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Nome Nº Série / Ano Ensino Turma

3º Médio
Disciplina Professor Natureza Código / Tipo Trimestre / Ano Data
o
Filosofia Guilherme Atividade 2 / 2012 / /2012
Tema: Grupo valor
Nietzsche: Roteiro de estudos e lista de exercícios

 Releia atentamente todos os textos Locke por nós utilizados em sala de aula.
 Consulte suas anotações de aula e analise as respostas dos exercícios e
avaliações que resolvemos em sala de aula.
 Analise as respostas das questões sobre a vontade de poder (seguem
abaixo).
 Se julgar necessário, pesquise e consulte materiais adicionais (didáticos ou
paradidáticos) que lhe ajudem a apreender os conceitos, a teoria e o contexto
do autor estudado.
 Lembre-se de que você deverá entregar o trabalho sobre Nietzsche logo
na primeira semana de retorno das férias, com data limite estipulada
para o dia 06/08.
 Depois dessas etapas você deverá sentir-se seguro e capaz para responder
a essas questões básicas:   

Múltipla escolha
01 (UNESP 10) Leia o texto abaixo e assinale somente as alternativas verdadeiras.
Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-número de sistemas solares,
havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e
mais mentiroso da história universal: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da
natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar
uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz,
quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não
estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, ele é humano, e somente seu
possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se
pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela boia no ar (...) e sente em si o
centro voante desse mundo. (Nietzsche. O Livro das Citações, 2008.)

Sobre este texto, pode-se afirmar que:


( ) Seu teor acerca do lugar da humanidade na história do universo é antropocêntrico.
( ) O autor revela uma visão de mundo cristã.
( ) O autor apresenta uma visão cética acerca da importância da humanidade na história do universo.
( ) Ao comparar a vida humana com a vida de uma mosca, Nietzsche corrobora os fundamentos de diversas
teologias, não se limitando ao ponto de vista cristão.
( ) Para o filósofo, a vida humana é eterna.

02 (UNB 09) - Assinale somente as alternativas verdadeiras.


Tendo como referência o pensamento nietzschiano exposto em "A Genealogia da Moral", podemos afirmar
que:
( ) A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora, e não para garantir o exercício da liberdade.
( ) A moral racionalista transformou tudo o que é natural nos seres humanos em vício, falta e culpa,
castigando qualquer transgressão.
( ) Bem e mal são invenções da moral racionalista.
( ) Devemos submeter a vontade ao domínio da razão, que nos indica a virtude e o dever.
( ) A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à vida, inventa uma outra vida, futura, eterna, aos
que sacrificam seus impulsos vitais.

Discursivas – mod. I

02 - (UFMG-05) - Leia este fragmento de poema:

As Contradições do Corpo
Meu corpo não é meu corpo
é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
e é de tal modo sagaz
que a mim de mim ele oculta.
..............................................
Quero romper com meu corpo
quero enfrentá-lo, acusá-lo,
por abolir minha essência,
mas ele nem sequer me escuta
e vai pelo rumo oposto.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo; novos poemas. Rio de Janeiro: Record. p. 7-9.

A partir da leitura, explicite a temática filosófica presente nesse fragmento de poema e analise o significado
das duas estrofes através dos conceitos nietzschianos de vontade de poder e vontade de verdade.

Para responder as duas próximas questões leia os textos abaixo:

“O cristianismo, por sua vez, esmagou e alquebrou completamente o homem, e o mergulhou como que em um
profundo lamaçal: então, no sentimento de total abjeção, fazia brilhar de repente o esplendor de uma piedade
divina, de tal modo que o surpreendido, atendido pela graça, lançava um grito de embevecimento e por um
instante acreditava carregar o céu inteiro em si.” (NIETZSCHE,
F. Humano, demasiado humano. Col. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 59.)

“Em Genealogia da Moral, Nietzsche tenta mostrar que a moral - que define, entre outras coisas, o que é
bom e o que é mau - é um conceito que surge num lugar e num tempo determinado, ou seja, é relativo e foi
inventado pelo homem. A moral não é Metafísica (explicada por algo além do mundo material) e nem
atemporal. Ao investigar como surgiu entre os povos o juízo de bom e mau, Nietzsche afirma que há duas
morais: a do senhor e a do escravo. A do senhor afirma a vida e baseia o bom no que há de positivo em si
(ser belo, forte), enquanto o ruim é quem está limitado ao aspecto reativo da existência (ser humilde,
fraco). A do escravo surge do ressentimento, vê o forte como mau e, por oposição, ele próprio, como sendo
o bom. Nietzsche dis que o judaísmo e, em seguida o cristianismo, consolidou a moral do escravo como a
única vigente. Com isso, houve uma inversão daquilo que os próprios nobres consideravam bom. Segundo a
avaliação do sacerdote judeu ou cristão, o bom (na moral do senhor) passa a ser considerado mau e o ruim
(que é o fracona moral do senhor) passa a ser considerado bom.”
(http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/36/artigo141682-3.asp)

Com base nos textos, responda as seguintes questões:

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3 Selecione uma frase do texto de Nietzsche que apresenta a característica fundamental do cristianismo
para ele.

