Homo Habilis, na sua racionalidade,
conhece, mas não sabe, estabelecendo-se então, o paradoxo da razão: ”quanto mais eu conheço, menos eu sei”
e mais perigoso eu sou para mim mesmo!

A diferença fundamental entre o Homo Habilis e os outros animais está na detenção, exclusivamente por essa
espécie, dos seguintes atributos: 1- da Razão, com a sua capacidade de conjeturar, adquirir, associar, agregar,
construir, acumular, registrar e repassar os conhecimentos racionais: 2- do Livre arbítrio, com a sua prerrogativa
de escolher livremente, baseado nos seus conhecimentos racionais, o que deve ou não deve fazer, em que deve
ou não deve acreditar e optar pelo caminho que deve seguir em toda a sua vida. Ele tem ainda, a plena liberdade
de administrar a sua Casa, o Planeta Terra, como quiser, com a mais absoluta predominância sobre todos os
outros animais, ou seja, tudo e todos lhe são subordinados: 3- do Conhecimento do Bem e do Mal, cujo
discernimento provém das suas próprias essências, onde as leis que os definem estão impressas. Fica a seu
inteiro critério utilizá-lo como desejar. Quanto aos outros animais, os irracionais, eles apenas obedecem e seguem
os seus instintos e as leis naturais que também estão impressas em suas essências, sem que possam fazer
quaisquer escolhas fora desse contexto e não tem também o discernimento entre o bem e o mal. Orientam-se
pelas leis de sobrevivência e de propagação ou reprodução das suas respectivas espécies.

O Homo Habilis na sua evolução, inicialmente e no maior percurso dessa evolução, embora sempre fosse uma
espécie definida, independente de miscigenações aleatórias, era totalmente igual aos outros animais e, somente a
partir de certo momento, em seus diversos estágios, começou a despontar ou a emergir na sua mente, essa sua
capacidade cognitiva, que foi se ampliando progressivamente nos seus posteriores estágios evolutivos,
desenvolvendo uma impressionante gama de habilidades e recursos, dos quais passou a se utilizar, também
progressivamente, para estabelecer, ampliar e consolidar o seu domínio absoluto sobre todas as demais espécies.
A sua capacidade de observar e de pensar teve início no exato momento em que Adão “provou o fruto da Árvore
do Conhecimento do Bem e do Mal”. A partir desse momento, encerrou-se a longa etapa da Besta-Fera primitiva e
iniciou-se outra etapa mais curta da Besta-Fera Habilis, então com a sua racionalidade, o seu livre-arbítrio e a sua
noção ou discernimento do bem e do mal. Todavia, a história do pensamento surgiria muito tempo depois, com os
desenhos e inscrições nas pedras, quando a Besta-Fera Habilis ou o Homo Habilis, começou a registrar as suas
observações e até a esboçar os seus pensamentos e posteriormente a registrá-los plenamente. Esse longo
percurso, uma grande maratona, foi lentamente percorrido, mas com velocidade progressiva no esclarecimento do
Homo Habilis, cuja progressão atingirá o seu ápice, no percurso dos últimos seis mil anos da geração cósmica.
Vide (Isaías 42;9) (Ezequiel 39;29) (Amós 3;7) (Mateus 12;40 e 20;16) (João 16;25) e (Efésios 1;17)
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Nessa evolução ele subjuga tudo e todos e assume integralmente a administração do Planeta em que vive,
adquirindo até o poder de, se o desejar, extinguir todas as formas de vida nele existentes, inclusive a sua! Ele
então, não tem mais adversários à sua altura, a não ser ele próprio! O Homo Habilis não vive isoladamente e por
isso organiza agrupamentos e estabelece regras de convivência em sociedade. Esses agrupamentos, ao longo do
tempo, adquirem gigantescas proporções e demandam complexos sistemas para a sua administração. Ao lado
desse gigantesco desenvolvimento, o Homo Habilis desenvolve também as suas preferências e os seus interesses
peculiares e extremamente pessoais, sobre os quais concentra todas as suas habilidades adquiridas, colocando
esses interesses, inclusive, acima dos seus conceitos sobre o bem e o mal e também sobre as próprias regras de
convivência social que ele mesmo estipulou. Ou seja: “primeiro os meus interesses, depois o resto”.

Os poderosos combustíveis que alimentam e desenvolvem os seus interesses, elevando-os ao infinito, são
basicamente, o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera, com todos os seus desdobramentos. Ou seja:

O orgulho – ele quer ser o mais forte, o mais corajoso, o mais belo, o mais inteligente, o mais viril, o maior detentor
de prêmios e honrarias, o mais admirado, o mais cobiçado e o mais poderoso entre todos os homens!
A cobiça – ele quer ser o mais rico, possuindo o maior patrimônio possível, composto da maior variedade de todos
os tipos de bens produzidos pelas mãos dos homens ou pela natureza! Por quaisquer meios.
A inveja – ele se compara aos demais semelhantes e detesta que quaisquer deles possua algo que ele não tenha
ou mais do que ele tem, ou possua alguma qualidade pessoal que ele não possui. Ele deseja ser o maior, o
melhor, enfim, o primeiro em tudo!
A cólera – quando ele não consegue fazer prevalecer as suas idéias ou a sua vontade, ele se utiliza de todos os
seus recursos, para impor essas idéias ou vontade, inclusive da força se necessário, não se importando com as
conseqüências, sejam quais forem!

Esses são os atributos fundamentais da racionalidade e sobre essas colunas, o Homo Habilis estruturou o mais
complexo sistema de que foi capaz, um verdadeiro labirinto que flutua ao sabor das circunstâncias, onde o sim
pode ser não e vice-versa; onde nunca se é contra ou a favor, muito pelo contrário; onde se usa sempre dois
pesos e duas medidas; onde, em caso de dúvida, resguarde sempre os seus interesses; onde as normas, os
regulamentos e as leis são para os outros; onde tudo pode ser permitido, menos o que for contrário aos seus
interesses; onde é preciso criar dificuldades para vender facilidades; onde devemos todos fazer-de-conta que
somos o que deveríamos ser; onde pegue logo tudo o que puder, antes que outro pegue, mesmo porque ninguém
acreditará que você nunca pegou nada, e mesmo porque o Homo Habilis conhece bem a si próprio e sabe que na
“peneira fina” não passa ninguém! (Vide romanos 3;10 a 24)

Paralelamente a esse flexível e eclético “modus vivendi” ou “modus operandi”, peculiares da racionalidade como
regras do seu comportamento objetivo, temos uma curiosa faceta, como uma das normas do seu comportamento
subjetivo, relativo às suas crenças e superstições, onde o Homo Habilis se debate exaustivamente, entre a
duplicidade do verdadeiro exercício dessas crenças ou superstições aos sábados e domingos, apenas nas
dependências das denominações teológicas que freqüenta, e a sua efetiva e real postura das segundas às sextas
feiras, no seu cotidiano, diante da necessidade de ganhar dinheiro para o sustento diário e, sobretudo para
satisfazer a cobiça. Evidentemente, na sua maioria absoluta, as decisões adotadas descartam as crenças ou
superstições, que se tornam apenas máscaras de conveniência social. Nesse sentido, basta que prestemos
atenção às circunstâncias que nos rodeiam e aos noticiosos nacionais e internacionais, e encontraremos uma
extraordinária riqueza de variedades e uma impressionante capacidade criativa desse singular animal.

O Homo Habilis desenvolve na sua evolução progressiva, a sua inquietude intelectual, que se acentua mais
profundamente nas potencialidades mais avantajadas e que se propaga nas suas conjeturas, nos seus raciocínios
e nas suas meditações ou reflexões, quando ele se entrega a uma postura mais contemplativa, resultando nas
indagações mais complexas, para as quais a racionalidade não tem e jamais terá as respostas, sem que o Homo
Habilis ultrapasse os seus próprios limites, os limites da sua racionalidade, o que escapa ao seu poder, mas que
deve ser o seu objetivo permanente, até que Sophia se apresente, pois “Ela se antecipa aos que a cobiçam, de tal
sorte que se lhes patenteia primeiro”. (Vide Sabedoria 6;14)

Na parcela maior dos homens, essa inquietude é muito branda, tênue mesmo, e eles se condicionam a seguir
quase na totalidade, a orientação de outros, o que os deixa à mercê dos quatro atributos e seus desdobramentos,
característicos do Homo Habilis, que os administra com astúcia, malícia e perspicácia. Em outra parcela, menos
expressiva numericamente, onde se encontram potencialidades mais desenvolvidas, propaga-se uma apatia no
exercício das faculdades mentais, onde são negligenciados os próprios talentos e a preguiça transfere para outros
(aí entram os sofistas de plantão) a tarefa de satisfazer essa curiosidade do intelecto, com a transferência também
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das responsabilidades de um posicionamento pessoal diante das múltiplas circunstâncias que rodeiam a todos. É
óbvio que essa omissão deliberada não vai eximir ninguém das suas responsabilidades. Com tais características,
mergulhamos na grande maratona compulsória em que todos ingressamos ao nascer, onde se desenvolve a
trajetória da natureza humana, que no percurso da vida, percorre a primavera, com o tenro, suave, frágil e
inocente florescimento; o verão, com o calor, o vigor e a insensatez das paixões efêmeras e irresponsáveis; o
outono, com as evidências iniciais do declínio; o inverno, com o frio e a plenitude do declínio, na decadência dos
sentidos, das reações instintivas, sobretudo da mente. Mas, as regras gerais comportam as exceções e podemos
formular a indagação: “O que me aguarda no meu inverno? A senilidade, ou o Conhecimento e a Sabedoria”?

E foi dito: “Aquele, porém, que beber da água que EU lhe der, nunca mais terá sede, para sempre, pelo contrário,
a água que EU lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”. Mas, onde procurar essa água? Ou
melhor, onde está a sua nascente?

Na sua evolução, o homem começou a registrar as suas observações sensoriais através de desenhos rústicos, até
chegar às letras do alfabeto, que lhe permitiram registrar não somente as observações dos seus sentidos, como
também a associação entre elas, o produto do seu raciocínio e até as suas conjeturas, cujo acervo cumulativo,
representa a evolução do conhecimento racional. Além disso, o homem exercita, também mediante um processo
evolutivo do seu espírito, o registro destas experiências peculiares, alheias à Razão e que extrapolam a própria
racionalidade, excedendo até a sua própria capacidade de compreender, num contexto mais amplo, pois o seu
discernimento é exclusivamente espiritual.

A Família, a base celular da sociedade humana, as escolas de ensino nos seus diversos níveis e o próprio meio
social como um agente do intercâmbio de experiências, ensinam e preparam o homem, fornecendo-lhe uma base
inicial e subseqüente, para o avanço nos conhecimentos racionais. Quanto aos conhecimentos espirituais, estes
ficam condicionados a uma predisposição da inquietude do intelecto humano, geralmente mais tardia, ocorrendo
no “outono/inverno” da vida, complementada e concretizada de fato, por concessões que transcendem os limites
da Razão. Todos os registros dos conhecimentos acumulados ao longo do tempo foram gravados em documentos
esparsos, depois aglutinados em livros cada vez mais seletivos e disseminados por uma infinidade de bibliotecas,
e atualmente, através dos recursos da informática, de forma globalizada, cujo acesso é muito rápido, amplo e
analítico, facilitando a sua total propagação.

Com efeito, aí estão as ‘nascentes’ do conhecimento humano, onde pela dedicação do próprio homem, são
desenvolvidos evolutivamente os conhecimentos racionais, até os limites das suas respectivas potencialidades
individuais, e os conhecimentos espirituais, também desenvolvidos num processo evolutivo e da mesma forma, até
os limites das potencialidades individuais, pelo desejo e empenho do homem em satisfazer a sua inquietude
intelectual, que será satisfeita de fato, apenas por uma concessão superior, incompreensível pela racionalidade,
cuja concessão faculta ao homem o efetivo acesso àTheosophia, onde se encontra a água viva que Ele dá a
quem quiser, da qual, quem beber, nunca mais terá sede. (Vide João 15;16)

O cerco final de Jerusalém se aproxima e apenas a terça parte (33,3%) do nosso imenso rebanho, composta de
homens de todos os matizes, de todas as regiões do Planeta, sem quaisquer tipos de distinção sob quaisquer
aspectos, a maioria oriunda dos mais simples e humildes, desde que todos eles estiverem devidamente vestidos
para as núpcias, (Mateus 22;8a14) e com suas lâmpadas acesas, (Mateus 25;1a13) ultrapassará as fronteiras da
racionalidade e concluirá a grande maratona no terminal da trajetória evolutiva, transpondo os limites
daTheosophia, onde os últimos serão os primeiros... a saber!

Todos juntos, constituímos esse imenso rebanho (a Humanidade), sujeitos à orientação de inúmeras lideranças
espalhadas por toda parte do Planeta, embutidas no flexível e eclético Sistema, que é composto por uma imensa
rede de subsistemas, os quais formam uma espécie de grande ‘orquestra’, com um imenso repertório de melodias
envolventes e extremamente sedutoras, regida, num constante revezamento, pelos grandes Maestros que
nasceram, foram criados e cresceram assustadoramente no coração desse rebanho, ocupando todo seu espaço:

Orgulho - Cobiça - Inveja - Cólera

Sob a batuta do mais influente, mais envolvente e mais sedutor dos Maestros, está a poderosa turbina que aciona
e desenvolve a grande maratona da Humanidade, alimentada pelo mais potente combustível que ela concebeu: a
Cobiça! No rastro da Cobiça, a Humanidade acelerou o desenvolvimento do Conhecimento Racional, que por sua
vez, ativou ainda mais a própria Cobiça que nasceu do mesmo Conhecimento Racional, num círculo vicioso que
se iniciou no conhecimento do bem e do mal, o primeiro produto da liberdade obtida por Adão e que será
concluído no fim desta geração cósmica, ou no Juízo Final!
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3 - A INVERSÃO DE RACIOCINIOS E DE VALORES

A Filosofia, através de Kant, procurou desvendar os fundamentos do conhecimento e o próprio Kant concluiu a
sua procura, sugerindo que outros completassem o que ele mesmo considerou inconcluso. Todavia, quando se
estabelece um propósito sincero, mesmo no terreno da racionalidade, como foi a intenção de Kant, o que nem
sempre é observado, resulta alguma contribuição benéfica para todos.

Assim, veremos que realmente o conhecimento maior, anterior a todos os outros conhecimentos, sempre esteve
presente, potencialmente, a priori, como uma imanência, nos recônditos da alma humana. Veremos também,
principalmente, que mesmo vagando, alternadamente, pelos labirintos da Filosofia e da Filologia, Kant não só
percebeu a sua existência, como o perseguiu, mas não encontrou esse objeto da sua procura. Entretanto, ele
prognosticou, com acerto, a necessidade de uma inversão de raciocínios, para que esse conhecimento maior
fosse encontrado. Nesse sentido, Immanuel Kant recordou os pioneiros das ciências da natureza que, invertendo
o raciocínio, deduziram que a Terra é que girava em torno do Sol, o que equivale dizer que nós giramos em torno
da luz, ao que podemos acrescentar, que todo o Universo revelado gira em torno da Luz!

Com relação à proposta de Kant sobre a inversão de raciocínios, a sugestão para aqueles que se propõem a tal, é
que passem a atentar com maior ênfase para as coisas que não se vêem (II Coríntios 4;18), utilizando-se do
terceiro olho, que se localiza bem no centro da sua fronte. Além disso, deverão afastar de si as indesejáveis e
nocivas companhias de Narciso, Apolo, Baco, Éros, Afrodite e afins, mantendo o olhar para o alto, exercitando
diariamente a junção das mãos e a flexão dos joelhos nos louvores ao Senhor, dando abrigo à humildade e
banindo em definitivo a suposta auto-suficiência e a arrogância. E mais; estabelecido o propósito de executar a
inversão de raciocínios e de valores, há que se remeter o entulho, sistemática e habilmente depositado ao longo
dos séculos, em nossa mente, para o seu devido lugar: o lixo. Com isto, e a indispensável orientação do nosso
único Mestre, este “rolo de papel” será de fácil e agradável digestão. (Ezequiel 2;8a10 e 3;1a3) O terceiro olho,
devidamente conectado, focalizado na procura pela Luz que não danifica as pupilas, possibilitará a visualização de
horizontes nunca antes contemplados! Poderá então, ocorrer o início dessa progressiva e magnífica inversão de
raciocínios e de valores e, se isso acontecer de fato, a racionalidade sofrerá uma radical transformação e jamais
voltará a ser a mesma! Nessa trajetória, tanto os humanistas como os naturalistas e todos os que estiverem
realmente interessados, poderão encontrar neste trabalho, subsídios consistentes, para a implementação dessa
deslumbrante reversão interior. Antes, porém, que tudo isso ocorra, é preciso “arregaçar as mangas” e iniciar uma
teimosa e persistente busca; é necessário pedir; bater à porta e até lutar com Deus, (e consigo mesmo) como fez
Jacó (Gênesis 32;28), até que seja abençoado.

Quanto aos conhecimentos racionais, para a sua aquisição e ampliação, freqüentamos as escolas, estudamos os
livros e somos orientados pelos professores. Entretanto, a jornada em busca dessa reversão interior é solitária,
pessoal, intransferível e não há no Planeta, ninguém e nenhuma instituição que possa repassar os conhecimentos
do âmbito da Theosophia, cuja obtenção é o objetivo fundamental dessa caminhada. Podemos começar pelo
estudo da Bíblia completa onde se encontram as Sagradas Escrituras e, adicionalmente, estudar as obras de
Teósofos (não teosofistas) e dos Filósofos (não Filólogos). A finalidade dos estudos é alcançar o que chamamos
de conhecimentos essenciais (o que Kant procurava), que estão, porém, acima da racionalidade, mas que
poderão ser alcançados quando a Razão subjugar a si mesma e então capacitar-se para submeter também os
seus mais poderosos inimigos que mesmo assim a acompanharão até o seu final, porém, não mais com o
exercício do comando absoluto: o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera.

Contudo, o Filósofo Kant não foi dissimulado. Ele mergulhou na procura do conhecimento essencial através da
racionalidade, como todos devemos fazer, e, não o encontrando, como ninguém encontrará através da Razão,
disse-o, clara e inequivocamente, no Capítulo IV de “A História da Razão Pura”, no subtítulo Doutrina
Transcendental do Método, em sua obra “Crítica da Razão Pura” (Ed. Nova Cultural). Mais do que isto, eis o
trecho final da obra: “Somente o caminho crítico ainda está aberto. Se o leitor teve a solicitude e a paciência de
percorrê-lo em minha companhia, pode agora julgar, caso esteja disposto a dar a sua própria contribuição para
transformar este atalho numa estrada principal, se ainda antes do término da presente centúria não é possível
atingir aquilo que muitos séculos não conseguiram alcançar: a saber, satisfazer completamente a Razão humana
quanto àquilo em que sempre se ocupou, se bem que até agora em vão, na sua ânsia de saber”. (O grifo é nosso)

Considerando as conjeturas e a proposta de Kant, podemos nomear todos os caminhos mencionados, como
simples atalhos, que poderão, eventualmente e por concessão, mas nunca por meio da racionalidade em si
mesma, desembocar na estrada principal, a Theosophia, que é uma ciência supra-racional, Aqueles que
adentrarem os domínios da Theosophia, encontrarão os conhecimentos essenciais, ou seja, o que Kant buscou o
tempo todo.
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A busca do conhecimento essencial e da correspondente sabedoria é, antes de tudo, um dever inalienável dos
homens e condição “sine-qua-non” para que ocorram as inversões, pois, de fato, é o conhecimento essencial e a
sabedoria que encontrarão os homens, se lhes revelando, conforme as potencialidades espirituais de cada um.
(Marcos 4;33,34) Assim, dir-se-á: procurem-nos, até que eles os encontrem! (Sabedoria 6;14) (João 15;16)

Todos os homens carregam consigo inquietações permanentes, que os acompanham por toda a vida e a sua
racionalidade lhes faculta observar, refletir, conjeturar, deduzir e a construir raciocínios que os levam a formular
complexas indagações, para as quais não conseguem encontrar respostas adequadas, que os satisfaçam pela
compatibilidade com o seu discernimento lógico. (Eclesiástico 40;1a9) Estas circunstâncias os impulsionam a
procurar essas respostas e isso eles fazem por diversos caminhos, conforme as opções escolhidas de acordo com
suas potencialidades individuais. Esses caminhos, basicamente, estão na biologia, geologia, astronomia, física,
química, matemática, com os seus respectivos desdobramentos, os quais são encampados pelas ciências naturais
e exatas, e também, na filosofia e na teologia, que estão inseridas nas ciências humanas, sendo esta última,
incluída conforme nosso entendimento, que ampliamos, considerando que ambas não possuem desdobramentos.
Ou filosofia ou filologia. Ou teologia ou teomancia. Temos ainda o caminho da fé (racional), instrumento disponível,
do qual a Razão, a seu critério, pode ou não se utilizar, para suprir quaisquer dos seus desconhecimentos, com
ressalvas para os talentos negligenciados pela preguiça e desde que não se trate da “fé morta” (Tiago 2;26).
Resta o caminho independente, talvez o mais indicado, para as indagações mais complexas, onde a lógica não
funciona, sem desprezar em nenhum momento a leitura dos Pensadores, tanto dos que se limitaram ao campo da
racionalidade, como especialmente, dos que adentraram o terreno espiritual, porquanto se eliminam as inúteis
vinculações de quaisquer tipos, as quais se transformam em elementos limitadores da elasticidade intelectual do
indivíduo, podendo suscitar também a associação de idéias muitas vezes conflitantes, ou atrelando-o a tradições,
doutrinas, dogmas, normas e regulamentos, ou ainda a experiências de outros, fatores estes que retiram o brilho
da autenticidade da busca pessoal, livre e independente, do conhecimento essencial, da sabedoria e da verdade.

Nesse sentido, o interesse por este livro, pode ser o indicativo da utilização dessa independência e para a sua
leitura mais adequada, é aconselhável, senão indispensável, que o Leitor tenha à mão a Bíblia completa, cujas
consultas simultâneas à própria leitura, serão fundamentais para a sua melhor compreensão. A Bíblia completa
contém entre outros, os sete Livros Sapienciais, que são: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de
Salomão, Sabedoria e Eclesiástico, sendo que existem Bíblias publicadas com glosas (foram censuradas), o que
se constitui numa flagrante afronta às advertências de Apocalipse 22;18,19, cujas publicações excluíram os Livros
Sabedoria e Eclesiástico, ambos de grande profundidade e extremamente fecundos nas revelações do Espírito
Santo, privando os seus leitores do livre e completo acesso aos ensinamentos ali contidos. Essas glosas são
resultantes da rivalidade e das disputas entre as diversas denominações teológicas ou teomânticas, que, “sponte
sua”, decidiram o que deve ou não deve ser lido e estudado livremente pelas pessoas que buscam o Tesouro
Divino, cujas denominações teológicas pretenderam assumir o lugar do próprio Espírito Santo, no discernimento
da hermeticidade das Sagradas Escrituras (II Coríntios 2;17 e 4;1,2) e ainda, ao que tudo indica, para ocultar as
evidências explícitas, de que elas próprias são inúteis e absolutamente desnecessárias, especialmente quando
comandadas pelos astutos escribas e fariseus hipócritas, conforme (Mateus 23;1a39).

Esses mesmos escribas e fariseus hipócritas, por motivos óbvios, não tem nenhum interesse que as pessoas se
tornem independentes e avancem nos conhecimentos, sejam eles racionais ou espirituais. A propósito, note-se
que o homem levou muito tempo para descobrir que a Terra era redonda e mais tempo ainda, para descobrir que
ela não era o centro do Sistema Solar, como imaginava. Um dos pioneiros deste conhecimento escapou por pouco
de ser queimado vivo, como outros o foram, por deterem conhecimentos que esses intolerantes e arrogantes
sofistas não tinham e sequer podiam compreendê-los. O avanço do conhecimento humano sempre foi e continua
sendo um transtorno constante para os tais, pois eles sabem que os seus fundamentos estão assentados sobre a
prestidigitação e o ilusionismo e que, fatalmente, virá o momento em que não mais poderão fazer adaptações aos
novos conhecimentos da própria racionalidade, como por exemplo, o insustentável criacionismo, que se contrapõe
à inegável evolução, e muito menos aos conhecimentos essenciais, que lhes descobrirão os rostos, pela queda
das suas máscaras. Os escribas e fariseus hipócritas devem esclarecer suas ovelhas sobre a questão das fábulas
(I Timóteo 1;3,4,6,7 -Tito 1;10,11,14 e II Pedro 1;16a21); sobre o culto ao homem como se fosse um deus e
adoração de um deus sob forma humana (Jeremias 10;1a16 e Ezequiel 16;17); sobre as inúmeras “casas de
pedras” postadas nas colinas, para adoração da rainha dos céus (Jeremias 7;16a19 e Ezequiel 16;24); sobre a
loucura da idolatria (Isaías 44;9a20); sobre as proibições de casamento e de alimentos (I Timóteo 4;1a5); sobre as
glosas efetuadas nas Sagradas Escrituras, mediante a supressão completa de dois Livros (Sabedoria e
Eclesiástico). Finalmente, sobre a proposição:
1- A inteligência e a ciência religiosa acham-se nos tesouros da sabedoria (Eclesiástico 1;26)
2-A sabedoria não se acha no homem (Jó 28;12,13,21)
3- Conclusão: as denominações teológicas não são religiões.
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4 - CIENCIAS E DENOMINAÇÕES TEOLOGICAS


Como fazem quase todos os homens, os expoentes das ciências naturais, onde predomina a racionalidade
objetiva e pragmática, fazem também as perguntas anteriormente mencionadas e procuram as respostas através
dos estudos sobre micro-estruturas e macro-estruturas do Universo, pela atuação, de modo especial, dos
químicos, biólogos, físicos, astrônomos, cosmólogos, com a ajuda dos matemáticos, associando e integrando
todos esses conhecimentos, na tentativa de chegar a conclusões que satisfaçam suas expectativas, o que aliviaria
as suas maiores inquietações. As questões relacionadas às macroestruturas do Universo foram confinadas na
Astrofísica Teórica, que opera na construção de modelos (idealizações) do Universo, orientando a aplicação das
leis físicas e procurando explicar os resultados obtidos através das observações. Essas operações são
desenvolvidas sempre apoiadas nas suas teorias parciais, que são: Teoria da Gravidade, Teoria da Relatividade
Geral e Teoria das Forças (Gravitacional, Eletromagnética, Nuclear Forte e Nuclear Fraca). Como operam através
dos efeitos para encontrar as causas, e para eles não há mesmo outro caminho, e ainda com teorias parciais, os
naturalistas, expoentes do tecnicismo racional, alimentam o seu grande sonho de unificar as suas teorias parciais,
tornando-as compatíveis com a Mecânica Quântica, na Teoria do Tudo. Esse é o sonho fantástico, que os
naturalistas acalentam e perseguem obstinadamente há um século e as suas dificuldades são compreensíveis,
pois a Mecânica Quântica, onde se encontram os estudos relativos às microestruturas, dispõe de um campo de
experimentação bem próximo, acessível ao homem e bem mais amplo, que abrange vários segmentos do
conhecimento humano, (química, biologia, física de partículas, etc.) cujos conhecimentos podem ser cruzados,
agregados complementados e investigados em micro-espaços em que o homem consegue penetrar, através dos
avanços tecnológicos, o que lhe faculta obter conclusões bem mais consistentes, ficando pendentes aquelas que
dependem de uma re-ratificação da área das macroestruturas, pois elas são complementares. Com as teorias
relativas às macroestruturas, ocorre exatamente o contrário. O homem racional tem apenas um acesso hipotético
ou imaginário às profundezas insondáveis do Universo e nas pequenas distâncias onde penetra, o faz por meio de
aparelhos de pequeno alcance e de duvidosa eficácia, não podendo, também, jamais simular o seu ideário sobre o
Universo imensurável, neste pequenino Planeta Terra, tenham ou não, alguma consistência as suas
especulações. Desta forma, não há, de fato, como unificar eventuais conhecimentos comprovados, neste caso,
obtidos pela Mecânica Quântica, com especulações ou simples hipóteses relativas às macroestruturas do
Universo. Sugerimos aos naturalistas, que observem atentamente, como introdução, (I Coríntios 1;18 a 29)
(Romanos 1;19 a 22) (Eclesiastes 8;17) (Sabedoria 13;1 a 9) (Eclesiástico 3;22 a 26 e 16;21 a 29).

As ciências humanas, onde a racionalidade subjetiva tem a predominância, fazem, basicamente, as mesmas
perguntas, pois querem saber a origem de todas as coisas que evidenciam a realidade, e que se exprimem ou se
representam nessas evidências e nos seus movimentos, bem como se existe uma unicidade que ordena, dirige e
comanda todos os corpos que existem no mundo. Aqui se enquadram os filósofos, uma vez que a Filosofia, como
indica o próprio nome, se traduz numa inclinação para a sabedoria, cuja busca é orientada com mais ênfase, pela
racionalidade subjetiva do homem, com uma visão voltada para a Natureza e o Universo. Todavia, ocorre que
essa mesma racionalidade se dedica também, ao estudo do comportamento do próprio homem, individual e
coletivamente, com os seus desdobramentos, o que significa um profundo desvio na orientação do seu foco
original ou do seu próprio fundamento, o que a descaracteriza, quando então ela se desdobra: como Filosofia,
voltada para a compreensão do mundo real, o mundo inteligível de Platão, onde ela se abstrai do mundo das
aparências, o nosso mundo, identificando-se com a Filosofia clássica; como Filologia, quando a dedicação é
concentrada no humanismo racional, no seu sentido meramente terreno ou “local”. Voltaremos a esta questão
mais adiante, mas como um preâmbulo, recomendamos aos expoentes das ciências humanas, a leitura atenta de
(Eclesiástico 6;18 a 37 e 37;23 a 27) (I Coríntios 2; 6 a 16) (I Coríntios 12; 1 a 11) (Colossenses 2; 8 a 11).

As denominações teológicas, chamadas equivocada e indevidamente de religiões, como vimos anteriormente,


fazem as mesmas perguntas e também são desenvolvidas pela própria racionalidade humana, principalmente a
subjetiva, e seria uma tarefa extremamente difícil, conhecer a sua extraordinária diversificação, no tocante á
multiplicidade de denominações que surgiram em todo o planeta. Estima-se que cerca de três a quatro mil novas
denominações surgem a cada ano no planeta, o que nos dá uma média em torno de dez por dia, das quais
desaparecem mais ou menos a metade, no decorrer do primeiro ano do seu surgimento. Há cerca de cinqüenta
mil denominações teológicas na terra, das quais mais da metade são variações do chamado cristianismo, que
chegam próximo de trinta e quatro mil. Do total geral estimado, de cinqüenta mil denominações, são consideradas
como religiões mundiais, tendo como conceito a sua presença em mais de um país, apenas vinte e duas delas,
onde se inclui o Cristianismo. Neste trabalho, estamos nos referindo e nos atendo, exclusivamente ao Cristianismo
real, que se evidencia, no Velho e no Novo Testamento, que compõem as Sagradas Escrituras contidas na Bíblia,
Com relação a essa infinidade de denominações teológicas, chamadas cristãs, que na sua grande maioria, se
transformaram em empreendimentos comerciais, apenas como um prenúncio sugerimos também aos seus
administradores, o estudo aprofundado de (Ezequiel 3; 1 a 11) (Jeremias 31; 31 a 34) (Hebreus 10; 1 a 18) (II
Coríntios 3; 13 a 18) (II Coríntios 4; 1 a 7) (II Pedro 1; 16 a 21) (II Pedro 2;1 a 22) e (I João 2; 27)
22

5 - CONHECIMENTOS RACIONAIS E ESSENCIAIS


Os Conhecimentos Racionais se dividem em Conhecimentos Racionais Sensíveis (primários), que são obtidos
pelo homem através dos seus sentidos, e em Conhecimentos Racionais Elaborados (secundários), os quais são
formulados, processados e construídos pelo homem, que então os obtém por meio do seu raciocínio, conjetura e
dedução, onde ele combina, associa, organiza e processa as suas observações básicas extraídas dos seus
Conhecimentos Racionais Sensíveis (primários), agregando-lhes ou acrescentando-lhes, o produto ou resultado
da sua elaboração. (Eclesiástico 17;1 a 12 e 38;1 a 39)

A racionalidade humana é dotada, de vocações, dons ou talentos, como suas potencialidades, numa grande
diversidade, que poderão se desenvolver numa evolução progressiva, gerando conhecimentos que se interagem e
geram outros conhecimentos, que poderão gerar outros conhecimentos, cujo desenvolvimento depende apenas
dos esforços e da dedicação do próprio homem.

Teoricamente, a progressão e o acúmulo dos Conhecimentos Racionais (Sensíveis e Elaborados), deveriam


conduzir o homem, por extensão a Humanidade, sempre e invariavelmente, a melhores condições de vida em
todos os sentidos, teoria esta, certamente incontroversa. Podemos até avançar um pouco mais e reconhecer que
houve, realmente, em muitos aspectos, efetivos progressos da sociedade humana, mais acentuados no curso dos
últimos duzentos anos, concernentes especialmente ao desenvolvimento das ciências da natureza e também das
novas tecnologias, como um todo, mas de acesso limitado. A partir de então, num crescendo, a sociedade
humana passou a depositar uma fé e uma esperança obsessivas e incondicionais nesse tipo de progresso,
excluída a parcela minoritária e em proporção decrescente, que alimenta verdadeiros sentimentos religiosos e que
investiga com mais profundidade, discernimento e prudência essas questões, relativizando esse “progresso”.

Contudo, voltando nossa atenção para as ciências humanas, para a ética e para o Planeta Terra, no seu conjunto,
como poderemos definir esse “progresso” e por onde começaríamos? Pelos sistemas políticos, jurídicos e
econômicos, cotejando suas teorias com a prática? Pela “eficiência” e pela “ética” das administrações públicas?
Pelas guerras e seus motivos? (1792 a 2001 = quase 90 milhões de mortos) ou pelos genocídios? (desde 1492,
cerca de 36 ocorrências, das quais 55% nos últimos 56 anos) Ou vamos falar do nosso Planeta? (poluído, semi
destruído e com suas reservas fundamentais em ritmo acelerado de exaustão) Evidentemente, o maior predador,
o animal mais feroz da face da terra não está satisfeito ainda e pretende superar esses números. Para isso, ele
desenvolve e prepara as mais rápidas aeronaves, cujo objetivo principal é transportar ogivas nucleares com
rapidez e despejá-las em quaisquer partes do Planeta. Mas isso não basta, há que se reativar grandes projetos
bélicos de destruição, mediante a ocupação dos espaços da órbita terrestre, para transformá-los em depósitos de
lixo, ou seja, de munição para eventuais ataques a alvos militares na própria Terra, cujos projetos consumirão
bilhões de dólares, como investimentos para a promoção de novas e grandiosas matanças de seus próprios
semelhantes! O Paradoxo do Conhecimento Racional: “Quanto mais eu conheço, menos eu sei e mais perigoso
eu sou para mim mesmo”! (Provérbios 16;25) Quanto às teorias, conforme o dito popular, na prática elas são
outras, pois a Razão conhece muito, mas sabe pouco, ou melhor; nada. (Jó 28;12,13,21)

Como vimos anteriormente, o homem é dotado de potencialidades que o habilitam a desenvolver os seus
Conhecimentos Racionais (Sensíveis e Elaborados). Entretanto, a esses conhecimentos não é acrescentada a
sabedoria, à qual a racionalidade não tem capacidade de acesso por si própria, -- cabendo-lhe, entretanto, a
responsabilidade de procurá-la (Mateus 7;7,8 e Lucas 11;9,10) (Provérbios 2;4 a 11 e 8;1, a 36 e 9;1 a 12) -- em
virtude da sua submissão aos seus poderosos inimigos, embutidos na natureza humana, que são: o orgulho, a
cobiça, a inveja e a cólera, em função dos quais o homem orienta a sua vida e por isso, faz o uso indevido dos
Conhecimentos Racionais adquiridos, o que pode ser facilmente comprovado, bastando voltar nossos olhos para o
passado da Humanidade (ou para o parágrafo anterior) e também, observando no presente momento, como estão
sendo utilizadas as mais modernas ferramentas desse “progresso”; umas como eficientes instrumentos de
autodestruição física, outras como poderosos e velozes instrumentos que disseminam, sem nenhum pudor ou
constrangimento, a apologia da ferocidade, da ganância, da sensualidade, da vaidade, da mentira e da arrogância
do homem, que funcionam como verdadeiras escolas para a degradação das suas próprias gerações posteriores,
causando a perda da noção dos princípios da verdade, da justiça, da eqüidade, da ética e sobretudo do amor,
desvirtuando-lhes o verdadeiro sentido. (Eclesiástico 10;1 a 34 e 40;1 a 15)

Os Conhecimentos Essenciais (superiores) (Eclesiástico 39;1 a 41) são obtidos pelo homem, por intermédio de
Revelações Espirituais, (Salmos 65;4) (Provérbios 1;23) (Mateus 11;25 a 27) (João 16;13) sendo inacessíveis à
racionalidade por via direta, ou seja, o homem não pode obtê-los através de si mesmo, da sua vontade e
determinação, embora deva persegui-los com toda sua dedicação, como ensinam as Escrituras. Esses
conhecimentos também já se encontram no homem, como potencialidades imanentes, os quais, entretanto,
somente poderão ser despertados através de revelações espirituais, pela unção do Espírito Santo, sendo que a
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esses conhecimentos poderá ser acrescentada a Sabedoria, também por concessão, que se aplicará no melhor
discernimento desses conhecimentos, à sua melhor utilização, à sua mais adequada forma de exteriorização e a
maneira mais coerente de fazê-los frutificar na videira do Senhor. (João 15;1 a 6)

Assim como o homem recebe, por concessão, em fragmentos, em “golfadas” intermitentes e não ordenadas no
tempo, os ensinamentos relativos aos Conhecimentos Essenciais, específicos conforme os dons espirituais
(carismas) (I Coríntios 12;1 a 11), ele também é dotado de vocações e talentos sintonizados com atividades
específicas do seu cotidiano na sua vida terrena, numa grande diversidade, os quais podem se desenvolver
através da evolução dos Conhecimentos Racionais, (Eclesiástico 38;1 a 39) pelos seus esforços e pela sua
dedicação. Compete-lhe, também, escolher como e onde utilizar todos os seus talentos, tanto os espirituais como
os da sua racionalidade terrena. Mas, é bom verificar cautelosamente (Mateus 25;14 a 30).

Todos os dons, (vocações, talentos) concedidos pelas revelações espirituais, como os concedidos à natureza
terrena do homem, já se encontram em estado latente, nas suas diversidades específicas, em todos os homens,
indistintamente, encontrando-se, respectivamente, na essencialidade angélica e na essencialidade da natureza,
ambas integrantes da estrutura do homem, sendo eles (os dons) suas propriedades imanentes, como
potencialidades a serem desenvolvidas: as da essencialidade angélica pela unção do Espírito Santo e as da
natureza terrena, pelos esforços do próprio homem, na sua racionalidade. Assim, é como se o homem tivesse
dentro de si um cofre com dois compartimentos, cada um com a sua “chave”, as quais não estão com o homem.
No compartimento número um estão os Conhecimentos Essenciais e a Sabedoria (do mundo angélico), e a
respectiva “chave” está com Jesus Cristo, que então, poderá abrir a porta para o Espírito Santo.

Como percebeu Hesíodo, com muita precisão, o Adão anjo, contaminado pelo fogo roubado por Prometeu,
inclinou-se para a natureza, e ao comer do fruto proibido, encontrou a “chave” do compartimento número dois, e o
abriu. Era a caixa de Pandora e dali Adão anjo retirou e se apoderou da sua Razão, com as potencialidades dos
Conhecimentos Racionais (do Bem e do Mal) e adquiriu o seu livre-arbítrio. Ele ficou livre! Mas tornou-se Adão
homem e assumiu a responsabilidade correspondente. Perdeu a tutela angelical e por conseqüência o Paraíso,
mas não foi abandonado, como Hesíodo imaginou. Aqui observa-se, que a Razão, o livre-arbítrio e o Mal,
nasceram simultaneamente; são trigêmeos, sendo portanto o Mal o princípio da racionalidade, onde o Bem foi
mantido, através da Luz Divina que poderá ser manifestada e acionar o Espírito Santo, estabelecendo então, um
projeto de recuperação ou descontaminação, cujo projeto é, a causa da existência da nossa extra-geração!

Antes da queda, Adão (o homem) estava nas essências Divinas, não tinha o corpo semelhante ao dos outros
animais e o seu alimento era a sabedoria divina. Ele era então, uma manifestação contida na expansão essencial
compreendida nos domínios do magnífico Anjo de Luz, que pretendeu ultrapassar os limites da sua circunscrição e
a intensidade da sua resplandecência. Essa pretensão se constituiu numa insubordinação e resultou na
contaminação de toda a imensa corporalidade essencial manifestada.

Toda essa corporalidade essencial foi então, re-aglutinada numa só “massa” pelo poder da Energia Superior, que
comprimiu o seu próprio Coração, sacrificando-o, ou submetendo-o ao suplício extremo, mesclando considerável
parte das suas essências puras à grande “massa” contaminada, como uma “injeção” para desencadear um longo
processo de purificação dessa “massa” contaminada, e tudo foi manifestado novamente, ao redor de um novo
Núcleo Puro que assumiu ou reassumiu aquela circunscrição. Essa nova manifestação chamamos de “extra
geração” ou Terceiro Princípio, que, no decurso de uma trajetória inimaginável, (a peregrinação pelo deserto, o
longo sono de Adão, ou como preferem os naturalistas, a evolução) irá sendo paulatinamente regenerada ou
purificada, assim como toda a imensa corporalidade recomposta, como se purifica o ouro e a prata, de cujo
processo, restarão igualmente, as escórias.

Na Energia Superior está o princípio da vida, a origem de tudo e Nela tudo é movimento, ininterrupto, sem começo
e sem fim, que manifesta a vida em todas as suas modalidades, através do seu Coração. Todas essas formas de
vida manifestadas, no decorrer da sua evolução, conforme as incontáveis espécies, quer queiram, quer não
queiram, passam a conhecer progressivamente as suas leis, pois elas estão impressas indelevelmente nas suas
respectivas essências, das quais nenhuma delas poderá se furtar, com uma relativa e estreita margem de
autonomia, conforme a rígida estruturação estabelecida para todas as manifestações. (Jó 14;5) ( Isaías 45;12)

A queda de Adão custou-lhe a expulsão das essências originais que ele integrava, e então, ele foi reintegrado na
nova “massa”, reconcebida, que iria formar a extra geração, ou o Terceiro Princípio, com suas imensas e diversas
formações mais densas, devido à extraordinária atração contrativa exercida pela Energia Superior, quando
aplacou a fúria do Príncipe insubordinado, cuja “massa” expandida, iria formar também a nova casa de Adão, este,
doravante, angelical, animal e infernal, nas suas essências mistas. A Energia Superior não fará quaisquer
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interferências nas manifestações, pois as que não tem autonomia respeitarão inapelavelmente as Suas leis e Ela
respeitará a autonomia especificamente concedida, até as últimas conseqüências. Ela é rigorosamente fiel e sua
efetiva determinação é recuperar a parte purificada de todo o Terceiro Principio, que Ela já sabe, corresponde a
33,3%. Ela apenas aguarda que o número se complete. Depois, o fim. (Apocalipse 6;11) (Romanos 11;25)

Adão foi contemplado com uma inteligência bastante superior aos outros animais, que, aliás, lhe são totalmente
sujeitos, e a sua autonomia está no seu livre-arbítrio e na total liberdade de administrar a sua casa, o Planeta
Terra. Mas, Adão deve saber que tanto a Energia Superior que não se revela como a Energia Superior que se
revela, e a Energia Superior que As concilia e unifica, estão em todas as suas manifestações e ao redor delas,
nada lhes escapa, em qualquer sentido que se possa imaginar, sendo que Adão sabe, perfeitamente, o que é o
Bem e o que é o Mal, e como deve proceder, pois todas as informações, desde a fundação do mundo, estão e se
desenvolvem progressivamente em suas essências. Das Trevas, para a Luz ou para as próprias Trevas.

A formação essencial de Adão, tripartida, leva-o a debater-se, envolvido por três poderosas forças que disputam a
sua preferência: a força do espírito angelical, a força do espírito animal (astral) e a força do espírito infernal. A
decisão é inteiramente de Adão, protegido pelo seu livre-arbítrio, porém, a responsabilidade pelas conseqüências
da sua escolha, também é inteiramente sua, pessoal e intransferível. Adão foi expulso do “Paraíso” quando, em
desobediência, experimentou o “fruto” da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que passou a ser o seu novo
“alimento”, e que é o Conhecimento Racional, em substituição ao seu “alimento” original, o “fruto” da Árvore da
Vida, que é o Conhecimento Essencial e a Sabedoria, os quais Adão jamais poderá recuperar, a não ser por
concessão Espiritual. A Razão não sabe por que essa concessão é facultada a uns e não a outros, mas a Energia
Superior que está em tudo e em todos, e ao redor de tudo e de todos, sabe.

A Energia Superior concedeu também a Adão, a faculdade de perscrutar com o seu espírito, até mesmo as suas
(dela) profundezas, contemplativamente, escavando suas entranhas, para contemplar os seus prodígios e as suas
maravilhas, para conhecê-La, para glorificá-La, para louvá-La, para adorá-La, o que Adão fará de muito bom
grado, tamanho o êxtase que o acometerá no eventual êxito nesse evento. Entretanto, Ela reservou para Si, a
permissão ou não, para o avanço nesse caminho, que evolui no sentido de reaver o “alimento original”, que Adão,
por sua desobediência, perdeu na sua queda: o conhecimento essencial e a sabedoria. No longo processo
evolutivo de Adão, -- a sua peregrinação pelo deserto -- os conhecimentos racionais se desenvolvem
progressivamente, e a partir de certo momento, Adão aprende a registrá-los, a acumulá-los, a associá-los, a
processá-los, a experimentá-los e a transmiti-los aos seus semelhantes, sempre atento, porém, quanto às
vantagens e glórias que possam lhe advir por ostentá-los. As escolas ou quaisquer instituições organizadas pela
racionalidade, assim como os próprios registros feitos por Adão, são instrumentos que repassam os
conhecimentos racionais e desenvolvem a sua propagação, que por eventuais associações posteriores, poderão
gerar e constituir outros conhecimentos, e assim sucessivamente.

Com relação aos Conhecimentos Essenciais, obtidos pelo discernimento de Espírito para espírito, a sua aquisição
que é pessoal e individual, (a Energia Superior não trata e nem se relaciona com instituições, sejam quais forem)
depende da concessão da Energia Superior e esses conhecimentos não podem ser transmitidos de Adão para
Adão, através das suas respectivas vontades, cabendo àquele que os adquiriu, a restrita tarefa de colocá-los à
disposição dos seus semelhantes, como sementes a germinar onde, quando e como a Energia Superior desejar,
(Isaías 55;10,11) sem se preocupar em explorar os seus semelhantes e em buscar glória para o seu ego.

Adão, na sua evolução racional, percebeu, astutamente, que a comercialização de conhecimentos racionais era
um bom negócio, especialmente aqueles conhecimentos que não eram suficientes para equiparar os eventuais
adquirentes, de forma a capacitá-los como futuros concorrentes consigo mesmo, aprendendo também a utilização
dos sofismas, para confundir o efetivo sentido, interpretação e utilização desses conhecimentos. No percurso
dessa evolução, há 1700 anos, Adão começou a estudar mais acurada e metodicamente, sob a ótica da Razão,
evidentemente, também os conhecimentos essenciais (espirituais) expressos por outros (os Profetas), sobre os
quais, entretanto, somente consegue apreender e raciocinar sobre a sua literalidade, sem assimilar o seu
conteúdo oculto, o que não o impediu de visualizar outro promissor “nicho” de mercado a ser explorado, mediante
a comercialização de sofismas sobre supostos conhecimentos espirituais. Nesse exato momento, Adão começou
a montagem do maior império do Planeta Terra, que dominou soberanamente por mil anos e embora tenha sido
abalado a partir dos séculos XIV e XV, e se subdividido em outros menores, ainda se mantém como tal na
atualidade. Esse poderoso império é tão arrogante e desavergonhado, que chegou a santificar-se a si mesmo, a
assumir a capacidade de santificar aqueles que julgarem santos, e mais, santificou até o departamento interno que
criou, para julgar e assassinar com requintes da mais hedionda perversidade, os seus oponentes e ou rivais.
Esse poderoso império é apenas uma das múltiplas facetas, a mais atuante, do Anticristo, e o seu domínio já foi
também objetivamente político e econômico, (hoje subjetivo na política) explorando atualmente múltiplas
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atividades no mundo dos negócios da racionalidade e, especialmente, a ignorância, a simplicidade, a ingenuidade


e as superstições das imensas populações das regiões subdesenvolvidas do Planeta, comercializando a
literalidade das Escrituras, operando através de enfadonhos contadores de histórias e genealogias, cujo sentido
metafórico não conseguem apreender, destituídos que são das revelações espirituais. Tudo isso, encastelados
nos seus suntuosos palácios, desfrutando os prazeres da vida, nas agradáveis atividades a que se dedicam, as
quais não exigem grandes esforços. Os estragos que esse poderoso império já causou e causa são imensos, pois
mesmo os intelectuais (muitos deles) sucumbem às suas artimanhas e caem nas suas armadilhas, orientando-se
pelos seus maus exemplos e falsas interpretações das Escrituras, dedicando-se a propagação de conceitos que
acabam se somando às tolices dos teomânticos, desorientando ainda mais o imenso e já desorientado rebanho de
ovelhas desgarradas. Livrando-se da influência do referido império, os pseudo-ateus devem tentar o acesso ao
acervo literário escondido pelo mesmo, assim como às obras que ele rejeita (indícios de que devem ser boas),
dentre as quais podemos destacar as obras do estupendo e magnífico Teósofo Jacob Boehme (1575 --1624), que
não era astrólogo, astrônomo e nem astrofísico, aliás, nenhum astro, apenas um simples sapateiro, nascido na
fecunda Alemanha! Esse homem, no curto período da sua vida, há quase 400 anos atrás, produziu obras literárias
que representam um verdadeiro manancial de conhecimentos e de sabedoria, cuja profundidade, abrangência
(macro e micro) e magnitude de revelações, escapam ao nosso modesto alcance, constituindo-se numa caudalosa
fonte para humanistas e naturalistas, os quais devem observar I Coríntios 1;19,20,26,27,28,29.

Adão homem ganhou uma Casa com tudo o que era preciso para atender suas necessidades e recebeu
autoridade total para presidir e administrar essa Casa, e ainda lhe foi conferido pleno domínio sobre todos os
demais seres viventes, muitos dos quais o servirão e o deleitarão, nas suas necessidades e nos seus caprichos,
sem reclamar e sem se opor aos seus desejos. Ele adquiriu todo esse poder e toda liberdade, mas estes
trouxeram consigo a inteira responsabilidade, que por sua vez, gera o medo e a angústia. Na sua longa trajetória
evolutiva, Adão terá que se definir diante das opções que ele mesmo construirá, estimulado pelas potencialidades
que fermentam e se desenvolvem em suas essências. Ele é o dono de si mesmo, mas se vê diante do medo e
como não poderá devolver ou alienar a sua liberdade, ele procurará se esconder de si mesmo, fingindo ser aquilo
que não é, de forma tão persistente e sistemática, que em sintonia coletiva, caracterizar-se-á, como sendo,
realmente, o que fingia não ser. Esse é o regime do “faz-de-conta” que se instala e se consolida no contexto geral,
onde todos sabem que todos sabem, mas também sabem que todos fingem não saber, estabelecendo uma
atmosfera puramente falsa e artificial, que recobre todo o Planeta. No estágio final, no qual nos encontramos, os
intelectos mais avantajados percebem e alcançam a plena consciência dessa atmosfera, enquanto os demais
intuem ou pressentem a sua presença e, tanto aqueles como estes, por uma grande variedade de motivos, ou
ignoram as circunstâncias ou esboçam algum tímido e solitário esforço contra-ofensivo, mantendo-se todos na
ansiosa e angustiante expectativa do advento de algo indefinido, no qual, envoltos no contexto falso e artificial,
preferem não pensar. Alguns privilegiados pela misericórdia Divina encontrar-se-ão com Paulo de Tarso, e então
concluirão que o viver transcendente é LUZ e o morrer é lucro, e se o viver no corpo resultar em frutificação na
videira do Senhor, não saberão o que escolher, pois, de ambos os lados sentir-se-ão pressionados, tendo o
desejo de partir e estar na LUZ, ou de permanecer no corpo, porém frutificando na videira do Rei, oscilando entre
o desejo de devolver a liberdade, para ganhá-la, ou retê-la, para fazer-se prisioneiro dela. (Filipenses 1;21 a 29)

Eclesiástico 17;
1 – Deus criou o homem de terra, e o formou segundo a sua imagem.
2 – E ele o fez de novo converter depois na mesma terra, e o revestiu de força segundo a sua natureza.
3 – Ele lhe constituiu o tempo e o número dos seus dias, e lhe deu poder sobre tudo o que há na terra.
4 – Ele o fez ser temido de toda a carne, e lhe deu o império sobre os animais e sobre as aves.
5 – Ele criou da sua mesma substância uma ajuda semelhante a ele; deu-lhes discernimento, e língua, e olhos, e
ouvidos, e espírito para cogitar; e encheu-os da luz da inteligência.
6 – Criou neles a ciência do espírito, encheu de senso os seus corações, e mostrou-lhes os males e os bens.
7 – Pôs o seu olho sobre os seus corações, para lhes fazer ver as maravilhas das suas obras,
8 – E isto a fim de que eles com os seus louvores engrandecessem a santidade do seu nome, e de que o
glorificassem por causa das suas maravilhas, de que publicassem a magnificência das suas obras.
9 – Acrescentou-lhes a disciplina, e deu-lhes em herança a lei da vida.
10 – Fez com eles um pacto eterno, e lhes mostrou a sua justiça e os seus juízos.
11 – E com seus próprios olhos viram eles as grandezas da sua glória, e seus ouvidos ouviram a majestade da
sua voz; e ele lhes disse: Guardai-vos de toda iniqüidade.
12 – E lhes ordenou que cada um deles tivesse cuidado do seu próximo.
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6 - A FILOSOFIA, A TEOLOGIA E A THEOSOPHIA

Estamos adentrando em parte dos domínios dos pensadores da Humanidade, nos seus redutos mais profundos: a
Filosofia e a Teologia. Fá-lo-emos desvinculados de quaisquer influências institucionais, expressando as idéias
livremente e sem hesitação, mesmo que eventualmente contundentes e ainda que em contraposição a conceitos
tradicionais e predominantes na atualidade, sem adaptações, acomodações ou subterfúgios, porquanto estamos
orientados, única e exclusivamente, pelo que nos foi graciosamente concedido no âmbito da Theosophia, não se
tratando, portanto, de uma postura submissa à filodoxia, mas sim do propósito de colaborar com as pessoas, de
modo especial, aquelas que estão sinceramente empenhadas na busca preconizada em (Mateus 7;7,8 e Lucas
11;9,10). Com o objetivo de facilitar a compreensão das exposições que sobrevirão, esclareceremos em seguida,
enfaticamente, as definições adotadas, conforme o nosso entendimento, relativas à Filosofia, Teologia e
Theosophia.

Eclesiástico 37;
23 – Aquele que usa de uma linguagem sofística é digno de que o aborreçam: este tal em toda a cousa ficará
defraudado.
24 – Não lhe foi dada pelo Senhor a graça, pois se acha destituído de toda a sabedoria.

Filosofia, definida como a disposição espontânea, a inclinação ou dedicação para obter sabedoria, através dos
conhecimentos racionais primários, apreensíveis pelos sentidos e dos conhecimentos racionais secundários,
elaborados e construídos pelo raciocínio e dedução. Nessa procura, a Filosofia tenta por si mesma, (pela Razão)
romper a barreira entre o mundo real e o mundo das aparências, para alcançar assim a efetiva sabedoria. Esse
rompimento caso fosse possível através da Razão, causaria o salto dos conhecimentos racionais para os
conhecimentos essenciais e conseqüentemente à sabedoria, os quais, porém, estão fora do alcance voluntário da
Razão e de seus méritos, podendo ocorrer somente por concessão, através de efusões espirituais. Quando rompe
os conhecimentos racionais, (por concessão) a Razão é retirada da sua peregrinação racional e transportada para
a atmosfera superior da Theosophia, onde estão os conhecimentos essenciais e a sabedoria, cujo transporte não
ocorre de uma forma constante e ininterrupta, mas em estágios fragmentados, sendo que os conhecimentos
revelados, poderão se estabilizar, se ampliar, se diversificar, ou até desaparecer totalmente do intelecto. Como o
fundamento da Filosofia é a procura da sabedoria e como esta não se encontra na racionalidade, que se limita
exclusivamente aos conhecimentos racionais, ela (a Filosofia) deve projetar o seu foco, portanto, apenas na
natureza e no universo, relacionando-os ao homem, onde as suas investigações devem se concentrar e se
restringir. A partir do momento em que a Filosofia se afasta desse campo de atuação e se volta para as questões
meramente culturais dos povos, ela se descaracteriza e deixa de ser Filosofia para ser Filologia, aproximando-se
mais da Teologia e afastando-se totalmente da Theosophia, quando então os Filósofos deixam de sê-lo e se
tornam Filólogos. Como a sabedoria não se encontra na racionalidade (Jó 28;12,13,21), a Filosofia, ao se inclinar
para o humanismo racional, perde Sofia e ganha logos, passando a se preocupar com a história, a poesia, a
retórica, a gramática, a linguística e a literatura, desvinculando-se da Filosofia clássica.(Colossenses 2;8)

Teologia, como a busca do conhecimento de Deus também através dos conhecimentos racionais (logos), cuja
busca se desenvolve pela observação do mundo à nossa volta, pela meditação e pelo estudo das Sagradas
Escrituras. O vocábulo Teologia é formado de dois elementos de composição: (grego theos), que exprime a idéia
de Deus ou Divindade e (grego logos) que expressa o conhecimento racional do homem. Assim, Teologia é a
procura do conhecimento de Deus pela ótica da racionalidade do homem, obtido através das suas observações
extraídas dos seus sentidos e da aplicação da sua capacidade de raciocinar, conjeturar e deduzir. Esse é o
fundamento da Teologia e até aqui, ela está no seu caminho adequado, que se reflete em (Mateus 7;7,8 e Lucas
11;9), cujo fundamento está estampado no seu próprio nome, evidenciando que a sabedoria não é o seu escopo,
como o é na Filosofia clássica. Essa vocação original da Teologia facilitou a invasão dos seus domínios pelos
sofistas, que em grande escala, sob a liderança ideológica de Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.), montaram os seus
acampamentos no território fértil da Teologia, e ali os invasores plantaram as sementes selecionadas do sofisma,
nas mais absurdas divisões a que a submeteram, cunhando nelas as suas características de exímios
prestidigitadores. Assim, como resultado da invasão, a Teologia sofreu um profundo desvio dos seus objetivos e
também se descaracterizou, passando, então, a ser Teomancia, este sim, o verdadeiro reduto dos sofistas que se
alojaram nesta seara do conhecimento humano e se transformaram em Teomantes, os astutos ilusionistas, que
são abundantes atuando nas “regiões” menos esclarecidas do planeta. Esse conhecimento obtido pelo homem
seja percorrendo o caminho da Filosofia, da Teologia, da Filologia, da Teomancia, ou quaisquer outros caminhos,
desde que escolhidos pela vontade e determinação do próprio homem, chamamos de Conhecimento Racional,
que se divide em Racional Sensível (primário) obtido através dos sentidos e em Racional Elaborado (secundário)
obtido pelo raciocínio, pela dedução, pelo processamento e agregação de todos os conhecimentos. Assim sendo,
27

também a Teologia, por si mesma, jamais conduzirá a Razão aos Conhecimentos Essenciais e à Sabedoria. Além
disso, como uma “pá de cal” sobre os sofistas, vejamos as Escrituras:
Jó 28;
13 – O homem não conhece o valor dela, nem se acha ela na terra dos viventes.
20 – Donde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar do entendimento?
21 – Está encoberta aos olhos de todo vivente, e oculta às aves do céu.
27 – Então viu ele a sabedoria e a manifestou; estabeleceu-a, e também a esquadrinhou.

Eclesiástico 1;26 – Nos tesouros da sabedoria acham-se a inteligência e a ciência religiosa; mas para os
pecadores é a sabedoria uma cousa execrável.

Ora, como nos tesouros da sabedoria acham-se a inteligência e a ciência religiosa, e como o homem não conhece
o valor da sabedoria, mesmo porque ela não se encontra na terra dos viventes e está encoberta aos olhos de todo
vivente, defrontamo-nos com os contornos bem definidos, (literalmente) de um contexto cabalmente inequívoco, o
que nos leva a oferecer ao Leitor e a todos àqueles que livremente, sem preconceitos, sem dependência e com
sinceridade, também estão à procura dos tesouros da sabedoria, a mais óbvia conclusão: “o homem não tem a
ciência religiosa na sua racionalidade, pois ela está na sabedoria”. Vide (Sabedoria 6;24) (Eclesiástico 18;32)
(Ezequiel 34;1 a 31) (I Timóteo 1;3 a 10 e 4;1 a 5), para a devida ubiquação dos sofistas, ficando, portanto, bem
evidente, que a ciência religiosa está no conhecimento de Deus ou na sabedoria divina, e o acesso a ela, somente
é possível, através dos ensinamentos concedidos pelas revelações espirituais, quando então ocorre, de glória em
glória, por fragmentos intermitentes, o progressivo retorno da Alma à essencialidade angélica, estabelecendo-se,
desta única forma, a fase terminal da sua gradual regeneração ou purificação.

Neste espaço, onde está caracterizada a Teologia, para que fique também evidenciada a ousadia dos sofistas,
registramos a incrível e absurda façanha deles, criando por sua obra e graça, uma quarta pessoa na Divindade,
onde teríamos então o acréscimo da “deusa santa Maria”. Os sofistas, exímios mercadores, perceberam a notável
predominância do elemento feminino nos eventos artísticos e a sua acentuada inclinação para perseguir ídolos,
que facilmente e com abundância constroem em suas imaginações, chegando com grande facilidade ao
histerismo coletivo no culto a eles. Assim, explorando essa inclinação com sua astúcia peculiar, e são mestres na
exploração, instituíram conotações artísticas semelhantes, às suas solenidades e rituais, e forjaram essa quarta
pessoa, ou uma “deusa” com uma ampla nomenclatura, para satisfazer e homenagear todas as fãs e dedicaram a
ela a maior parte dos seus estabelecimentos comerciais, os templos de pedra postados nos altos das colinas de
inúmeras localidades. Com isto, eles atraíram para as suas hostes, também expressiva “massa” do elemento
masculino, inclusive com a incorporação de outras crenças e superstições, aproximando a “rainha dos céus com a
rainha dos mares”, e ratificando o seu indefectível ecletismo doutrinário. Os textos bíblicos (Jeremias 7;16 a 19 e
44;17,18,19,25) pouco importam, ninguém notará, pois o estudo das Sagradas Escrituras e a sua interpretação é
exclusividade dos sofistas. Contemplando esse “imbróglio”, Sophia retirou-se rapidamente, sem deixar vestígios,
ou melhor, na verdade ela nunca foi vista nas redondezas dessas colinas, nos últimos 1685 anos!

Theosophia, como a Sabedoria Divina -- indicada literalmente – onde os Conhecimentos Essenciais das
misericórdias de Deus, são obtidos pela Graça das Revelações Espirituais, cujas Revelações representam a
Sabedoria inicial e terminal. Esses Conhecimentos passam a fluir, intermitente e progressivamente, de glória em
glória, como decorrência da “religião permanente”, que é subjacente à Theosophia. Essa concessão,
evidentemente, não necessita de quaisquer formalidades, ritos, solenidades ou instrumentos normativos e nem
mesmo da fé (racional), (vide Tiago 2;14,17,18,26 e Atos 22;1 a 10) e muito menos de intermediários, senão, única
e exclusivamente, do Espírito Santo. Os Conhecimentos Essenciais, imanentes, que se configuram na Sabedoria,
irrompem na Alma, despertados e desenvolvidos pelas Revelações Espirituais, como um atavismo providencial,
cuja hereditariedade tem raiz e flui, total e eternamente, da Sabedoria Divina ou da Theosophia. O restante é
“prosopopéia flácida para acalentar bovinos e, especialmente, ovinos”.

A Sabedoria Divina, absolutamente inacessível à racionalidade sem a concessão das Revelações Espirituais à
Alma, resulta no maior distanciamento por parte dos sofistas, que não encontram na Theosophia, o terreno
adequado para o exercício da prestidigitação, do ilusionismo e da escamoteação da literalidade. Aqueles poucos e
atrevidos, que tentam invadi-la, ficam como as mariposas, circulando ao redor da lâmpada, incapazes,
obviamente, de acessar o que realmente interessa: a Luz. Estes são os teosofistas, e há que se reconhecer, eles
são mais “elaborados” que os sofistas das outras searas e isto se converte na sua própria sentença: os “de fora”
não conseguem alcançar nem mesmo as sutilezas e os “imbróglios” dos seus sofismas, e os “de dentro” os
identificam rápida e facilmente, repelindo-os instantaneamente. Assim, eles não causam tantos malefícios quanto
os outros, mais populares, mais grosseiros e rústicos, limitando-se as suas fantasias ou evoluções teomânticas, ao
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circunscrito narcisismo literário, em cuja circunscrição encontram-se apenas os seus pares e alguns poucos e
transitórios espectadores, que logo ficam enjoados dos seus amalgamados coquetéis.

A Theosophia se estabelece na Alma, única e exclusivamente, pela Unção do Espírito Santo, refletida nos dons
espirituais, também chamados de carismas, os quais estão expressos em (I Coríntios 12;1 a 11) e (Efésios
4;1,7,8,11 a 15), dos quais enfatizamos os dons de revelação Conhecimento (Ciência), que representam as
revelações da Palavra, percebidas ou discernidas de Espírito para espírito, relativas às obras ou manifestações de
Deus; e Sabedoria, que está na percepção pelo espírito, de como exteriorizar e ou fazer uso dos conhecimentos
concedidos pela Graça Divina, frutificando na videira do Senhor. Transposta para a Theosophia, por concessão, a
Alma alimenta a Razão, que então prescinde da busca e também da necessidade de acreditar, exclusivamente no
tocante ao que lhe foi revelado, pois lhe foi concedido o acesso à Verdade, à LUZ! (Lucas 4;18) e (João 9;1,7) É a
Graça, concedida espontânea e gratuitamente, não por quaisquer méritos do agraciado, mas tão somente pela
misericórdia do Senhor, que a concedeu. (II Timóteo 1,9) (Tito 3;4,5) (Efésios 2;8,9) Esses conhecimentos e a
correspondente sabedoria, a Alma compartilha com a Razão, aquela, a verdadeira e única depositária deles, com
reflexos imediatos no comportamento racional do homem, que, progressivamente, se desvincula da regência dos
costumes, da moral volátil e das leis mutáveis, passando a se orientar pelos valores éticos imanentes, os quais
irrompem das potencialidades espirituais, então despertadas. Neste contexto, perde espaço a racionalidade, mas
que ainda pode exercitar o seu livre-arbítrio e recusar a concessão, como veremos num dos próximos capítulos.
Contudo, normalmente, a Luz intensa das revelações, afugenta e exclui o caráter obscuro da racionalidade
extrema -- o animal selvagem – que se orienta pelas suas profundas vinculações com a sua própria natureza (o
espírito astral), que estará sempre presente, endereçando os seus tentadores apelos, requerendo uma constante
e ininterrupta vigilância. O esclarecimento espiritual passa a prevalecer refletindo-se na Razão, que adotando os
valores éticos, os quais são permanentes e imutáveis, passa a orientar-se pelo amor e este se dá por inteiro,
espontaneamente, sem pedir nada em troca, e não necessita de nenhum poder coercitivo sobre si, pois o amor,
em si mesmo, é a mais pura e absoluta expressão da liberdade.

II Coríntios 2;
14 – Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e, por meio de nós, manifesta em todo
lugar a fragrância do seu conhecimento.
17 – Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que
falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus.

Efésios 1;
17 – Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de
revelação no pleno conhecimento dele.

II Coríntios 3;
13 – E não somos como Moisés que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na
terminação do que se desvanecia.
14 – Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o
mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que em Cristo é removido.
15 – Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
16 – Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.
17 – Ora o Senhor é o Espírito: e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade.
18 – E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.

II Coríntios 4;
3 – Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto.
4 – Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz
do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
5 – Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos
servos por amor de Jesus.
6 – Porque Deus que disse: De trevas resplandecerá luz -- ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.
7 – Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
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7 - O CONFRONTO ENTRE A THEOSOPHIA E A RAZÃO

Vamos considerar agora, a sutileza da escolha deliberada, de um pseudo-oponente, bem conveniente para a
racionalidade e para os sofistas, iniciando tais considerações, pela possibilidade de uma confrontação da Fé com
a Razão. O termo Fé significa “crença, crédito, convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma
asserção”, entre outras concepções, (Dicionário Brasileiro Melhoramentos 5.ª edição) tratando-se, como veremos,
de um instrumento do qual a Razão pode lançar mão em determinadas circunstâncias, se o desejar.

A Razão, quando não consegue converter as suas observações, os seus raciocínios e deduções, em algo que ela
entenda como um conhecimento, é levada então, a optar por uma das alternativas: acreditar na sua observação,
mesmo sem poder transformá-la no que admita como um conhecimento, ou simplesmente descartá-la. Essa
capacidade de “observar” da Razão, tanto está nos seus sentidos, como no seu raciocínio, o que poderá lhe
permitir a obtenção de um conhecimento racional, sensível ou elaborado, ou ter que acreditar ou não na sua
observação. Havendo algum conflito ou dificuldade, entre definir a observação como “conhecimento” ou como
“crença”, ou ainda entre a decisão de descartar ou não essa observação, isso ocorre dentro da Razão e nunca
fora dela. Essa Fé, portanto, é um atributo, um requisito ou uma prerrogativa da própria Razão, que então, não
pode confrontar-se consigo mesma. Assim sendo, podemos dizer que o grande confronto, não é entre a Fé e a
Razão, mesmo porque a Fé não se baseia em conhecimentos, mas sim, na convicção de que existem
conhecimentos, de que não se dispõe, mas nos quais se acredita, mesmo sem identificá-los com precisão. (“Não
conheço, mas creio. Não vejo, mas creio”.) Quando se conhece e ou se vê, não há necessidade de acreditar, pois
o “conhecer” e o “ver” encampam, absorvem ou incorporam a fé, tornando-a desnecessária, como um instrumento
em separado, isto, é claro, somente no tocante ao que se conhece ou ao que se vê, e desde que não haja dúvida
alguma sobre o que se conhece ou sobre o que se vê. (Hebreus 11;1,2,3) Assim, a afirmação “compreender para
crer e crer para compreender” deve ser substituída por “conhecer para crer e crer por não conhecer”. Entretanto, a
fé não basta a si mesma, pois somente afirmar que se crê não é suficiente; é preciso viver e agir na boa fé. A
validade da fé se concretiza e se consolida, nos detalhes do comportamento ético, espontâneo e constante, que
se revela na postura, na ação e na reação, diante das pequenas questões, aparentemente insignificantes, ou das
questões que possam ser consideradas as mais relevantes. Esse comportamento é um exercício diário que molda
o caráter e que vivifica a fé, tornando-se um hábito do cotidiano. Sem isto a fé não existe, é uma ficção ou uma
simples figura de retórica, no jogo frívolo do “faz-de-conta”. É Fé morta. Com efeito, essa Fé tão propalada e
explorada pelos astutos sofistas é um mero instrumento da própria racionalidade, a qual denominamos de fé
racional, ou seja, a crença nos conhecimentos racionais elaborados, integrantes dos grupos de conhecimentos
específicos, geralmente de acesso restrito a especializações mais aprofundadas, compatíveis com intelectos mais
avantajados, dos quais, na esfera subjetiva das idéias, os sofistas alojados entre os teólogos, se apoderaram e,
exímios na sua exploração, adaptaram-nos ao seu negócio e os comercializam como uma falsa fé espiritual, entre
os mais simples, humildes e de “boa-fé”, que são os mais numerosos integrantes do seu imenso rebanho.
Contudo, há outro tipo de Fé, que pode ser encontrado em (I Coríntios 12;9) e que se caracteriza no que
chamamos de Fé espiritual -- de fato --, que faculta apenas a percepção da Presença do Senhor, e que é um dos
nove dons espirituais inseridos nas vocações ou talentos, que na sua diversidade, estão potencializados em todos
os homens. Tanto quanto os dons relativos aos Conhecimentos Essenciais, o dom da Fé é um privilégio
consagrado na unção do Espírito Santo e aqueles que obtém essa graça, simplesmente acreditam, vivem e agem
espontaneamente, de acordo com essa Fé que, assim como os demais dons espirituais, é uma loucura para a
arrogante racionalidade!
Efésios 2;8 – Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus;
Tiago 2;
14 – Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante
fé salvá-lo?
17 – Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.
18 – Mas alguém dirá: Tu tens fé e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem obras, e eu, com as obras, te
mostrarei a minha fé.
26 – Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.

A Razão, como vimos, detém os conhecimentos racionais (sensíveis e elaborados) que se sintetizam no “logos”, o
qual nada tem a ver, com a Palavra, o Verbo Divino, ou Cristo. Assim, Teologia é a busca do conhecimento de
Deus pela racionalidade, através de si mesma, cuja busca sincera deve ser mantida sempre, conforme preceituam
Mateus 7; 7,8 e Lucas 11; 9,10. Como a fé racional é uma prerrogativa da própria Razão, a decisão de admiti-la
circunstancialmente, assim como a decisão de vivenciá-la e a decisão de agir sob a sua égide, são todas da
exclusiva competência da Razão, pois a fé racional é um complemento facultativo, do qual a Razão poderá se
utilizar para suprir, se o desejar, qualquer desconhecimento racional específico. O grande confronto então é entre
a Theosophia e a Razão, entre as quais, oscilam como o pêndulo de um relógio, a Filosofia e a Teologia. O
30

confronto, pois, é entre os Conhecimentos Essenciais e os Conhecimentos Racionais, oscilando entre eles a
Filosofia e a Teologia, que mesclam, às vezes, bons fragmentos de revelações, com o grande entulho da
racionalidade. Esse confronto gera um intransponível impasse, uma vez que os conhecimentos essenciais e os
racionais são absolutamente incompatíveis, (I Coríntios 2;14) não sendo, por isso, casual, o “falecimento” da
Escolástica, (que gerou a Teologia ordenada) embora possa não ter sido somente a sua tentativa de conciliar tais
conhecimentos, a sua “causa-mortis”, e cuja agonia se prolongou por muito tempo Na verdade, assim que
percebeu que o embasamento aristotélico da Escolástica era insustentável, a racionalidade subjetiva “pulou fora
desse barco” e emigrou maciçamente para o da Teologia (filha da Escolástica), deixando que a “barcaça” desta
última ficasse à deriva e se afundasse, desaparecendo, supostamente com os vestígios do seu frágil e
inconsistente embasamento, supondo também, que o tempo se encarregaria de apagá-los em definitivo. Mas, a
adoção do outro e atual embasamento sofista, da mesma racionalidade subjetiva, assentado em Marco Túlio
Cícero (106-43 a.C.), como não poderia deixar de ser, também está se tornando insustentável e, ao que parece,
não há nenhum outro “barco” disponível e adequado para um eventual novo projeto de mascaramento das idéias,
mesmo porque, os “protagonistas” mudaram bastante nos últimos trezentos anos e o atual contexto global não
absorverá, certamente, um novo engodo, ou uma saída sorrateira pela porta dos fundos... O que se pode fazer é
recomendar aos sofistas, que entrem rapidamente em uma boa escola de natação, não se esquecendo, porém,
que os mares ocidentais estão infestados de tubarões brancos, cuja voracidade insaciável é conhecida de todos,
talvez equivalente à própria voracidade dos neo-atletas da natação...! De todo modo, podemos concluir que,
quando a racionalidade é conduzida pela alma, orientada pelo Espírito Santo, ela é acolhida nos domínios da
Theosophia e passa a saber que sabe. Todavia, quando ela vaga, errante, pelos labirintos da Filosofia ou da
Filologia e pela escuridão da Teologia ou da Teomancia, ela não sabe que talvez até possa saber um pouco. Mas,
quando ela se encontra inteiramente no seu estado original, cheia de si mesma, entretida com os seus
“brinquedos” e futilidades, embriagada pela sua voracidade insaciável e pela sua ferocidade animal, ou
embevecida diante do espelho, então, ela não sabe que não sabe nada

Podemos estabelecer, simbolicamente, que a Filosofia percorreu o seu caminho, formulando criativamente, um
formidável volume de especulações subjetivas, como que disparando essas especulações sem controle, em plena
escuridão, e, vez por outra, alguns desses disparos passaram raspando, ou até chegaram a atingir, fragmentos
significativos de revelações, que, sem conexão com uma predisposição direcionada para a Sabedoria Divina, pois
lhe falta o desejo por “Teo”, ficaram perdidos, como minúsculos cristais brilhantes no meio do grande monturo de
cascalhos. A Teologia, por sua vez, estática há muito tempo, cheia de si mesma e nadando na empáfia, já nem
mais se deu ao trabalho de continuar especulando e, usando o seu estoque mofado delas, em plena luz do dia,
direcionou-as diretamente para o monturo de cascalhos, descarregando todo o seu velho e rançoso estoque, pois
lhe falta a presença de “Sophia”, recolhendo então, ao longo de tantos anos, o produto da sua caçada: cascalhos.
Por seu turno, a Razão, radical e pragmática, alocada no topo e nos patamares imediatos da pirâmide sócio-
econômica e especialmente nas administrações de Babel, cumpre o seu tempo perseguindo o dinheiro, os bens
patrimoniais, o poder, as honrarias, a fama e os prazeres da vida, conforme o seu entendimento, pois lhe falta o
desejo por “Teo” e também a presença de “Sophia”. A questão fundamental está nos Conhecimentos Essenciais e
na Sabedoria, que somente são acessíveis, através das revelações concedidas pela Graça Divina. A Sabedoria
manifestou a Verdade que produz a Justiça. A Razão não tem a Sabedoria, (Jó 28;12,13,20,21) portanto ela não
conhece a Verdade e não a conhecendo, não consegue e nem pode ser Justa. (Jeremias 5;1) A Sabedoria está
na Theosophia, onde a Razão, como tal, também não consegue e nem pode penetrar. A Graça Divina é a única
alternativa para o acesso aos Conhecimentos Essenciais e à Sabedoria, e ela, (a Graça Divina) é uma concessão
aos ungidos, aos eleitos e, felizmente, a Razão, como “Razão pragmática e radical”, não participa da eleição, nem
mesmo como candidata, pois terá que se abstrair de si mesma, conforme (Mateus 16;24) (João 6;44,45,65)
(Colossenses 3;5). Já nos basta o que a Razão faz, quando ela pode escolher o que fazer. O Planeta Terra, total e
livremente administrado por ela, que o diga! (Isaías 59;1 a 21) (Ezequiel 16;1 a 63) (20;1 a 49) (21;1 a 32) (22;1 a
31) (23;1 a 48) e também, Jeremias à vontade ...

Mateus 22;
8 – Então disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos.
9 – Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes.
10 – E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do
banquete ficou repleta de convidados.
11 – Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial,
12 – E perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.
13 – Então ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá
choro e ranger de dentes.
14 – Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
31

Na Teologia, estão os conhecimentos racionais empenhados na procura de Deus, cujo limite está na Razão do
homem, na sua capacidade de observar e perceber através dos seus sentidos, onde predomina a racionalidade
objetiva, e na sua faculdade de raciocinar e deduzir, pelo processamento desses conhecimentos básicos ou
elementares, combinando-os, associando-os, ou agregando-lhes conhecimentos complementares, prevalecendo
aí, a racionalidade subjetiva, porém, sem extrapolar esse limite da Razão. Como a Teologia é um terreno de fácil
acesso para os sofistas, ela sofreu uma grande invasão deles e ali se estabeleceu uma grande parte da enorme
confusão que reina em Babel, aos quais se juntou também uma parcela significativa de outros sofistas, que se
alojaram em alguns setores dos naturalistas e também dos humanistas. Babel, então, tornou-se mais forte, mais
poderosa e todos os sofistas procuram sempre se adequar mutuamente, juntando-se aos príncipes e chefes das
cidades, para que haja uma conveniente paz “babélica”. (Ezequiel 34;1 a 31) Miquéias 3;1 a 12) (Sofonias 3;1 a 7)
(I Timóteo 4;1 a 3) Entretanto, a Teologia não se conteve apenas na procura de Deus, conforme preconizada em
Mateus 7;7,8 e Lucas 11;9,10, pois os sofistas ali acampados assumiram o seu comando, fizeram uma grande e
longa reunião, onde adotaram a antropolatria e decidiram restaurar as figuras dos anciãos, dos escribas e dos
fariseus, (Mateus 23;1 a 36) e também, “aposentar compulsoriamente” o Espírito Santo. Assim, substituindo-O por
si mesmos, passaram a produzir “profetas”, como numa linha de montagem industrial, distribuindo um verdadeiro
exército desses “profetas” profissionais, manufaturados, por um grande número de empreendimentos
empresariais, que se organizaram em muitas denominações, e passaram a lutar entre si com unhas e dentes,
sistematicamente, para atrair uma clientela atônita, perplexa, e cada vez mais desorientada. Então, a Teologia se
transformou em Teomancia e os seus expoentes passaram a ser os Teomantes. Esses empreendimentos, ou
denominações, se organizaram em grandes redes, como os supermercados, e se espalharam por todos os lados,
estabelecendo cada um deles o seu “modus-operandi”, através de solenidades diversas, regulamentos e normas
de funcionamento com procedimentos específicos, conforme os vários tipos de solenidades, inclusive com
representações teatrais de fábulas, genealogias e histórias bíblicas. Essas grandes redes denominacionais,
consolidaram os seus empreendimentos, mediante a edificação de numerosos templos para os seus atos solenes
(Atos 17;24,25) e também muitas escolas de ensino, desde o nível fundamental até o superior, mesclando
ensinamentos das racionalidades objetiva e subjetiva, visando a preparação dos alunos para as atividades
chamadas seculares e também as chamadas ‘religiosas’, estabelecendo assim, a priori, já um entrosamento ou
uma vinculação com os seus ensinamentos doutrinários e dogmáticos. Nesses templos, muitos dos “profetas”
profissionais manufaturados, literalistas, devidamente preparados nas escolas dos seus mestres sofistas,
posteriormente contratados pelas denominações, apresentam-se aos seus adeptos como se estivessem movidos
pelo Espírito Santo do Senhor, mas nos termos de (I Timóteo 1;3 a 7) e (I Coríntios 2;4 a 6), uma vez que a unção
do Espírito Santo, não é concedida como um “anexo” aos diplomas obtidos nas escolas da racionalidade humana.
Há fartura de material sobre esses “profetas”: (Isaías 44;25) (Jeremias 5;31) (Jeremias 10;21) (Jeremias 23;9 a 40)
(Jeremias 29;8,9) (Ezequiel 13;1 a 16) (Ezequiel 22;25 a 31) (Ezequiel 34;1 a 31) (Miquéias 3;1 a 12) (Zacarias
13;1 a 6) (Miquéias 1;7) e (Isaías 46;1 a 13), entre outros. A retirada total da máscara dos sofistas ocorre em
(Hebreus10;1,10 a 18), (Tito 3;9) (Jeremias 31;31 a 34) (João 14;26) (João 16;13) e ainda (II Pedro 2;1 a 3).
Cabalmente em ( II Pedro 1;16a21) e ( I João 2;27) .

Os “mestres” desses “profetas”, certamente não lhes disseram que o Espírito Santo do Senhor, nunca parou de
ensinar e que Ele nunca lhes cedeu o seu lugar, e que continua a operar, mais que antes, pela aproximação do
final dos tempos (Atos 2;16 a 18). Assim, recomendamos a leitura atenta, dos trechos abaixo transcritos, extraídos
do livro “Os Três Princípios da Essência Divina”, obra escrita pelo Teósofo alemão Jacob Böehme (1575-1624),
editada pela Polar Editorial & Comercial, sendo o autor, um simples sapateiro, considerado o Príncipe dos
Filósofos (Teósofos) Divinos, cujas intensas e profundas revelações espirituais com que foi agraciado, nos
remetem, comparativamente, aos grandes profetas bíblicos.

“Quando o Espírito Santo falava nos santos (ou eleitos) com poderes e prodígios (ou milagres), e convertia as
pessoas miraculosamente, então elas afluíam para eles em multidões, prestavam-lhes grandes honras,
respeitavam-nos e submetiam-se a eles como se eles fossem deuses. Isso era correto para com os santos, pois a
honra era prestada a Deus, e, com isso, a humildade e o amor cresciam entre eles e tudo era uma amável
reverência, como convém e deve ser entre os filhos de Deus.

“Contudo, quando os santos reuniram sua doutrina em escritos, para que na ausência deles fosse possível
compreender o que eles tinham ensinado, então o mundo lançou-se sobre isso: cada um queria ser um professor
(ou instrutor) como eles e pensou que toda arte e conhecimento estavam na letra. Acorreram para lá velhos e
jovens, a maior parte dos quais estavam apenas no velho homem e não tinha conhecimento algum de Deus.
Assim, a partir da obscuridade da palavra escrita, eles ensinaram conforme seus próprios conceitos e explicaram
(os escritos dos santos) conforme sua própria opinião.
32

“Como eles viram as grandes honras que eram prestadas aos instrutores, entregaram-se à ambição, ao orgulho e
à cobiça. Pois as pessoas simples lhes traziam presentes e pensavam que o Espírito Santo habitava nos
instrutores, enquanto era o demônio do orgulho que estava neles. Com isso, ocorreu que cada um tomou o nome
de seu mestre. Um queria ser de Paulo, outro de Apolo, o terceiro de Pedro, e assim por diante. Como os santos
não empregavam tais expressões em seus ensinamentos e em seus escritos, e como eles falavam a partir de um
único e mesmo Espírito, então o homem natural (que sem o Espírito de Deus nada sabe de Deus) concebeu todo
tipo de conflitos e disputas, e fundou seitas, e suscitou cismas. Puseram-se a ensinar em meio a todo tipo de
pessoas --- não por amor a Deus, mas por amor das honras temporais, das riquezas e dos prazeres, a fim de
viverem com todo conforto. Pois não era um trabalho muito difícil apoiarem-se assim apenas na letra (dos escritos
dos santos). Com isso, elevaram-se combates e divisões entre eles, de modo que se tornaram os piores inimigos
e passaram a se odiar violentamente uns aos outros. Isso não foi engendrado por Deus. No entanto, os pais
faziam com que seus filhos estudassem as Escrituras a fim de se tornarem doutores-instrutores, para que assim
pudessem ser honrados em seus filhos e pudessem viver suntuosamente.

“Então, ocorreu que cada um quis atrair para si uma multidão maior, a fim de ser estimado pelo mundo. E os
“cristãos de boca” se multiplicaram tanto que o sincero desejo por Deus foi abandonado, e eles se voltaram
apenas para o “sacerdote de boca”, que só suscitava combates e disputas. Todos eles se vangloriavam de seu
talento, que tinham aprendido nas escolas e universidades. Um gritava: “Cristo está aqui! Vinde correndo para cá,
pois foi assim que Paulo ensinou e escreveu”. Outro dizia: “Vinde aqui, Cristo está aqui! Foi assim que Pedro
ensinou e escreveu. Ele era o discípulo de Cristo e tinha as chaves do reino do Céu, que não pode errar. Os
outros vos enganam; é a mim que tendes de seguir”.

“Assim, as pessoas pobres e ignorantes foram seduzidas pelas bocas macaqueadoras dos homens cobiçosos,
que não passavam de sacerdotes enganadores. E, assim perderam seu querido Emanuel --- Cristo em nós ---, de
quem o Espírito Santo procede, que dirige e conduz os homens a todas as verdades, e que no início os havia
engendrado com poder e maravilhas (ou milagres). Esse Emanuel (Cristo em nós) passou a ser apenas uma
história, e eles passaram a ser cristãos históricos. Enquanto os apóstolos e seus verdadeiros discípulos viveram,
impediram e reprovaram tais coisas, e ensinaram o caminho verdadeiro. Contudo, quando não estiveram mais
(nesta Terra), então os sacerdotes históricos suscitaram erros, como pode ser visto claramente entre os Efésios.

“Assim, o reino de Cristo deixou de crescer apenas em poder, mas quase sempre foi reduzido ao histórico. Os
santos nascidos em Cristo muitas vezes confirmavam o reino de Cristo por meio de grandes maravilhas (ou
milagres), e em seguida os sacerdotes históricos de “Baal” sempre edificavam algo sobre aqueles (milagres dos
santos e eleitos): ora algo bom para os bons costumes e para as virtudes, ora apenas cardos e espinhos para
guerras e combates, e outras vezes buscando apenas honras, dignidades e poder que isso poderia conferir à
Igreja de Cristo e aos seus ministros. Podemos ver claramente, na história dos papas, de qual raiz essas coisas
brotaram. Isso foi levado tão longe, que misturaram as cerimônias judaicas aos seus atos --- como se a
justificação dos pobres pecadores estivesse no interior dessas cerimônias, uma vez que elas provinham de um
decreto divino. Por causa disso, os apóstolos realizaram o primeiro concílio em Jerusalém, quando o Espírito
Santo concluiu que eles só deviam se prender a Cristo num verdadeiro amor uns pelos outros, e que essa era a
única justificação diante de Deus.”

A Unção do Espírito Santo se estabelece sob três formas, das quais derivam as variedades de revelações
contidas em (I Coríntios 12; 1 a 11). A primeira forma permite apenas a percepção da Presença do Senhor e dela
deriva a Fé Espiritual (Efésios 2;8). A Segunda forma faculta o acesso aos Conhecimentos Essenciais, além de
encampar a Fé Espiritual. A terceira forma confere o Poder de exteriorizar os Conhecimentos Essenciais, que
obviamente ficam, assim como a Fé, embutidos no Poder. Essa exteriorização é a frutificação na videira do
Senhor ou a utilização dos talentos recebidos, para a glória do Senhor. Como se observa, há uma determinada
seqüência na forma da Unção, a qual está diretamente relacionada às potencialidades espirituais, que integram a
estrutura do homem. A terceira forma da Unção é a única que pode se refletir diretamente sobre outras pessoas,
pela sua exteriorização, razão pela qual ninguém deverá exercitá-la, sem que dela tenha sido revestido, conforme
(Hebreus 5;4,5) e (João 15;16).

A iluminação Divina percorre, invariavelmente, essas três etapas ou estágios. Na primeira etapa, a Fé estabelece
a fase da penumbra ou de uma tênue claridade. É a flor em botão. Na segunda etapa, emergem os
Conhecimentos Essenciais, caracterizando a fase da plena claridade. A flor desabrochou. Na terceira etapa
surgem as alternativas para que esses conhecimentos sejam manifestados, tornando-se evidentes e passíveis da
sua absorção por outras pessoas. A flor transforma-se e produz os frutos que lançam as suas sementes e elas são
semeadas amplamente. Contudo, quanto à sua germinação e sobre onde, quando, como e porque ela poderá ou
não ocorrer, observe-se Mateus 13;1 a 23.
33

Eclesiástico 18;
32 – Não te comprazas de ir às assembléias de grande tumulto, nem ainda às pequenas; porque ali são
freqüentes os pecados que se cometem.

Ezequiel 13;9 – Minha mão será contra os profetas que tem visões falsas e que adivinham mentiras; não estarão
no conselho do meu povo, não serão inscritos nos registros da casa de Israel, nem entrarão na terra de Israel.
Sabereis que eu sou o Senhor Deus.

Na Filosofia, está a inclinação para a sabedoria, cuja procura também é orientada pela Razão, por meio da
inteligência e do discernimento, da racionalidade, como na Teologia, os quais são características do homem.
Entretanto, a Filosofia orienta-se com mais ênfase, pela sua inclinação por Sophia e não somente pelo Logos,
conseguindo, ainda que com tênue parcialidade, abstrair-se ligeiramente da Razão, e com isso, vez por outra,
consegue recolher (por concessão) pequenos, mas significativos fragmentos de conhecimentos essenciais,
mesmo não sendo, necessariamente, a procura específica de Deus o seu objetivo central. (Colossenses 2;8 a 11)

Podemos considerar esse conjunto da racionalidade, dividindo-o em dois grandes segmentos: a racionalidade
objetiva (empirista, pragmática), e a racionalidade subjetiva (idealizadora, imaginativa). Na racionalidade objetiva,
predominam os interesses relativos às atividades humanas referentes ao mundo sensível, desde as mais simples
até as mais complexas, desenvolvidas segundo as vocações racionais dos homens, incluindo-se, obviamente, as
funções públicas, que administram o grande conjunto dessas atividades. A racionalidade subjetiva, por sua vez, se
relaciona com mais ênfase, ao campo das idéias, ou à capacidade do homem de se abstrair do mundo sensível
que o rodeia e exercitar a sua imaginação, na construção de raciocínios, deduções e conjeturas, tanto a partir de
observações do mundo sensível, como através da própria imaginação em si mesma, até sem base alguma no
mundo percebido pelos sentidos. Nesta racionalidade estão embutidas também, todas as crenças dos homens,
sejam quais forem, incluindo-se, é claro, as relacionadas às inúmeras denominações teológicas, com os seus
regulamentos, solenidades e fundamentos, que as diferenciam entre si sob esses aspectos e nem tanto quanto às
suas intenções, que se assemelham às da razão objetiva.

No curso da história da Humanidade, assim que ela se organizou de forma a deixar vestígios, a registrar ou dar a
conhecer a sua trajetória evolutiva, a racionalidade subjetiva saiu na frente e assumiu a liderança, o comando ou a
administração dessa organização inicial, estabelecendo as regras de relacionamento ou da estruturação sócio-
econômica, às vezes também política, entre os homens, cuja supremacia mais acentuada entrou em franco
declínio a partir do advento do chamado Renascimento, no século XV, e daí em diante, os dois segmentos da
racionalidade foram se afastando mutuamente, mantendo sempre uma distância conveniente, mas elas nunca se
tornaram francamente inimigas, ao contrário, astutamente, cuidaram de “dividir o bolo” da melhor forma possível,
de modo que os “restos do bolo” fossem sempre suficientes para manter o “status-quo” dos andares inferiores da
estrutura social, sendo que, a partir de então, a racionalidade objetiva assumiu a liderança, o comando e a
administração, antes exercidos pela sua co-irmã. O poder da força, aliado ao poder econômico, se impôs ao poder
das idéias, também aliado ao poder econômico, até o tempo presente.

Sucede, todavia, que as Únicas auto-circunscrições definitivas, imutáveis e eternas, são as Três Forças que
governam a “Máquina do Mundo”, o que equivale dizer, que esse “status-quo” das camadas inferiores ou
inferiorizadas pelas racionalidades coniventes, não poderá ser mantido “ad-infinitum”! O contexto da sociedade
humana também está estruturado sobre variáveis irreversíveis (tudo se transforma), cujas variáveis, como o nome
indica são móveis!

A racionalidade subjetiva é mais ágil e mais astuta que a objetiva, talvez porque seja mais contemplativa, até
porque tem mais tempo disponível para a contemplação, ou talvez porque ali se encontre um dos esconderijos
preferidos do Dragão! Assim, ela percebeu rápido o aumento bem mais acentuado do “perigo do barril de pólvora”,
melhor e mais nitidamente delineado no curso das últimas três décadas, e ela movimentou-se, como nunca,
nestes últimos vinte anos, trabalhando na reaproximação, preocupada, é claro, com a preservação e, se possível,
com o aumento da sua parte no “bolo”, enquanto a racionalidade objetiva, menos sagaz ou mais desatenta,
empolgada pela doçura da hegemonia, ao lado dos seus ricos aliados, e submersa nos apetites do ventre,
mergulha no “olho do furacão”, suavemente embalada pela sua, agora, amada co-irmã, que finge nada saber
sobre o rastilho aceso. A racionalidade subjetiva se entusiasma com a aproximação ardilosamente alcançada e
parte decididamente para o ataque, postulando uma complementação mais consistente, mais ampla e substancial
entre “Razão e Fé”, na verdade uma transfiguração proposital e maliciosa de Racionalidade Objetiva e
Racionalidade Subjetiva (travestida como Fé), atribuindo-se a capacidade de desenvolver um “processo de
purificação” (?!) que conduzirá, segundo ela, a Humanidade á uma nova versão (às avessas) do iluminismo,
projeto sutil e maliciosamente arquitetado, no vácuo da onda hegemônica da globalização, que como se sabe, não
34

restringe-se apenas à economia, mas arroja-se na absorção compulsória de todas as outras culturas, sob todos os
aspectos (político, social, econômico e teológico), tácita ou expressamente, conforme as circunstâncias, pois, na
verdade, as racionalidades irmanadas na reaproximação, estão construindo o arcabouço para o retorno às
condições da Idade Média, operando ambas num comando duplo (a quatro mãos), as variáveis que, na ilusão de
ótica da racionalidade subjetiva, são as únicas responsáveis pela contenção do mundo, ou seja: o poder da força
da racionalidade objetiva, o poder econômico das duas racionalidades e o poder (oculto) sobre as “massas”, das
idéias mascaradas da racionalidade subjetiva dos sofistas. As racionalidades conjuntas equivocam-se mais uma
vez, tropeçando na mesma e velha pedra, ao supor que a associação das variáveis mencionadas, poderá conter a
escalada progressiva e desenfreada da desintegração das estruturas da sociedade humana, já em curso,
agravada ultimamente, pela corrupção, prostituição e violência, banalizadas e generalizadas, e pela
desestruturação da própria Família humana, no seu sentido mais restrito, pois, supondo que estão colocando o pé
no freio, o estão colocando, com a mais absoluta precisão, exatamente no acelerador. Desta forma, a arrogante
racionalidade, numa grande explosão de insensatez, retorna a passos largos, para a época que ela própria definiu
e denominou como o “tempo do obscurantismo”, sem atentar para o fato de que essa época não se “encaixa” e
jamais poderá ser inserida no atual contexto social global. O equívoco, desta feita, será fatal.

Parece-nos oportuno, que nos lembremos de Platão e da verdade que ele procurou, afastando-se para a sua
Academia, abandonando o seu ideal de participação política e veremos que também na atualidade, talvez mais
que antes, essa verdade não se encontra nos mesmos lugares onde ele não a encontrou. Ao contrário, talvez
mais que nunca, no Planeta Terra, exala por todos os cantos, um mau cheiro de putrefação generalizada,
infectando toda a atmosfera terrestre, causando náuseas, espasmos e ânsias de vômito aos neo-platônicos e
afins, não havendo, porém, desta feita, espaço disponível para a instalação de tantas Academias para o seu
refúgio, mesmo porque as de musculação e modelagem física e também os SPA’s já ocuparam muitos desses
espaços, para atender à grande demanda de Apolos, Narcisos, Bacos e outros. Este mau cheiro,
progressivamente intensificado, insuportável, se deve à atuação, através dos tempos, das irmãs Oolá e Oolibá
(Ezequiel 23;1 a 48), que agora, no seu “amoroso” reencontro, estão acelerando o processo de decomposição do
tecido social, antes já bastante corrompido. Aqueles que poderiam, no decurso dos tempos, desencadear o alerta
geral e contribuir para a organização inteligente e pacífica das forças de resistência, e nos referimos aos
intelectuais não engajados ou envolvidos no processo de degradação geral, esconderam-se, salvo honrosas
exceções, no conforto relativo de uma indiferença ou neutralidade medíocre, barganhando-o com a sua
manutenção nos estremecidos patamares mais ou menos médios da pirâmide sócio-econômica. Assim, desde que
alojados nesses andares intermediários, eles se acomodaram em suas poltronas, embarcando maciçamente
nessa neutralidade ou talvez cumplicidade, uma omissão premeditada, mantendo-se à conveniente distância dos
focos de mau cheiro, limitando-se a exercitar as suas faculdades ou talentos, na ostentação intelectual banalizada
e sem objetivos mais amplos, senão os mais imediatos de perseguir títulos, honrarias e valores pecuniários, ou, na
melhor das hipóteses, apenas satisfazendo as suas vaidades pessoais. Desta forma, eles não conseguiram
perceber, que representavam a esperança derradeira da racionalidade, senão de impedir a derrocada final,
inevitável, ao menos suavizar acentuadamente os seus prelúdios, a agonia que a antecede, reduzindo a
intensidade desse mau cheiro, permitindo uma respiração mais aliviada, menos sufocante e dolorosa, como uma
providencial máscara de oxigênio, nos últimos tempos que nos aproximam do final da História desta geração.
(Apocalipse 21;1 a 8) A Razão não tem mais para onde “avançar”, (ou retroceder?) pois a idolatria está no produto
dos dedos do homem, que já se tornou o seu próprio produto de consumo, assim, ele se auto-idolatra e se auto-
devora (canibalismo) sacrificando-se voluntariamente aos seus deuses: o Orgulho; a Cobiça; a Inveja; a Cólera!
Aos dois terços que não quiseram ver e nem ouvir (cegos e surdos por convicção), restará colocar os bancos na
posição vertical, apertar os cintos de segurança, observar os sinais luminosos no painel e orar. A grande
“Aeronave” não possui portas e não existem pára-quedas a bordo, que para nada serviriam, pois não há lugar
onde descer. Assim, ela terá se transformado num grande “Esquife Voador” ! A outra terça parte viu e ouviu,
porque quis enxergar e quis escutar e já não estará mais na grande “Aeronave”, pois será retirada antes do final
do vôo fatídico, o último vôo. Não haverá necessidade de fazer o pedido costumeiro ao último que for retirado
antes do vôo final, pois a Luz já terá sido prévia, automática e definitivamente apagada. (Apocalipse 16;10)

Na Theosophia está a superior Sabedoria Divina. Essa Sabedoria emana da casta Virgem Sophia que orientada e
conduzida pelo Amor (Jesus Cristo) e estabelecida através da Conciliação (Espírito Santo) (ou reconciliação),
concede-se à Alma através de revelações espirituais, determinando um momento de Amor Divino, extasiante,
arrebatador, que desata em deleites espirituais inefáveis e orações em línguas, através de gemidos inexprimíveis
de adoração! Desta forma, o novo nascimento, o reencontro ou a nova ligação, se concretiza então pelas
revelações espirituais e não por meio de especulações filosóficas ou filológicas e menos ainda pelos ecléticos
coquetéis teológicos, tanto aquelas como estes, unicamente racionais, oscilantes e mutáveis, conforme as
circunstâncias e os interesses da vida terrestre ou da racionalidade. As verdades reveladas são imutáveis,
incompatíveis e irreconciliáveis com tais especulações e coquetéis, os quais são desenvolvidos, aplicados ou
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utilizados no próprio interesse dessa racionalidade. Por outro lado, as revelações espirituais não são fundadas na
instrução e nem mesmo na fé racional ou nas obras do homem. A instrução é meramente racional, assim como a
fé. A fé deve ser complementada pelas boas obras. As boas obras devem ser executadas no cotidiano, sem
nenhum tipo de coerção, mas como uma satisfação pessoal e sincera de praticar o Bem, sem nenhum objetivo de
reciprocidade ou de troca. O homem não tem nada para oferecer como moeda de troca para que seja abençoado,
pois tudo é d’Ele (Jó 41;11). As revelações espirituais, ou a bênção divina, ou o novo nascimento, ou ainda, o
religamento com a essencialidade angélica, em síntese, a unção pelo Espírito Santo, é uma concessão que
escapa à compreensão humana, e ela pode se converter no dom da Fé Espiritual, em Conhecimentos Essenciais
e em Sabedoria. Podemos concluir, que os que foram contemplados com revelações espirituais não sabem
porque foram, mas aqueles que não foram contemplados sabem porque não foram, pois somos todos pecadores !
(Romanos 3;10,23) De todo modo, as revelações espirituais são invariavelmente incompatíveis e não se
harmonizam com as conclusões racionais das especulações filológicas, e menos ainda com o “imbróglio” dos
ecléticos coquetéis teológicos ou teomânticos, que se adaptam sem nenhum pudor aos costumes, superstições e
tradições regionais, apenas visando à atração do maior número possível de incautos e de possíveis concorrentes
para o seu território de influência, domínio e exploração.