4 Com base na frase selecionada, explique se, para Nietzsche, o cristianismo é uma doutrina que nega ou
que valoriza a força, a saúde e a vida e se o cristianismo pode ser considerado “moral do escravo” ou “moral
do senhor”.

05 – Leia o seguinte trecho:

“[...]embora se deva admitir que o pior, mais persistente e perigoso dos erros até hoje foi um erro de
dogmático: a invenção platônica do puro espírito e do bem em si. Mas agora que está superado, agora que a
Europa respira novamente após o pesadelo, e pode ao menos gozar um sono mais sadio, somos nós, cuja
tarefa é precisamente a vigília, os herdeiros de toda a força engendrada no combate a esse erro. Certamente
significou pôr a verdade de ponta cabeça e negar a perspectiva, a condição básica de toda a vida, falar do
espírito e do bem tal como fez Platão; sim, pode-se mesmo perguntar, como médico: “De onde vem essa
enfermidade domais belo rebento da Antiguidade, em Platão? O malvado Sócrates o teria mesmo
corrompido? Teria sido mesmo Sócrates o corruptor da juventude? E teria então merecido a cicuta?”. – Mas a
luta contra Platão, ou, para dizê-lo de modo mais simples e para o “povo”, a luta contra a pressão cristã-
eclesiástica de milênios – pois cristianismo é platonismo para o “povo” – produziu na Europa uma magnífica
tensão no espírito, como até então não havia na terra: com um arco assim teso pode-se agora mirar nos alvos
mais distantes.” (Nietzsche; Além do bem e do mal – prólogo; Cia das Letras; 2003)

De acordo com o texto e com os demais conhecimentos sobre o assunto, explique a identificação (marcada
em negrito) feita por Nietzsche entre cristianismo e platonismo. Na construção da resposta, utilize os
conceitos de força ativa e reativa.

Discursivas – mod. II

02 - – No prefácio de Ecce Homo, um de seus raros livros em forma de confissões, Nietzsche descreve sua
atitude destrutiva – “filosofando com o martelo” – nos seguintes termos:

“Melhorar a humanidade? Eis a última coisa que eu prometeria. Não esperem de mim que eu erija
novos ídolos! Que os antigos aprendam antes quanto custa ter pés de barro! Derrubar “ídolos” – é assim que
chamo todos os ideais -, esse é meu verdadeiro ofício. É inventando a mentira de um mundo ideal que se tira
o valor da realidade, sua significação, sua veracidade... A mentira do ideal foi até agora a maldição que pesou
sobre a realidade, a própria humanidade se tornou mentirosa e falsa até o mais fundo dos seus instintos – até
a adoração dos opostos àqueles que poderiam lhe garantir um belo crescimento, um futuro...”

A partir do trecho lido, revele o que e quais são os ídolos a que Nietzsche se refere e por que o autor afirma
seu verdadeiro ofício consiste em derrubá-los.

03 Em 1953, imediatamente após a morte de Stalin, o Partido Comunista Francês redige na primeira página de
seu principal órgão de propaganda (France Nouvelle) o seguinte discurso:
“O coração de Stalin, ilustre companheiro de armas e prestigioso continuador de Lenin, o chefe, amigo
e irmão dos trabalhadores de todos os países, cessou de bater. Mas o stalinismo vive, ele é imortal. O nome
sublime do genial mestre do comunismo mundial resplandecerá com uma chamejante claridade pelos séculos,
e será sempre pronunciado como amor pela humanidade reconhecida. A Stalin, para todo o sempre seremos
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fiéis. Os comunistas se esforçaram para merecer, por sua dedicação incansável à causa sagrada da classe
trabalhadora [...], o título de honra de stalinistas. Glória eterna ao grande Stalin, cujas magistrais e
imperecíveis obras científicas nos ajudarão a reunir a maioria do povo...”

À luz da filosofia nietzschiana, interprete o trecho acima identificando passagens que demonstram a
religiosidade sem Deus (estrutura típica do pensamento moderno de acordo com Nietzsche) presente nesse
discurso e comentando a crítica fundamental que o filósofo faz a essa estrutura.