Não nos esqueçamos, que o vocábulo Filosofia menciona “Sofia”, mas não expressa “Teo”: o termo Teologia
menciona “Teo”, mas não expressa “Sofia”; a expressão Razão não menciona “Teo” e nem “Sofia” e não expressa
nenhum dos dois. A palavra Theosophia expressa “Teo” e também expressa “Sophia” !

É oportuno lembrar o nome do matemático e físico francês Blaise Pascal (l623-1662), cujas frases transcritas
abaixo, expõem a fragilidade da Razão, quando esta tenta encontrar, através das suas faculdades racionais, o
nexo causal ou na sua linguagem, a unificação das suas teorias parciais, onde ela está encalhada há mais de um
século. Na segunda frase, encontramos a mesma Razão, que se esconde em instituições pseudo-religiosas, onde
executaram a fusão das atividades comerciais com a teomancia, desenvolvendo uma atividade sui-generis que
podemos chamar de mercoteomancia. Permitimo-nos executar uma pequena, mas significativa correção, nesse
esplêndido e concreto pensamento de Pascal.

1 – “Ardemos no desejo de encontrar uma plataforma firme e uma base última e permanente para sobre
ela edificar uma torre que se erguerá até o infinito, porém os alicerces ruem e a terra se abre até o abismo”.

2 – “Os homens jamais fazem o mal tão completamente e com tanta alegria como quando o fazem
a partir de uma convicção teológica”. (Em lugar de “religiosa”).

As guerras religiosas, assim chamadas equivocadamente, pois deveriam ser chamadas de guerras teológicas,
ocorridas ao longo da história da Humanidade, assim como as disputas geradas pela rivalidade entre as diversas
denominações teológicas, que provocaram perseguições e assassinatos hediondos, representam um atestado que
certifica e confere plena validade a esta segunda assertiva de Pascal.

Nesse amplo cenário, onde floresce em abundância o volátil e escorregadio jogo do “faz-de-conta”, podemos
inserir a questão da verdade. A verdade (verdadeira) é universal e imutável. Sendo única, invalida e exclui as
“verdades individuais”, (falsas verdades) que são apenas mentiras sutis ou simples justificativas para atenuar
comportamentos inadequados e inaceitáveis pela própria consciência, pois as leis definitivas estão impressas em
nossa mente. Por isso, sabemos perfeitamente quando estamos mentindo, ainda que sustentando teimosamente
as nossas convenientes verdades. Nós todos fazemos isso, várias vezes por dia, todos os dias, pois aí reside a
astúcia do Homo Habilis! Resta-nos então, a conscientização desta nossa tendência imanente, admitindo-a
sinceramente e adotando uma ferrenha persistência cotidiana, não para eliminá-la por completo, pois não o
conseguiremos, mas para tentar substituí-la, dando um passo atrás e outro à frente, toda vez que nos flagrarmos
mentindo. É claro que há uma enorme hierarquia de mentirosos, pois tanto o é aquele que diz “eu não matei”,
quando realmente o fez, como aquele que diz “eu não vi”, quando realmente viu, ou mesmo aquele que diz “eu
não pensei”, quando realmente pensou.Todos os três estão mentindo.

Os expoentes do mundo jurídico há muito tempo já observaram esta nossa anomalia estrutural e a registraram no
seu aforismo técnico: “Todos os litígios têm três versões: a minha, a sua e a verdadeira”. Além disso, todo o
desenvolvimento da estruturação processual pode sofrer os efeitos de possíveis interesses envolvidos, desde a
montagem dos autos em todos os seus movimentos, até o julgamento final, não sendo, portanto casual, o correto
e expresso reconhecimento da própria Justiça, da sua emblemática cegueira.

Não há como negar, infelizmente, que Paulo de Tarso tinha, tem e terá sempre toda a razão. (Romanos 3;10,23 e
I Coríntios 5;9,10).
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8 - REVELAÇÕES NOS PENSADORES DA HUMANIDADE

A seguir, faremos uma pequena incursão, rápida e sintética, pelos caminhos de alguns dos grandes Pensadores
da Humanidade, dos quais extrairemos os eventuais fragmentos de revelações, o núcleo das suas idéias, fazendo
em seguida comentários resumidos sobre esses fragmentos, com o objetivo de evidenciar a importância da
reflexão, meditação, enfim, da inquietação do intelecto, dirigidas com sinceridade para a procura do conhecimento
maior – essencial -- e das respostas às indagações mais profundas e mais complexas da nossa racionalidade.

Anaximandro
(Século VII / VI a. C. – matemático e astrônomo grego
Trechos selecionados:

“Para Anaximandro, o princípio da physis (natureza) é o ápeiron, que pode ser traduzido como indeterminado ou
ilimitado. Eterno, o ápeiron está em constante movimento, e disso resulta uma série de pares opostos – água e
fogo, frio e calor – que constituem o mundo. O ápeiron é algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum
elemento palpável da natureza”.

Comentários::

O ápeiron de Anaximandro é Deus. Ele não se revela em si mesmo como Energia que é, mas o faz nas suas
produções (de Si mesmo) e está sim, presente, em todas as suas auto-produções (expressões, representações ou
manifestações). Ele é estático (não tem para onde ir, pois Ele é o Tudo), mas está em constante e ininterrupto
movimento e, de fato, suas expressões, ou representações, ou manifestações, são compostas de pares opostos
ou equações, sendo Ele mesmo a Equação Fundamental.

Heráclito
(540 – 480 a C.)
Trechos selecionados:

“O combate é de todas as coisas o pai, de todas o rei, ou, todas as coisas opõem-se umas às outras, e dessa
tensão resulta a unidade do mundo. Essa divergência e contradição, não só produzem a unidade do mundo, mas
também a sua transformação. O mundo é um eterno fluir, como um rio, sendo impossível banhar-se duas vezes na
mesma água. Fluxo contínuo de mudanças, o mundo é como um fogo eterno, sempre vivo, e nenhum deus,
nenhum homem o fez. Mas só se compreende isso quando, ao deixar de lado a falsa sabedoria ditada pelos
sentidos e pelas opiniões, chega-se ao logos, ao pensamento sensato. É o raciocínio adequado que abre as
portas para o entendimento do princípio de todas as coisas. Não de mim, mas do logos tendo ouvido é sábio
homologar tudo é um.”

Comentários:

O combate não é o pai nem o rei de todas as coisas, mas realmente, todas as coisas se opõem umas às outras,
todas equacionadas, resultando na unidade do mundo. Essa unidade está na correspondência, na integração e no
sincronismo harmonioso, perfeito e absoluto entre as Três Forças fundamentais que movimentam a máquina do
mundo: Força Centrípeta (atrativa), o Pai, que gera a Força Centrífuga (divergente e centrifugada), o Filho, que,
conjuntamente com o Pai, estabelecem a Força Rotativa Emergente, o Espírito Santo. As Três Forças estão uma
dentro da outra e são, numa geração sucessiva, uma única e mesma força. A Primeira Força não tem causa; ela
é a CAUSA sem causa e é ela que estabelece o equilíbrio das forças como percebeu Anaximandro e que também
assegura a harmonia dos contrários, pela justa medida que impõe como o Ente Supremo que É, confirmando o
entendimento dos pitagóricos. Essas Forças, opostas por autodeterminação, consolidadas por autodeterminação,
se produzem, se movimentam e se transformam; se representam ou se manifestam, contínua e ininterruptamente,
num eterno fluir, de si para si mesmas, sem que tenha havido começo e sem que haja fim, num “moto-perpétuo”
perfeito e acabado. (Eclesiastes 1; 9 a 11) Heráclito foi contemplado com alguns fragmentos de revelações, mas
cedeu à pressão da sua racionalidade, confundiu-se e considerou que o pensamento sensato e o raciocínio
adequado é que abrem as portas para o entendimento de todas as coisas, e estão no logos, ou seja, no
conhecimento racional ou na própria Razão, da qual, por engano, supôs ter ouvido a sábia homologação tudo é
um. Lamentável que isso tenha ocorrido, pois realmente Tudo é Um, mas não é a Razão que esclarece; ao
contrário, ela atrapalha. A essa mesma Razão, sugere-se que, ao se lançar (e deve fazê-lo) nas meditações ou
contemplações subjetivas do supra-sensível, abandone por completo as suas deduções lógicas, sobretudo a sua
arrogância, abstraindo-se de si mesma. Então ela será apenas e tão somente, uma simples e humilde candidata
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às efusões do Espírito Santo. Nada mais que isso. Neste caso de Heráclito, a Razão venceu e, ao que parece, o
que é pior, o conduziu à incredulidade.

Parmênides
(540 – 450 a C)
Trechos selecionados:

“Só o Ser existe e deve sempre existir. Deve ser único, imóvel, imutável, sem variações, eterno. As constantes
mudanças, as contradições e os aspectos diferentes que o mundo apresenta são ilusões, meras aparências,
produzidas por opiniões enganadoras, não pelo conhecimento do verdadeiro Ser. Por isso, o conhecimento não
pode ser alcançado pelos sentidos, que dão origem a incertezas e a opiniões diversas, mas sim pela certeza que a
Razão produz por meios lógicos e dedutivos.”

Comentários:

O Ser de Parmênides é o Eu Sou, é Deus, que não é imóvel, mas sim estático, pois como já dissemos, Ele é o
Tudo, não havendo para onde Ele se deslocar, pois não existe outro “lugar” (Ele É o lugar). Aliás, não existem
também o “vazio”, o “fora” e o “nada”, pois a Energia (Deus) preenche tudo e Ele mesmo é o Tudo; que sempre
existiu (não tem causa) desde toda a eternidade; que não se altera nem se mescla com coisa alguma, mas está
em todas as coisas e todas as coisas também estão n’Ele. (Eclesiástico 43;29); é imutável, intocável,
imperceptível e indetectável pela Razão ou pelos sentidos; é uma Força poderosa, permanentemente atrativa e
voltada para si mesma, porém, plena de movimentos, amplos ou isolados e circunscritos, em qualquer direção e
em qualquer intensidade (do zero ao infinito), tudo como e quando quiser. Tudo o que os nossos sentidos nos
revelam e tudo o que eles não conseguem revelar, está dentro dessa Força, tudo abraçado em 360º (trezentos e
sessenta graus), (um abraço absoluto), pois essa Força está distribuída em uma esfera perfeita, que é o seu
corpo, a sua conformação; essa esfera é o Universo e o Universo é Deus, e o Universo não foi criado e nada foi
criado no Universo, que tudo produz de si mesmo, de suas próprias e infinitas essências, as quais combina numa
multiplicidade infinita de expressões, representações ou manifestações, das quais uma mínima parte é revelada à
Razão arrogante, cujas manifestações (ou expressões ou representações), todas elas, se movimentam, evoluem,
se transformam e retornam à sua origem, ao próprio Deus, num “moto-perpétuo” sem começo e sem fim, TUDO
sob a atuação e o comando absoluto das três poderosas Forças fundamentais, uma dentro da outra, num
desdobramento de uma única Força: a Força Centrípeta, ou a Energia, o Ser, o Eu Sou, o nosso Deus. Todas as
autoproduções dessas Forças, estão opostas a duas e duas (Eclesiástico 42;25) em equações perfeitas; nada
lhes falta, nada se lhes há que tirar ou acrescentar e todas essas equações estão sintetizadas em uma só
equação, absoluta, irretocável, plena em si mesma: (1 – 1 + 1 = 1) a equação das equações, a Equação Essencial
e Fundamental. Assim como aconteceu com Heráclito, também Parmênides foi ludibriado pela sua Razão
prepotente, que se apressou em fechar as portas para a continuidade do fluxo fragmentado das revelações. Eis
que Parmênides ultrapassou as fronteiras do mundo sensível e percebeu (não pela percepção sensorial), mas por
efusões espirituais, que esse mundo exteriorizado nada mais é, que uma manifestação do Ser. Mas ele perdeu o
rumo das suas percepções, quando entendeu que é a Razão que produz, por meios lógicos e dedutivos, a certeza
necessária para a obtenção desse conhecimento. Ao contrário, é exatamente a Razão arrogante (cheia de si
mesma) imersa no orgulho, na cobiça e na inveja, que impede o alcance desse conhecimento essencial,
inatingível através dos sentidos e da racionalidade, os únicos meios de que a Razão dispõe para conhecer, os
quais são e estão vinculados à própria natureza manifestada e da qual a própria Razão é parte integrante. Ou não
é o homem também uma manifestação do Ser? (Gênesis 1; 27).

Zenão (Discípulo de Parmênides)


Trechos selecionados:

“Zenão afirma que o “vazio” não existe e que só há um Ser, único, imóvel, indivisível e eterno, e também que o
movimento não existe”.

Comentários:

Confirmamos que o “vazio” realmente não existe, assim como não existem , também, o “fora” e o “nada”, uma vez
que o Ser é o Tudo e ocupa todo o espaço, onde se encontram todas as estruturas, apreensíveis ou não,
produzidas pelo próprio Ser, de Si mesmo, para Si mesmo e em Si mesmo, desde toda a eternidade, cujo Ser é
indivisível, mas está em todas as coisas, sem se misturar a essas coisas, sendo Ele estático (não imóvel) e pleno
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de movimentos permanentes e ininterruptos, cujos movimentos exteriorizam as suas manifestações, as quais


retornam contínua e infinitamente ao próprio Ser, numa seqüência que nunca teve começo e que nunca terá fim.

João 17;
21 – A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai; em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que
o mundo creia que me enviaste.
22 – Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um; como nós o somos;
23 – Eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me
enviaste, e que os amaste como também amaste a mim.
24 – Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste; para que vejam a
minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
25 – Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me
enviaste.
26 – Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja
neles e eu neles esteja.

Empédocles
(483 a 430 a C)
Trechos selecionados:

“O Ser é eterno e indivisível, mas não é único e imóvel. O mundo compõe-se de quatro princípios ou raízes: água,
ar, fogo e terra, tudo resultando da combinação, em proporções variadas dessas quatro raízes, as quais são
imutáveis e indestrutíveis. Os movimentos de aproximação e separação, para a combinação dessas raízes é
atribuída a forças opostas: o Amor que promove a aproximação e o Ódio que estabelece a separação. Assim, num
momento o Amor une as raízes, formando um todo único e, em outro momento, o Ódio as separa, produzindo a
diversidade das coisas existentes no mundo. Completada a separação, o Amor age novamente, aproximando tudo
outra vez, estabelecendo-se então, um movimento cíclico, que faz, desfaz e refaz tudo o que existe”.
Comentários:

Este nosso trabalho está voltado para o Universo, no sentido das macroestruturas e assim, não entraremos no
campo das essências fundamentais propriamente ditas, como por exemplo, a composição dos quatro princípios,
ou raízes, de Empédocles (fogo, água, ar e terra), mesmo porque esses elementos, restritos, estão, no caso,
sendo relacionados a uma visão do nosso mundo (sistema solar) e não ao mundo, no sentido de Universo, onde
apenas os três primeiros estabelecem um conjunto mais amplo de “ingredientes” essenciais. Assim, diremos que
no frio intenso das Trevas insondáveis está a Força; na força a Vontade; na vontade a Palavra (FIAT); na palavra
a Sabedoria; na sabedoria a Luz; na luz o Fogo; no fogo o Calor; no calor a Água e o Ar, e, em TUDO, a VIDA.
Consideramos então, que o Ser É desde toda a eternidade, pois Ele não tem causa (é a causa sem causa), que
se revela em si e de si mesmo, nas suas manifestações. Ele é o UNO em sua essência e tríplice em pessoas. Ele
é a Essência de todas as essências e não há como levá-lo à razão humana, senão por aproximações e
similitudes, que jamais conseguirão expressá-Lo adequadamente. Ele é a perfeição indescritível, a perfeição
manifestada, e a perfeição consolidada. É estático, mas todo o movimento contido nas suas manifestações é
gerado d’Ele mesmo e inteiramente controlado por Ele mesmo, sendo que daí se origina realmente uma força
oposta e uma terceira força que as concilia e as consolida, estabelecendo todas elas, em conjunto, a plena
harmonia e equilíbrio na produção e no funcionamento de todas as estruturas contidas no Universo. (O Universo é
Deus) Podemos dizer realmente, que a Primeira Força é colérica; a Segunda Força é amorosa e a Terceira Força
é conciliadora. Uma Força está dentro da outra e são uma única Força e, como tal, não há, de fato, que se cogitar
de uma hierarquia entre elas. Contudo, devemos observar que todas as manifestações do Pai são feitas através
do Filho (o Amor) e todas elas retornarão ao Pai, também através do Filho. Essa estruturação, que chamamos a
“Máquina do Mundo”, funciona e sempre funcionou, desde toda a eternidade, sem que tenha havido começo e
sem que haja fim, contínua e ininterruptamente, num “moto-perpétuo”, como um imenso “monobloco”, girando com
total regularidade, absoluto sincronismo e impecável precisão, como um deslumbrante e maravilhoso carrossel,
cujas profundezas, somente ao Espírito é dado perscrutar (I Coríntios 2;10) onde está certo também, quem
percebeu que “nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma”, eterna, perpétua e infinitamente.
Anaxágoras
(487 a C)
Trechos selecionados:

“Para Anaxágoras, tudo o que existe é composto de um número infinito de elementos com qualidades distintas,
numa combinação em proporções diferenciadas, porém incluindo-se em tudo parte de tudo, resultando na
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pluralidade de coisas, pelas infinitas combinações de todos esses elementos. Quanto ao movimento, ele concluiu
que todas as coisas estavam juntas na origem e formavam um todo, em que as partes não eram identificáveis,
encontrando-se em estado caótico, e que o Espírito ou a Inteligência promoveu a separação, como que num
turbilhão, que pôs em movimento todas as coisas, misturando-as em diversas proporções. Esse Espírito é a
origem do movimento e da pluralidade, sendo ele porém, autônomo, dirigindo as coisas, mas não se misturando
com elas”.

Comentários:

Excluindo-se o “estado caótico” que não pode existir na absoluta perfeição do Ser, mas que é abundante na
racionalidade humana, a percepção geral de Anaxágoras se ajusta em nossos comentários anteriores
(Parmênides e Empédocles), não havendo necessidade de alongarmos estes comentários. O capítulo relativo ao
“Caminho Para o Tudo” deste trabalho, engloba perfeitamente as idéias (revelações) de Anaxágoras.

Sócrates
(487 a C.)
Trechos selecionados:
“Como Sócrates nada escreveu, suas idéias foram expostas por intermédio de outras pessoas, tendo sido então,
os conceitos de todos, formulados sobre tais circunstâncias. Dessas exposições, destaca-se a sua férrea
disposição de encontrar o conhecimento essencial, o qual ele mesmo identifica como em estado latente em cada
ser humano e ele parte para essa busca persistente levando, de antemão, consigo, a humildade contida no “só sei
que nada sei”. Deve-se destacar também, a sua percepção de que o conhecimento essencial estabelece uma
relação profunda com a noção dos valores verdadeiros e, por conseqüência, com o próprio comportamento do ser
humano, numa justa equação, que configura a Ética, da qual se torna, então, o legítimo fundador”.

Comentários:

A caminhada de Sócrates, à procura do conhecimento essencial, na forma pela qual ele a executou, traduzida nos
seus diálogos com os pretensos sábios da sua época, o caracteriza também, como o precursor da escola filosófica
da “desconstrução”, convertida, posteriormente, de negativa para positiva, por Platão. Certamente, se Sócrates
vivesse em nossos tempos e encetasse essa mesma busca, pelos mesmos métodos, ele seria levado à exaustão,
pela longa e interminável fila de “sábios” (sofistas) que ele teria de enfrentar (no planeta), em longos e
massacrantes diálogos. O grande equívoco de Sócrates se caracteriza na longa procura fora de si mesmo, do
conhecimento essencial, que conforme ele mesmo havia percebido, está, em estado latente, (onde sempre
esteve) dentro de cada um de nós, e que realmente, não é transmissível do mestre para o aluno e muito menos
arrancado do interior de uma discussão (diálogo) entre seres humanos, orientados pela sua racionalidade.
Entretanto, o caminho percorrido por Sócrates não foi em vão e também tem o seu mérito, pois não deixa de ser
uma forma de obter conhecimentos racionais, que tem a sua utilidade. Mas, o mérito maior desse desgastante
percurso, foi o de revelar ao caminhante, que esse não é, definitivamente, o melhor caminho para se obter o
conhecimento essencial. A prova mais contundente dessa realidade está no exame (imaginativo) do volume e
multiplicidade de informações (conhecimentos racionais), de que o ser humano dispõe na atualidade, aos quais
tem acesso imediato através dos recursos da informática, os quais foram acumulados e sobrepostos em muitos
séculos e, que por si mesmos, nunca conduziram, não estão conduzindo e jamais conduzirão os homens, na sua
racionalidade, ao conhecimento essencial. Sócrates também identificou os princípios éticos e transferiu essa
identificação para a racionalidade, sendo ele mesmo a base sólida de seu discípulo Platão. É lamentável, que
quase dois milênios e meio depois de Sócrates, tenhamos muitas “Atenas” dispersas pelo nosso planeta,
perfeitamente identificadas com a Atenas da sua época!

Platão
(428 – 347 a C.)
Trechos selecionados:

“Para Platão, a vida de Atenas é a prova viva das denúncias de Sócrates, sobre o falso saber dos homens, que se
refletia na corrupção da legislação, da moralidade e da política como um todo, que redundava na profunda
injustiça social. Desiludido, Platão abandona o convívio com esse estado de coisas e se recolhe à sua Academia,
onde os valores religiosos e científicos se mesclam a questões filosóficas, e se transformam no mundo em que ele
passa a incursionar, fugindo assim, do mundo voltado quase que exclusivamente para a racionalidade. Assim, ele
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procura fora desse contexto, um fundamento sólido e inabalável para a conduta humana, cujas ações e opiniões a
elas ligadas, não conseguem se justificar por si mesmas e afasta-se então da vida prática dos homens, desviando
sua atenção para outro lugar onde seja possível encontrar a Verdade, para fazer dela matéria de contemplação ou
de conjeturas. Mas, como há que se dar suporte às conjeturas, Platão encontra nos Diálogos de Sócrates, o
caminho mais adequado para formar um consenso extraído das contradições, cujo consenso deverá se refletir em
conclusões incontestáveis, uma vez que se chegaria a uma separação entre o que é aparente e o que é essencial.

Atendo-se à origem das coisas, Platão encontra Deus, o Demiurgo, que contempla a beleza das coisas já
existentes e as reproduz, utilizando o material de que dispunha; o Caos, e modelando à semelhança das idéias,
todos os seres do mundo, refletidos numa obra perfeita, mesmo considerando a imperfeição do material
empregado. Essa obra perfeita é o mundo, que apresenta uma ordem no seu conjunto, o qual é esférico, único,
limitado, e, uma vez criado, eterno. Então, Platão considera que para a formação do mundo, O Mesmo contribui
com as idéias e O Outro contribui com a matéria de que é feito o mundo, e estabelece a variedade, a pluralidade,
as aparências, opiniões e injustiças. Platão considera que a contemplação, por onde se conhece o Bem, é
condição para retornar ao universo sensível e imperfeito, para moldá-lo como o Demiurgo, à imagem e
semelhança das idéias. Esse percurso vai do mundo da injustiça até o Bem e volta ao mesmo mundo injusto, cujo
vai-e-vem, foi denominado Dialética Ascendente e Dialética Descendente.

Com relação às aparências e às idéias, Platão afasta os sofistas, para quem a justiça e a injustiça não passam de
convenções. Platão considera que a confusão entre justiça e injustiça, própria dos sofistas, decorre da falta de
discernimento dos homens, que não sabem o que é a justiça, pois não conhecem a sua essência. O homem se
orienta pelo mundo das aparências, percebidas pelos seus sentidos, onde são construídas as verdades individuais
que se apoiam na volatilidade dessas aparências, que são instáveis e se transformam continuamente, sem contar
a influência dos interesses pessoais. Platão considera que é possível conhecer as essências, ultrapassando então
o nível das opiniões ou o campo das verdades individualizadas. A verdade é o fundamento da justiça e há algo
que mesmo intuitivamente se pode reconhecer como justo

O mundo supra-sensível ou inteligível existe antes do mundo sensível (que são suas aparências) e é o mundo
inteligível o autêntico mundo real, onde está a Verdade imutável, insofismável, intocável pela Razão humana
contaminada. Conforme Platão, o mundo supra-sensível ou inteligível e o mundo sensível, apesar de separados,
se relacionam, considerando que as coisas sensíveis imitam (exprimem) as idéias a elas correspondentes, cujas
imitações, (expressões) por o serem, são sempre imperfeitas. O mundo supra-sensível ou inteligível existe de
forma anterior e mais efetiva do que o mundo sensível. É ele o verdadeiro mundo real.

Essa relação entre os dois mundos permite aos homens que se encontram no mundo sensível, conhecer as
idéias, como quem se lembra do modelo de que foi tirada a cópia. Conhecer é assim reconhecer, lembrar-se das
idéias que foram contempladas pela Alma, mas esquecidas por causa do apego do corpo às coisas sensíveis. A
Alma possui essa capacidade de reconhecer as idéias, porque, de certo modo participa do mundo inteligível: como
as idéias, ela é imaterial, incorpórea e impalpável, constituindo um elo de ligação que ainda mantemos com o
inteligível.

O despertar da Alma para o mundo inteligível faz-se por um sentimento, que é o Amor. Inicialmente o amor é
carnal e deseja um corpo belo, mas aos poucos, passa a desejar a própria Beleza e o conhecimento da sua idéia.
E o que pode haver de mais belo para o intelecto senão a Verdade? O Amor que deseja a Verdade é a própria
Filosofia (literalmente “amor ao saber”).

Através da alegoria da caverna, Platão estabelece o cenário em que o filósofo chega à verdadeira realidade,
quando vê a luz do Sol que ilumina toda essa realidade; a luz que ao possibilitar o conhecimento, proporciona
também o conhecimento de como os homens devem agir. Conhecer, para Platão, é conhecer o Bem, a Idéia
suprema que, como o Sol, ilumina as demais idéias, tornando-as compreensíveis. Conclui que “os males não
cessarão para os homens, antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder".

Comentários:

No palco do nosso mundo sensível, o principal protagonista é o homem, conforme lhe foi conferido. (Eclesiástico
17;1 a 31) Ao longo dos anos, ele idealizou e experimentou vários modelos para estabelecer, orientar e
regulamentar o seu “modus vivendi” grupal, baseado, portanto, em estruturas sociais, que evoluíram de sistemas
tribais simples, para sistemas tribais sofisticados e complexos, onde as tribos passaram a ser chamadas de
“Estados” ou “Países”, os quais ocupam, em grupos mais ou menos homogêneos, cinco grandes agrupamentos,
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numa divisão tribal mais ampla, onde cada grupo é chamado de continente, em que foi dividido o pequeno Planeta
Terra, o qual está inserido no Sistema Solar, o pequeno mundo sensível ou perceptível do homem.

Para o funcionamento desses modelos e com o objetivo de obter maior eficiência na orientação, no ordenamento
e na administração dessas estruturas sociais das tribos, os seus integrantes, no meio de muitas brigas, adotaram
vários sistemas, tais como: sistemas políticos; sistemas econômicos; sistemas jurídicos; sistemas teológicos;
sistemas de segurança; sistemas carcerários; sistemas de comunicação; sistemas de educação; sistemas de
saúde; sistemas de transportes; sistemas de negócios; sistemas de coleta e cobrança de impostos; sistemas de
coleta de lixo; sistemas de coleta de esgotos, enfim, muitos outros sistemas e também muitos anti-sistemas, para
neutralizar eventuais efeitos nocivos de algum sistema, como por exemplo, o sistema de tratamento de efluentes,
o de filtros antipoluição, e outros, cujos sistemas, subsistemas e anti-sistemas, em que muitas vezes, foram
divididos ou subdivididos em si mesmos, e que quase sempre entraram em colapso, na medida em que as tribos
foram se desenvolvendo e tiveram que contornar os desdobramentos das suas necessidades, dos seus projetos e
dos seus conflitos, que sempre foram aumentando progressivamente, em função da complexidade cada vez maior
do relacionamento entre os indivíduos das tribos, entre as corporações que surgiram nas tribos e entre as próprias
tribos, cujos interesses, muitas vezes se tornaram conflitantes. Nesse sentido, as tribos até estabeleceram um
órgão supra-tribal para resolver as questões oriundas desses conflitos de interesses, mas como não conseguiram
trazer ninguém de “fora” do Planeta Terra para integrar esse órgão e julgar com a mais absoluta imparcialidade
esses conflitos, especialmente os mais importantes (guerras, fome, violência, desigualdades sociais, poluição do
planeta, discriminações gerais e outros) que continuam desafiando a capacidade dessas tribos, que estão
submersas na sua narcisista autocontemplação, esse órgão “supra-tribal”, permaneceu apenas como uma figura
decorativa, dentro de um contexto geral, não explícito, sutil, volátil, subentendido, ou qualquer coisa assim, que
podemos sintetizar no “faz-de-conta”, expressão da língua portuguesa muito usada nas brincadeiras das crianças.

Ao conjunto desses sistemas, davam nomes mais abrangentes, como por exemplo, monarquia, república, (coisa
de todos?!) esta, com diversos desdobramentos, tais como, parlamentarista, presidencialista, socialista,
comunista, etc., que podiam ainda ser divididos, subdivididos ou mesclados em muitas combinações, mas tendo
quase sempre em comum, a preocupação de evidenciar, que os integrantes das tribos que não participavam
diretamente na administração desses sistemas, é que realmente exerciam o poder de governar, (democracia)
dentro, é claro, do contexto configurado no parágrafo anterior, ou seja, no regime do “faz-de-conta”. Aliás, os que
ficavam fora da administração, aos poucos, cansados, também acabavam “fazendo-de-conta” e, ao final, quase
todos “faziam-de-conta” que “não faziam-de-conta”, mas, na verdade, “faziam-de-conta” e assim, o festival
acabava se generalizando, declinando para uma nova variante, conhecida como “salve-se-quem-puder”. Apenas
um terço de toda essa população tribal, permanecia indiferente a esses festivais, dos quais não queria participar e
por isso, os seus integrantes eram considerados tolos ou mesmo loucos, pelos outros dois terços dessa
população.

Com o passar dos anos, esse inter-relacionamento, (indivíduo-corporação-tribo / tribo-tribo), numa progressão
assustadora, atingiu o paroxismo da complexidade burocrática, onde surgiu um número incontável de atividades
não produtivas, quase sempre supérfluas, mas convenientes à sinecura e à astúcia de criar dificuldades, para
“vender” facilidades, criando-se uma malha intransponível e indecifrável de normas administrativas e jurídicas,
(Corruptissima re publica plurimae leges) muitas das quais eram também relacionadas à própria deterioração das
regras de convivência nas tribos e entre as tribos, que encareceram de tal modo a administração das tribos, a tal
ponto, que o produto das atividades que não eram consideradas supérfluas, mas necessárias, passou a ser quase
que total e exclusivamente destinado a cobrir o custo dessa administração, que resolvia o problema aumentando
os impostos, que então eram repassados nos preços para a população tribal, num eterno círculo vicioso. Aliás, a
participação, de qualquer modo, nessa administração, passou a ser a grande aspiração da maioria dos indivíduos
das tribos, que viam nessa atividade, melhores perspectivas para uma vida mais confortável e de um futuro mais
promissor para eles, para suas famílias, parentes e amigos, uma vez que a própria administração cuidava dos
seus interesses e dos interesses das suas gerações futuras com muito zelo e visão muito alongada, o que
dificultava bastante o ingresso aleatório de pessoas estranhas e menos “esclarecidas”, que pudessem prejudicar
as “qualidades” dos serviços prestados por essa administração, especialmente nas funções estratégicas e melhor
remuneradas, cujas “qualidades”, sempre evidentes, eram exteriorizadas, involuntariamente, é claro, e com muita
freqüência, através dos meios livres de comunicação das tribos. Além dessas “qualidades”, os integrantes das
tribos gostavam de exibir, agora voluntariamente, o seu grande poderio econômico, social, as suas honrarias, e a
sua grande capacidade de exercitar orgulhosamente o seu poder, a sua violência e agressividade, promovendo
extermínios tanto individuais como coletivos, com grande amplitude, eficiência e precisão, seja de outras espécies
como até e principalmente, da sua própria espécie, e ainda os seus dotes individuais de beleza, sensualidade, o
seu poder de atração física em relação ao sexo oposto e a sua grande virilidade, tudo a serviço do prazer, que
chamavam de “amor”, e desses “dotes” ou “virtudes” faziam a mais intensa e mais ostensiva apologia,
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transformando-as em paradigmas, destacando-as como grandes “qualidades” nas suas chamadas “artes”,
(literatura, pintura, cinema, televisão, internet) as quais se transformavam assim, em “escolas” de formação para
as suas futuras gerações, que desde muito cedo, já “aprendiam” nessas “escolas”, preparando-se, desta forma,
para a melhor e mais eficiente integração aos costumes tribais. Assim, a vergonha do primeiro Adão, ao constatar
que adquirira a corporalidade semelhante à dos animais, transformou-se em orgulho para o Adão moderno, que
mesmo assim, acredita cegamente, no que supõe, seja a trajetória da sua “evolução”, e comemora, numa “auto-
idolatria”, o que imagina como sendo o grande triunfo da sua racionalidade. Trata-se mesmo, de uma crença cega,
literalmente, que repousa na sua conceituação de progresso e de avanço tecnológico, assentados nos
conhecimentos que levaram o Planeta Terra à degradação física e a Humanidade à degradação moral e ética,
como agentes do cenário caótico e desolador em que essa racionalidade mergulhou profundamente. Toda a
estruturação desse intrincado contexto tribal, (o mundo da fantasia dentro do mundo das aparências) foi
exaustivamente elaborado e desenvolvido, esquematizado e metodizado, dividido e subdividido, ajustado e
reajustado, melhorado e aprimorado, ao bel prazer e inteiramente a critério da Razão, sem nenhuma interferência,
sempre num clima festivo, de regozijo e de júbilo, sob uma vaidosa e arrogante autoconsciência, de que ele
representava o incontestável progresso da Humanidade, o grande triunfo e a consagração definitiva da sua
racionalidade técnica, metódica, sistemática, objetiva, eficiente e senhora absoluta de si mesma, cuja
estruturação, essa mesma Razão, orientada permanentemente pela sua insaciável voracidade, idealizou,
construiu, organizou e administra livremente. Mas... Mas até julgaram que a nossa vida era um divertimento, e que
a maneira de viver tinha sido destinada para o lucro, e que importava por quaisquer meios, ainda que ilícitos,
adquirir cabedais. (Sabedoria 15;12)

Bem antes do estágio atual das tribos, quando elas ainda ensaiavam os seus passos para a melhor organização
das suas estruturas sociais, bem antes do que essas tribos consideram o estágio do “grande salto” da civilização,
e de haverem ultrapassado o obscurantismo e o iluminismo, ( o estágio atual seria o resplandecente? ) Platão
fugiu da sua tribo e se recolheu, solitário, ao seu último reduto, à sua Academia, especialmente para se abstrair da
sua Razão que o sufocava no meio das outras Razões, e então poder respirar, pensar, conjeturar, meditar e
contemplar outras idéias, que lhe indicassem outro caminho, pois aquele onde se encontrava, junto à sua tribo,
não lhe parecia o mais adequado para encontrar o que buscava: a Verdade.(O contrário do “faz-de-conta”) Nesse
recolhimento e com essa disposição, Platão é levado a considerar que aquilo que procura, está no conhecimento
teórico, o qual deverá se justificar por si mesmo e que a possibilidade de adquiri-lo, será através do método
denominado por ele de Dialética, que escapa da sua significação original e se molda nos Diálogos de Sócrates,
numa interligação de raciocínios, conjeturas e deduções, que deverão se constituir em conclusões incontestáveis.
Assim, numa seqüência elaborada, o pensamento contempla o que é essencial. Entretanto, as idéias, ou as
contemplações estão refletidas no mundo das aparências, o mundo sensível, mas permanecem no mundo
inapreensível, cujo mundo é chamado de inteligível por Platão, surgindo daí, de imediato, a necessidade de definir
a sua origem e como essas idéias foram manifestadas (exteriorizadas) e quem as manifestou. Vamos então,
caminhar ao lado de Platão, assimilando suas revelações e retocando ou reformulando as suas suposições e
consolidando-as. Consolidadas, as que o forem não serão mais suposições.

O “Demiurgo” e o “Mesmo” de Platão se traduzem no nosso Deus, o Todo-Poderoso, que, de Si mesmo, das suas
próprias essências, pela sua misericórdia, pela sua sabedoria, pela sua vontade e pelo seu poder, manifestou-se,
exteriorizou-se, representou-se, exprimiu-se ou revelou-se. Ele não tem causa, nunca teve começo e nunca terá
fim; não se revela em Si mesmo, mas o faz nas suas manifestações; n’Ele não existe o caos; Ele não é um mito,
mas a Realidade Essencial Revelada; Ele não é imóvel, mas sim estático e se contém em Si mesmo, não podendo
se deslocar para lugar nenhum, pois Ele é o Tudo e não há lugar fora d’Ele. Ele é pleno de movimentos
ininterruptos, pois Ele é a Energia que se conforma numa esfera perfeita e que através dos seus movimentos
gerou, no princípio o Seu Filho (a Luz, o Amor, a Palavra (Verbo), a Verdade, o Justo, a Força Oposta, que gerou
a Matéria (em todas as suas manifestações, apreensíveis ou não). O Filho é o Outro de Platão, o nosso Senhor
Jesus Cristo, O Unigênito, O Primogênito de toda a manifestação, e por seu intermédio foi feito todo o restante da
manifestação e para Quem tudo foi manifestado, porque assim aprouve ao Senhor Deus Todo-Poderoso.

O Pai, a Força Atrativa convergente, (zelosa); o Filho, a Força Expansiva divergente Centrifugada (amorosa);
juntos, fazem emergir, da sua conjugação perfeita, o seu Espírito Santo, a Força Rotativa envolvente e
conciliadora. Essas três Forças atuam simultaneamente, num sincronismo perfeito, preciso, imutável, constante e
expressam-se, representam-se, manifestam-se em todas as estruturas, apreensíveis e não apreensíveis, que
estão contidas no Universo (o Universo é o próprio Deus), cuja estruturação baseia-se em três Princípios
fundamentais: o Pai, o Primeiro Princípio, a Energia, a Essência das Essências, que não se revela, que de Si
mesmo, das suas próprias Essências, gera o Filho, o Segundo Princípio, a Luz, a Singularidade Essencial, a Força
Oposta, a manifestação direta e única do Pai, cujo Filho gera ainda no Segundo Princípio, toda a imensa
corporalidade angélica e, no Terceiro Princípio, toda a manifestação também indireta do Pai, que se expressa por
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intermédio do Filho e que se representa em toda a corporalidade tangível, apreensível ou não e detectável ou não,
onde se encontra incluso o nosso Planeta Terra e o Sistema Solar, o nosso pequeno mundo, existindo apenas
para este Terceiro Princípio, o tempo e o esgotamento, ou seja, um início e um fim, portanto, onde se encontra,
com exclusividade, como supôs Platão, a contaminação que ocasionou a imperfeição e a corruptibilidade das suas
estruturas, para as quais existe a contagem do tempo. Essa contaminação e conseqüente corruptibilidade,
peculiares do Terceiro Princípio, foram resultantes de uma insubordinação e do uso indevido do poder recebido,
pelo poderoso Príncipe das Trevas, ocorridos anteriormente ao advento do homem, que, ao seu tempo, se inclinou
pela confirmação dessa insubordinação, também por sua livre vontade, influenciado por duas das três forças
(tricotomia) que atuam na sua estrutura contaminada (o Espírito do Bem, o Espírito Astral da sua Natureza e o
Espírito do Mal). Sob a influência do Mal, o homem se inclinou e optou pela sua Natureza, perdeu o Paraíso, (o
mundo inteligível de Platão) foi revestido da sua “roupagem” (corporalidade) animal e passou a viver no mundo
das aparências, o Jardim do Éden.

Como Platão concluiu, realmente os homens não sabem o que é a justiça, pois não conseguem reconhecer a
Essência e conhecer sua manifestação que é a Verdade. Agora, contrariando Platão, a justiça não conduz à
Verdade, mas é a Verdade que produz a justiça. Quem não reconhecer a Essência não pode conhecer a Verdade
e não a conhecendo, não pode ser justo. A Verdade está visível, não na Essência em Si mesma que não se
revela, (Hebreus 11;3) mas se apresenta na Sua geração direta (Única) (João 1;1 a 5) e (João 1;18) que é a Vida
e que está sintetizada no Filho: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. O Caminho, porque tudo é manifestado
por Seu intermédio (ação direta sobre o Filho e indireta sobre todo o restante da manifestação) e tudo retornará à
origem também por Seu intermédio (Ninguém vem ao Pai senão por Mim); a Verdade, porque o Filho é a
revelação do Pai que não Se revela; a Vida porque atesta a Verdade que está em todas as manifestações
apreensíveis ou não, que o Pai exprime através do Filho. (João 1;9 a 14)

O Espírito Santo (do Pai e do Filho) é a Força Conciliadora (da Cólera e do Amor) que modela, consolida a
unificação, a circunscrição, (como um só bloco) das estruturas manifestadas, para que se disponham como lhes
for determinado e aí se mantenham, cumprindo as suas finalidades e é Quem lhes confere a formatação, a
configuração, a modelagem final. Essas estruturas manifestadas se desdobram em inúmeras combinações
essenciais e se apresentam também numa incontável multiplicidade de configurações, distribuídas por todo o
Espaço Universal, que constitui as próprias “entranhas” de Deus, o Todo-Poderoso; o Tudo; o Eu Sou, onde Ele
mesmo, a Energia, conformada na grande esfera, “abraça” tudo, num abraço de 360º (trezentos e sessenta
graus). Ele está em tudo; (Salmos 145;9) e (Eclesiástico 43;29,30) vê tudo; sabe tudo; pode tudo; produziu tudo de
SI mesmo e para SI mesmo, desde toda a eternidade, sem que tenha havido começo e sem que haja fim.
(Eclesiastes 1;9,10,11) Por quê? Porque assim é, pelo poder, pela vontade, pela sabedoria e pela misericórdia de
Deus. (Jó 23;13) e (Jó 41;10,11) Ao que Ele manifestou de Si mesmo, inclusive e principalmente o homem, que é
a forma de vida mais privilegiada e mais importante do Planeta Terra, compete agradecer-Lhe, obedecer-Lhe e
louvá-Lo todos os dias da sua vida, nas três Pessoas que são um Único Deus, que lhe deu gratuitamente essa
vida e os seus deleites (I Coríntios 4;7), conferindo-lhe ainda, principalmente, a possibilidade da sua regeneração
ou purificação! Vejamos as Escrituras, a Biblioteca, para estudos regulares, a que devem dedicar-se aqueles que
têm fome e sede, pelo Pão da Vida e pela Água Viva.
Eclesiástico 16;22 – Porque um avultadíssimo número das suas obras é escondido; mas quem poderá exprimir as
obras da sua justiça? ou quem as poderá suportar? Porquanto os seus decretos estão longe de alguns, e o exame
de todas as cousas é na consumação.
Eclesiástico 42;
21 – Formosas traçou as grandezas da sua sabedoria; o que é antes do século e até o século, nem se lhe tem
acrescentado;
22 – Nem diminuído, e não necessita de conselho de ninguém.
25 – Todas as cousas se acham a duas e duas, e uma oposta à outra, e nada se fez a que faltasse cousa alguma.
Eclesiástico 43;29 – Muitas cousas diremos nós, e ainda nos veremos alcançados em palavras; mas o resumo de
tudo o que se pode dizer, é que Ele mesmo está em todas as cousas.

Platão considera então, que a Verdade deveria ser encontrada no conhecimento teórico, onde ela estaria
encerrada, sendo que a sua localização se faria através de diálogos, os quais deveriam interligar os raciocínios, as
conjeturas e as deduções, que, como foi visto anteriormente, chamamos de Conhecimentos Racionais Elaborados
(secundários), propriedade exclusiva da Razão, os quais, como já foi dito e contrariando Platão, jamais conduzirão
o homem aos Conhecimentos Essenciais e conseqüentemente à Verdade. Entretanto, a possibilidade de obter os
Conhecimentos Essenciais, que permitem escapar da racionalidade, existe, e não poderia deixar de existir, o que
seria um atestado de injustiça, pois todos estaríamos condenados, previamente e sem apelação! O que compete
ao homem, que é uma manifestação especial da Essência Pura, a quem foi concedido a inteligência, o raciocínio,
o discernimento dos bens e dos males, mas que decidiu, “sponte sua”, definindo-se por uma insubordinada opção,
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mergulhar no mundo da Natureza, no mundo das aparências, vivendo sob a orientação da sua própria razão, é
procurar reencontrar, reconhecer e se religar (nascer de novo) ao mundo inteligível de Platão, ao mundo real,
essencial, (o Paraíso) de onde veio, de onde é procedente, mas do qual se desligou em função da sua livre opção.
(A “receita”, entre outras, está em Mateus 16;24,25).Tanto é assim, que de fato, permanecem no homem, em
estado latente, vagas e distantes recordações da sua origem, as quais o instigam a perscrutar, caracterizando-o,
como o único integrante desta corporalidade terrestre tangível a fazer indagações sobre si mesmo e sobre tudo o
que o rodeia, desde as origens, até as finalidades. Como o homem continua de posse da sua liberdade, que lhe foi
concedida plenamente, sem embargos, sem restrições e sem nenhuma interferência, ele tem o exato tempo da
sua vida consciente, para optar por uma das três alternativas que se lhes oferecem:
1 – manter (confirmar) a sua opção, que já havia feito anteriormente, pelo mundo das aparências, o mundo
sensível, o mundo da Natureza, o mundo das paixões, o mundo animal, onde ele se orienta pelos seus sentidos e
se deixa conduzir pela sua racionalidade, neste caso, ratificando a sua opção anterior, pelo seu desligamento com
o mundo essencial (inteligível de Platão). Mesmo assim, antes da morte, a “porta” de acesso ao mundo essencial,
ainda não está irreversivelmente fechada (trancada);
2 – revogar a sua opção anterior e iniciar em seguida, a busca do Caminho (Eu sou o Caminho a Verdade e a
Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim). Essa busca vai de encontro a uma promessa: “Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”. Para encetá-la, há que se começar pela leitura e estudo das Sagradas
Escrituras, observando, meditando, orando, pedindo “lutando com Deus” (e consigo próprio), concordando em
pagar o preço. (Mateus 16;24-Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se
negue, tome a sua cruz e siga-me.) Uma vez ensejadas estas circunstâncias, elas irão se ampliando e passarão a
se refletir num novo comportamento, que começará a desabrochar como uma flor. A humildade, paulatinamente,
irá aumentando, numa evolução inversamente proporcional à arrogância, e os que vivem em seu derredor,
certamente começarão a notar a diferença. A fome e a sede irão aumentando (pelo Pão da Vida e pela Água
Viva), enquanto o apetite voraz pelas coisas do mundo das aparências começará a arrefecer, pois essas coisas
irão perdendo o seu valor, o seu encanto, o seu fascínio e o seu poder ilusório sobre a Razão. Então, mais
estranho ainda esse homem irá se tornando para os seus semelhantes, com os quais convive mais de perto, como
se fosse “um estranho no ninho”. Não há que se iludir! Essa caminhada é difícil, penosa, e requer muita
perseverança, mas nesta altura, ele estará às portas do “Arraial”, sendo que, a entrada nele, é outra questão. A
seguir, vejamos mais um texto das Sagradas Escrituras, para o exame cuidadoso e para meditação.
Gênesis 32;
22 – Levantou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos, e
transpôs o vau de Jaboque.
23 – Tomou-os e os fez passar o ribeiro; fez passar tudo o que lhe pertencia,
24 – Ficando ele só; e lutava com ele um homem, até ao romper do dia.
25 – Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó,
na luta com o homem.
26 – Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir, se me não abençoares.
27 – Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele respondeu: Jacó.
28 – Então disse: Já não te chamarás Jacó, e, sim, Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens,
e prevaleceste.
29 – Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o
abençoou ali.
30 – Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.
31 – Nasceu-lhe o Sol, quando ele atravessava Peniel; e manquejava de uma coxa.

No Planeta Terra, não há sequer um homem, que por seus méritos próprios, reuna condições para entrar no
Arraial. (Romanos 3;23,24) Somente entrarão os que nascerem de novo, sendo contemplados com a Graça
Divina, que se estabelece pela Misericórdia do Pai; pelo Amor e pela Graça do Filho e pela Unção do Espírito
Santo. A conseqüência da Graça recebida, é o “nascer de novo”, é a “reconciliação”, é a nova ligação, delineados
no reencontro do Caminho para o retorno da essência (então descontaminada) para a Essência Pura. O que move
a Santíssima Trindade, para conceder a Graça Divina da Revelação a este homem e não àquele outro? Não
sabemos, (Romanos 9;18) (I Coríntios 1;18 a 29) e (Eclesiástico 2;5) pois não nos é dado penetrar nos desígnios
do Senhor. Orientados pela nossa Razão, jamais poderemos compreender porque o Apóstolo Paulo recebeu a
Graça, e, no entanto, entre os apóstolos evangelistas, nenhum deles obteve tamanho volume de profundas
revelações como só ele recebeu e soube muito bem o que fazer com elas (ciência + sabedoria). Devemos manter
a nossa humildade e não alongar a nossa curiosidade, além dos limites da nossa própria Intelectualidade.
(Eclesiástico 3;22a26) A boa fé (racional) é o complemento da limitação da nossa capacidade de conhecer e os
que mais lhe são recorrentes, são exatamente os homens menos dotados no seu intelecto e são eles os mais
suscetíveis aos ataques dos “lobos”, os quais estão espalhados por toda parte do nosso planeta, muitas vezes
ocultos sob a pele de carneiros. Esses “lobos” lutam para impedir que aqueles homens sejam mais esclarecidos e
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tudo fazem para que o enorme contingente dos mesmos aumente desordenadamente, pois deles retiram o poder
econômico e o poder político, dos quais se utilizam para custear os seus prazeres, a sua ostentação, a sua volúpia
pelo poder e a sua voracidade insaciável. Mas esses homens menos esclarecidos, não estão desamparados!
(Jonas 4;11)

Com efeito, por mais estranho que possa parecer, o homem afasta-se quase que inteiramente dos sofistas,
quando evolui com maior profundidade nos conhecimentos racionais, e então o seu intelecto não suporta mais as
enfadonhas cantilenas dos mercadores da fé, e afasta-se, inteira e irreversivelmente destes, quando desperta
para os conhecimentos essenciais, o que esclarece, inequivocamente, porque os sofistas mercadores ajudam a
fomentar e disseminar amplamente a miséria e a ignorância em todo o Planeta, pois o esclarecimento coletivo
significa a ruína dos seus negócios. Os exemplos, em ambas as circunstâncias, são facilmente perceptíveis para
os que não são “cegos e surdos”, sejam os “de fato” ou os “por convicção”. Realmente, quando afloram
fragmentos de conhecimentos essenciais em eventos que se tornam mais evidentes e ostensivos, ou mesmo
apenas superstições ou crenças populares que adquirem maiores proporções, logo acorrem os atentos
patrulheiros sofistas, alojados na maior e mais antiga rede de mercadores da fé, para absorvê-los e conforme as
conveniências, desfigurá-los e adaptá-los, sem se preocupar com os seus respectivos fundamentos, imprimindo-
lhes, então, as suas próprias características, evitando desta forma, o surgimento de novas seitas e possíveis
concorrentes de mercado. Esses procedimentos foram adotados desde o início das suas operações, quando ainda
estavam se estruturando, surgindo então e se desenvolvendo a Escolástica, coordenada pelo monge britânico
Alcuíno (730 – 804). Nessa trajetória, ele se valeu de cópias, traduções e comentários de textos antigos, passando
a fundar escolas sempre ligadas às instituições da denominação teológica, unificando o conteúdo do ensino.
Acompanhando a evolução dos conhecimentos, fossem eles racionais ou essenciais, incorporaram, sempre
parcialmente, Platão, Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino, os franciscanos, os dominicanos, e quem mais
veio ou vier, dos quais aproveitaram o que lhes foi conveniente e de acordo com as circunstâncias de cada
momento, atenuando ou impedindo eventuais propagações mais intensas de “novas ondas”, que pudessem
evoluir como ocorreu com a reforma dos protestantes. Um dos exemplos mais recentes pode ser observado no
chamado movimento carismático, já devidamente absorvido e integrado sob a custódia denominacional. Com
relação à evolução dos conhecimentos essenciais, há que se registrar a preocupação constante dos sofistas,
diante da possibilidade de que os seus fundamentos venham a ser abalados, pois eles têm pleno conhecimento
da sua própria inconsistência e plena consciência de que, inevitavelmente, virá o seu desmoronamento. Há que
retardá-lo até quando for possível, presumem, mas quem viver, o verá, ele está mais próximo do que imaginam.
Ezequiel 34;
2 – Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos
pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 – Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 – A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer
e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 – Assim se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 – As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes, e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas
andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure, ou quem as busque.
7 – Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:
8 – Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus. Visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e se
tornaram pasto para todas as feras do campo, por não haver pastor, e que os meus pastores não procuram as
minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos, e não apascentam as minhas ovelhas;
10 – Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores, e deles demandarei as minhas ovelhas; porei
termo no seu pastoreio, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para
que já não lhes sirvam de pasto.
11 – Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei.
12 – Como o pastor busca o seu rebanho, no dia que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas
ovelhas, livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.
13 – Tirá-las-ei dos povos, e as congregarei dos diversos países e as introduzirei na sua terra; apascentá-las-ei
nos montes de Israel, junto às correntes, e em todos os lugares habitados da terra.
15 – Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e as farei repousar, diz o Senhor Deus.
16 – A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e
a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça.
17 – Quanto a vós outras, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus: Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas,
entre carneiros e bodes. 31 – Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto: homens sois, mas eu sou o
vosso Deus, diz o Senhor Deus.
Com relação à Graça Divina da Revelação, é necessário esclarecer, que ela não é uma concessão vitalícia e nem
estável como ocorre com o livre-arbítrio. Ao contrário, ela é móvel, dinâmica, expressa de forma fragmentada, com
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intervalos irregulares, em “golfadas” de conhecimentos que se aprofundam, se diversificam, apresentando-se


como se já estivessem (adormecidos) conosco, os quais podem ser estabilizados, ou ampliados, ou retirados
parcial ou integralmente e até apagados da nossa memória, lembrando-nos que devemos estar atentos e
vigilantes, pois o inimigo anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. (I Pedro 5;8)
Entrando o homem no Arraial pela Graça, e somente pela Graça, que ele não se surpreenda, pois a partir daí, os
seus semelhantes, de um modo geral, especialmente os do seu convívio mais aproximado, o tratarão como se ele
não fosse do Planeta Terra. Não haverá motivo para nenhum constrangimento, pois ele, de fato, quase já não é; 3
– como no Universo está contida a plenitude de movimentos, onde “nada se cria, nada se perde, mas tudo se
transforma”, (Lavoisier) numa seqüência permanente e ininterrupta, sem começo e sem fim, qualquer evento que
se queira submeter a uma circunscrição permanente, se constituirá em mera ilusão, porque nada pode ser
circunscrito indefinidamente, uma vez que tudo se desenvolve em estágios, que nunca se esgotam, nunca
chegam a um “status-quo” definitivo, ou em outras palavras, o “repouso” eterno não existe. Assim, também
quando o homem decide, essa decisão tem um prazo de validade, que coincide com o seu próprio prazo de
validade no seu estágio: a duração da sua vida. (Eclesiástico 17;26a28) No curso desse prazo, ele pode
reexaminar as suas decisões e modificá-las conforme a sua própria vontade. Quando ele mantém a sua opção
anterior (alternativa 1) pela Natureza (o mundo das aparências), do qual é parte integrante, ele está se
submetendo aos apelos da natureza que está nele mesmo, sob o comando da sua racionalidade, cuja base de
operações se fundamenta, sempre, no orgulho, na cobiça e na inveja, com maior ou menor predominância de uma
ou outra dessas qualidades. Na medida em que essas qualidades assumem maiores proporções, refletindo-se
mais profundamente, mais intensamente sobre a estrutura natural do homem, elas desenvolvem e excitam uma
quarta qualidade, que é a cólera, a qual também iniciará um ciclo de exacerbação progressiva, transportando o
homem para a maldade, no seu sentido mais agudo, que já não se contém apenas numa postura maliciosa e
astuta, mas torna-se explosiva, agressiva, perversa e bem alimentada, poderá se desenvolver até o paroxismo da
bestialidade. Dificilmente ele conseguirá sair desse estágio. (I João 5;16 – “Se alguém vir a seu irmão cometer
pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte e por
esse não digo que rogue”. Por que o homem, tendo anteriormente feito a sua opção pelo mundo das aparências,
ainda tem esta nova oportunidade de modificar a sua opção? A metáfora correspondente a esse episódio da
opção anterior, refere-se ao fato de Adão, desobedecendo à ordem que recebera, ter comido do fruto proibido .
Antes de manifestar essa opção, Adão era um anjo, que não tinha o conhecimento do bem e do mal.

Antes, vamos retroagir um pouco e esclarecer, que toda a engendração contida no Universo (no próprio Deus),
apreensível e não apreensível, está disposta nos padrões de uma cosmometria esférica perfeita no espaço, em
equações perfeitas, sob uma estruturação imutável e perfeita, onde o “acaso”, a “coincidência” e os eventos
“fortuitos” ou “aleatórios” não existem. Somente as manifestações às quais são conferidas, no mínimo, as
prerrogativas do livre-arbítrio, (o homem é uma delas) escapam a um tipo de condicionamento mais restrito. Um
dos mais belos e poderosos Príncipes Angélicos manifestados, de uma autonomia muito avantajada, obviamente
muito superior ao homem, se insubordinou diante Daquele que o manifestou, o que resultou na contaminação de
toda uma enorme corporalidade manifestada, o que provocou a concepção de uma extra-geração, onde se
encontra o nosso mundo, o sistema solar, que assim foi manifestado já contaminado, incluindo Adão anjo e após a
sua opção, Adão homem, que, manifestado à imagem e semelhança de Deus, apenas para exemplificar, ficou
como sendo uma hospedaria de três poderosas forças, ou hóspedes; a Natureza, a massa contaminada da sua
corporalidade animal (33,3%); o Bem, a sua essencialidade angélica (33,3%); o Mal, a sua essencialidade
contaminada pelo Príncipe Angélico insubordinado, que foi deposto, mas continua atuante nas nossas redondezas
(33,3%). Essas três forças disputam, acirradamente, a gerência da hospedaria. Adão anjo não conseguiu resistir
aos apelos da Natureza, entregou-lhe a gerência da hospedaria e perdeu o Paraíso, tornou-se Adão homem.
Entretanto, como ele não foi culpado pela contaminação de toda a corporalidade (inclusive a sua), ele tem
exatamente o prazo da sua própria vida para reexaminar a questão e fazer uma nova opção por um dos três
hóspedes. O escolhido será o gerente da hospedaria. A hospedaria é dirigida pela Razão, que se submeterá ao
gerente que escolher. Assim, é inútil e não faz nenhum sentido, o homem procurar fora de si mesmo, o reencontro
ou a reintegração da sua Alma com a essencialidade angélica, uma vez que esta também se encontra dentro do
próprio homem. Desta forma, não há ninguém e nenhuma instituição neste nosso mundo, que possa proporcionar
esse reencontro ou essa reintegração (Eclesiástico 18;32). Ao homem compete orientar-se pelo Bem e procurar
incessantemente, conforme (Mateus 7;7,8 e 16;24) e (Lucas 11;9,10) e, como Jacó, lutar “com Deus e consigo
mesmo” até que seja abençoado. A bênção é uma concessão, à qual são fortes candidatos, os que conseguirem
fazer com que a força do Bem prevaleça e seja vitoriosa sobre as forças da Natureza e do Mal, na intensa luta que
se trava entre essas forças, em todos os momentos da vida do homem, no campo de batalha que é a sua mente.
Aqui se trata dos detalhes das ações no cotidiano, e os seus efeitos são pessoais e intransferíveis.

Como se observa, o pecado original não foi cometido por Adão, mas sim pelo Anjo de Luz caído, ou o Príncipe
Angélico insubordinado, mas Adão o ratificou, quando se definiu ou optou pela racionalidade, sob o efeito das
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essências do referido Príncipe Angélico, em substituição à vida espiritual. Como conseqüência do pecado capital,
surgiu a extra-geração, o Terceiro Princípio, a formação da vida no nosso Planeta como a conhecemos, e a opção
de Adão, na formação da nossa vida racional. Estabeleceu-se então, o mundo das aparências, com um início e
com um final predeterminado, pois ele será mudado e retornará para o mundo real, nos seus outros dois
Princípios. Então o Filho, que está à direita do Pai, também retornará ao seu assento original, do qual nunca se
afastou inteiramente, no coração do Pai, e o Terceiro Princípio, assim como o tempo, deixará de existir e então
tudo será UM no Pai e no Filho (I Coríntios 15;22a28) A seguir, uma nova e imensa ejeção, e novos e sucessivos
espirros sussurrantes, estabelecerão respectivamente, um novo Anjo de Luz ou Príncipe Angélico e suas enormes
legiões, o qual se insubordinará, cometerá o pecado original, que resultará num novo Terceiro Princípio, cujo
pecado será ratificado por um novo Adão, que optará pela vida racional. O restante o Leitor já conhece. Mas de
todas as gerações cósmicas concluídas, jamais haverá memória. (Eclesiastes 1;9a11 e 3;15) e (Isaías 65;17)

Apocalipse 13;
1 – Vi emergir do mar uma besta, que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre
as cabeças, nomes de blasfêmias.
11 – Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.
18 – Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem.
Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.

Zacarias 13;
7 – Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos
Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a minha mão para os pequeninos.
8 – Em toda a terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados, e perecerão; mas a terceira parte restará
nela.
9 – Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o
ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: o Senhor é meu Deus.
Ezequiel 5;
1 – Tu, ó filho do homem, toma uma espada afiada; como navalha de barbeiro a tomarás, e a farás passar pela tua
cabeça e pela tua barba; tomarás uma balança de peso, e repartirás os cabelos.
2 – Uma Terça parte queimarás no fogo, no meio da cidade, quando se cumprirem os dias do cerco; tomarás outra
Terça parte, e a ferirás com uma espada ao redor da cidade; e a outra Terça parte espalharás ao vento;
desembainharei a espada atrás deles.
3 – Desta Terça parte tomarás uns poucos e os atarás nas abas da tua veste.
4 – Destes ainda tomarás alguns, e os lançarás no meio do fogo e os queimarás; dali sairá um fogo contra toda a
casa de Israel
11 – Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, pois que profanaste o meu santuário com todas as tuas
cousas detestáveis, e com todas as tuas abominações, eu retirarei sem piedade os meus olhos de ti e não te
pouparei.
12 – Uma Terça parte de ti morrerá de peste e será consumida de fome no meio de ti; outra Terça parte cairá à
espada em redor de ti; e a outra Terça parte espalharei a todos os ventos, e desembainharei a espada atrás dela.

A besta que emerge do mar é a força maligna do Príncipe das Trevas, que ocupa um espaço na hospedaria da
Razão (33,3%) e a besta que emerge da terra é a Força da Natureza, que ocupa outro espaço na mesma
hospedaria (33,3%). As duas bestas se juntam, uma exerce o poder da outra (Apocalipse 13;12), e assim, juntas,
somam 66,6% (dois terços) do espaço da hospedaria da Razão. Aí está o número da besta, ou a própria besta,
bem dentro do homem!

A outra parte do espaço da hospedaria (33,3%), onde está a Força do Bem, é a terceira parte que restará e que
Ele fará passar pelo fogo e a purificará, como se purifica a prata, e a provará, como se prova o ouro. Ela invocará
o nome d’Ele, e Ele a ouvirá; dirá: “É meu povo, e ela dirá: o Senhor é meu Deus”. Esta é a mesma parte, que Ele
espalhará a todos os ventos, e desembainhará a espada atrás dela, para purificá-la, como se observa em
Eclesiástico 2;5 – Porque no fogo se prova o ouro e a prata, e os homens que Deus quer receber, na fornalha da
humilhação. Nesta terceira parte está o reino de Deus, também dentro do homem! (Lucas 17;21)

Marcos 7;
15 – Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o
contamina.
21 – Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os
homicídios, os adultérios.
22 – A avareza, a malícia, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura:
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23 – Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.

Lucas 17;
20 – Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de
Deus com visível aparência.
21 – Nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Lá está! porque o reino de Deus está dentro em vós.

Contrariando Platão, estabelecemos que o único canal (Caminho) que leva à verdadeira realidade é a Theosophia,
a Sabedoria Divina que está no FILHO, que a revela e que a manifesta no homem pela sua Graça, na unção do
seu Espírito, o Espírito Santo, que concretiza a reconciliação, o reencontro, o novo nascimento, o batismo na água
viva e no fogo. Não há outro Caminho! Novamente: NÃO HÁ OUTRO CAMINHO! (João 14;6) (João 15;1 a 6)

Eis a alegoria da caverna, de Platão: (Vide Filipenses 2;15)

Mateus 5;
14 – Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;
15 – Nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se
encontram na casa.
16 – Assim, brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a
vosso Pai que está nos céus.
Finalmente, e ainda contrariando Platão, a raça dos puros e autênticos filósofos, que preferimos substituir por
“povo escolhido pelo Senhor”, nunca chegará ao poder ou ao domínio do Planeta Terra, pois ele não é a sua
“casa” definitiva e tampouco a “casa” que realmente deseja. Eis por que:

I João 2;
15 – Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está
nele;
16 – Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida,
não procede do Pai, mas procede do mundo.
17 – Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus
permanece eternamente.

Aristóteles
(383 – 322 a C)
Trechos selecionados
Aristóteles, discípulo de Platão, orienta suas observações das coisas através dos efeitos, contrariando seu mestre,
que procurava observá-las a partir da causa fundamental. Nesse sentido, Aristóteles considerou que o mundo
inteligível do seu mestre, não tinha capacidade para explicar o universo dos sentidos, assim como a sua
diversidade e os seus movimentos, senão pelo recurso duvidoso da recorrência a um “Demiurgo” fabricante do
mundo, que, aliás, é uma ficção desnecessária e inútil, o que torna válido somente o conhecimento do mundo
sensível, onde atuam os sentidos, que estabelecem o ponto de partida através das coisas individuais. Assim,
Aristóteles conclui que o conhecimento é um processo de abstração através do qual o intelecto produz conceitos
universais que não são separados das coisas e do próprio intelecto.

No mundo sensível tudo se transforma continuamente, o que leva Aristóteles a elaborar a noção de “ato” que se
refere ao estado atual (presente) da coisa e de “potência” que indica no que a coisa se transforma, sem perder a
sua característica, ou deixar de sê-la. Através do movimento a potência se transforma em ato, cuja causa pode ser
material, formal, motriz ou eficiente e final; Ex. (matéria = madeira) (forma = mesa) (causa motriz ou eficiente =
artesão) (finalidade = uso ou venda), onde a “potência” madeira se transforma em “ato” mesa.

Como tudo tem causa, há que existir uma causa primeira que deu início ao ciclo sem fim de “potência-ato-
potência”. Essa causa, que não pode ter sido causada por outra deve ser imóvel e não possui potencialidades,
pois implicaria em que tivesse uma causa, que se movesse e que não pode ser material, o que indicaria uma
causa eficiente que uniu essa matéria numa forma. Essa causa então seria uma forma pura. Sendo, portanto
imóvel, ato puro sem potência e pura forma, a causa primeira pôs o conjunto do universo em movimento. Ela é o
motor imóvel.

Essa causa (transcendente) é o Deus de Aristóteles, o qual não cria o mundo nem interfere no seu curso, pois a
criação e a interferência redundariam em movimento. Como esse Deus é perfeito, ele deve ser o conhecimento, a
inteligência e o pensamento, mas não pode conhecer o mundo que lhe é exterior, o que significaria preencher uma
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necessidade, transformando a “potência” em “ato”, o que implica em movimento. Assim sendo, Deus só pode ser
pensamento do pensamento, o conhecimento de si mesmo. Ele só pensa em si mesmo, numa eterna
autocontemplação.

O Deus imóvel, satisfeito consigo mesmo, alheio a tudo e a todos, incomunicável e inoperante de Aristóteles, nem
sequer poderia ter a iniciativa de pôr o mundo em movimento. Ao contrário, é o mundo que atraído pela perfeição
de Deus, cuja atração é o amor, se movimenta, tentando se assemelhar a ele e repetir a sua perfeição. Não é,
pois, Deus que ama o mundo e tampouco é ele o Deus dos cristãos.

Assim, as coisas é que desejam assemelhar-se ao ato puro, que é Deus, buscando o seu lugar natural, onde
encontrarão o repouso, pois Deus é o eterno repouso.

As espécies procuram se eternizar, imitando a eternidade de Deus, mas como o mundo é imperfeito, elas jamais
alcançam a perfeição total e devem recomeçar o seu eterno ciclo de movimento, sendo o sentido final desse
movimento a busca do repouso ou da imobilidade divina.

Aristóteles, então, dividiu o movimento em três princípios: o agente, a privação (algo que falta ao agente) e a
forma atual (o agente satisfeito da sua privação), cujo movimento se realiza no espaço (a ausência do átomo),
onde o lugar é definido pelos sentidos (em cima, em baixo, à direita, à esquerda) do movimento. O movimento
estabelece o tempo, que é decomposto em antes e depois. A impulsão do movimento fica por conta de uma força
que está na Natureza, no sentido de “produzir”, e que está presente em todas as substâncias ou agentes, fazendo
com que se movam da privação à forma. Assim, a Natureza é a causa formal e a causa eficiente do movimento,
mas como o repouso é o estágio final do movimento, a Natureza é também a causa do repouso.

Quanto à noção do “ser”, Aristóteles conclui que ele não é uma coisa única e eterna, mas ele engloba todas as
coisas existentes e o conhecimento desses “ser” se obtém através da metafísica (filosofia primeira) que unifica as
ciências num todo coerente. O “ser”, para Aristóteles, "é um “quê” presente em cada coisa que existe, fazendo
com que esta coisa seja precisamente esta e não outra.”

Comentários
Tantas vezes, quantas tantas tentativas a Razão fizer, por si mesma, por sua vontade e determinação, de invadir
os limites da Theosophia e tentar elaborar conceitos a ela relativos, através dos seus conhecimentos racionais, o
resultado será sempre e invariavelmente o mesmo: não se chegará a uma conclusão satisfatória. Esta
circunstância decorre do fato de que a Razão não está capacitada, em si mesma, na sua própria imanência, de
extrapolar os limites da sua racionalidade. Todas as suas tentativas nesse sentido serão inapelavelmente
frustradas. Eis por que:
Gênesis 2;
9 – Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a
árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
16 – E lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente
17 – Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres;
certamente morrerás.
Gênesis 3;
5 – Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis
conhecedores do bem e do mal
6 – Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu
7 – Abriram-se, então, os olhos de ambos; e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram
cintas para si.
22 – Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal;
assim, para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.
23 – O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do Paraíso e o expulsou para o jardim do Éden, a fim de lavrar a terra
de que fora tomado.
24 – E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden, e o refulgir de uma espada que se
revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.

Pela desobediência, Adão anjo e Eva perderam a sua essencialidade angelical e “morreram” como anjos,
“nascendo” como Adão homem e Eva mulher (na essencialidade da natureza terrestre), adquirindo ambos a
Razão, o livre-arbítrio, o discernimento dos bens e dos males e o espírito para cogitar. (Eclesiástico 17;5 e 6)
Antes da desobediência, eles não estavam proibidos de comer do fruto da árvore da vida, pois eles eram anjos
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imortais e tinham livre acesso a ela. Ao desobedecerem, eles introduziram o pecado (o Mal) e a morte na sua nova
essencialidade adquirida e não poderão retornar à sua essencialidade angélica (anterior) por uma simples decisão
própria, ou seja, através dos conhecimentos e das potencialidades racionais que agora lhes são conferidos.

Observa-se então, claramente, que a Razão, o Conhecimento do Bem e do Mal e o Livre-arbítrio nasceram
simultaneamente, são trigêmeos,o que nos revela que o Bem e o Mal são o princípio da vida racional. Para
retornar à essencialidade angélica, ao Pai, através do Filho, Adão homem tem obstáculos no caminho, antes de
chegar ao coração do Pai: os Querubins e o Filho (a espada reluzente que gira), os quais, os Querubins e o Filho,
ali estão para guardar o Caminho da Árvore da Vida, (Eu sou o Caminho...) cujos frutos são os Conhecimentos
Essenciais e a Sabedoria, os quais Adão homem e Eva não mais poderão “comer” através da sua racionalidade. A
árvore do conhecimento do bem e do mal era “desejável para dar entendimento”, mas não os conhecimentos
essenciais e tampouco a sabedoria, e sem estes, não há como acessar a Theosophia, ou a Sabedoria Divina, que
está manifestada no Filho, que é o Caminho para o retorno ao Paraíso: ao PAI, porém, nos domínios da Clara
Divindade! Na Sabedoria estão os Conhecimentos Essenciais e através dela é manifestada a plenitude da
Verdade. Essa Verdade é um Bem supremo supra racional, que a Razão não consegue alcançar, indicando, que o
grande desafio da racionalidade é recuperar a sua essencialidade angélica. Assim, a sua progressiva
descontaminação é o projeto fundamental da existência desta geração, ou extra geração, e o Homem, como uma
manifestação especial, é o único integrante dessa imensa cadeia de vida hierarquizada do nosso mundo, que
pode influenciar, ou facilitar a descontaminação da sua própria essencialidade angélica, que está na sua Alma,
pois ele é o único detentor da racionalidade, do livre-arbítrio e do conhecimento do Bem e do Mal. O processo
evolutivo para essa progressiva descontaminação, não se restringe apenas às espécies de vida animal, mas
estende-se a toda a manifestação do Altíssimo, relativamente ao Terceiro Princípio ou extra geração, incluindo a
evolução dos conhecimentos racionais, essenciais e sabedoria. Assim, a besta-fera, muito mais contaminada de
início, submetida à ação do poderoso Agente Purificador, (regenerador ou renovador) que desenvolvia a
descontaminação, desde o seu próprio sacrifício, consumado no estabelecimento da extra geração, mediante a
reintrodução da essencialidade angélica na massa contaminada, somente iniciou as suas recordações, no seu
intelecto, relativas à sua origem angélica, de forma mais nítida, mais ampla e bem mais acentuada, há apenas
pouco mais de 2000 anos atrás, tornando-se, então, perceptível a presença do amoroso Agente da Purificação,
após o decurso de uma trajetória evolutiva impensável – a quarentena do Terceiro Princípio -- quanto à sua
longevidade, e isto, posteriormente ao anúncio, ou profecia, da nobre Virgem Sophia ao homem, através do
Espírito Santo, pelo espírito dos profetas, relativo à semente da mulher -- o Filho de Maria – cuja promessa fora
feita há 3969 anos, marco este, do estágio da evolução, onde então tiveram início ou passaram a emergir através
dos mais antigos profetas, as referidas recordações. Essa progressiva limpeza ou purificação da massa
contaminada, também não se restringe apenas ao Sistema Solar, mas a toda a manifestação relativa ao Terceiro
Princípio, onde se encontra toda a corporalidade mais densa e tangível ou apreensível, sendo que, após a
conclusão do processo depurativo, tudo será reintegrado à sua origem, precedido da devida separação entre “joio
e trigo”, -- o joio para as Trevas, o trigo para a Luz -- quando então se concluirá também, mais uma geração
cósmica. Este sim será o final desta História, da qual jamais haverá memória. (Eclesiastes 1;11 e 3;15)

No que diz respeito ao homem, os profetas do Antigo Testamento tiveram acesso, concedido, como ungidos pelo
Espírito Santo que foram, à Theosophia ou à religião permanente e profetizaram, também, a “vinda” do Filho. A
besta-fera, cada vez menos rústica na sua evolução, excluídos os profetas ungidos, não tinha conhecimento da
sua própria purificação, que sempre esteve em desenvolvimento, do que somente passou a ter conhecimento,
então generalizado, com a exclusão daqueles que já anteriormente haviam obtido revelações, desde as tênues até
as mais aprofundadas, a partir da “vinda” do Filho, anunciada e depois manifestada pelo Espírito Santo na Alma e
no intelecto do homem, quando o Altíssimo firmou a nova Aliança com a casa de Israel, depois daqueles dias, e na
mente lhes imprimiu as suas leis e as inscreveu nos seus corações, ainda reafirmadas pela exortação dos profetas
do Novo Testamento, na progressão evolutiva dos conhecimentos essenciais. (Jeremias 31;31 a 34) Como
dissemos anteriormente, a evolução abrange toda a manifestação do Pai, é revelada através do Filho e
desenvolvida pelo Espírito Santo, incluindo-se nessa evolução, os Conhecimentos Essenciais, estes, agindo no
desvanecimento do véu de Moisés (da lei) que vai sendo retirado gradualmente, -- proporcionalmente à evolução
da besta-fera (o homem) -- até as vésperas da consumação, o final dos tempos, quando então ele será totalmente
retirado, e todos O conhecerão ! (João 16;25) (Hebreus 8;11) Assim sendo, diante da expectativa de que o véu
posto sobre os olhos dos naturalistas já não esteja tão espesso, transcrevemos a seguir, o texto extraído do livro
“A Aurora Nascente”, da Editora Paulus, autoria de Jacob Boehme (1575-1624), o simples e humilde sapateiro
alemão, que foi muito além das sandálias, cujos cadarços também não somos dignos de desatar, para que se
cumpra e se execute (I Coríntios 1;26 a 29).
51

“Observa isto exatamente, pois é o espelho de um grande mistério, o profundo segredo da humanidade, ao redor
do qual desde o início do mundo todos os doutores circularam, buscando esta porta, mas não a encontraram. Mas
tenho de anunciar mais uma vez que é chegada a Aurora do dia, conforme resolveu o guardião da porta.
"Agora observa: Assim como houve uma primeira massa, da qual Adão tornou-se um homem vivente, assim
também e segundo o mesmo modo há uma massa ou semente do Ternário (ou Trindade) em cada homem.

“Observa: Quando o salitre (salitter) ou a operação (Gewirke) das seis fontes-espírito, o qual é o sétimo espírito da
Natureza, foi inflamado no espaço deste mundo, então a Palavra ou Coração de Deus esteve por toda parte no
centro ou meio do círculo dos sete espíritos, como um coração que ao mesmo tempo preencheu tudo, isto é: o
inteiro espaço deste mundo.

“Mas como as profundezas, isto é, o inteiro espaço deste mundo eram o corpo do Pai (entende, do Pai do Coração
de Deus) e o Coração (ou Filho) brilhou no corpo inteiro (deste mundo) como resplendor do Pai, então por toda
parte o salitre corrompido foi impregnado pela Luz ou Coração de Deus. E, com efeito, o Coração de Deus não
podia afastar-se dali, mas ocultou seu brilho e resplendor no corpo das inteiras profundezas (deste mundo), para
subtraí-lo aos olhos dos pavorosos e ardentes espíritos do demônio.

“Quando isso ocorreu, as fontes-espírito tornaram-se totalmente coléricas e lutaram rudemente, e o espírito
adstringente, como o mais forte, atraiu e contraiu terrivelmente a operação das outras cinco no sétimo espírito da
Natureza, de onde provieram a amarga terra e as pedras; todavia, ainda não haviam sido aglutinadas, mas
apenas vagavam nas inteiras profundezas.

“Nessa hora a massa foi conglomerada; pois quando o Coração de Deus ocultou-se no salitre, ainda lançou uma
vista de olhos sobre o inteiro espaço ou corpo (deste mundo) e pensou em como poderia vir de novo em seu
socorro para que outro reino angélico pudesse existir nas profundezas deste mundo.

“Mas essa vista de olhos era o Espírito de amor no Coração de Deus, o qual Espírito impregnou, no lugar da vista
de olhos, o azeite da água em que a Luz anteriormente se elevava.

“Pense aqui na vista de olhos que foi lançada sobre são Pedro na casa de Caifás (Lucas 22;61). É inteiramente
semelhante.

“Assim como o homem fita a mulher e a mulher ao homem, e o espírito do homem “entende: a raiz do amor, que
se eleva da água através do fogo na ascensão da vida” e o espírito da mulher apreendem um ao outro nesse
azeite do coração, com o que uma massa, semente ou vontade impulsiva de engendrar outro homem se eleva na
massa.

“Também foi dessa maneira que a primeira massa proveio, pois o Espírito de amor no Coração de Deus lançou
uma vista de olhos na água da vida, no colérico e inflamado corpo do Pai, pela qual e da qual água da vida o amor
se elevava no relâmpago de fogo antes do tempo da cólera.”

Os apologistas da Razão, especialmente aqueles que usufruem, maliciosamente, das suas potencialidades, em
detrimento dos seus próprios semelhantes, podem então observar, que numa impressionante e dramática
progressão, digamos, geométrica, a besta-fera se desenvolveu e em tão pouco tempo -- os últimos tempos –
tomou consciência do processo evolutivo do Plano Divino, podendo, a partir de então, contribuir para a aceleração
da sua própria purificação ou regeneração, ou para agravá-la. Contudo, daí em diante, não há mais espaço para
evasivas, -- (João 15;22) (Atos 17;30) (I Coríntios 12;2) (Mateus 23;37) -- mas, mesmo assim, ela não conseguiu
dominar a sua ferocidade; apenas a tornou mais elaborada, mais abrangente, mais devastadora e se dedicou a
propagá-la com muito orgulho, ao lado de outros atributos que lhe são associados, através de sistemas velozes de
comunicação maciça ! Aliás, a Razão arrogante deve saber que o Terceiro Princípio é, digamos assim, como o
aterro sanitário ou a estação de tratamento de efluentes do Universo, e felizmente para nós, foi adotado, pela
misericórdia do PAI, um providencial sistema de “reciclagem”! (Jeremias 8;1,2,3 e 25;33

Moisés conduziu Jacó pelo deserto, livrando-o da escravidão, mas não lhe foi permitido entrar na terra prometida,
sendo ele então, substituído por Josué, que concluiu ou encerrou a peregrinação. Jacó precisa compreender que
as fábulas e genealogias, (I Timóteo 1;3,4,6,7 – Tito 1;10,11,14 – II Pedro 1;1a 21) são apenas partes do enorme
véu de Moisés, que começa a desvanecer-se, quando Jacó passa a chamar-se Israel, e então, a compreender,
que as Sagradas Escrituras se referem a ontem, especialmente a hoje, e também a amanhã ! Portanto, veja bem
Jacó, pois o processo de descontaminação, que abrange tudo, inclusive Você, se constitui na grande maratona da
“via-crucis”, onde 66,6% dos corredores ficarão pelo caminho e apenas 33.3% deles, cruzarão a linha de chegada.
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Os últimos corredores já se aproximam do túnel de chegada e como está escrito, Mateus 20;16, os últimos serão
os primeiros ... Vide (Jeremias 23;19,20) e (Isaías 42;9)

Mateus 12;
38 – Então alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre queremos ver de tua parte algum sinal.
39 – Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o
do profeta Jonas.
40 – Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do homem
estará três dias e três noites no coração da terra.
41 – Ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação
de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas.
42 – A rainha do Sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para
ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que Salomão.
Eclesiastes 8;
17 – Então contemplei toda a obra de Deus, e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo
do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá a
conhecer, nem por isso a poderá achar.
Eclesiastes 9;1 – Deveras me apliquei a todas estas cousas para claramente entender tudo isto: que os justos e os
sábios, e os seus feitos, estão nas mãos de Deus; se é amor ou se é ódio que está à sua espera, não o sabe o
homem. Tudo lhe está oculto no futuro
I Coríntios 2;
14 – Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las porque elas se discernem espiritualmente.

Finalizaremos os comentários, sem enfatizar as idéias filosóficas subjacentes, visando sintetizar ainda mais essas
exposições, considerando a longa caminhada que se nos apresentaria, e que isso também implicaria em
sucessivas e desnecessárias repetições, que nada acrescentariam ao trabalho. Assim, como vimos anteriormente,
de fato, há a separação entre o mundo angélico e o mundo das aparências, e não só existe o Outro (Cristo), como
o Mais Um (Espírito Santo), além, é claro, do Uno (Deus Pai). Assim, para completarmos a trajetória dos neo-
platônicos, devemos substituir a “intuição intelectual” por revelação Divina, e estabelecer que o Uno não é
transcendente, pois Ele é o TUDO, ou seja, Ele não está “fora” ou “acima” de nada, pois o “fora” e o “acima” não
existem e uma vez sendo o TUDO, não é finito nem infinito. Também não é imóvel, mas sim estático e pleno de
movimentos ininterruptos. Ele é a absoluta perfeição, que nunca teve começo e nunca terá fim, nem no Tempo
que não existe para Ele, e nem no Espaço, pois Ele É o Espaço. Além disso, devemos esclarecer que a Razão
não é a perfeição da Alma, mas sim, modestamente, a depositária dos conhecimentos racionais, que dizem
respeito apenas ao mundo sensível, que é o seu limite. A Alma, o único canal que é acessado pelo Espírito Santo,
(I Coríntios 2;13) não é divisível e nem bipartida, mas sua essencialidade é mista e deve ser regenerada. O
homem é composto do corpo e da Alma. O Espírito de Deus está nele, mas não é dele. (Eclesiastes 12;7) A Alma
é inapreensível e está dentro de um corpo apreensível (vaso de barro), sendo que ambos foram contaminados
pela insubordinação do Príncipe das Trevas. O objetivo é descontaminar a Alma e retorná-la à sua essencialidade
pura, pois o “vaso de barro” é corruptível e inapelavelmente retornará ao pó. Essa é a tarefa à qual a Razão deve
se propor, e a “receita” lhe foi conferida e exaustivamente explicitada através dos profetas e nos evangelhos,
mesmo sabendo, de antemão, que o “nascer de novo”, imprescindível, é uma concessão, mas não aleatória e
predestinada, pois Quem concede, não devemos nos esquecer, é Onisciente. ELE não se equivoca, pois não
pode ser enganado por ninguém. (Jeremias 16;15,16,17) e (17;10) (Mateus20;15,16) (Eclesiástico 43;29)
Compreendamos, sem traumas, que sendo Deus o Tudo, todas as equações, todas as posições e as oposições,
estão, todas, dentro do Tudo (Deus). Desta forma, a luz e as trevas estão em Deus. O bem e o mal estão em
Deus. A cólera e o amor estão em Deus, e assim por diante. Vejamos Isaías 45;7 – Eu formo a luz, e crio as
trevas; faço a paz, e crio o mal; eu o Senhor, faço todas estas cousas. Provérbios 16; 4 – O Senhor fez todas as
cousas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade. Portanto, é perda de tempo procurar
ou imaginar qualquer coisa, seja o que for, “fora” de Deus. Ele está em tudo e tudo está n’Ele e Ele mesmo É o
próprio Tudo. Como o homem é a imagem e semelhança d’Ele, também é inútil procurar os bens e os males “fora”
de si mesmo, pois o “reino dos céus”, assim como “as duas bestas” (a que emerge do mar e a que emerge da
terra) estão dentro do homem, na tricotomia, força do Bem, força do Mal e força da Natureza, disputando, palmo a
palmo, “a ferro e fogo” a preferência da Razão, para que seja possível, o casamento com a Alma, quando a Razão
se entrega ao espírito escolhido. A Razão, inspirando-se em Jacó, deve transpor o vau de Jaboque, fazendo
passar tudo o que possuir, ficando só e “lutando com Deus” até o romper do dia, não O deixando ir se Ele não a
abençoar, para que lhe “nasça o sol” quando estiver atravessando Peniel, mesmo que seja manquejando de uma
coxa. Então Ele dirá: “já não te chamarás Jacó (Homo Habilis), mas Israel (Homo Sapiens)”. (Gênesis 32;22a31)
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9 - O JARDIM DO ÉDEN

A semente da Árvore da Vida está na essencialidade angélica do Filho, que então, foi re-implantada no homem
(em Adão) após a sua queda, e o foi na mente e no coração humano, e ali, essa semente poderá ou não germinar
e, também, poderá ou não se desenvolver.

A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal também está plantada ali, pouco distante da Árvore da Vida, na
racionalidade do homem, onde se desenvolve rapidamente na cronologia humana, cuja Árvore se originou da
semente contida na racionalidade que se caracteriza na opção de Adão. Fica evidente, que o homem é o próprio
Jardim do Éden e que a Razão, com a capacidade de discernir o Bem e o Mal, nasceu juntamente com o livre-
arbítrio, do qual Adão se apoderou, ao optar pelo fruto que lhe fora proibido. A opção de Adão foi o primeiro ato da
sua livre vontade, quando ele se apoderou do livre-arbítrio que é a “Certidão de Nascimento” da racionalidade. O
“Atestado de Óbito” da racionalidade coincide com a quebra do “vaso de barro”. Contudo, antes que isso ocorra,
(Eclesiástico 17;26,27) ela terá que utilizar esse mesmo livre-arbítrio para subjugar a natureza terrena, onde ela se
encontra, ou o animal selvagem, que não mais deverá prevalecer nas ações do homem. (Colossenses 3;3,5)

Adão separou-se da essencialidade angélica, assim como o bebê se separa da mãe ao nascer e apoderou-se da
liberdade para escolher o seu caminho e até, para numa segunda instância, ratificar ou retificar sua decisão
anterior. Para ratificá-la, Adão deverá continuar se alimentando do fruto da Árvore do Conhecimento e, para
retificá-la, ele deve arrepender-se, abster-se desse fruto e procurar até à exaustão, o seu alimento original, que
brota da Árvore da Vida: o pão da vida!

Quando Adão alcança a mudança do regime alimentar, por concessão fique bem claro, exclusivamente pela
misericórdia do Pai, pelo amor e pela graça do Filho e pela unção do Espírito Santo, ele então terá sido
abençoado. Daí em diante, o seu novo e único Guia o conduzirá, e o seu novo e único Mestre, acompanhado da
casta Virgem Sophia, o fartará do pão da vida para a sua fome e ainda da água viva para a sua sede!

O fruto da Árvore da Vida é o pão da vida, o maná, o conhecimento essencial, e a sabedoria é a (água viva), que
estão contidos na Theosophia, (a Sabedoria Divina) com todos os seus desdobramentos que são as virtudes, e
que estão sintetizadas no Amor fraterno e incondicional. O BEM.

O fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal é o conhecimento racional, a racionalidade, a Razão, com os
seus terríveis desdobramentos: orgulho, cobiça, inveja e cólera, que desembocam em todas as iniqüidades e se
sintetizam no ódio, sem limites e sem fronteiras. O MAL.

Apocalipse 2;
7 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da Árvore da
Vida que se encontra no paraíso de Deus.
17 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor dar-lhe-ei do maná escondido, bem
como lhe darei uma pedrinha branca e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece,
exceto aquele que o recebe.

Apocalipse 22;
1 – Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.
2 – No meio da sua praça, de uma à outra margem do rio, está a Árvore da Vida, que produz doze frutos, dando o
seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos.
14 – Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o
direito à árvore da vida e entrem na cidade pelas portas.
15 – Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a
mentira.
17 – O espírito e a noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser
receba de graça a água da vida.

Salmos 66;
10 – Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata.
11 – Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas;
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12 – Fizeste que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água: porém,
afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso.
16 – Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma.

Atos 1;
8 – Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.

Podemos ainda, estabelecer uma variante, e considerar que o homem é, também, a “hospedaria” da Razão, pois
como vimos anteriormente, a semente da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal está plantada na
racionalidade, o território onde opera o inimigo Satanás, em cuja Árvore frutificam as suas propostas maldosas
que persistirão até o “fechamento da hospedaria”.

A Razão é um hóspede muito poderoso e logo de início, assume a gerência da hospedaria e atrai seus melhores
amigos -- o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera -- para a hospedaria, os quais, por sua vez, também tem muitos
amigos -- Afrodite, Apolo, Baco, Eros, Narciso -- entre outros, que então reunidos, promovem uma radical
transformação na hospedaria, convertendo-a num verdadeiro prostíbulo, numa mal cheirosa e lamacenta pocilga,
em cuja promiscuidade ocorrem todos os tipos de iniqüidades que se possa imaginar, conforme a predominância
das “vocações” desses hóspedes indesejáveis.

Como ocorre o surgimento de muitas hospedarias desse tipo, o mau cheiro se espalha rapidamente pelos
vilarejos, pelas cidades, pelos estados, pelos países e acaba infectando todo o Planeta. (Qualquer semelhança
com algum Planeta que o Leitor conheça, não é mera coincidência)

Pode ocorrer também, no decurso do tempo, que o proprietário da “hospedaria”, tomado de uma crescente
inquietação no seu intelecto, inicie um processo de auto-indagações e questionamentos, os quais poderão levá-lo
a observações e reflexões mais profundas, sobre quesitos antes considerados irrelevantes, e desencadear uma
insistente procura -- (sem intermediários Gálatas 1;10 a 12) -- pelas respostas a essas indagações.

Na medida em que o proprietário da “hospedaria” avança na direção das profundezas do que sempre lhe foi
desconhecido, todos os seus sentidos se tornam mais apurados e o mau cheiro da “hospedaria” começa a
incomodá-lo. Ele continua avançando, cada vez mais rápido, pois o caminho vai se “clareando” e, de repente, uma
Luz muito intensa, mas que não ofusca os olhos, atravessa a sua mente e, então, ele murmura: óh meu Senhor...
perdoa-me, eu creio... e contemplando a glória do Pai, seus joelhos se dobram, as lágrimas rolam pelo seu rosto,
uma onda de calor invade seu corpo que treme, pois línguas de fogo descem sobre sua cabeça e da sua boca
saem apenas gemidos inexprimíveis... (I Pedro 4;12 a 14).

O mau cheiro da hospedaria, daí em diante torna-se insuportável e o seu dono sente-se extremamente enojado,
primeiramente de si mesmo, e vomita tudo, até os seus hóspedes, mas sabe que não pode se livrar totalmente
deles. Então chama a Razão e a demite sumariamente da gerência da hospedaria, desaloja-a da “suíte” gerencial
e a transfere para o modesto quartinho dos fundos, com vistas para uma parede bem alta, onde ela deverá
permanecer confinada, até o fechamento da hospedaria. A partir daí, a “suíte” gerencial, agora com nova
Iluminação e limpa, exalando uma suave fragrância de essências florais, ficará reservada, em caráter permanente,
para o único e verdadeiro Mestre, que em intervalos irregulares, sempre acompanhado da Virgem Sophia, virá
visitá-lo. Ambos o alimentarão com o pão da vida e a água viva, (com o maná escondido) em doses homeopáticas
para não sufocá-lo num êxtase excessivo. O novo homem receberá, paulatinamente, as respostas para as suas
indagações, na medida e na progressão do exercício das suas potencialidades espirituais, e também para muitas
perguntas que não foram feitas, as quais a pobre Razão humana nem consegue formular nas suas conjeturas!
Então, o novo homem, renascido, perceberá na linha do horizonte, os primeiros albores da Aurora nascente e
passará a contemplar a beleza da Brilhante Estrela da Manhã, como o prelúdio para o advento do Sol, que brilhará
em seu coração! Mas, até lá, ele terá que continuar percorrendo o caminho de Jó, até que a marca da besta seja
retirada da sua região frontal esquerda, e na região oposta, lhe seja implantado o selo do Deus Vivo! Daí em
diante, ele sentirá dois tipos de ansiedade: o primeiro, em começar a distribuir o que recebeu, uma suprema honra
que certamente lhe será concedida! (Isaías 55;11); o segundo, em devolver a sua parcela do fogo roubado por
Prometeu, juntamente com a sua racionalidade e com a respectiva Caixa de Pandora, outra grande honra, que
também lhe será concedida. (Filipenses 1;20 a 23) (Colossenses 3;3) (Eclesiástico 2;21)

Isaías 44;
21 – Lembra-te destas cousas, ó Jacó, ó Israel, porquanto és meu servo! Eu te formei, tu és meu servo, ó Israel;
não me esquecerei de ti.
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22 – Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; torna-te para mim, porque
eu te remi.
23 – Regozijai-vos, ó céus, porque o Senhor fez isto; exultai-vos, ó profundezas da terra; retumbai com júbilo, vós
bosques e todas as suas árvores, porque o Senhor remiu a Jacó, e se glorificou em Israel.
24 – Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor que
faço todas as cousas, que sozinho estendi os céus, e sozinho espraiei a terra;
25 – Que desfaço os minais dos profetizadores de mentiras, e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os
sábios, cujo saber converto em loucuras;
26 – Que confirmo a palavra do meu servo, e cumpro o conselho dos meus mensageiros; que digo de Jerusalém:
Ela será habitada; e das cidades de Judá: Elas serão edificadas; e, quanto às suas ruínas: Eu as levantarei;
27 – Que digo às profundezas das águas: Seca-te, e eu secarei os teus rios
28 – Que digo de Ciro: Ele é meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será
edificada; e do templo: Será fundado.

Isaías 30;
18 – Por isso o Senhor espera, para ter misericórdia de vós, e se detém para se compadecer de vós, porque o
Senhor é Deus de justiça; bem-aventurados todos os que nele esperam.
19 – Porque o povo habitará em Sião, em Jerusalém; tu não chorarás mais; certamente se compadecerá de ti, à
voz do teu clamor, e, ouvindo-a, te responderá.
20 – Embora o Senhor vos dê pão de angústia e água de aflição, contudo não se esconderão mais os teus
mestres, os teus olhos verão os teus mestres.
21 – Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti
uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.
22 – E terás por contaminados a prata que recobre as imagens esculpidas e o ouro que reveste as tuas imagens
de fundição; lançá-las-ás fora como cousa imunda, e a cada uma dirás: Fora daqui.
23 – Então o Senhor te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão como
produto da terra, o qual será farto e nutritivo; naquele dia o teu gado pastará em lugares espaçosos.

Isaías 35;
1 – O deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá o narciso.
2 – Florescerá abundantemente, jubilará de alegria, e exultará; deu-se-lhes a glória do Líbano, o esplendor do
Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
3 – Fortalecei as mãos frouxas, e firmai os joelhos vacilantes.
4 – Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição
de Deus; ele vem e vos salvará.
5 – Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos;

João 14;
18 – Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.
27 – Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração,
nem se atemorize. (Daniel 3;25) e (Isaías 43;1,2)

João 16;33 – Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições, mas
tende bom ânimo, eu venci o mundo.

Apocalipse 22;16 – Eu, JESUS, enviei o meu anjo para vos testificar estas cousas às igrejas. Eu sou a raiz e a
geração de Davi.

A BRILHANTE ESTRELA DA MANHÃ.

13 – EU SOU O ALFA E O ÕMEGA, O PRIMEIRO E O ÚLTIMO, O PRINCÍPIO E O FIM.

Sejam conosco, a Misericórdia do nosso Deus Pai Todo-Poderoso, o Amor e a Graça do Deus Filho nosso Senhor
e a Unção do nosso único Mestre, o nosso Deus Espírito Santo.

LOUVADO SEJA O ESPÍRITO SANTO DO SENHOR!


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10 - O CAMINHO PARA O TUDO

Assim como a racionalidade subjetiva, alojada nas inúmeras denominações pseudo-religiosas, se tornou uma
sonolenta e enfadonha contadora de histórias, repetindo-as exaustivamente, sem saber o que diz (I Timóteo 1;4)
(Tito;1,14) (II Pedro1;16 a 21), também a racionalidade objetiva instalada nos naturalistas, conta suas histórias
fantásticas sobre as macroestruturas do Universo, cujas histórias são as suas “verdades transitórias” ou “ilusões
temporárias”, (Eclesiástico 3;20 a 26) que lhes conferem prêmios e honrarias, poderosos e venenosos fermentos
para o ego da racionalidade. Baseadas nas suas histórias e fantasias, ambas as racionalidades, abarrotadas de
sofistas, construíram a sua “Torre de Babel”, cujos alicerces estão firmados “solidamente” sobre a areia movediça.

Observando atentamente as atuais condições da Humanidade, podemos perceber a configuração das evidências
preconizadas em (II Tessalonicenses 2;1 a 12) e também podemos considerar, já na linha do nosso horizonte, o
limiar do crepúsculo desta geração cósmica, onde iremos observar, como seus prelúdios, simultaneamente, o
desenvolvimento das profecias de (Mateus 24;1 a 51) (Marcos 13;1 a 37) (Lucas 21;5 a 36), e o progressivo
desmascaramento das racionalidades sofistas, em todo o Planeta; a objetiva aboletada nas administrações
públicas dos Países, e em muitos naturalistas, empresários, investidores (especuladores), etc., e a subjetiva
assentada em muitos humanistas, intelectuais, etc. e nas numerosas denominações teológicas (pseudo-religiosas)
espalhadas pelos confins da terra, cujos sofistas serão expostos em toda a sua nudez, (Ezequiel 23;29 a 31)
(Miquéias1;7 2;1a3 3;1a12 e 4;10a15) concretizando-se a revelação do homem da iniqüidade, o filho da perdição.

Essas racionalidades, atributos que os homens carregam dentro de si, são as irmãs Oolá e Oolibá, sendo ambas,
as principais colunas de sustentação da “Torre de Babel”, que juntas construíram. Elas poderão examinar os
trechos das Sagradas Escrituras, abaixo transcritos e, na seqüência, acompanhar o virtual desmoronamento da
sua “Torre de Babel”. É tempo de despertar e de avançar, mesmo sobre os seus escombros, pois a Aurora já
desponta no horizonte e talvez ainda possam contemplar a Brilhante Estrela da Manhã!

I Coríntios 1;
19 – Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos entendidos.
20 – Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca a
sabedoria do mundo?
21 – Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus
salvar aos que crêem, pela loucura da pregação.
26 – Irmãos, reparai pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem
muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;
27 – Pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as
cousas fracas do mundo para envergonhar os fortes.
28 – E Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a
nada as que são;
29 – A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.

Jeremias 9;
23 – Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas
riquezas;
24 – Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, e faço misericórdia, juízo
e justiça na terra, porque destas cousas me agrado, diz o Senhor.

I Coríntios 4;
7 – Pois quem é que te faz sobressair? e que tens tu que não tenhas recebido? e, se o recebeste, por que te
vanglorias, como se o não tiveras recebido?