04 - Leia o trecho abaixo:


“O solitário [...] duvida até que um filósofo possa ter opiniões “verdadeiras e últimas”; ele se pergunta
se não há nele, necessariamente, por trás de cada caverna uma outra que se abre, mais profunda ainda, e
abaixo de cada superfície um mundo subterrâneo mais vasto, mais estranho, mais rico, e sob todos os fundos,
sob todas as fundações, um âmago mais profundo ainda. “Toda filosofia é uma fachada” – tal é o juízo do
solitário [...]. toda filosofia dissimula uma outra filosofia, toda opinião é um esconderijo, toda palavra pode ser
uma máscara.” (NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do Mal, §289)

A partir da leitura explique as afirmações do autor de que “toda filosofia é uma fachada” e de que “toda
palavra pode ser uma máscara” através dos conceitos nietzschianos de vontade de poder e vontade de
verdade.

05 – Leia o trecho abaixo:


“Declarei guerra ao ideal anêmico do cristianismo (assim como ao que lhe diz respeito) não com o
intuito de destruí-lo, mas para pôr fim à sua tirania [...] A continuação do ideal cristão faz parte das coisas
mais desejáveis que existem: a não ser por causa do ideal que quer se valorizar a seu lado e, talvez, acima dele
– pois este precisa de adversários, e adversários vigorosos para se fortalecer. É assim que nós, imoralistas,
utilizamos o poder da moral: nosso instinto de conservação deseja que nossos adversários conservem suas
forças – ele quer apenas se tornar senhor desses adversários.” (NIETZSCHE, Friedrich. A Vontade
de Poder, op. cit., §409)

A partir dos conceitos de forças ativas e forças reativas explique a afirmação de Nietzsche de que, ao
declarar guerra ao ideal cristão não busca exterminá-lo, mas simplesmente torná-lo escravo, dominá-lo.

RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES – Vontade de poder

1. R: Para tornar-se mais forte. O desejo de tornar-se mais forte é a realidade, diz Nietzsche.
Para o filósofo, a vontade de poder ou de potência não pode estar a serviço da
autoconservação, pois isso implicaria a ideia de que o ser permanece sempre igual, o mesmo.
A vida, ao contrário, deve estar em perpétuo movimento e transformacão: deve sempre
procurar aumentar suas forças.

2. R: Porque a vontade de poder nunca está satisfeita e apazigudada pois essencialmente é uma
busca contínua por mais forças e mais superação .

3. R: Sim. Segundo Nietzsche, prazeroso é a própria busca por mais poder, mais força e mais
superações. Há prazer no próprio não-apaziguamento da vontade, pois esse não-
apaziguamento, essa inquietude da vontade, fortalece e estimula a vida.
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4. R: As cócegas são exemplo de como pequenos estímulos de desprazer, estimulam minha
vontade de poder e de superação dos obstáculos; ativada minha vontade de poder, tenho
sentimento de poder e isso gera prazer. / O estímulo de desprazer pode gerar no caso das
cocegas um sentimento de prazer, justamente porque gera o sentimento de poder; isso se dá
quando resistimos ao estímulo de desprazer.

5. R: Como vimos nas respostas anteriores, o que motiva o homem a viver não é a busca pelo
prazer ou pelo apaziguamento de sua vontade; a vida, que aspira a mais força e a mais poder,
deve estar sempre diante de algum desprazer que funcione como obstáculo e que a estimule a
acumular força, agir, a superar e vencer, enfim, que a estimule viver.
6. R: Segundo Nietzsche, o protoplasma estende seus pseudópodes a fim de buscar alguma
resistência, algum inimigo, algum incômodo a ser superado. Nesta busca, encontra um
alimento e, como consequência secundária, acaba se nutrindo. Mantém-se vivo, portanto, não
somente pelo fato de se alimentar, mas principalmente devido ao fato de permanecer em
movimento e em busca de mais força.

7. R: O mais comum seria pensarmos que o protoplasma estende seus pseudópodes a fim de
alcançar nutrição e saciar sua necessidade e não a fim de encontrar um obstáculo e pôr em
ação sua vontade de potência. Nietzsche parece subverter as relações de causa e efeito e de
prazer e desprazer. Estamos acostumados a pensar que a fome, por exemplo, é um desprazer
e que graças a ela o ser mobiliza-se em busca de alimento. Nesse caso, o desprazer seria a
causa de nossa ação, que teria como fim e efeito um prazer: a alimentação e o apaziguamento
de uma falta/desprazer.

8. R:Para Nietzsche, prazer e desprazer não são nem causa nem finalidade. Não agimos tendo
em vista um prazer que queremos alcançar e tampouco agimos porque sentimos um
desprazer que é preciso eliminar. Como diz no início do FRAGMENTO 702 , o homem e os
seres vivos em geral não agem nem motivados pela busca de um prazer nem pela
necessidade de aplacar um desprazer.

9. R: Num primeiro sentido, o desprazer é um meio estimulante da vontade de poder; ele


funciona como um obstáculo que me estimula a agir no sentido de vencê-lo e dominado. Um
outro tipo de desprazer é aquele que sentimos depois de um uso excessivo de força e de
poder; nesses casos estamos impossibilitados de resistir e de enfrentar os obstáculos.

BOM ESTUDO!
 

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