Isaías 1;
21 – Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de justiça! Nela habitava a retidão, mas agora
homicidas.
23 – Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de
recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas.
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25 – Voltarei contra ti a minha mão, purificar-te-ei como com potassa das tuas escórias, e tirarei de ti todo metal
impuro.
Eclesiástico 18;
7 – O fogo acender-se-á no congresso dos pecadores, e a ira inflamar-se-á na gente incrédula.
8 – Não obtiveram perdão dos seus pecados os antigos gigantes, que foram destruídos por confiarem na sua
fortaleza;
9 – E Deus não perdoou a cidade em que Loth morava como estrangeiro, e teve em execração os seus habitantes
por causa da sua insolência.
10 – Ele não teve compaixão deles, perdendo toda esta nação, que até se elevava com vanglória nos seus
pecados.
12 – Porque a misericórdia e a ira sempre o acompanharam. Ele é poderoso para perdoar, e também no é para
derramar a sua ira;
13 – Os seus castigos igualam a sua misericórdia; ele julga o homem segundo as suas obras.
14 – Não escapará o pecador na sua rapina, e a paciência do que usa de misericórdia não tardará em ser
recompensada.
15 – Toda a ação de misericórdia fará colocar a cada um no seu lugar, segundo o merecimento das suas obras, e
segundo a prudência com que ele tiver vivido como peregrino na terra.

Atos 17;
30 – Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos em
toda parte se arrependam.

II Coríntios 10;
4 – Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas;
anulando sofismas.

Os naturalistas, inquietos e exaustos, perseguem obstinadamente as suas maiores e mais complexas indagações
e olham, desnorteados, as diversas alternativas colocadas à sua frente, pela sua própria racionalidade, relativas
às leis que regem o Universo. Eis algumas das suas conjeturas sobre essas leis e sobre a origem.

A - Supomos que elas são casuais e ocorrem aleatoriamente, sem nenhum objetivo e as coisas são
da forma que conhecemos porque não poderiam ser diferentes. B - Supomos que essas leis não existem e tudo
não passa de uma seqüência interminável de inúmeras transformações, onde tudo vai se ajustando pelo maior
poder de sobrevivência ou pela seleção natural das espécies, o que, supomos, deverá ocorrer também no
cosmos. C – Mas... e o início de tudo? Sim, tem que haver um início, já que as coisas terminam! Mas... e antes
do início? Quem começou o início? ... e assim infinitamente. Talvez o Filósofo esteja certo... é o “Quê”... aquele
“Quê” – presente em cada coisa que existe, fazendo com que esta coisa seja precisamente esta e não outra --
mas esse “Quê”, o que é e de onde veio?

E assim, os naturalistas continuam, como sempre, dando voltas em círculos... e mergulham nos exames e nas
análises dos efeitos, que os conduzem a outros efeitos, que os conduzem a outros efeitos, “ad-infinitum”, pois
todas as coisas que estão ao seu alcance são efeitos! Haja fôlego! Ocorre, que tudo o que o homem observa em
seu pequeno mundo, tem início e tem fim e ele até já percebeu, que também esse seu mundo teve início e,
portanto, terá fim. Nada escapa a essa regra, o que torna válido o raciocínio oposto, que é exatamente o que a
racionalidade não consegue alcançar por seus próprios meios, pois ela não consegue conceber, em função da sua
arrogância, a existência do Eu Sou, que é a Causa sem Causa, que não tem início e, portanto, não tem fim!

No decorrer dos tempos, somente um valoroso expoente dos naturalistas cogitou da possível existência de uma
constante cosmológica, que se tivesse sido admitida, talvez o tivesse conduzido a mais duas constantes, sendo
então, integradas aos seus cálculos teóricos, pois ele já havia percebido que “Deus não joga dados” e que essa
monumental Máquina do Mundo jamais poderia funcionar ao acaso. Assim, não se valendo das constantes, que
seguramente o levariam a outras conclusões, em sua Teoria da Relatividade Geral, ele concluiu que a gravidade
estabelece a curvatura do Espaço, causada pela massa de um corpo, ou seja, a matéria encurva a geometria do
espaço. Essa conceituação ficou inserida na Equação (E=mc2), ficando também estabelecida a existência de
massa na chamada energia do vácuo, cujo efeito gravitacional se reflete na expansão do Universo, atuando como
uma força oposta à força da matéria. Assim, os naturalistas ensinam que a matéria retarda a expansão, podendo
até pará-la ou mesmo revertê-la, enquanto, em sentido contrário, a energia do vácuo acelera a expansão,
inflacionando-a.
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Albert Einstein foi acossado e seduzido pela racionalidade tecnicista que, apoiada na “infalível tecnologia”, o
desviou do rumo que ele pretendia seguir, pelo qual, certamente, ele iria inverter o seu conceito fundamental sobre
o Espaço e, onde foi estabelecido que a matéria encurva a geometria do espaço, ele teria concluído que, ao
contrário, a Energia, tripartida, -- atrativa, expansiva e rotativa -- que permeia todo o Espaço, encurva a
cosmometria de toda a matéria contida no Universo, estabelecendo configurações arredondadas.
Contudo, não há que se fazer nenhuma restrição ou quaisquer referências negativas ou pejorativas sobre a
questão, posto que, às vezes, em uns, o véu de Moisés é apenas parcialmente retirado e os seus sentidos são
embotados (II Coríntios 3;13a18) em outros, a vaidade os ilude entretendo os seus sentidos, (Eclesiástico 3;26),
quando se atravessava ainda a longa noite, pois então, era tênue, apenas um vislumbre, o despontar da Aurora e
embora já fosse possível contemplar a Brilhante Estrela da Manhã, ainda não brilhava intensamente o Sol.

Eclesiástico 3;
22 – Não procures saber cousas mais dificultosas do que as que cabem na tua capacidade, e não especules as
que são sobre as tuas forças intelectuais; mas cuida sempre naquelas em que Deus te mandou cuidar, e, em
muitas das suas obras não sejas curioso;
23 – Porque não te é necessário ver com os teus olhos o que está escondido.
24 – Não te apliques a esquadrinhar com muita atenção cousas escusadas, e não examines com curiosidade as
diversas obras de Deus;
25 – Porque muitas cousas em grande número te tem sido patenteadas que excedem o entendimento dos
homens.
26 – Também a muitos enganou a sua suspeita, e na vaidade entreteve ela os seus sentidos.

A racionalidade pragmática, normalmente é preconceituosa com relação às Sagradas Escrituras. Mas, para a
melhor compreensão deste trabalho, é de fundamental importância, que os seus trechos mencionados, não sejam
apenas lidos de relance, e sim estudados com afinco, especialmente pelos naturalistas, que poderão, se lhes for
concedido, entender melhor sua própria linguagem, esclarecendo-se-lhes, por fim, as suas especulações. Todavia,
terão que se abstrair de si mesmos, subjugar sua arrogância, apagar o seu quadro-negro e começar a escrever
tudo novamente, com humildade, louvando o nosso Deus! Vejamos o que diz a casta Virgem Sophia.

Eclesiástico 16;
21 – E quem é o que compreende os seus caminhos, e a tempestade que o olho do homem nunca verá?
22 – Porque um avultadíssimo número das suas obras são escondidas; mas quem poderá exprimir as obras da
sua justiça? Ou quem as poderá suportar? Porquanto os seus decretos estão longe de alguns, e o exame de
todas as cousas é na consumação.
25 – E eu te darei documentos de equidade, e manifestar-te-ei os arcanos da sabedoria; e está atento às minhas
palavras em teu coração, e já daqui te digo com retidão de espírito as virtudes que desde o princípio tem Deus
feito reluzir nas suas obras, e te declaro em verdade a sua ciência.
26 – Deus formou com sabedoria desde o princípio as suas obras, e desde a sua mesma criação as distinguiu em
partes e as principais delas segundo as suas classes.
27 – Ele adornou para sempre as suas operações, nem elas tem desfalecido com fome nem com algum cansaço,
e não tem cessado jamais nos seus ofícios.
28 – Nem uma só de todas elas porá jamais a outra em aperto.
29 – Não sejais incrédulo à palavra do Senhor.

Considerada a inversão conceitual da relação entre Energia e Matéria, temos que reformular também os nossos
conceitos sobre a atuação das três Forças Constantes, que operam e fazem funcionar a maravilhosa Máquina do
Mundo, as quais se expressam na Equação:

(ET - ER + EE = ET)
( ET = Energia Total; ER = Energia Revelada; EE = Energia Emergente)

Esta equação compreende a eternidade, onde a Energia promove a expansão e também a contenção da Matéria,
expandindo-a e retendo-a, nos seus eternos limites. Além disso, a Energia não contém massa, é só Energia que
se desdobra em si mesma, tripartindo-se, como veremos. A Matéria é que se expande gradativamente até os
limites preestabelecidos, onde é contida pela Energia, que até aí, permite a sua expansão. A Matéria é a massa
que também se origina do desdobramento da Energia, e ela se constitui na Energia Revelada.

O Espaço Substancial é permeado inteiramente pela Energia, que é imutável em todos os sentidos, inclusive
imune a quaisquer efeitos de quaisquer outros agentes, pois ela é essencialmente ativa e nunca passiva, não
havendo como a Matéria possa encurvar a cosmometria do Espaço, (seria o mesmo que encurvar a própria
59

Energia) e é por isso que ocorre exatamente o contrário, como já foi dito e como veremos mais adiante,
detalhadamente, onde a Energia, tripartida, é que encurva a cosmometria da Matéria. Por outro lado, como o
Espaço também é essencialmente curvo, (é uma esfera perfeita) nem haveria, se fosse possível, como encurvá-lo,
e, além disso, a Energia é sempre causa, e nunca efeito, como foi dito.

Essa Energia, que sempre se mantém oculta, apenas se contrai, atrativamente, sobre si mesma, permanente e
imutavelmente e é a primeira integrante da Aliança Indissolúvel, estabelecida na Força Centrípeta.

A Equação (ET - ER + EE = ET) caracteriza o desdobramento da Energia nas três forças fundamentais, nas quais
se apoia o funcionamento de toda a engenhosa estruturação do Universo. A primeira é a Energia Total que gera a
Força Centrípeta (FCP); a Segunda é a Energia Revelada que gera a Força Centrífuga (FCF); e a terceira é a
Energia Emergente, que gera a Força Rotativa Emergente (FRE). Essas Forças são as três e únicas Forças
Constantes. A Energia Total, que é a maior Força, permite a expansão da Matéria que está na Energia Revelada,
a segunda integrante da Aliança Indissolúvel, até exatamente o ponto predeterminado. Como a Energia é uma só,
que se desdobra e se triparte em três Forças distintas, ela mesma se “auto-administra” no que for suficiente ou
necessário, em caráter permanente, onde a oposição entre a Força Centrípeta atrativa e convergente, e a Força
Centrífuga, expansiva, oblíqua e divergente, gera, ou faz emergir a Energia Rotativa envolvente, a terceira
integrante da Aliança Indissolúvel, que é também a terceira força; ou seja, a Força Rotativa Emergente.

A palavra Substância significa: “Aquilo que está por baixo” e constitui a base de todas as propriedades e
qualidades, não só materiais, mas também espirituais. “Aquilo que subsiste por si, sem dependência de quaisquer
outros elementos acidentais. Realidade, virtude ou propriedade real. Resumo essencial. O que há de melhor, de
ª
excelente, de principal, de essencial; síntese”. (Novo Dicionário Brasileiro Melhoramentos – 5 Edição) Podemos
dizer então, que o Universo se constitui numa esfera perfeita, que abriga o Espaço, e este é permeado totalmente
pela Substância indetectável, ou a Energia, que gera de si mesma, as três Forças fundamentais, que manifestam
e fazem funcionar a maravilhosa Máquina do Mundo! Desta forma, quando nos referirmos ao Universo, Espaço,
Universo Espacial, Espaço Universal, Universo Substancial ou Espaço Substancial, estaremos nos referindo à
mesma coisa. O Universo é o nosso Espaço único, onde o Tudo se contém, como a Substância indetectável ou a
Energia não revelada que permeia tudo, que preenche tudo, e tudo está nela e ela está em tudo, (Salmos 145;9)
ela está no que se revela ou na Luz e no que não se revela ou nas Trevas insondáveis. Assim, não faz nenhum
sentido, a especulação sobre o Universo, quanto ao finito ou infinito, pois ele é o próprio Tudo, onde não há o
“vazio”, o “fora”, o “nada” e onde também se desfaz o conceito racional de dimensão, que assim como o tempo,
somente se relaciona à parte da geração cósmica, que deriva ou se origina da Energia Revelada e se estabelece
exclusivamente no Terceiro Princípio ou na extra-geração. O Tudo apenas É (Eu Sou) e Ele é perfeito. Ora, tanto
o finito como o infinito são características ou atributos da imperfeição. O finito tem um início e um fim, e o infinito
tem um início e não tem fim. Deus não é finito nem infinito, pois Ele não tem início e não tem fim. Ele É o Tudo e
nada há fora d’Ele, nem o início, pois o início pressupõe a não existência antes dele e, neste caso, Deus teria que
ter uma origem, o que é um absurdo! Não há também como mesclar a Substância que permeia inteiramente o
Espaço, nem como confundi-la ou compará-la ao que quer que seja. Ela é a Energia. Nada a afeta; nada a altera;
nada se lhe pode tirar e nada se lhe pode acrescentar; não foi criada e nem pode ser destruída ou modificada.
Nenhum outro elemento pode se mesclar ou exercer qualquer efeito sobre ela. É uma agente inapelavelmente
ativa, gerando efeitos como e quando desejar, extremamente intensos ou suaves também ao extremo, e nunca os
recebendo de nada e de ninguém. Ela é imutavelmente atrativa e convergente em si e para si mesma. Não há,
rigorosamente nada que se possa fazer com ela, pois Ela é que faz, sendo essencialmente ativa. É indivisível,
imutável em todos os sentidos e indetectável. Somente podemos imaginá-la ou eventualmente, até percebê-la, por
concessão. Nada mais.

A Energia Total ou a Força Centrípeta e a Energia Revelada ou a Força Centrífuga, são forças opostas sendo a
primeira atrativa e convergente e a segunda, expansiva, oblíqua e divergente, cuja oposição, levada a mais
extrema intensidade, gera, produz ou faz emergir a rotação, que se constitui na Energia envolvente ou na Força
Rotativa Emergente, que mantém o rodopio de toda a estruturação do conteúdo corpóreo apreensível ou não,
existente no Espaço. Como se pode notar, essas Três Forças são uma só Força, que se desdobra e se triparte,
produzindo-se em si mesma, de si mesma, para si mesma, e constituindo a Eterna e Indissolúvel Aliança Tríplice.
A Energia, reiteramos, não contém massa, não é matéria, mas a esta deve ser associada em todas e quaisquer
das suas manifestações, que se revelam através da matéria, sejam elas identificáveis ou não, cuja matéria se
constitui das essências, as quais são unificadas, consolidadas e configuradas na corporalidade da estruturação
contida no Espaço. A Energia Revelada proporciona essa revelação através da matéria, e é a confirmação da
Energia, que não se revela. A Energia Emergente unifica e concilia as outras duas forças opostas, consolidando,
modelando e configurando todas as corporalidades, tangíveis ou intangíveis, numa variedade criativa que escapa
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à nossa capacidade de imaginação. A Energia não se mistura com nada, mas ela está em tudo e tudo também
está nela. (Salmos 139;12 e 145;9) (Eclesiástico 43;29) (Hebreus 11;3)

A Matéria é a massa, que se reflete na corporalidade tangível e ou intangível, detectável ou não, e que então,
ainda como Essências, Vontade e Sabedoria, sem ordenamento aparente, antes do início dos tempos, não
reveladas e não configuradas, espalhavam-se, dispersas, oscilantes, na imensidão e nas profundezas das Trevas
insondáveis, como propriedades imanentes da Energia, que não se revela, mas que deseja revelar-se, e essa
Vontade contempla-se na Sabedoria e, intensamente atraída, dirige-se para o próprio centro da Energia, onde ela
é apreendida e se estabelece no Coração. Então, a Vontade se fortalece ao extremo gerando intenso Calor, cujo
ápice provoca o Relâmpago do Fogo, o qual liberta das Trevas a Vontade, que fecunda a Virgem Sophia, emitindo
o poderoso Som Primordial, liberando também a intensa e rotativa emanação e expansão do Ar, quando então, os
Sete Espíritos da Energia sintetizam a Essência das Essências, o Vapor da Virtude de Deus, que assim,
concretiza o Fundamento, a Pedra Filosofal, a base da geração da corporalidade, que se estabelece e se revela,
na Sua única e esplendorosa manifestação direta! Glória a Deus! Louvado Seja o Altíssimo!

Nasceu a Luz!
Eclesiástico 24;
5 – Eu saí da boca do Altíssimo a primogênita de todas as criaturas;
6 – Eu fiz com que nascesse nos céus uma LUZ que nunca falta, e como névoa cobri toda a terra;
16 – E me vim a arraigar num povo honrado, e nesta porção do meu Deus que é a sua herança, e na plenitude
dos santos, onde se acha a minha assistência.
24 – Eu sou a mãe do amor formoso, e do temor, e do conhecimento, e da santa esperança.
25 – Em mim há toda a graça do caminho e da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude.
Isaías 42;
1 – Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o
meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios.
5 – Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra, e a tudo quanto produz; que dá
fôlego de vida ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela.
6 – Eu, o Senhor, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o
povo, e LUZ para os gentios;
7 – Para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere os que jazem em trevas.
8 – Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra às
imagens de escultura.
9 – Eis que as primeiras predições já se cumpriram e novas cousas eu vos anuncio; e, antes que sucedam eu vo-
las farei ouvir.
João 1;
1 – No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
3 – Todas as cousas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 – A vida estava nele, e a vida era a LUZ dos homens.
5 – A LUZ resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
9 – A saber: a verdadeira LUZ que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.

Ainda que reuníssemos todas as línguas da face da Terra, certamente não disporíamos de superlativos suficientes
e jamais poderíamos exprimir ou proporcionar uma descrição mais adequada e compatível, que nos permitisse
exteriorizar uma seqüência de eventos de tamanha magnitude, importância e significação! É o momento maior, o
ápice da glória da inspiração Divina! O Princípio, a Raiz, o Fundamento, a Pedra Angular, a fonte de toda a
manifestação do Pai, o Primeiro Princípio, que se revela no seu Filho amado, o Segundo Princípio, ou seja, a
Energia Revelada! (João 1;18) Para a ciência da racionalidade humana, diremos tão somente que aí está a
Singularidade Essencial, que na estruturação de toda a corporalidade Universal, apreensível ou não, chamamos
de Energia Revelada ou Força Centrífuga e que se constitui na segunda Força constante.

A Força Centrípeta, o Pai, a primeira Força constante, mantém o seu abraço eterno de 360º sobre o Filho Amado,
a Luz (João 1;1 a 5), cujo frenético rodopio centrífugo provoca a intensa emanação rotativa e horizontal, o Espírito
Santo, a terceira Força constante, a Força Rotativa Emergente, cuja conjugação dessas três forças provoca o
relâmpago do fogo e o poderoso som primordial (Apocalipse 4;5 e posteriormente, como que por meio de “espirros
sussurrantes” , (Jó 41;18 a 22) o poderoso e resplandecente núcleo de Luz ejeta e dispõe ao redor de Si, vinte e
oito Núcleos esféricos em seus respectivos círculos, Apocalipse 5;8) projetando-os simetricamente, como num
magnífico espetáculo pirotécnico de proporções gigantescas, elevando-se dessa forma, obliquamente e
centrifugados, os vinte e oito Núcleos esféricos em seus círculos, cujos Núcleos ficam alinhados mantendo uma
eqüidistância um do outro, em torno do poderoso núcleo central, o primeiro e o mais deslumbrante Núcleo de Luz,
61

dos quais apenas vinte e quatro Núcleos deverão propagar suas Legiões Angélicas, nos limites dos seus
respectivos círculos, (Apocalipse 4;4) cujas Legiões girarão em torno dos seus respectivos Núcleos, dentro dos
círculos, sendo que todos os Núcleos giram em torno do Núcleo Central, executando em cadeia, um vastíssimo
processo de expansão da substancialidade essencial (João 17;18), que passa a conglomerar-se, a consolidar-se e
a configurar-se, numa inimaginável diversidade, estabelecendo toda a corporalidade manifestada. (Apocalipse
7;9,13,14)
Temos ainda mais quatro Núcleos esféricos, os mais interiores de todos (Gênesis 3;24) e (Apocalipse 4;6) que não
se propagam e que guarnecem o átrio do Santo dos Santos; temos doze mais interiores com suas Legiões
Angélicas e onze mais exteriores também com suas Legiões Angélicas, perfazendo vinte e sete núcleos que
constituem o Segundo Princípio; e temos finalmente, apenas Um núcleo, também na região mais exterior, com
suas Legiões Mistas e mais densas, que formam o Terceiro Princípio, cujo núcleo principal propaga ao seu redor
doze núcleos (Apocalipse 21;12,13,14), os quais propagam mais doze mil núcleos ao redor de cada um deles,
totalizando cento e quarenta e quatro mil Núcleos (Apocalipse 7;1 a 8), que por sua vez, propagam outras
incontáveis corporalidades ou Legiões (Apocalipse 7;9). Todos os Núcleos guardam a mesma proporção material
em relação às respectivas corporalidades expandidas nos limites das suas circunscrições.

As ejeções, ou os “espirros sussurrantes”, projetaram os Núcleos esféricos do interior para o exterior, cada um por
sua vez, os quais deverão reproduzir e propagar, apenas nos limites dos seus respectivos círculos, outros
incontáveis Núcleos com suas também incontáveis Legiões. Contudo, em apenas uma das doze ejeções dos
Núcleos mais exteriores, na interação das essências, houve um inoportuno, malicioso e insubordinado propósito
de extrapolar o esplendor e os limites da configuração do Núcleo desse círculo, e então ela foi, digamos assim,
“abortada”, pois ela deveria ser semelhante às outras onze ejeções mais exteriores e jamais igual ao singular e
absolutamente diferenciado nascimento da Luz. (João 17;12)

Esse propósito de extrapolar os limites da sua natureza ou do seu esplendor e configuração do Núcleo esférico de
um dos doze círculos exteriores, provocou a contaminação de toda a sua essencialidade e de toda a enorme
corporalidade que esse Núcleo originou, razão pela qual, toda essa essencialidade e a respectiva corporalidade
das suas legiões, foi inteiramente isolada, para que fosse submetida a um processo de recuperação, regeneração
ou purificação, surgindo então, o que chamamos de uma extra-geração, onde se inclui o nosso mundo, o Sistema
Solar. Assim, toda a imensa corporalidade (ou legiões) essencial desse Núcleo, (Atos 1;18) nesse círculo, teve
que ser engendrada novamente e nela foi reintroduzida a essencialidade angélica, ou seja, a Luz, para que se
produzisse, progressivamente, numa longa, imensa e complexa cadeia evolutiva, todo esse processo de
regeneração ou purificação dessa corporalidade mista e a sua posterior reintegração à sua origem. Para que isso
fosse possível, o próprio Filho foi crucificado e posteriormente ressuscitado (recomposto), sendo então suas
essências angelicais puras, sintetizadas na Luz, reintroduzidas nessa corporalidade contaminada, que foi então
reengendrada, dando origem à extra-geração, com a qual, entretanto, não se mescla, mas age, reassumindo
imediatamente o núcleo desse círculo (Atos 1;15 a 26) e ali permanecendo como um poderoso Agente
Regenerador ou purificador, que persistirá nessa ação até um pouco antes dos tempos da consumação, até que
complete a sua missão, de purificar, ou resgatar aqueles que lhe foram entregues pelo Pai. (João 17;1 a 26)

Os vinte e oito núcleos esféricos, nos seus círculos respectivos, centrifugados e projetados obliquamente pela
Força Centrípeta e pela Força Centrífuga, são dispostos numa justaposição ou contigüidade simétrica e perfeita,
como perfeito, harmonioso e deslumbrante é todo o grandioso conjunto da maravilhosa Máquina do Mundo, cujos
Núcleos são diferenciados, a dois e dois (Eclesiástico 16;26 e 42;25), reposto inclusive o Núcleo do círculo relativo
à extra geração (Atos 1;15 a 26), cujos Núcleos resplandecem intensamente, postados em sete rodas, todas elas
imbricadas, compondo assim, o maravilhoso Arco-Íris (Ezequiel 1;28), o Arco do Altíssimo, girando todos sobre o
mesmo eixo central, portanto, no mesmo sentido e na mesma velocidade, que se reflete na translação, podendo
ocorrer, entretanto, engendrações específicas, como exceções diferenciadas nos movimentos de rotação, com
velocidades também específicas, mas permanentes ou constantes, ao redor da Singularidade Essencial, o Núcleo
Central do Universo. A conjugação de uma poderosa força de atração convergente, com outra poderosa força de
expansão, centrifugada, obliqua e divergente, com os respectivos centros coincidentes, produz, constrói ou faz
emergir, uma terceira e também poderosa força rotativa envolvente, que unificará, num só bloco (monobloco)
consolidará, modelará, e corporificará as nascentes estruturas. Trata-se da Força Rotativa Emergente, que é a
Terceira Força Constante. A conjugação perfeita e harmoniosa entre as três forças manterá todos os corpos da
estruturação, desde o início da sua formação, até todo o tempo que durarem (somente o Terceiro Princípio tem
início e fim), portanto, incluindo todas as suas transformações, quaisquer que sejam, inescapavelmente
circunscritos, num posicionamento fixo, girando em suas respectivas, pré-determinadas e diferentes órbitas ou
posições, todos num mesmo sentido, na translação, ressalvadas as exceções, na rotação, e em velocidades
absolutamente permanentes (na translação e na rotação), orbitando em torno de um eixo central comum na
translação, e estão dispostos simetricamente em ‘raios’ fixos, definidos e eqüidistantes, constituindo um único
62

bloco, ou um monobloco. (Ezequiel 1;1a28) (Salmos 148;6) e (Eclesiástico 16;26 a 28) Toda a estruturação
corpórea, tangível ou não, apreensível ou não, contida no Espaço, está representada, em síntese, no que
chamamos de Matéria. A sua fonte está na Singularidade Essencial, o Coração do Universo, a primeira e única
manifestação direta e a intermediária de toda a manifestação Divina, como um vapor da Sabedoria Divina,
(Sabedoria 7;25 a 27) ou a síntese das essências Divinas. A Singularidade Essencial e o conjunto de vinte e oito
Núcleos dispostos nos seus

respectivos círculos, ou seja, o Segundo Princípio e o Terceiro Princípio representam toda a manifestação Divina,
numa infinidade de configurações apreensíveis ou não, que concretizam e consolidam o estabelecimento da vida,
no seu sentido mais amplo e mais profundo (Colossenses 2.9). Doze desses Núcleos estão mais no interior, e
doze mais no exterior, eqüidistantes entre si, como que se “abraçando” em torno da gigantesca e poderosa
Singularidade Essencial, o Coração do Universo, (João 1;18). Nos quatro círculos mais próximos do Núcleo
Central, estão os Núcleos que são os Quatro Anjos (Apocalipse 7;1) ou os poderosos Querubins, que guardam o
Caminho para o átrio mais interior do Santo dos Santos, onde está o Anjo que subia do nascente do sol, tendo o
selo do Deus Vivo. (Apocalipse 7;2) Note-se, que os vinte e quatro círculos, com exceção do singular Núcleo de
LUZ, estão, digamos assim, na “boca” de vinte e quatro Cones, cujos vértices estão imbricados e voltados para o
exterior da gigantesca esfera, que “abraça” todo o magnífico conjunto. (Jó 41; 10 a 34) As vinte e quatro esferas,
ou os Núcleos dos vinte e quatro círculos alinhados entre si e girando em torno do primoroso Núcleo de LUZ, a
Singularidade Essencial, todas no seu intenso rodopio centrífugo, estabelecidas no alto dos seus respectivos
cones, esclarecem e elucidam em definitivo, a conjetura formulada pelo topólogo francês Henry Poincaré, no início
do século XX, a qual sugere que todas as formas da geometria podem ser reduzidas a esferas e roscas. Assim é,
de fato, apenas com a correção e a complementação: “Todas as formas da cosmometria tem suas origens na
Energia, são manifestadas pela Luz, através de esferas e roscas e também por intermédio destas, mediante uma
inversão translativa, todas elas retornarão à sua origem: a Energia”, cujo retorno ocorrerá precedido de singular
evento, inequivocamente definido em (Josué 10;12 a 14). A plenitude da vida, no seu sentido mais amplo e
profundo, é manifestada através da Luz e pela expiração (assopro) Divina, sendo recolhida pela aspiração Divina.
Os seres animados do Terceiro Princípio, a recebem pela aspiração e a devolvem pela expiração. (Salmos 18;11 a
16 - 102;26 e 104;2) (Hebreus 1;12) (Sabedoria 15;11). Podemos estabelecer que está na Força, a Vontade que
fecunda a Virgem Sophia e pronuncia a Palavra (Fiat), manifestando-se ou revelando-se na Luz que se expande
na Exalação da Vida! ou que, toda a manifestação do Pai se processa por intermédio do Filho, através de
poderosas ejeções centrifugadas e oblíquas, consolidadas pelo Espírito Santo. Toda a engendração Universal se
processa e se desenvolve com essências vivas e inteligentes, como estruturas inseridas num contexto de
evolução hierárquica bem definida, com potencialidades e dons diferenciados, porém, como membros de um só
corpo (o monobloco), nem todas elas perceptíveis e ao alcance da racionalidade, as quais se interagem contínua
e ininterruptamente, no eterno fluxo de formações e transformações e, assim como ocorre no processo de
purificação do ouro e da prata, também neste processo de purificação, restarão as escórias, as quais,
evidentemente, não serão reintegradas à essencialidade pura, mas descartadas, mediante a dissolução no
tormento da poderosa força adstringente. (Isaías 1;25,28)

Assim, para melhor compreensão, reiteramos que toda a estruturação corpórea, tangível ou intangível, ou toda a
manifestação Divina, (Revelação) contida no Universo, está circunscrita, como um só bloco, (monobloco), pela
ação conjunta das três forças fundamentais, que fazem funcionar, com a mais absoluta precisão, a maravilhosa
“Máquina do Mundo”, a saber: Força Centrípeta, que é atrativa e convergente, voltando-se para si mesma, para o
seu próprio centro, que pode ser em qualquer lugar de si própria e abraçando em 360° todo o Universo, que é
também ela mesma. Força Centrífuga, que é expansiva, oblíqua, centrifugada e divergente, exatamente oposta à
Força Centrípeta da qual se origina, ambas com os seus focos centrais coincidentes, porém, no sentido oposto, ou
inversamente proporcional. Força Rotativa Emergente que é produzida, construída ou emergente da atuação das
outras duas forças, as quais ela envolve e concilia. Esta força é rotativa e é a que modela, ou estabelece todas as
configurações e mantém a translação de todos os corpos celestes, mantendo-os coesos nos limites da sua
expansão, limitando-os e unificando o imenso monobloco. As três Forças estão uma dentro da outra e são,
realmente, uma única Força, que se desdobra e se triparte, gerando inicialmente a segunda Força, e ambas, em
conjunto, geram a terceira Força, estabelecendo uma sincronização perfeita entre a atração convergente, a
expansão oblíqua e divergente, ambas harmonizadas e unificadas pela rotação envolvente, onde todos os corpos
celestes giram em torno de um só eixo central, no mesmo sentido (translação), com exceções diferenciadas
(rotação), em velocidades permanentes e posições diferentes. Toda essa estruturação funciona, circunscrita e fixa,
sob o poder das três forças fundamentais, como um só bloco, ou um “monobloco”, a maravilhosa e Divina Rosa
Celestial, onde todos os corpos celestes estão “presos” uns aos outros, girando em órbitas fixas, mas diferentes,
todos em permanente velocidade, girando todos também sobre os seus próprios eixos individuais, submetidos
todos eles às três poderosas Forças, das quais não tem como escapar e nem como se deslocar, além das suas
órbitas, que lhes foram determinadas. Eles estão irreversível e inescapavelmente circunscritos, com os seus
63

respectivos percursos prévia e imutavelmente traçados. (Salmos 146;6) A Força Atrativa convergente, a Força
Expansiva Divergente e a Força Rotativa envolvente, são as três Forças fundamentais, constantes, únicas, na
estruturação de todo o conteúdo corpóreo, tangível, intangível, apreensível e inapreensível do Espaço Substancial
e, como conseqüência da disposição e da relação harmoniosa e perfeita entre essas três poderosas Forças, surge
a equação da perfeição, onde o UNO é o Mais, o Menos e a Conciliação ou Harmonização de Ambos !

Atos 13;41 – Vede, ó desprezadores, maravilhai-vos e desvanecei, porque eu realizo, em vossos dias, obra tal que
não crereis se alguém vo-la contar.
( ET - ER + EE = ET )
Energia Total – Energia Revelada + Energia Emergente = Energia Total
( FAC - FED + FRE = FAC )
Força Atrativa Convergente – Força Expansiva Divergente + Força Rotativa Envolvente = Força Atrativa
Convergente
( FCP – FCF + FRO = FCP )
Força Centrípeta – Força Centrífuga + Força Rotativa = Força Centrípeta
ou
(1–1+1 = 1)
ou
( DEUS – DEUS + DEUS = DEUS )

Ezequiel 1;15 a 28 - Apocalipse 4;1 a 11 - Jó 41;10 a 34 - Eclesiástico 42;24 a 26 e 43;12,13

Jeremias 31;
35 – Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia, e as leis fixas, a lua e as estrelas para a luz da noite, que
agita o mar e faz bramir as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome.
36 – Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser
uma nação diante de mim para sempre. (Salmos 146;6) (Salmos 148;6)
Jeremias 33;
64

20 – Assim diz o Senhor: Se puderdes invalidar a minha aliança com o dia e a minha aliança com a noite, de tal
modo que não haja nem dia nem noite a seu tempo,
21 – Poder-se-á também invalidar a minha aliança com Davi, meu servo, para que não tenha filho que reine no
seu trono; como também com os levitas sacerdotes, meus ministros.
25 – Assim diz o Senhor: Se a minha aliança com o dia e com a noite não permanecer, e eu não mantiver as leis
fixas dos céus e da terra,
Isaías 45; 12 – Eu fiz a terra, e criei nela o homem; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus
exércitos dei as minhas ordens.
Salmos 148; Aleluia!
1 – Louvai ao Senhor do alto dos céus, louvai-o nas alturas.
2 – Louvai-o todos os seus anjos; louvai-o todas as suas legiões celestes.
3 – Louvai-o, sol e lua; louvai-o todas as estrelas luzentes.
4 – Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão acima do firmamento.
5 – Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados.
6 – E os estabeleceu para todo o sempre: fixou-lhes uma ordem que não passará.
7 – Louvai ao Senhor da terra, monstros marinhos e abismos todos;
8 – Fogo e saraiva, neve e vapor, e ventos procelosos que lhe executam a palavra;
9 – Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros;
10 – Feras e gados, répteis e voláteis:
11 – Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juizes da terra;
12 – Rapazes e donzelas, velhos e crianças.
13 – Louvem o nome do Senhor, porque só o seu nome é excelso: a sua majestade é acima da terra e do céu.
14 – Ele exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, povo que lhe é
chegado. Aleluia!

Provérbios 9;
1- A sabedoria edificou a sua casa, lavrou as suas sete colunas.
2- Carneou os seus animais, misturou o seu vinho, e arrumou a sua mesa.
3- Já deu ordem às suas criadas, e assim convida desde as alturas da cidade:
4- Quem é simples, volte-se para aqui, aos faltos de senso diz:
5- Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que misturei.
6- Deixai os insensatos, e vivei; andai pelo caminho do entendimento.
8- Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.
9- Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência.
10- O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.

Todo o maravilhoso conjunto gira sob o mesmo e único eixo, unificadamente, sob o efeito de uma força de atração
convergente, de uma força expansiva oblíqua centrifugada divergente e de uma força rotativa envolvente, que
emerge das duas outras forças, onde apenas o posicionamento dos corpos se mantém estável, em função do que
as diferenças rotacionais entre os corpos são também uniformes e constantes, girando todo o enorme conjunto,
simetricamente, em velocidades individuais permanentes, mas em órbitas diferentes, descritas em volta do eixo
central que lhes é comum, girando também individualmente, os corpos celestes, sobre si mesmos ou sobre o
próprio eixo individual, num sincronismo perfeito, tudo num só bloco, como a maravilhosa Máquina do Mundo. O
Pai arquitetou, de Si mesmo, a Máquina do Mundo; o Filho a construiu; Ambos a sustentam e a circunscrevem por
forças opostas; o Espírito Santo a unificou, modelou, consolidou e a pilota, num rodopio perfeito e permanente,
que arredondou todas as suas formações estruturais. A ampla coesão que harmoniza, que estabelece o
sincronismo e que circunscreve a rotação do enorme conjunto, está na Força Centrípeta, que equilibra e neutraliza
a Força Centrífuga, esta última, emanada do eixo central. Essas duas forças se combatem ou se confrontam e
acarretam, como uma conseqüência, a Força Rotativa. Logo, a chamada atração gravitacional é conseqüência da
atuação das três forças. O combate ou confronto da força de contração, atrativa e convergente (Centrípeta), com a
força de expansão, oblíqua, divergente e centrifugada (Centrífuga), gera a força envolvente de Rotação. O
conjunto é que gera a atração gravitacional entre todos os corpos posto que a atração convergente gera a
expansão divergente; ambas geram a rotação, que estabelece, consolida, circunscreve e fixa a atração.

Como a Razão já deve ter percebido, pelo enunciado do parágrafo anterior, mais uma coluna da sua “Torre de
Babel” se desmorona, pois não são os corpos celestes que promovem a atração entre eles, mas sim a atuação
das três Forças conjugadas é que estabelece a atração individual de cada corpo celeste, exatamente nas
proporções compatíveis com a massa também individual (peso) de cada corpo, circunscrevendo-o sob pressão
inversa e proporcional, onde foi alocado e, conseqüentemente, criando o “campo de força” ao seu redor, ou seja, a
gravidade. Como certamente também ficou bem esclarecido, temos então as três Constantes, que fazem o
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monobloco ou a maravilhosa Máquina do Mundo funcionar como um relógio de altíssima precisão e caracteriza,
para o desespero da racionalidade arrogante, o seu determinismo absoluto e irrevogável. (Jeremias 31;35,36 e
Jeremias 33;20,21,25,26) (Jó 23;13) Além disso, a chave que os naturalistas procuram no auge do desespero,
está no fato de que essa Energia Superior tem em si mesma, a atração, a expansão e a rotação, cujas qualidades
estão no Macro e no Micro, as quais se desdobram em si mesmas, em todos e quaisquer desdobramentos das
partículas e, quando isso não for mais possível, restará a própria Energia Superior, indetectável, nas suas três
versões, a mesma “Energia Escura” dos naturalistas, ou o Tijolo Fundamental, permeando todo o Universo, onde
ocorre a sincronização produzida pela rotação da Energia sem matéria, refletida na troca de forças com a Matéria
energizada. Podemos entender, que aí estão o negativo, o positivo, e o neutro que concilia os outros dois, todos
sempre presentes na Energia. A Energia tripartida na atração, expansão e rotação, está no Macro e no Micro, em
tudo, e tudo está n’Ela, pois Ela é o próprio Tudo, cuja Energia não permite a inércia em nenhuma circunstância. O
conjunto universal, harmonioso e perfeito, certifica as palavras de Hermes Trismegisto (Tábua das Esmeraldas),
cujas palavras podemos ampliar:

“O que está ao norte é como o que está ao sul, e o que está à leste é como o que está à oeste;
o que está à nordeste é como o que está à noroeste, e o que está à sudeste é como o que está à sudoeste;
o que está por toda parte, é como o que está pela parte toda, pois Tudo é uma absoluta Unidade,
que manifesta as suas maravilhas e os seus prodígios para a contemplação dos homens”.
(Eclesiástico 17;7,8)

Neste momento, convém mencionar o cientista francês, o marquês de Laplace, que no início do século XIX
formulou a Doutrina do Determinismo Científico, fundamentada na existência de leis similares que governam tudo,
inclusive o comportamento humano.

Em contraposição à Laplace, temos a teoria do cientista alemão Werner Heisenberg, relacionada à impossibilidade
de se equacionar a posição com a velocidade das partículas, conhecida como Princípio da Incerteza, e também , a
teoria do cientista austríaco Wolfgang Pauli, que se baseando nessa “incerteza”, observou que duas partículas
semelhantes não podem existir no mesmo estado, formulando então o Princípio da Exclusão, sem o qual os
átomos entrariam em colapso, mesclando-se numa “pasta homogênea e densa”.

Diante deste cenário, e das suas próprias limitações, a Ciência optou pela prevalência dos Princípios da Incerteza
e da Exclusão, pois, aquele conceito de Laplace é mais intuitivo e escapa dos limites reducionistas do seu ícone
preferido, o “ver para crer”, o que impossibilitou a compreensão científica, de perceber que a “incerteza” e a
“exclusão” são características intrínsecas, que estão introduzidas essencialmente no determinismo permanente
das Leis da atração, da expansão e da rotação, que jamais permitem o repouso absoluto do que quer que seja: de
um grão de areia ou do Sol. Laplace estava, e está certo, pois essas Leis são eternas assim como o Universo não
tem configuração inicial, pois ele é eternamente a manifestação das Leis, que são Deus. (Unum=Pluribus=Unum)
A Ciência, finalmente pode perceber, que a “incerteza” e a “exclusão”, figuras da sua concepção e apenas partes
do seu enorme “quebra-cabeças”, podem agora ser compreendidas e transformadas em “certeza” e “inclusão”.
Mas, os cientistas não devem se inflamar em demasia, pois foi uma exacerbada inflamação, a responsável pela
ocorrência de todos os problemas e conflitos da Humanidade. É necessário saber o que fazer do conhecimento.

Convém acrescentar também, que esta “Máquina do Mundo”, viva, e cheia de vida em todas as suas
manifestações, algumas apenas do nosso conhecimento, pulsa vibrantemente, exalando um suave sussurro,
quase imperceptível, agradável, constante e uniforme, que se espalha por todos os lugares, em todas as direções,
sem incomodar ninguém. Esse sussurro se origina do seu próprio e normal funcionamento e é conhecido dos
naturalistas. Mas haverá um único dia em que não o perceberão. Será o dia imediatamente anterior à Suprema
Aurora Nascente e ao Supremo Brilho do Sol! Observem-no sempre, orando e louvando o Senhor. Poderão
perceber ainda, observando atentamente a cosmografia do Universo, porque os fótons correspondentes à luz
ultravioleta têm mais energia do que os fótons relativos às luzes das demais cores e porque somente eles podem
deslocar elétrons de uma placa metálica!

A Força Centrípeta permeia tudo no Universo, desde uma penugem (mais leve que uma pluma) que flutua no ar,
diante do nariz empinado da Razão, até toda a corporalidade tangível e intangível, existente no Universo. Ela está
contraída numa atração convergente suave no seu sentido mais extremo e não molesta essa penugem que flutua
tranqüilamente. Simultaneamente, ela também está contraída, tão poderosamente atrativa, no seu sentido mais
extremo, de forma a reter e sustentar, num grande e poderoso abraço, toda essa corporalidade universal, podendo
fazer com ela, o que o homem pode fazer com uma casca de amendoim entre os seus dedos, o que lhe faculta
diferenciar o curso de quaisquer corpos celestes, individualizando-os e imprimindo características próprias à sua
órbita e á sua rotação, seja quanto ao seu plano (inclinação), quanto ao seu sentido (direção) ou quanto à sua
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intensidade (velocidade). Essa estruturação corpórea, como já se viu, funciona como um só bloco, fixo pelo
encadeamento das três forças e girante pelo entrosamento entre elas, cujo “monobloco” pode ser deslocado como
um todo, pelo conjunto das três Forças, em qualquer direção, sem que a Razão perceba, na sua mórbida
curiosidade, qualquer oscilação, em qualquer sentido, “desnorteando” a pobre Razão, pois o norte pode passar a
ser o sul e o sul passar a ser o norte, onde seremos virados de “ponta-cabeça” sem que percebamos, continuando
a nos “nortearmos” pelas nossas bússolas e pela nossa “sábia racionalidade”, sem que ocorra a mínima oscilação
no copo d’água que está sobre a mesa! A Razão ainda não percebeu que essa é uma Força Viva, que se auto-
administra como bem entender, abraçando tudo, e a si mesma, porque ela é o Tudo. Assim, ela em si mesma,
concentra-se ou desconcentra-se na sua força atrativa, em todas as direções, ativando ou desativando pequenos
ou grandes núcleos de força isolados, ou em conjunto, com a finalidade que desejar, intensificando-se ou
reduzindo-se a extremos, em qualquer parte, isolada ou conjuntamente com outras partes, onde, como e quando
quiser, pois tudo está dentro dela mesma. Essa Força, que a Razão não consegue perceber, É o nosso Deus
Todo-Poderoso, que pode se assim o desejar, “brincar” à vontade com o monobloco da Máquina do Mundo,
como se ele fosse um lindo e engenhoso carrossel, ou apenas um pequeno “parque de diversões”, que está em
suas mãos (d’ELE, não nas suas), deslocando-o tal como uma “bola de pingue-pongue”, e a Razão, na sua
insolência e arrogância, nada notará! Ao contrário, ela estará sempre absorvida total e profundamente nos seus
conhecimentos racionais, que são desenvolvidos com objetivos focalizados nas “qualidades” que são as
características fundamentais do homem: o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera. Portanto, esses conhecimentos
não são acompanhados da sabedoria, da qual não provieram e assim sendo, os eventuais benefícios oriundos
desses conhecimentos, serão quase que invariavelmente, suplantados pelo mau uso, que deles certamente se
fará, pois eles serão aplicados nos mesmos fundamentos que lhes deram origem, estabelecendo um círculo
vicioso que se transfere de geração em geração, corrompendo e deteriorando progressivamente as estruturas da
sociedade humana. Male parta, male dilabuntur!

Optando por seguir na contramão do caminho do bom senso, a Humanidade se recusou a observar e a adotar os
ensinamentos transmitidos por meio dos profetas bíblicos e não se dedicou a trabalhar na sua descontaminação;
ao contrário, intensificou progressivamente, o agravamento da sua condição inicial, a herança transmitida pelos
primeiros pais. Os resultados aí estão, exibindo-se na “torre de babel”, no caos social em que ela se encontra
mergulhada. Ao mesmo tempo em que a Natureza se manifesta, com maior freqüência, com mais intensidade e
poder de destruição, levando o pânico a várias regiões da terra, como um prenúncio do que está por vir, também
se concretiza e se completa a profanação do santuário do Senhor, com o advento dos métodos artificiais de
concepção humana, já de uso corrente. A exposição dos arcanos da iniqüidade, por sua vez, já acelerou o seu
processo de afloramento e veremos sua rápida expansão, como “pipocas na panela”, explodindo por todos os
lados do planeta, e todos, contemplaremos as vergonhas na nudez de Oolá e Oolibá! Essa exposição do iníquo,
ostensiva, aguda, bem evidente e inequívoca, para todos, provocará a ruptura da fronteira entre a ordem já
agonizante e o caos, desatando a apostasia latente, liberando os instintos primitivos, provocando uma intensa
exacerbação das forças malignas do inimigo maior, que culminará numa disseminada e incontrolável reação em
cadeia, consolidando as condições preconizadas em (II Tessalonicenses 2;1 a 12), como o cenário anterior a
(Lucas 21;7 a 28), ao que se pode acrescentar, antes dessa dolorosa trajetória, a notável ocorrência de um
derramamento mais amplo, mais profundo e mais generoso, do Espírito Santo, (Joel 2;28,29) (Mateus 25;31 a 46)
(Atos 2;17,18) como as derradeiras cirandagens para a colheita do restante do trigo, antes que se retire
definitivamente a Luz. Tivemos a primeira grande cirandagem, e ocorreu o “descarte” das escórias das escórias
das escórias. (Eclesiástico 40;10 e (Lucas 17;27) Tivemos então, a segunda grande cirandagem, e houve o
“descarte” das escórias das escórias. (Lucas 17;28,29) Finalmente, nos encontramos às vésperas da terceira e
última grande cirandagem, e ocorrerá o “descarte” do restante das escórias. (Lucas 17;30) e (Isaías 13;19) Esta
será a derradeira “reciclagem” do “aterro sanitário” ou se preferirem, da “estação de tratamento de efluentes”.

Eis que desta feita, não se trata mais de uma linguagem que se refira a uma noção cósmica de tempo, mas sim,
de uma linha de horizonte visível pela geração humana, e não há mais o que se possa fazer, pois o cenário
fantástico do “faz-de-conta” criado e desenvolvido pela racionalidade insensata, alimentou, engordou e agigantou
a “besta-fera”, como um fermento poderoso e, no seu dorso, ela (a Razão) se assentou, cavalgando-a embriagada
nas suas fantasias. Se aí permanecer, a “besta-fera” continuará se agigantando até atingir o nível insuportável da
sua explosão; se descer ela será devorada! Está chegando a hora da “besta-fera” e daqueles que a cavalgam!
A racionalidade pragmática, assentada especialmente nos naturalistas em consórcio com os Príncipes da Terra e
com os sofistas mascarados, (Jeremias 5;26 a 31) embriagou-se, respectivamente, na vaidade, na voracidade
material sem limites, no fascínio por prêmios, honrarias, bajulações, e pelo poder através de quaisquer meios,
nutrindo a devastação dos valores éticos, como maléficos exemplos para os seus semelhantes. Assim, os
Príncipes da Terra e seus assistentes imediatos, tornaram-se cada vez mais tolerantes para com a progressiva
degradação geral, que eles mesmos geraram, pois, sem condições morais para refreá-la, mesmo porque, essa
degradação generalizada se transformava na sua própria justificação, faziam-de-conta que tomavam algumas
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providências. Os naturalistas, por sua vez, voltaram o seu olhar e a sua atenção para a lua, para os outros
planetas, para o sol e para as estrelas longínquas. Desta forma, eles concentraram o seu interesse para fora da
sua casa, o seu Planeta Terra, e para fora de si mesmos. Com isto, eles permaneceram por longo tempo e até
hoje, formulando “modelos” para todas as suas fantasias, desperdiçando tempo e vultosos recursos, e, deixando-
se conduzir pelos seus velhos inimigos (orgulho, cobiça, inveja), “esqueceram-se” de ajudar a formular um modelo
amplo e adequado de administração para a sua própria casa, que atualmente se encontra semi-destruída e
mergulhada no caos. Quanto aos astutos teomantes sofistas, exímios prestidigitadores e hábeis ilusionistas, eles
não se cansam de ministrar a teomancia e, encastelados em suas gaiolas de ouro, nos seus luxuosos
acampamentos, terão agora que tomar grandes decisões e, como diz a sabedoria popular “chutar o pau das suas
suntuosas barracas”! Estamos em pleno século santo, no qual, e nos padrões humanos, desenvolve-se a
contagem regressiva, que ecoa na obscuridade de Jacó e no entendimento de Israel! É tempo de avançar, pois eis
que vem o Senhor da videira para colher os frutos e podar os galhos infrutíferos e secos. Vem o Ceifador para a
colheita e a separação do joio e do trigo. Enquanto não desponta a aurora em Babel, continua, freneticamente,
“rolando a festa”. (Sabedoria 15;12- Mas até julgaram que a nossa vida era um divertimento, e que a maneira de
viver tinha sido destinada para o lucro, e que importava por quaisquer meios, ainda que ilícitos, adquirir cabedais)
aqui se situando também os negociantes, cobiçosos e desonestos, que se associam ao conjunto, no conluio
perverso da racionalidade, que não consegue perceber o seu próprio canibalismo! “ Nemo versus Homo Habilis
nisi Homo Habilis ipse “ (Ezequiel 16;1a63) Estamos sim, chegando ao final da história, mas um final muito mais
amplo do que imagina a racionalidade; o final da geração cósmica do Terceiro Princípio; o final melancólico de
uma história plena de iniqüidades de todos os tipos; o final de uma história que nos faz sentir vergonha e nojo de
nós mesmos! (Ezequiel 36;27,28,31,32,33) Estaremos todos retornando para nossa Casa definitiva: uns para o
Segundo Princípio, outros para o Primeiro Princípio; ou uns para as regiões resplandecentes, outros para as
regiões tenebrosas; ou ainda, uns para receber o galardão (Apoc. 22;12), o corpo de luz (Filipenses 3;20,21) que
os integrará ao Reino Angélico, outros para a diluição no tormento da tempestuosa imensidão insondável da
Energia Não Revelada; ou uns para a Luz; outros para as Trevas, mas seguramente, todos a Caminho Para o
Tudo, pois as Trevas e a Luz são a mesma coisa! Vide (Salmos 139;12) (Jó 38;17,19,20,24) e (Eclesiástico 33;12)
O processo evolutivo do ciclo cósmico do Terceiro Princípio estará concluído então outro virá, para mais uma das
eternas e consecutivas gerações cósmicas. (Eclesiastes 1;9 e 3;15). Quanto a vós outras ovelhas magras, que
recusastes participar dos festivais e das orgias das irmãs Oolá e Oolibá e que, esfomeadas, sedentas e com frio,
clamaram por justiça, eis que o dia da vossa alegria está bem próximo, e não mais tereis fome, nem sede e nem
frio, pois vos será suscitado um só Pastor e Ele mesmo vos apascentará”! (Ezequiel 34;1 a 31)

Lucas 19;
41 – Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou,
42 – E dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma ainda hoje o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos
teus olhos.
43 – Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão
o cerco;
44 – E te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra porque não reconheceste
a oportunidade da tua visitação.
II Tessalonicenses 2;
1 – Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos
exortamos
2 – A que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por
palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o dia do Senhor.
3 – Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e
seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição,
4 – O qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no
santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.
6 – E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria.
7 – Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém.
8 – Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca, e o destruirá,
pela manifestação de sua vinda.
9 – Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da
mentira.
10 – E com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem
salvos.
11 – É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira.
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As revelações espirituais foram expostas, às vezes, baseadas em similitudes ou em aproximações, (Oséias 12;10)
(João 16;25) pois não há como exprimi-las mais adequadamente, senão por uma imaginária seqüência de causas
e efeitos, aos quais há que se atribuir um momento inicial para a compreensão humana, mas, cujo início, na
verdade, nunca existiu, pois não há início e nem fim no Universo, que se existissem, seriam a mesma coisa, num
eterno, ininterrupto e imutável fluir de essências combinadas, emanadas da Essência Pura e que a esta retornam,
cujas combinações são exteriorizadas também em configurações infinitas (com exceção daquelas do Terceiro
Princípio), singulares, que jamais se repetem no seu sentido pleno, confirmando a assertiva de Heráclito, de que é
impossível alguém banhar-se duas vezes na mesma água, ao que acrescentamos, que, também esse alguém,
jamais voltará a ser o mesmo alguém, no mundo das aparências manifestadas. Assim, nos referimos ao ”EU
SOU”, que É o gerador fundamental que se auto-engendra, que se produz de si mesmo e para si mesmo, e que se
manifesta em tudo o que vemos e em tudo o que não vemos. Ele permeia e preenche tudo (Jeremias 23;24) e
sintetiza em si próprio, a essência das essências e todas as essências. Tudo está no “Eu Sou” e o “Eu Sou” está
em tudo, num infinito encadeamento de todas as equações perfeitas, todas elas incorporadas em uma única e
perfeita Equação: (1–1+1=1). Desta forma, não há que se cogitar da ocorrência da “criação”, pois, caso houvesse
a necessidade de Deus “criar” o que quer que fosse Ele não seria completo e nem perfeito. Assim, não existe e
nunca existiu a “criação”, na acepção da palavra, de absolutamente nada, pois tudo já está e sempre esteve no
Tudo, que é Deus, onde a vida está dentro da vida, determinada numa imensa cadeia de evolução progressiva,
que evolui eternamente, do macro para o micro e do micro para o macro, numa seqüência sem começo e sem fim.
Os “criacionistas” obstinados, devem verificar (Eclesiastes 1;9,10,11 e 3;14,15) e (Sabedoria 19;1 a 20), que até
os literalistas poderão entender, ainda que parcialmente. Repetimos: Deus se produz de Si próprio, por Si próprio
e para Si próprio, num infinito e contínuo fluir, e também numa infinita progressão de formações e transformações,
todas individualizadas, que não se repetem, as quais são manifestadas e retornam para Ele próprio, sem que
jamais tenha havido início e sem que jamais venha a ter fim. A Vontade fecunda a Virgem Sophia que gera o Filho
que revela o Pai através do Espírito Santo! (João 16;12 a 15)
Eclesiastes 1;
9 – O que foi, é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há pois, novo debaixo do sol.
10 – Há alguma cousa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos que foram antes de nós.
11 – Já não há lembrança das cousas que precederam; e das cousas posteriores também não haverá memória
entre os que hão de vir depois delas.
Eclesiastes 3;
11 – Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este
possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim.
15 – O que é já foi, e o que há de ser, também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou.
Sabedoria 19;
6 – Porque todas as tuas criaturas tomavam como no princípio, cada uma no seu gênero, uma nova forma,
obedecendo aos teus mandados, a fim de que os teus servos se conservassem ilesos.
7 – Porque uma nuvem fazia sombra ao seu arraial, e onde antes havia água apareceu terra seca, e no Mar
Vermelho uma passagem sem embaraço, e um campo viçoso no seu profundo abismo.
16 – E foram feridos de cegueira, como aqueles à porta do justo, quando tendo sido repentinamente cobertos de
trevas, buscava cada um a entrada da sua porta.
17 – Porque tudo isto sucede enquanto os elementos se convertem uns em outros, do mesmo modo que num
instrumento musical se muda a qualidade do som, e tudo guarda a sua harmonia; do que se pode fazer ao certo
um conceito pelo mesmo sucesso que então se viu.
18 – Porque os animais terrestres pareciam mudados em aquáticos, e os que nadavam nas águas se passavam
para a terra.
19 – O fogo, excedendo a sua virtude, se ateava no meio d’água, e esta se esquecia da natureza que tem de o
apagar.
20 – As chamas, pelo contrário, não ofenderam as carnes dos animais corruptíveis que andavam entre elas, nem
dissolviam aquele delicioso manjar, que se desfazia facilmente como o gelo. Porque em todas as cousas
engrandeceste, Senhor, ao teu povo, e o honraste, e não o desprezaste, assistindo-lhe em todo o tempo e em
todo o lugar.
I Coríntios 15;
24 – E então virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem
como toda potestade e poder.
25 – Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
26 – O último inimigo a ser destruído é a morte.
27 – Porque todas as cousas sujeitou debaixo dos seus pés. E quando diz que todas as cousas lhe estão sujeitas,
certamente exclui aquele que tudo lhe subordinou.
28 – Quando, porém, todas as cousas lhe estiverem sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará àquele
que todas as cousas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (João 17;11,21,22,23)
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11 - UM TELEGRAMA PARA A NAÇÃO RACIONAL


Trata-se de um telegrama urgente para a racionalidade, especialmente para aquelas alojadas na administração de
Babel, (os Príncipes da Terra) mercadores da corrupção, nos naturalistas científicos, mercadores de fantasias e
nos humanistas sofistas, mercadores da ilusão e da Teomancia e, muito especialmente, para os pseudo-
agnósticos ou ateus, desnorteados, aflitos, angustiados e dispersos sem rumo por toda Babel.

Obviamente, não pretendemos neste espaço, dissecar o livro “Carta a uma nação cristã”, cujo autor é o filósofo
norte-americano Sam Harris, o qual se define como ateu, mesmo porque as questões relacionadas à Theosophia
somente podem ser transmitidas de Espírito para espírito e a tarefa de persegui-las e tentar esclarecê-las também
é pessoal e intransferível. Entretanto, abordaremos mais adiante, apenas algumas dessas questões, na tentativa,
ao menos, de direcionar as observações do nosso falso ateu e também de outros que carregam consigo as
inquietudes peculiares das pessoas mais contemplativas e portadoras de uma curiosidade mais agressiva, mais
alongada, sobretudo mais profunda. Antes, porém, vamos identificar mais adequadamente, o que é realmente um
ateu e aqueles que são, assim como Sam Harris, apenas falsos ateus, pois um ateu convicto jamais afirmaria que
“tem certeza de que há verdades espirituais ou éticas a serem descobertas”. Os ateus verdadeiros, não são
aqueles que estão à procura dos conhecimentos essenciais e que não acreditam nos enfadonhos contadores de
histórias bíblicas, que são os dirigentes e sectários, das grandes redes de supermercados da fé, ou as
denominações teológicas. Ao contrário, estes é que são os verdadeiros ateus, tanto quanto aqueles que, nas
sombras, adotam astuta e maliciosamente, toda sorte de procedimentos ilícitos de Segunda a Sexta feira, diante
da expectativa de ganhar dinheiro fácil ou obter quaisquer vantagens, movidos pela cobiça, e aos sábados e
domingos, exibem-se nos templos de pedra, ou os estabelecimentos comerciais dos sofistas, utilizando as suas
máscaras de conveniência social. Estes são os lobos disfarçados de cordeiros, que sempre estão “em cima do
muro”, operando conforme os seus próprios interesses. Com a mão esquerda eles afagam carinhosamente os
seus semelhantes, enquanto na mão direita escondem um afiado punhal.

A seguir, o Homo Habilis precisa saber como ele é a imagem e semelhança de Deus e, examinando-se a si
mesmo, ele poderá saber também quem é Deus. A força ou energia que está no cérebro do Homo Habilis e se
reflete na Vontade, representa o Deus Pai. A força ou energia do coração se irradia pelas veias e engendra uma
luz que brilha nas faculdades do corpo inteiro, constituindo a força ou energia que representa o Deus Filho,
produzindo a inteligência e as habilidades. A força ou energia do cérebro, refletida na Vontade, é atrativa e se
volta para si mesma, enquanto a força ou energia do coração é expansiva e pelas veias se irradia pelo corpo
inteiro. Ambas, engendram ou fazem emergir uma terceira força ou energia, aérea e volátil, o princípio vital ou o
pneuma, que gira e se move no corpo inteiro, operando em todo o conjunto (das forças ou energias e da
inteligência e habilidades) representando o Deus Espírito Santo. Essas forças ou energias fundamentais
engendram contínua e incessantemente, o conjunto energético estabelecido nos sete círculos que envolvem
também o Homo Habilis, como auras, nas cores do vermelho ao violeta, da base ou raiz da coluna vertebral até o
topo da cabeça, onde nesta última, poderá, eventualmente, assumir a síntese de todas as cores e às vezes,
tornar-se branca e brilhante, caracterizando o apogeu, ou o estágio de uma superior evolução do Homo Habilis, o
estágio iluminado da sua grande jornada. Nesse conjunto estão inseridos, potencialmente, à vontade, o
conhecimento racional, o conhecimento essencial, e eventualmente, a sabedoria, que se manifestam ou se
expressam alternadamente, conforme as ações do senhor absoluto do Planeta Terra, o Homo Habilis,
eventualmente, o Homo Sapiens. Essa poderosa vontade adstringente gera o amargor, a angústia, o calor, o amor
e produz o som, imprimindo todas essas características que se refletem na tangibilidade, com as respectivas
potências, como conseqüências das determinações da intensa e voluntariosa atração adstringente: em Deus,
numa linguagem cósmica universal: no Homo Habilis numa linguagem cósmica pessoal, ou fragmentos do Tudo.

Assim como o Universo é um só bloco, --monobloco -- também o Homo Habilis é um indivíduo e nessa unidade,
temos as três poderosas Energias Cósmicas Universais e cultivamos as suas sete sementes, desfrutamos das
suas respectivas qualidades, conforme as nossas opções, manifestando ou expressando-as em nossas emoções
ou sentimentos e exibindo-as em nossas atitudes ou ações, durante toda a nossa vida. Esse conjunto energético,
em potência, configura as leis que estão impressas em nossa mente e em nosso coração, as nossas duas centrais
de força, ou as duas turbinas que acionam as nossas faculdades mentais e físicas, coadjuvadas e
complementadas pela ação dos pulmões, a nossa terceira turbina ou central de força. (Jeremias 31;33) Eis aí o
Homo Habilis feito à imagem e semelhança de Deus! Como tal, ele tem tudo dentro de si mesmo, nas suas
essências, incluindo, portanto, implicitamente, todas as equações, ou os pares opostos de Anaximandro; a
harmonia dos contrários dos pitagóricos; ou conforme Heráclito, a divergência e a contradição que produzem a
unidade do mundo e a sua transformação, onde tudo é Um; ou ainda a visão de Goethe, sobre a força que se
manifesta como movimentos opostos de contração e expansão e sobre a possibilidade do observador elaborar
conclusões intuitivas, relativas à forma viva como a natureza se apresenta, cujas partes convergem para o todo.
Temos como exemplos, o Amor e o Ódio, o Bem e o Mal, a Luz e as Trevas, a Verdade e a Mentira, a Coragem e
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o Medo, o Sublime e o Hediondo, a Justiça e a Injustiça, e assim infinitamente, pois sem o Um não pode haver o
Outro, e sem este não pode haver o Mais Um, que opera sob os dois, harmonizando e unificando os contrários,
estabelecendo a equação das equações: (1 - 1 + 1 = 1), ou ainda: sem a atração, não existiria a expansão e
ambas não seriam harmoniosas sem a rotação, que as concilia e unifica.

Pensadores dessa envergadura registraram suas divagações, nada mais que viagens contemplativas dos seus
espíritos, semelhantes às de Albert Einstein e Isaac Newton, apenas intuições que não lhes foram transmitidas por
nenhum outro mortal. Você não acha espantoso o fato do filósofo Sam Harris não haver discernido nada sobre as
idéias desses pensadores e encontrar-se atormentado nos labirintos dos niilistas, sem chegar a lugar nenhum?
Vamos ajudar o pobre Sam, pois na verdade não há nada de espantoso, desde que você e especialmente ele,
compreendam I Coríntios 1;26 a 29 – II Coríntios 3;13 a 16 – II Coríntios 4;3,4 e vejam a nossa insignificância
estampada em Isaías 40;12 a 28, Ezequiel 36;25 a 33 e I Coríntios 4;7. Entretanto, temos um problema a resolver,
pois como um pretenso ateu poderá compreender o sentido oculto das Escrituras, se o filósofo não compreende
os seus pares? Isto, sem falarmos de Platão (428-347 a.C), Clemente de Alexandria (150-215), Plotino (205-270),
João Escoto Erigena (810-877), Erasmo de Rotterdam (1465-1536) e Espinosa (1632-1677), todos obviamente,
inconvenientes para o Sam e também, para os astutos sofistas de plantão, que estão sempre atentos para
proteger os seus rendosos negócios: os mercados da fé e das ilusões.

O efetivo comportamento ou ação do Homo Habilis, sempre o situará em um dos dois lados ou qualidades de uma
equação e esse comportamento ou ação, atrairá para si próprio os efeitos do mesmo lado ou qualidade dessa
mesma equação, cuja ação ocorreu e sempre ocorre, por sua livre e espontânea vontade. Isto é uma Lei imutável
do Senhor do Universo, que, como está escrito, no Seu zelo, visita até a terceira e quarta geração daqueles que o
odeiam. (Êxodo 20;5) Seguindo nessa direção, o Sam que registrou suas preocupações com as crianças, e é bom
que se preocupe, deve consultar os geneticistas e ouvir deles, os conhecimentos sobre os efeitos do consumo de
drogas, do fumo, do álcool, da alimentação inadequada e das doenças adquiridas e transmitidas pelos
antepassados, sobre as gerações subseqüentes, e nessa trajetória retrospectiva, podemos retroagir até Adão e
finalmente, ao Príncipe Angélico caído, este sim, a verdadeira fonte de todos os males. Isto, sem falarmos dos
maus exemplos em geral, de incrível variedade e que, todos os dias, explodem de todas as direções, o que deverá
esclarecê-lo melhor, sob o aspecto da racionalidade. Quanto ao enfoque espiritual, onde tanto os ateus
verdadeiros como os falsos ateus são cegos e surdos, além de Êxodo 20;5, eles devem verificar também Mateus
12;33a37- Lucas 6;42a49 - Jeremias 5;1 e 7;3a7, sendo oportuno recomendar-lhes a leitura de alguns livros, os
quais estão relacionados no final deste livro, além, é claro, da Bíblia completa, pois alguns supermercados da fé
glosaram dois livros inteiros dela. Certamente, não é uma exacerbada pretensão, supor que o Sam possa
compreender e acreditar, que as suas próprias essências são organismos vivos e com autonomia para cuidar da
sua auto-preservação: as essências materiais, até os limites da sua própria e natural exaustão, pois todo o nosso
mundo material foi contaminado na sua origem e por isso mesmo, tudo nele tem começo e fim: as essências
espirituais, até os limites das suas potencialidades, despertadas pela misericórdia Divina, em ambos os casos,
com a inclusa responsabilidade do Homo Habilis, pelo uso que fizer dos talentos que lhe forem conferidos,
especialmente quando forem aplicados para orientar outras pessoas a adotar as suas idéias.

Todos os ateus, e as pessoas mais contemplativas, são convidados a nos acompanhar numa pequena e profunda
“caminhada”, mas antes de iniciá-la, todos devem abstrair-se momentaneamente da razão, dos seus preconceitos,
sobretudo, das enfadonhas histórias bíblicas contadas pelos astutos e maliciosos sofistas. Vamos à caminhada.

Em apenas uma das ejeções determinada pela Vontade e executada pela Palavra, o deslumbrante Anjo de Luz, o
Príncipe Angélico ou Anjo Trono, se insubordinou, tentou extrapolar os limites da sua configuração e os limites da
intensidade do seu brilho, conclamou sua legião angélica e quis se igualar a Deus. Ele foi contido juntamente com
a sua legião na sua circunscrição e o brilho lhe foi retirado. Tornou-se numa brasa sem o brilho da Luz e se
converteu no Príncipe das Trevas, o inimigo número um da Clara Divindade, ou o Anticristo. Mas, toda a massa da
imensa corporalidade, constituída pelas essências sintetizadas, foi irreversivelmente contaminada e à Vontade
restavam duas alternativas: manter o Príncipe insubordinado e sua legião eternamente em sua circunscrição ou
estabelecer um processo de recuperação, regeneração ou purificação, ainda que parcial, dessa imensa
corporalidade contaminada, como num sistema de reciclagem. Felizmente, foi adotada a segunda alternativa, mas,
estabelecia-se então, o início de uma longa e dolorosa batalha - Deus contra Deus - (nemo versus Deo nisi Deo
ipse) a longa trajetória evolutiva ou, a quarentena do Terceiro Princípio, onde a Vontade sabe, por antecipação,
que restarão duas partes de escórias e somente uma parte será recuperada, regenerada ou purificada. Para a
Vontade não existe o tempo e a Razão não pode mensurar a quarentena do Terceiro Princípio, assim como não
sabe quanto tempo Adão ficará imerso no sono profundo, (muitos ainda estão dormindo) na sua imensa trajetória
evolutiva, até que no seu intelecto, passem a emergir as evidências da sua espiritualidade, (a Promessa) como
conseqüência da ação do poderoso e amoroso Agente Purificador, que, pelo Seu Espírito, permanecerá, então,
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mais três dias e três noites no seio da terra. Mas, a Razão pode saber que a partir do “Nascimento” de Cristo,
iniciou-se a seqüência posterior (depois daqueles dias), e que representa os últimos tempos, quando Moisés
entregou “Jacó” para que “Josué” o convertesse em “Israel” e o introduzisse na “Terra Prometida”, pois, a Lei não
entra onde só a Graça pode entrar, o que significa que o Homem deve fazer urgentemente sua parte, cuja
orientação está impressa na sua mente e no seu coração, o que torna inescusável a inobservância destas leis,
especialmente para os que, pela racionalidade, mais se aproximaram da Sabedoria Divina. Na trajetória evolutiva
relacionada ao homem, ele se apresenta inicialmente, como uma besta-fera com todas as qualidades e os
requintes de um animal absolutamente selvagem, que, assim como toda a imensa corporalidade contaminada, --o
Terceiro Princípio inteiro -- passará pelo processo de limpeza, e, como detentor do conhecimento do bem e do mal
que é, do qual, num dado momento se apoderou, revestindo-se então, do livre-arbítrio, terá que agir, optando pela
sua regeneração e perseguindo-a com a mais persistente dedicação. Isto significa fugir do “rebanho” e procurar,
até a exaustão, a Theosophia! Essa busca é pessoal, independente, intransferível e sem intermediários.
Ressalvadas as diferenciações concernentes às suas potencialidades racionais e espirituais, todos os homens são
iguais e reúnem as mesmas condições para o acesso à regeneração, mediante as suas respectivas possibilidades
de adentrar as três formas de Unção que lhes poderão ser facultadas, compatíveis e em sintonia com as
respectivas potencialidades, ou seja: 1- Percepção espiritual da Presença do Senhor; 2-Aquisição espiritual de
Conhecimentos relativos à Sabedoria Divina; 3 – Poder (Sabedoria) para exteriorizar os Conhecimentos que lhe
foram concedidos, (frutificar na videira do Senhor) cujas formas de Unção, são cumulativas na sua eventual
progressão.

A inquietude intelectual se acha instalada em todos os homens, mais ou menos intensamente, conforme a
progressão dos conhecimentos racionais e dos espirituais, dentro das potencialidades da Razão e das
potencialidades do Espírito. Essa inquietude do intelecto, quando mais intensa, exaspera e angustia a pobre
Razão, que por si mesma, não consegue obter respostas para as complexas indagações que o seu raciocínio e
conjeturas constroem em sua mente, esta, palco do ininterrupto e intenso combate entre três poderosas forças: o
Espírito do Bem, o espírito astral e o espírito do mal. Levada ao próprio desespero, pois esse é o terminal da via
racional, a Razão se encoleriza e passa a blasfemar encorajada pelos espíritos astral e do mal, contra o Deus que
ela não conhece, no Qual finge não acreditar, mas deseja ardentemente encontrar por si mesma. Ocorre que a
opção pelo espírito astral já fora feita anteriormente pelos primeiros pais e, de partida, ainda no sono de Adão,
todos os homens ratificam essa opção e são envolvidos pelos seus atributos, que podemos sintetizar no orgulho,
na cobiça, na inveja e na cólera, com os seus respectivos desdobramentos. Esses atributos, individual ou
conjuntamente, dificultam a qualificação da Razão para a percepção espiritual da Presença do Senhor, na primeira
etapa, para o testemunho pela Fé Espiritual e, eventualmente, nas etapas posteriores, para o Conhecimento e
para o Serviço na vindima do Senhor. Essa dificuldade, contraposta a uma inquietude intelectual mais aguda, leva
a Razão ao desespero, na crista de angústias e aflições e, aqueles que não encontram a “porta”, em muitos casos,
geralmente, se autodenominam agnósticos ou ateus, mas nem sempre todos o são, verdadeiramente. Eles, de
fato, estão desesperados e ansiosos para crer, mas não conseguem, em função dos atributos que caracterizam a
racionalidade. Esse desespero da Razão pode ser notado, quando um pseudo-agnóstico faz estas afirmações:

“Só com o fim da fé se poderá erguer uma civilização global. Se há verdades espirituais ou éticas a serem
descobertas, e tenho certeza de que há, elas vão transcender os acidentes culturais e as localizações geográficas.
Falando honestamente, esse é o único fundamento sobre o qual podemos erguer uma civilização verdadeiramente
global.

Alguém acredita que se trata de um ateu? Sim, aqueles que não prestam a devida atenção ou não conseguem
entender aquilo que lêem. O que ocorre então, realmente, com ele? Por que ele se contradiz? Podemos
considerar que “os mornos” são mais problemáticos do que “os frios” e “os quentes”. Isto significa que estas duas
últimas categorias não são dissimuladas e assumem ostensivamente as posições que adotam, bem como as
responsabilidades a elas inerentes, o que não ocorre com “os mornos”, que sempre estão “em cima do muro” onde
oscilam conforme as circunstâncias e as suas conveniências imediatas, sempre relacionadas ao materialismo
racional. Na categoria dos “mornos”, estão, entre outros, os que “não entram e não deixam entrar os que estão
entrando” (Mateus 23;13), como os sofistas acampados nas denominações teológicas, que são instituições
mercantis, semelhantes às grandes redes de supermercados, as quais, maliciosa e indevidamente, se auto-
intitulam de religiões. Uma delas vai mais além: ela própria se santifica e avoca a si, a faculdade de santificar!

Com efeito, o pseudo-ateu, inteligente, culto, de aguda inquietude no seu intelecto, assim como tantos outros, mas
que ainda se encontra apenas no terreno da racionalidade, não tem o discernimento espiritual para reconhecer a
voz do verdadeiro Pastor (João10;4,5) e se baseia no ilusionismo, na prestidigitação e na escamoteação da
literalidade dos exímios sofistas, os enfadonhos contadores de fábulas, genealogias e histórias bíblicas, que
caracterizam o grande véu posto sobre a Razão (Isaías 29;9a12) (II Coríntios 3;13a16), o qual só se desvanece
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pela efetiva Unção do Espírito Santo! Assim, incorrendo no mesmo equívoco, o pseudo-ateu encalha na
literalidade da Bíblia (Mateus 13;10a12) e como se pode observar, continua perdido no deserto ... mas, ele não
deve desistir de continuar procurando. No devido tempo, ele será encontrado! Escapando do jugo da Razão,
(escravidão) ele compreenderia que essa tal de “fé” tão propalada pelas denominações teológicas, que chamamos
de fé racional, é um mero instrumento da própria Razão, que nada tem a ver com a Fé Espiritual obtida como uma
concessão, na primeira forma da Unção do Espírito Santo. A Fé Espiritual se baseia no amor fraterno, não gera
rivalidades e contendas, que produzem hostilidades extremas como tantas registradas na história da Humanidade.

É necessário examinar as origens e a história das instituições nas quais o pseudo-ateu se baseou para estruturar
os seus conceitos. Então, ele verá que o Edito de Milão de 313, instituído pelo imperador Constantino facultou a
liberdade de culto aos cristãos, que de fato, apenas liberou a organização já existente e bastante influente, ou
seja, a Igreja (Assembléia), organizada sob a tutela de uma hierarquia baseada nos “padres”, “bispos” e no “papa’.
Posteriormente, estabelecendo a supremacia política e “religiosa”, mediante a elevação formal da Igreja de Roma
a centro da cristandade, ocorreu em 325 o concílio de Nicéia convocado por Constantino, cuja Igreja, em outras
reuniões subseqüentes e semelhantes, constituiu a ortodoxia, a opinião correta sobre a doutrina cristã,
obviamente, virtude esta de propriedade exclusiva da referida Igreja, que a subtraiu do próprio Espírito Santo, que
a partir daí foi devidamente “amordaçado”. O desenvolvimento desse processo culminou no nascimento oficial da
Igreja de Roma, cuja preponderância recrudesceu as disputas entre as contraditórias interpretações das Escrituras
e esse confronto de opiniões, gerou violências contra os que essa Igreja considerava como hereges, ou seja, ela
já “nasceu oficialmente”, praticando a violência, em nome de Cristo, que paradoxalmente, pregara o amor
incondicional ao próximo.

Sobre essas bases, por incrível que pareça, os sofistas mercenários, estabeleceram o comando pleno nessa
instituição, nada mais que uma simples denominação teológica desvirtuada, e construíram o maior, mais durável e
mais poderoso império da face da terra, que governou o planeta, livre e soberanamente, em conluio com os
Príncipes da Terra, sem nenhuma oposição, por aproximadamente mil e duzentos anos, até que começaram a
surgir as contestações, geradas no próprio ventre desse império, por alguns daqueles que conheciam muito bem
os seus perversos mecanismos, embutidos nos recônditos das suas entranhas. As contestações tiveram sua
origem, também na filosofia clássica, nos fragmentos de revelações que fluíram através dos seus pensadores,
cujas idéias sempre foram objeto de estudos pelas denominações teológicas sobrevindas. Quanto ao início dos
conflitos gerados pelas contradições, talvez tenham se iniciado com o “padre” apologista Clemente de Alexandria
(150-215), que procurando compatibilizar o cristianismo e a tradição filosófica, introduziu o termo grego gnosis
(conhecimento) que caracterizaria a perfeição do cristianismo. Daí brotou o gnosticismo, que poderia ultrapassar
os frágeis limites do grande embuste chamado fé racional. O conhecimento divino (conhecimento essencial) é
incompatível com a mercancia, por isso a Igreja ou Assembléia, saiu logo no combate da indesejável pretensão de
um conhecimento superior, situado acima da fé racional, esta, o seu produto preferido, que juntamente com outro
produto da sua elaboração, o marianismo, são as suas ofertas permanentes, para exposição nas pontas das
gôndolas. Os tais sofistas fingem não saber que o Espírito Santo operou através dos profetas primitivos, sem a
necessidade de intermediários, sem especulações (os profetas ungidos fazem afirmações com base nas
revelações e não especulações baseadas nos seus próprios raciocínios) e isto se fez sem hierarquias, sem rituais
e sem a necessidade de quaisquer procedimentos exteriores, que não têm nenhuma importância. A única
exteriorização concebível é a ceia com Cristo e esta se realiza, todas as vezes que um profeta verdadeiramente
ungido (Hebreus 5;4) se reúne com seus irmãos, em qualquer data e em qualquer lugar, sem a necessidade de
quaisquer formalidades, rituais ou solenidades, para repartir com eles os conhecimentos essenciais e a sabedoria
divina, ou o pão da vida e a água viva, o conteúdo real da metáfora do pão e do vinho. Essas contestações
ganharam maior amplitude e expressão intelectual, através de Erasmo de Rotterdam por volta de 1500 e
culminaram na sua radicalização a partir de 1517, por intermédio de Martinho Lutero, provocando a grande cisão
que deu origem à formação de muitas outras denominações teológicas, as quais, ao longo do tempo, também
acabaram se desviando dos seus rumos iniciais e, praticamente, se igualaram àquela que contestaram, sem que
nenhuma delas tivesse alcançado a mesma expressão social, econômica e política da primeira, como desejavam.

O poderoso império, onde se alojaram os sofistas mais primitivos, reagiu vigorosamente às contestações e, na
mais longa reunião da história, o concílio de Trento (1545-1563), foram estabelecidas as bases da contra-reforma,
cujos fundamentos foram os seguintes: 1- crença na existência do purgatório; 2- proibição do casamento dos
“padres”; 3- devoção aos santos (que são eles mesmos e os indicados por eles) e às relíquias; 4- autoridade
infalível do “papa”; 5- valor da tradição dos “santos padres” na interpretação da Bíblia: 6- cria a Congregação do
“Santo Ofício”, que centraliza as atividades da “Santa Inquisição”, reprimindo violentamente protestantes e livres
manifestantes do humanismo renascentista; 7- cria a “Sagrada“ Congregação do Índice, que elabora o Índex
Librorum Prohibitorum (este não é “santo”), o índice de obras condenadas pela igreja católica.
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Quanto aos seus contestadores, a estratégia dos sofistas sempre consistiu em absorvê-los com as suas idéias,
sempre que isto fosse possível, evitando que sua doutrina e dogmas corressem o risco de desmoronar. Essa
absorção significava silenciar o contestador ou trazê-lo e incorporá-lo à instituição, retocando, mesclando,
glosando ou anulando suas idéias, conforme cada caso. Quando isso não fosse possível, o “Santo Ofício” e a
“Santa Inquisição” cuidavam de uma “calorosa” solução para os seus contestadores, como fizeram com o “padre”
João Huss (1369-1415) e o “padre” Giordano Bruno (1548-1600), os quais foram queimados vivos nas fogueiras
da “Santa Inquisição”.

Erasmo de Rotterdam (1465-1536) é um dos exemplos mais ilustrativos da estratégia dos sofistas. Consta que ele
era filho natural de um “padre” e também foi ordenado “padre”. Foi um homem de grande cultura na sua época e
foi também a grande oportunidade perdida pelos sofistas, de retomar o rumo correto do verdadeiro cristianismo.
Em seu trabalho “Elogio da Loucura”, ele denunciou a mediocridade e a hipocrisia, concentrando sua crítica mais
aguda na própria igreja com a sua hierarquia e as suas instituições, as discussões eternas e as sutilezas sobre o
hermetismo divino, que se utiliza do nome de Cristo -- atualmente talvez mais o nome de Maria, a rainha dos céus
(Jeremias 7;16 a 19) -- para acumular riquezas e fomentar a guerra aos supostos infiéis. Ele questionou a
existência de tantos rituais e cerimônias teatrais, que se contrapõem aos mandamentos de Cristo, centrados
apenas na prática da caridade, propondo o retorno da igreja à simplicidade do início do cristianismo, o primitivo e
autêntico. A sua orientação não deve se basear em uma teologia dogmática e especulativa, mas sim em uma ética
fundamentada na caridade e no amor ao próximo, que caracterizam o verdadeiro cristão, independentemente de
formalidades exteriores. Erasmo vai além e ataca frontalmente os costumes dos membros da hierarquia
eclesiástica, desde o “papa” até o “padre”, como contrários aos Evangelhos e condena o clero que pretende
monopolizar o conteúdo das Escrituras e que reduz a religião a rituais e manifestações exteriores, quando deveria
se ocupar da atividade ética e espiritual. Erasmo de Rotterdam, provavelmente tinha alguma fortíssima “carta na
manga”, pois além da sua alta contundência, ele colocou o dedo exatamente nas “feridas” dos sofistas e mesmo
assim, não o queimaram vivo, como era de praxe. Mas, de alguma forma eles conseguiram silenciá-lo e ainda
trazê-lo para o seu lado nas disputas com os protestantes. Erasmo não era o “bobo da corte”. Ele era o mais
genuíno produto do sórdido e falso ambiente, no qual tinha uma origem, que ao mesmo tempo em que o revoltava,
garantia-lhe a sobrevivência, mesmo com o atrevimento de libertar parcialmente, as contundentes verdades, as
quais, certamente, custariam a vida do filho de um simples “padre”. Sua procedência era a sua garantia, mas
esses mesmos laços, ao final prevaleceram no sentido oposto e desviaram o curso das suas idéias. O pai não
teve a coragem de mandar queimar vivo o próprio filho, mas o filho também não teve a coragem de denunciar e
desmascarar o próprio pai. Como sempre, na aventura da Humanidade, as verdades são soterradas no fosso da
sua História, e que Deus proteja quem eventualmente encontrá-las, desenterrá-las e tiver a coragem de exibi-las.

Todos sabem que não há como reter indefinidamente as idéias e nem como antever aquelas que irão extrapolar
os limites do seu nascedouro, em função não só do seu conteúdo, como também em virtude dos seus
desdobramentos e possíveis conexões que possam advir. Assim, surpreendendo os astutos e precavidos sofistas,
as contestações se multiplicaram, ganharam maior amplitude e, nessa progressão, Martinho Lutero (1483-1546),
“padre” da ordem dos agostinianos, radicalizou suas posições, formuladas na teologia da reforma, expostas
publicamente em 1517, gerando profundas divergências com a Igreja, acirradas com a contundência das suas
palavras: “Que crimes, que escândalos, que fornicações, estas bebedeiras, esta paixão pelo jogo, todos estes
vícios do clero! São escândalos muito graves. Mas ai, há outro mal, outra peste, incomparavelmente mais
malfazeja e mais cruel: o silêncio organizado quanto à Palavra da Verdade, ou a sua adulteração”. Não sabemos
se nessa época já havia também a pedofilia.

Desta forma, sobrepujando a sua Razão e submetendo-a ao Espírito, o pseudo-ateu compreenderia que tanto as
denominações teológicas como a filosofia e as ciências da natureza, são produtos da racionalidade e que,
portanto, os conflitos entre elas são conflitos da Razão consigo mesma. (Razão x Razão) Ele saberia mais, que
Jesus, Miguel ou Josué são a mesma pessoa, saberia que esses nomes são simples analogias referentes à
Energia Revelada, ou à Força Centrífuga – uma das três Forças que sustentam a Máquina do Mundo – e saberia
que Sua Mãe (eternamente Virgem) chama-se Sophia (Eclo.24;24) e que a Bíblia, se lhe for concedida a Unção do
Espírito Santo, (racionalidade é incapaz, pois ela não sabe nada) o ensinará sobre o Universo e sobre coisas que
a sua racionalidade não tem capacidade nem para conjeturar. Então o pseudo-ateu ficaria sabendo, também, que
a escravidão a que a Bíblia se refere, diz respeito à submissão da Razão arrogante ao Senhor deste mundo, o
Príncipe das Trevas, e este produz os atributos que a Razão devora freneticamente, dos quais deve se livrar e
entregar-se a Jesus Cristo, que fala à sua Alma pelo único Mestre, o Espírito Santo. Saberia mais, que a
conseqüência dessa “entrega” é a imersão no amor fraterno e incondicional, que livra a Razão prepotente da
verdadeira escravidão a que se submete através do orgulho, da cobiça, da inveja e da cólera. Então não se daria
ao trabalho inútil de sondar a anterioridade ao Filho, pois através d’Ele tudo o que existe foi manifestado. O “antes”
d’Ele não existe, pois Ele “nasceu” da Sabedoria Eterna, a Virgem Sophia, que pode ser chamada também, se o
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desejar, de Theosophia. Finalmente, ele olharia, num retrospecto, a história da sua (nossa) humanidade racional
e como já não mais estaria cego, (Isaías 29;18) sentiria nojo dela e de si mesmo! Eis que existem muitas pessoas
vivas e conscientes, para dizer ao pseudo-ateu, que Jesus Cristo é filho de Deus, que Ele nasceu da Virgem
Sophia e que esse homem, com ou sem barba, que os sofistas ensinam como Deus Filho, é apenas uma figura
metafórica que nunca existiu de fato, na forma humana. O FILHO de Sophia ESTÁ em todos nós, como sempre
esteve desde a fundação do mundo e estará até os tempos da consumação (I Pedro1;20), quando os que
permaneceram na Razão serão separados dos que estiverem no Espírito, como o joio e o trigo; as escórias e o
ouro; o Mal e o Bem A Razão, esteja ela onde estiver (ciências humanas ou ciências naturais) deve envidar todos
os esforços e correr em direção à Theosophia. Quem conseguir entrar, unicamente pela concessão que lhe for
conferida, desejará devolver espontaneamente a sua racionalidade, pedindo desculpas pelo mau uso e também
que a depositem no lixo. O falso ateu deve notar que a Filosofia não tem o “Teo”; que a Teologia não tem a
“Sofia”, e que a Razão não tem os dois. Ele deve procurar a THEOSOPHIA e Ela o encontrará! (Sabedoria 6;14) e
(Eclesiástico 6;18 a 37)

Por outro lado, a cultura dos pragmáticos naturalistas, baseada no empirismo lógico, limita ou reduz as suas
próprias possibilidades de ampliar e estabelecer novas concepções ou percepções mais abrangentes e flexíveis,
ao descartar presunçosamente, as faculdades intuitivas e perceptivas do pensamento puro, que não pressupõe,
não especula e que não se orienta pela exatidão cultuada pelos naturalistas, que paradoxalmente, não
conseguem encontrá-la na relação posição / velocidade das partículas e nem sequer, nos instrumentos de medida
mais elementares de que se utilizam: o metro, o peso e o relógio! mas, mesmo assim, insistem na submissão à
exatidão, que atua sobre eles próprios como um eficiente fator limitativo e reducionista. Certamente, lhes é difícil
estabelecer uma conexão entre esses fenômenos e os movimentos de contração, expansão e rotação, contínuos,
ininterruptos, que se refletem sobre tudo. A pulsação permanente do Universo vivo, vibrante e eterno.

O pensamento puro é desenvolvido e utilizado pelos pensadores livres, aqueles que não se atrelam a ninguém, a
nenhuma instituição e a nenhuma presunção, que mergulham em si mesmos, não se deixam limitar pela
arrogância da sua própria racionalidade, o que lhes permite transpor as fronteiras da sua circunscrição pessoal,
conscientes de que os seus conflitos, as suas contradições e as suas indagações mais complexas, jamais poderão
ser satisfeitos pelos seus iguais. Isto os habilita a uma possibilidade maior de intuir, perceber, assimilar e
estabelecer conexões mais amplas e mais profundas entre conceitos e eventos, que exteriorizados, sempre são
desconcertantes e inacessíveis à cultura do pensador limitado, atrelado a conceitos tradicionais, a superstições, a
conclusões de terceiros, a instituições comerciais, ou subjugado pelos atributos peculiares do Homo Habilis,
fundamentados na cobiça, no orgulho e na inveja. O livre pensador, imune aos efeitos deletérios desse perverso
conjunto que corrompe e embota os sentidos e a mente, certamente está muito mais sujeito e mais habilitado
também, a ser alcançado pelas efusões do espírito e de conhecer Sophia, que lhe abrirá o verdadeiro manancial
dos conhecimentos essenciais, inacessíveis à prepotente racionalidade pragmática e lógica.

O pensamento pragmático, empirista e lógico investiga os efeitos, em busca de um entrosamento que o conduza
às causas e a uma unidade técnica irrefutável, compatível com a percepção racional. Assim, a sua validade se
restringe à tangibilidade manifesta, posto que ela não ampara concepções improváveis, limitando-se à
circunscrição meramente racional. Essas investigações, quando relativamente bem sucedidas, resultam no
conhecimento racional, que de um lado, geralmente menor, é útil, e de outro lado, geralmente maior, é desastroso,
simplesmente porque ele não conduz à sabedoria e por isso, é mal utilizado. Havendo necessidade de exemplos,
basta que sejam examinadas as condições ambientais do Planeta, lembrar-se do holocausto, de Hiroshima e
Nagasaki, e dar uma boa olhadela na história da Humanidade como um todo, para ser bem sintético. Restará
então o constrangimento diante da nossa vergonha, da qual não temos como nos isentar. Nós todos, os humanos.

O pensamento puro, cujo exercício é praticamente um retorno à infância, mas então consciente, é uma
investigação que parte do nada em busca da unidade do Tudo, mediante profundas e persistentes escavações
nas próprias entranhas, na contemplação e na meditação, através de uma flexibilidade subjetiva que escancara
todas as portas e janelas da mente, ensejando condições múltiplas para abrigar as inspirações ou efusões
espirituais. Nessa viagem introspectiva, ocorre a abstração ou renúncia à racionalidade e o pensamento se
desvincula dos atributos negativos característicos da razão. Não há do que se orgulhar; não há cobiça de coisa
alguma; não há sentimento de inveja e muito menos raiva ou rancor do que e de quem quer que seja. Há somente
o desejo de conhecer, sobretudo de saber. Contemplado com esses tesouros, tudo o mais é restante, no que há
muito de imprestável. Ambas as correntes de pensamento tem a sua validade específica, mas são naturalmente
incompatíveis, pois a primeira tem por objetivo fundamental o sucesso material a qualquer custo, que se torna
mais valioso que o próprio conhecimento e o uso que se fizer dele. Quanto a segunda corrente, ela deseja apenas
o crescimento espiritual, que lhe permite conhecer a essencialidade original das inspirações do espírito e do nada
caminhar para o Tudo. A essência é propriedade intrínseca do Homem Habilidoso (Jeremias 31;33) (Lucas 17;21)
75

(I Coríntios 2;10a15) e encontrando-as, o que mais se poderá desejar, senão promover a Ceia com Cristo e
compartilhar ou repartir com os semelhantes o saboroso Pão e o delicioso Vinho Divinos ?! (Filipenses 1;21 a 25)
A obstinação dos naturalistas e seus adeptos, quanto ao perfeccionismo, deve ser canalizada para dentro de si
mesmos, numa viagem, onde poderão se livrar da arrogância, e buscar a exatidão do caráter, a exatidão dos
valores éticos e sobretudo, a exatidão do amor, no seu sentido correto, o amor ágape. Nessa direção, passo a
passo e progressivamente, terão que sobrevoar a racionalidade e subjugar os perversos atributos peculiares do
Homo Habilis, mencionados acima, que habitualmente orientam suas atitudes e suas ações. Nessa longa e difícil
viagem, há uma possibilidade real de o Homo Habilis encontrar-se com o Homo Sapiens e, avidamente, se deixar
absorver por ele. Neste caso, morre um (o velho homem, o habilidoso) e nasce outro (o novo homem, o sábio).
Portanto, para sair do atoleiro onde o Sam se encontra, só há um Caminho. Ele precisa encontrá-lo e para que
isso ocorra, ele precisa conhecê-La, para que Ela lhe indique o único e verdadeiro Caminho. Mas quem é Ela?

“A Sabedoria louvará a sua alma, e se honrará em Deus, e se gloriará no meio do seu povo. E abrirá a sua boca
nas Assembléias do Altíssimo, e se gloriará à vista do poder do Senhor. E será exaltada no meio do seu povo, e
será admirada na plenitude dos santos. E na multidão dos escolhidos terá louvor, e entre os benditos será bendita,
dizendo: Eu saí da boca do Altíssimo a primogênita de todas as criaturas; Eu fiz com que nascesse nos céus uma
luz que nunca falta, e como névoa cobri toda a terra; Eu habitei nos lugares mais altos, e o meu trono é sobre uma
coluna de nuvem; Eu só rodeei o giro do céu, e penetrei a profundidade do abismo; andei sobre as ondas do mar;
E estive em toda a terra, e em todo o povo; E entre todas as nações tive a primazia; E pisei com o meu poder os
corações de todos os grandes e pequenos, e em todos estes busquei o descanso, e assentarei a minha morada
na herança do Senhor. Então o Criador do Universo me deu os seus preceitos e me falou, e aquele que me criou
descansou no meu tabernáculo. E me disse: Habita em Jaco, e possui a tua herança em Israel, e lança raízes nos
meus escolhidos. Eu fui criada desde o princípio e antes dos séculos, e não deixarei de ser em toda a sucessão
das idades, e exercitei diante dele o meu ministério na morada santa. E fui assim firmada em Sião, e repousei
igualmente na cidade santificada, e em Jerusalém está o meu poder. E me vim a arraigar num povo honrado, e
nesta porção do meu Deus que é a sua herança, e na plenitude dos santos, onde se acha a minha assistência.
Crescendo me elevei como cedro no Líbano, e como cipreste no monte Sião; Eu lancei em alto os meus ramos,
como a palmeira em Cades, e como as plantas das rosas em Jericó; Eu me elevei como uma formosa oliveira nos
campos, e como o plátano nas praças à borda d’água. Difundi um cheiro como o cinamomo e o bálsamo
aromático; espalhei como mirra escolhida suavidade de cheiro. E perfumei a minha habitação como estoraque, e
gálbano, e unha odorífera, e gota, e como incenso do Líbano que não é tirado por incisão, e a minha fragrância é
como a do bálsamo sem mistura. Eu estendi os meus ramos como o terebinto, e os meus ramos são ramos de
honra e de graça. Eu como vide lancei flores de um agradável cheiro, e as minhas flores são frutos de honra e de
honestidade. Eu sou a mãe do amor formoso, e do temor, e do conhecimento, e da santa esperança. Em mim há
toda a graça do caminho e da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude. Passai-vos a mim todos os
que me cobiçais, enchei-vos dos meus frutos; Porque o meu espírito é mais doce do que o mel, e a minha herança
vence em doçura o mel e o favo. A minha memória durará por todas as gerações dos séculos. Aqueles que me
comem terão ainda fome, e os que me bebem terão ainda sede. Aquele que me ouve não será confundido, e os
que obram por mim não pecarão. Aqueles que me esclarecem terão a vida eterna. Tudo isto é o livro da vida, e o
testamento do Altíssimo, e o conhecimento da verdade. Moisés entregou a lei nos preceitos da justiça, e a herança
para a casa de Jacó, e as promessas para Israel. O Senhor prometeu a David, seu servo, que faria sair dele um
rei fortíssimo, e que se assentasse no trono de glória para sempre. Ele que difunde a sabedoria como o Phison as
suas águas, e como o Tigre nos dias dos novos frutos; Que enche o entendimento como o Eufrates, que
transborda como o Jordão no tempo da ceifa; Que envia a disciplina como luz, e que aumenta as suas águas
como o Gehon na conjunção da vindima; Ele é o que tem a primazia no cabal conhecimento da mesma sabedoria,
e o mais fraco não na poderá rastejar; Porque os seus pensamentos são mais vastos do que o mar, e os seus
conselhos mais profundos do que o grande abismo. Eu sou a sabedoria, que de mim fiz correr os rios. Eu como
um regato de água ribeira, e como aqueduto, saí do paraíso. Eu disse: Regarei as plantas do meu jardim, e fartarei
de água o fruto do meu prado. E eis aqui se fez o meu regato um caudaloso rio, e o meu rio veio a competir com
um grande mar; Porque a luz da doutrina com que a todos ilustro é como a luz da madrugada, e eu a manifestarei
por toda a sucessão dos séculos. Penetrarei todas as partes inferiores da terra, e lançarei os olhos por todos os
que dormem, e esclarecerei a todos os que esperam no Senhor. Eu espalharei ainda uma doutrina como profecia,
e deixá-la-ei aos que andam em busca da sabedoria, e não cessarei de a derramar pela descendência deles até o
século santo.Vêde que eu não trabalhei só para mim, mas para todos os que buscam a verdade”. (Eclesiástico 24)

Provérbios 1;5 – Ouça o sábio e cresça em prudência; e o entendido adquira habilidade, 6 – Para entender
provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios. 7 – O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os
loucos desprezam a sabedoria e o ensino. Sabedoria 6;14 – Ela se antecipa aos que a cobiçam, de tal sorte que
se lhes patenteia primeiro. 15 – Aquele que vigia desde a manhã para a possuir não terá trabalho porque ele a
achará assentada à sua porta.
76

12 - O LIVRE ARBÍTRIO DA RAZÃO E A OBRA PRIMA DA RAZÃO

Poema: A Máquina do Mundo


Autor: Carlos Drummond de Andrade
1 17
E como eu palmilhasse vagamente As mais soberbas pontes e edifícios,
Uma estrada de Minas, pedregosa, o que nas oficinas se elabora,
E no fecho da tarde um sino rouco o que pensado foi e logo atinge
2 18
se misturasse ao som de meus sapatos distância superior ao pensamento,
que era pausado e seco; e aves pairassem os recursos da terra dominados,
no céu de chumbo, e suas formas pretas e as paixões e os impulsos e os tormentos
3 19
lentamente se fossem diluindo e tudo que define o ser terrestre
na escuridão maior, vinda dos montes ou se prolonga até nos animais
e de meu próprio ser desenganado, e chega às plantas para se embeber
4 20
a máquina do mundo se entreabriu no sono rancoroso dos minérios,
para quem de a romper já se esquivava dá volta ao mundo e torna a se engolfar
e só de o ter pensado se carpia. na estranha ordem geométrica de tudo,
5 21
Abriu-se a majestosa e circunspecta, e o absurdo original e seus enigmas,
sem emitir um som que fosse impuro suas verdades altas mais que tantos
nem um clarão maior que o tolerável monumentos erguidos à verdade;
6 22
pelas pupilas gastas na inspeção e a memória dos deuses, e o solene
contínua e dolorosa do deserto, sentimento de morte, que floresce
e pela mente exausta de mentar no caule da existência mais gloriosa,
7 23
toda uma realidade que transcende tudo se apresentou nesse relance
a própria imagem sua debuxada e me chamou para seu reino augusto,
no rosto do mistério, nos abismos. Afinal submetido à vista humana.
8 24
Abriu-se em calma pura, e convidando Mas, como eu relutasse em responder
quantos sentidos e intuições restavam a tal apelo assim maravilhoso,
a quem de os ter suado os já perdera pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,
9 25
e nem desejaria recobrá-los, a esperança mais mínima esse anelo
se em vão e para sempre repetimos de ver desvanecida a treva espessa
os mesmos sem roteiro tristes périplos, que entre os raios do sol ainda se filtra;
10 26
convidando-os a todos, em coorte, como defuntas crenças convocadas
a se aplicarem sobre o pasto inédito presto e fremente não se produzissem
da natureza mítica das coisas, a de novo tingir a neutra face
11 27
assim me disse, embora voz alguma que vou pelos caminhos demonstrando,
ou sopro ou eco ou simples percussão e como se outro ser, não mais aquele
atestasse que alguém, sobre a montanha, habitante de mim há tantos anos,
12 28
a outro alguém, soturno e miserável, passasse a comandar minha vontade
em colóquio se estava dirigindo: que, já de si volúvel, se cerrava
“O que procuraste em ti ou fora de semelhante a essas flores reticentes
13 29
teu ser restrito e nunca se mostrou, em si mesmas abertas e fechadas;
mesmo afetando dar-se ou se rendendo, como se um Dom tardio já não fora
e a cada instante mais se retraindo, apetecível, antes despiciendo,
14 30
olha, repara, ausculta: essa riqueza baixei os olhos, incurioso, lasso,
sobrante a toda pérola, essa ciência desdenhando colher a coisa oferta
sublime e formidável, mas hermética, que se abria gratuita a meu engenho.
77

15 31
essa total explicação da vida, A treva mais estrita já pousara
esse nexo primeiro e singular, sobre a estrada de Minas, pedregosa,
que nem concebes mais, pois tão esquivo e a máquina do mundo, repelida,
16 32
se revelou ante a pesquisa ardente se foi miudamente recompondo,
em que te consumiste... vê, contempla, enquanto eu, avaliando o que perdera,
abre teu peito para agasalhá-lo”. Seguia vagaroso, de mãos pensas.

Obs. – “A Máquina do Mundo” foi considerado e eleito, como o melhor poema brasileiro de todos os
tempos, numa enquete publicada no suplemento “Mais!” do Jornal Folha de São Paulo datado de 02-01-2000, a
cuja informação, assim como ao próprio poema, tivemos acesso, involuntário, somente em 27-10-2002.

Assim como o grande Poeta, também havíamos desembarcado, pacificamente, no completo agnosticismo, e ainda
com muito cansaço, desilusão e muito “enjôo” no estômago, recolhendo-nos a uma existência simples, afastada
dos grandes aglomerados humanos, numa pequenina cidade de Minas. E, assim como ocorreu com Drummond,
eis que a partir de quatro de julho de dois mil e dois, em fragmentos intermitentes, com maior intensidade no curso
de exatamente duas semanas consecutivas, se nos abriu a “Máquina do Mundo” e, ao contrário do nosso Poeta,
agarramos a oferta com “unhas e dentes”, ainda que perplexos e aturdidos, pela avalanche de efusões espirituais
que desabavam sobre nossa Alma, sem que pudéssemos, de imediato, compreender a sua profundidade e
abrangência, menos ainda, a sua extraordinária magnitude. Aos poucos fomo-nos recompondo, “ruminando”
essas efusões, que continuaram a fluir, sempre em fragmentos, no decorrer dos anos seguintes, e fazendo
anotações, com receio de esquecê-las ou de não conseguir concatenar as idéias e dar um sentido a elas,
especialmente para a nossa própria compreensão, e que acabaram resultando na estruturação deste trabalho. A
nossa decisão, oposta à de Drummond, certamente nos exigiu muito menor esforço, consideradas ambas as
circunstâncias, também opostas, onde, naquela que nos diz respeito, nada tínhamos a perder, ao menos pela
ótica da Razão, e, portanto, muito pouco ou quase nada havia a que devêssemos renunciar, o que reduz o nosso
mérito – se é que pudesse existir algum mérito – também a nada! Resta-nos, então, I Coríntios 1;26 a 29).

Louvado seja o Senhor Deus misericordioso, que nos concedeu esta glória, à qual, por méritos próprios, nunca
fizemos e jamais faremos por merecer. Ao Senhor meu Deus misericordioso, ao meu Senhor Jesus Cristo, o meu
Sumo Sacerdote e Sumo Pastor e ao Espírito Santo, o meu Mestre, sejam todas as Graças, todos os Louvores e
toda a Glória. Amém. Pela Graça, saímos da tenebrosa “caverna”, e assim, estamos repartindo, indistintamente,
com nossos semelhantes, o “Pão da Vida” e a “Água Viva”, que recebemos gratuitamente, para que todos nós
participemos da “Santa Ceia do Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Eis que a nossa caminhada em peregrinação pelo deserto está chegando ao fim e já nos aproximamos do Mar
Vermelho. Sobre os nossos inimigos está posta uma carregada noite, imagem das trevas que lhes há de sobrevir.
Mas, quanto a nós, tivemos por guia de um caminho em que não éramos práticos, uma coluna ardente de fogo e
nos foi dado um sol sem dano de boa hospedagem, e pelo correr do dia, uma nuvem fazia sombra ao nosso
arraial, e onde antes havia água apareceu terra seca, e no Mar Vermelho uma passagem sem embaraço, e um
campo viçoso no seu profundo abismo. Protegidos pelo Senhor, contemplando as suas maravilhas e os seus
prodígios, louvando-O e glorificando-O, lancemo-nos pela passagem que se nos oferece e atravessemos o Mar
Vermelho, rumo aos belos “campos verdejantes” e aos preciosos mananciais da “água-viva”, pois o Senhor nunca
interrompeu as suas atividades e o derramamento do Seu Espírito não se restringiu somente ao passado
longínquo, bastando que atentemos para o que está escrito:
Atos 2;
16 – Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel:
17 – E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos;
18 – Até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias e profetizarão.
Ezequiel 3;
27 – Mas quando eu falar contigo, darei que fale a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir
ouça, e quem deixar de ouvir, deixe; porque são casa rebelde.

É tempo de avançar, já se prenuncia o rompimento da Aurora. Estejamos todos despertos, para que possamos
contemplar a LUZ da Brilhante Estrela da Manhã e aguardar o SOL que iluminará nossos corações!

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO


78

13 - A ODISSÉIA DO HOMO HABILIS

Partindo do pressuposto de que houve um início, teríamos que descrevê-lo hipoteticamente, valendo-nos,
entretanto, de ingredientes que não são hipotéticos.

Ele, a Mente Eterna, estava preenchendo toda a imensa esfera do Espaço estático, com a sua imensa sombra
inteiramente permeada pela energia atrativa, na sua poderosa adstringência. Com Ele estavam, então, somente
suas duas companheiras inseparáveis: a Vontade Eterna e a Sabedoria, e em suas essências, os seus Sete
Espíritos ou sete sementes potenciais, aguardando suas ordens. Este é o reino tenebroso, o Primeiro Princípio,
onde não há mais nada, senão apenas Ele, fechado e voltado para Si mesmo. Ele É o TUDO!

Eis que Ele acionou a Vontade e esta clamou por Sophia, a Sua Arquiteta (Provérbios 8;30), que então, juntas,
começaram a esquadrejar e a circular as imensidões do Espaço, definindo os contornos do arcabouço das Suas
manifestações (Provérbios 8;22 a 29), potencializadas pela Vontade e depositadas nas mãos de Sophia.

Então, a Vontade atraiu os Sete Espíritos, fecundou a Virgem Sophia que gerou o esplendoroso Filho amado e
Lhe entregou os tesouros da Theosophia. E o esplendor do Filho prevaleceu sobre as trevas e iluminou as
imensidões da Mente Eterna!

Esquadrejadas e circuladas as imensidões insondáveis, foram estabelecidas vinte e oito regiões celestiais e ali
foram alojados os quatro Querubins e os vinte e quatro Príncipes Angélicos, todos nos seus respectivos círculos:
aqueles, nas quatro extremidades do átrio do Santo dos Santos, como Sentinelas e estes, nas amplidões do
Espaço, para a expansão das suas legiões celestiais, nas suas respectivas circunscrições. Estabeleceu-se então,
o reino angélico, o Segundo Princípio.

Todos os Príncipes Angélicos tinham em suas essências, imanentes, todas as informações para o seu
posicionamento, quanto ao local, quanto à sua envergadura e quanto ao grau do seu esplendor, cabendo-lhes
posicionar a seu critério, as suas respectivas legiões angelicais nos seus espaços reservados, e vinte e três deles
obedeceram e seguiram à risca as suas instruções. Apenas UM deles não o fez! Envaidecido pela sua beleza e
poder, assumiu furiosamente maior envergadura e tomado pela cobiça e pela inveja do Filho, pretendeu
ultrapassar os limites da sua circunscrição e alcançar maior esplendor e mais poder, convocando suas legiões que
o acompanharam na insana empreitada. Mas na Mente Eterna está a poderosa energia atrativa e adstringente,
que abraça tudo, permeia tudo, está em tudo e tudo está nela e, mediante uma poderosa e imensurável
compressão, o Príncipe Angélico insubordinado e rebelde foi rapidamente confinado juntamente com suas legiões,
quando foi retirado o seu esplendor e ele foi circunscrito no seu reino infernal, ou seja, o Terceiro Princípio.

A poderosa compressão conglomerou toda a “massa” irreversivelmente contaminada pela ação do Príncipe
insubordinado, tornando-a mais densa, num imenso bloco fumegante, mal cheiroso e sem brilho. Todas as
manifestações que integravam as essências dessa corporalidade foram afetadas pela intensa contaminação e o
próprio Filho teve que assumir o núcleo do Terceiro Princípio e iniciar um longo e doloroso processo de
regeneração ou purificação dessa corporalidade, que a partir dessa intervenção, passou a ter uma constituição
mista: essência pura, essência natural específica e essência contaminada, que se traduzem respectivamente, no
Espírito Angélico, Espírito Astral e Espírito Infernal. Além disso, o Terceiro Princípio tem, de fato, um início e,
portanto, terá um fim, estabelecendo-se para ele uma trajetória evolutiva a ser descrita num elemento também
específico chamado tempo, um atributo que lhe é peculiar e exclusivo. No Terceiro Princípio estão todas as
galáxias com todos os seus integrantes, incluindo, portanto, a Via Láctea, com o Sistema Solar e o Planeta Terra,
onde se encontra o Homo Habilis que descreverá a sua evolução, assim como todo esse imenso conjunto. Essa
evolução é a grande maratona, ou a quarentena, para a desinfecção de tudo o que for possível e ela se
desenvolve entre o desenrolar ou expiração e o enrolar ou aspiração do poderoso Agente Purificador, cujo
período, do desenrolar (Isaías 40;22) para o enrolar (Hebreus1;12) (Jeremias 23;19,20) (Provérbios1;27) ou da
expiração para a aspiração, pode ser chamado de geração cósmica. Podemos compreender, portanto, porque o
Terceiro Princípio inteiro equivale ao aterro sanitário, ou à estação de tratamento de efluentes do Universo, onde
estamos para sermos desinfetados, purificados e limpos, e podermos então retornar para nossa Casa definitiva.

Todas as manifestações da Mente Eterna têm em suas essências, todas as informações e as instruções
necessárias, dentro de uma hierarquia perfeita, com grande diversidade, quanto à envergadura, autonomia, poder,
cores, sabores, aromas e uma infinidade de características próprias, para que os desígnios da Mente Eterna
sejam devidamente observados e cumpridos. O Homo Habilis, no que lhe concerne, conhece isso perfeitamente,
assim como conhece grande parte de tudo o que o rodeia e do que observa. Conhece, mas não sabe!
79

Devido à contaminação das suas essências, o Homo Habilis tem dentro de si, três poderosas forças, que em
igualdade de condições, disputam a sua preferência: de um lado a força do Bem ou o Espírito Angélico que o
estimula a praticar as boas ações; no centro, a força da Natureza ou o Espírito Astral, que o convida a gozar a
vida, livremente, com todos os seus deleites; do outro lado a força do Mal ou o Espírito Infernal que o convida a
praticar as más ações para obter vantagens materiais. Essas forças estão nas “três vozes” que sussurram na
mente do Homo Habilis em todos os momentos da sua lucidez e às vezes, até quando ele está dormindo.

Sob os efeitos dessa poderosa tricotomia energética, debate-se, cambaleante, o pobre Homo Habilis, aflito,
desesperado, tropeçando e caindo aqui, levantando-se ali, cedendo ora a uma ora a outra dessas forças, até que,
progressivamente, acabará se definindo por uma delas. Aliás, ao final, ele se defrontará apenas com duas delas,
posto que o comando do Espírito Astral o conduzirá forçosamente ao comando do Espírito Infernal que sempre
assume e reúne os dois comandos, pois as duas bestas sempre acabam se unindo. Os vitoriosos, uma parte,
magros, feridos e desfigurados pelas batalhas desiguais, mas que permaneceram com resignação, paciência e
perseverança sob o comando do Filho (o seu único Pastor) e optaram pela porta mais estreita, a que conduz ao
Reino Angélico, no tempo previsto, suas Almas retornarão ao mistério do centrum naturae no amor da Segunda
Mãe. Essas Almas, regeneradas, perdem a parte da essência infernal e se completam com a essência angelical,
que lhes conferem corpos angelicais, os galardões. Então elas se incorporam à legião de Anjos, ou ao rebanho de
“ovelhas” do único Pastor, para a Vida Eterna! Quanto às outras duas partes reunidas -- 66,6% -- suas Almas
também retornarão ao mistério do centrum naturae, como na Primeira Mãe, mas como não conseguiram escapar
do jugo dos atributos da besta que surge da terra e da besta que emerge do mar, perdem a parte da essência
angelical e se completam com a essência infernal, perdem também a corporalidade e são dissolvidas, entrando
para a câmara de tortura, das quatro primeiras forças da natureza eterna, constituídas da mesma essência
infernal: a adstringência, o amargor, a angústia e o calor. A Razão, ou o velho homem, deve compreender que no
centrum naturae angelical está o Filho, o coração de Deus. No centrum naturae terrestre se encontra o homem. O
centrum naturae infernal não é Deus, mas está no Tudo, que é o não fundamento em si mesmo, mas é ele, o Tudo
inominável, (Deus) que gera, que produz ou que dá origem ao fundamento. Eis o Não e o Sim! O fundamento é a
lápidi-philosophorum, ou a pedra angular rejeitada ou o Nosso Senhor Jesus Cristo! O demônio desprezou a
essencialidade celeste e inflamou a mãe natureza ou o centrum naturae no Primeiro Princípio, tornando todas as
coisas corpóreas, as quais Deus juntou tudo num só amálgama ou corporalidade então contaminada. Esse
amálgama recebeu a essência angélica do Filho no seu poderoso olhar, mas Este permaneceu oculto aos olhos
do demônio e só se manifesta ao novo homem, a partir do seu novo nascimento.

Estabelecido o “marco zero” da geração cósmica, quando o Filho, moído e martirizado, assumiu o núcleo do
Terceiro Princípio e lançou o seu poderoso olhar para toda aquela imensa corporalidade contaminada, iniciou-se a
contagem do tempo para a grande maratona da evolução de tudo o que constitui o Terceiro Princípio, cuja
corporalidade foi reconcebida, mas então mesclada pelos Espíritos do Bem, Astral e Infernal. Estava lançada uma
geração cósmica com uma duração predeterminada de “N’lhões” de anos, e bem próxima ao final dos quais, os
últimos serão os primeiros a "saber", em cujo período nos encontramos. Nós somos os últimos, por isso sabemos!
(vide Isaías 42;9 - Amós 3;7 - Jeremias 23;20) e isto está previsto nas Escrituras, que antecipam o derramamento
mais amplo e generoso do Espírito Santo e o recrudescimento da atuação do demônio, nos últimos tempos.
.
Não há como imaginar o Homo Habilis nesse início da geração cósmica, senão apenas como essência ou
semente, num processo evolutivo, da gestação ao desenvolvimento em N-lhões de anos, ao lado de tudo o que se
consegue ver e de tudo o que não se consegue ver.
Sabedoria 19;
1 – Mas sobre os ímpios até o fim veio a ira de Deus sem misericórdia. Porque ele também sabia de antemão o
que lhes tinha de acontecer;
5 – E para que ao mesmo tempo tivesse o teu povo um miraculoso trânsito, e eles achassem um novo gênero de
morte,
6-Porque todas as tuas criaturas tomavam como no princípio, cada uma no seu gênero, uma nova forma,
obedecendo aos teus mandados, a fim de que os teus servos se conservassem ilesos.
7- Porque uma nuvem fazia sombra ao seu arraial, e onde antes havia água apareceu terra seca, e no Mar
Vermelho uma passagem sem embaraço, e um campo viçoso no seu profundo abismo.
16- E foram feridos de cegueira, como aqueles à porta do justo, quando tendo sido repentinamente cobertos de
trevas, buscava cada um a entrada da sua porta.
17- Porque tudo isto sucede enquanto os elementos se convertem uns em outros, do mesmo modo que num
instrumento musical se muda a qualidade do som, e tudo guarda a sua harmonia; do que se pode fazer ao certo
um conceito pelo mesmo sucesso que então se viu.
18- Porque os animais terrestres pareciam mudados em aquáticos, e os que nadavam nas águas se passavam
para a terra.
80

19- O fogo, excedendo a sua virtude, se ateava no meio d’água, e esta se esquecia da natureza que tem de o
apagar.
20- As chamas, pelo contrário, não ofenderam as carnes dos animais corruptíveis que andavam entre elas, nem
dissolviam aquele delicioso manjar, que se desfazia facilmente como o gelo. Porque em todas as cousas
engrandeceste, Senhor, ao teu povo, e o honraste, e não o desprezaste, assistindo-lhe em todo o tempo e em
todo o lugar.

Mas, a partir de certo momento, depois de duas grandes retiradas de escórias, já próximo do final da grande
maratona, abrem-se os olhos da Besta-Fera primitiva e ela adentra a fase inicial do Homo Habilis, que é o seu
último estágio, na sua evolução racional. A partir daí ele se apoderou da liberdade, obteve a racionalidade,
passando a ter o discernimento progressivo sobre as três poderosas forças que orientam suas ações e pleno
conhecimento das suas responsabilidades. O tempo da sua ignorância se esgotou, (Atos17;30) e (João 15;22)
pois das trevas ele passou para a penumbra e agora se encontra na fase da luz, quando sua racionalidade atinge
o seu apogeu. Doravante, suas palavras, seu comportamento, suas atitudes, suas ações e suas obras irão para a
“balança” e a ele será conferido exatamente o que ele mesmo, espontaneamente, atraiu para si próprio.

Como foi a trajetória do Homo Habilis (da Humanidade) a partir do esgotamento do seu tempo de ignorância?
Vamos embarcar numa pequena e parcial viagem retrospectiva, seguindo até onde for possível alcançar alguns
registros dessa história, apesar das dúvidas que certamente surgirão, pois esses registros foram feitos pelo
próprio Homo Habilis. E nós nos conhecemos muito bem.

A viagem, sob a ótica do Homo Habilis naturalista, retrocede até a sua concepção de que os seres humanos têm a
mesma estrutura anatômica básica e constituição genética semelhante à dos grandes símios (chimpanzés e
gorilas), considerando que tais condições teriam sido herdadas de um ancestral comum, que teria vivido há cerca
de 10 milhões de anos atrás.

As mudanças ambientais aliadas a fatores desconhecidos teriam estimulado, que seres humanos e símios
seguissem caminhos evolutivos diferentes, divergentes após 5 a 8 milhões de anos decorridos numa vida então
associada, da qual não fazem comentários, ficando embutida nos fatores desconhecidos.

O gênero humano conhecido hoje, no curso dos tempos, teria mantido algumas características e mudado outras
herdadas do suposto ancestral comum, assim como, presumivelmente, deve ter ocorrido com os símios. Uma das
mudanças teria sido o bipedalismo (andar ereto), que se considera confirmada pelo encontro do esqueleto de Lucy
na Etiópia, que teria ocorrido há cerca de 3,4 milhões de anos e logo depois, através da descoberta de pegadas
preservadas por cinzas vulcânicas, concluiu-se que os ancestrais do homem já viviam em núcleos familiares há
3,8 milhões de anos. Esses fósseis combinavam características simiescas com traços humanos e teriam vivido na
África até cerca de 1,7 milhões de anos.

Entretanto, um ancestral comum para símios e humanos ainda não foi descoberto ou reconhecido em um registro
fóssil, mas supõe-se que as características simiescas foram se afastando e cedendo espaço às características
humanas num período anterior a 2 milhões de anos. Essas são as conjeturas ou especulações do próprio Homo
Habilis sobre as suas supostas origens.

Ora, as manifestações engendradas pelas três poderosas energias fundamentais (atrativa, expansiva e rotativa)
derivam dos sete espíritos, ou essências ou sementes do PAI e essas manifestações são individuais e específicas
na sua origem. Cada uma no seu gênero, como se viu acima. O enunciado

Gênesis 6;
1 – Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas,
2 – Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre
todas, mais lhes agradaram.
4 – Ora naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas
dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade.

indica que essas sementes foram direcionadas para matrizes desenvolvidas especificamente para recebê-las e
propagá-las, não havendo, portanto, uma mesclagem aleatória de gêneros, como se supõe. A seqüência desse
enunciado evidencia que, cumprido o desígnio do estabelecimento da base evolutiva do Homo Habilis, executou-
se a primeira grande limpeza das escórias, através do dilúvio. Esse é o curso da purificação do gênero humano,
que teve a segunda grande limpeza (Sodoma e Gomorra) e já se aproxima da terceira e última cirandagem. Noé e
sua família, selecionados, -- porque reconheço que tens sido justo diante de Mim no meio desta geração
81

(Gênesis 7;1) -- simbolizam a primeira estrutura familiar do Homo Habilis que, progressivamente, povoou e
dominou todo o Planeta Terra. Como disse Einstein, o expoente maior dos naturalistas, “Deus não joga dados”.

Assim, fica descaracterizada e sem sentido a suposta árvore genealógica do gênero humano, que parte de um
ponto comum e estabelece linhagens divergentes para os grandes símios e os humanos, com o seu
desenvolvimento inicial pela África, Europa e Ásia. Contudo, a crença racional no efetivo conhecimento da origem
do Homo Habilis, nada de útil acrescenta ao seu intelecto. Mais proveitoso teria sido se ele tivesse estudado a sua
própria trajetória evolutiva, de forma constante e ao longo do tempo, evitando a repetição de tantos erros na
história da Humanidade, que nos causam tanta vergonha de nós mesmos.

Por outro lado, desconsideradas as especulações da racionalidade, cuja história real, por si só, invalida a sua
pretensiosa auto-classificação como Homo Sapiens, consideramos que o apogeu da evolução humana se
estabelece no Homo Habilis, que iniciou a fabricação de utensílios para uso deliberado em atividades diversas,
cuja habilidade evoluiu lenta e progressivamente em direção ao atual estágio tecnológico. A ultrapassagem da
fronteira do Homo Habilis para o Homo Sapiens implica na possibilidade de transcender a própria racionalidade e
no conseqüente ingresso na região da espiritualidade, onde se opera exclusivamente com elementos intuitivos e
improváveis, que povoam as mentes contemplativas. Isto está acima da capacidade natural do Homo Habilis,
posto que, a ultrapassagem sobre os limites da racionalidade, apenas se estabelece após o glorioso encontro com
Sophia, que somente se apresenta com autorização da energia atrativa, atuação da energia expansiva e
comunicação da energia rotativa. Assim, por este único e exclusivo caminho, o Homo Habilis poderá adentrar a
Theosophia e assumir efetivamente a condição de Homo Sapiens. Ato contínuo, num olhar retrospectivo, ele
sentirá vergonha de si mesmo e do seu gênero, cuja história, mesmo que ainda parcial e maliciosamente oculta,
certamente lhe causará intensas náuseas estomacais. Integramos o lixo do Universo, em processo de reciclagem.

Alcançado o estágio evolutivo que lhe confere o status de Homo Habilis, a Besta-Fera primitiva não conseguiu se
livrar da sua ferocidade e da sua insensatez. Assim, o desenvolvimento das suas habilidades na fabricação de
utensílios, ferramentas e armas, o conduziu a se utilizar destas últimas, para estabelecer a liderança entre os seus
iguais, para se apossar do que desejasse, para caçar suas presas para o sustento familiar ou somente para se
divertir, ainda que acarretasse a extinção de algumas espécies e finalmente, para usá-las no extermínio dos seus
próprios semelhantes, nas guerras para se apropriar de novos territórios com suas riquezas ou para lhes impor os
seus interesses e as suas convicções políticas, sociais, econômicas, ou ainda simples crenças e superstições
condizentes com a sua ignorância. Além disso, o “progresso” mediante o avanço da “tecnologia” de que tanto ele
se orgulha, ao lado da deterioração dos valores éticos que ele finge não perceber, custou a degradação do meio
ambiente e a perda da noção do Bem, ou seja, a destruição física e moral da sua própria casa: o Planeta Terra!

Vejamos uma considerável parte da história da Humanidade e apreciemos como o Homo Habilis administra a sua
Casa (o Planeta Terra) e como se utiliza das suas habilidades e dos produtos de sua fabricação, para avaliarmos
o seu grau de “sabedoria”, posto que ele mesmo se auto denomina Homo Sapiens!

O Mar de Aral, na Ásia Central, era um grande lago de água salgada localizado entre o Cazaquistão e o
Uzbequistão, em torno do qual girava a economia e a vida dessas duas nações e de mais algumas ex-repúblicas
soviéticas, envolvendo cerca de 55 milhões de pessoas. Na década de 1951/1960 a sua superfície era de 68.000
km2, equivalente à dos Estados do Rio de Janeiro e Alagoas somados. Atualmente a sua superfície está reduzida
a 10% do total e a sua extinção é iminente e irreversível, segundo os especialistas. Os soviéticos decidiram
desenvolver a agricultura em substituição à pesca e para isso, desviaram dois rios que desembocavam no Mar de
Aral, para irrigar as plantações. O desaparecimento das águas e os pesticidas liquidaram com a flora e a fauna
que circundavam o Mar de Aral e essa destruição da natureza incidiu como o efeito dominó sobre a população. A
indústria pesqueira desabou, pois ficou sem água e sem os peixes. Sem indústria, foram-se os empregos. Quase
sem empregos, a renda per capita também desabou, aumentando a pobreza, que provocou o crescimento de
doenças próprias da miséria. Além disso, a contaminação por agrotóxicos e pelo sal (a salinidade triplicou)
provocou epidemias, com a ocorrência de câncer, tuberculose, asma e outras doenças respiratórias, cujos efeitos,
entre outros, se refletem na morte, antes de completar um ano de vida, de uma em cada nove crianças, e na
constatação de que a maior parte das gestantes sofre de anemia. Os moradores das margens do Mar ficaram a
quilômetros de distância da água e a salinidade triplicada, associada com a areia nas freqüentes tempestades,
colocam-nos no confinamento domiciliar por vários dias seguidos. Vivem a angústia do desmoronamento total.

A Guerra representa outra atividade muito apreciada pela Besta-Fera. Vejamos o seu desenvolvimento no curso
da evolução desse singular animal, ambicioso, egoísta, surdo e cego! Tomando como fonte o Relatório do
Desenvolvimento Humano da ONU, transcrevemos o quadro a seguir:
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Período Mortes em conflitos População Mundial % da População Mundial


Sec. XVI 1.600.000 493.300.000 0,32%
Sec. XVII 6.100.000 579.100.000 1,05%
Sec. XVIII 7.000.000 757.400.000 0,92%
Sec. XIX 19.400.000 1.172.900.000 1,65%
Sec. XX 109.700.000 2.519.500.000 4,35%

Nota: Os valores da população mundial são estimativas referentes ao meio do século.

O número de mortes em todas as guerras, desde que se têm notícias delas, jamais será conhecido. Assim,
apenas para se ter uma idéia da profundidade dessa infeliz inclinação do Homo Habilis, vejamos o seu histórico.

Grécia Antiga Guerra Sueco-Brandenburg


Guerra de Troia Guerra Sueco-Polaca
Guerras Médicas Guerra Russo-Sueca
Campanhas de Alexandre (o Grande) Guerra Sueco-Dinamarquesa
Guerra Sueco-Holandesa
Roma Antiga Guerra Russo-Polaca
Guerras Samnitas Guerra da Sucessão Espanhola
Guerras Púnicas (3) Guerra da Sucessão Polonesa
Guerras Macedônicas Guerra da Sucessão Austríaca
Guerra Social contra os latinos Guerras Guaraníticas
Guerra Civil de Sulla Guerra dos Sete Anos
Guerras da Gália Guerra da Independência dos Estados Unidos
Guerra Civil de Júlio Cézar Guerras Napoleônicas
Invasão Romana das Ilhas Britânicas Guerra Peninsular
Guerra dos Três Reinos na China Guerra da Independência da Bolívia
Guerra dos Oito Príncipes na China Guerra da Independência da Argentina
Guerra da Independência do México
Idade Média e Renascimento Guerra da Independência do Chile
Conquista Árabe da Espanha Guerra da Independência do Brasil
Conquista Normanda da Inglaterra Guerra da Cisplatina
Cruzadas (9) Guerras Liberais em Portugal
Invasão Mongol da Bulgária do Volga Guerra dos Farrapos
Invasão Mongol da Rússia Guerras do Ópio (2)
Invasão Mongol da Europa Guerras de Unificação da Itália
Guerra Berke-Hulagu Guerras da Independência da Itália (3)
Guerra Civil Inglesa – (A Anarquia) Guerra contra Oribe e Rosas
Guerra da Barba Guerra da Criméia
Guerras da Independência Escocesa (2) Guerra Civil Americana (Secessão)
Guerra dos Cem Anos Guerra contra Aguirre
Guerra da Sucessão da Bretanha Guerra do Paraguai
Guerra Tokhtamysh-Tamerlão Guerra Boshin
Guerras Hussitas Guerra Franco-Prussiana
Guerra dos Treze Anos Guerra Anglo-Zulu
Guerra das Duas Rosas Guerra do Salitre
Guerras dos Bôeres (2)
Século XVI a XIX Guerra Sino-Japonesa
Guerra da Libertação da Suécia Guerra dos Boxers na China
Guerras Religiosas na França (Huguenotes)
Guerra dos Oitenta Anos Século XX
Guerra Luso-Neerlandesa Guerra Russo-Japonesa
Guerra dos Trinta Anos Guerra dos Balcãs
Guerra Civil Inglesa Primeira Guerra Mundial
Rebelião de Chmielnick Guerra Civil Russa
Guerra Russo-Polaca (2) Guerra do Chaco
Guerra Civil Espanhola Segunda Guerra Mundial
Guerra Fria Guerra da Indochina
Guerras da Caxemira (2) Guerra Civil na Colômbia
Guerra da Coréia Guerra da Argélia
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Guerras Coloniais Guerra da Libertação de Angola


Luta de Libertação Nacional (Moçambique) Guerra do Vietname
Guerra da Independência da Namíbia Guerra dos Seis Dias
Guerra do Futebol Guerra de Bangladesch
Guerra do Yom Kippur Guerra da Independência do Timor Leste
Ocupação soviética do Afeganistão Guerra Irã-Iraque
Guerra das Malvinas Guerra do Golfo
Guerra dos Balcãs (ex Iugoslávia) Guerras da Chechênia (2)
Guerra Civil do Zaire

Século XXI
Invasão do Afeganistão
Guerra do Iraque
Ofensiva Militar Israel-Líbano

O século XIX registrou o início do desenvolvimento mais acelerado do conhecimento racional da Humanidade,
cuja aceleração, digamos, explodiu no século XX, o mais fecundo de todos no desenvolvimento tecnológico,
quando a racionalidade humana atinge o seu apogeu, com tamanha velocidade, que as gerações anteriores têm
notória dificuldade de acompanhá-la. Para observar onde essa aceleração do conhecimento racional da
Humanidade se refletiu, embora não seja o único reflexo, pois podemos encontrar até aspectos positivos, basta
analisarmos o quadro acima, para confirmarmos o que foi dito anteriormente: quanto mais eu conheço, mais
perigoso eu sou para mim mesmo! Isto porque o conhecimento racional não conduz à sabedoria!

Além de estarmos e de fazermos parte do grande aterro sanitário do Universo, ao qual devolveremos a parte do
nosso componente pessoal (a embalagem) que pertence à Terceira Mãe, ainda temos o lixo que fabricamos, seja
em função das nossas atividades necessárias (são os menos problemáticos), seja em função dos nossos atributos
negativos (são os mais problemáticos), cujo subsistema idealizado para administrá-lo, a exemplo dos demais
subsistemas, acha-se em situação de colapso. Temos o lixo orgânico, o lixo urbano, o lixo reciclável, o lixo
hospitalar, o lixo industrial, o lixo eletrônico, o lixo tóxico, o lixo espacial, o lixo nuclear e o lixo radioativo. Não
vamos nos demorar no exame de cada um dos tipos de lixo, e os problemas que acarretam, mas apenas observar
que os nossos aterros sanitários, onde existem, se transformaram em quebra-cabeças de difícil solução, poluindo
o local em que se encontram e os lençóis freáticos adjacentes. O primeiro mundo já não dispõe de lugar para
acomodá-los e já estão “exportando” lixo, como a Inglaterra fez recentemente, mandando toneladas para o Brasil.
Sabe-se que o lixo radioativo está sendo depositado no fundo do mar e que as indústrias, conforme a natureza da
sua produção, estão abarrotadas de tambores metálicos de lixo industrial, inclusive o restante do lixo processado
pelas estações de tratamento de efluentes, de cujo lixo ninguém sabe como se livrar.Como resultado do nosso
avanço tecnológico, destruímos o nosso Planeta e estamos atualmente, transformando o espaço acima da órbita
da Terra, também em depósito de lixo. Ainda bem que só fomos até a lua, onde já deixamos um pouco de lixo.

Vamos agora, para o mundo das drogas, onde existem duzentos milhões de usuários, que são os agentes
financeiros da produção e do tráfico de drogas, mas considerados apenas como “doentes”. Ora, todos aqueles
que têm desvios de conduta são doentes, e aqueles que não assumiram nenhum deles, também são
potencialmente doentes, uma vez que todas as doenças foram introduzidas em nossas essências, na origem,
quando houve a contaminação de todo o amálgama do Terceiro Princípio. Mas todos nós temos o livre-arbítrio e o
discernimento do bem e do mal, impressos em nossas mentes e em nossos corações, para administrarmos
pessoalmente todas as questões e assumirmos livremente o nosso comportamento, com as inerentes
responsabilidades, o que torna inescusáveis as nossas más ações, sejam elas quais forem A pseuda tolerância
generalizada, intensificou a impunidade, que por sua vez, contribuiu com sua parte para acelerar o caos em que
se encontra o Planeta, e ela está mascarada por aqueles que se alojaram nos cobiçados escalões superiores dos
diversos setores da administração pública, em todo o Planeta, cuja administração se alimenta, suplementarmente,
desse caos e se previne dos rigores de uma estrutura mais justa e eficiente, que se implantada, poderia recair
sobre eles mesmos, pois, motivos certamente não faltariam. A progressão dessa pseuda tolerância, que estimulou
e intensificou o mau comportamento, é uma consciente autodefesa preventiva da sociedade e especialmente
daqueles que formulam e administram os fundamentos reguladores da estrutura social, que deveriam coibir e
reprimir, com justiça, eqüidade e rigor os culpados pela deterioração dos valores éticos e morais, o que está
ocorrendo aceleradamente, em todo o Planeta. Essa deterioração já se aprofundou até a adolescência e a própria
infância, como se vê nos noticiosos nacionais e internacionais, onde nas escolas, os agentes do repasse dos
conhecimentos racionais, os professores, exercem atualmente, uma profissão de alto risco! Esse apodrecimento
dos valores éticos e morais vêm de cima para baixo, como exemplos devastadores, daqueles que deveriam ser os
paradigmas da dignidade humana. A palavra tráfico, a exemplo do lixo, também pode ser subdividida, pois temos
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o tráfico de drogas, o tráfico de animais, o tráfico de pessoas, o tráfico de armas, o tráfico de escravos, o tráfico de
órgãos humanos e o tráfico de influência. Também não iremos nos alongar no exame de cada tipo de tráfico,
observando, que a nossa incrível capacidade de converter quase tudo em atividades comerciais lucrativas, justifica
tudo, pois todas as atividades geram empregos ou criam atividades paralelas altamente lucrativas, tanto para
quem as exerce, como principalmente, para os que deveriam coibi-las, ou evitá-las através da prevenção e da
repressão exemplar. Nesse contexto, podemos encaixar a conhecida expressão “criar dificuldades para vender
facilidades”, ressalvadas as honrosas exceções, uma minoria geralmente impossibilitada de agir.

Quanto à destruição da flora e da fauna, as civilizações mais antigas já deram a sua “contribuição” e praticamente
não resta mais nada nem de uma e nem de outra nessas regiões. O chamado Novo Mundo está fazendo a sua
parte e trabalha ativamente para liquidar o que resta. É evidente que a Razão conhece os problemas que advirão,
tal como aconteceu e acontece, nas regiões que já concluíram a destruição. Conhece, mas não sabe.

Destruindo a flora, contribuímos também para agravar o problema da água potável. O chamado Planeta Água
possui mesmo água em abundância, pois 70% da sua superfície são cobertas por esse precioso líquido, o
elemento número um para o desenvolvimento de todas as formas de vida existentes. Entretanto, apenas 3% é
água doce, dos quais 2% constituem as geleiras, restando somente 1% de água potável. Como é seu hábito, o
homem se preocupa com os efeitos e não com as causas. Assim, ao mesmo tempo em que ele ensina como
economizar água, ele continua poluindo os rios, que se transformaram em redes de esgoto, ou extinguindo-os com
o desmatamento acelerado, represando grandes volumes de águas, provocando alterações na temperatura e na
umidade do ar, desviando cursos de rios, e especialmente, poluindo e contaminando os mananciais, cujo cuidado
efetivo com os mesmos, fica mascarado sob o véu do faz-de-conta, embutido no blá, blá, blá... ou ainda como se
diz na sabedoria popular, na “prosopopéia flácida para acalentar bovinos”.

No âmbito das crenças e superstições, que derivam da inquietude do intelecto, relativa às reminiscências
angelicais do homem, o Homo Habilis também opera com astúcia, malícia e a sua costumeira ferocidade. Nessa
direção, temos a vergonhosa página da Inquisição em nossa História, que se originou da recuperação parcial do
poder político pelas denominações teológicas, que dominara plenamente desde épocas não alcançadas pelos
registros históricos, período esse consumado no Judaísmo, que permaneceu no mundo oriental e foi parcialmente
traduzido e incorporado no chamado Cristianismo no mundo ocidental. Essa recuperação foi facilitada pelo próprio
poder político que se irmanou com o poder teológico, de sorte que ambos confundiam a “platéia”, mesclando-se e
revezando-se no extermínio dos seus respectivos opositores ou concorrentes.

A escalada para retomar o poder ocorreu a partir de 313 quando o imperador romano Constantino concedeu a
liberdade “religiosa” no Império Romano. A partir daí, progressivamente, a “igreja” já organizada, passou a exigir a
submissão de todos às suas convicções doutrinárias, contando em 380, com o reforço do Edito de Tessalônica
que obrigava toda a população a professar o Cristianismo e, já em 386, na Espanha, houve a primeira vítima
condenada à morte, por não sujeitar-se a essas convicções.

Com essa astuciosa esquematização, o enorme poder teológico, que então repousava exclusivamente na
chamada Igreja Católica Apostólica Romana, dominou por cerca de 1200 anos, mediante sucessivas e
convenientes alianças com os poderes políticos dominantes, impondo pela força suas idéias, devidamente
organizadas em seu sistema teológico, enriquecendo-se fantasticamente, por conta de contribuições, doações,
apropriações compulsórias, ou favorecidos por leis que costuravam juntamente com o poder político, as quais
desapropriavam bens e valores dos “hereges” ou equivalentes, parte dos quais, evidentemente, eram
incorporados ao seu patrimônio. Essa instituição é, sem sombra de dúvida, a maior, a mais poderosa e a mais
duradoura empresa privada do Planeta e a sua prioridade atual é recuperar, novamente, uma parcela maior de
poder político, reduzido lenta e progressivamente a partir do século XVI. Oxalá esse objetivo seja frustrado, pois a
História mostra claramente o que acontece quando as “duas irmãs” se juntam, ocorrendo-nos, por oportuno, o
pensamento de Blaise Pascal, o filósofo e físico francês: “Os homens jamais fazem o mal tão completamente e
com tanta alegria como quando o fazem a partir de uma convicção religiosa”. Diríamos teológica, pois essa
organização doutrinária é apenas um sistema teológico racional. Nada mais, e para se ter uma pálida idéia do que
foi essa Inquisição, consta que em 1209, na cidade de Béziers, na França, sete mil pessoas foram queimadas
vivas dentro de uma igreja, e que na cidade de Freising, na Alemanha, incensavam a sala de torturas e
celebravam missa pelo sucesso dos trabalhos, abençoando os instrumentos de tortura! (Vide Jeremias 32;32 a 35)

Poderíamos nos alongar no exame mais detalhado e mais amplo dos desatinos do Homo Habilis e certamente
este capítulo seria bem maior que todos os demais juntos. Mas a idéia foi apenas dar uma “sacudida no torpor”,
mostrar porque devemos sentir nojo de nós mesmos e compreender melhor as pessoas inteligentes e bem
intencionadas, que contemplam esse cenário aterrador, observam o nosso Planeta dominado por guerras
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sangrentas, ações terroristas, pela competição nuclear, pela proliferação da ignorância, da fome, de doenças
epidêmicas e das drogas, pelos índices crescentes e alarmantes de crimes violentos, pela destruição do nosso
meio ambiente, pela impressionante decadência generalizada dos valores éticos e morais, e se pergunta: “Por que
acontece isso tudo, que em grande parte já ocorreu no passado, e continua ocorrendo no presente, juntamente
com inovações criminosas, e por que nós não temos capacidade de aprender com o passado e construir o
presente e o futuro, livres desse cenário assustador? Por que nós nos destruímos a nós mesmos?”

A resposta para a primeira pergunta é mais simples do que se poderia imaginar: “Porque somos orgulhosos,
cobiçosos, invejosos e coléricos. Os desdobramentos desses atributos geram uma infinidade de atitudes e ações
práticas, que constituem o nosso comportamento peculiar, diante das inúmeras circunstâncias, com as quais nos
defrontamos no curso das nossas vidas. Temos o poder de nos submetermos ou não a esses atributos, tanto a
qualquer deles isoladamente como a todo o conjunto deles. Aqueles que não se submetem, são as pessoas
inteligentes e bem intencionadas que são consideradas tolas pela maioria. Aqueles que se submetem são
potencializados para ingressar nas hostes que ajudam a construir aquele cenário aterrador montado no parágrafo
anterior. Alguns desses desdobramentos são a dissimulação, o sofisma, a mentira, a prostituição, a pedofilia, a
falsificação, a infidelidade, o furto, o seqüestro de pessoas, o latrocínio, o assassinato, o suborno, o estelionato, o
peculato, as discriminações de quaisquer tipos, a corrupção ética e moral, o terrorismo, os genocídios, as guerras,
e por aí afora. A lista é enorme, envolvendo todas as artimanhas contidas na astúcia e na ferocidade do Homo
Habilis”. A resposta para a segunda pergunta é mais simples ainda: “Porque conhecemos muito, mas não
sabemos nada, ou seja, não possuímos a sabedoria na nossa racionalidade”, por isso não conseguimos perceber
o óbvio que está a um palmo do nosso nariz: estamos serrando o galho onde estamos sentados!

“Embora eu possa gostar muito de indivíduos específicos,


a humanidade em geral me enche de desprezo e desespero”
Robert Crumb – cartunista norte americano

A esta altura, vem à tona a pergunta: Onde se encontra o Homo Sapiens, que assim se autodenomina na
arrogância da sua racionalidade? A quem ele atribuirá, como é seu costume, a culpa por essa infinidade de
absurdos que permeiam a sua (nossa) história, que ele mesmo registrou? Talvez ele transfira a culpa para a
existência, que em si mesma, o condenou a ser livre e ele assumiu essa liberdade muito a contragosto, fazendo
mau uso dela por culpa de algum alienígena que queria destruir a Terra.

A liberdade do Homo Habilis não é compulsória, não lhe foi imposta arbitrariamente, o que invalida ou esclarece
melhor, o pensamento contido na frase que diz: “o homem está condenado a ser livre”. Essa liberdade foi uma
opção assumida por Adão e manifestada quando ele provou o fruto proibido, tomando consciência do bem e do
mal. Todavia, a liberdade trouxe consigo a responsabilidade por todas as suas escolhas definidas daí em diante, e
esse poder sobre si mesmo produz o medo, a angústia e a ansiedade, que se instalam no grande “palco” de
combate do Homo Habilis, a sua Mente, que está sempre desejando explicações sobre as origens de tudo, sobre
as vagas reminiscências, de um estado paradisíaco perdido ao longo dos tempos imemoriais, e também ela é o
depósito de todos os seus conflitos, pois a paz e o tormento do espírito são transferidos para esse “centro
administrativo” - a Mente - refletindo as suas conseqüências para o plano físico, onde elas são exteriorizadas no
comportamento habitual do Homo Habilis.

Temos então que alterar a conhecida frase, para lhe conferir o seu correto sentido: “o homem se condenou a ser
livre”, e essa opção pela liberdade é irreversível e inalienável, frustrando as tentativas do astuto Homo Habilis, de
transferir para outros as decisões mais complexas e controvertidas da sua vida, que podem gerar conseqüências e
responsabilidades mais profundas, ocultando a premeditada omissão ou indiferença, diante das circunstâncias
mais inconvenientes ou indesejáveis. Essa postura do Homo Habilis caracteriza, de forma inequívoca, a sua má-
fé, que a sua própria consciência não consegue e nem pode esconder de si mesma, exacerbando os sintomas de
angústia, medo, ansiedade e desespero, podendo derivar para diversas espécies de graves insanidades, que
manifestadas, produzem os vergonhosos registros da sua (nossa) história.

Como se observa, não é a existência em si mesma, que produz de forma aleatória e generalizada o desespero
com os seus acessórios, cuja origem está na liberdade assumida, mas sim a má-fé e o comportamento antiético é
que são os seus legítimos produtores. Esse tipo de comportamento baseado na má-fé foi progressivamente se
tornando banal, convertendo-se numa prática cotidiana, incorporada aos costumes, admitida como normal,
tornando-se uma instituição integrada à estrutura social do astuto e controvertido Homo Habilis. Os resultados aí
estão, gravados nos grandes eventos históricos, reflexos das manifestações da Humanidade desqualificada, que
agoniza nos estertores da sua (nossa) miséria, produzida onde quer que se olhe, em nosso Planeta.
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A nossa existência, assim como a existência do Terceiro Princípio inteiro, decorreu de uma emergência oriunda da
insubordinação do Príncipe Lúcifer. Ela não estava planejada na forma como se a conhece, com uma
essencialidade mista que lhe confere a imperfeição, comprovada pela necessidade de que tenha um início e
conseqüentemente um final. Temos que dar graças a Deus por essa existência, que possibilita o nosso retorno à
perfeição do Segundo Princípio, porém, sem jamais admitir o absurdo pensamento dos existencialistas, que
concebe a suposição de que a existência antecede à sua própria essencialidade. Ora, a semente surgiu da
evolução das essências. O Ser surgiu da evolução da semente e desenvolve a sua própria evolução até retornar
às suas essências originais, completando o ciclo da sua efemeridade existencial no plano do Terceiro Princípio e
esclarecendo os naturalistas sobre a questão do ovo e da galinha, e mais, que as essências estão, desde toda a
eternidade, subjacentes a tudo! Sem necessidade do acelerador de partículas, moderna versão da Torre de Babel.

Após reler (Sabedoria 15;11,12), solicitamos ao Homo Habilis (o Homo Sapiens não existe sem a unção do
Espírito Santo), que leia atentamente a transcrição dos textos bíblicos logo abaixo, e o que vem a seguir.

Ezequiel 36;
18 – Derramei, pois, o meu furor sobre eles, por causa do sangue que derramaram sobre a terra, e por causa dos
seus ídolos com que a contaminaram.
21 – Mas tive compaixão do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi.
22 – Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Não é por amor de vós que eu faço isto, ó casa de
Israel, mas pelo meu santo nome que profanastes entre as nações para onde fostes.
24 – Tomar-vos-ei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra.
25 – Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados, de todas as vossas imundícias e de todos os
vossos ídolos vos purificarei.
27 – Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os
observeis.
28 – Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.
31 – Então vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos feitos, que não foram bons, tereis nojo de
vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações.
32 – Não é por amor de vós, fique bem entendido, que eu faço isto, diz o Senhor Deus. Envergonhai-vos, e
confundi-vos por causa dos vossos caminhos, ó casa de Israel.
33 – Assim diz o Senhor Deus: No dia em que eu vos purificar de todas as vossas iniqüidades, então farei que
sejam habitadas as cidades e sejam edificados os lugares desertos.

Miquéias 3;
1 – Disse eu: Ouvi, agora, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da casa de Israel: Não é a vós outros que pertence
saber e juízo?
9 – Ouvi agora isto, vós, cabeças de Jacó, e vós chefes da casa de Israel, que abominais o juízo e perverteis tudo
o que é direito.
11 – Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus
profetas adivinham por dinheiro, e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós?
Nenhum mal nos sobrevirá
12 – Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de
ruínas, e o monte do templo numa colina coberta de mato

Isaías 40;
12 – Quem na concha de sua mão mediu as águas, e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na
terça parte de um efa o pó da terra, e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão?
13 – Quem guiou o Espírito do Senhor? ou, como seu conselheiro, o ensinou?
14 – Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo e lhe
ensinou sabedoria e lhe mostrou o caminho do entendimento?
15 – Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde, e como um grão de pó na
balança; as ilhas são como pó fino que se levanta.
17 – Todas as nações são perante ele como cousa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como
um vácuo.
18 – Com quem comparareis a Deus? Ou que cousa semelhante confrontareis com ele?
19 – O artífice funde a imagem, e o ourives a cobre de ouro, e cadeias de prata forja para ela.
20 – O sacerdote idólatra escolhe madeira que não se corrompe e busca um artífice perito para assentar uma
imagem esculpida que não oscile.
21 – Acaso não sabeis? porventura não ouvis? não vos tem sido anunciado desde o princípio? ou não atentastes
para os fundamentos da terra?
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22 – Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem
estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda para neles habitar;
23 – É ele quem reduz a nada os príncipes, e torna em nulidade os juízos da terra.
25 – A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? diz o Santo.
26 – Levantai ao alto os vossos olhos, e vede. Quem criou estas cousas? Aquele que faz sair o seu exército de
estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelos seus nomes; por ser ele grande em força e forte em
poder, nem uma só vem a faltar.
27 – Por que, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu direito
passa despercebido ao meu Deus?
28 – Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se
fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento

Isaías 41:
21 – Apresentai a vossa demanda, diz o Senhor; elegei as vossas razões, diz o Rei de Jacó.
22 – Trazei e anunciai-nos as cousas que hão de acontecer; relatai-nos as profecias anteriores, para que
atentemos para elas e saibamos se se cumpriram; ou fazei-nos ouvir as cousas futuras.
23 – Anunciai-nos as cousas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou fazei mal,
para que nos assombremos, e juntamente o veremos.
24 – Eis que sois menos do que nada e menos do que nada é o que fazeis; abominação é quem vos escolhe.
25 – Do norte suscito a um, e ele vem, a um desde o nascimento do sol, e ele invocará o meu nome; pisará
magistrados como lodo, e como o oleiro pisa o barro.
26 – Quem anunciou isto desde o princípio para que o possamos saber, antecipadamente, para que digamos: É
isso mesmo. Mas não há quem anuncie, nem tampouco quem manifeste, nem ainda quem ouça as vossas
palavras.
27 – Eu sou o que primeiro disse a Sião: Eis! Hei-los aí! e a Jerusalém dou um mensageiro de boas novas.
28 – Quando eu olho, não há ninguém; nem mesmo entre eles há conselheiro a quem eu pergunte e me
responda.
29 – Eis que todos são nada; as suas obras são cousa nenhuma; as suas imagens de fundição, vento e vácuo.

Eis o que podemos chamar de “roteiro da consumação racional”:

1 – Falência dos valores éticos e morais, institucionalizada de cima para baixo, em todas as colunas de
sustentação da estrutura da Humanidade: política, jurídica, econômica, científica, teológica e social.

2 – Deterioração do meio ambiente, pelo avanço tecnológico e pela intensificação das atividades industriais e
agrícolas, incluindo as usinas nucleares e a destruição do sistema biológico vital do solo, pelo uso indiscriminado
de pesticidas e agrotóxicos na produção de alimentos e combate às pragas. Esse cenário promove a extinção
progressiva da biodiversidade do planeta, com o desaparecimento a cada década, de 5% das espécies existentes,
estimando-se que dentro de mais quatro décadas, em torno de um quarto das espécies de plantas e animais
estarão extintos.

3 – Diminuição progressiva das fontes de água potável, em função do desperdício e da degradação dos recursos
hídricos. A OMS estima que dois terços da população mundial enfrentarão escassez de água dentro de 15 anos.

4 – Crise na produção de energia, onde os combustíveis fósseis (petróleo e gás natural) atendem a 86% do
consumo global. O aumento da produção de veículos automotores agrava a poluição ambiental e acelera o
processo de exaustão das reservas petrolíferas, abrindo espaço para o combustível nuclear, já com 443 usinas
existentes no planeta, verdadeiras “bombas atômicas” engatilhadas, com mais 84 usinas projetadas ainda para
esta década. Além das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, já colecionamos sete acidentes com usinas
nucleares, resultando em muitas mortes e interdições prolongadas de áreas contaminadas pela radioatividade. O
gatilho permanente dessas “bombas atômicas” são os possíveis cataclismos, que são inevitáveis e não se sabe
quando, como e onde poderão ocorrer. Nem o “encaixotamento” dos reatores dessas usinas em “túmulos de
concreto” livra a Humanidade do perigo, frente aos desastres naturais, que podem colocar tudo a céu aberto,
liberando o “monstro” que se chama radiação nuclear ou radioatividade que, como se sabe, é praticamente
imortal, e extremamente poderosa para matar. A semente essencial desse “monstro” está na cólera do seu pai,
que muito se orgulha de havê-lo concebido, e que chama-se Homo Habilis, mas gosta muito de ser chamado por
si mesmo, de Homo Sapiens, constrangendo a nossa querida Sophia.

5 – A cobiça e a cultura da violência e da prostituição promovem a degradação da qualidade de vida,


moral e material, numa escala progressiva e devastadora. A cobiça desenvolve e propaga a corrupção, muito mais
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danosa nas administrações públicas e nos patamares superiores da pirâmide social, alargando drasticamente o
abismo entre ricos e pobres, mantendo a maior parte dos recursos econômicos em poder de poucas pessoas, e a
miséria e ignorância aprofundadas na imensa maioria dos povos de todas as nações. Esse cenário atua como um
poderoso acelerador que desintegra os valores éticos e morais, desqualificando toda a estrutura social,
construindo péssimos exemplos para serem seguidos pelos integrantes dos patamares inferiores da pirâmide
social nas suas atividades cotidianas e promovendo o incremento mais intenso da violência e da prostituição, que
os meios de comunicação, em todas as suas formas, como urubus de plantão, se encarregam de disseminar,
como verdadeiras escolas em tempo integral, alimentando os instintos primitivos da submetida massa, humilde e
mais ignorante, os excluídos da “festança”, ávidos para descarregar as suas represadas frustrações. Como se
tudo isso não bastasse, a cobiça aliada e mesclada à ignorância teológica suscita continuamente as guerras, que
consomem a maior parte dos recursos orçamentários das nações e, pelo avanço tecnológico na área militar,
ampliam de forma assustadora a capacidade de matar.

6 – As tragédias naturais tornam-se mais freqüentes e mais intensas, traduzidas em terremotos, erupções
vulcânicas, vendavais, enchentes, chuvas de granizo, secas prolongadas, além de epidemias e outros fenômenos
que ocorrem no micro ecossistema biológico, como o progressivo desaparecimento das abelhas, pragas de
gafanhotos, extinção de bancos de corais, alterações em rotas migratórias e outros. Além disso, vem ocorrendo o
surgimento de novas bactérias, resistentes aos medicamentos e mutações de vírus como, por exemplo, o da gripe.

7 – A população atual de 6,6 bilhões de pessoas, com o acréscimo do aumento previsto para os próximos cinco
anos, da ordem de 393 milhões de pessoas, colocará o Planeta a 99,9% do seu limite, ou suporte, alcançando e
completando 6.993 bilhões de pessoas.

8 – “Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte
da água da vida”. (Apocalipse 21;6)

Na sua missão, Ezequiel foi avisado que a casa de Israel não lhe daria ouvidos, mas mesmo que ouvissem ou
deixassem de ouvir, deveriam ser avisados da parte de Deus. E mais, se Ezequiel não os avisasse, ele mesmo
seria responsabilizado por isso. Certamente, se Ezequiel e os demais Profetas antigos vivessem atualmente, nas
nossas circunstâncias, com todas as informações que temos, eles repetiriam os mesmos avisos, --alguns estão
espalhados nas páginas deste livro -- e acrescentariam o que já sabiam, mas ainda não era tempo de revelar com
mais nitidez, tudo então, devidamente atualizado (Mateus 13;52). Mas a evolução e Jeremias 31;34 possibilitam
que no século XXI possamos avançar sobre questões que permaneceram sob o véu de Moisés, seja pelas
circunstâncias da época ou pela Vontade Suprema (Mateus 13;13,14) e (Isaías 29;10 a 12) e assim, reportar-nos à
antiga Civilização Maia, cujo calendário é considerado extremamente avançado para a sua época, o qual nos situa
nos últimos segundos da nossa geração cósmica. Os Profetas diriam então, que o cumprimento da Promessa da
Nova Aliança (Isaías 7;14) e (Jeremias 23;5 e 31;31 a 34), passou a se tornar progressivamente generalizado na
Mente das pessoas, a partir do anúncio feito pelo Espírito Santo na Mente de “Maria”, que ela conceberia o Filho
de Deus. Esse anúncio foi, de fato, o marco de uma evolução ininterrupta do espírito, estabelecido depois de
decorridos 3969 anos a partir da Promessa, e lembrariam que Jesus Cristo estaria conosco por “três dias e três
noites” (Mateus 12;40), lembrando ainda, que os tempos seriam abreviados (Mateus 24;22). A seguir, eles
equacionariam (6000-3969 = 2031) (2031-Y = X). Além disso, sugeririam que todos se definissem rapidamente
(Apocalipse 3;15,16), pois, muito embora nem os Maias e nem Isaac Newton tenham acertado no alvo, quanto aos
seus respectivos prognósticos apocalípticos, aqueles, como se observa, passaram bem mais perto do que este,
levando-se em conta a equação acima. O dia número “zero” da última etapa da atual geração cósmica, deve ser
estabelecido em 3969 - a. C. na compreensão teológica - mas na verdade Ele já estava conosco durante todo
esse período e muito antes dele, aliás, desde antes da fundação do mundo, quando éramos apenas essências
contaminadas, porém, manifestado aos antigos Profetas, que anunciavam a Sua “vinda”, pois sabiam que essa
manifestação ainda não era generalizada na Mente das pessoas. Como o tempo de permanência do Filho na
Mente do homem corresponde a seis mil anos, restaram dois mil e trinta e um anos a partir da “concepção de
Maria”, antes do desconto relativo â abreviação dos tempos. O ano de 2012 dos Maias é um ano bissexto, como o
é também o ano de 2060 de Isaac Newton. Como 2031 é o limite máximo, ficam por conta das especulações e das
hipóteses dos naturalistas, os dezenove anos intermediários entre 2012 e 2031, dentre os quais deve se encontrar
o “X” da equação. Como os naturalistas não acreditam no improvável, certamente encontrarão uma maneira
aceitável, na linha do “ver para crer”, para esclarecer onde os Maias foram buscar os conhecimentos de
astronomia que possuíam, considerados superiores aos atuais, apesar da própria evolução e ainda de todos os
recursos ora disponíveis, produzidos pela moderna tecnologia.

Os naturalistas obcecados pela racionalidade, que se orgulham do “ver para crer”, entretanto, tratando-se do
campo de abrangência das macroestruturas do Universo, como também da arqueologia e da geologia, trabalham
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com meras especulações e hipóteses, portanto improváveis, que transformam nas fantasias ensinadas em suas
escolas. O último dos seus fiascos é o tal de acelerador de partículas, um “trambolho” inútil, que representa
desperdício de tempo e dinheiro, que poderiam ser bem melhor aplicados. Eles ainda não conseguiram
compreender, que os agentes e reagentes substanciais de que se utilizam, sejam quais forem jamais poderão
interagir da mesma forma, em nosso ambiente, como no ambiente das macroestruturas, que nunca poderá ser
simulado no globo terrestre, apenas uma ínfima parte de um complexo monumental, imensurável e inimaginável.
Este ‘’imbróglio’’ em que os naturalistas se meteram nos faz lembrar-se daquele cientista do primeiro mundo, um
astrofísico teórico provavelmente, que descobriu uma imensa estrela, formada por uma só pedra de diamante e
logo começou a trabalhar intensamente, num mega projeto para trazê-la para o seu País! Ah... Essa tal de cobiça!

Finalmente, os velhos Profetas, operando apenas com elementos improváveis, talvez sugerissem aos exaustos
naturalistas, que avançassem um pouco mais, a partir do final do calendário dos Maias, e se detivessem no estudo
paciente e mais profundo, do posicionamento dos corpos celestes, substituindo o dia vinte e um, pelos primeiros
dias de dezembro. Poderia ocorrer que começassem a ver e a ouvir, a claridade da luz e o som das trombetas,
respectivamente! Cumprirá então, a seguir, aos naturalistas da razão pragmática, colocar-se frente a frente com os
teólogos, que também só atuam pela razão, para decidirem a melhor maneira de esclarecer --no sentido mais
profundo da palavra – a Humanidade, livrando-se de todo o entulho acumulado por ambos, durante tanto tempo!
Será que ambos terão a coragem suficiente para fazê-lo, conscientes, de que isso acarretará o desmoronamento
total das suas respectivas estruturas? Baseando-nos em Ezequiel, a resposta antecipada é não, por isso, vamos
antecipar também, que a próxima década (digamos assim) será extraordinariamente marcante, por um combate,
como nunca antes foi observado, entre Miguel e Lúcifer, com a ocorrência de acontecimentos inusitados e
desconcertantes para a racionalidade, com o derramamento extremamente generoso e abundante do Espírito
Santo, e também, com a intensificação de ocorrências odiosas e chocantes, geradas pela “força contrária”. Jacó
ficará muito confuso diante de todas essas circunstâncias, mas Israel entendê-las-á com bastante nitidez.

Resta-nos então, dirigir-nos às ovelhas esfomeadas e sedentas, desnutridas, exploradas impiedosamente através
dos séculos, desgarradas e espalhadas pelos “quatro cantos” da Terra, desnorteadas e sem rumo, e lhes dizer:
lembrem-se do seu único Pastor, animem-se, encham de azeite as suas lamparinas e não deixem a luz se apagar;
não se descuidem da vinha do seu Senhor; não apliquem mal e nem enterrem os talentos que receberam d’Ele.
Eis que vem aí o Noivo para as bodas; vem aí o Senhor da vinha para a colheita; vem aí o verdadeiro Dono dos
talentos para cobrar os seus rendimentos. Estamos realmente nos últimos segundos da atual geração cósmica e
não há mais espaço para os descuidos, para a negligência, para a omissão, nem para a neutralidade.

Mateus 12;30 – Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.

Eclesiástico 38;
35 – Todos estes puseram a esperança na indústria das suas mãos, e cada um é sábio na sua arte.
36 - Sem todos estes não se edifica uma cidade.
37 - Mas estes não habitarão, nem passearão, e não entrarão no ajuntamento.
38 - Eles não se assentarão em cadeira de juiz, e não entenderão as leis de justiça, nem farão
patentes as regras da moral, nem do direito, e não se acharão ocupados na inteligência das parábolas.

Sabedoria 8;8 - E se alguém deseja a profundidade da ciência, ela é a que sabe o passado e que julga do
futuro; conhece as sutilezas dos discursos e as soluções dos argumentos; sabe os sinais e os prodígios
antes que eles apareçam, e o que tem de acontecer no decurso dos tempos e dos séculos.

Lucas 11;9,10 -“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.

Eclesiástico 16;25 - E eu te darei documentos de equidade, e manifestar-te-ei os arcanos da sabedoria,


e está atento às minhas palavras em teu coração, e já daqui te digo com retidão de espírito
as virtudes que desde o princípio tem Deus feito reluzir nas suas obras, e te declaro em verdade a sua ciência.

Provérbios 1 ;
5 - Ouça o sábio e cresça em prudência; e o entendido adquira habilidade.
6 - Para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios.
7 - O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.
23 - Atentai para a minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o meu Espírito
e vos farei saber as minhas palavras.
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Este livro estava concluído. Assim supúnhamos, mais uma vez, enquanto fazíamos as intermináveis revisões.
Agora, porém, já mais “calejados”, sabemos que as efusões espirituais são fragmentadas e que a qualquer
momento podem ocorrer novas revelações. Estamos nos aproximando do oitavo ano após o início destas
maravilhas, sabemos que o tempo restante é exíguo e nos lembramos da advertência feita ao Profeta Ezequiel.

Ezequiel 3; 17 – Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a
palavra, e os avisarás da minha parte. 18 – Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu,
não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua
maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. 19 – Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da
sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua impiedade, mas tu livraste a tua alma.

Essa advertência vale também para os justos que se desviam da sua justiça, como se vê nos versículos 20 e 21 e
isto nos levou a refletir sobre a questão do “final dos tempos”, sobre os quais já falavam os nossos avôs,
continuaram falando os nossos pais e agora estamos nós mesmos falando também sobre eles. O tempo de vida
do ser humano equivale a uma “piscada de olhos”, em relação ao tempo de uma geração cósmica e nossa
memória mal consegue avançar até a nossa terceira geração anterior. Esse “final dos tempos”, do qual se tem
notícia há mais de dois milênios é algo muito vago e distante, que não interessa ao homem moderno, que
transformou o seu tempo, essa “piscada de olhos”, em dinheiro.

Com efeito, é uma tarefa muito difícil avisá-lo, de uma forma que desperte seu interesse, sua credibilidade,
provoque nele uma profunda reflexão e possa levá-lo a uma criteriosa revisão do seu comportamento no curso da
sua vida passada, e a adoção, se for o caso, de um novo comportamento para o presente e mesmo para esse
futuro exíguo. Mas, deparamo-nos com mais dois avisos que complementam aquele aviso dado a Ezequiel:

Mateus 10;26 – Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado;
nem oculto, que não venha a ser conhecido. 10;27 – O que vos digo às escuras, dizei-o a plena luz;
e o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o dos eirados.

Por outro lado, estamos diante de uma exigüidade, quanto ao tempo que nos resta, para contribuir, como o beija-
flor no caso do incêndio da floresta, para a promoção de uma acelerada recomposição espiritual, de bilhões de
pessoas. Essa é a tarefa de muitas pessoas, espalhadas pelo nosso Planeta, cada uma com os seus dons
específicos, e isto já está ocorrendo, com o derramamento mais amplo e generoso do Espírito Santo.

Estamos na expectativa do grande cataclismo. Isto já está no consciente coletivo, e, ao que parece, até os
incrédulos naturalistas já começam a admiti-lo, apesar do seu esforço para não comprometer o pragmatismo do
mundo científico. Entretanto, aqueles que ainda se encontram sob o “véu de Moisés” (vide Coríntios, capítulos 3 e
4) concentram suas preocupações nos componentes estruturados pela nossa Razão, ou as riquezas, o acervo
tecnológico e cultural, etc., imaginando como preservá-los, mesmo aqueles que alcançaram um elevado grau de
consciência das proporções gigantescas da hecatombe que se aproxima de forma irreversível. É pura perda de
tempo e eventualmente de recursos, qualquer mobilização para resgatar ou preservar quaisquer tipos desses
componentes, pois desta vez, trata-se do advento do fim da geração cósmica, relativo ao que Jacob Boehme, o
Príncipe dos Teósofos, chama de Terceiro Princípio. Não haverá sobras e nem haverá sequer memória desta
geração, e isto está literalmente expresso nas Sagradas Escrituras.

Isaías 65;17 – Pois eis que eu crio novos céus e nova terra, e não haverá
lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.
(Vide também Eclesiastes 1;9,10,11)

Com efeito, há realmente o que resgatar nestes últimos tempos, mas esse resgate é exclusivamente espiritual,
uma vez que nada sobrará do mundo material. Vamos nos deter no Profeta Zacarias e considerar, digamos, como
uma estimativa, uma Humanidade assim composta:
População
Limite 7.000.000.000
Alcance 6.993.000.000
66,6 % 4.662.000.000 - Zacarias 13;8
33,3 % 2.331.000.000 - Zacarias 13;9
Zacarias 13;8 – Em toda a Terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados, e perecerão; mas a terceira
parte restará nela.
Zacarias 13;9 – Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como
se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: O Senhor é meu Deus.
91

O objetivo das pessoas espalhadas pelo mundo, que estão “colocando a vela no velador”, é ajudar a completar o
contingente do número 333 e também fazer parte dele, é claro, pois sabem que o tempo está se esgotando. Isso é
o resgate. O “inconsciente coletivo” percebido por Jung já se encontra convertido em “consciente coletivo”, e as
três forças instaladas em nossa Mente, representadas pelos três Espíritos, o Angelical, o Astral e o Infernal, estão
mais atuantes do que nunca, valendo-se de todos os seus recursos para atrair os seus “eleitores”. Vejamos em
qual deles temos votado no decorrer das nossas vidas e no qual estamos votando atualmente. Dois deles estão se
unindo, formando uma coligação num só partido: o partido 666. Estes, não se importam de usar de quaisquer
recursos ilícitos para obter o nosso voto, e uma vez eleitos, assumem a orientação das nossas vidas. O Espírito
Angelical orienta para a abstração progressiva da Razão, o desinteresse pelo mundo material e a prática do bem,
em todas as suas formas. O Astral, a valer-se da Razão para obter riquezas materiais, poder e honrarias. O
Infernal, a complementar os interesses do Astral, acrescentando a prática do mal nas suas formas mais agressivas
e cruéis, inclusive pelo uso da astúcia, da perversidade e da violência.

A intensificação dessa luta gigantesca está produzindo os seus resultados, perceptíveis na exacerbação dos
nossos conflitos, inquietações, ansiedades e angústias, culminando na cobiça, na inveja e na cólera desenfreadas.
Tudo isso instalado em uma Humanidade perplexa, atordoada, mergulhada na confusão e no caos que ela mesma
construiu, este sim, o verdadeiro labirinto onde ela se meteu e agora não encontra a saída dessa confusão.
Vamos ingressar a seguir, numa fascinante incursão, onde é preciso aguçar bem os olhos e desimpedir os
ouvidos, mas, sobretudo valer-se do “terceiro olho” localizado no centro das nossas frontes. Vejamos as
afirmações que foram feitas:

pelo PAI:
Jeremias 31;34 – Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao
Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor.
Amós 3;7 – Certamente o Senhor Deus não fará cousa alguma sem primeiro revelar o seu segredo aos seus
servos, os profetas.
Isaías 42;9 – Eis que as primeiras predições já se cumpriram e novas cousas eu vos anuncio; e, antes que
sucedam, eu vo-las farei ouvir.
Jeremias 23;20 – Não se desviará a ira do Senhor, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração;
nos últimos dias entendereis isso claramente.

Pelo FILHO:
João 16;25 – Estas cousas vos tenho dito por meio de figuras; vem a hora quando não vos falarei por meio de
comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai.
João 14;6 – Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
Apocalipse 21;6 – Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Eu, a quem tem sede darei de
graça da fonte da água da vida.
Apocalipse 22;16 – Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas cousas às igrejas. Eu sou a raiz e a
geração de Davi, a Brilhante Estrela da Manhã.

Pelo Anjo que falou para o Apóstolo João:


Apocalipse 11;2 – Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios e eles
pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. (42x30=1260 = anagrama para 2016)
Apocalipse 11;3 – E concederei às minhas duas testemunhas que vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e
sessenta dias. (1260 = anagrama para 2016)
Apocalipse 11;9 – Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e
meio, (três e meia órbitas de Vênus) e não permitirão que sejam sepultados.
Apocalipse 11;11 – E depois daqueles três dias e meio (três e meia órbitas de Vênus) o espírito de vida, vindo de
Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. (o cataclismo)
Apocalipse 12;6 – E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse
alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. (1260 = anagrama para 2016)

Vamos agora, adentrar o terreno das ciências naturais, no âmbito da Astronomia, e registrar alguns dos seus
conhecimentos, relativos à descrição do movimento orbital de Vênus. Em suas observações sobre este
maravilhoso corpo celeste, os Astrônomos elaboraram cálculos complexos, e concluíram que ele executará um
giro retrógrado acima de Orion, provocando uma mudança do Zodíaco e uma interferência no ciclo das manchas
solares, e que tais fenômenos deverão ser coincidentes com a ocorrência de grandes cataclismos. Vejamos os
movimentos regulares da Brilhante Estrela da Manhã.
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263 dias é o tempo em que Vênus é visível como estrela da manhã; 263 dias é o tempo em que Vênus é visível
como estrela da noite; 50 dias é o tempo em que Vênus não é visível; 576 dias é o tempo considerado como a
órbita de Vênus; 8 dias é o tempo em que Vênus se esconde atrás do sol; 584 dias é o tempo depois do qual
Vênus está novamente no mesmo ponto, atrás do sol. Temos então, (263+263+50=576) (576+8=584).

Retornamos às nossas considerações, e lembramos que a partir do momento em que Adão foi expulso do
Paraíso, a Humanidade iniciou a entrada num enorme Labirinto e se encontra até agora vagando sem rumo dentro
dele, numa busca desesperada pela saída. Ali reina uma maciça escuridão e não se consegue encontrar uma Luz
para dissipá-la. Em raros e fugazes lampejos de lucidez, vislumbram-se algumas “placas” indicativas, dispostas
pelos meandros do Labirinto, mas rapidamente se perdem de vista, sem que se consiga entender os avisos que
elas contêm e o pouco que se consegue ver, fica bloqueado na Mente, como que por um oculto e perverso
mecanismo. Mas, de súbito, eis que se acende uma Luz, captada apenas pelo “terceiro olho”, e consegue-se ver
uma “placa” onde se lê:

Daniel 12;7 - “Ouvi o homem vestido de linho, que estava sob as águas do rio, quando levantou a mão direita e a
esquerda ao céu, e jurou por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos, e
metade de um tempo. E quando se acabar a destruição do poder do povo santo estas cousas todas se cumprirão”.
Daniel (9;24) - Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade para fazer
cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar
a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos. (9;25) – Sabe e entende: desde a saída da ordem para
restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas: as
praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. (9;26) – Depois das sessenta e duas
semanas será morto o Ungido, e já não estará; e o povo de um príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o
santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. (9;27) – Ele fará
firme aliança com muitos por uma semana; na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares;
sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.

A tradução para os Astrônomos é a seguinte: quanto à (12;7); (1,0 tempo =1 giro orbital de Vênus = 576) (2,0
tempos =2 giros orbitais de Vênus =1.152) (0,5 tempo = meio giro orbital de Vênus =288). Quanto à (9;24 a 27),
refere-se ao “tempo da peregrinação pelo deserto” de (1 semana + 7 semanas + 62 semanas = 70 semanas) e
(3,5 = meia semana), se relaciona ao seu término.

Mais adiante, em meio à densa escuridão, surge outra grande “placa”, cheia de números mágicos, que absorve a
atenção e que deve ser lida, com o “terceiro olho”.

] Eventos Ano a.C.-d.C. Ano : 576 Ano : 9 Daniel 12;7 ]


] 1 – Peregrinação pelo “Deserto” a. C. 70.000 121,5277777 7,777 ]
] 2 – Percurso evolutivo do Homo Primus a. C. 34.279 - 59,5121527- 3.808 - ]
] 3 –Adão desperta. Surge o Homo Habilis a.C. 35.721 62,015625 3.969 ]
] 4 –Percurso evolutivo do Homo Habilis a.C. 29.736 - 51,625 - 3.304 - 1,0 tempo = 576 ]
] 5 –Três dias e três noites (abreviado) a.C. 5.985 10,390625 665 2,0 tempos = 1.152 ]
] 6 –Percurso da Anunciação 0 3.969 - 6,890625 - 441- 0,5 tempo = 288 ]
] 7 –Fim da Peregrinação d.C. 2.016 3,5 224 3,5 tempos = 2.016 ]

(70-7=63)(63x63=3969)(9x9=81)(81x81=6561)(6561-576=5985)(5985-3969=2016) e (3,5x576=2016).E incluímos:


Daniel 12;12 - Bem aventurado é o que espera e chega aos mil e trezentos e trinta e cinco dias. (1.335x9= 12.015)
(8x8=64) (64x9=576) (64+576=640) (640:576=1,111111111) (1,111111111x9=9,999999999)
(64x9=576) (576x576=331776) (331776:64=5184) (5184:576=9) (9:576=0,015625) (0,015625x64=1)

(640 : 576 = 1,111111111) (1,111111111 x 9 = 9,999999999)

(9:576=0,015625) (0,015625x64=1)

O Anagrama Perfeito = 06-12-2016


Eis a “porta de saída” do Labirinto Infernal, onde a Humanidade está confinada para a sua desinfecção. Através
dessa porta sairemos todos. Ninguém e nada ficará para trás e jamais haverá memória desta geração. Finalmente
o Homem contempla o Anagrama Perfeito e compreende o desfecho da sua própria trajetória evolutiva, onde se
encontram e abraçam-se: Israel e Jacó, o Homo Sapiens e o Homo Habilis, sob as bênçãos de Deus.

LAUS DEO IN PERPETUUM


93

14 - Para os Humanistas

1 – Você é uma pequenina parte, da imensidão de Energia que permeia e preenche todo o Universo, da qual Você
foi separado, em virtude de haver sido contaminado pela insubordinação do Príncipe das Trevas.

2 – Você se originou da Energia Revelada, onde estava antes de ser contaminado. Eis o seu (nosso) percurso

No frio intenso das Trevas, a FORÇA;


na Força, a VONTADE; na Vontade; a PALAVRA; na Palavra, a SABEDORIA;
na Sabedoria, a LUZ; na Luz, o FOGO;
no Fogo, o CALOR; no Calor, a ÁGUA e o AR,
e, em T U D O, a V I D A .

3 – Você está aqui para ser descontaminado. A Energia (Deus) o quer de volta... mas limpo! (I Coríntios 15;50 a
54)(Isaías1;25)(Sabedoria 7;25)(João15;1,2,3)(Malaquias 3;1,2,3)(Eclesiástico 2;5)(Apocalipse 7;14)

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim,
não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda.
Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado”. (João 15;1,2,3)

4 – Você deve desejar e procurar a sua descontaminação, e ainda colaborar para que ela ocorra, observando as
Sagradas Escrituras e as leis que estão impressas na sua mente e no seu coração.

5 – Você, sabendo de antemão que ninguém e nenhuma instituição humana tem poder para lhe conceder a
salvação ou para lhe ensinar o que quer que seja, no que diz respeito à Sabedoria Divina, a não ser o Espírito
Santo, (Mateus 23;8,9,10) (Provérbios 1;23) deve então, começar por aqui: (Provérbios 8;17)

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mateus 7;7,8 e Lucas 11;9,10)

“ELE te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a
justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu DEUS?” (Miquéias 6;8)

“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor.
Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei;
Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Jeremias 31;33)

“Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo:
Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor.
Pois perdoarei as suas iniqüidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Jeremias 31;34)

“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes
necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito
de todas as cousas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele,
como também ela vos ensinou.” ( I João 2;27 )

6 – Você ou retornará e será reabsorvido pela Energia (o PAI) na Luz (o FILHO) ou irá para a “fornalha”, nas
Trevas. Você jamais deixará de ser ou de existir, pois o “fora” não existe. Ou em uma ou em outra, Você (sua
Alma) permanecerá “ad-perpetuam” : ou na plenitude de Deus (a misericórdia e o amor), onde só há alegria, ou na
plenitude do demônio (o tormento e o ódio), onde haverá “choro e ranger de dentes”.
(Romanos 2;5a11) (Mateus 13;40a43) e (Eclesiastes 9;1)

7 – Você tem, como uma imanência, dentro de Você, as potencialidades da sua razão (Eclesiástico 38;35a39) e as
potencialidades do seu espírito (I Coríntios 12;1a11), que o instigam a perscrutar: as da razão, até os limites da
Theosophia, onde a racionalidade não pode penetrar (Jó 28; 12,13,21), e as do espírito, sob concessão,
(Eclesiástico 16;25) e (Provérbios 1;23) até mesmo as profundezas de Deus. (I Coríntios 2;10)
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15 - Para os Naturalistas
8 – A origem das cores é a cor preta (ausência de cor). Da cor preta nasce a cor branca e da cor branca derivam
as sete cores do Arco-Íris. Os fótons correspondem às cores e tem mais energia, uns sobre os outros, na exata
proporção da sua maior ou menor proximidade ao Núcleo do Universo, cuja proporcionalidade é uniforme, da cor
violeta, a mais próxima e a mais forte, até a cor vermelha, a mais afastada e a mais fraca.
9 – A radiação de fundo é o sussurro resultante do funcionamento uniforme e constante da maravilhosa “Máquina
do Mundo”. O chamado “Big Bang”, entretanto, não pode ser cogitado na formação do Universo, uma vez que este
é eterno, sem início e sem fim. Mas ele deve ser admitido na geração do Terceiro Princípio, na expansão inicial de
toda a “massa” contaminada, quando esta recebeu o “olhar” de Cristo, e a Luz brilhou por toda a parte,
impregnando toda a massa corrompida, cuja expansão foi complementada e se processou através de incontáveis
e intermitentes ejeções ou espirros sussurrantes (Jó 41;18), propagando e estabelecendo todos os Anjos-Tronos
com suas imensas legiões, ao redor do poderoso Príncipe Angélico, o brilhante núcleo do Terceiro Princípio.
10 – Não. A atuação das Forças Centrípeta, Centrífuga e Rotativa Emergente, ao contrário, é que resulta no
encurvamento e arredondamento de toda a corporalidade material manifestada, e estabelece: “A Energia que
permeia todo o Espaço e que se expressa em Três Forças, encurva toda a cosmometria da matéria”.
11 – A Máquina do Mundo é um imenso e belíssimo “Carrossel” que funciona como um “monobloco” fixo e
imutável, girando permanentemente, numa velocidade constante e uniforme. No Terceiro Princípio essa
regularidade se reflete na translação dos corpos celestes, os quais tem órbitas específicas ou individuais e ainda o
movimento de rotação, o que determina que eles nunca estarão parados e nunca estarão no mesmo lugar no
tempo. Jamais será possível determinar a sua posição em “repouso” e, por conseqüência, nem das partículas que
os constituem. A atração, a expansão e a rotação, são as Energias imutáveis que incidem sobre todas as
estruturas, as quais elas próprias produziram, gerando também todos os movimentos ocorrentes no Universo,
cujas estruturas, apenas as do Terceiro Princípio, se desdobram em transformações sucessivas, até o
escoamento final na própria Energia, porém, em duas direções: uma parte se integra na corporalidade da Energia
revelada, e duas partes são dissolvidas e incorporadas à Energia não revelada, ocorrendo em ambas as direções
o reencontro do micro com o macro, no Tudo.
12 – A Gravidade não é uma força autônoma. Ela se origina, como uma decorrência, da atuação das três Forças
que movimentam e fazem a Máquina do Mundo funcionar em todos os seus detalhes: a Força Centrípeta, a Força
Centrífuga e a Força Rotativa Emergente, as quais, respectivamente, desenvolvem: a atração convergente, como
uma introflexão, que gera a expansão divergente e oblíqua, e, ambas, geram a rotação, que, por sua vez,
circunscreve ou envolve e fixa a atração. Essa atração é rigorosamente inversa e proporcional, tanto à massa
(peso) do planeta Júpiter, por exemplo, como à massa (peso) de uma penugem que flutua livremente no ar.
13 – O Universo é estático e imutável, não se expande e nem se retrai. A Energia Revelada contida na
corporalidade manifestada é que se expande, porém, somente até os limites estabelecidos pela Força Centrípeta.
A observação de apenas uma minúscula fração do imenso Carrossel girante, ilude e confunde o pobre e limitado
observador, que então desenvolve inúmeras suposições, inclusive a de que o Universo está se expandindo. Deus
é o próprio Universo e Ele é imutável (Deus é fiel) e nem tem para onde se expandir pois Ele é o TUDO!
14 -Topologia é a ciência das superfícies e a Conjetura do Topólogo francês Henri Poincaré (1854-1912), o “pai”
da Topologia, se relaciona às propriedades de superfícies, em duas, três ou mais dimensões, propondo
basicamente, que todas as formas geométricas existentes podem ser reduzidas a esferas e roscas. A sua
formulação é complexa e mais ainda a sua resolução, que poderá conduzir à compreensão do alpha e do ômega
do Terceiro Princípio e até a entrever a cosmografia do Universo. Note-se, que estamos nos referindo à Teofania,
vislumbrada por Moisés, por Ezequiel, por Jacob Boehme, por Henri Poincaré, por Carlos Drumond de Andrade (A
Máquina do Mundo) e por este insólito servo da Theosophia. Ampliando a abrangência do enunciado e da
respectiva resolução da Conjetura de Henri Poincaré, podemos estabelecer:

“Todas as formas da cosmometria, relativas ao Terceiro Princípio, têm suas origens na Força Centrípeta e são
manifestadas pela Luz da Força Centrífuga por meio de esferas e roscas, através do assopro da Força Rotativa
integrada à centrifugação. Também por intermédio da Luz da Força Centrífuga, mediante uma inversão translativa,
as formas da cosmometria serão recolhidas por meio de esferas e roscas, através da aspiração da Força Rotativa
integrada à centrifugação e retornarão à sua origem: a Força Centrípeta”.

Contudo, antes da inversão, cessará o “sussurro” do Universo. O brilho do sol será prolongado (Josué 10;12a14).
Cessarão também os quatro ventos da terra (Apocalipse 7;1), eis que se retira o Espírito Santo do Senhor. A
Razão, finalmente, poderá ter a percepção fugaz, de que os “amorreus” estarão sendo entregues a Josué e
também de que se concretiza a conclusão do ciclo desta geração cósmica! Temos então, a resolução da
Conjetura de Henri Poincaré e como adição, os Humanistas, os Naturalistas, os Geômetras, os Topólogos e o
Leitor, tomam conhecimento da forma conclusiva de uma geração cósmica! Vide (Isaías 22;18 - 34;4 - 40;22)
(Hebreus 1;12) (Provérbios 1;27) (Jeremias 23;19,20) (Isaías 42;9) (Amós 3;7) e para encerrar (Salmos 148;1a14)
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16 - Para os Geômetras
15 – O “fora”, o “vazio” e o “nada” não existem. A Energia Atrativa gera a Energia Expansiva e ambas fazem
emergir e emanar a Energia Rotativa. Esses três desdobramentos da Energia preenchem o TUDO, que É a
própria Energia Atrativa, ou então:

Quem é Aquele que sempre É e que não se revela?


A Energia Atrativa, o TUDO, que nunca se revela.
Quem é Aquele que sempre É e se revela?
A Energia Expansiva, o TUDO, que sempre se revela.
Quem é Aquele que sempre É, e sempre está sendo e fazendo?
A Energia Rotativa, o TUDO, que sempre está sendo e fazendo.
Então há três TUDO ?
Não, os três são UM.
Aquele que sempre É e nunca se revela, é UM.
Aquele que sempre É e sempre se revela, é UM.
Aquele que sempre É e sempre está sendo e fazendo, é UM, e todos são UM ÚNICO TUDO!

ou ainda, a Equação Primordial (1 – 1 + 1 = 1 ) (Unum/Pluribus/Unum) esclarecendo que


Deus + Deus - Deus = Deus,

as Equações Fundamentais (8 x 8 = 64) (64 x 9 = 576) indicando que o Pai, por Si mesmo,
expõe a Sabedoria e, pelo Espírito Santo, revela o Filho,

as Equações Substanciais (576 : 9 = 64) (64 : 9 = 7,111111111) demonstrando que o Filho, pelo
Espírito Santo revela a Sabedoria, e pelos Espíritos do Pai, a concretiza nas suas manifestações,

as Equações Terminais (9 : 576 = 0,015625) (0,015625 x 64 = 1) revelando que o Filho, pelo


Espírito Santo e pela Sabedoria, promove o retorno das manifestações ao Pai, e através da

Equação Final (576 x 3,5 = 2016) estabelece o marco da separação do joio e do trigo, que ocorre em
duas direções: o joio para as Trevas, no tormento das quatro primeiras forças da Natureza Eterna, e o trigo
para a Luz, no Amor e na Graça do Filho, que, com a Sabedoria, torna-se Uno com o Pai ! (I Coríntios 15;28)
(64 : 576 = 0,111111111) (0,111111111 : 1 = 0,111111111)

16 - A LUZ é a Semente do PAI que O revela em todas as suas manifestações! A LUZ é a Síntese das Essências
Divinas, subjacente ao FIAT! A LUZ é a Singularidade Essencial, que materializa e expõe a Sabedoria Divina,
apresentando Sua Mãe, a Virgem Sophia, manifestada então, ao mundo dos viventes! A LUZ é a concretização
do fundamento de toda a corporalidade, onde e como quer que ela se apresente ou não se apresente! A LUZ é a
Pedra Angular do Universo revelado! A LUZ é a Energia revelada! A LUZ é o Caminho, a Verdade e a Vida: o
Caminho, porque tudo é manifestado pelo PAI por seu intermédio e tudo retorna ao PAI também por seu
intermédio - ninguém vem ao PAI senão por mim -; a Verdade e a Vida porque a LUZ as atesta e as exibe ou as
expressa nas manifestações do PAI! A LUZ é um Vapor da Virtude do PAI, e uma como sincera emanação da
claridade do Onipotente DEUS e por isso, nada manchado cai nela! A LUZ é o clarão eterno e o espelho sem
mácula da Majestade do PAI! A LUZ, sendo uma só, pode tudo, e permanecendo em si mesma, renova todas as
coisas, e pelas nações se transfunde nas Almas Santas, forma os amigos de DEUS e os profetas! A LUZ é o
Alpha e o Ômega, o Primeiro e o Último! A LUZ é o Princípio e o Fim ! A LUZ é a Brilhante Estrela da Manhã !
A LUZ é o Filho Amado, é JESUS CRISTO!

17 – É impossível ver DEUS. Todavia, assim como Moisés, se lhe for concedido, Você poderá ver a Sua Sombra.
Se Você deseja, realmente, vê-Lo, (a Sombra) existem duas formas de tentativas que poderão ser adotadas:
1º - Numa noite escura, sem lua e sem estrelas (nublada), dirija-se a um lugar deserto, sem nenhum
tipo de iluminação por perto. Então, abra bem os seus olhos, e Você verá a Sombra de DEUS com toda a nitidez.
2º - Em qualquer lugar em que Você esteja, feche bem os seus olhos, e Você verá a Sombra de DEUS
nitidamente, usando o terceiro olho, localizado bem no centro da sua fronte!

18 – Mas, afinal, onde está DEUS?

Como Você percebeu, Você poderá vê-Lo, tanto com os olhos abertos, como com os olhos fechados, pois na
verdade, Ele está bem próximo de Você. Aliás, Ele está dentro de Você e Você está dentro d’Ele.
Louvado seja Deus
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17 - Para os FísicosTeóricos

É possível tornar compatíveis a teoria da relatividade geral e a mecânica quântica? É possível reunir essas
teorias parciais e unificá-las, incluindo também a força gravitacional, a força eletromagnética, a força nuclear fraca
e a força nuclear forte nesse contexto? É possível formular a Teoria do Tudo e descrever a evolução do Universo?
Os próprios cientistas admitem que a teoria da relatividade geral e a mecânica quântica são incompatíveis entre si
e que não podem ser ambas corretas. Além disso, os cientistas têm em seus arquivos o Princípio da Incerteza de
Werner Heisenberg e o Princípio de Exclusão de Wolfgang Pauli, que, para o desespero dos próprios cientistas,
tornam, segundo eles, a sua ciência submissa à casualidade ou imprevisibilidade.

O mesmo Aristóteles que acreditava que a Terra era o centro do Universo, mas que trabalhava apenas com a sua
Mente, ou com suas inspirações, propôs a possibilidade da formulação de todas as Leis que governam o Universo,
unicamente através do pensamento, não havendo necessidade de qualquer tipo de comprovação racional. Mas,
as Leis previstas por Aristóteles não podem admitir relativismos, nem incertezas ou exclusões.Trilhando o caminho
de Aristóteles, temos que substituir a teoria da relatividade geral, pois as leis do Universo jamais estarão sujeitas a
relativismos. Além disso, são Leis e não teorias, o que permite cogitar o nome de “Leis do Determinismo Científico
Divino” ou então “Leis Eternas da Theosophia”, baseadas nas três Constantes Cosmológicas que são, na verdade,
as próprias Leis Eternas: Lei da Atração, Lei da Expansão e Lei da Rotação.

Prosseguindo, vamos desconsiderar as quatro forças dos Naturalistas e substituí-las por apenas três, que são as
seguintes: Força Centrípeta, atrativa e convergente; Força Centrífuga, expansiva, oblíqua e divergente e a Força
Rotativa, envolvente, conciliando as duas outras Forças. Essas Três Forças são as Constantes Cosmológicas. A
atração “abraça” a expansão e a rotação lhe confere a configuração arredondada, onde se observa que a atração
e a rotação encurvam a cosmometria da expansão, invertendo o conceito relativista. Vamos esclarecer que a
Força Centrípeta é extremamente forte para conter uma galáxia e extremamente fraca para abrigar uma penugem.

A Força Rotativa, como um “aparador de arestas” da atração e expansão, fixa um campo de força que é chamada
pelos Naturalistas de força da gravidade. A expansão projeta-se contra a atração que a contém nos limites
espaciais coniformes, em cujo vértice está o “olho” da atração. A Força Centrípeta é a atração, a principal e maior
das Forças, que envolve tudo e que estabelece vinte e oito espaços coniformes para abrigar a matéria expandida.
A atração, a expansão e a rotação são proporcionadas pelas Três Forças Eternas, que mantêm os seus
movimentos ininterruptos, não permitindo o “repouso absoluto” de nada e em nenhuma circunstância, onde
nenhum corpo celeste e nem as partículas dos átomos poderão ficar imóveis. Tudo está sempre, em tempo
integral, sob os efeitos da atração, da expansão e da rotação, não havendo “incerteza” e nem “exclusão” de
absolutamente nada, pois, com toda certeza, a “incerteza” e a “exclusão” estão ambas incluídas nas Leis, as quais
são o que os Naturalistas e os Humanistas mais desejam conhecer: não a teoria do tudo, mas as Leis do Tudo!
Eis a resposta, que não foi e nem pode ser encontrada, mas somente recebida por concessão. A Razão humana
não deve considerá-la como seu triunfo definitivo, e sim como uma dádiva de Deus-Pai Todo Poderoso, para
consolidar a salvação dos homens. Glória a Deus! (Vide Jeremias 31 a 36)

Com efeito, entre o início do século XIX do marquês de Laplace e o ínício do século XXI, dois séculos se
passaram, e agora os Naturalistas ficam sabendo como “foram escolhidas” as Leis do Tudo que determinam com
precisão absoluta a evolução do Universo, e tomam conhecimento, não só da configuração inicial do Universo,
como também da sua configuração atual, que como é óbvio, são absolutamente iguais, pela simples razão de que
o Universo é eterno, sem início e sem fim! Como se vê, o marquês de Laplace estava certo. (Vide fl. 63)

Assim como os Naturalistas não conseguiram avançar sobre a base construída pelo marquês de Laplace, também
os Humanistas não o conseguiram anteriormente, sobre os conhecimentos de Jacob Boehme (1575-1624), o
Teósofo alemão, que a partir de 1612 com a “Aurora Nascente” e as suas outras obras que se seguiram, deixou-
nos um verdadeiro tesouro que ficou “enterrado” pela arrogância e pelo preconceito, por se tratar de um simples
sapateiro, e pela cobiça, porque a Theosophia não é adequada para o exercício da “mercoteomancia”. Em ambos
os casos, as possibilidades da antecipação dos conhecimentos foram desperdiçadas.

Enquanto ainda não se foi a lucidez, resta algum tempo para a revisão de conceitos, cuja oportunidade não pode
ser outra vez desperdiçada, porquanto, vindo a compreensão, vem também a consciência do que está em jogo.
Os Naturalistas já sabem que “nada se cria, nada se perde, mas tudo se transforma”, pois tudo é energia. Assim
sendo, e já tendo as respostas que buscavam, resta-lhes cuidar de saber para onde irá a sua própria energia?

Blaise Pascal (1623-1662) matemático e físico francês, pergunta e ele mesmo responde: “O que é o homem?
Nada em relação ao infinito; tudo em relação ao nada; um ponto intermediário entre tudo e nada” (...)
97

18 - Para as Crianças e para os Adultos


Quem é Deus?
Deus é o Eu Sou; esse é o nome d’Ele. Ele mesmo o disse.
O que é Deus?
Ninguém sabe.
Há alguma coisa que Deus não sabe?
Sim, Ele também não sabe o que Ele é.
Por que Ele não sabe o que Ele é?
Porque Ele não tem origem, não tem começo e não tem fim
Há alguma coisa que eu posso fazer e Deus não pode?
Sim. Você pode se deslocar para outro lugar, mas Deus não pode.
Por que Ele não pode ir para outro lugar?
Ele não pode ir para outro lugar porque Ele É o próprio lugar, onde tudo se encontra. Não há outro lugar fora
d”Ele. Por isso, Ele pode ser chamado também, de Tudo.
Para quem Ele disse que o nome d”Ele é Eu Sou?
Para todos nós, através dos Profetas. Está na Bíblia. Além disso, a voz d”Ele está na nossa Mente, e Ele sempre
conversa conosco, mas muitas pessoas não querem ouvi-Lo
Por que muitas pessoas não querem ouvi-Lo?
A maioria das pessoas ama demais o orgulho, a cobiça, a inveja e a cólera. A voz d”Ele na nossa Mente, só fala
de coisas que são contrárias a isso tudo que elas amam. Entendeu?
O que é “amar”?
Amar é gostar no nível mais profundo. Por isso, Deus ensinou que devemos amar a Ele sobre todas as coisas e às
outras pessoas como a nós mesmos. Mas, os homens são maliciosos e usam indevidamente a palavra amor.
Falaremos mais sobre isso quando você crescer.
Se Deus não existisse, o que existiria?
Se Deus não existisse, seria a única forma de existir o nada, que é o contrário de Tudo, o próprio Deus.

Por que Filosofia, Teologia e Ciência não se entendem?


Os Filósofos procuravam a Sabedoria, desistiram no meio do caminho, se mudaram para Filólogos, passando a
procurar o conhecimento racional. Os Teólogos tomaram o lugar dos Profetas primitivos, aqueles da Bíblia,
desqualificaram a Religião e a substituíram por uma miscelânea, que podemos chamar de Mercoteomancia, uma
mistura de mercadologia, muita mercancia e um pouco de teologia infante. A Ciência, através dos expoentes do
conhecimento racional, opera com lentes multifocais: um olho no conhecimento racional; um olho no mercado; um
olho na vaidade; um olho na política e nenhum olhar para o globo terrestre, com o meio ambiente devastado e
com 443 usinas nucleares instaladas, como bombas atômicas engatilhadas, em condições potenciais de destruir a
vida no Planeta. O conflito entre todos eles repousa no grande jogo de interesses, relacionados exclusivamente às
questões humanas bem concretas, nada tendo a ver com Deus. A encrenca é puramente racional, onde ocorrendo
a prevalência bem marcante de uma, desaba a “casa” da outra. Mas, estamos às vésperas do desabamento total.

Que nível de escolha Deus teria tido ao construir o Universo?


Nenhum. Deus não teve que fazer nenhuma escolha, pois, o Universo nunca foi construído; Ele, Deus, É o próprio
Universo eterno. O homem, feito à sua imagem e semelhança, também não teve que fazer nenhuma escolha para
ser como ele é, e também não pode explicar, porque ele mesmo é assim como é. O Terceiro Princípio, uma
pequena parte do Universo, este sim, teve que ser construído e sua duração equivale a uma Geração Cósmica.
Estamos no final desta Geração Cósmica, e depois dela virá outra, depois outra, assim sucessiva e eternamente,
o que significa uma reconstrução eterna, como num filme, sempre reprisado, onde somente mudam os atores. Isto
não está escondido de ninguém, é só ler Eclesiastes 1;9 a 11 e 3;15.

Por que não se pode apurar e prever com rigor absoluto a posição e a velocidade das partículas?
As Leis que regem o Universo também não foram escolhidas, pois elas são o próprio Universo. Essas Leis são e
estão, na Força Centrípeta, atrativa e convergente; na Força Centrífuga, expansiva, oblíqua, divergente e
pulsante; na Força Rotativa, envolvente, que harmoniza tudo, envolvendo a Força Centrípeta com a Força
Centrífuga. Essas Forças, ou Leis, com as suas características, não permitem jamais, em tempo algum e em
nenhuma circunstância, que tanto uma galáxia, como as partículas do átomo, permaneçam em repouso absoluto,
não permitindo que haja precisão na aferição da posição e velocidade, tanto da galáxia como das partículas.
Como todos sabem, não há precisão no relógio, no peso e nem no metro. Nada, absolutamente nada fica imóvel.

É possível fazer o casamento da chamada Religião com a chamada Ciência?


Não, pois elas já estão casadas desde toda a eternidade. A Força Atrativa é Deus-Pai. A Força Expansiva é Deus-
Filho. A Força Rotativa é Deus-Espírito Santo. Como Ele disse: Todos Me conhecerão! Glória a Deus!
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Livros Recomendados

1 – Bíblia completa (inclui os Livros Sabedoria e Eclesiástico)


2 – A Aurora Nascente – (Autor Jacob Boehme) – Editora Paulus
3 – Os Três Princípios da Essência Divina – (Autor Jacob Boehme) – Polar Editorial & Comercial
4 – História da Filosofia – (Organizado e redigido por Bernadette Siqueira Abrão) – Editora Nova Cultural Ltda.

Expressões Latinas

Ad infinitum Infinitamente
A priori Antes - Antecipadamente
Centrum naturae Centro da natureza
Corruptissima re publica plurimae leges República corrupta, leis abundantes
Homo Primus Homem Primitivo
Homo Habilis Homem Habilidoso
Homo Sapiens Homem Sábio
In perpetuum Perpetuamente
In totum Na totalidade - totalmente
Lápidi-philosophorum Pedra Filosofal
Laus Deo in perpetuum Louvado seja Deus para sempre
Male parta male dilabuntur Mal parido, mal utilizado
Modus operandi Modo de operar - Modo de fazer
Modus vivendi Modo de viver
Nemo versus Deo nisi Deo ipse Ninguém contra Deus senão o próprio Deus
Nemo versus Homo Habilis nisi Homo Habilis ipse Ninguém contra o homem senão o próprio homem
Omnium consensu Pelo senso comum
Sine qua non Sem o que não - Indispensável
Sui generis Do seu gênero
Sponte sua Por sua própria vontade
Status quo No estado em que está
Unum = Pluribus = Unum Um = Plural = Um (o plural em um)
Via Crucis Caminho da cruz

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